Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
O correto gerenciamento das operações de suprimento de mercadorias em nível internacional.
PROPÓSITO
Compreender a cadeia de suprimentos internacionais e como os produtos podem ser comercializados entre os diferentes países.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a necessidade das trocas comerciais entre as nações
MÓDULO 2
Distinguir o sistema de abastecimento de mercadorias em nível internacional
MÓDULO 3
Identificar os principais entraves para a operação eficiente da logística global de suprimentos
INTRODUÇÃO
O comércio internacional é desenvolvido a partir das relações comerciais mútuas entre os países e é do interesse de todas as nações. As atividades oriundas dessas relações afetam a vida da sociedade mundial; é o processo natural de globalização que surgiu a partir da Segunda Guerra Mundial.
Para garantir que as operações de comércio internacional ocorram de maneira eficiente e com a devida capilaridade, é necessário que os países exportadores de mercadorias garantam uma boa gestão da sua cadeia de suprimentos. Esse fato é muito importante para que o país exportador seja visto como um fornecedor eficiente, preciso e confiável.
Semelhante ao que ocorre nas relações comerciais entre empresas, também haverá, nas relações entre os países, cobranças de pontualidade, de qualidade das mercadorias, dos serviços de entrega e dos demais itens que contribuem para um elevado nível de serviço da logística internacional.
As relações comerciais entre os países precisam ser organizadas e disciplinadas para se desenvolverem da maneira mais correta possível, conforme será visto a seguir.
MÓDULO 1
Reconhecer a necessidade das trocas comerciais entre as nações
ACORDOS COMERCIAIS
Do ponto de vista da economia, os acordos comerciais são essenciais para a eliminação de barreiras à exportação e para favorecer os investimentos de qualquer país no exterior, como modo de impulsionar eventuais reformas internas, incrementar a competitividade industrial e aumentar a sua produtividade.
No entanto, os acordos precisam definir regras que tenham os objetivos de mais previsibilidade e segurança jurídica no ambiente de negócios e de equalização das condições de competição em mercados estratégicos, o que deverá facilitar o comércio e os investimentos.
Os acordos internacionais de comércio preconizam duas partes distintas:
UMA PARTE NORMATIVA
Composta por regras que vão reger as operações comerciais entre os países signatários.
OUTRA PARTE COMPOSTA PELA LISTA DE PRODUTOS NEGOCIADOS
Com as devidas concessões outorgadas por cada um dos parceiros.
Dependendo do grau de aprofundamento, a parte normativa dispõe sobre medidas sanitárias e fitossanitárias, equivalência e reconhecimento mútuo, obstáculos técnicos ao comércio, transparência, regionalização, cooperação técnica, regras de origem, procedimentos aduaneiros, cooperação em temas aduaneiros, valoração aduaneira e licença de importação, medidas antidumping, direitos compensatórios e salvaguardas, solução de controvérsias, entre outros.
Os acordos podem ser alterados em negociações governamentais, com a assinatura de protocolos adicionais ou modificativos, que passam a fazer parte do acordo inicial.
Atualmente, a atividade de qualquer país no comércio internacional é imprescindível para um bom relacionamento com os demais países ou blocos de países, permitindo a participação nas negociações de acordos internacionais, e a atualização em relação às mudanças comportamentais dos parceiros comerciais.
Para que fosse possível a regulação das relações comerciais entre os países, tornou-se necessária a elaboração de um conjunto complexo de regras que garantisse a segurança jurídica dos comerciantes em todo o mundo globalizado.
Para tanto, foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC), a partir de 1995, que tem como objetivo principal centralizar os acordos comerciais, seguindo um conjunto de princípios e normas que visam a regular o comércio internacional.
Após a Segunda Guerra Mundial, o comércio internacional voltou a crescer, impulsionado, principalmente, pelos Estados Unidos, o que obrigou a criação de regras específicas e claras sobre as transações comerciais para facilitar os acordos multilaterais.
Atualmente, a OMC é composta por diversos órgãos, sendo que os principais são:
CONFERÊNCIA MINISTERIAL
CONSELHOS ESPECÍFICOS
CONSELHO GERAL
CONFERÊNCIA MINISTERIAL
É a instância máxima da organização; composta pelos ministros das relações exteriores ou de comércio exterior dos membros.
CONSELHOS ESPECÍFICOS
Existe um conselho para cada área do comércio internacional, como, por exemplo, Conselho para o Comércio de Bens e Conselho para o Comércio de Serviços.
CONSELHO GERAL
Responsável pela solução de controvérsias entre os Estados membros.
O conselho geral possui grande importância para atuar no sistema de solução de controvérsias da OMC, pois é considerado um dos mais modernos meios para solucionar disputas comerciais internacionais.
Em geral, as disputas surgem por causa de políticas ou atos domésticos considerados desleais por outros membros da organização e que ferem os acordos gerais da OMC. Quando algum membro se sentir prejudicado, poderá acionar o foro multilateral para julgar o caso.
O sistema de solução de controvérsias funciona seguindo o passo a passo descrito a seguir:
1
Quando um país-membro perceber que outro está violando alguma norma dos acordos da OMC, poderá solicitar que sejam feitas consultas na Organização acerca do caso.
Depois de realizadas as consultas, se ficar constatado a ocorrência de alguma violação, o país reclamante poderá solicitar a formação de um painel, composto por árbitros da Organização que decidirão acerca do caso.
2
3
Uma vez tomada a decisão final do painel, tanto o reclamante quanto o reclamado poderão apelar para o órgão de apelação da OMC.
Se a decisão final do órgão for de que o reclamado estava realmente violando algum acordo, o órgão poderá permitir que o reclamante imponha as sanções comerciais ao reclamado.
4
No geral, as regras do Comércio Internacional defendidas pela OMC são baseadas nos princípios do Direito Internacional do Comércio, utilizado como base para diversas decisões nas disputas comerciais. Alguns princípios são:
1
NAÇÃO MAIS FAVORECIDA
Caso algum país-membro da OMC conceda benefícios aduaneiros para produtos de outro membro, o mesmo benefício deverá ser estendido para os demais. O principal objetivo é evitar que haja privilégios entre apenas alguns países. A única exceção permitida para esse princípio ocorre no caso de alguns países formarem um bloco econômico, como o Mercosul, por exemplo.
2
TRATAMENTO NACIONAL
Se um país-membro da OMC optar pela cobrança de impostos de determinado produto fabricado em seu território, deverá dar o mesmo tratamento de impostos ao mesmo produto quando este for importado. Por exemplo, os veículos importados estarão sujeitos aos mesmos impostos dos veículos nacionais.
3
TRANSPARÊNCIA
Todos os países-membros da OMC deverão divulgar e tornar públicos os decretos e as leis acerca do tema comércio internacional, de modo que todos possam ter acesso e compreender o funcionamento da legislação do país em questão.
Apesar de sua importância inquestionável, a OMC é criticada, muitas vezes, pelo fato de estar direcionada exclusivamente à eliminação de barreiras protecionistas, deixando de lado as questões relacionadas aos avanços tecnológicos e às medidas de proteção ambiental.
BLOCOS ECONÔMICOS
Os blocos econômicos são associações realizadas por alguns países, com o objetivo de desenvolvimento social, político e econômico dos seus membros. Essas associações visam a garantir o desenvolvimento econômico mútuo de todos os envolvidos no bloco.
Como principal vantagem, tem-se a eliminação de tarifas e barreiras alfandegárias para se obter maior garantia de desenvolvimento do comércio interno e externo.
Entretanto, existem, também, algumas desvantagens como os empecilhos dos membros a algumas parcerias comerciais.
Os blocos econômicos surgiram após a Guerra Fria, quando a economia global percebeuque era possível uma nova fase de integração entre os países e que uma nova ordem mundial estava sendo estabelecida, fato que gerou a globalização. Diversas alianças foram feitas com o intuito de manter o funcionamento do comércio interno e externo de alguns países.
Os blocos econômicos visam ao processo de facilitação do desenvolvimento da atividade comercial entre os seus membros. Assim, os países-membros do bloco:
Facilitam
A venda dos produtos e permitem o tráfego de informações, mercadorias e cidadãos.
Dificultam
A entrada de produtos de países que não são membros do bloco.
Os primeiros blocos econômicos surgiram apenas com o objetivo de redução de tarifas comerciais, no entanto, com o passar do tempo e com a evolução das atividades comerciais, novas características surgiram e permitiram a eliminação completa de barreiras comerciais e alfandegárias, além da criação de tarifas para comércio com países que não eram membros do bloco.
BLOCOS ECONÔMICOS
Existem alguns tipos de blocos econômicos, e os principais estão descritos a seguir:
1
UNIÃO ADUANEIRA
Caracteriza-se por uma zona de livre comércio com Tarifa Externa Comum (TEC), que se configura como uma taxa que incide sobre os produtos oriundos de países que não são do bloco. Por exemplo, Mercado Comum do Sul (Mercosul).
2
ZONA DE LIVRE COMÉRCIO
Facilita o comércio por meio da eliminação de tarifas e barreiras alfandegárias, com o objetivo de garantir o desenvolvimento econômico e comercial. Por exemplo, o Tratado de Livre Comércio das Américas (Nafta) e a Comunidade Andina (CAN).
3
MERCADO COMUM
É um bloco econômico com alto padrão de integração e que permite o livre comércio e a livre circulação de pessoas, informações, capitais e bens. Pode-se constatar que, nesses blocos, as fronteiras físicas praticamente não existem. Por exemplo, o Mercado Comum do Sul (Mercosul).
4
UNIÃO POLÍTICA E MONETÁRIA
Consiste em uma integração ampla, inclusive, no campo econômico, permitindo o desenvolvimento do comércio (importação e exportação); e, também, do campo político, o que permite a adoção de políticas comuns entre os países e a criação e adoção de uma moeda única pelos membros. Por exemplo, a União Europeia.
5
ZONA DE PREFERÊNCIA TARIFÁRIA
É um tipo de integração no qual são adotadas vantagens tarifárias apenas para alguns grupos de produtos, de modo a torná-los mais baratos para países não participantes do bloco. Por exemplo, a Associação Latino-americana de Integração (ALADI).
PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS
O surgimento dos blocos econômicos colocou os países no sistema de concorrência global, no qual cada país integrante consegue participar do comércio internacional. Em cada região do mundo existem associações com esse formato de blocos econômicos, sendo os principais:
1
Imagem: Shutterstock.com
UNIÃO EUROPEIA
Constituída por Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia. Criada em 1957, tem como principal função promover a livre circulação de pessoas e o desenvolvimento econômico entre os membros.
NAFTA
Acordo de livre comércio da América do Norte, criado em 1994, tem como objetivo principal desenvolver o comércio entre Estados Unidos, México e Canadá.
Imagem: Shutterstock.com
2
3
Imagem: Shutterstock.com
OPEP
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, é formada pelos países que produzem e vendem petróleo globalmente, como Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Sua criação ocorreu na década de 1960.
APEC
Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, foi criada em 1989, e é formada por Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua-Nova Guiné, Chile, Peru, Rússia e Vietnã. Sua função central é promover uma área de desenvolvimento econômico e comercial entre os membros.
Imagem: Shutterstock.com
4
5
Imagem: Immanuel Giel / Own work / Wikipedia / Public domain
MCCA
O Mercado Comum Centro-Americano foi fundado em 1960, e tem como membros Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua.
COMUNIDADE ANDINA
É formada pelos países da América Andina, como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. O objetivo geral é desenvolver a economia, a política, os campos social e cultural por meio da integração dos países envolvidos.
Imagem: Shutterstock.com
6
7
Imagem: Shutterstock.com
MERCOSUL
Mercado Comum do Sul é formado por Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Sua principal função é promover uma área de livre comércio, o desenvolvimento social e econômico entre os membros, além de permitir a livre circulação de pessoas, mercadorias e bens de modo geral.
