Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LISTA 9 Cálculo 2 (2023.2) Diferenciabilidade Plano Tangente Reta Normal Exercício 1 (Cederj, EP7–Cálculo III–2017-1. Ex: 2,3) Verifique a partir da definição se as funções a seguir são diferenciáveis na origem. a) f(x, y) = x2 + y2 b) g(x, y) = |x|+ |y| c) q(x, y) = √ |xy| d) h(x, y) = xy x2 + y2 se (x, y) ̸= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) Exercício 2 Determine se as seguintes funções são de classe C1: a) f(x, y, z) = √ x2 + y2 + z2 b) g(x, y, z) = ln(1− x− y − z) Exercício 3 (Cederj, EP8–Cálculo III–2017-1. Ex: 7) Seja f(x, y) = (x2 + y2) sin ( 1√ x2 + y2 ) , se (x, y) ̸= (0, 0) 0, se (x, y) = (0, 0) . a) Calcule ∂f ∂x (x, y) e ∂f ∂y (x, y). b) Mostre que ∂f ∂x e ∂f ∂y não são contínuas em (0, 0). c) Prove que f é diferenciável em (0, 0). d) Prove que f é diferenciável em R2. Exercício 4 (Cederj, EP9–Cálculo III–2017-1. Ex: Modificação 4.) Sabendo que f(1, 2) = 3 e que ∂f ∂x (1, 2) = 1, ∂f ∂y (1, 2) = −1, calcule o plano tangente e a reta normal ao gráfico de f no ponto (1, 2, f(1, 2)). Exercício 5 Se f(x, y) = arctan(x−2y), determine as equações do plano tangente e da reta normal ao gráfico de f no ponto (2, 1, f(2, 1)). Exercício 6 Determine a equação de um plano que seja paralelo ao plano 2z = 2x + 3y e tangente ao gráfico da função f(x, y) = 2x2 + xy. Solução do Exercício 1 a) Temos que ∂f ∂x (x, y) = 2x =⇒ ∂f ∂x (0, 0) = 0 . e ∂f ∂y (x, y) = 2y =⇒ ∂f ∂y (0, 0) = 0 . Logo, f será diferenciável em (0, 0) se lim (x,y)→(0,0) E(x, y)√ x2 + y2 = 0, com E(x, y) = f(x, y)− f(0, 0)− ∂f ∂x (0, 0) x− ∂f ∂y (0, 0) y = x2 + y2. Calculando: lim (x,y)→(0,0) E(x, y)√ x2 + y2 = lim (x,y)→(0,0) x2 + y2√ x2 + y2 = lim (x,y)→(0,0) √ x2 + y2 = 0 Portanto, f(x, y) = x2 + y2 é diferenciável em (0, 0). b) Sabemos que uma condição necessária para uma função ser diferenciável num ponto é que ela tenha derivadas parciais nesse ponto. Neste item, temos que g(x, 0) = |x|. Isso significa que não existe a derivada parcial gx(0, 0), já que a função módulo não tem derivada em zero. Portanto, g(x, y) = |x|+ |y|, não é diferenciável em (0, 0). c) Temos q(x, 0) = 0 para todo x =⇒ ∂q ∂x (x, 0) = 0 =⇒ ∂q ∂x (0, 0) = 0 q(0, y) = 0 para todo y =⇒ ∂q ∂y (0, y) = 0 =⇒ ∂q ∂y (0, 0) = 0 Logo, E(x, y) = f(x, y)− f(0, 0)− ∂f ∂x (0, 0) x− ∂f ∂y (0, 0) y = √ |xy|. Assim, temos que determinar se o seguinte limite vale 0: lim (x,y)→(0,0) E(x, y)√ x2 + y2 = lim (x,y)→(0,0) √ |xy|√ x2 + y2 . Mas note que ao longo do caminho x(t) = t; y(t) = t, temos: lim t→0 √ |t · t|√ t2 + t2 = lim t→0 |t|√ 2|t| = 1√ 2 . Portanto o limite (mesmo que exista) não será 0, e assim q(x, y) não é diferenciável em (0, 0). 