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21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 1/34 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA CAPÍTULO 4 - FARMACOLOGIA DOS SISTEMAS Danielle Rachel dos Santos Carvalho 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 2/34 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 3/34 Introdução E� indiscutı́vel que a terapêutica medicamentosa é de fundamental importância para melhorar o controle e/ou tratamento das diversas doenças. Os pro�issionais da saúde, independentemente de estarem aptos ou não para a prescrição medicamentosa, devem estar seguros com relação aos conhecimentos de farmacologia, que abrangem desde indicação, usos, riscos e possı́veis efeitos colaterais dos medicamentos. Para isso, vamos iniciar os estudos desta unidade pelo sistema nervoso central (SNC) e sua organização. A partir dessas re�lexões, vamos seguir para os principais fármacos que atuam neste sistema, como os ansiolı́ticos, hipnóticos-sedativos, antidepressivos, anestésicos. Esses nomes devem parecer familiar para você, não é verdade? Isso porque esses fármacos são os mais usados no dia a dia pela população, como, por exemplo, para o alı́vio da dor. Mas você deve estar se perguntando: quais são seus mecanismos de ação? Todos agem da mesma forma? Quais são seus efeitos farmacológicos? Há uma aplicação clı́nica especı́�ica para cada um? Quais são essas aplicações? Nesta unidade, vamos conhecer ainda a farmacologia da dor e in�lamação, aprofundando os estudos sobre opioides, anti-in�lamatórios não esteroidais (AINES) e os esteroidais (AIES). Qual a diferença entre eles? Como agem? O que causam de efeitos adversos? Sabe o que mais você encontrará nesta unidade? A farmacologia do diabetes e das dislipidemias. Você será capaz de entender como eles agem no nosso organismo e, consequentemente, como geram os seus efeitos terapêuticos. Por �im, vamos estudar a classe de fármacos conhecida como antimicrobianos, que são compostos por antibióticos, antifúngicos, antiparasitários e antivirais. Vamos lá? Tenha um excelente estudo! 4.1 Sistema nervoso central (SNC) O SNC é composto de cérebro, diencéfalo, cerebelo, tronco encefálico e medula espinal. O tronco encefálico, por sua vez, é formado pelo conjunto de mesencéfalo, ponte e bulbo, que juntos conectam a medula espinal com cérebro, diencéfalo e cerebelo. O SNC é responsável por transmitir e processar os sinais recebidos do sistema nervoso periférico (SNP). Esse processamento resulta em respostas formuladas e retransmitidas à periferia, sendo responsável por funções importantes, como percepção, incluindo processamento sensorial, auditivo e visual, estado de vigı́lia, linguagem e consciência. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 4/34 Segundo Golan et al. (2014, p. 248), a organização celular do SNC pode ser considerada complexa, uma vez que “a informação não é apenas transmitida de uma área para outra; em vez disso, os neurônios centrais recebem sinais de numerosas fontes e distribuem amplamente seus próprios axônios. Ou seja, alguns neurônios fazem sinapse com outros milhares de neurônios”. Figura 1 - Organização anatômica do sistema nervoso central. Fonte: GOLAN et al., 2014, p. 242. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 5/34 4.1.1 Neurotransmissores do SNC Para que os neurônios sejam capazes de enviar as informações necessárias por todo o corpo, precisa haver uma comunicação entre eles. Mas, como você já sabe, os neurônios não estão conectados uns aos outros, é necessária que as moléculas de neurotransmissores sejam liberadas nas sinapses, após a chegada de um impulso, para que, assim, exerçam suas ações em receptores especı́�icos na membrana pós-sináptica. Os neurotransmissores podem ser classi�icados de acordo com a sua função. Clique na aba a seguir e descubra quais são eles (DELUCIA et al., 2014). Os primeiros neurotransmissores que tiveram suas funções inicialmente ligadas ao SNC foram acetilcolina e noradrenalina. Porém, depois de alguns anos, descobriu-se que outros neurotransmissores também tinham funções fundamentais nesse sistema. Con�ira quais são os neurotransmissores do SNC (RODRI�GUEZ; RODRI�GUEZ; CORREDERA, 2002; RANG et al., 2016). Aminas (dopamina, adrenalina, noradrenalina, serotonina e histamina) Aminoácidos (glutamato, aspartato, GABA e glicina) Acetilcolina Glicina, GABA e serotonina são conhecidos por terem função primariamente inibitória, já glutamato, aspartato, adrenalina e noradrenalina por terem função primariamente excitatória. Acetilcolina e dopamina podem tanto desempenhar função inibitória quanto excitatória, dependendo do tipo de receptor ao qual se ligarão. De acordo com DeLucia et al. (2014, p. 290): [...] além das famı́lias de neurotransmissores, existem outras substâncias endógenas que participam no �luxo de sinais entre os neurônios. Entre elas, destacam-se as substâncias purı́nicas (adenosina, ADP e ATP) que funcionam como moléculas sinalizadoras extracelulares. Além delas, EXCITATÓ RIO ao interagir com o receptor gera despolarização localizada, aumentando a permeabilidade ao Na e saı́da do K . Essa despolarização da membrana se propaga pelo neurônio, resultando na transmissão do impulso nervoso do neurônio pré- sináptico para o neurônio pós-sináptico. INIBITÓRI O ao interagir com o receptor gera hiperpolarização localizada, através de um aumento na permeabilidade ao Cl . Isso impede a propagação do impulso nervoso da região pré-sináptica para a pós-sináptica. MODULAT ÓRIO esse tipo de neurotransmissor também é chamado de neuromodulador. Eles são capazes de modular os efeitos dos neurotransmissores ao serem liberados simultaneamente a eles. + + – • • • 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 6/34 podem ser incluı́dos o óxido nı́trico, ácido araquidônico e citocinas. E� importante enfatizar que quando os neurotransmissores não estão funcionando da forma como deveriam, seja porque estão sendo afetados por doenças ou drogas, vários efeitos adversos podem manifestar-se. Você poderá entender mais sobre isso ao conhecer quais são as principais funções dos neurotransmissores. Clique nos itens abaixo e descubra. Acetilcolina Dopamina Serotonina neurotransmissor relacionado com aspectos cognitivos, como memória, excitação e atenção. neurotransmissor relacionado com prazer/motivação. neurotransmissor relacionado com humor, sono, emoção e ansiedade. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 7/34 Após ter um entendimento geral sobre o SNC e os seus neurotransmissores, vamos conhecer os fármacos e suas ações nesse sistema. 4.1.2 Fármacos que agem no SNC E� de fundamental importância enfatizar que os fármacos que agem no SNC apresentam relevância clı́nica no tratamento de inúmeros distúrbios psiquiátricos, como depressão, esquizofrenia, entre outros. Você quer conhecer algumas das classes de fármacosque agem no SNC? Então, clique nos itens abaixo. Ansiolıt́icos/Hipnóticos/Sedativos Noradrenalina Glutamato GABA neurotransmissor relacionado com humor, memória, sono e alimentação. neurotransmissor relacionado com aprendizado e memória. neurotransmissor relacionado com redução da ansiedade e aumento do relaxamento muscular. • • 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 8/34 Antidepressivos Anestésicos Clique nos itens abaixo e descubra mais sobre esses fármacos. (DELUCIA et al., 2014). De acordo com Rang et al. (2016, p. 1251): [...] a diferença entre um estado “patológico” e um estado “normal” de ansiedade não é clara, mas representa o ponto em que os sintomas interferem na realização de tarefas produtivas normais. Por isso, o termo “ansiedade” é aplicado a muitos distúrbios distintos, como: distúrbio de • Ansiolı́ticos Hipnóticos Sedativos são psicofármacos que aliviam seletivamente a ansiedade e os estados de tensão. são medicamentos empregados para tratar a insônia, ou seja, usados primariamente na indução do sono e/ou sua manutenção. são medicamentos capazes de diminuir a excitabilidade do SNC aos diferentes tipos de estı́mulos externos e internos do organismo. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 9/34 ansiedade generalizada, distúrbio de ansiedade social, fobias, distúrbio de pânico, distúrbio de estresse pós-traumático e distúrbio obsessivo-compulsivo. Existe uma série de fármacos que podem ser usados para tratar a ansiedade. Mas algum é mais usado para essa �inalidade? Sim, e eles são conhecidos como benzodiazepínicos. Segundo Rang et al. (2016, p. 1258), os benzodiazepı́nicos atuam seletivamente nos receptores GABA , que medeiam a transmissão sináptica inibitória através do SNC. Esses fármacos aumentam a resposta do GABA ao facilitar a abertura dos canais de cloro ativados pelo GAB. Eles se ligam especi�icamente a um ponto regulador do receptor, distinto dos pontos do GABA, e atuam alostericamente para aumentar a a�inidade do GABA pelo receptor. Ou seja, ao se ligarem aos receptores, os benzodiazepı́nicos agem como agonista, potencializando a atividade do GABA, que é um neurotransmissor inibitório do SNC. Isso faz com que os benzodiazepı́nicos sejam considerados depressores seletivos do SNC, tendo não só efeito ansiolı́tico, mas também hipnótico, anticonvulsivante e relaxante muscular. Os benzodiazepı́nicos causam alguns efeitos secundários, como sonolência, confusão, amnésia e descoordenação. Contudo, além desses já citados, vale destacar que esses fármacos também causam dependência e tolerância. A dependência está relacionada à adaptação do organismo ao uso contı́nuo do fármaco, que só irá se manifestar �isicamente (tremor, tonturas, distúrbio do sono, entre outros) quando ocorre a interrupção do fármaco. Já a tolerância ocorre após o uso repetido e contı́nuo de um fármaco, fazendo com que depois de certo perı́odo, doses cada vez maiores do fármaco precisem ser administradas para produzir o mesmo efeito. A VOCÊ QUER LER? O artigo “Transtornos de ansiedade” (2000) traz uma visão detalhada sobre o tema ansiedade. Ao ler esse artigo, você conseguirá entender melhor sobre os principais tipos de transtornos relacionados à ansiedade e aos tratamentos para cada caso. Entenda mais sobre o tema, acessando o artigo: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf (http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf). http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 10/34 Quer saber quais são os principais benzodiazepı́nicos usados como ansiolı́ticos? Veja: Lorazepam Diazepam Clordiazepóxido Flurazepam Oxazepam Temazepam Lormetazepam Triazolam Alprazolam No quadro a seguir, con�ira os principais benzodiazepı́nicos e seus principais usos clı́nicos e duração de ação. E� importante ressaltar que o uso de benzodiazepı́nicos concomitante com álcool é muito arriscado. Isso porque, ao consumir ambos, o álcool provoca o aumento da absorção dos benzodiazepı́nicos, o que aumenta o efeito depressor no SNC. • • • • • • • • • Quadro 1 - Principais benzodiazepı́nicos, usos clı́nicos e duração de ação. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em GOLAN et al., 2014; RANG et al., 2016. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 11/34 Em alguns casos, há a necessidade de reverter os efeitos dos benzodiazepı́nicos, principalmente em situações em que ocorrem a superdosagem ou para reverter a sedação em casos de anestesia. Para isso, costuma-se administrar no paciente um fármaco antagonista de benzodiazepínico. O mais conhecido é o Flumazenil, administrado apenas pela via endovenosa e com inı́cio de ação rápido (em minutos). Além dos benzodiazepı́nicos, os fármacos agonistas de receptores 5-HT também são utilizados como ansiolı́ticos. O representante dessa classe é a buspirona. Diferente dos benzodiazepı́nicos, a buspirona não tem a�inidade por receptores benzodiazepı́nicos. Na verdade, sua ação acontece devido à ligação das moléculas do fármaco a receptores de serotonina 5-HT . A buspirona se mostra e�icaz em pacientes com ansiedade fraca ou moderada. Contudo, não se mostrou bené�ica na sı́ndrome do pânico, e seus efeitos ansiolı́ticos são observados somente após uma a duas semanas de uso continuado, ou seja, apresenta inı́cio de ação longo (DELUCIA et al., 2014). Segundo Rang et al. (2016), a buspirona não causa sedação e nem perda da coordenação motora. Além disso, não foram identi�icados casos de tolerância ao fármaco. Como principais efeitos indesejados, podemos citar náusea, tontura, cefaleia e inquietação. Além dos benzodiazepı́nicos e dos fármacos agonistas de receptores 5-HT , que são usados primariamente no tratamento da ansiedade, outros grupos de fármacos também podem ser usados como ansiolı́ticos. Para conhecê-los, clique nos itens a seguir (RANG et al., 2016). VOCÊ QUER VER? No vıd́eo É seguro combinar álcool e benzodiazepínicos? (2019), disponıv́el no canal Saúde, é abordado o tema álcool versus benzodiazepıńicos. Aproveite para reforçar seus conhecimentos a respeito do tema e �icar ciente dos riscos à saúde de quem faz essa combinação. Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=Vt-pF-FTpcY (https://www.youtube.com/watch?v=Vt-pF-FTpcY). 1A 1A 1A inibidores seletivos da recaptação da serotonina (5-HT), conhecidos como ISRSs (�luoxetina, paroxetina e sertralina); e inibidores da recaptação da serotonina/norepinefrina, conhecidos como ISRSNs (venlafaxina e duloxetina). Ambos são efetivos no tratamento do distúrbio de ansiedade generalizada, fobias, distúrbio da ansiedade social e distúrbio do estresse pós-traumático. Costumam ser muito utilizados para tratar ansiedade, especialmente quando está associada à depressão. • Antidepressivos https://www.youtube.com/watch?v=Vt-pF-FTpcY 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 12/34 E agora vamos estudar mais sobre os hipnóticos e sedativos. Como já conceituado anteriormente, os fármacos hipnóticos são aqueles usadospara induzir o sono. Já os sedativos são aqueles usados para gerar um efeito tranquilizante ou calmante, reduzindo inclusive a ansiedade. Apesar de terem dois conceitos diferentes, a classe sedativo-hipnótico existe porque uma parte dos fármacos pertencentes a esse grupo pode causar tanto efeito hipnótico quanto sedativo, dependendo da dose administrada. Os hipnóticos têm a vantagem de induzir ou manter o sono, de uma maneira bem próxima ao sono natural, uma vez que ativa os mecanismos de sono do encéfalo ou gera depressão do SNC, simulando, de certa forma, os mecanismos do sono �isiológico. Quer saber quais são os principais grupos farmacológicos usados como hipnóticos e sedativos? Então, clique nos itens abaixo. Barbitúricos Benzodiazepıńicos Hipnóticos não benzodiazepıńicos alguns fármacos desse grupo apresentam propriedade ansiolı́tica, sendo utilizados no tratamento do distúrbio da ansiedade generalizada. Podem ser citados como exemplos gabapentina, pregabalina, tiagabina, valprosto e levetiracetam. alguns exemplos são olanzapina, risperidona, quetiapina e ziprasidona utilizados no distúrbio da ansiedade generalizada e distúrbio do estresse pós-traumático. um exemplo é o propranolol, usado para tratar algumas formas de ansiedade, não interferindo no componente afetivo, mas sim no componente fı́sico, como sudação, tremor, taquicardia, entre outros. • • • • • • Antiepilépticos Antipsicóticos atípicos Antagonistas β-adrenorreceptores 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 13/34 Os barbitúricos são depressores gerais do SNC, sendo que os efeitos depressores nesse sistema variam desde sedação à anestesia geral. Dessa forma, podem ser utilizados como hipnóticos, sedativos, anticonvulsivantes e anestésicos gerais. Eles agem potencializando a e�icácia do GABA ao aumentar o tempo de abertura dos canais de Cl , possibilitando, assim, um in�luxo muito maior de ı́ons Cl para cada canal ativado. Isso leva a maior hiperpolarização e à diminuição da excitabilidade neuronal por aumentar a inibição mediada por GABA via receptores GABA (GOLAN et al., 2014, p. 393). Quando administrados em altas doses, os barbitúricos podem causar depressão fatal respiratória e do SNC. Quer saber quais são os principais barbitúricos usados? Então, clique nos itens abaixo. Tiopental Pentobarbital Metoexital Fenobarbital Secobarbital Veja a seguir os principais barbitúricos, seus principais usos clı́nicos e a duração de ação. – – A • • • • • 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 14/34 Por muito tempo, os barbitúricos foram a droga de escolha para tratamento da insônia. Porém, com o surgimento dos benzodiazepı́nicos, os barbitúricos passaram a ser utilizados principalmente como anestésico geral. Com relação aos benzodiazepínicos, você já conhece seus mecanismos de ação e efeitos indesejados, uma vez que já abordamos anteriormente. Porém, só para reforçar, os benzodiazepı́nicos potencializam a ação do GABA nos receptores GABA , sendo por isso utilizados como hipnóticos. Eles costumam diminuir o tempo para o paciente adormecer e para aumentar a duração total do sono. São exemplos de fármacos lorazepam e temazepam (RANG et al., 2016). Além dos barbitúricos e benzodiazepı́nicos, Rang et al. (2016) traz outros grupos farmacológicos que podem ser utilizados para essa �inalidade. Clique nas setas a seguir para conhecê-los. Quadro 2 - Principais barbitúricos, usos clı́nicos e duração de ação. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em GOLAN et al., 2014; RANG et al., 2016. A fármacos como difenidramina e prometazina podem ser incluı́dos em inúmeras preparações para induzir o sono. Outro exemplo é a doxepina, um antidepressivo ISRSN com propriedades antagonistas dos receptores H e H de histamina que podem ser usados para tratar a insônia. Além disso, pode-se citar a prometazina por seu efeito sedativo. a melatonina e o ramelteon são agonistas nos receptores MT e MT , e�icazes em tratar a insônia em idosos e crianças autistas. • 1 2 • 1 2 • Anti-histamínicos Agonistas dos receptores da melatonina Hipnóticos não benzodiazepínicos 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 15/34 Agora que �inalizamos a classe dos ansiolı́ticos, hipnóticos e sedativos, vamos seguir os estudos com os antidepressivos. Os fármacos antidepressivos são indicados para o tratamento da depressão. A depressão é uma doença grave e está cada vez mais frequente em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS BRASIL, 2018), estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno. A depressão pode causar desde incapacidade até, no pior dos casos, levar ao suicı́dio. Existem algumas teorias sobre a depressão. Segundo Rang et al. (2016, p. 1329), a primeira delas foi a das monoaminas, que sugere a depressão ser causada por: dé�icit funcional de transmissores de monoaminas, norepinefrina e 5-hidroxitriptamina, em certos locais do cérebro. Contudo, novas teorias sugerem que a depressão também pode estar associada à neurodegeneração, à redução da neurogênese no hipocampo, a outros mediadores (hormônio liberador de corticotro�ina), nas vias de transdução de sinais, em fatores de crescimento, entre outros. Porém todas continuam imprecisas. Existem diferentes tipos de fármacos antidepressivos: Antidepressivos tricíclicos; inibidores seletivos da captura da serotonina (5-HT); zaleplon, zolpidem e zoplicona são exemplos. Apesar de serem quimicamente distintos, esses hipnóticos de ação curta agem de forma semelhante aos benzodiazepı́nicos. Contudo, faltam-lhes considerável atividade ansiolı́tica. VOCÊ QUER VER? No vıd́eo Como ajudar alguém com depressão (2019), Dráuzio Varella explica o que é a depressão e seus principais sintomas. Assista ao vıd́eo e entenda como essa doença se manifesta, como você pode identi�icar os sinais em alguém que esteja sofrendo com esse mal e como o tratamento pode ajudar. Acesse em: https://www.youtube.com/watch?v=YK70q5eys4k (https://www.youtube.com/watch?v=YK70q5eys4k). • • https://www.youtube.com/watch?v=YK70q5eys4k 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 16/34 inibidores seletivos da recaptação da noradrenalina; antagonistas do receptor da monoamina; inibidores da monoamino-oxidase (MAO). Con�ira os principais antidepressivos, seus mecanismos de ação e alguns exemplos de fármacos pertencentes a cada categoria. • • • Quadro 3 - Principais antidepressivos, mecanismos de ação, exemplos e efeitos adversos causados. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em GOLAN et al., 2014; RANG et al., 2016; DELUCIA et al., 2014. Anestésicos gerais 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 17/34 Os anestésicos intravenosos são utilizados na prática clı́nica para a indução e manutenção da anestesia. Eles atuam de maneira mais rápida, produzindo inconsciência em aproximadamente 20 segundos, assim que o fármaco chega ao cérebro a partir do local da injeção. Muito desses anestésicos não são adequados para a manutenção da anestesia, pois suaeliminação do corpo é relativamente lenta quando comparada com os agentes inalatórios (RANG et al., 2016; GOLAN et al., 2014). Quer conhecer exemplos desses fármacos? Clique nos itens abaixo. Os fármacos midazolam e diazepam, que são benzodiazepı́nicos, costumam ser usados como adjuvantes, por “produzirem efeitos adicionais, como as propriedades ansiolı́ticas e amnésicas anterógradas, que são desejáveis durante a cirurgia, mas não necessariamente proporcionados pelos anestésicos gerais” (GOLAN et al., 2014, p. 555). Eles apresentam inı́cio de ação e recuperação da anestesia mais lento que os demais citados e costumam ser utilizados como sedativo pré-operatório em procedimentos em que não há a necessidade de anestesia geral. Quando comparado aos demais, causam menor depressão cardiovascular e respiratória. Anestésicos locais são depressores reversı́veis do SNC, garantindo perda da consciência, analgesia e relaxamento. Eles podem ser intravenosos ou inalatórios. Agem aumentando a atividade dos receptores GABA , reduzindo a excitação, a partir da abertura dos canais de K e inibindo a transmissão sináptica excitatória. A + são bloqueadores reversı́veis da condução nervosa em uma área especı́�ica, sem haver perda da consciência. Elas produzem esse efeito por bloquear os canais de Na , impedindo, assim, o in�luxo de sódio para dentro das células nervosas. Com isso, não há despolarização e, então, ocorre a perda da sensibilidade. + PROPOFO L apresenta inı́cio de ação rápido (aproximadamente 30 segundos) e recuperação rápida, sendo usado tanto para indução quanto para manutenção da anestesia. Apresenta a depressão cardiovascular e respiratória como principais efeitos adversos. TIOPENTA L é um fármaco barbitúrico muito lipossolúvel, o que contribui para sua rápida velocidade de ação (aproximadamente 20 segundos). Acumula-se facilmente na gordura corporal, levando ao acúmulo no organismo e recuperação lenta. Apresenta a depressão cardiovascular e respiratória como principais efeitos adversos. ETOMIDA TO é similar ao tiopental, apresentando um inı́cio de ação rápido. Porém apresenta recuperação relativamente rápida, uma vez que é mais rapidamente metabolizado que o tiopental. Como efeitos adversos, gera efeitos excitatórios durante a indução e recuperação da anestesia, náusea e supressão das suprarrenais. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 18/34 Os anestésicos inalatórios costumam ser empregados com frequência para a manutenção da anestesia geral, principalmente devido à facilidade de administração, indução e recuperação rápida, menos efeitos adversos e baixo custo. Quer conhecer exemplos desses fármacos? Clique nos itens abaixo (RANG et al., 2016; GOLAN et al., 2014). 