TIGRES ASIÁTICOS
Foi criado na década de 1970 e é formado por países da Ásia Oriental, como Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan. Objetiva implementar barreiras alfandegárias e desenvolver novas tecnologias no processo competitivo mundial.
Imagem: Furfur / This file was derived from: Flag of Hong Kong.svg, Flag of the Republic of China.svg, Flag of South Korea.svg, Flag of Singapore.svg, BlankMap-World6.svg / Wikipedia / CC-BY-SA-4.0
8
9
Imagem: Shutterstock.com
CEI
A Comunidade dos Estados Independentes foi criada para integrar os países às lógicas econômicas mundiais após o fim da União Soviética e é formada por países como Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão.
SADC
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral foi criada em 1992, e tem como membros África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. O principal objetivo é estabelecer a paz e a segurança na região.
Imagem: Shutterstock.com
10
Conforme já mencionado, as principais vantagens de se pertencer a um bloco econômico giram em torno do desenvolvimento econômico dos países, com consequente redução dos custos dos produtos, eliminação de barreiras à exportação e importação e um aumento gradativo do produto interno bruto.
Isso se deve pelo fato das economias independentes passarem a constituir um sistema maior, no qual se permite o estabelecimento de uma associação de ajuda mútua, levando a maior facilidade de locomoção das pessoas, mercadorias e informações, elaboração de políticas comuns de desenvolvimento econômico e social e outros diversos benefícios.
Entre as desvantagens observadas acerca da constituição de blocos econômicos, pode-se destacar:
1
2
3
4
5
1
A ausência da soberania nacional.
2
O enfraquecimento da economia multinacional em detrimento à economia regional.
3
A polarização das economias globais.
4
A dificuldade de empresas em participar de mercados mais abrangentes.
5
A possibilidade de países com economia mais frágil afetar aqueles mais desenvolvidos.
Outra desvantagem observada incide no fato de que algumas economias mais frágeis pertencentes ao bloco poderão, também, ficar prejudicadas em alguns quesitos.
EXEMPLO
No caso do México, no Nafta, as empresas americanas utilizam a mão de obra barata do México para a fabricação dos produtos, que serão revendidos a preços elevados para os mexicanos e demais pertencentes ao bloco.
Outro fator diz respeito ao protecionismo econômico estabelecido por alguns blocos em relação a produtos oriundos de outros países, o que contraria o livre comércio em tempos de globalização.
Ressalta-se que a importância dos blocos econômicos não se restringe somente aos aspectos econômicos, uma vez que é possível observar fatores sociais, tais como criação de novas fontes de renda, emprego e melhoria do padrão de vida dos cidadãos. Percebe-se, também, um crescimento empresarial e industrial, com aumento da participação de mercado e influênciaslocal, regional e global.
MULTILATERALISMO
São as formas de cooperação, principalmente no que se refere à diplomacia internacional e às relações que permitem que os países respeitem determinados limites. Esses limites podem ser considerados nos ambientes:
SOCIAIS
ECONÔMICOS
POLÍTICOS
SEGURANÇA NACIONAL E INTERNACIONAL
Basicamente, o multilateralismo surgiu por um processo de evolução histórica, à medida que as nações perceberam que não poderiam, de forma individual, resolver questões que poderiam agredir outras nações.
No multilateralismo, há um sistema multilateral de comércio que permite a estruturação dos processos regulatórios de compra e venda de produtos e serviços entre as nações.
Tal sistema tem por objetivo a livre competição, eliminando-se, assim, obstáculos ao comércio, como tarifas, quotas e outras questões que precisam ser resolvidas, como mais acesso das empresas ao mercado externo.
Conforme visto, a Organização Mundial do Comércio é responsável pela regulamentação e fiscalização dos acordos no sistema multilateral de comércio. Antes da OMC, havia o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que servia como base de regras para direcionar o comércio de bens.
No entanto, com o processo de globalização, que preconiza a abertura total do comércio internacional, o sistema multilateral foi colocado em questionamento sob o argumento de que existem as seguintes dificuldades:
Distinguir exatamente a origem dos produtos, ou seja, se são nacionais ou internacionais.
Distinguir estratégias de comércio e de investimentos, mesmo quando os métodos de produção e consumidores estejam globalizados.
Reconhecer a identidade das empresas fabricantes.
Necessidade de tratamento não discriminatório para os produtos e serviços dos países.
Com essas questões, tornou-se mais difícil implementar regras da OMC, como era feito antes. Assim, surgiu a preocupação com os impactos de novas medidas nos âmbitos político e econômico do comércio internacional.
Recentemente, nas reuniões internacionais entre os países, tem-se preconizado a liberalização comercial, o crescimento econômico em detrimento dos acordos multilaterais e mais ênfase nas necessidades dos países em desenvolvimento.
Apesar de sofrer algumas críticas, o multilateralismo visa à tomada de decisões em cooperação entre as nações, o que é imprescindível para o desenvolvimento das relações internacionais entre os países.
CONTRATOS OFFSET
A dinâmica de relacionamento entre os países na sociedade internacional ocasiona diversos choques de legislações, o que pode se apresentar como um grande entrave para o desenvolvimento econômico.
Com o objetivo de amenizar essa problemática jurídica envolvendo os países, a Organização das Nações Unidas criou a Comissão de Direito Comercial Internacional (Uncitral), cujo objetivo principal é:
Reduzir ou remover os obstáculos jurídicos e permitir mais fluidez do comércio internacional.
Essa comissão foi encarregada, também, de criar guias legais que sirvam de manuais para a padronização dos termos e institutos utilizados no comércio exterior.
Desse modo, um dos institutos criados foi o offset, proveniente das ciências econômicas, que funciona como contrapartida em algumas situações específicas.
De acordo com a Uncitral, as contrapartidas podem ser definidas como acordos de livre vontade, nos quais uma das partes provê onerosamente para a outra determinados bens, serviços e direitos. Em contrapartida, a parte beneficiada contratará em via inversa bens, serviços e direitos. Nesse sentido, offset seria um elemento, um agente ou um bem que promoveria o contrabalanceamento do contrato ou de qualquer outro acordo.
Na prática, os contratos offset possuem objetivos amplos e variados e permitem compensações que, normalmente, envolvem o fornecimento de produtos de alto valor ou elevada sofisticação tecnológica, incluindo a transferência de tecnologia e de know-how, bem como a promoção de investimentos e facilitação de acesso a determinados mercados.
Basicamente, os contratos offset se dividem duas modalidades:
1
OFFSET DIRETO
As partes acordam em fornecer, uma à outra, produtos que são tecnológica ou comercialmente relacionados, como, por exemplo, partes integrantes de um todo ou produtos que são comercializados conjuntamente.
2
OFFSET INDIRETO
O órgão governamental que obtém ou aprova a obtenção dos produtos que possuem alto valor, exige que o fornecedor efetue compras de produtos no país adquirente ou que as divisas ingressem no país na forma de investimento, tecnologia ou assistência a outros mercados. Ressalta-se que o órgão governamental, na maioria das vezes, estipula políticas de compensação convenientes ao interesse público em setores industriais ou regiões que possam ser assistidas por esse mecanismo.
No Brasil, existem diversos exemplos, principalmente no âmbito militar, de acordos do tipo offset, como, por exemplo, a aquisição de novos caças para a Força Aérea Brasileira, aviões de transporte, radares de vigilância e aviões de patrulha.
Como contrapartida, as empresas brasileiras foram amplamente utilizadas para a absorção da transferência de tecnologia por parte dos países fornecedores de tais equipamentos.
Desse modo, os conhecimentos adquiridos nesse processo permitirão que o Brasil coloque em prática sua Estratégia Nacional de Defesa, por meio da reorganização das Forças Armadas, reestruturação da indústria brasileira de material de defesa e do desenvolvimento da política de composição dos efetivos das Forças Armadas.
ORGANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE PAÍSES
Nesse vídeo, o especialista Aurélio Lamare Soares Murta falará sobre o processo de organização das relações comerciais entre as diversas nações e quais instrumentos devem ser utilizados para tal finalidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. (PUC-RS) A DIVISÃO DO MUNDO EM ESTADOS NACIONAIS, COM FRONTEIRAS, MOEDAS E ALFÂNDEGAS, CRIA BARREIRAS À LIVRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS, SERVIÇOS, CAPITAIS E PESSOAS. A CRIAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS É UMA TENTATIVA DE REDUZIR ESSAS BARREIRAS EM ESCALA REGIONAL, MAS TAMBÉM UMA FORMA DE OS PAÍSES-MEMBROS SE FORTALECEREM FRENTE AO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO.
NESSE PROCESSO, NÃO CONSTITUI UMA FORMA DE ORGANIZAÇÃO DE BLOCOS ECONÔMICOS:
União aduaneira.
União econômica e monetária.
Criação de zonas de livre comércio.
Eliminação das fronteiras físicas.
Organização de mercados comuns.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTENHA SIGLAS APENAS DE BLOCOS ECONÔMICOS:
Brics, Mercosul e União Europeia.
Mercosul, União Europeia e G20.
Nafta, União Europeia e Apec.
Apec, União Europeia e Brics.
Mercosul, G20 e União Europeia.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. (PUC-RS) A divisão do mundo em Estados nacionais, com fronteiras, moedas e alfândegas, cria barreiras à livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas. A criação de blocos econômicos é uma tentativa de reduzir essas barreiras em escala regional, mas também uma forma de os países-membros se fortalecerem frente ao processo de globalização.
Nesse processo, não constitui uma forma de organização de blocos econômicos:
A alternativa "D " está correta.
Os blocos econômicos têm como principal objetivo a eliminação de barreiras comerciais e alfandegárias, com o intuito de estreitar os laços comerciais entre as nações e beneficiar a economia de todos que pertencem ao bloco. Porém, não é objetivo de um bloco econômico eliminar fronteiras físicas. Muitos países, têm como fronteiras rios, montanhas, cachoeiras, florestas, sendo impossível eliminá-las.
2. Assinale a alternativa que contenha siglas apenas de blocos econômicos:
A alternativa "C " está correta.
Brics e G20 não são blocos econômicos, apenas grupos de países que possuem interesses em comum.
MÓDULO 2
Distinguir o sistema de abastecimento de mercadorias em nível internacional
RESPONSÁVEIS PELO PAGAMENTO DE DESPESAS LOGÍSTICAS NOS CONTRATOS DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL
As transações comerciais existem desde a Antiguidade, no entanto,no cenário globalizado que vivenciamos atualmente, essas trocas comerciais se tornaram cada vez mais intensas, o que resultou em um comércio extremamente vantajoso e importante para os países.
Realizar transações comerciais entre nações com diferentes costumes e legislações tornou-se um grande desafio a ser equacionado.
Diversas foram as tentativas de se chegar a um consenso mínimo que pudesse abarcar todas as exigências e necessidades inerentes aos compradores e vendedores de mercadorias. Depois de diversas tentativas de solucionar essa problemática, chegou-se a um consenso de que a melhor forma seria a elaboração de um instrumento jurídico, denominado contrato, que seria reconhecido e aceito por todos os envolvidos nas transações comerciais.
Os contratos de compra e venda internacionais são instrumentos jurídicos que oficializam a transação de compra e venda e estabelecem as regras a serem seguidas durante essas operações.
Essas operações ocorrem entre nações que podem ter ordenamentos jurídicos diferentes; por isso, tornou-se necessário o desenvolvimento de mecanismos jurídicos reconhecidos internacionalmente, que dessem segurança aos envolvidos nas transações comerciais internacionais.
As empresas que trabalham com compras e vendas internacionais precisam ter a devida atenção no momento da elaboração dos contratos, uma vez que esse documento estabelecerá todas as especificações e cláusulas referentes ao negócio formalmente concretizado.
Para que seja possível a regulamentação das práticas a serem adotadas, existe uma legislação específica para esse tipo de negócio e, portanto, é necessário que essa legislação seja rigorosamente observada durante a elaboração do contrato, de modo que suas cláusulas possuam validade.
