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Tratamento de Cicatrizes

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PRÁTICAS 
INTEGRADAS 
EM ESTÉTICA E 
COSMÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Explicar como ocorre o processo de cicatrização e os recursos indicados 
para as cicatrizes.
 > Descrever os recursos indicados para diminuir o edema.
 > Especificar os recursos indicados para prevenir a fibrose.
Introdução
O Brasil é o segundo país do mundo em números de cirurgias plásticas esté-
ticas, conforme dados de 2019 da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica 
Estética (ISAPS, 2020). Devido ao crescimento expressivo de cirurgias plásticas e 
à preocupação das pessoas submetidas ao procedimento, a demanda pela assis-
tência adequada no pós-operatório tem aumentado significativamente. Portanto, 
é muito importante que os profissionais que vão atuar no pós-operatório de 
cirurgias plásticas tenham um conhecimento científico e prático aprofundado 
sobre o processo cicatricial e as técnicas e os recursos terapêuticos empregados 
para a prevenção e o tratamento das intercorrências inerentes ao procedimento.
Neste capítulo, você vai conhecer os aspectos e as necessidades do pós-
-operatório de cirurgias plásticas a partir da compreensão de todo o processo 
cicatricial. Além disso, vai ver os recursos terapêuticos mais indicados para 
cicatrizes, edema e prevenção da fibrose.
Pós-operatório
Arielle Rosa de Oliveira
Processo de cicatrização e recursos 
indicados para cicatrizes
A cicatrização é um processo que envolve diferentes mecanismos bioquímicos 
e fisiológicos e objetiva o reparo tecidual. A cicatrização é dividida em fases, 
conforme o período: coagulativa ou hemostasia, inflamatória, proliferativa 
e remodelação. No entanto, essas fases podem se sobrepor (NALIN, 2016; 
OLIVEIRA; DIAS, 2012).
A fase coagulativa ou hemostasia ocorre imediatamente após a lesão e 
termina em algumas horas, quando há a formação de um coágulo provisório 
na ferida. A partir da lesão, ocorre a deposição de componentes do sangue, 
como plaquetas, fibrina, fibronectina e glicoproteínas. Em seguida, há uma 
vasoconstrição. A fase inflamatória é marcada pela migração de células infla-
matórias, como leucócitos, linfócitos, macrófagos, mastócitos e mediadores 
químicos que levam a uma vasodilatação. Essas células liberam citocinas e 
fatores de crescimento que ativam o processo inflamatório e estimulam a 
formação de colágeno, novos vasos e reepitelização. Isso inicia logo após a fase 
coagulativa e vai até o quarto ou quinto dia (NALIN, 2016; OLIVEIRA; DIAS, 2012).
A terceira fase, a proliferativa, é caracterizada pela formação de tecido 
de granulação, em que há migração endotelial e dos fibroblastos. Ocorre em 
torno de 3 a 21 dias após a lesão. A última fase, a de remodelação, ocorre do 
21ª dia até um ano. Nela, há o amadurecimento dos componentes da matriz 
extracelular (MEC). O colágeno tipo III, por exemplo, é substituído pelo colá-
geno tipo I (NALIN, 2016).
O processo de cicatrização pode ser de primeira, segunda ou terceira 
intenção. O de primeira intenção acontece quando há união das bordas da 
ferida, comumente em incisões cirúrgicas com poucas complicações. O de 
segunda intenção acontece quando há maior decréscimo de tecido e as bordas 
se afastam. O de terceira intenção ocorre quando há o afastamento das bordas 
por processo infeccioso e, assim, é necessário desbridamento e limpeza da 
região para a que a ferida feche (NALIN, 2016).
A cicatriz é definida como um novo tecido conjuntivo e vascularizado que 
substitui uma região lesada por úlcera ou ferida pré-existente (OLIVEIRA; DIAS, 
2012; WOLF et al., 2019). As cicatrizes podem ser classificadas em normotróficas, 
atróficas, hipertróficas ou queloidianas (NALIN, 2016).
Pós-operatório2
 � Cicatriz normotrófica (Figura 1a): a pele da região adquire característica 
muito semelhante à condição antes do trauma, com um bom alinha-
mento das fibras de colágeno.
 � Cicatriz atrófica (Figura 1b): quando ocorre diminuição ou adelgaça-
mento de algumas ou de todas as camadas da pele.
