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FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL

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FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL
Gildson da Silva Ferreira ¹
RESUMO
			O nome empresarial desempenha um papel fundamental na identificação e diferenciação das empresas no mercado. Ele deve ser único e não conflitante com marcas registradas de terceiros. A escolha do nome é estratégica e reflete a identidade e objetivos da organização. Empresários individuais e empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI) são estruturas de negócios em que uma única pessoa é responsável pela empresa, com diferenças na responsabilidade patrimonial. Sociedades empresariais envolvem a união de duas ou mais pessoas e podem assumir diferentes formas, incluindo sociedades simples, sociedades em nome coletivo, sociedades em comandita simples, sociedades em comandita por ações, entre outras. Cada tipo de sociedade possui características específicas em relação à responsabilidade dos sócios e ao funcionamento. O nome empresarial e a identificação dos sócios variam de acordo com o tipo de sociedade.
Palavra-chave: Formação do nome empresarial, empresário individual, sociedades empresariais, tipos de sociedades.
INTRODUÇÃO
			O nome empresarial é um elemento crucial na formação e identificação de uma empresa. Ele desempenha um papel importante na percepção dos clientes e parceiros e deve ser escolhido com cuidado. A legislação brasileira estabelece diretrizes para a formação do nome empresarial, garantindo sua unicidade e não conflito com marcas registradas. Além disso, a escolha do nome deve refletir a natureza da empresa, seu público-alvo e seus valores.
			A formação do nome empresarial pode variar dependendo do tipo de estrutura de negócios. Empresários individuais são responsáveis por suas empresas e podem escolher abreviar o nome empresarial ou agregar o ramo de atividade. As empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI) são constituídas por uma única pessoa com responsabilidade limitada. A escolha entre empresário individual e EIRELI depende das necessidades e objetivos do empresário.
			Além disso, existem vários tipos de sociedades empresariais, incluindo sociedades simples, sociedades em nome coletivo, sociedades em comandita simples, sociedades em comandita por ações, sociedades limitadas, sociedades anônimas, sociedades cooperativas e sociedades limitadas unipessoais e pluripessoais. Cada tipo de sociedade tem características específicas em relação à responsabilidade dos sócios, ao funcionamento e à identificação no nome empresarial.
1. FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL
			A formação do nome empresarial é um passo crucial no processo de criação e registro de uma empresa. Esse nome desempenha um papel fundamental na identificação e diferenciação do negócio no mercado, e, portanto, deve ser escolhido com cuidado. Geralmente, o nome empresarial deve ser único e não conflitante com marcas registradas de terceiros, evitando assim possíveis litígios legais. Além disso, é importante considerar a natureza da empresa, seu público-alvo e os valores que deseja transmitir, pois o nome deve refletir a identidade e os objetivos da organização.
			A escolha do nome empresarial é um passo estratégico que influenciará a percepção dos clientes e parceiros, tornando-se um ativo valioso para o sucesso do negócio. Para Dilson Dória, nome empresarial é “o adotado pela pessoa física ou jurídica para o exercício do comércio e por cujo meio se identifica” (DÓRIA, 1981). 
			A formação do nome empresarial é um elemento estratégico na construção da identidade corporativa e na diferenciação no mercado, exigindo atenção cuidadosa e consideração de diversos fatores para garantir o sucesso e a legalidade do empreendimento.
2. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
O empresário individual é uma pessoa natural que não possui personalidade jurídica separada e, como tal, não pode proteger seu patrimônio pessoal das obrigações empresariais, colocando-o em risco. 
"O empresário individual só está autorizado a adotar firma, baseado, naturalmente, em seu nome civil. Poderá ou não abreviá-lo na composição do nome empresarial e poderá, se desejar, agregar o ramo de atividade a que se dedica. Desta forma podem-se elencar as seguintes alternativas para o nome empresarial de uma pessoa natural chamada Antônio Silva Pereira que se inscreva como empresário individual na Junta Comercial: “Antônio Silva Pereira”; “A. S. Pereira”; “Silva Pereira”; “S. Pereira, Livros Técnicos” etc." (COELHO, 2017)
			O Código Civil estabelece as bases legais para o empresário individual, que possui simplicidade na constituição, mas implica em responsabilidade ilimitada, ou seja, o empresário responde com seu patrimônio pessoal pelas obrigações da empresa. Essa modalidade é comum entre autônomos e profissionais liberais, mas a ausência de limitação da responsabilidade é uma desvantagem significativa, tornando o empresário individual vulnerável a riscos financeiros.
			Em suma, a constituição de uma empresa como empresário individual envolve a escolha do nome empresarial, definição do capital social, registro na Junta Comercial, obtenção do CNPJ e, possivelmente, a obtenção de inscrições estaduais e municipais. É fundamental seguir todas as etapas e cumprir as obrigações legais para garantir a regularidade e legalidade do negócio.
3. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA - EIRELI
			A empresa individual de responsabilidade limitada, abreviada como EIRELI, surgiu com o propósito de preencher uma brecha na legislação brasileira e incentivar empreendimentos realizados por indivíduos sem expor todo o seu patrimônio. Assim, foi introduzida como uma opção à pessoa física para conduzir atividades empresariais. Analisemos o artigo 980-A do Código Civil (BRASIL, 2002):
 “Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. ² ” 
			O professor Fábio Ulhoas Coelho leciona que:
“Seja em razão da necessidade de se conjugar esforços e capitais, em vista do vulto do negócio, seja por mera questão de racionalidade empresarial, os interessados em lucrar com a exploração da atividade empresarial se unem em sociedades (limitadas ou anônimas). O empresário individual, assim, embora represente, em termos absolutos, cerca da metade dos registros nas Juntas Comerciais, tem importância no universo comercial ” (COELHO, 2011, apud , )
			Esse tipo de empresário não possui sócios, sendo o único titular da empresa. A principal característica do empresário individual é a unipessoalidade, ou seja, a ausência de sócios ou acionistas.
			 "A sociedade limitada está autorizada, por lei, a girar sob firma ou denominação. Se optar por firma, poderá incluir nela o nome civil de um, alguns ou todos os sócios que a compõem, por extenso ou abreviadamente, valendo-se da partícula “e companhia” ou “& Cia.”, sempre que omitir o nome de pelo menos um deles. Mas, adotando firma ou denominação, não poderá o nome empresarial deixar de contemplar a identificação do tipo societário por meio da expressão “limitada”, por extenso ou abreviada (“Ltda.”), sob pena de responsabilização ilimitada dos administradores que fizerem uso do nome empresarial (CC, art. 1.158)." (Coelho, 2017)
			Embora alguns entendam que a EIRELI deve ser criada por uma pessoa física, já que a lei não limita à pessoa física, somente diz que será constituída por uma única pessoa, existe a possibilidade de que ela possa ser criada também por uma pessoa jurídica.
		É esperado que muitos empresários individuais optem por se tornar EIRELI para proteger seus bens pessoais e, como resultado, novos registros de empresários individuais devem diminuir nas Juntas Comerciais.
4. SOCIEDADES
			As sociedades empresariais envolvem a união de duas ou mais pessoas em um empreendimento comum. A escolha do tipo societário depende das necessidades e objetivos dos sócios. 
		“A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.042 a 1.092– reza o art. 986 do Projeto. Os artigos referidos disciplinam a sociedade em nome coletivo (art. 1.042); a sociedade em comandita simples (art. 1.048); a sociedade limitada (art. 1.055); a sociedade anônima (art. 1.088) e a sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092)." (FINKELSTEIN, 2015)
			As sociedades limitadas e sociedades anônimas são as mais comuns e amplamente utilizadas em diferentes setores da economia.
5. SOCIEDADES SIMPLES
			As sociedades simples são uma das formas de estruturas empresariais no Brasil. Sua definição está fundamentada no Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002), especialmente nos artigos 997 a 1038. São caracterizadas por serem constituídas por duas ou mais pessoas que se associam com o objetivo de exercer uma atividade econômica comum, sem a finalidade de lucro.
			“Assim, aqueles que exercem uma profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, sob a forma de sociedade, devem fazê-la por intermédio de uma sociedade simples. Tendo por escopo a produção ou circulação de bens ou serviços, é necessária a forma empresária, de acordo com um dos seguintes tipos: sociedade em nome coletivo, sociedade limitada, sociedade por ações, sociedade em comandita por ações e sociedade em comandita simples. Porém, diante da atualidade negocial e das necessidades econômicas, podemos dizer basicamente que apenas dois tipos societários sobrevivem: sociedade anônima e sociedade limitada. A primeira é regida pela Lei 6.404/1976 e a segunda pelo Código Civil. ” (FINKELSTEIN, 2015)
			A natureza jurídica das sociedades simples é de uma pessoa jurídica de direito privado, cujo funcionamento é regulado pelas disposições do Código Civil (BRASIL, 2002). Elas têm o propósito de facilitar a organização de atividades econômicas de seus membros, como profissionais liberais, e não visam necessariamente a obtenção de lucro.
5.1 REGRAS PARA ESCOLHA DO NOME EMPRESARIAL
	O nome empresarial de uma sociedade simples deve ser formado pelo nome de um ou mais sócios, com a adição da expressão "Sociedade Simples" ou a abreviação "S.S.".
	O regulamento do nome empresarial está positivado no Código Civil (BRASIL, 2002) nos artigos 1.155 a 1.168. Os termos "firma social" e "denominação social" são considerados como os nomes empresariais, que devem ser adotados para a operação da empresa, de acordo com o artigo 1.155 do CC (BRASIL,2002)
	A firma social consiste no uso do nome civil completo do empresário ou de um ou mais sócios, podendo ser abreviado para o patronímico (sobrenome dado pelo pai) dos sócios, conforme previsto nos artigos 1.156 e 1.158, § 1º do CC (BRASIL, 2002). Por exemplo: Empresário - José da Silva; Sociedade - José da Silva e Cia. ou Silva, Cavalcanti e Barros.
