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PSICOLOGIA HOSPITALAR
PSICOLOGIA HOSPITALAR E A ONCOLOGIA
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Olá!
Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1- Entender os campos de atuação do psicólogo diante um paciente com câncer;
2- Ressaltar as ferramentas utilizadas pelo psicólogo para tratar o paciente com câncer;
3- Esclarecer sobre os cuidados paliativos ao paciente com câncer.
Introdução
Nesta aula, abordaremos os campos de atuação do psicólogo diante de um paciente com câncer. Falaremos sobre
os instrumentos utilizados, os aspectos emocionais no câncer. Discutiremos ainda a depressão, a ansiedade e o
comportamento suicida.
Por fim, falaremos dos cuidados paliativos.
Bons estudos!
1 Psicologia Hospitalar e a Oncologia
O câncer é, cada vez mais, uma grande preocupação para a OMS e os profissionais da saúde. Isto porque seu
índice tem aumentado em grande quantidade, assim como os óbitos, pela ausência de um diagnóstico precoce.
A população ainda é pouco consciente sobre os cuidados e exames devidos para que o câncer seja diagnosticado
e tratado.
Quando descobrem sua proporção e os efeitos desastrosos que todo o processo de tratamento acomete aquele
que o possui, os processos psicológicos são enfraquecidos, o que contribui para a depressão e baixa autoestima
frente aos cuidados ideais.
Para realizar a prática no hospital frente ao paciente com câncer, é preciso conhecer as características da doença,
de forma que o psicólogo esteja preparado para abordar o paciente e seus familiares.
2 O câncer
Segundo Rocha (2008, apud Angerami-Camon, et al. 2011, p. 81), “o câncer é definido como uma doença
genômica e surge a partir de alterações cumulativas no material genético (DNA) de células normais, que sofrem
transformações até se tornarem malignas”.
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É uma doença invasiva, que compromete o físico e emocional do paciente. Assim, não adoece somente quem está
com o câncer, mas também os familiares, que acompanham o sofrimento do outro e ainda se preocupam em
tornar este momento menos doloroso.
Observe o esquema a seguir
1) Células normais - Formam tecidos e órgãos
2) Divisão celular - Células normais crescem, se reproduzem (duplicação de DNA) e morrem
3) Célula mutada - Célula normal pode sofrer alteração no material genético (DNA)
4) Reprodução Celular - Célula mutadas pode se dividir de maneira desordenada e dar origem ao tumor
5) O Câncer - Células mutadas invadem outros tecidos e órgãos
Processos de desenvolvimento do câncer
Os processos de desenvolvimento do câncer são:
· Iniciação tumoral - Conjunto de células malignas unidas;
· Transformação;
· Invasão;
· Metástase - Quando a doença se espalha para outros órgãos, impossibilitando que o medicamento dê conta de
controlar as células malignas.
Dica:
Segundo Rocha (2008, apud Angerami-Camon, et al, 2001, p. 82):
As causas do câncer são: fatores ambientais (tabagismo, radiação, ionizante, álcool, administração de hormônios
etc), fatores endógenos (envelhecimento, obesidade, alterações hormonais, entre outros) e herança genética em
proporções variadas.
3 Conscientização sobre o câncer
As pesquisas indicam que os países em desenvolvimento têm uma maior probabilidade para o aumento do
índice do câncer em comparação aos já desenvolvidos. Isto se deve ao pouco investimento que ainda fazem na
conscientização sobre os cuidados e prevenção.
É preciso investir em palestras, propagandas, debates, enfim, em programas que tornem as informações sobre
esta doença acessíveis à população como um todo.
4 Órgãos mais afetados
Segundo o INCA (2010, apud Angerami-Camon, 2011), os órgãos mais afetados pelo câncer são:
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Fases do câncer
Segundo Angerami-Camon, et al (2011), as fases do câncer são:
· Pré-diagnóstico;
· Diagnóstico;
· Tratamento;
· Pós-tratamento;
· Progressão da doença;
· Recidiva;
· Cuidados paliativos.
Dica:
Espécies de câncer
O exame de biópsia é que identificará o tipo de câncer. Cada um desses tipos tem uma característica própria,
assim como um tratamento próprio.
As espécies de câncer são:
Leucemias - Câncer de células sanguíneas;
Linfomas - Câncer de tecido linfoide;
Carcinomas – De origem epitelial;
Sarcomas – De outras origens.
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5 Trabalho do psicólogo mediante o paciente com câncer
O psicólogo, em primeiro lugar, deve ajudar o paciente a receber esta notícia, assim como os familiares. Ele deve
esclarecer sobre as etapas que deverão ser seguidas para um tratamento de sucesso.
Após a notícia e o tratamento iniciado, é hora de acompanhar todas as outras etapas, prestando sempre suporte
emocional às angústias e conflitos que surgem durante esse período.
Os tratamentos invadem o corpo, a mente, a estética e a autoestima. Na mulher com câncer de mama, em que é
preciso a retirada dos seios, muitas vezes, a sexualidade fica perdida.
São predominantes as crenças de que não serão mais desejadas, amadas e que serão abandonadas pelo
companheiro, ou ainda que não conseguirão formar mais vínculos afetivos.
6 A importância do suporte psicológico no câncer
Portanto, é preciso o suporte para que estes pensamentos não venham a influenciar mais ainda no processo de
rejeição à doença. Assim também acontece com os homens que descobrem o câncer de próstata.
A quimioterapia, independentemente da localização do câncer, também pode causar essas inseguranças. Há
queda de cabelos, perda de peso, alteração na textura da pele, entre outras reações.