 � Cicatriz hipertrófica (Figura 1c): quando ocorre uma produção exagerada 
de colágeno em decorrência de cirurgias, queimaduras de pele, lesões 
de pele ou quadros inflamatórios, gerando uma elevação da pele que 
não extravasa os limites da ferida e tem grande chance de reversão.
 � Queloide (Figura 1d): quando ocorre hiperproliferação dos fibroblas-
tos, com excesso de colágeno, que pode aparecer após trauma ou 
lesões. É uma elevação brilhante que ultrapassa os limites da ferida. 
Há maior prevalência em africanos, asiáticos e fototipos altos em geral. 
Os lugares mais comuns são: esterno, dorso, cervical posterior, braço 
e pavilhão auricular.
Figura 1. Cicatriz: (a) normotrófica. (b) atrófica; (c) hipertrófica; (d) queloidiana.
Fonte: (a) FotoDuets/Shutterstock.com; (b) Wolf et al. (2019, p. xxxiv); (c) I like to take pictures/
Shutterstock.com; (d) Wolf et al. (2019, p. xxxiv).
A
C D
B
Pós-operatório 3
A dificuldade de cicatrização e as possíveis alterações cicatriciais, 
como cicatrizes hipertróficas, pigmentadas ou atróficas, podem 
ser causadas por excesso de tensão ou total imobilização da ferida, processos 
infecciosos, deiscência, deficiências nutricionais (vitamina C, magnésio e zinco, 
por exemplo), doenças e medicamentos (anti-inflamatórios, por exemplo) (NALIN, 
2016; OLIVEIRA; DIAS, 2012).
Recursos terapêuticos indicados para cicatrizes
Existem vários recursos terapêuticos que podem ser empregados na pre-
venção e no tratamento das alterações cicatriciais decorrentes de cirurgias 
plásticas. Entre eles, destacam-se a alta frequência, o laser de baixa potência, 
a massagem e as microcorrentes.
A alta frequência (Figura 2) é um equipamento emissor de faíscas eletro-
magnéticas. O tratamento é realizado por meio de eletrodos de vidro ocos 
com ar rarefeito ou gás (normalmente néon). Com a passagem da corrente, 
ocorre a ionização das moléculas de gás, que ficam fluorescentes. É um tipo 
de corrente alternada de alta frequência, entre 100 e 200 KHz, com tensão 
entre 25.000 e 45.000 V e intensidade de 100 mA. No pós-operatório, esse 
equipamento é muito indicado por seu efeito bactericida, bacterostático, 
fungicida e virucida e por auxiliar no processo de cicatrização pelo aumento 
do aporte sanguíneo para a região (MINAMI, 2016).
O ozônio da alta frequência, liberado entre a superfície da pele e o ele-
trodo de vidro, tem efeito antioxidante, gerando o efeito antisséptico. Não 
há uma padronização em relação ao tempo de aplicação da alta frequência, 
mas normalmente ela é realizada de 3 a 10 minutos na face e 15 minutos em 
regiões de feridas abertas. A intensidade indicada deve ser o faiscamento 
máximo tolerável pelo paciente. As contraindicações incluem uso de marca-
passo cardíaco, gestantes, alterações de sensibilidade e pele com produtos 
inflamáveis (BORGES, 2010).
Pós-operatório4
Figura 2. Alta frequência.
Fonte: puhhha/Shutterstock.com.
O laser (nome que vem do inglês light amplification by stimulated emis-
sion of radiation) de baixa potência auxilia o processo de cicatrização pelos 
efeitos de incremento da atividade e migração celular e do DNA, modulação 
dos fatores de crescimento e decréscimo da atividade das prostaglandinas.
Os lasers de baixa potência ou intensidade mais utilizados são os de 
hélio-neônio (He-Ne), de 632,8 nm, arseneto de gálio (AsGa), de 904 nm, 
alumínio-gálio-indio-fósforo (AlGaInP) e arseneto-gálio-alumínio (AsGaAl), 
conhecidos também como lasers terapêuticos. O laser Nd:YAG de 1064 nm, 
infravermelho, atua cessando a neovascularização das cicatrizes. Por isso, ele 
é muito indicado para cicatrizes hipertróficas. O laser vermelho tem efeito de 
estímulo dos fibroblastos (DAMANTE; MARQUES; DE MICHELI, 2008). As doses 
de energia variam de 2 a 4 j/cm² no aumento do aporte sanguíneo e de 6 a 
8 j/cm² para auxílio na cicatrização (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
A aplicação pode ser pontual ou em varredura. Para a aplicação, o profis-
sional e o paciente devem estar com óculos de proteção. Ele também deve ser 
aplicadoperpendicularmente à área de tratamento (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As contraindicações do laser incluem gestação, marcapasso cardíaco, doen-
ças cardíacas congestivas, aplicação sobre a região da retina, infecção aguda, 
câncer e epilepsia (SILVA, 1997). Veja a aplicação da laserterapia na Figura 3.