Em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, é natural que as nações se empenhem em corrigir suas diferenças de disponibilidade de recursos naturais e eventuais desigualdades de produção, por meio da aquisição de mercadorias de seus parceiros comerciais espalhados pelo mundo.
Do mesmo modo, a oportunidade da venda dos seus produtos em outras localidades é bastante interessante, uma vez que é possível comercializar suas mercadorias em locais em que não há a sua produção, o que resulta em vantagens comerciais muito atrativas para o país vendedor.
Com base nessas perspectivas, os contratos internacionais são utilizados para organizar as regras que serão seguidas para a comercialização das mercadorias. Desse modo, legislações e regras deverão ser estabelecidas especificamente para cada localidade e precisam ser devidamente respeitadas para que os contratos sejam válidos e incontestáveis.
Imagem: Shutterstock.com
De modo a estabelecer as bases para a formulação de contratos, conferir a relevância para o desenvolvimento e enquadramento jurídico necessários, e preparar textos legislativos a respeito da modernização do direito internacional foi criada a Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (Uncitral).
Os conteúdos legislativos criados pela Uncitral têm como principais objetivos:
A venda internacional de mercadorias e bens
O comércio eletrônico
As disputas comerciais
O transporte internacional e transfronteiriço
O desenvolvimento e a aquisição de infraestrutura
Os pagamentos internacionais
Os títulos de créditos
A Uncitral também produz textos não legislativos, que estabelecem regras para a conduta em processo de conciliação e arbitragem, guias jurídicos a respeito dos contratos de trocas comerciais, e construção industrial e notas a respeito da organização e condução de processos arbitrários.
A Uncitral tornou-se extremamente relevante para o comércio internacional entre os países, uma vez que contribui para a clareza dos acordos e das regras determinadas, oferecendo, portanto, respaldo para que as condições firmadas sejam realmente válidas e cumpridas.
As regras estabelecidas nos contratos comerciais incluem cláusulas acerca das obrigações para com as despesas logísticas referentes ao deslocamento das mercadorias entre os vendedores e compradores.
De modo a estabelecerem regras para as operações logísticas do comércio internacional, os contratos preconizam a utilização dos Termos Internacionais de Comércio, os Incoterms, que visam, entre outros objetivos, a estabelecer as condições para o transporte e a entrega, além dos valores referentes.
Os Incoterms são utilizados para estabelecer, no âmbito da estrutura de um contrato comercial internacional, direitos e deveres dos exportadores e importadores, estabelecendo-se um conjunto padrão de definições e determinadas regras e práticas neutras.
EXEMPLO
Pode-se citar determinados detalhes que fazem parte das transações comerciais, como o local onde o exportador deverá entregar a mercadoria, quem será o responsável pelo pagamento do frete e quem ficará encarregado da contratação do seguro.
Desse modo, pode-se constatar que os Incoterms tratam de regras internacionais, imparciais, que possuem caráter de uniformização e que constituem a base para o desenvolvimento dos negócios internacionais, promovendo-se, inclusive, mais harmonia nas relações comerciais internacionais.
Observa-se, ainda, que os Incoterms não impõem suas regras, mas propõem o entendimento entre o vendedor e comprador, no que se refere às tarefas necessárias para o correto deslocamento das mercadorias, desde o seu ponto de fabricação até o seu ponto de consumo, como embalagem, transportes internos, licença de exportação e de importação, movimentação em terminais, transporte, seguro internacional e outras.
DIFERENTES PROCEDIMENTOS DE AQUISIÇÃO VINCULADOS À OPERAÇÃO INDUSTRIAL, SOB A FILOSOFIA JUST IN TIME
O departamento de aquisição e compra de todas as empresas é um setor que deve ser devidamente observado e explorado, uma vez que nele se desenvolve a maior parte das transações de capital, influência direta sobre os estoques, relacionamentos com clientes e consequente interferência nos lucros. Sabe-se que, por diversas vezes, pequenas reduções no custo das aquisições de produtos poderão refletir no sucesso financeiro da empresa.
Desse modo, pode-se constatar que quando se trata de compras e aquisições, não basta apenas comprar, é necessário que a aquisição seja bem-feita, procurando-se obter a maior vantagem possível.
A evolução do setor de aquisições está diretamente ligada a outras evoluções relacionadas ao comércio internacional, como globalização, tecnologias, fornecedores mais especializados e outras mudanças contemporâneas. Todos esses fatores trabalham de forma conjunta, com o objetivo de oferecer maior valor agregado às mercadorias comercializadas aos clientes finais.
Uma das evoluções que tem participado ativamente do processo de aquisição das mercadorias é a filosofia Just in Time, que teve sua origem no Japão e preconiza o desenvolvimento de um sistema de administração da produção capaz de reorganizar todo o ambiente produtivo.
Imagem: Shutterstock.com
Essa reorganização promove uma série de melhorias nos processos de produção e garante a alocação da matéria-prima na quantidade e no tempo necessário, sem que haja a necessidade da compra, transporte ou produção antes da sua efetiva necessidade. Ou seja, tudo será feito apenas quando for demandado.
Como resultados positivos pode-se constatar que o Just in Time trabalha no sentido evitar desperdícios, disponibilização de grandes espaços de armazenagem, excessivas quantidades de estoque, imobilização de capital, entre outras despesas, além de possibilitar uma melhoria contínua dos processos de produção e um aumento da satisfação dos consumidores finais.
Outro ponto que merece destaque é o fato de que, à medida que se tem menores lotes de aquisição e armazenamento, o risco de perdas também diminui, assim como a necessidade de grande efetivo de pessoal envolvido em todas as operações nos centros de distribuição.
Assim, o objetivo do setor de aquisições com a utilização do Just in Time incide na coordenação do fluxo contínuo de suprimentos, de modo a ser capaz de atender as demandas de produção,permitindo a compra de materiais com melhores qualidades e por menores preços.
Tecnicamente:
1
Para que esse método possa trabalhar de forma eficiente, é recomendável que haja um número fixo, porém reduzido, de fornecedores para mais estabilidade e frequência no fornecimento dos materiais.
Com o número reduzido de fornecedores, deve-se investir em sua qualificação, para que seja possível o desenvolvimento de um trabalho em parceria, com visão de longo prazo e com mudança de cultura de relacionamento com os fornecedores.
2
3
O trabalho de implementação da filosofia Just in Time junto aos fornecedores não deve incluir inicialmente todos os produtos a serem fornecidos, mas apenas alguns itens mais importantes, que sirvam de teste e treinamento para o grupo de fornecedores e dos profissionais envolvidos nas operações.
Adotando-se esse procedimento, será possível o desenvolvimento de um aprendizado conjunto que permita construir soluções para erros e aprimoramento dos acertos, uma vez que é normal ocorrerem falhas durante a implantação de um novo processo nunca antes utilizado na empresa.
4
É importante que no processo de implementação do Just in Time, a escolha do fornecedor que participará da empreitada seja criteriosamente realizada, optando-se, inicialmente, por fornecedores mais confiáveis e que já tenham realizado trabalhos em conjunto anteriormente.
Entre os benefícios observados pela aquisição de suprimentos utilizando-se da filosofia Just in Time, podemos citar os seguintes:
· Aumento da qualidade e flexibilidade no processo de compras.
· Rapidez na conversão dos materiais.
· Redução de desperdícios.
· Melhoria do volume de estoques.
· Redução das quantidades de trabalhos em processo.
· Redução da necessidade de agendamentos e rastreamentos.
· Facilitação da cadeia logística.
· Redução dos custos finais dos produtos.
· Maior rapidez nos prazos de entrega.
As empresas que objetivam reduzir seus custos de aquisição de materiais, por meio de uma boa gestão de compras, otimização dos espaços de estocagem e aprimoramento dos processos de distribuição logística, devem considerar a utilização do Just in Time no seu escopo de trabalho, uma vez que grandes vantagens competitivas poderão ser percebidas em relação aos seus concorrentes.
Deve-se destacar que o principal desafio no processo de implementação do sistema Just in Time é cultural, tanto para a empresa quanto para os fornecedores.
Para trabalhar de forma eficiente com o esse sistema, será necessária uma reorganização da empresa, principalmente, das atividades de planejamento, acompanhamento e controle das atividades. Do contrário, as operações poderão ocorrer de forma desastrosa, o que resultará em falta de materiais para a produção e consequente interrupção do fornecimento dos produtos finais ao mercado consumidor.
ESTRATÉGIAS DE SUPRIMENTO INTERNACIONAL
A definição das estratégias de suprimentos internacionais deve ser encarada como fator decisivo para o sucesso dos empreendimentos que visam à comercialização de produtos no exterior. Estratégias mal elaboradas podem causar diversos prejuízos financeiros e da imagem da empresa, o que pode comprometer os investimentos realizados para as operações da logística internacional.
Com o passar dos anos e com a evolução dos meios tecnológicos e dos procedimentos de comercialização de mercadorias entre os países, diversas estratégias foram surgindo e trazendo consigo muitos benefícios para as empresas importadoras e exportadoras.
Essas estratégias foram desenvolvidas com o objetivo de trazerem mais lucros e participação da empresa no mercado internacional, o que certamente resulta em vantagens competitivas frente à concorrência internacional.
Os procedimentos tradicionais e consagrados pela logística internacional ainda são muito utilizados e permitem consideráveis ganhos de eficiência, mesmo com as grandes mudanças verificadas atualmente.
Entre as estratégias tradicionais mais utilizadas para a otimização da cadeia de suprimentos internacionais, que visam a manter o fluxo contínuo de produtos ao cliente, podemos citar:
1
CONTROLE SOBRE OS FORNECEDORES
É importante estabelecer um contínuo monitoramento desses parceiros, de modo a garantir melhores preços e condições de pagamento, além da qualidade dos produtos e serviços. Como eventuais falhas de fornecimento causarão impactos diretamente os negócios da empresa, deve-se estabelecer parcerias duradouras e confiáveis.
MELHORIA CONSTANTE DE PROCESSOS
A empresa deve buscar soluções para aumentar a produtividade, reduzir perdas e desperdícios, diminuir custos, eliminar etapas desnecessárias e adotar práticas mais modernas e eficientes. Assim, a melhoria dos procedimentos internos deverá estar alinhada às estratégias de controle dos fornecedores.
2
3
PREVISÃO DE DEMANDA
A redução dos custos de estoque sempre deve ser alvo de melhorias por parte das empresas. É importante que a empresa realize análises constantes do histórico de vendas, de modo a identificar períodos de sazonalidade e elaborar modelos de projeção de demanda mais precisos e que permitam menores necessidades de estocagem de produtos.
INTEGRAÇÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Uma das atividades essenciais quando se opta por trabalhar com logística é desenvolver processos de integração de todos os participantes da cadeia de suprimento e permitir um fluxo maior de informações correlatas a todas as atividades.
4
5
SISTEMA INTEGRADO
É importante que a empresa invista no desenvolvimento de um sistema que integre os diferentes departamentos e permita mais controle dos dados e informações. Um sistema integrado permite mais controle das informações relativas ao estoque, acompanhamento mais próximo dos colaboradores e uma gestão mais eficiente dos processos de compras.
PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS
A criação de processos padronizados garante mais eficiência e facilita o controle e a coleta dos dados operacionais, o que permite uma visualização mais ampla de todo o contexto operacional da empresa. A padronização, também, permite à empresa experimentar ganhos de escala e mais eficiência na produção, com consequente redução de custo.
6
7
CONTROLE DE ESTOQUE EFICIENTE
O aprimoramento dos procedimentos de controle de estoque é essencial para que a cadeia logística opere de modo mais eficiente. É importante que a gestão de estoques realize previsões de demanda mais precisas, gestão de compras mais eficientes e quantidades produzidas mais adequadas à demanda, de modo a experimentar ganhos com a redução das necessidades de estoques de matérias-primas e produtos acabados.