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 19/34 Além desses mencionados acima, também podemos destacar o óxido nitroso. Ele é um agente anestésico inalatórios que deve ser administrado concomitantemente a outro anestésico, visto que apresenta baixa potência. Uma das vantagens de seu uso é a rápida absorção, ação e recuperação, sem apresentar efeito HALOTANO ISOFLURANO DESFLURANO SEVOFLURANO apresenta tempo de indução e recuperação da anestesia considerado médio, porém tem alta potência. E� conhecido por causar hipotensão, arritmias cardı́acas e em alguns casos hepatotoxicidade e hipertermia maligna. Uma de suas vantagens é que não apresenta odor irritante, o que pode ser muito útil para o uso em crianças. apresenta tempo de indução e recuperação da anestesia considerado médio e uma de suas vantagens é a presença de poucos efeitos adversos. apresenta tempo de indução e recuperação da anestesia rápido. Porém, uma de suas principais desvantagens é o fato de seu odor irritar as vias respiratórias, podendo causar tosse ou laringospasmo. é similar ao des�lurano, porém mais potente e tem a vantagem de não causar irritação de vias aéreas com a mesma intensidade. Apresenta tempo de indução e recuperação da anestesia rápido e há poucos relatos de efeitos adversos. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 20/34 residual. Além disso, apresenta poucos efeitos adversos. Os anestésicos locais, como já falamos anteriormente, são utilizados para produzir bloqueio nervoso local. Fármacos vasoconstritores podem ser associados com anestésicos locais, a �im de prolongar o efeito anestésico. Isso porque os vasoconstritores ajudam a diminuir a passagem do anestésico do tecido subcutâneo para o vaso sanguı́neo, retardando a absorção e prolongando seu efeito. Quer conhecer exemplos desses fármacos? Clique nos itens abaixo (RANG et al., 2016). Agora podemos começar nossos estudos sobre a farmacologia da dor e da in�lamação. Vamos lá? VOCÊ SABIA? A história do uso de anestésicos foi um grande salto para a Medicina, visto que possibilitou cirurgias se tornassem um procedimento de rotina. Isso só ocorreu graças à descoberta de substâncias que inibem dores intensas, os anestésicos. Um dos primeiros a serem descobertos e utilizados foi o éter etıĺico, também conhecido como éter dietıĺico, éter sulfúrico, ou apenas éter. Quer saber mais sobre o assunto? Leia a história da descoberta da anestesia disponıv́el no link: https://super.abril.com.br/saude/anestesia/ (https://super.abril.com.br/saude/anestesia/). TETRACAÍ NA apresenta inı́cio de ação muito lento, porém longa duração. Os efeitos adversos mais comuns são os cardiovasculares, como bradicardia, diminuição do débito cardı́aco e vasodilatação. Porém, também pode causar efeitos no SNC, como agitação, tremores, entre outros. LIDOCAÍN A apresenta inı́cio de ação rápido, porém média duração. Os efeitos adversos mais comuns são os cardiovasculares, como bradicardia, diminuição do débito cardı́aco e vasodilatação. Porém, também pode causar efeitos no SNC, como agitação, tremores, entre outros. PRILOCAÍ NA apresenta inı́cio de ação e duração dos efeitos anestésicos considerado médio. Não apresenta vasodilatação como efeito adverso, mas pode causar metemoglobinemia, por isso não é usado em cirurgias obstétricas. https://super.abril.com.br/saude/anestesia/ 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 21/34 4.2 Farmacologia da dor e da inflamação Para iniciar os estudos sobre a farmacologia da dor e da in�lamação, vamos começar esclarecendo quais classes de fármacos estão envolvidos: opioides, anti-in�lamatórios não esteroidais (AINES) e corticosteroides/anti-in�lamatórios esteroidais (AIES). Segundo DeLucia et al. (2014, p. 399), a dor é de�inida, pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), como uma: experiência sensorial e emocional desagradável associada ou não a uma lesão tecidual. Ela envolve dois componentes: a nocicepção, que é transmissão da informação nociceptiva da periferia para o SNC; e a percepção. A dor pode ser �isiológica, quando ocorre um estı́mulo nocivo mecânico, térmico ou quı́mico é aplicado à pele ou tecido; patológica, quando há lesão tecidual, incluindo lesão nervosa e in�lamação; e neuropática, quandohá lesão de neurônios tanto na periferia quanto no SNC. Para saber o que são opioides, clique no quadro abaixo. Os agonistas opioides são muito efetivos sobre a dor, pois seu mecanismo de ação está associado aos receptores opioides μ, κ e δ, distribuı́dos no cérebro e na medula espinhal. Esses receptores estão, de acordo com DeLucia et al. (2014, p. 407): acoplados à proteı́na G, e agem inibindo adenilil ciclase e diminuindo a concentração intracelular de AMPc. Promovem a ativação de abertura de canais de K reti�icadores de in�luxo e inibem a abertura de canais de Ca operados por voltagem. A hiperpolarização do potencial de membrana pela maior condutância de K e a supressão da entrada de Ca é o mecanismo que pode explicar os efeitos agudos dos opioides relacionados à inibição da liberação de neurotransmissores e à transmissão da dor. Quer conhecer exemplos de fármacos opioides? Clique nos itens abaixo (RANG et al., 2016). Opioides Os opioides são fármacos analgésicos empregados para o tratamento de dores moderadas a agudas, sem a perda da consciência. O primeiro representante da classe e mais conhecido é a mor�ina, um agonista de receptores opioides. Os demais fármacos pertencentes a esse grupo podem ser naturais, semissintéticos e sintéticos. Porém, todos apresentam em comum ações semelhantes à pioneira mor�ina. + 2+ + 2+ 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 22/34 Agora vamos seguir com os AINES. Os AINES são fármacos empregados para o tratamento da in�lamação e da dor. Também podem ser chamados de inibidores da ciclo-oxigenase (COX), podendo