Pós-operatório 5
Figura 3. Laserterapia.
Fonte: Max4e Photo/Shutterstock.com.
A massagem é uma técnica de terapia manual. No pós-operatório de cirur-
gias plásticas, ela é indicada na prevenção das aderências cicatriciais, desde 
que realizada de forma suave sobre a cicatriz, e no tratamento de cicatrizes 
aderentes e hipertrofias, por meio de movimentos com fricção transversa 
profunda ou pinçamento da pele (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A massagem é 
contraindicada em casos de flebites, tromboflebites, tromboses agudas, pro-
cessos infecciosos e febre. Ela não deve ser feita sobre lesões de pele abertas 
ou sobre regiões com enxerto de gordura (risco de reabsorção) (SILVA, 1997).
As microcorrentes (Figura 4) são um tipo de corrente subssensorial com 
intensidade em microamperes e de baixa frequência, podendo ser alternada 
ou contínua. Elas têm efeito de normalização sobre o tecido cicatricial e 
podem ser empregadas em casos de deiscência, infecções ou dificuldade de 
cicatrização. Esse recurso estimula a atividade dos fibroblastos e, consequen-
temente, o colágeno e a neovascularização, facilitando o processo cicatricial 
(MARTELLI et al., 2016). As microcorrentes são contraindicadas em casos de 
gestação, marcapasso cardíaco e infecção aguda. Não devem ser aplicadas 
sobre tumores, globo ocular, sino carotídeo e osteomielite (MIYASHITA, 2012). 
No pós-operatório de cirurgias plásticas, é indicado o uso das microcorrentes 
a partir de 24 horas do ato cirúrgico (BORGES, 2010).
Pós-operatório6
Figura 4. Microcorrentes.
Fonte: Olena Yakobchuk/Shutterstock.com.
Recursos indicados para redução do edema
O edema é caracterizado pelo aumento patológico de líquido no espaço 
intersticial (BORGES, 2010). Para reduzir o edema no pós-operatório de cirur-
gias plásticas, diversas técnicas podem ser empregadas, como a drenagem 
linfática manual, o ultrassom e as microcorrentes.
A drenagem linfática manual (DLM) (Figura 5) é um recurso empregado sobre 
o sistema linfático superficial e muito efetivo para a redução do edema no 
pós-cirúrgico. Em geral, utiliza-se, nesse caso, a drenagem linfática manual 
reversa. Para o emprego adequado da drenagem linfática, é fundamental 
o conhecimento da anatomia e fisiologia do sistema linfático, da técnica 
escolhida e das suas contraindicações. O sistema linfático é composto por 
linfa, vasos linfáticos (linfáticos iniciais ou capilares linfáticos, pré-coletores, 
coletores, troncos linfáticos, ducto linfático direito e ducto torácico) e órgãos 
linfoides (linfonodos, timo, baço, medula óssea, tonsilas palatinas e tonsilas 
faríngeas). Existem diferentes técnicas de drenagem linfática, porém determi-
nadas características devem ser respeitadas na sua aplicação, como pressão 
suave e controlada, ritmo lento (em torno de uma manobra por segundo, com 
cinco a dez repetições por manobra) e sentido dos movimentos em direção 
aos linfonodos correspondentes a cada região. A drenagem jamais pode 
provocar aumento de dor, hiperemia e equimoses (FÖLDI; STRÖßENREUTHER, 
2012; GUIRRO; GUIRRO, 2004; GUSMÃO, 2010; VASCONCELOS, 2014).
Pós-operatório 7
A drenagem linfática tem contraindicação absoluta em casos de febre, 
infecções agudas, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca des-
compensada, trombose venosa profunda aguda, tromboflebite e flebite, 
hipertireoidismo descompensado, síndrome do seio carotídeo, tuberculose 
e linfagite aguda. As contraindicações relativas incluem a hipertensão arte-
rial descompensada, drenar sobre regiões com feridas abertas e diabetes 
descompensado (GUSMÃO, 2010).