Apesar de esses procedimentos serem de conhecimento da logística há muito tempo, sua operação eficiente participará ativamente do sucesso das atividades de suprimento internacional e permitirá à empresa vantagens competitivas no mercado do comércio exterior.
Outras estratégias mais recentes têm demonstrado bom desempenho para as operações logísticas, como é o caso do global sourcing e do Just in Time, sobre os quais comentamos anteriormente.
GLOBAL SOURCING
É uma estratégia empresarial para se adquirir bens ou serviços em outros países que ofereçam melhores condições competitivas e preços mais atrativos.
Essa estratégia torna-se extremamente vantajosa quando se encontra baixos custos de mão de obra produtiva em outros países ou mesmo quando se encontra uma produtividade extremamente elevada em outras nações.
O global sourcing começou a ser mais utilizado pelas empresas com a evolução da globalização, com as vantagens econômicas encontradas pelas empresas fora do seu próprio território de origem.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
VANTAGENS
Redução de custos, aprimoramento da qualidade e maior poder de negociação junto aos fornecedores locais, com possibilidade de redução de preços.
DESVANTAGENS
Custos ocultos, relativos a diferentes culturas e fusos horários, exposição a riscos financeiros e políticos em países emergentes, e risco da perda de propriedade intelectual.
Exemplos da utilização do global sourcing:
Foto: humphery/Shutterstock.com
Procura mundialpela produção de bens em empresas chinesas, que oferecem preços reduzidos e grande capacidade produtiva.
Foto: Shutterstock.com
Produção de diversas partes do mesmo produto em países que ofereçam mais vantagens produtivas, com a montagem final no país de origem da empresa responsável pelo produto.
JUST IN TIME
Como já estudamos, a utilização dessa filosofia permite grandes ganhos financeiros e operacionais, pela redução de desperdícios e diminuição da necessidade de estocagem de grandes quantidades de mercadorias e matérias-primas. Essa técnica tem sido bastante difundida no meio empresarial internacional e tem se mostrado bastante atrativa quando se opta por aumentar a vantagem competitiva das empresas no mercado internacional e promover maior fidelização dos consumidores dos produtos da empresa.
A implementação do Just in Time deve ser amplamente estudada pela empresa a fim de montar uma estratégia muito bem elaborada para sua incorporação nas atividades operacionais.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
VANTAGENS
Ganhos de competitividade e redução de custos, amplamente vantajosos em relação às dificuldades de sua implementação.
DESVANTAGENS
Necessidade de mudança da cultura interna da empresa, que nem sempre será uma tarefa fácil de ser gerenciada. Empresas que operam modelos tradicionais e com colaboradores mais antigos poderão experimentar grandes dificuldades para a implementação eficiente dessa filosofia.
SUPRIMENTOS INTERNACIONAIS
Nesse vídeo, o especialista Aurélio Lamare Soares Murta falará sobre as questões que envolvem o deslocamento de mercadorias entre os países e quais responsabilidades são imputadas aos fornecedores e consumidores desses produtos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. PARA DAR MAIS SEGURANÇA ÀS OPERAÇÕES DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAIS, FOI ELABORADO UM INSTRUMENTO JURÍDICO DENOMINADO:
Contrato de compra e venda.
Carta de intenções.
Memorial de intenções.
Declaração de compra e venda.
Conhecimento de transporte.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. A SEGUIR, ESTÃO LISTADOS OS BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DA FILOSOFIA JUST IN TIME NOS PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DE SUPRIMENTOS, COM EXCEÇÃO DE:
Redução de desperdícios.
Aumento dos volumes estocados.
Facilitação da cadeia logística.
Redução dos custos finais dos produtos.
Mais rapidez nos prazos de entrega.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Para dar mais segurança às operações de compra e venda internacionais, foi elaborado um instrumento jurídico denominado:
A alternativa "A " está correta.
Em virtude das diversas diferenças entre as nações e empresas que queriam desenvolver relações comerciais, tornou-se necessária a criação de um instrumento jurídico que desse maior segurança e que fosse aceito por todos os participantes da negociação. Esse instrumento é denominado contrato.
2. A seguir, estão listados os benefícios da utilização da filosofia Just in Time nos processos de aquisição de suprimentos, com exceção de:
A alternativa "B " está correta.
A filosofia Just in Time, quando implementada nas empresas que trabalham com aquisição de suprimentos internacionais, permite uma redução significativa das quantidades de produtos estocados em seus armazéns, o que contribui para redução de todos os custos inerentes a essas operações.
MÓDULO 3
Identificar os principais entraves para a operação eficiente da logística global de suprimentos
As operações logísticas para exportação ou importação de mercadorias preconiza deslocamento contínuo de cargas, que, por sua vez, ficam sujeitas a determinadas falhas operacionais ou de procedimentos documentais.
Os riscos envolvidos em decorrência dessas falhas podem ocasionar grandes perdas financeiras e descontentamento por parte dos clientes, o que poderá depor contra a imagem da empresa. Diversas são as tentativas das empresas para reduzir os riscos ou as chances de ocorrerem problemas com as suas mercadorias.
CLASSES DE RISCO DAS MERCADORIAS NO TRÂNSITO INTERNACIONAL E SUA RELAÇÃO COM O CUSTO DOS SEGUROS
Dependendo do risco envolvido no transporte e na armazenagem das mercadorias, os seguros podem sofrer grandes variações nos preços a serem contratados. Essas variações ficam, também, implícitas nas modalidades de seguros que serão contratadas para garantir que as operações logísticas internacionais sejam desenvolvidas com a devida segurança para os consumidores finais e para os produtores dessas mercadorias.
O seguro de transporte de cargas é uma categoria de seguros que comporta diversas modalidades, que podem ser utilizadas tanto para importação quanto para a exportação de mercadorias.
Durante o processo de escolha da modalidade a ser contratada, alguns fatores devem ser observados, como:
Imagem: Shutterstock.com
Os portos a serem utilizados para o embarque e desembarque.
A urgência na entrega das cargas.
O peso da carga.
Os custos envolvidos no serviço.
A frequência de trânsito dessas mercadorias.
Entre outros fatores que contribuem para a escolha do seguro mais indicado.
Outro fator que merece destaque durante esse processo de avaliação diz respeito ao tipo de modal de transporte que será utilizado, uma vez que ele tem muita influência no custo final dos seguros.
No processo de contratação do seguro, as empresas seguradoras costumam avaliar o modal de transporte e levam em consideração os seguintes quesitos que, em geral, são observados pelas empresas de logística:
1
TRANSPORTE AÉREO
É realizado quando existe prioridade na agilidade de entrega das mercadorias aos consumidores finais, mesmo levando em consideração os custos mais altos.
2
TRANSPORTE MARÍTIMO
Representa quase a totalidade dos embarques e desembarques de mercadorias para o comércio exterior, tendo como principal atrativo o seu baixo custo em relação ao transporte aeroviário. Naturalmente, o baixo curto dependerá da quantidade de carga e da distância a ser percorrida.
3
TRANSPORTES RODOVIÁRIO, FERROVIÁRIO E FLUVIAL
São melhores alternativas para países limítrofes; seu emprego, geralmente, está associado ao transporte de curtas e médias distâncias.
O processo de contratação de seguros para cobertura do transporte internacional de carga deve levar em consideração se a modalidade de seguro oferece cobertura porta a porta, ou seja, se realiza a cobertura de todas as etapas e condições necessárias. Isso é muito importante para compreender a abrangência do seguro contratado.
É imprescindível saber se o seguro irá se responsabilizar pela mercadoria apenas quando ela chegar ao porto de destino ou se irá acompanhá-la até o seu destino final.
Os seguros têm estrutura semelhante ao contrato de importação e exportação e, assim, são baseados nos Incoterms.
É imprescindível, também, definir quais serão as regras a serem seguidas pelo importador e pelo exportador, como locais de entrega, responsabilidades e demais atributos.
Por causa das peculiaridades dos diversos tipos de cargas e das diferenças entre suas origens e destinos, é importante que seja feita uma análise dos riscos envolvidos na operação, antes da contratação do seguro.
Esses riscos a serem avaliados deverão contemplar, não somente a viagem, mas toda a operação de carga e descarga das mercadorias. As modalidades de seguro a serem contratadas serão baseadas nessas análises para que o processo de contratação seja o mais adequado e seguro possível.
A legislação brasileira se comporta de forma protecionista quanto à contratação dos seguros de cargas exportadas pelo Brasil. Desse modo, as mercadorias que saem do Brasil devem estar protegidas sob contratos com seguradoras brasileiras antes do transporte se iniciar. As cargas originárias em outros países, em direção ao Brasil, têm a opção de seguro com as empresas do país de origem.
Existem muitos argumentos, que fazem da contratação dos seguros (obrigatórios ou opcionais), uma ação estratégica por parte das empresas. Isso ocorre pelo fato de que o seguro é visto como uma forma de reduzir os riscos inerentes às operações, o que permitirá que os interesses das empresas sejam resguardados eque os resultados da operação estejam devidamente garantidos. Desse modo, podemos constatar que as operações de suprimentos internacionais são muito beneficiadas pelas proteções oferecidas pelos seguros.
Observe, a seguir, algumas situações e coberturas que mostram a utilidade do seguro, durante as atividades da logística internacional.
PROPENSÃO A ROUBOS E FURTOS
Em geral, as cargas movimentadas tanto para importação quanto para exportação podem despertar interesses para a atuação de quadrilhas especializadas em roubos e furtos de mercadorias.
Isso pode causar grandes prejuízos financeiros e, ainda, contribuir negativamente para a imagem da empresa, uma vez que as mercadorias não serão entregues aos consumidores finais nos prazos prometidos.
Nesses casos, a contratação do seguro pode reduzir os prejuízos ocasionados por essas ações criminosas que comprometem o fluxo dos produtos nas atividades logísticas internacionais.
PIRATARIA MARÍTIMA
Essa modalidade de assaltos e roubos de carga tem sido frequentemente vista em diversas regiões do mundo, onde as forças de segurança pública não conseguem atuar com a devida eficiência esperada.
Como resultado da ação dessas quadrilhas organizadas, tem-se a perda de produtos destinados à exportação ou importação, bem como o sequestro de membros da tripulação. Existem modalidades de seguro que visam a cobrir os prejuízos causados por essa atividade criminosa.
ACIDENTES MARÍTIMOS E AVARIAS NO NAVIO
Apesar das embarcações atuais apresentarem diversos equipamentos modernos de navegação e estarem amparados por sistemas de apoio à navegação em terra, alguns acidentes ainda são verificados em diversas regiões.
Esses acidentes, em geral, envolvem colisões entre embarcações, colisões contra recifes de corais, ruptura do casco durante tempestades, e outros tipos de acidentes que podem ocasionar a perda ou avaria da embarcação e das mercadorias. Modalidades de seguro adequadas para essa finalidade são muito úteis para a redução dos prejuízos.
MULTIMODALIDADE
A multimodalidade tem sido cada vez mais utilizada pelas operações da logística internacional, uma vez que ela permite o uso de vários modais de transporte para o deslocamento das cargas, com apenas um documento de transporte.
As modalidades de seguro que garantem a cobertura das mercadorias durante o deslocamento porta a porta podem ser muito úteis para garantir que as operações ocorrerão sem problemas ou prejuízos para os interessados.
COBERTURAS EXCLUSIVAS
Existem modalidades específicas para a cobertura da perda total ou parcial das cargas a serem transportadas. Essas modalidades são muito flexíveis e podem ser utilizadas pelas empresas que desejam contratar um seguro adequado às suas necessidades para minimizar a probabilidade de riscos durante as operações logísticas.
CARGAS E DESCARGA
Durante as operações de carregamento e descarregamento nos veículos de transporte, as atividades de manuseio das mercadorias podem ocasionar quedas e demais situações, e provocar perdas ou danos aos produtos. Como consequência, os produtos podem demorar mais tempo para chegar ao consumidor final.