2 d) Como h(x, 0) = h(0, y) = 0 para quaisquer x e y (inclusive 0), temos ∂h ∂x (0, 0) = ∂h ∂y (0, 0) = 0. Lembramos que h é diferenciável em (a, b) ∈ R2, se lim (x,y)→(a,b) E(x, y)√ (x− a)2 + (y − b)2 = 0, onde E(x, y) = h(x, y)− h(a, b)− hx(a, b)(x− a)− hy(a, b)(y − b) para cada (x, y) ∈ R. Nesse caso, pondo (a, b) = (0, 0), lim (x,y)→(0,0) E(x, y)√ (x− 0)2 + (y − 0)2 = lim (x,y)→(0,0) xy x2+y2√ x2 + y2 = lim (x,y)→(0,0) xy (x2 + y2)3/2 Vamos usar a técnica dos caminhos para ver que o limite anterior não vale 0. Notando que (t, t) → (0, 0) quando t → 0, podemos calcular o limite ao longo do caminho y = x, obtendo: lim t→0 t · t (t2 + t2)3/2 = lim t→0 t2 (2t2)3/2 = lim t→0 t2 23/2|t|3 = lim t→0 1 23/2|t| = +∞. Como esse limite não é 0, podemos concluir que a função h não é diferenciável em (0, 0). Solução do Exercício 2 a) Não. Enquanto f tem derivadas parciais contínuas fora da origem, a saber, ∂f ∂x (x, y, z) = x√ x2 + y2 + z2 ; ∂f ∂y (x, y, z) = y√ x2 + y2 + z2 ; ∂f ∂z (x, y, z) = z√ x2 + y2 + z2 , na origem as derivadas parciais não existem. De fato, basta ver que f(x, 0, 0) = |x|, cuja derivada não existe em x = 0, e portanto ∂f∂x (0, 0, 0) não existe. b) Sim, pois ela é composta de funções de classe C1. Ou, explicitamente: ∂g ∂x (x, y, z) = ∂g ∂y (x, y, z) = ∂g ∂z (x, y, z) = − 1 1− x− y − z que é uma função contínua em todos os pontos do domínio de g (note: os pontos (x, y, z) tais que x+ y + z = 1 não estão no domínio de g). Solução do Exercício 3 a) Para (x, y) ̸= (0, 0) temos: ∂f ∂x (x, y) = 2x sin ( 1√ x2 + y2 ) − x√ x2 + y2 cos ( 1√ x2 + y2 ) ∂f ∂y (x, y) = 2y sin ( 1√ x2 + y2 ) − y√ x2 + y2 cos ( 1√ x2 + y2 ) . Para (x, y) = (0, 0) temos: ∂f ∂x (0, 0) = limh→0 f(0 + h, 0)− f(0, 0) h = limh→0 h2 sin ( 1√ h2 ) − 0 h = limh→0 h sin ( 1√ h2 ) = 0 ∂f ∂y (0, 0) = limh→0 f(0, 0 + h)− f(0, 0) h = limh→0 h2 sin ( 1√ h2 ) − 0 h = limh→0 h sin ( 1√ h2 ) = 0 3 pois limh→0 h = 0 e ∣∣∣sin( 1√ h2 )∣∣∣ ≤ 1 (Teorema do Anulamento). Em suma: ∂f ∂x (x, y) = 2x sin ( 1√ x2 + y2 ) − x√ x2 + y2 cos ( 1√ x2 + y2 ) se (x, y) ̸= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) ∂f ∂y (x, y) = 2y sin ( 1√ x2 + y2 ) − y√ x2 + y2 cos ( 1√ x2 + y2 ) se (x, y) ̸= (0, 0) 0 se (x, y) = (0, 0) . b) ∂f ∂x não é contínua em (0, 0) pois lim(x,y)→(0,0) ∂f ∂x (x, y) não existe. De fato, escolhendo o caminho y = x para nos aproximarmos de (0, 0), temos lim t→0 ∂f ∂x (t, t) = lim t→0 [ 2t sin ( 1 √ 2t2 ) − t√ 2t2 cos ( 1 √ 2t2 )] = lim t→0 2t sin ( 1 √ 2t2 ) ︸ ︷︷ ︸ 0 por Anulamento − lim t→0 t √ 2|t| cos ( 1 √ 2|t| ) = − lim t→0 t √ 2|t| cos ( 1 √ 2|t| ) Tomando t → 0+, temos lim t→0+ t √ 2|t| cos ( 1 √ 2|t| ) = 1 √ 2 lim t→0+ cos ( 1 √ 2|t| ) . que não existe, pois a função cos ( 1 √ 2|t| ) oscila entre −1 e 1 arbitrariamente perto da origem. Logo, não existe lim(x,y)→(0,0) ∂f ∂x (x, y) ao longo do caminho y = x, consequentemente, não existe lim(x,y)→(0,0) ∂f ∂x (x, y), e portanto, ∂f ∂x não é contínua em (0, 0). De modo análogo, prova-se que ∂f ∂y não é contínua em (0, 0). c) Uma função f é diferenciável em (0, 0) se