Se não houver acompanhamento psicológico adequado, é muito provável que o paciente sozinho se descontrole
emocionalmente.
7 A Medicina e a Psicologia frente ao câncer
A Medicina, obviamente, fala apenas dos tratamentos medicamentosos e cirúrgicos. Já a Psicologia tem hipóteses
sobre o poder da mente na melhora do estado de saúde. Porém, as pesquisas ainda não são precisas, de forma a
comprovar esses dados.
Para os psicólogos, a crença do paciente na cura e na recuperação facilita o processo do tratamento e o faz
alcançar os resultados positivos com maior qualidade. Aquele que não acredita e se deprime diminui o sistema
imunológico, contribuindo para a piora do seu estado de saúde.
Atenção:
Segundo Angerami-Camon (2011, p. 87), para que um serviço de Psico-Oncologia seja implantado com êxito, é
preciso atender algumas propostas, tais como:
Prover ao paciente oncológico, e aos seus familiares, todo o suporte emocional quanto lhes for necessário;
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Oferecer orientação e informação aos pacientes oncológicos, a seus familiares e à equipe de saúde;
Desenvolver projetos científicos na área da Psicologia voltados para a Oncologia;
Formar profissionais na área da Psicologia em ênfase em Oncologia.
8 Formação com ênfase em Oncologia
Esta última proposta é muito importante para ser refletida, pois muitos psicólogos que trabalham com pacientes
com câncer têm formação em Psicologia Hospitalar. Porém, não têm experiência com as situações do câncer, o
que dificulta o suporte e, consequentemente, a abordagem devida àquele que está sofrendo.
Angerami-Camon, et al (2011) narra sua experiência no Hospital de Clínicas da Unicamp, que tem a missão de
ser um hospital de referência e excelência, prestando assistência complexa e hierarquizada.
Além disso, forma e qualifica recursos humanos, produzindo conhecimento, atuando no sistema de saúde e
valorizando os princípios de humanização com racionalização de recursos e potencialização de resultados.
Ainda para Angerami-Camon (p. 89), este espaço de atendimento ao paciente com câncer deve ter como objetivo
“oferecer suporte emocional, orientação e informação aos pacientes e seus familiares, visando fortalecimento
egoico para o enfrentamento das fases do adoecimento por câncer e na questão do aconselhamento genético
familiar”.
Para que o paciente e seus familiares sejam acolhidos de maneira correta, é preciso buscar informação,
orientação, fazer encaminhamentos, fornecer esclarecimentos, ajudar o paciente a diferenciar o estigma da
realidade da doença e ajudá-lo adescobrir seus mecanismos de defesa.
Os atendimentos podem ser individuais, em grupo e aos familiares. O importante é perceber em qual desses
tipos o paciente se sente mais à vontade para falar e para lidar com seu sofrimento.
Um caso real
No Hospital das Clínicas da Unicamp, o grupo de acolhimento é constituído pelos pacientes e familiares que estão
na sala de espera aguardando pela consulta médica.
Os objetivos são orientar e informar os pacientes quanto ao funcionamento do ambulatório de Oncologia
(sistema de senhas para as consultas, orientações quanto ao agendamento de exames, informações sobre as
especialidades existentes no ambulatório além do médico).
É muito importante que o paciente e os familiares entendam a estrutura da instituição que frequentarão para o
tratamento. Assim se minimizam as inseguranças quanto ao espaço e aumenta o suporte quando achar
necessário.
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9 Orientação ao familiar em sala de espera
Atendimento pós óbito
O grupo de orientação ao familiar em sala de espera da quimioterapia tem a finalidade de orientar aquele que
acompanha o paciente quanto aos cuidados devidos fora do espaço hospitalar.
Para que isto ocorra, é preciso conhecer as dúvidas e dificuldades da pessoa responsável em cuidar.
Os encaminhamentos são realizados quando se identifica, no paciente ou no cuidador, outras necessidades que
não podem ser tratadas neste espaço de tratamento do câncer. Por exemplo: dependência química, problemas
psiquiátricos, entre outros.
No atendimento pós-óbito, uma realidade frequente nestes hospitais, foca-se a questão do luto e seus
desdobramentos emocionais.
Segundo Bowlby (1985, apud Angerami-Camon, 2011, p. 91), as quatro fases do luto são:
Fase de choque - Tem a duração de algumas horas ou semanas e pode vir acompanhada de manifestações de
desespero e raiva;
Fase do desejo e busca da pessoa perdida - Com duração de meses ou anos;
Fase de desorganização e desespero;
Fase de algum tipo de organização emocional.
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10 Aspectos emocionais do câncer
É muito comum que o paciente com câncer apresente depressão, transtorno de ansiedade e comportamento
suicida. Nessas situações, é preciso estar atento a esta evolução e proporcionar suporte, para que as condições
emocionais não venham a atrapalhar o andamento do tratamento.
Em cada uma das fases do tratamento do câncer, é possível vivenciar um conjunto de sentimentos como medo,
esperança, alívio, desespero, sofrimento, dor, desesperança, estranhamento, incerteza. Esses sentimentos são
comuns e fazem parte do processo de tratamento.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
· Revisão de todo o conteúdo aprendido na disciplina;
· Anotações sobre as principais dúvidas em relação às aulas;
· Postagem no fórum de revisão das dúvidas, para que elas possam ser compartilhadas com os colegas e
respondidas pelo professor.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Entendeu os campos de atuação do psicólogo diante um paciente com câncer;
• Aprendeu sobre as ferramentas utilizadas pelo psicólogo para tratar o paciente com câncer;
• Analisou os cuidados paliativos ao paciente com câncer.
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