As modalidades de seguro que garantem a cobertura dos produtos durante as atividades de carga e descarga podem ser bastante úteis para as empresas envolvidas, no sentido de se reduzir os prejuízos ocasionados.
DANOS AMBIENTAIS
Atualmente, a consciência ambiental da população em geral tem feito com que as empresas que trabalham com operações logísticas nacionais e internacionais tomem as devidas precauções para evitar acidentes que causem danos ao meio ambiente, como derramamento de óleo, vazamento de produtos químicos e demais acidentes que promovam algum prejuízo ambiental.
Desse modo, além dos cuidados necessários para tornar as operações cada vez mais seguras, existe a possibilidade da contratação de modalidades de seguro específicas que garantam a cobertura em situações de acidentes que provoquem danos ambientais.
ARMAZENAGEM DAS MERCADORIAS
Durante as operações logísticas de transbordo das mercadorias para outros veículos de transporte ou entrega final aos consumidores, pode haver situações que ocasionam atrasos no desenvolvimento do fluxo Logístico.
Esses atrasos, além de prejudicar o fluxo logístico para o deslocamento das cargas, impõem a necessidade de que as mercadorias fiquem armazenadas em determinados locais enquanto aguardam a solução do problema. Algumas modalidades de seguro garantem a cobertura dos custos inerentes à armazenagem dessas mercadorias durante as ações que visam à solução da problemática.
Existem diversas modalidades de seguros que poderão se adequar às necessidades específicas dos exportadores e importadores. Essas modalidades terão custos diferentes em função do tipo de cobertura necessária à garantia da integridade das operações ou das cargas envolvidas no processo. É importante ressaltar que o seguro de cargas internacionais visa à redução dos prejuízos causados por situações inesperadas ou imprevisíveis, que podem atrapalhar ou prejudicar o desenvolvimento das operações da logística para o comércio exterior.
Imagem: Shutterstock.com
DIFERENTES TIPOS DE SEGUROS NO TRÁFEGO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS
Conforme vimos, os seguros de carga internacional e de transporte são contratos que visam a garantir indenização ao proprietário ou transportador caso ocorra qualquer dano à carga transportada.
Apesar de ainda existirem dúvidas na cabeça de todo importador ou exportador acerca da contratação dos seguros, quando ocorrem acidentes ou determinadas situações indesejáveis ou imprevistas fica evidente a necessidade de ter o seguro contratado.
Muitos ainda consideram o seguro internacional de cargas uma despesa e não uma proteção para suas mercadorias, porque querem reduzir os impactos dos custos sobre suas operações de comércio internacional.
ATENÇÃO
É importante não confundir os seguros internacionais de cargas com os seguros obrigatórios que os donos do modal de transporte devem contratar. Os seguros dos modais de transporte cobrem apenas os veículos envolvidos na operação, não a carga em si.
A logística internacional oferece uma série de riscos à mercadoria transportada em qualquer opção de transporte escolhida. Em nenhuma situação, é possível considerar que as mercadorias estejam livres de qualquer tipo de problema: mesmo se considerarmos as diversas opções disponíveis para o transporte das mercadorias, bem como os vários roteiros para o deslocamento dos produtos, ou para cargas de baixo valor agregado, não é recomendável o transporte sem a garantia do seguro internacional.
A contratação dos seguros internacionais de carga está diretamente ligada aos termos internacionais de comércio pactuados e existem algumas obrigações a serem seguidas, dependendo do contrato firmado entre o vendedor e o comprador. Como exemplo, podemos citar a contratação em duas modalidades:
Imagem: Shutterstock.com
CIF
Cost, insurance and freight(Custo, seguro e frete): largamente utilizada para o transporte aquaviário, no qual o vendedor entrega os bens a bordo do navio no porto de embarque, com o frete e o seguro pagos até o porto de destino designado.
Imagem: Shutterstock.com
CIP
Carriage and insurance paid to(Transporte e seguro pagos até): os custos relativos ao frete e ao seguro internacional estão inclusos no preço da mercadoria e ele pode ser utilizado em qualquer modalidade de transporte, inclusive nas operações multimodais internacionais.
Para outras modalidades, a contratação do seguro é facultativa para ambas as partes. No Brasil, não há obrigatoriedade da contratação do seguro internacional de cargas, com exceção dos dois termos apresentados anteriormente (CIF e CIP), em que o exportador envia a mercadoria segurada.
Outro fator de grande importância para contratação dos seguros é a definição do valor do prêmio, ou seja, qual será o valor da indenização, caso ocorra alguma situação indesejável com a mercadoria segurada.
Diversos elementos influenciam no preço a ser pago pelo prêmio, como:
ORIGEM E DESTINO
MODALIDADE DE TRANSPORTEEMBALAGEM UTILIZADA
TIPO DE MERCADORIA
VALOR DOS PRODUTOS SEGURADOS
Não existe uma tabela única com valores organizados e padronizados, de modo a ter mais facilidade para o conhecimento dessa informação.
Dependendo do tipo de mercadoria e cláusulas do contrato (Incoterms), a cobertura pode ser integral ou parcial e, ainda, contar com coberturas adicionais. Basicamente, existem duas modalidades:
Seguro avulso
Indicado para viagens isoladas.
Seguro de apólice aberta
Utilizado por empresas que realizam mais de uma operação durante o mês.
As categorias de transporte também influenciam os tipos de cobertura dos seguros internacionais de carga e são divididas em categorias de transporte terrestre, marítimo e aéreo e ainda se dividem em dois tipos de cobertura (ampla e restrita).
COBERTURA AMPLA
COBERTURA RESTRITA
COBERTURA AMPLA
Bastante utilizada pelas empresas, é uma cobertura mais completa e assegura prejuízos que resultam em perdas, danos às mercadorias ocasionados por acidentes com meios de transporte, acidentes durante as operações de carga e descarga, além de outros problemas como roubo, quebra e extravio.
COBERTURA RESTRITA
Esse tipo de cobertura se difere da anterior, uma vez que é possível cobrir prejuízos causados por perdas ou danos às cargas, porém, somente quando acontecem em função de acidentes com os meios de transporte.
Quando se trata de transporte terrestre no território nacional, o seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C) é obrigatório para toda e qualquer transportadora movimentar sua carga. Entretanto, apesar dessa modalidade de seguro ter por objetivo cobrir acidentes envolvendo o veículo transportador, não faz parte da sua cobertura situações de roubo ou furto da carga.
Desse modo, torna-se necessária a contratação de coberturas adicionais complementares disponíveis no mercado: é possível realizar complementos que assegurem todos os riscos excluídos das condições gerais do RCTR-C.
1
RCTR-VI
Seguro de responsabilidade civil do transportador em viagem internacional, é indicado para cargas que são transportadas entre os países do Mercosul. À medida que o transportador passa a atender os países do Mercosul, torna-se necessária a contratação dessa modalidade de seguro para cobrir eventos indesejados ocorridos durante o trajeto da carga, para que o responsável tenha direito à devida indenização por parte da seguradora.
2
RCA-C
Seguro de responsabilidade civil do transportador aquaviário de carga, é obrigatório para os transportes marítimos, fluviais e lacustres. Oferece garantia para riscos sofridos pela embarcação decorrentes de encalhe, naufrágio, afundamento, abalroamento ou colisão, contato da embarcação com qualquer corpo fixo ou móvel, incêndio ou explosão durante o percurso ou nos depósitos.
3
RCTA-C
Seguro de responsabilidade civil transportador aéreo de carga, indispensável para o modal aeroviário. É contratado pela empresa aérea de carga e visa cobrir perdas e danos causados a bens e mercadorias transportadas sob sua responsabilidade. Oferece garantia para riscos decorrentes de acidentes aéreos, que danifiquem ou causem perda da carga durante o percurso da viagem.
4
RCF-DC
Seguro de responsabilidade civil desaparecimento de carga é fundamental para o transportador rodoviário de cargas. De modo geral, esse seguro garante o reembolso ao transportador por perdas em função de furto ou roubo com ameaça grave ou violência e desaparecimento de veículo ou da carga.
Existem outros tipos de despesas que são passíveis de cobertura pelos seguros e que podem ser acrescidos ao programa de seguro, como impostos, despesas variadas, fretes e lucros esperados. Cada modal de transporte de carga tem sua obrigatoriedade em relação às modalidades de seguros disponíveis, que se aplicam não somente para quem está transportando a carga de terceiros, mas também para quem está transportando a própria carga.
Para algumas modalidades e coberturas de seguro é indispensável que o segurado cumpra algumas obrigações relacionadas ao gerenciamento de risco das cargas para a aceitação do seguro.
Desse modo, em algumas ocasiões, surge a necessidade de contratar empresas de gerenciamento de risco, homologadas pelas seguradoras, e que tenham por objetivo desenvolver um plano de gerenciamento de riscos (PGR).
Nesse caso, torna-se obrigatório o cumprimento de todas as regras previstas no PGR para que haja a efetiva garantia de indenização dos prejuízos no caso de sinistros.
O prazo para a indenização de seguros é outro ponto que merece destaque e, constantemente, é alvo de discussões por parte dos contratantes e contratados.
Esse tempo de recuperação acontece após o aviso de sinistro, quando tem início o processo de análise da ocorrência por um perito a serviço da seguradora. Após essa análise, será solicitado ao segurado o envio de toda documentação necessária para o desenrolar dos processos burocráticos.
De acordo com a legislação brasileira, a seguradora tem um prazo legal de 30 dias para indenizar o segurado dos valores devidos e do valor líquido da franquia prevista na apólice, se aplicável. No entanto, na prática, algumas indenizações podem durar anos, principalmente, para aqueles casos que envolvem processos judiciais.
CUSTOS E RISCOS DE CARGAS INTERNACIONAIS
Nesse vídeo, o especialista Aurélio Lamare Soares Murta falará sobre quais os itens formadores de custo para a cadeia de suprimentos internacional e quais são os principais riscos envolvidos durante as operações logísticas que viabilizam as transações comerciais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. DURANTE O PROCESSO DE ESCOLHA DA MODALIDADE DE SEGURO A SER CONTRATADA, ALGUNS FATORES DEVERÃO SER OBSERVADOS, POIS INFLUENCIARÃO DIRETAMENTE OS CUSTOS DO SEGURO. ASSINALE, A SEGUIR, A OPÇÃO QUE NÃO INFLUENCIA DIRETAMENTE A CONTRATAÇÃO DE SEGUROS PARA TRANSPORTE INTERNACIONAL DE CARGAS:
Os portos que serão utilizados para o embarque e desembarque das cargas.
A frequência de trânsito das mercadorias.
A urgência na entrega das cargas.
Os diversos custos envolvidos no serviço e nas operações.
O tipo de cliente que adquiriu as mercadorias.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. EXISTEM ALGUMAS SITUAÇÕES ÀS QUAIS AS COBERTURAS PROPORCIONADAS PELOS SEGUROS SE MOSTRAM BASTANTE ÚTEIS, COM EXCEÇÃO DE:
Propensão a roubos e furtos.
Pirataria marítima.
Multimodalidade.
Greve de operários.
Acidentes marítimos.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Durante o processo de escolha da modalidade de seguro a ser contratada, alguns fatores deverão ser observados, pois influenciarão diretamente os custos do seguro. Assinale, a seguir, a opção que não influencia diretamente a contratação de seguros para transporte internacional de cargas:
A alternativa "E " está correta.
Diversos fatores influenciam os custos de contratação do seguro, entretanto, o tipo de cliente não influencia esses custos. Outros fatores relacionados ao cliente poderão influenciar, como o local onde esse cliente está estabelecido, urgência, entre outros.
2. Existem algumas situações às quais as coberturas proporcionadas pelos seguros se mostram bastante úteis, com exceção de:
A alternativa "D " está correta.
