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Seminario - osteoporose - Carol

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osteoporose
definição
 É um distúrbio esquelético crônico e progressivo, de origem multifatorial, que acomete principalmente os idosos 
 Caracterizado pela baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando a uma resistência óssea comprometida e aumentando a fragilidade dos ossos 
 Pode gerar alto risco de fraturas, dor, deformidades, incapacidade física e perda da qualidade de vida 
Epidemiologia:
 Prevalência no Brasil: varia de 6 a 33%
 Incidência de 50% para mulheres na 8ª década de vida e 20% para homens 
 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens terão uma fratura relacionada a osteoporose 
 Fratura de punho tem mais frequência na 5ª década, vertebrais depois da 6ª e de fêmur a partir da 7ª década 
 Mortalidade para mulher com fratura fêmur proximal é de 20% nos 3 meses após o acidente, a taxa dobra para os homens. 50% dos que sobrevivem ficam dependentes para suas atividades de vida diária 
fisiopatologia
 Desequilíbrio entre reabsorção e formação óssea, em que predomina a reabsorção
 Por formação deficiente ou atividade aumentada dos osteoclastos 
 Com o envelhecimento, tem redução do cálcio sérico, relacionada com queda da vitamina D. A redução da calcemia leva ao hiperparatireoidismo secundário. Somado aos efeitos do hipoestrogenismo e a diminuição da função osteoblástica
 A quantidade de osso formada pelos osteoblastos diminui progressivamente. Tem adelgaçamento das trabéculas, que evolui para perfuração e perda de conectividade
 Reguladores locais da remodelação óssea: Receptor ativador do fator nuclear kappa beta (RANK), RANK ligante (RANKL) e osteoprotegerina (OPG)
 A interação do RANKL com RANK induz osteoclastogênese. A OPG compete com RANKL. A regulação da atividade osteoclástica depende do equilíbrio entre RANKL e OPG
classificação
Primária: ocorre pelo processo de envelhecimento 
Tipo I: Pós-menopausa (insuficiência de estrogênio) 
 Alta reabsorção óssea por atividade osteoclástica acelerada
 Predominante em mulheres (>50 anos)
 Perda acelerada do osso trabecular
 Fraturas vertebrais 
Tipo II: Senil 
 Reabsorção óssea normal ou pouco aumentada, atividade osteoblástica diminuída, com formação óssea reduzida
 Ocorre em mulheres (>70 anos) e homens idosos
 Compromete osso cortical e trabecular
 Fraturas vertebrais e de fêmur 
Secundária: outras doenças que comprometem a massa óssea 
Endocrinopatias, fármacos, doenças genéticas, artrite reumatóide, doenças gastrointestinais, imobilização prolongada, mieloma múltiplo, câncer de mama, anemias crônicas, tratamento prolongado com heparina 
Fatores de risco
Maiores
 Sexo feminino 
 Baixa massa óssea
 Fratura prévia
 Raça asiática ou caucásica 
 Idade avançada 
 História materna de osteoporose
 Menopausa precoce não tratada (<40 anos)
 Tratamento com corticoide
 Baixo IMC (<19)
Menores
 Amenorreia, hipogonadismo
 Perda de peso após 25 anos
 Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo
 Imobilização prolongada
 Passado de dieta pobre em cálcio
 Doenças que induzem a perda de massa óssea 
Somatório de fatores de risco do passado e do presente, incluindo a genética e o estilo de vida 
Sinais e sintomas
 Geralmente é assintomático, se toma conhecimento quando ocorre uma fratura ou quando é feito a densitometria óssea 
 Principais locais de fratura: punho, vértebras e região proximal do fêmur 
 Após ocorrência da fratura, pode ocorrer: recuperação completa, aumento do risco de novas fraturas, dor crônica, comprometimento funcional, sintomas psicológicos, aumento da mortalidade 
Instrumento de avaliação de risco para fratura (FRAX):
 Estima a probabilidade de fratura de quadril ou fratura combinada em 10 anos (quadril, vértebra, úmero ou punho) para uma pessoa não tratada, através dos fatores de risco 
 Se baixo ou médio risco para fratura: medir a densidade mineral óssea (DMO) e recomendar mudança estilo de vida 
 Alto risco: intervenção farmacológica sem a medida da DMO
Diagnóstico 
 Exames laboratoriais:
 Estabelecer a presença de fatores secundários determinantes da perda de massa óssea
Hemograma, VHS, cálcio sérico, fósforo sérico, proteína total, albumina, enzimas hepáticas, creatinina, eletrólitos, glicemia de jejum, dosagem de cálcio na urina de 24h, vitamina D 
Biomarcadores ósseos:
 São produtos da degradação do osso, liberados para a circulação ou urina, derivados de atividade osteoblástica e/ou osteoclástica, durante a formação e reabsorção óssea 
 Podem determinar o risco de fratura e a resposta terapêutica 
 Altos níveis de biomarcadores de reabsorção: maior risco de fraturas. Baixos níveis: redução do risco 
Formação: fosfatase alcalina total e específica de osso, osteocalcina, pró-peptídeo do colágeno tipo I, pró-peptídeo C-terminal e N-terminal
Reabsorção: hidroxiprolina urinária, fosfatase ácida resistente a tartarato, hidroxiprolina glicosilada urinária, NTX, CTX, piridinolinas 
Densitometria óssea: 
 Estabelece o diagnóstico, nível de gravidade, o risco de fraturas e monitora tratamento 
 Mensura a densidade mineral óssea (DMO)
 Avalia coluna lombar, fêmur proximal e/ou antebraço 
 Indicações: Mulher ≥ 65 anos, homem ≥ 70 anos, >50 com fatores de risco para fratura
 OP tipo I: monitoramento anual. Tipo II: intervalo de até 2 ano 
 Z-score: valor percentual relativo a uma curva ajustada para a idade, sexo, raça e peso (alerta para causa secundária, não define risco de fratura)
 T-score: valor percentual relativo a uma curva de jovens entre 20 e 40 anos de idade
RX: 
 Para avaliar fraturas
 Só mostra alteração da osteoporose quando a perda de massa óssea atingir 30%
Tratamento 
Medidas preventivas:
 Nutrição adequada (com aporte proteico), exercício físico (com carga e contra a resistência, como a marcha e musculação leve), evitar alcoolismo e tabagismo, controle do ambiente para evitar quedas 
 Cálcio: 1500mg para mulheres após menopausa sem terapia estrogênica, 1000mg para homens e mulheres em terapia estrogênica, diariamente, aumentar para 1500mg após 65 anos 
 Reposição de vitamina D 
Farmacológico: diminuir risco de queda e aumentar massa óssea 
 Bifosfonatos (1ª opção): antirreabsortivos. Alendronato, risedronato, ibandronato 
 Terapia hormonal (estrógeno): antirreabsortivo ósseo, atua também nos sintomas do climatério
 SERM (moduladores seletivos dos receptores de estrogênio): raloxifeno
 Calcitonina: inibe reabsorção óssea 
 Teripartida: osteoformador 
Referências 
Tratado de Geriatria e Gerontologia, 4ª edição, 2016
Geriatria - Guia Prático, 2ª edição, 2021

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