A DLM pode ser iniciada de 48 a 72 horas após o procedimento cirúrgico. Em 
pós-operatório de cirurgia plástica, é feita a drenagem linfática reversa, em 
que as manobras de escoamento da linfa são dirigidas pelo trajeto linfático 
alternativo que está íntegro e não pelo clássico, em caso de essas regiões 
estarem lesionadas pelo ato cirúrgico. Por exemplo, em uma abdominoplastia 
clássica, as manobras de drenagem linfática devem ser encaminhadas para 
a região do linfonodo axilar em vez de apenas do quadrante superior para 
região axilar e do quadrante inferior para linfonodos inguinais. Isso acontece 
pois a cicatriz na região abdominal, nesse caso, impede o fluxo adequado da 
linfa para a região inguinal. É indicado utilizar a drenagem linfática reversa 
em até pelo menos 30 dias após o ato cirúrgico, pois nesse período inicia o 
rearranjo dos vasos linfáticos superficiais (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Figura 5. Drenagem linfática manual.
Fonte: Carla Castro/Shutterstock.com.
Pós-operatório8
O ultrassom terapêutico (Figura 6) é um recurso de termoeletroterapia que 
utiliza ondas sonoras por meio de um equipamento com um cabeçote com 
um cristal piezoelétrico dentro de seu interior. No pós-operatório precoce 
de cirurgias plásticas, comumente utiliza-se o ultrassom com frequência 
de 3 MHz, modo pulsado, ciclo de trabalho de 50%, frequência de trabalho 
de 100 Hz e intensidade entre 1 e 1,5 W/cm². Ele é utilizado pelo seu efeito 
pró-inflamatório, acelerando o processo de redução do edema e oferecendo 
melhor nutrição tecidual (BORGES, 2010; GUIRRO; GUIRRO, 2004). O tempo 
de aplicação do ultrassom deve ser calculado conforme o tamanho da área 
que vai receber o tratamento. O tempo é igual à área de tratamento dividida 
pela ERA (área efetiva de aplicação do equipamento). Para a aplicação do 
ultrassom com contato direto na região a ser tratada, utiliza-se gel condutor à 
base de água, com aplicação dinâmica do transdutor (movimentos circulares, 
longitudinais ou transversais) e velocidade lenta e homogênea. Esse recurso 
é contraindicado em casos de marcapasso cardíaco, aplicação direta sobre 
região dos olhos, ouvidos, ovários e testículos, gestação, câncer, flebites, 
tromboflebites e tromboses agudas (SILVA, 1997).
Figura 6. Ultrassom terapêutico.
Fonte: Ultrassom terapêutico (2021, documento on-line).
Pós-operatório 9
As microcorrentes têm efeito de redução do edema por aumentar a 
captação do líquido intersticial para a via linfática (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
O mecanismo de captação ocorre de forma facilitada, pois as microcorrentes 
acentuam a migração das proteínas para o sistema linfático. Esse método 
pode ser aplicado por meio de eletrodos de borracha, adesivos, de prata ou 
em caneta (bastões ou cotonetes). As frequências mais usuais para a atuação 
em nível superficial, que é o caso do sistema linfático, são de 100 a 200 Hz, 
com intensidade de 80 a 100 microamperes (BORGES, 2010).
Recursos indicados para prevenção e 
tratamento das fibroses
A fibrose é caracterizada pelo acúmulo de tecido conjuntivo fibrótico nos 
órgãos ou tecidos em decorrência de um processo de reparação. É comum 
ocorrer fibrose no pós-operatório de cirurgia plástica (PIROLA; BATTISTON; 
GIUSTI, 2011). Os recursos mais utilizados para prevenção e tratamento 
das fibroses incluem massagem desfibrosante, laser, LED, radiofrequência, 
ultrassom e vacuoterapia.
A massagem desfibrosante deve ser iniciada em uma fase mais tardia 
da cicatrização, na fase de remodelamento, pois o tecido precisa estar bem 
aderido, a fim de evitar seromas. O objetivo da massagem desfibrosante é 
reorganizar as fibras de colágeno, reparando a mobilidade do tecido conjuntivo 
e reduzindo as aderências e restrições (MACEDO; OLIVEIRA, 2011).