Existem diversas situações em que a cobertura será utilizada para a indenização de eventuais problemas ou prejuízos inerentes à operação logística; no entanto, questões relacionadas a greves de trabalhadores portuários ou operários de terminais não estão contempladas nas principais categorias de seguros.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As operações inerentes às atividades de suprimentos internacionais se mostram bastante complexas e necessitam dos devidos tratamentos técnicos e profissionais necessários ao seu desenvolvimento. Em virtude das grandes diferenças culturais, jurídicas, econômicas e de outras naturezas, as nações sempre procuraram meios ou instrumentos que pudessem unificar os procedimentos relacionados às trocas comerciais, que são extremamente benéficas aos países e à sua população.
Com a evolução dos meiosde transporte e comunicação, os processos relacionados à globalização foram intensificados, o que permitiu que as nações pudessem realizar transações comerciais de compra e venda cada vez mais frequentes e com maior interesse comercial. Para que isso fosse possível, foram criados grupos de interesse comum e vários mecanismos contratuais que viabilizassem a troca de mercadorias com a desenvoltura necessária.
A comercialização de produtos em outros territórios sempre foi de interesse de todas as nações e, atualmente, essas trocas comerciais têm sido realizadas com muita frequência e de maneira mais organizada, o que propicia grandes lucros e acesso a mercadorias diferentes daquelas produzidas localmente.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ACKERMAN, Ken. 350 Dicas para Gerenciar seu Armazém. São Paulo: IMAM, 2004.
ALVARENGA, Antônio Carlos; NOVAES, Antônio Galvão. Logística Aplicada: Suprimento e Distribuição Física. São Paulo: Blucher, 2000.
BALLOU, Ronald R. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001.
BALLOU, Ronald R. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993.
BANZATO, Eduardo et al. Atualidades na Armazenagem. São Paulo: IMAM, 2003.
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003.
BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David. J. Logística Empresarial: O processo de Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia, Planejamento e Operação. São Paulo: Pearson, 2003.
MATOS, José Expedito Bastos. Gerenciamento de Estoques. Coleção: Um Bom Negócio Começa Assim. Ceará: SEBRAE, 1998.
OMDN. Quais as diferenças entre barreiras tarifárias e não tarifárias? Portal OMDN – O Mundo dos Negócios, 2021. Consultado em meio eletrônico em: 29 mar. 2021.
RODRIGUES, Paulo R. Ambrósio. Gestão Estratégica da Armazenagem. São Paulo: Aduaneiras, 2003.
SANTOS, Gerson dos. Gestão de Almoxarifados. Florianópolis: Gráfica Palotti, 2003.
VISONET. Barreiras Tarifárias e não tarifárias: você conhece cada uma delas? Visonet – Tecnologia da Informação, São Leopoldo, 6 fev. 2019.
EXPLORE+
· Assista ao vídeo Incoterms 2020 – logística internacional para importação e exportação – Aceleraexport, em que é possível entender um pouco mais sobre a cadeia de suprimentos internacional.
· Busque na internet mais informações sobre como as relações internacionais influenciam a cadeia de suprimentos.
· Aprofunde seu conhecimento, pesquisando na internet sobre a contratação de seguros para a logística internacional.
DESCRIÇÃO
A utilização da infraestrutura da logística internacional para a comercialização de produtos no mercado global.
PROPÓSITO
Entender o funcionamento da logística internacional e suas diversas peculiaridades, bem como a interferência da infraestrutura logística em todas as suas atividades.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a avaliação logística de portos e aeroportos, bem como a multimodalidade
MÓDULO 2
Descrever os regimes aduaneiros especiais e a armazenagem alfandegada
MÓDULO 3
Descrever a distribuição internacional
INTRODUÇÃO
Com a crescente globalização e o aumento das relações internacionais, a logística internacional assume um papel fundamental para encurtar as distâncias entre os mercados consumidores. Graças à logística internacional, mercadorias podem ser comercializadas em mercados longínquos, os quais seria muito difícil ou extremamente custosa a produção de determinados tipos de produtos disponíveis no mercado global.
Entretanto, como em outros diversos setores, a logística internacional enfrenta grandes desafios para sua viabilização e, consequentemente, para o oferecimento de serviços e produtos de qualidade em mercados diferentes. Esses desafios vão desde a deficiência de infraestrutura até a excessiva burocracia para o trânsito das mercadorias nos diversos países.
Uma parte da logística internacional que tem sido bastante discutida, e é de suma importância para a viabilização das operações de forma eficiente, é a infraestrutura. Diversos são os aspectos relacionados à necessidade de infraestrutura adequada para que a logística possa ser desempenhada de maneira satisfatória, com baixo custo operacional e com alto nível de serviço ao consumidor.
É imprescindível, para qualquer nação que deseje operar em mercados globalizados, ter uma infraestrutura logística adequada para as operações internacionais.
MÓDULO 1
Reconhecer a avaliação logística de portos e aeroportos, bem como a multimodalidade
CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA
Quais aspectos precisam ser avaliados quando se decide operar com a logística internacional ?
Um bom exemplo são as condições de infraestrutura disponíveis no país. Por diversas vezes, as empresas que comercializam suas mercadorias em escala global necessitam da utilização da operação multimodal para facilitar e agilizar o envio das suas mercadorias aos clientes finais. Para que isso seja possível, a infraestrutura a ser utilizada deve estar de acordo com as necessidades dessas operações pertinentes à logística internacional.
TRANSPORTE MULTIMODAL
Antes de iniciar o planejamento para a utilização do transporte multimodal, é necessário realizar uma averiguação dos modais que estão disponíveis para a utilização no trecho considerado. De forma resumida, o transporte multimodal é aquele que emprega dois ou mais modais de transporte numa mesma operação, com o intuito de atender às necessidades específicas da logística.
Qual o principal objetivo das operações multimodais?
O objetivo principal das operações multimodais é ganhar agilidade e eficácia nos processos de transbordo, ou seja, permitir que a mercadoria vá até o seu destino final, utilizando vários tipos de modais combinados e com burocracia reduzida.
Nesta operação, apenas um documento, denominado Conhecimento de Carga (Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas ‒ CTMC) será emitido e o Operador de Transporte Multimodal (OTM) assumirá a responsabilidade diante do proprietário da carga, ficando a cargo deste OTM as tratativas com as diversas transportadoras envolvidas no fluxo das mercadorias, desde a origem até o destino final.
A multimodalidade é diferente da intermodalidade.
Na última, os documentos e acordos de transporte entre cada transportador são feitos individualmente, o que poderá gerar burocracia excessiva e perda de tempo durante as operações de transbordo de mercadorias.
Sob a ótica de negócios internacionais, a multimodalidade poderá atuar como um facilitador para as transações comerciais, uma vez que permitirá que as mercadorias sejam deslocadas com menor burocracia e maior agilidade.
Outros ganhos mais específicos poderão ser vislumbrados com a utilização da multimodalidade na logística internacional, conforme descrito nos tópicos a seguir:
Redução da burocracia envolvida e complicações com diversas empresas contratadas, visto que o contrato será feito apenas com uma empresa (OTM);
Poderá haver maior oferta de transportadores;
Devido à concorrência, bons acordos comerciais poderão ser realizados, ocasionando fretes reduzidos para os operadores;
Melhoria da eficiência logística por causa da possibilidade de abranger diferentes modais em apenas um planejamento operacional;
As empresas contratadas para operar modais específicos não precisarão se preocupar com detalhes logísticos, dado que ficarão sob a responsabilidade do operador (OTM);
Permite ganhos de agilidade e economia para todos que estão envolvidos na operação;
Haverá maior segurança e tranquilidade relacionada à integridade dos bens, já que o operador deverá ressarcir qualquer eventual dano ou prejuízo;
Emissão de apenas um documento de transporte (CTMC) para o percurso inteiro.
Entretanto, como em qualquer operação logística e, principalmente, dada a complexidade das operações de transporte multimodal, será necessário se certificar de que o operador multimodal escolhido tem ampla experiênciano mercado e investe na capacitação dos seus profissionais, para que possa prestar o serviço de eficiência esperado pelo contratante.
 SAIBA MAIS
Outro aspecto relevante é que o Operador de Transporte Multimodal deve ser uma pessoa jurídica e legalmente habilitada na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), conforme a Lei nº 9.611/1998 , para desempenhar tal atividade.
AVALIAÇÃO LOGÍSTICA DOS PORTOS E AEROPORTOS
É importante lembrar que, em qualquer país, os portos e aeroportos são as principais entradas e saídas de mercadorias e, portanto, deverão ser adequadamente idealizados para que as operações comerciais possam ser desenvolvidas de maneira satisfatória.
Terminais portuários e aeroportuários devidamente planejados e equipados permitem ao país conferir ganhos de competitividade nos produtos exportados e importados em termos de redução de preços dos serviços logísticos e dos tempos totais das operações. Tais ganhos, certamente, agradarão aos clientes, que, por sua vez, deverão priorizar a comercialização de produtos no país que oferecer boa infraestrutura portuária e aeroportuária para suas mercadorias e seus serviços.
A utilização da multimodalidade para o trânsito de mercadorias em escala internacional também tem sido preferida pelas empresas que decidem comercializar suas mercadorias em outros países. Em diversos momentos, existe necessidade premente da utilização de mais de um modo de transporte para a comercialização de produtos entre países. Isso se deve às características geográficas e de infraestrutura presentes nos países onde as cargas serão recebidas ou despachadas.
Deverão ser empenhadas ações que viabilizem a utilização de mais de um modo de transporte, de forma facilitada e desburocratizada, de maneira que os ganhos de tempo sejam percebidos pelos clientes.
Como a multimodalidade prevê a utilização de mais de um sistema de transporte com a utilização de apenas um documento para a circulação das cargas, torna-se necessário o desenvolvimento de sistemas e processos administrativos que permitam que ações relacionadas a essa atividade sejam realizadas de maneira ágil, precisa e acessível.
Para que a multimodalidade seja desempenhada da forma mais eficiente possível, é necessário que haja infraestrutura para que as operações físicas de transferência de carga sejam realizadas de forma rápida e segura.
EXEMPLO
Os terminais portuários são um bom exemplo de infraestrutura a ser utilizada pela multimodalidade. Quando se fala em portos, estamos tratando da parte da logística que se refere à área de administração que compreende as atividades de movimentação de cargas, ou seja, o transporte, o carregamento e o descarregamento de todas as embarcações, assim como a parte de controle dessas operações.
Imagem: Shutterstock.comPorto de Santos, Brasil.
No Brasil, a logística portuária é considerada uma das mais complexas, devido à excessiva burocracia, que exige muitas informações detalhadas, o que acaba por refletir no prazo de entrega das mercadorias aos clientes.
A infraestrutura da logística portuária pode ser dividida em três tipos, como vemos a seguir:
Tem-se a parte referente à infraestrutura física da logística portuária, composta pelos próprios portos, os terminais portuários, os armazéns, o cais e todos os materiais envolvidos;
Também fazem parte da infraestrutura portuária todas as entidades envolvidas no gerenciamento dos portos e no processo propriamente dito, como, por exemplo, as docas, o Grupo Executivo de Modernização dos Portos, o Órgão Gestor de Mão de Obra e o Conselho de Autoridade Portuária;
E, por fim, a operação, que é a parte responsável por desempenhar todas as atividades operacionais, envolvendo os operadores portuários, pilotos marítimos, rebocadores e ainda o Sindicato dos Trabalhadores Avulsos.
A infraestrutura portuária deverá ser corretamente dimensionada com a devida observância para a infraestrutura de canais de acesso, vias navegáveis, equipamentos, sistema de comunicação, instalações para serviços administrativos e demais itens que permitam que a operação seja desenvolvida corretamente.
ATENÇÃO
A ausência ou ineficiência desses itens anteriormente citados se traduz em reflexos negativos para o comércio internacional e para a movimentação eficiente de mercadorias, o que, certamente, contribuirá negativamente para a imagem do país junto aos operadores do comércio internacional.