	A denominação social deve refletir o propósito da sociedade e pode incluir o nome de um ou mais sócios, assim como o gênero da atividade do empresário, conforme o artigo 1.156 do CC (BRASIL, 2002). Por exemplo: Empresário - José da Silva Calçados; Sociedade - Silva, Cavalcanti e Barros Cosméticos; José da Silva e Cia. Ferragens.
	É fundamental que o nome empresarial seja único e não se assemelhe a outros já existentes no mercado, conforme estabelecido no artigo 1.158, § 2º do CC (BRASIL.2002). Além disso, o nome do empresário deve ser distinto daqueles já registrados no mesmo local, e se houver coincidência, é necessário acrescentar a designação da atividade para diferenciação, de acordo com o artigo 1.163 e seu parágrafo único do CC (BRASIL, 2002).
5.2 REQUISITOS DE CONSTITUIÇÃO	
· Contrato Social: É obrigatório a elaboração de um contrato social que estabeleça as bases da sociedade, incluindo o objeto social, a forma de administração, a participação de cada sócio nos lucros e perdas, entre outros detalhes. Esse contrato deve ser levado ao registro na Junta Comercial.
· Registro: O processo de constituição de uma sociedade simples inclui o registro do contrato social na Junta Comercial do estado onde a empresa será estabelecida. Após o registro, a empresa obtém um Número de Identificação do Registro de Empresas (NIRE) e um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).
· Inscrições: Dependendo do tipo de atividade e localização da empresa, podem ser necessárias inscrições adicionais, como inscrição estadual, municipal e registro em órgãos de classe, conforme aplicável.
			É importante destacar que, nas sociedades simples, a responsabilidade dos sócios é subsidiária e restrita ao valor de suas quotas, ou seja, não há responsabilidade ilimitada, como em algumas outras estruturas empresariais. Além disso, o objeto social não deve envolver atividades típicas de sociedades empresárias, como comércio ou indústria. 
5.3 ESPÉCIES DE SOCIEDADES SIMPLES
			Dentro das sociedades simples, existem diversas espécies, como as sociedades em nome coletivo, em comandita simples e em comandita por ações. As sociedades em nome coletivo são compostas por sócios com responsabilidade ilimitada e atuam sob uma razão social. Já as sociedades em comandita simples envolvem dois tipos de sócios: comanditados (responsabilidade ilimitada) e comanditários (responsabilidade limitada). As sociedades em comandita por ações combinam elementos de sociedades em comandita e sociedades anônimas, sendo constituídas por ações negociáveis no mercado.
6. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
	As Sociedades em Nome Coletivo são um tipo de sociedade previsto na Lei nº 10.406/2002, que instituiu o Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002) e possuem características específicas que as diferenciam de outros tipos societários.
	"É um tipo societário pouquíssimo utilizado, pois exige que os sócios sejam pessoas físicas, com responsabilidade solidária e ilimitada por todas as dívidas da empresa, podendo o credor executar os bens particulares dos sócios, mesmo sem ordem judicial. Este tipo societário pode adotar a firma, não podendo utilizar nome fantasia ou denominação, composta pelo nome dos sócios, podendo ser acrescentada a expressão ‘e Cia’ ao final (exemplo: Antônio e Maria ou José, Maria e Cia). Este tipo societário é regido pelos arts. 1.039 a 1.044 do CC/2002. (BRASIL, 2002) " (FINKELSTEIN, 2015)
6.1 RESPONSABILIDADE ILIMITADA DOS SÓCIOS
	Uma característica fundamental das Sociedades em Nome Coletivo é a responsabilidade ilimitada dos sócios. Isso significa que todos os sócios respondem de forma solidária e ilimitada pelas dívidas e obrigações da empresa com seu patrimônio pessoal. Em outras palavras, os bens pessoais dos sócios podem ser usados para quitar as dívidas da sociedade.
6.1 NOME EMPRESARIAL E FORMAÇÃO DA RAZÃO SOCIAL
	O nome empresarial de uma Sociedade em Nome Coletivo deve conter o nome de pelo menos um dos sócios, seguido da expressão "e Cia." ou "e Companhia". A formação da razão social deve seguir as regras estabelecidas na legislação e no contrato social da empresa.
	A escolha do nome empresarial é importante, pois ele será o nome sob o qual a sociedade realizará seus negócios e será identificada no mercado.
6.2 NORMAS GERAIS DE FUNCIONAMENTO
	O funcionamento da Sociedade em Nome Coletivo é regulamentado pelo contrato social, que deve conter informações detalhadas sobre a divisão de lucros e prejuízos, a administração da empresa, as responsabilidades dos sócios, entre outros aspectos.
	A sociedade deve seguir as normas gerais estabelecidas no Código Civil (BRASIL, 2002), que se aplicam às sociedades em geral. Isso inclui a necessidade de manter escrituração contábil regular, cumprir as obrigações fiscais e regulatórias, entre outros requisitos legais.
7. SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
			As Sociedades em Comandita Simples são um tipo de sociedade previsto no Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002) e possuem características específicas que as diferenciam de outros tipos societários.