ser seletivos ou não para as suas isoformas COX-1 e -2. A COX-1 é responsável por manter o estado �isiológico normal de muitos tecidos, já a COX-2 é responsável pelo processo in�lamatório, uma vez que é induzida quando há in�lamação. E� por esse motivo que dizemos que existem AINES seletivos e não seletivos da COX. Os AINES agem inibindo diretamente a enzima COX, diminuindo a sı́ntese das prostaglandinas e a intensidade do processo in�lamatório, o que resulta em diminuição do edema, vermelhidão e febre. Seus efeitos analgésicos são aplicados no tratamento da dor leve ou moderada, também relacionados à diminuição da sı́ntese de prostaglandinas. Os AINES seletivos da COX-2 não interferem na COX-1, ou seja, a produção de prostaglandinas na mucosa gastrointestinal não é inibida, evitando danos nesse tecido, muito comuns aos AINES não seletivos. Conheça alguns fármacos pertencentes ao grupo dos AINES: ácido acetilsalicílico (AAS); ácido mefenâmico; MORFINA é o opioide de referência, sendo muito utilizada para tratamento de dor aguda e crônica. Pode ser administrada por via oral (metabolismo de primeira passagem diminui a sua disponibilidade oral) ou via intratecal. Seus efeitos adversos são sedação, depressão respiratória, constipação, náuseas e vômitos, prurido, euforia, tolerância e dependência. DIAMORFI NA (heroína) é um pró-fármaco sendo convertido rapidamente em monoacetilmor�ina e mor�ina. Porém, atua mais rapidamente que a mor�ina, em razão da rápida penetração cerebral. E� utilizada para o tratamento de dor aguda e crônica, podendo ser administrada pela via oral e injetável. Efeitos adversos iguais aos da mor�ina. OXICODO NA fármaco semissintético utilizado para o tratamento de dor aguda e crônica. Pode ser administrada pela via oral e injetável. Efeitos adversos iguais aos da mor�ina. METADON A fármaco sintético com ações semelhantes às da mor�ina, sendo que a duração de sua ação é mais longa. Usada para dor crônica e tratamento do vı́cio em heroı́na e administrada pelas vias oral e injetável. Efeitos adversos iguais aos da mor�ina, porém causa menos euforia. FENTANIL A fármaco sintético com ações semelhantes às da mor�ina, porém com inı́cio de ação mais rápido e menos duradouro. Usado para dor aguda e anestesia e pelas vias endovenosa, epidérmica e adesivo transdérmico. Efeitos adversos iguais aos da mor�ina. CODEÍNA é um opioide natural empregada para casos de dor moderada, pois tem menos potência analgésica que a mor�ina e é administrada pela via oral. Principal efeito adverso é a constipação. Não é passı́vel de causar dependência. TRAMADO L fármaco usado como analgésico para dor pós-operatória e para dor moderada a intensa. Pode ser administrado por via oral, intramuscular ou intravenosa e causa menos efeitos adversos que a maioria dos opioides. Principais efeitos adversos são tontura e convulsão. • • 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 23/34 diclifenaco de sódio; ibuprofeno; naproxeno; piroxicam; meloxicam; indometacina; celecoxibe; etoricoxibe; Dos fármacos citados, apenas meloxicam, celecoxibe e etorixocibe são seletivos para COX-2. De acordo com Rang et al. (2016), os efeitos adversos mais comuns produzidos pelo uso dos AINES são desconforto gástrico, constipação, náuseas e vômitos, hemorragia, ulceração gástrica, reações eritematosas leves, urticária, fotossensibilidade, nefropatia, hipertensão e em alguns casos AVC e infarto do miocárdio. Os AIES também podem ser chamados de corticoides ou glicocorticoides. Eles recebem esse nome porque são hormônios similares aos corticosteroides endógenos secretados pela região cortical das glândulas suprarrenais. Os fármacos pertencentes a essa classe têm signi�icativo valor de aplicação clı́nica porque podem ser empregados como agentes anti-in�lamatórios, antirreumáticos, antialérgicos e no controle das reações autoimunes (SCHELLACK, 2014). Os AIES são responsáveis por se ligarem a receptores proteicos especı́�icos de glicocorticoides para “facilitar a sı́ntese de lipocortina, que inibe a fosfolipase A . Isso faz com que a formação do ácido araquidônico seja bloqueada, impedindo assim, a formação de prostaglandinas e leucotrienos” (SCHELLACK, 2014, p. 117). Conheça alguns fármacos pertencentes ao grupo dos AIES: hidrocortisona prednisona prednisolona dexametasona betametasona Os efeitos adversos causados pelos AIES são muitos, entre eles: dislipidemias, hipertensão arterial, úlcera gástrica, sangramento gastrintestinal, catarata, glaucoma, retenção de sódio, hiperglicemia, entre outros. • • • • • • • • 2 • • • • • 4.3 Farmacologia do diabetes e dislipidemias Para dar sequência aos estudos, vamos iniciar pela farmacologia do diabetes. Hoje sabemos que o diabetes mellitus (DM) é classi�icado em DM tipo 1, DM tipo 2, DM gestacional (DMG) e um quarto grupo, conhecido como outros tipos de DM especı́�icos, incluindo os defeitos genéticos que afetam a função da célula β. Dos quatro tipos citados, sabemos que os mais conhecidos são DM1, pelo fato do paciente obrigatoriamente necessitar de insulina exógena; e DM2, pelo fato de que a combinação de hábitos alimentares saudáveis, atividade fı́sica e medicamentos (orais e injetáveis) necessária para controlar os nı́veis de glicose no sangue. Para o tratamento do DM2 vários medicamentos estão disponı́veis no mercado. Você quer conhecer mais sobre eles? Con�ira a seguir os principais grupos de fármacos administrados, seus mecanismos de ação e alguns exemplos de antidiabéticos pertencentes a cada categoria. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html24/34 Quadro 4 - Principais antidiabéticos, mecanismos de ação, via de administração, tipos de fármacos e efeitos adversos causados. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em SBD, 2019. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 25/34 De acordo com a SBD (2019), a escolha do medicamento deve considerar alguns pontos: o estado geral, peso e idade do paciente; comorbidades presentes (complicações do diabetes ou outras); valores das glicemias de jejum e pós-prandial, bem como da HbA1c; e�icácia do medicamento; risco de hipoglicemia; possı́veis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações; custo do medicamento; e preferência do paciente. Com relação à insulina, podemos dizer que também existem vários tipos que diferem na sua duração de ação. Con�ira os diferentes tipos de insulinas disponı́veis no Brasil. (SBD, 2019) CASO Um fármaco da classe das glitazonas, chamado rosiglitazona, foi retirado do mercado no Brasil e na Europa e hoje apresenta restrição também nos Estados Unidos. Segundo a ANVISA (2010), por meio da Resolução nº 1466 de 2010, devido à alta probabilidade de ocorrência de doenças isquêmicas, como infarto do miocárdio, insu�iciência cardıáca, parada cardıáca, derrames, isquemia do miocárdio e outros distúrbios cardıácos. Dados apresentados no site da ANVISA indicam que ensaios em humanos registraram a possibilidade de aumento do colesterol LDL e triglicerıd́eos. Além disso, Nissen e Wolski (2007) realizaram um trabalho de revisão da literatura, ao todo 42 estudos foram utilizados, registrando todas as ocorrências de infarto do miocárdio e morte por causas cardiovasculares. A conclusão da pesquisa foi que o fármaco de fato está associado a riscos cardiovasculares. Outro estudo de revisão da literatura (NISSEN; WOLSKI, 2010) apresentou que foi estimado o aumento de infarto do miocárdio em 28% entre usuários de rosiglitazona. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 26/34 E� importante enfatizar que a insulina é muito conhecida por ser usada por pacientes com DM1. Porém, hoje já se sabe que em alguns casos pacientes com DM2 necessitam de insulina ou até mesmo da combinação de insulina com hipoglicemiantes orais para controle da doença, uma vez que com o passar do tempo ocorre declı́nio progressivo da função da célula β. Agora, vamos seguir com a farmacologia das dislipidemias. Para isso, primeiro vamos entender o que é dislipidemia. Dislipidemia pode ser de�inida como um distúrbio que gera a alteração dos nı́veis séricos dos lipı́deos no organismo dos indivı́duos. Esse é um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, como Quadro 5 - Tipos de insulina e tempo de ação. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em SBD, 2019. VOCÊ O CONHECE? Frederick Banting e Charles Best, pesquisadores da na Universidade de Toronto, no Canadá, descobriram a insulina, no inıćio dos anos 1920. Com a ajuda do bioquıḿico James Collip, a insulina foi puri�icada, podendo ser �inalmente usada para o tratamento bem-sucedido do diabetes. O Prêmio Nobel por esse trabalho veio em 1923. Para conhecer melhor essa história e seus personagens, assista ao vıd́eo a seguir (2019): https://www.youtube.com/watch?v=huZSU99_j7o (https://www.youtube.com/watch?v=huZSU99_j7o). https://www.youtube.com/watch?v=huZSU99_j7o 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 27/34 infarto do miocárdio, e cerebrovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC). Quando falamos que pode haver alteração dos nı́veis séricos de lipı́deos, estamos nos referindo a quatro tipos de alteração: colesterol total (CT) alto, triglicerı́deos (TG) alto, HDL-c baixo e LDL-c alto. De acordo com Rang et al. (2016, p. 686), “quanto mais alto o LDL-colesterol e mais baixo o HDL-colesterol, mais alto será o risco de cardiopatia isquêmica”. O autor ainda nos lembra que existem dois tipos de dislipidemias: a primária, que ocorre por uma combinação de dieta e genética; e a secundária, consequência de outras condições, como DM, alcoolismo, sı́ndrome nefrótica, insu�iciência renal crônica, hipotireoidismo, doença hepática e administração de fármacos. Os nı́veis de LDL-colesterol quando elevados costumam causar maior preocupação e devem ser tomadas medidas para reduzi-lo. Por isso, vamos apresentar, a seguir, os fármacos que podem ser usados nesses casos. Quadro 6 - Principais fármacos para a dislipidemia, mecanismos de ação, exemplos e efeitos adversos causados. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em RANG et al., 2016; GOLAN et al., 2014. 4.4 Farmacologia antimicrobiana 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 28/34 Você sabe o que signi�ica antimicrobiano? Antimicrobiano representa um grupo de fármacos que têm a �inalidade de eliminar micro-organismos patogênicos que invadem o organismo humano. Segundo Schellack (2014, p. 137), os antimicrobianos que “mostram um grau maior de toxicidade seletiva absoluta causam danos quase que exclusivamente aos micro-organismos. Já os que causam toxicidade seletiva relativa podem trazer danos aos pacientes”. Fazem parte dos antimicrobianos as seguintes classes farmacológicas: antibióticos ou antibacterianos, antifúngicos, antiparasitários e antivirais. Com relação aos antibacterianos, Golan et al. (2014) a�irma que dependendo do papel do alvo do fármaco na �isiologia bacteriana, esses agentes podem produzir efeitos bacteriostáticos (interferem no crescimento das bactérias, sem as matar) ou bactericidas (eliminam as bactérias, matando-as). Con�ira abaixo alguns dos principais grupos farmacológicos e seus representantes. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 29/34 Quadro 7 - Principais antibacterianos, mecanismos de ação e exemplos de fármacos. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em RANG et al., 2016; GOLAN et al, 2014; SCHELLACK, 2014. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 30/34 Vamos conhecer os antifúngicos? Esses medicamentos podem ser de uso tópico ou sistêmicos, tanto para a pro�ilaxia quanto para o tratamento. Veja a seguir alguns dos principais grupos farmacológicos e seus representantes. Agora, vamos conhecer os antiparasitários, agentes que combatem os protozoários, como aqueles responsáveis por causar amebı́ase, giardı́ase, leishmaniose, malária, entre outros; helmintos, conhecidos como nematódeos, trematódeos e cestódeos; e por �im os ectoparasitas, que causam escabiose e pediculose. Clique nos quadros a seguir e conheça mais sobre eles. Quadro 8 - Principais antifúngicos, mecanismos de ação e exemplos de fármacos. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em RANG et al., 2016; GOLAN et al, 2014; SCHELLACK, 2014. Protozoários Helmintos antimaláricos (cloroquina, quinina, me�loquina, artemisinina, primaquina, doxiciclina, tetraciclina e proguanil); metronidazol; tinidazol; pentamidina. 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html31/34 Por �im, vamos conhecer os antivirais, classe de medicamentos empregada para tratar infecções virais. De acordo com Rang et al. (2016, p. 1503), como os vı́rus sequestram muitos dos processos metabólicos da própria célula do hospedeiro, é difı́cil encontrar fármacos que sejam seletivos para o patógeno. Todavia, há algumas enzimas que são especı́�icas do vı́rus, e estas se tornaram alvos úteis para os fármacos. A maioria dos antivirais disponı́veis é efetiva apenas enquanto o vı́rus está se replicando. Clique nos quadros a seguir e conheça mais sobre alguns deles. Ectoparasitas ivermectina; piperazina; albendazol; mebendazol; tiabendazol; praziquantel. benzil benzoato; monossul�iram; permetrina. HIV (abacavir, didanosina, entricitabina, lamivudina, estavudina); Hepatite B (adefovir, entecavir, lamivudina, telbivudina, tenvo�ir). HIV (atazanavir, darunavir, lopinavir, ritonavir); Hepatite C (boceprevir, telaprevir). Citomegalovı́rus (cidofovir, foscarnete, ganciclovir); Herpes (aciclovir, fanciclovir, idoxuridina, penciclovir). • • • • Inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa Inibidores de protease Inibidores da DNApolimerase viral 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 32/34 Como esses fármacos normalmente causam muitos efeitos adversos é importante que o uso seja feito com acompanhamento médico e de pro�issionais de saúde. HIV (enfurvitida). In�luenza A (Amantadina). Hepatite B e C (interferona-α, interferona-α, peguilada). • • Conclusão Chegamos ao �inal desta unidade e você pôde conhecer como o SNC está organizado. Foi possı́vel ainda, conhecer seus neurotransmissores e algumas das principais classes farmacológicas que atuam neste sistema. Além disso, estudamos a farmacologia da dor e in�lamação, a farmacologia do diabetes e dislipidemias e os fármacos antimicrobianos. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: recordar o sistema nervoso central e seus neurotransmissores; conhecer os principais grupos de fármacos que agem no SNC; aprender sobre os fármacos ansiolíticos e suas funções; aprender sobre os fármacos sedativos-hipnóticos e suas funções; aprender sobre os fármacos antidepressivos e suas funções; aprender sobre os fármacos anestésicos e suas funções; conhecer sobre a farmacologia da dor e da inflamação; aprender sobre os fármacos antimicrobianos e suas funções. • • • • • • • • Inibidor da fusão do HIV às células hospedeiras Inibidores da desmontagem do revestimento viral e inibidores da neuraminidase Biofármacos e imunomoduladores 21/10/2023, 19:35 Terapêutica Medicamentosa https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_TERMED_20/unidade_4/ebook/index.html 33/34 Bibliografia ANVISA. Avandia® (rosiglitazona): cancelamento do registro devido ao risco cardiovascular do medicamento. Anvisa, Brası́lia, 29 set. 2010. Disponı́vel em: (https://bit.ly/3abeHZz)https://bit.ly/3abeHZz (https://bit.ly/3abeHZz). Acesso em: 19 fev. 2020. CASTILLO, A. R. G. L. et al. Transtornos de ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, n. 22, Supl II, p. 20-23, 2000. Disponı́vel em: (http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf)http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf (http://www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3791.pdf). Acesso em: 19 fev. 2020. COMO ajudar alguém com depressão | Coluna #129. 2019. 1 vı́deo (2 min 30 s). Publicado no canal Drauzio Varella. Disponı́vel em: (https://www.youtube.com/watch? v=YK70q5eys4k)https://www.youtube.com/watch?v=YK70q5eys4k (https://www.youtube.com/watch? v=YK70q5eys4k). Acesso em: 19 fev. 2020. DELUCIA, R. et al. Farmacologia integrada: uso racional de medicamentos. 5. ed. Joinville: Clube de Autores, 2014. E� SEGURO combinar álcool e benzodiazepı́nicos? 2019. 1 vı́deo (1 min 27 s). Publicado no canal Saúde. Disponı́vel em: (https://www.youtube.com/watch?v=Vt-pF-FTpcY)https://www.youtube.com/watch?v=Vt- pF-FTpcY (https://www.youtube.com/watch?v=Vt-pF-FTpcY). Acesso em: 19 fev. 2020. GOLAN, D. E. et al. Princípios de farmacologia: a base �isiopatológica da farmacoterapia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. HEYMANN, G. Anestesia. Superinteressante, São Paulo, 31 out. 2016. Disponı́vel em: (https://super.abril.com.br/saude/anestesia/)https://super.abril.com.br/saude/anestesia/ (https://super.abril.com.br/saude/anestesia/). Acesso em: 19 fev. 2020. INSULINA. 2019. 1 vı́deo (5 min 5 s). Publicado no canal Museu do Universo da Farmácia. Disponı́vel em: (https://www.youtube.com/watch?v=huZSU99_j7o)https://www.youtube.com/watch?v=huZSU99_j7o (https://www.youtube.com/watch?v=huZSU99_j7o). Acesso em: 19 fev. 2020. OPAS BRASIL. Organização Pan-Americana de Saúde. Folha Informativa – Depressão. 2018. 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E., WOLSKI, K. Effect of rosiglitazone on the risk of myocardial infarction and death from cardiovascular causes. N Engl J Med. v.356, n.24, p.2457-2471, 2007. NISSEN, S. E.; WOLSKI, K. Rosiglitazone Revisited: An Updated Meta-analysis of Risk for Myocardial Infarction and Cardiovascular Mortality. Arch Intern Med. v. 170, n. 14, p.1191-1201, 2010.
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