O laser de baixa potência tem efeito importante na formação de novos 
vasos. Ele é fibrinolítico e anti-inflamatório, tendo, portanto, ação preventiva 
na fibrose. As doses variam de 1 a 3 J/cm² para efeito anti-inflamatório e de 
3 a 6 J/cm² para efeito regenerativo (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
O LED (Figura 7) apresenta comprimento de onda de 405 nm (luz azul) até 
940 nm(luz infravermelha). Ele estimula a produção de ATP e proteínas e 
os efeitos antimicrobiano e anti-inflamatório. A associação do LED verde e 
vermelho é um recurso muito indicado em casos de necroses (BORGES, 2010). 
As contraindicações do LED incluem gestantes, glaucoma, imunodeficiências, 
fotossensibilidade, fotorreatividade, uso de medicamentos via oral e tópica 
de derivados da vitamina A e câncer de pele (HTM ELETRÔNICA, 2014).
Pós-operatório10
Figura 7. LEDterapia.
Fonte: RossHelen/Shutterstock.com.
A radiofrequência (Figura 8) é caracterizada por uma onda eletromagnética 
com frequência entre 30 KHz e 300 MHz que se transforma em calor. O emprego 
da radiofrequência no pós-operatório com temperatura de 36 a 38°C tem 
efeito fibrinolítico. Esse método é indicado por seus efeitos no aumento do 
aporte de oxigênio aos tecidos e no auxílio da reorganização das fibras de 
colágeno (BORGES, 2006, 2010; PIROLA; BATTISTON; GIUSTI, 2011). Esse recurso 
é contraindicado em regiões com alterações de sensibilidade, pacientes em 
uso de marcapasso cardíaco, gestantes, infecção aguda, uso de medicamentos 
anticoagulantes, hemofílicos e implantes metálicos (SANTOS; CÂNDIDO; SILVA, 
2013). A associação da radiofrequência seguida da terapia manual é uma ótima 
alternativa no tratamento de fibroses e aderências (BORGES, 2010).
Pós-operatório 11
Figura 8. Radiofrequência.
Fonte: Ihor Bulyhin/Shutterstock.com.
O ultrassom de 3 MHz, no modo contínuo, com intensidade de 1,5 a 
1,8 W/cm², é um recurso auxiliar no tratamento das fibroses e aderências. 
Esse tratamento pode ser iniciado após a fase de proliferação, com o objetivo 
de mobilizar o tecido conjuntivo, e tem efeito tixotrópico (BORGES, 2010; 
GUIRRO; GUIRRO, 2004). O ideal, nesses casos, é a associação do ultrassom 
com recursos como a vacuoterapia e/ou a massoterapia (BORGES, 2010).
A vacuoterapia (Figura 9) utiliza pressão negativa por sucção e pode ser 
aplicada a partir da fase de remodelamento, proporcionando maior elastici-
dade aos tecidos. Deve ser realizada suavemente e com pressão mais baixa 
no pós-operatório (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A vacuoterapia é contraindicada 
para transtornos vasculares em alterações, sobre feridas abertas e derma-
tite, câncer, doenças renais, doenças cardíacas congênitas e hipertensão ou 
hipotensão descompensada (SILVA, 1997).
Pós-operatório12
Figura 9. Vacuoterapia.
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.com.
Referências
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas: dermato-funcional. 
São Paulo: Phorte, 2006.
BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas: dermato-funcional. 
2. ed. rev. e amp. São Paulo: Phorte, 2010.
DAMANTE, C. A.; MARQUES, M. M.; DE MICHELI, G. Terapia com laser em baixa intensidade 
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em: http://seer.upf.br/index.php/rfo/article/view/636/418. Acesso em: 21 set. 2021.
FÖLDI, M.; STRÖßENREUTHER, R. H. K. Princípios de drenagem linfática. 4. ed. Barueri: 
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GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, 
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GUSMÃO, C. Drenagem linfática manual: método Dr. Vodder. Rio de Janeiro: Atheneu, 2010. 
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MARTELLI, A. et al. Microcorrente no processo de cicatrização: revisão de literatura. 
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SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA (ISAPS). Pesquisa global 
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ULTRASSOM terapêutico. Disponível em: https://www.newstar.com.br/index.php/
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VASCONCELOS, M. G. Princípios de drenagem linfática. São Paulo: Érica, 2014.
WOLF, K. et al. Dermatologia de Fitzpatrick: atlas e texto. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
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Pós-operatório14

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