			“Código Civil: ‘Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de suaquota. Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários. (...). Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado” (FINKELSTEIN, 2015).
7.1 SÓCIOS COMANDITADOS E COMANDITÁRIOS
			Nas Sociedades em Comandita Simples, há a coexistência de dois tipos de sócios: os comanditados e os comanditários. Os comanditados são os sócios responsáveis pela gestão e administração da empresa e respondem solidariamente e ilimitadamente pelas obrigações sociais, ou seja, com seu patrimônio pessoal.
			"O art. 1.045 do CC/2002 estabelece que, ‘os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota’. A diferença de responsabilidade patrimonial entre um e outro sócio gera consequências na decretação de falência ou no deferimento do processamento da recuperação judicial, nos termos do art. 6.º da Lei 11.101/2005" (BUFULIN, 2014 apud FINKELSTEIN, 2015).
			Os comanditários são investidores que contribuem com capital para a sociedade, mas não têm envolvimento direto na gestão dos negócios. Sua responsabilidade está limitada ao valor de suas cotas, não respondendo com seu patrimônio pessoal pelas dívidas da sociedade.
			Não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado (Artigo 1.047 do CCB). Pode, no entanto, o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais (Artigo 1.047, § único do CCB). No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente (Artigo 1.050 do CCB).
7.2 NOME EMPRESARIAL E IDENTIFICAÇÃO DOS SÓCIOS
			O nome empresarial de uma Sociedade em Comandita Simples deve conter o nome de pelo menos um dos sócios comanditados, seguido da expressão "Comandita Simples". É possível adicionar outros elementos ao nome, desde que esteja em conformidade com a legislação.
“A sociedade em comandita simples caracteriza-se por possuir duas categorias de sócios: os comanditados, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, e os comanditários, obrigados somente até o valor de sua quota-parte” (TJDF, ApCiv 0083092--57.2007.807.0001, 1ª T. Civ., j. 10.03.2010, rel. Flávio Rostirola, DJ 29.03.2010)." (COTS, 2021)
			É importante que a identificação dos sócios comanditados conste no contrato social e seja divulgada nos registros públicos, para que terceiros possam conhecer os responsáveis pela gestão da empresa.
7.3 REGRAS DE FUNCIONAMENTO
· O funcionamento da Sociedade em Comandita Simples é estabelecido no contrato social, que deve conter informações sobre a divisão de lucros e prejuízos, a gestão da empresa, a participação dos sócios comanditados e comanditários, entre outros aspectos.
· As decisões importantes da sociedade geralmente são tomadas por maioria de votos dos sócios comanditados. Os comanditários, em regra, não têm poder de voto nas decisões administrativas.
· A sociedade deve manter escrituração contábil regular e cumprir as obrigações fiscais e regulatórias previstas na legislação.
			Legislação e doutrina desempenham um papel fundamental na compreensão e aplicação das regras relacionadas às Sociedades em Comandita Simples. Além do Código Civil (BRASIL, 2002), a doutrina jurídica fornece interpretações e análises aprofundadas, enquanto a legislação estabelece o quadro legal geral para o funcionamento dessas sociedades. Consultar autores e especialistas em direito empresarial e societário é importante para orientação e esclarecimento de dúvidas específicas relacionadas a esse tipo de sociedade.
8. SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
		A Sociedade em Comandita por Ações é um tipo de sociedade anônima, regulamentada pelo Código Civil Brasileiro e pela Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76). Ela possui características específicas que a diferenciam de outros tipos de sociedade. 
		De acordo com o artigo 1.090 do Código Civil (BRASIL, 2002), a sociedade em comandita por ações se distingue pela divisão de seu capital em ações. Isso significa que a estrutura de capital dessa sociedade se assemelha à de uma sociedade anônima. No entanto, a legislação permite modificações específicas para esse tipo de sociedade, preservando sua singularidade. Além disso, a sociedade em comandita por ações opera sob firma ou denominação.
	O nome empresarial da Sociedade em Comandita por Ações deve ser composto, necessariamente, pelo nome de um ou mais comanditados, seguido da expressão "Comandita por Ações" ou "Sociedade em Comandita por Ações". É possível também adicionar outros elementos ao nome, desde que estejam em conformidade com a legislação.
	A estrutura da razão social da Sociedade em Comandita por Ações é definida no contrato social, podendo incluir, além do nome empresarial, informações sobre o objeto social, a sede da empresa e outros elementos pertinentes.
8.1 RESPONSABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO
		O artigo 1.091 estabelece que somente o acionista tem a qualidade necessária para administrar a sociedade, agindo na função de diretor. Um aspecto crucial dessa característica é que o diretor assume responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações da sociedade. Isso significa que, em caso de dívidas ou obrigações não cumpridas pela sociedade, o diretor responde com seu patrimônio pessoal. Se houver mais de um diretor, eles compartilham responsabilidade solidariamente, após a exaustão dos bens sociais.
