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DEFINIÇÃO Redução da densidade mineral óssea (DMO). Deterioração da microestrutura do tecido ósseo. Aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas. A DMO representa cerca de 70% da resistência óssea. EPIDEMIOLOGIA Atinge ambos os sexos, com predominância no sexo feminino, sem distinção de raça e sua prevalência aumenta com a idade → mulheres têm proteção até a menopausa (estrogênio é fator protetor). É uma doença silenciosa até que ocorra uma fratura, geralmente ocasionada por trauma mínimo. As fraturas têm grande importância, considerando o envelhecimento populacional progressivo com graves consequências físicas, financeiras e psicossociais, afetando o indivíduo, a família e a comunidade. As fraturas mais comuns na osteoporose são: fratura por compressão vertebral, do punho, da bacia (ramos pubianos) e da extremidade proximal do fêmur. A DMO diminui o avanço da idade, aumentando o risco de fraturas em idosos. OSTEOPOROSE PRIMÁRIA - Idiopática (juvenil ou do adulto jovem) - Tipo I: pós-menopáusica - Tipo II: senil (mais comum). OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA Decorrente de outras doenças e uso de drogas. Enterocolopatias crônicas Etilismo Gastrectomia, gastroplastia, derivação jejuno-ileal Recolhimento ao leito por períodos crônicos, imobilização ortopédica. Glicocorticóides IM ou oral por mais de 3 meses, anticonvulsivantes, agonistas da morfina, medroxiprogesterona IM (anticoncepcional). RESISTÊNCIA ÓSSEA O tamanho e a disposição dos cristais de hidroxiapatita presentes na matriz mineral determinam a rigidez óssea e o colágeno contribui para a flexibilidade óssea, O que contribui para a absorção de energia frente a um impacto. O equilíbrio entre a rigidez óssea (componente mineral) e a sua flexibilidade (permitido pelo colágeno) é fundamental para a resistência óssea. REMODELAÇÃO ÓSSEA O processo consta de retirada do osso mineralizado e sua substituição por esteróides mineralizados. O centro do processo é a ativação dos osteoclastos e dos osteoblastos. Os osteoclastos, realizam a reabsorção do osso mineralizado por acidificação e digestão proteolítica. Os osteoblastos são responsáveis pela formação e a subsequente mineralização da matriz óssea. Osteoblastos Recompõe com tecido ósseo novo. Osteoclastos Absorvem o tecido ósseo velho. No desenvolvimento da osteoporose ocorre um desequilíbrio do processo da remodelação óssea, com a reabsorção predominando sobre a formação, resultando em diminuição da massa óssea. PICO DE MASSA ÓSSEA O pico de massa óssea em homens e mulheres é atingido ao final ou logo após o término do crescimento linear do esqueleto, entre 18-30 anos. O pico de massa óssea é determinado predominantemente por fatores genéticos, com a contribuição da nutrição, estado endócrino, atividade física e saúde durante o crescimento. Após atingir o pico de massa óssea, os indivíduos iniciam uma perda que varia de 0,3% a 0,5% de sua massa óssea a cada ano. Em mulheres durante e imediatamente após a menopausa, a taxa de perda óssea se acelera devido à deficiência de estrogênio. FATORES DE RISCO Idade, fratura osteoporótica prévia, baixo peso ou baixo índice de massa corporal ou perda de peso, uso de glicocorticóides (dose > 5 mg de prednisona/dia ou equivalente por período igual ou superior a 3 meses), uso de alguns anticonvulsivantes (interferência no metabolismo da vitamina D), sedentarismo, hiperparatireoidismo primário, anorexia nervosa, gastrectomia, anemia perniciosa, hipogonadismo masculino, menopausa precoce. QUEDAS DA PRÓPRIA ALTURA Como as fraturas osteoporóticas ocorrem frequentemente em decorrência de quedas, principalmente na população idosa, é de suma importância considerar os fatores de risco para quedas. Os mais importantes são alterações do equilíbrio, alterações visuais, deficiências cognitivas, declínio funcional e uso de medicamentos psicoativos e anti-hipertensivos. DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico: - História de fratura vertebral, antebraço e fêmur - Redução da estatura (cifose torácica) - Fratura prévia, após os 50 anos de idade - História familiar de osteoporose - Tabagismo - Uso de glicocorticóides - Consumo diário de bebida alcóolica - Artrite reumatóide Exames laboratoriais: - Hormônio paratireoidiano - Metabólitos da vitamina D - Eletroforese de proteínas - Teste de função tiroidiana - Calciúria de 24 horas - Creatinina de 24 horas - VHS - Fosfatase alcalina - Dosagens séricas de cálcio - Albumina - Fósforo - Aminotransferases/transaminases Radiografia simples: - Perda do trabeculado ósseo e o afilamento da cortical óssea - Coluna, fêmur e punho (DEXA) Densitometria óssea (DEXA): - Diagnóstico é confirmado por densitometria óssea - A densitometria de dupla energia baseada em raios X (DEXA) é técnica eficaz, sendo considerada hoje como o "padrão ouro" para diagnóstico da osteoporose. DENSITOMETRIA ÓSSEA Indicações: Mulheres com idade igual ou superior a 65 anos e homens com idade igual ou superior a 70 anos, independentemente da presença de fatores de risco. Mulheres na pós-menopausa e homens com idade entre 50 e 69 anos com fatores de risco para fratura. Mulheres na perimenopausa, se houver fatores de risco específicos associados a um risco aumentado de fratura, tais como baixo peso corporal, fratura prévia por pequeno trauma ou uso de medicamento(s) de risco bem definido. Adultos que sofrerem fratura após os 50 anos. Indivíduos com anormalidades vertebrais radiológicas. Adultos com condições associadas à baixa massa óssea ou perda óssea, como artrite reumatóide ou uso de glicocorticóides na dose de 5 mg de prednisona/dia ou equivalente por período igual ou superior a 3 meses. Classificação OMS: OSTEOPOROSE X OSTEOPENIA A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a osteoporose como uma condição em que a densidade mineral óssea é igual ou inferior a 2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa óssea encontrada no adulto jovem. Osteopenia ou baixa massa óssea como uma condição em que a densidade mineral óssea encontra-se entre 1 a 2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa óssea encontrada no adulto jovem. TRATAMENTO O objetivo primário do tratamento da osteoporose é a prevenção. Devemos dar ênfase à fase de formação máxima de massa óssea, o "pico de massa óssea", que ocorre entre os 20 e os 30 anos de idade. Exercício físico. Dieta rica em cálcio. Suplementação da vitamina D. Tabagismo e alcoolismo. Prevenção de quedas. Bifosfonatos Tem alta afinidade com a hidroxiapatita (maior constituinte ósseo. Concentram-se nos sítios de osteoclastos ativos. Inibem a reabsorção óssea. Os bifosfonatos inibem a digestão do osso, estimulando os osteoclastos a sofrerem apoptose (morte celular programada) retardando a digestão óssea. Critérios para utilização dos bifosfonatos: Regimes orais: os bisfosfonatos são pobremente absorvidos pela via oral (menos de 1% da dose administrada é absorvida), e, então, devem ser ingeridos com estômago vazio. Bifosfonatos não são recomendados para pacientes que apresentem doença gastrointestinal alta ativa . Bifosfonatos devem ser descontinuados quando da ocorrência de sintomas de esofagite. Bifosfonatos devem ser ingeridos isoladamente, pela manhã em jejum com pelo menos 240 ml de água. Após a administração, o paciente não deve ser alimentar ou tomar medicamentos/suplementos por pelo menos meia hora (alendronato,risedronato) ou uma hora( ibandronato). Os pacientes devem permanecer na posição vertical (não devem deitar) após a administração da medicação para evitar refluxo. Os bifosfonatos são efetivos na prevenção de fraturas quando utilizados por 3 a 4 anos. Após esse período deve-se avaliar a validade de continuidade do uso. Vitamina D e Cálcio Carbonato de cálcio: dose de 500-2.000 mg/dia por via oral. Colecalciferol: dose de 800-1.000 UI/dia por via oral.
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