lim (x,y)→(0,0) E(x, y)√ x2 + y2 = 0, onde E(x, y) = f(x, y)− f(0, 0)− ∂f ∂x (0, 0) x− ∂f ∂y (0, 0) y. Em nosso exercício E(x, y) = f(x, y)− f(0, 0)− ∂f ∂x (0, 0) x− ∂f ∂y (0, 0) y = (x2 + y2) sin ( 1√ x2 + y2 ) − 0− 0 · x− 0 · y = (x2 + y2) sin ( 1√ x2 + y2 ) . Logo, lim (x,y)→(0,0) E(x, y)√ x2 + y2 = lim (x,y)→(0,0) x2 + y2√ x2 + y2 sin ( 1√ x2 + y2 ) = lim (x,y)→(0,0) √ x2 + y2 sin ( 1√ x2 + y2 ) = 0 pelo Teorema do Anulamento: √ x2 + y2 → 0 enquanto −1 ≤ sin ( 1√ x2 + y2 ) ≤ 1. Portanto, f(x, y) é diferenciável em (0, 0). 4 d) Como ∂f ∂x (x, y) e ∂f ∂y (x, y) são funções contínuas em (x, y) ̸= (0, 0), pois são soma, produto e composta de funções contínuas, segue que f(x, y) é diferenciável para todo (x, y) ̸= (0, 0). E, como provamos no item (c) que f é diferenciável em (0, 0), segue que f é diferenciável em R2. Solução do Exercício 4 A equação do plano tangente ao gráfico de z = f(x, y) no ponto (1, 2, 3) é: z − 3 = ∂f ∂x (1, 2)(x− 1) + ∂f ∂y (1, 2)(y − 2) . Agora basta substituir os valores das derivadas parciais: z − 3 = 1(x− 1)− 1(y − 2) . ou seja, a equação do plano tangente é x− y − z + 4 = 0 . Os coeficientes de x, y e z na equação do plano tangente são um vetor normal ao plano, e portanto ao gráfico de z = f(x, y). Neste caso, ele é dado por: N⃗ = (1,−1,−1) Portanto, a reta normal ao gráfico de z = f(x, y) no ponto (x0, y0, z0) pode ser parametrizada por: γ⃗(t) = (x0, y0, z0) + tN⃗ = (1, 2, 3) + t(1,−1,−1) γ⃗(t) = (1 + t, 2− t, 3− t) com t ∈ R. Solução do Exercício 5 Temos f(2, 1) = arctan 0 = 0 e ∂f ∂x (x, y) = 1 1 + (x− 2y)2 =⇒ ∂f ∂x (2, 1) = 1 ∂f ∂y (x, y) = −2 1 + (x− 2y)2 =⇒ ∂f ∂x (2, 1) = −2 Portanto a equação do plano tangente vai ser z − 0 = 1 · (x− 2)− 2 · (y − 1) z = x− 2y. Sendo o plano tangente x − 2y − z = 0, seu vetor normal vai ser N⃗ = (1,−2,−1) (que também é normal ao gráfico de f no ponto (2, 1, 0)). Portanto a reta normal vai ser: γ⃗(t) = (2, 1, 0) + t(1,−2,−1) γ⃗(t) = (2 + t, 1− 2t,−t). Solução do Exercício 6 O vetor normal ao plano 2x+ 3y − 2z = 0 é dado pelos coeficientes de x, y, z (quandoescrito nesta forma): −→n1 = (2, 3,−2). 5 Por outro lado, a normal ao plano tangente ao gráfico de f é −→n2 = ( ∂f ∂x , ∂f ∂y , −1 ) = (4x+ y, x,−1) Como os planos são paralelos, segue que existe λ ∈ R tal que −→n1 = λ−→n2 (pois as normais são paralelas). Logo: (4x+ y, x,−1) = λ(2, 3,−2). A terceira componente nos diz que λ = 12 . Da segunda componente, vem x = 3λ = 3 2 . Enfim, da primeira temos: 4x+ y = 2λ =⇒ 6 + y = 1 =⇒ y = −5. Enfim, neste ponto (x, y) = ( 3 2 ,−5 ) temos f ( 3 2 ,−5 ) = 92 − 15 2 = −3. Como sabemos que o plano desejado tem a forma 2x+ 3y − 2z = d e passa pelo ponto ( 3 2 ,−5,−3 ) , podemos calcular d rapidamente plugando o ponto na equação do plano: d = 2 · 3 2 + 3 · (−5)− 2 · (−3) = 3− 15 + 6 = −6. Enfim, a equação do plano desejado vai ser: 2x+ 3y − 2z = −6 . 6
Compartilhar