		A nomeação dos diretores ocorre no ato de constituição da sociedade, sem uma limitação de tempo específica. No entanto, destituição só pode ocorrer mediante deliberação dos acionistas detentores de pelo menos dois terços do capital social. Além disso, a legislação estabelece que um diretor destituído ou exonerado continua sendo responsável pelas obrigações sociais contraídas durante sua administração, por um período de dois anos.
8.2 LIMITAÇÕES A ASSEMBLEIA GERAL
		O artigo 1.092 do Código Civil (BRASIL, 2002) define que a Assembleia Geral não tem autonomia para efetuar determinadas mudanças na sociedade sem o consentimento dos diretores. Isso inclui a impossibilidade de alterar o objeto essencial da sociedade, prorrogar seu prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures ou partes beneficiárias. Essas restrições buscam garantir a estabilidade e segurança da sociedade, pois tais mudanças importantes somente podem ocorrer com a concordância dos diretores, que possuem responsabilidades substanciais na administração da sociedade.
8.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS E CAPITAL SOCIAL
	Uma característica principal da Sociedade em Comandita por Ações é a coexistência de dois tipos de sócios: os comanditados e os comanditários. Os comanditados são os que respondem solidariamente e ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto os comanditários têm responsabilidade limitada ao valor das ações que subscreveram. Isso cria uma estrutura de capital que combina capitais fixos (comanditários) e variáveis (comanditados).
	O capital social é representado por ações, que podem ser ordinárias ou preferenciais, conforme previsto no estatuto social. A assembleia de acionistas é o órgão responsável por aprovar alterações no capital social, emissão de novas ações e outros assuntos relacionados ao capital.
9. SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
			As sociedades em cota de participação são um tipo especial de sociedade em que um sócio participa dos resultados, sem ter responsabilidade ilimitada. Elas são utilizadas em setores como o agronegócio, permitindo que um produtor rural participe dos lucros de uma empresa sem se tornar responsável por suas dívidas.
			As sociedades em conta de participação(SCP) são uma forma de organização empresarial prevista na legislação brasileira, mas com características peculiares. Elas são regidas pelos artigos 285 a 311 do Código Civil (BRASIL, 2002) e diferem de outros tipos societários, como as sociedades limitadas ou as sociedades anônimas, principalmente por sua ausência de personalidade jurídica.
9.1 AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA
			"Ao contrário da sociedade em comandita, essa sociedade não tem seus atos constitutivos arquivados na Junta Comercial nem em qualquer outro órgão público de registro; se os tiver, o fato é irrelevante, pois somente produz efeito entre os sócios (CC art. 993). É uma sociedade que só existe entre os sócios e não aparece perante terceiros. Certamente não foi por outra razão que, como visto, o Código Comercial denominou-a, também, de anônima; e, por poder ser criada para uma única operação mercantil, sem exercer qualquer outra atividade, chamou-a, ainda, de momentânea ou acidental (art. 325), conquanto pudesse ser criada para a realização de negócios em caráter permanente. O Código Civil não repetiu ditas designações e, na consideração de não existir a sociedade perante terceiros, trata-a como espécie de sociedade não personificada (arts. 991 a 996)" (NETO, 2018).
			A principal característica das sociedades em cota de participação é a ausência de personalidade jurídica. Isso significa que uma SCP não é uma entidade legal separada de seus sócios. Em vez disso, a SCP é uma espécie de contrato mediante o qual uma pessoa (física ou jurídica) participa dos resultados econômicos de uma empresa sem se tornar formalmente um sócio da empresa.
			Os sócios das SCPs são denominados "cotistas". Eles não têm responsabilidade ilimitada pelas dívidas da empresa, como em uma sociedade comum, mas, ao mesmo tempo, não possuem a mesma proteção de patrimônio pessoal oferecida por outros tipos societários, como as sociedades limitadas.
9.2 CARACTERISTICAS 
	A sociedade em conta de participação (SCP) é um tipo peculiar de parceria empresarial regulamentado pelo Código Civil, e suas características específicas são fundamentais para compreender sua natureza e funcionamento. Vamos analisar essas características em detalhes:
· Forma de Constituição: A SCP não está sujeita a formas especiais de celebração. A legislação admite que essa sociedade possa ser constituída até verbalmente, sendo sua existência comprovada por diversos meios legais, conforme estabelecido no artigo 992 do Código Civil. Isso confere flexibilidade à sua criação e operação.
· Nome Empresarial: A SCP não possui um nome empresarial próprio, como firma, razão ou denominação social. Quem atua e assina operações em nome da SCP é exclusivamente o sócio ostensivo, ou seja, aquele que representa a sociedade perante terceiros. A ausência de nome empresarial distinto é uma das peculiaridades dessa sociedade.
· Ausência de Relações com Terceiros: A SCP não mantém relações diretas com terceiros, pois a interação se dá através do sócio ostensivo. Isso significa que apenas o sócio ostensivo interage com fornecedores, clientes e outros parceiros comerciais, enquanto os sócios participantes permanecem em uma posição menos visível.