Outro exemplo de infraestrutura necessária à prática da multimodalidade são os terminais aeroportuários. A logística nos aeroportos se encarrega de receber e despachar todas as mercadorias que chegam com a máxima segurança e confiabilidade possível.
Uma mercadoria adquirida em outro país, por exemplo, além de passar pelos processos da própria empresa comercializadora, ainda vai passar pela logística do aeroporto para garantir que o produto chegue até o endereço do cliente final.
O sistema aeroportuário necessita de infraestrutura adequada para o recebimento das aeronaves e demais equipamentos operacionais necessários ao embarque e desembarque de cargas. Alguns fatores podem limitar a utilização eficiente de um aeroporto, tais como:
A quantidade e extensão das suas pistas;
A poluição sonora causada pelas aeronaves;
A disponibilidade de infraestrutura para armazenagem das mercadorias;
A ocorrência de acidentes aéreos ou com equipamentos terrestres;
As interrupções constantes no funcionamento, prejudicando o trânsito de aeronaves;
A falta de espaço etc.
Portanto, o terminal aeroportuário deverá ser planejado e equipado para que as operações sejam desempenhadas de forma rápida, precisa e segura. Frequentes intervenções para modernização e readequação também deverão ser previstas, a fim de permitir que o aeroporto esteja sempre moderno e eficiente.
Portanto, pode-se constatar que a multimodalidade e os terminais de transporte deverão estar sempre alinhados para que as operações possam ser desenvolvidas da melhor maneira possível, com vistas a agradar aos clientes e permitir ganhos de competitividade internacionais.
AVALIAÇÃO LOGÍSTICA DE PORTOS E AEROPORTOS E MULTIMODALIDADE
Neste vídeo, o especialista abordará os pontos mais relevantes sobre as condições dos portos e aeroportos, bem como as questões relacionadas à multimodalidade e aos benefícios para quem deseja exportar produtos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. SABE-SE QUE A MULTIMODALIDADE É ATUALMENTE UTILIZADA COMO UMA DAS SOLUÇÕES QUE FACILITAM O DESLOCAMENTO DOS PRODUTOS AO MERCADO CONSUMIDOR INTERNACIONAL. A POSSIBILIDADE DE USO DE UM ÚNICO CONHECIMENTO DE TRANSPORTE QUE VIABILIZE A UTILIZAÇÃO DE VÁRIOS SISTEMAS TEM DEMONSTRADO GANHOS BASTANTES SIGNIFICATIVOS, EXCETO:
Melhoria da eficiência logística pela possibilidade de abranger vários sistemas de transportes.
Ganhos de agilidade e economia para todos os envolvidos na operação.
Aumento dos custos pela consequente demora das operações de transbordo entre os modais de transporte.
Maior segurança e tranquilidade relacionada à integridade dos bens que ficarão sob a responsabilidade do operador de transporte multimodal.
Redução da burocracia envolvida e complicações com diversas empresas contratadas.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. A INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE É IMPRESCINDÍVEL PARA A VIABILIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL. SUA DISPONIBILIDADE GARANTIRÁ QUE AS OPERAÇÕES OCORRAM DE FORMA RÁPIDA, SEGURA E EFICIENTE. UM DOS EXEMPLOS DE INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA MAIS IMPORTANTES PARA O COMÉRCIO EXTERIOR SÃO OS AEROPORTOS DISPONÍVEIS DO PAÍS. ASSINALE O FATOR QUE NÃO SERIA UM LIMITANTE PARA A UTILIZAÇÃO EFICIENTE DE UM AEROPORTO:
Ausência de acidentes aéreos e com equipamentos terrestres.
Quantidade e extensão das suas pistas.
Poluição sonora causada pelas aeronaves.
Disponibilidade de infraestrutura para armazenagem das mercadorias.
Interrupções constantes das atividades de pouso e decolagem, prejudicando o trânsito das aeronaves.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Sabe-se que a multimodalidade é atualmenteutilizada como uma das soluções que facilitam o deslocamento dos produtos ao mercado consumidor internacional. A possibilidade de uso de um único conhecimento de transporte que viabilize a utilização de vários sistemas tem demonstrado ganhos bastantes significativos, EXCETO:
A alternativa "C " está correta.
A multimodalidade permite maior agilidade nas operações de transbordo das mercadorias entre os modais de transporte pelo fato de que a documentação a ser utilizada para o deslocamento da mercadoria é única. Em outras palavras, o conhecimento de transporte multimodal permite maior agilidade do que se houvesse vários outros documentos inerentes aos diversos modais de transporte e a necessidade de sucessivas autorizações.
2. A infraestrutura de transporte é imprescindível para a viabilização das operações da logística internacional. Sua disponibilidade garantirá que as operações ocorram de forma rápida, segura e eficiente. Um dos exemplos de infraestrutura logística mais importantes para o comércio exterior são os aeroportos disponíveis do país. Assinale o fator que NÃO seria um limitante para a utilização eficiente de um aeroporto:
A alternativa "A " está correta.
A ausência de acidentes aéreos nas imediações do aeroporto e com os veículos e equipamentos terrestres contribuem para a atratividade das empresas a operarem no aeroporto e, consequentemente, comercializarem suas cargas no país. Portanto, a alternativa A não se configura como uma limitação para a utilização eficiente do aeroporto, mas um fator de atratividade para sua utilização.
MÓDULO 2
Descrever os regimes aduaneiros especiais e a armazenagem alfandegada
TRIBUTOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS
As cargas tributárias representam um grande obstáculo para os empreendedores que resolvem importar ou exportar mercadorias no Brasil. Em alguns casos, a cobrança exagerada de tributos torna a atividade de comércio exterior praticamente insustentável. Assim, torna-se necessária a criação de dispositivos que permitam a viabilidade do negócio.
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
No intuito de melhorar o cenário de pesados tributos e favorecer a economia, o governo criou vários tipos de regimes aduaneiros especiais. Os regimes aduaneiros especiais se traduzem em benefícios fiscais e tributários concedidos a algumas indústrias brasileiras em seus processos de importação ou exportação.
 SAIBA MAIS
Existem vários tipos de regimes aduaneiros especiais disponíveis e eles estão previstos no Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759/2009) e, basicamente, tratam da isenção ou suspensão parcial ou total de tributos incidentes sobre as mercadorias.
Os regimes aduaneiros especiais são aplicados para atender a determinadas peculiaridades, que podem ser de ordem econômica, logística ou mesmo para a facilitação do comércio. Nesses casos específicos, a regra geral não se aplicaria sob o ponto de vista de aplicação de tributos e, portanto, as mercadorias poderiam entrar no país com a exigibilidade dos tributos suspensa.
Pode-se considerar que o regime aduaneiro especial é entendido como um benefício fiscal concedido pelo país a determinadas empresas, que, por sua vez, assumem um compromisso a ser cumprido. Assim, a empresa não pagará os tributos na entrada dos bens no país. No entanto, tal suspensão fica condicionada ao cumprimento do prazo de permanência ou quanto à finalidade de utilização dos bens no país.
Atualmente, o regulamento aduaneiro brasileiro prevê 17 tipos de regimes aduaneiros especiais. Cada um possui suas particularidades para a aplicação, conforme veremos a seguir:
Admissão temporária
Esse regime prevê a suspensão total ou parcial de tributos para importação temporária de produtos. Para se beneficiar de tal regime, o empreendedor deverá comprovar a necessidade do produto importado apenas para determinado período de tempo e comprometer-se a exportá-lo dentro do prazo estipulado.
Depósito afiançado (DAF)
Esse regime suspende a cobrança dos tributos Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II) e Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), apenas para a importação de peças e componentes utilizados para a manutenção de aeronaves, bem como produtos relacionados à provisão de bordo (produtos a serem comercializados em aeronaves).
Depósito alfandegado (DAC)
Nesse caso, os produtos de exportação que já foram comercializados poderão permanecer em áreas alfandegadas no território nacional sem a necessidade de pagar tributos fiscais.
Depósito especial (DE)
Esse regime permite a suspensão do pagamento de tributos fiscais para o depósito, estoque de materiais de reposição ou manutenção de equipamentos, veículos, aparelhos estrangeiros ou nacionais. Porém, em todos os casos, a concessão do benefício deverá ser analisada pelo Ministério da Fazenda.
Drawback
Esse regime deverá ser aplicado para a suspensão ou isenção de impostos incidentes sobre a importação de insumos utilizados na industrialização do produto que será exportado. Em geral, as empresas exportadoras que utilizam insumos estrangeiros para a fabricação de seus produtos podem se beneficiar com tal regime.
O Drawback se divide em duas partes:
O “Drawback Integrado Isenção Web” isenta o II, IPI, PIS, COFINS e a taxa Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) de produtos que têm a finalidade de repor bens importados.
O “Drawback Integrado Suspensão” suspende o II, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais (ICMS), IPI, COFINS e a taxa AFRMM na importação de insumos que serão industrializados no Brasil e, posteriormente, encaminhados à exportação.
Entreposto aduaneiro
Nesse regime, haverá a suspensão do pagamento de tributos para mercadorias de exportação e importação. Na exportação, suspendem-se o ICMS e todos os tributos federais. Já na importação, não será necessário o pagamento do II, ICMS, IPI, COFINS e PIS/PASEP.
Loja franca
Esse regime permite que os estabelecimentos instalados nos locais primários de aeroportos ou zonas alfandegárias comercializem produtos com isenção de impostos. Isso acontecerá mesmo com o pagamento em moeda nacional ou estrangeira e, em geral, é utilizado pelos chamados free shops (lojas nas salas de embarque e desembarque) de aeroportos e portos que comercializam suas mercadorias para passageiros em viagem.
Exportação temporária
Esse regime prevê a eliminação da necessidade do pagamento do imposto de exportação para os produtos nacionalizados ou nacionais que serão exportados por determinado período de tempo. Semelhante ao caso do regime de admissão temporária, deve ser concedido sob condições do retorno da mercadoria dentro do prazo estipulado.
Despacho aduaneiro expresso
Esse regime também é conhecido como Linha Azul e tem por objetivo facilitar as operações de exportação, importação e atividades correlatas. Para se adequar a ele, é necessário ter uma habilitação na Receita Federal.
Declaração de trânsito aduaneiro
Esse regime permite que importadores e exportadores possam deslocar suas mercadorias de um recinto alfandegado a outro, desde que devidamente habilitados pela Receita Federal. A declaração de trânsito aduaneiro é utilizada em dois cenários: trânsitos aduaneiros de entrada ou de passagem, comum, cuja mercadoria é passível de emissão de fatura comercial; e trânsitos aduaneiros de entrada ou de passagem, especial, cuja carga não é sujeita à emissão de fatura comercial, de acordo com os itens anunciados na instrução normativa nº 248/2002 da Receita Federal.
Recap
O regime especial de aquisição de bens de capital se beneficia da suspensão da exigência do PIS e COFINS na importação de máquinas, aparelhos e outros instrumentos previstos em decreto. As empresas que possuem atividades de exportação representando 80% de sua receita bruta anual podem se beneficiar desse regime.
Padis
O programa de apoio ao desenvolvimento tecnológico da indústria de semicondutorese displays permite a desoneração de impostos e contribuições para a instalação de indústrias de componentes eletrônicos semicondutores. Em contrapartida, os negócios beneficiados devem aplicar parte do seu capital em atividades de pesquisa e desenvolvimento.
Recof
O Regime Aduaneiro de Entreposto industrial sob Controle Informatizado isenta o pagamento de tributos de mercadorias importadas ou adquiridas no mercado interno, desde que sejam destinadas à exportação ou ao mercado interno. Para ter direito a este benefício, a empresa deve ser habilitada pela Receita Federal do Brasil e ter um sistema informatizado integrado ao órgão.