· Falta de Personalidade Jurídica: A SCP não possui personalidade jurídica própria. Isso significa que ela não é considerada uma entidade jurídica distinta dos sócios, como ocorre em sociedades empresariais tradicionais.
· Inexistência de Patrimônio Próprio: A SCP não possui patrimônio próprio, uma vez que o patrimônio especial formado pelos aportes dos sócios tem efeitos apenas entre eles. Terceiros, incluindo credores, não têm conhecimento nem direitos sobre esse patrimônio especial.
· Sede e Localização: A SCP não possui sede social própria nem localização que a identifique. O negócio ou sua atividade é centralizado na sede ou no endereço do sócio ostensivo, já que ele é o responsável pelas operações comerciais em nome da sociedade.
· Liquidação por Prestação de Contas: A liquidação da SCP ocorre mediante a prestação de contas realizada pelo sócio ostensivo aos demais participantes. Essa prestação de contas é uma prática comum para encerrar as atividades da sociedade e distribuir os resultados entre os sócios.
· Falência e Capacidade Legal: A SCP não se sujeita à falência, pois não possui personalidade jurídica. Além disso, não possui capacidade legal para agir judicial ou extrajudicialmente, diferentemente das sociedades com personalidade jurídica, que podem representar-se perante autoridades e tribunais.
	Essas características únicas tornam a sociedade em conta de participação uma opção flexível para parcerias empresariais, permitindo que os sócios adaptem seu funcionamento de acordo com as necessidades do negócio. É importante que os envolvidos compreendam esses aspectos para garantir uma operação de SCP em conformidade com a legislação aplicável.
10. SOCIEDADES LIMITADAS
		As sociedades limitadas são uma das formas mais comuns de sociedades empresariais no Brasil. Nesse modelo, a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas quotas, o que significa que o patrimônio pessoal dos sócios não está em risco. Essa modalidade proporciona uma proteção financeira maior em comparação com o empresário individual ou sociedades simples com responsabilidade ilimitada.	
		"Destaque-se que cada tipo societário possui vantagens próprias. A associação possui vantagens fiscais. A sociedade empresária limitada possui estrutura simples e flexível, custos de manutenção mais baixos e inaplicabilidade de algumas formalidades legais, que são obrigatórias às sociedades anônimas, como a publicação dos atos constitutivos e de atas de assembleias. Já a sociedade anônima caracteriza-se como um bom veículo de investimento, pois com menos formalidades para admitir o ingresso e egresso de investidores, torna-se interessante para a entrada e saída rápida e descomplicada de investidores." (FINKELSTEIN, 2015)
		As sociedades limitadas, regulamentadas pelo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), são uma das formas mais comuns e populares de organização empresarial no Brasil. Uma sociedade limitada é caracterizada por sua flexibilidade e pela separação entre o patrimônio pessoal dos sócios e o patrimônio da empresa.
10.1 RESPONSABILIDADE LIMITADA DOS SÓCIOS
			Uma das principais características das sociedades limitadas é a responsabilidade limitada dos sócios. Isso significa que, em regra, os sócios não respondem com seu patrimônio pessoal pelas dívidas e obrigações da empresa. A responsabilidade está limitada ao valor das quotas de capital social que cada sócio possui. Isso oferece proteção aos bens pessoais dos sócios em caso de insolvência da empresa.
			Essa proteção é definida no artigo 1052 do Código Civil:
Art. 1052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
			A solidariedade mencionada no artigo refere-se à integralização do capital social. Significa que todos os sócios são responsáveis por garantir que o capital social seja integralizado conforme o estabelecido no contrato social da empresa.
10.2 USO DA EXPRESSÃO "LTDA."
			Outra característica importante é o uso da abreviação "Ltda." no nome empresarial da sociedade limitada. Essa expressão é obrigatória, indicando o tipo societário e a limitação da responsabilidade dos sócios. O artigo 1.158 do Código Civil (BRASIL, 2002) dispõe:
 "Art. 1.158. Poderá a sociedade limitada adotar firma ou a denominação, integradas pela palavra final ”limitada” ou sua abreviatura. ”
			Essa abreviação é um indicativo de que se trata de uma sociedade limitada, o que ajuda a identificar o tipo societário.
10.3 REGRAS PARA CONSTITUIÇÃO E OPERAÇÃO
			Para a constituição e operação de uma sociedade limitada, os sócios devem elaborar um contrato social. O contrato social é um documento que estabelece as regras, os direitos e as obrigações dos sócios, bem como as disposições sobre a gestão e operação da empresa. O contratosocial deve ser arquivado na Junta Comercial, como exigido pelo artigo 997 do Código Civil (BRASIL, 2002).
			As regras para a constituição e operação de uma sociedade limitada são relativamente flexíveis, permitindo que os sócios adaptem a estrutura da empresa de acordo com suas necessidades. A legislação fornece liberdade para definir o capital social, a estrutura de gestão, a divisão de lucros, entre outros aspectos.
			As sociedades limitadas são uma opção atraente para empreendedores e empresas de médio porte devido à proteção de patrimônio pessoal que oferecem e à sua flexibilidade operacional. Seu uso é amplamente difundido no Brasil. Além das regras legais, é importante observar as diretrizes estabelecidas no contrato social, que podem variar de uma sociedade para outra. Portanto, é essencial contar com orientação jurídica adequada durante o processo de constituição e operação de uma sociedade limitada.
11. SOCIEDADES ANÔNIMAS
			As sociedades anônimas são empresas de capital aberto ou fechado, cujo capital social é dividido em ações negociáveis no mercado de valores mobiliários. São regulamentadas pela Lei das S/A (Lei nº 6.404/1976) e têm regras específicas de funcionamento e governança. As sociedades anônimas possibilitam a captação de recursos no mercado de capitais e são comuns em empresas de grande porte e multinacionais.
			"Conceito que é reforçado pelo Código Civil brasileiro, em seu art. 1.088: ‘Na sociedade anônima ou na companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever o adquirir’." (FINKELSTEIN, 2015)
			As sociedades anônimas são uma forma de organização empresarial que se caracteriza pela captação de recursos por meio da emissão de ações. Essas ações representam frações do capital social da empresa e podem ser adquiridas por investidores, tornando-os acionistas da sociedade. As sociedades anônimas são regulamentadas no Brasil pela Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1973), também conhecida como "Lei das S.A.".
11.1 ESTRUTURA DE CAPITAL ABERTO E FECHADO
			As sociedades anônimas podem adotar duas estruturas diferentes em relação à negociação de suas ações, as de capital aberto e de capital fechado, como dispõe o art. 4ª da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (BRASIL,2076):
“Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”
· Capital Aberto: Quando a empresa opta por ter capital aberto, significa que suas ações são negociadas em bolsas de valores. Isso permite que qualquer investidor, seja ele pessoa física ou jurídica, compre e venda ações da empresa no mercado secundário.
· Capital Fechado: Nas sociedades com capital fechado, as ações não são negociadas em bolsas de valores, e a transferência de ações ocorre de maneira mais restrita. Normalmente, essas empresas têm um número limitado de acionistas e mantêm suas ações entre um grupo seleto de investidores.
11.2 UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO "S.A."
			Para indicar que uma empresa é uma sociedade anônima, ela deve incluir a expressão "S.A." (Sociedade Anônima) no seu nome empresarial, como disposto no Art. 3º da Lei das Sociedades Anônimas (BRASIL, 1973). “A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente, mas vedada a utilização da primeira ao final”. 
			Essa é uma exigência legal e identifica o tipo societário da empresa. A não inclusão dessa expressão pode resultar em penalidades ou na perda do status de sociedade anônima.
11.3 REGRAS PARA EMISSÃO E NEGOCIAÇÃO DE AÇÕES
			A Lei das S.A. estabelece um conjunto de regras e procedimentos para a emissão e negociação de ações. Alguns dos principais aspectos incluem:
· Emissão de Ações: As sociedades anônimas podem emitir diferentes classes de ações, como ações ordinárias e preferenciais. Cada classe pode ter direitos e vantagens distintos, o que permite às empresas adaptar sua estrutura de capital de acordo com as necessidades e objetivos.
· Negociação de Ações: As ações de empresas de capital aberto são negociadas em bolsas de valores, e os investidores podem comprar e vender essas ações no mercado secundário. Esse processo é regulamentado e fiscalizado pelas autoridades financeiras e pela bolsa de valores.
· Divulgação de Informações: As empresas de capital aberto são obrigadas a fornecer informações financeiras e gerenciais regularmente, permitindo que os investidores tomem decisões informadas. Isso inclui a divulgação de balanços, demonstrações de resultados, eventos relevantes e outros documentos.
· Assembleias de Acionistas: As sociedades anônimas devem realizar assembleias de acionistas, onde os acionistas têm direito a voto e podem influenciar decisões importantes da empresa.
· Proteção aos Acionistas Minoritários: A Lei das S.A. estabelece medidas para proteger os direitos dos acionistas minoritários, garantindo que suas vozes sejam ouvidas em questões importantes da empresa.
			As sociedades anônimas desempenham um papel fundamental nos mercados financeiros e na captação de recursos para o crescimento e desenvolvimento de empresas. Elas oferecem oportunidades de investimento para o público em geral e são regulamentadas de forma a proteger os interesses dos acionistas e garantir a transparência das operações.
12. SOCIEDADES COOPERATIVAS
		As cooperativas são organizações baseadas em princípios de cooperação, solidariedade e participação democrática. Elas oferecem aos membros, chamados cooperados, a oportunidade de atender às suas necessidades comuns. As cooperativas podem atuar em diversos setores, como agrícola, crédito, saúde, consumo, entre outros. 		No Brasil, a Lei nº 5.764/1971 (BRASIL, 1971) regulamenta a constituição e o funcionamento das cooperativas. Essas organizações proporcionam uma alternativa econômica que visa ao bem-estar de seus membros e à distribuição equitativa dos resultados, com foco na melhoria das condições de vida e de trabalho.
12.1 NATUREZA COOPERATIVA E OBJETIVOS COMUNS
		A natureza cooperativa das sociedades cooperativas é uma de suas características mais essenciais. Essas organizações são formadas por pessoas físicas ou jurídicas que se unem com interesses e objetivos comuns, visando suprir suas necessidades econômicas, sociais e culturais por meio da cooperação mútua. Isso significa que as cooperativas não têm finalidades meramente lucrativas, mas sim buscam o bem-estar e a satisfação das demandas de seus membros.
	Segundo as disposições do Código Civil em seu Art. 982:
 “Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. ”
		Diante o exposto, independentemente do tamanho ou do nível de organização dos fatores de produção, as cooperativas são sempre classificadas como sociedades simples. 
		As cooperativas geralmente operam em setores variados, como agricultura, crédito, saúde, educação, consumo, entre outros, e têm como princípio a distribuição dos resultados entre os associados de forma equitativa, com base na participação de cada um nas atividades da cooperativa.
12.2 UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO "COOPERATIVA”
		Todas as cooperativas devem incluir a palavra "Cooperativa" em seu nome empresarial, conforme o Art. 5° da Lei 5.764/1971, caput, “As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer gênero de serviço, operação ou atividade, assegurando-se lhes o direito exclusivo e exigindo-se lhes a obrigação do uso da expressão "cooperativa" em sua denominação” (BRASIL, 1971). Essa expressão, seguida da atividade ou do setor em que a cooperativa atua, é obrigatória para identificar o caráter cooperativo da organização. Isso é importante para dar transparência e informaçãoao público sobre a natureza e finalidades da entidade.
12.3 REGRAS PARA ORGANIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO
		As regras para organização e participação nas cooperativas são detalhadas no art. 4º da Lei nº 5.764/1971 (BRASIL, 1971). As principais características e diretrizes incluem:
· Associados: As cooperativas devem ser compostas por um mínimo de vinte pessoas físicas ou jurídicas. Os associados têm direitos e deveres definidos no estatuto da cooperativa.
· Capital Social: O capital social das cooperativas é formado pelas contribuições dos associados, que detêm quotas-partes. Esse capital é móvel, ou seja, não pode ser objeto de negociação fora da sociedade cooperativa.
· Princípio da Adesão Voluntária e Livre: A adesão a uma cooperativa deve ser voluntária e não pode ser imposta aos associados.
· Princípio da Gestão Democrática: As cooperativas são administradas de forma democrática, com a participação ativa dos associados nas decisões. Cada associado tem direito a um voto, independentemente da quantidade de quotas que detém.
· Princípio da Participação Econômica dos Associados: Os resultados financeiros da cooperativa são distribuídos de acordo com a participação de cada associado nas operações da cooperativa.
13. SOCIEDADES LIMITADAS UNIPESSOAIS E PLURIPESSOAIS
			As sociedades limitadas unipessoais são uma modalidade de sociedade empresarial na qual uma única pessoa, o sócio único, detém todo o capital social. No Brasil, essa forma de organização foi criada pela Lei nº 13.874 /2019, que instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica, estabelecendo garantias de livre mercado e alterando vários dispositivos legais, dentre eles o Código Civil, cujo art. 421 passou a prever que a liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Ela permite que o empreendedor forme uma empresa com responsabilidade limitada, similar à das sociedades limitadas tradicionais, mas sem a necessidade de ter sócios. Isso proporciona uma proteção maior ao patrimônio pessoal do empresário individual.
			As sociedades limitadas pluripessoais, por outro lado, envolvem dois ou mais sócios, compartilhando o capital social e as responsabilidades. Essa forma é mais comum e amplamente utilizada no Brasil, devido à sua flexibilidade na estruturação dos acordos entre os sócios. A responsabilidade é limitada ao valor das quotas de cada sócio, o que protege o patrimônio pessoal dos participantes. As sociedades limitadas são regulamentadas pelo Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002), especialmente nos artigos 1.052 a 1.087.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
			A escolha e formação do nome empresarial são passos estratégicos na criação de uma empresa. O nome deve refletir a identidade e objetivos da organização, evitando conflitos com marcas registradas e garantindo sua unicidade. Empresários individuais e empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI) oferecem opções para empreendedores com diferentes níveis de responsabilidade patrimonial.
			As sociedades empresariais são uma forma comum de organização de empresas, e a legislação brasileira define diversos tipos, cada um com características específicas. A escolha do tipo societário dependerá das necessidades e objetivos dos sócios, considerando fatores como responsabilidade patrimonial, estrutura de decisão e forma de identificação no nome empresarial.
			Em síntese, a formação do nome empresarial e a escolha do tipo de estrutura de negócios são decisões cruciais para o sucesso de uma empresa no Brasil. É importante que os empreendedores estejam cientes das opções disponíveis e cumpram as diretrizes legais para garantir uma operação adequada e evitar litígios legais no futuro.
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¹ Graduando em Direito pelo Centro Universitário Processus – UniProcessus

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