Recof Sped
Trata-se de uma derivação do regime anterior, porém utiliza o sistema público de escrituração digital ‒ SPED, para viabilizar o acesso e reduzir os custos de manutenção do Recof. Para se beneficiar da utilização de tal sistema, a empresa deverá registrar os seus livros contábeis no sistema.
Repetro
É um regime voltado às empresas exportadoras e importadoras que atuam nas áreas de gás natural e jazidas de petróleo. Esse regime permite a concessão da isenção de tributos federais como II, IPI, PIS, COFINS e a taxa AFRMM, além de permitir a admissão temporária de bens destinados às pesquisas nas áreas descritas anteriormente.
Repex
Esse regime permite a importação de petróleo bruto e derivados com suspensão de pagamento de impostos federais, PIS/PASEP e COFINS. Para se beneficiar dele, é necessário que haja a posterior exportação dos insumos no mesmo estado em que foram importados.
Reporto
Esse regime tributário permite o incentivo à modernização e a ampliação da estrutura portuária, e suspende o pagamento de impostos e dos tributos PIS/PASEP e COFINS para a importação de máquinas, equipamentos e peças de reposição utilizadas para a manutenções de serviços portuários.
Do exposto, observa-se, portanto, que existem diversos tipos de regimes aduaneiros especiais que visam à facilitação das atividades de importação e exportação por parte dos empreendedores. Naturalmente, a empresa escolherá aquele que se adequar melhor às suas necessidades e permitir a redução de custos e burocracia, o que, certamente, se traduzirá em maiores vantagens competitivas frente ao mercado consumidor.
CONVENIÊNCIA LOGÍSTICA DOS MODELOS DE ARMAZENAGEM ALFANDEGADA DE MERCADORIAS
Nas operações logísticas internacionais, é comum a utilização da armazenagem alfandegada para as operações de importação ou exportação. Ela consiste em um local onde a mercadoria ficará armazenada por determinado período de tempo até que os processos inerentes à liberação dela junto à Receita Federal sejam devidamente concluídos.
Para que seja possível a utilização da armazenagem alfandegada, a empresa deverá possuir licença ou autorização para o seu funcionamento no regime alfandegado a ser concedido pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Isso permitirá que as operações de armazenagem e movimentação de carga fiquem sob a responsabilidade desta empresa, que deverá, também, cumprir a legislação vigente em sua integralidade para cada operação realizada no local.
Imagem: Shutterstock.com
Alguns fatores são preponderantes para a contabilização dos custos da armazenagem alfandegada. Os principais são:
Região do país em que está sendo realizada a operação.
Tipo de mercadoria.
Operador logístico.
Acordo comercial com os terminais.
Os custos da armazenagem alfandegada podem variar bastante. Por esse motivo, é importante que antes de realizar suas operações de importação e exportação, seja realizada uma pesquisa das principais empresas que podem prestar o serviço no local de atuação em que será realizada a liberação. É importante, também, buscar referências comerciais e operacionais dos colaboradores para que não haja surpresas indesejáveis e custos adicionais não combinados anteriormente.
A legislação aduaneira, por vezes, utiliza expressões próprias para as áreas que podem ser alfandegadas, tais como:
Recintos alfandegados
Consiste em locais alfandegados de zona primária e zona secundária. Na zona primária, estão localizados os portos, aeroportos e pontos de fronteira. Aqueles que se localizam na zona secundária, por sua vez, são os terminais alfandegados.
De acordo com a legislação nestes locais, permite-se ocorrer a movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, bagagens de viajantes procedentes do exterior ou a ele destinadas, e remessas postais internacionais. Poderão ainda ser alfandegados na zona primária os recintos destinados à instalação de lojas francas.
Terminais alfandegados
São áreas para onde se destina o recebimento de cargas de importação ou de exportação controladas pela alfândega e estão localizados na zona secundária. Esses locais devem ser dotados de área para armazenagem e pátio de contêineres, além de um controle de entrada e saída de cargas e locais para serviços aduaneiros. Naturalmente, o acesso das cargas ao terminal é feito por meio do Regime de Trânsito Aduaneiro.
ATENÇÃO
De acordo com a legislação, os serviços desenvolvidos em terminais alfandegados de uso público poderão ser delegados a pessoas jurídicas de direito privado que tenham como principal objeto social a guarda ou o transporte de mercadorias.
Os recintos que se enquadram na categoria de alfandegados de uso público são:
Aeroportos
Segundo a Receita Federal do Brasil, o país conta com 38 terminais de carga alfandegados em aeroportos. Em relação às estruturas destinadas a passageiros em voos internacionais, o país conta com 31 unidades.
Portos
De acordo com a Receita Federal, são 39 portos distribuídos pelo país, sendo que deste total 69% são marítimos e 31% são fluviais ou lacustres. As instalações portuárias são classificadas de uso público, privativo misto e privativo exclusivo.
Pontos de fronteira
O Brasil conta com 30 pontos de fronteira alfandegados em cidades limítrofes a outros países. Somente por meio de tais pontos pode ocorrer, de forma legal, a movimentação terrestre internacional de pessoas, veículos e mercadorias.
Collis posteaux
Recinto alfandegado situado nos Correios.
Dentre os recintos alfandegados que mais se destacam e mais são utilizados, temos os terminais aeroportuários de carga e de passageiros, e pontos de fronteira. Eles correspondem à zona primária onde ocorre o primeiro contato entre o território nacional e o exterior.
Existem também os recintos alfandegados em zonas secundárias, ou seja, são locais sob controle aduaneiro onde não há contato direto entre o exterior e o território nacional. Os principais recintos aduaneiros são divididos em:
Portos secos
São recintos alfandegados de uso público que recebem operações de movimentação, armazenagem e despacho de mercadorias e bagagens sob controle aduaneiro. Atualmente, o Brasil conta com 31 portos secos registrados, sendo que boa parte deles se encontra no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Clias
Esse recinto também permite a movimentação e armazenagem de mercadorias importadas ou exportadas. Tais pátios e armazéns possibilitam operações de controle alfandegário, desde que estejam devidamente credenciados. Semelhante ao que ocorre nos portos secos, eles permitem o regime especial de Entreposto Aduaneiro, sendo que no país existem 34 centros logísticos desse tipo.
Redex
Trata-se de um recinto de exportação não alfandegado, mas que permite que sejam realizados serviços de fiscalização aduaneira. Ele pode estar localizado no estabelecimento do próprio exportador ou em endereço de uso comum a várias empresas. Atualmente, o Brasil conta com 59 unidades, sendo que quase a metade está instalada em Santos ‒ SP.
Além desses, existem outros pontos que estão na lista de recintos aduaneiros da Receita Federal, tais como: Áreas de Controle Integrado (ACIs), unidades para remessas internacionais e expressas, bases militares, lojas francas, silos e tanques.
RESUMINDO
Existem diversas opções para armazenagem alfandegada disponíveis para que as empresas ligadas à importação e exportação de mercadorias possam utilizar. Taisopções de armazenagem alfandegada visam reduzir os custos e agilizar o despacho das mercadorias aos clientes.
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS E ARMAZENAGEM ALFANDEGADA
Neste vídeo, analisaremos os regimes aduaneiros especiais utilizados no Brasil e que permitem que as cargas tenham tratamentos diferenciados segundo suas peculiaridades e finalidades, e também os benefícios da utilização de tais regimes e quais empresas estão aptas a utilizá-los em cada caso.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. O REGIME ADUANEIRO ESPECIAL DENOMINADO ADMISSÃO TEMPORÁRIA PREVÊ:
Suspensão total ou parcial de tributos para importação temporária de produtos.
Suspensão total ou parcial de tributos para importação definitiva de produtos.
Suspensão definitiva do trânsito das mercadorias em território nacional.
Proibição temporária da entrada de navios nos portos nacionais.
Legalização das mercadorias importadas sem a necessidade de pagamento de impostos.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. OS TERMINAIS ALFANDEGADOS CONSISTEM EM MODELOS DE ARMAZENAGEM ALFANDEGADA DE MERCADORIAS. EM SUAS DEPENDÊNCIAS, FICA PERMITIDO(A):
A cobrança de todos os impostos relacionados à importação de mercadorias.
A instalação de fábricas para o beneficiamento de componentes e matérias-primas importadas.
O recebimento de cargas de importação ou de exportação controladas pela alfândega.
A livre entrada de mercadorias em território nacional sem a necessidade do pagamento de tributos.
A retirada da mercadoria importada por parte do importador, que será isentado de tributos ou obrigações diversas.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. O regime aduaneiro especial denominado admissão temporária prevê:
A alternativa "A " está correta.
Na admissão temporária, os tributos relativos à importação são momentaneamente suspensos de forma total ou parcial. Entretanto, o empreendedor deverá comprovar a necessidade temporária do produto a ser importado para que seja possível a aplicação desse benefício.
2. Os terminais alfandegados consistem em modelos de armazenagem alfandegada de mercadorias. Em suas dependências, fica permitido(a):
A alternativa "C " está correta.
As áreas destinadas ao recebimento de cargas importadas ou exportadas são denominadas terminais alfandegados e estão situados na zona secundária. No local, aplica-se o Regime de Trânsito Aduaneiro para que seja possível a movimentação e o recebimento das cargas.
MÓDULO 3
Descrever a distribuição internacional
OPERAÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO INTERNACIONAL
As operações de distribuição de produtos em âmbito internacional preconizam uma série de ações, cuidados, equipamentos, infraestrutura e diversos outros recursos para que todos os clientes sejam atendidos com alto nível de serviço. Diversos cuidados deverão ser tomados para que a entrega dos produtos em outros países seja efetuada seguindo a legislação do país em questão e as exigências dos clientes.
É importante que a empresa que pretende realizar distribuição internacional conheça todos os detalhes inerentes à atividade e trabalhe em prol da melhoria contínua dos processos que irão culminar no sucesso das entregas. É necessário que a empresa se certifique de que tem conhecimento de todas as atividades que geram custos logísticos e que, certamente, impactarão no preço final das mercadorias.
Este item é muito relevante, visto que excessivos custos logísticos poderão aumentar muito o preço final de venda dos produtos, inviabilizando sua comercialização em determinados mercados internacionais. Diversas análises deverão ser realizadas para as operações de distribuição, uma vez que há uma grande disponibilidade de empresas que poderão realizar essa tarefa de forma profissional e eficiente, caso o exportador não deseje utilizar a sua própria infraestrutura.
INFLUÊNCIA DOS CUSTOS NO PREÇO FINAL DO PRODUTO
Em momentos de crise e em tempos de instabilidade no mercado, as empresas precisam buscar formas de desenvolver atividades logísticas mais enxutas e menos custosas. Os sistemas logísticos inteligentes que são estudados e desenvolvidos pelas empresas visam reduzir os custos logísticos que podem afetar negativamente o preço final dos produtos ao mercado consumidor.
Imagem: Shutterstock.com
ATENÇÃO
Por ser um elemento extremamente estratégico para as instituições, não há espaço para erros e falta de planejamento. O sistema logístico desenvolvido, observando-se o planejamento estratégico da empresa e suas operações, deverá ser embasado em conhecimentos técnicos com a utilização de profissionais devidamente capacitados para tal finalidade.
Trabalhar com foco na otimização das operações da cadeia de suprimento e buscar formas de tornar os processos mais eficientes são ações cruciais para que a empresa possa reduzir os seus custos operacionais e ganhar a devida relevância e destaque no mercado. Esses fatores deveriam fazer parte do rol de prioridades da gestão logística da empresa, dado que podem afetar positiva ou negativamente o desenvolvimento das operações e os custos inerentes a elas.
Empresas que não priorizam tais fatores experimentam diversos tipos de problemas relacionados a erros processuais, retrabalhos repetitivos, processos ineficientes e diversas outras inconsistências operacionais que resultam em considerável desperdício de tempo e reduzem o uso eficiente dos recursos disponíveis na empresa.
Quando as empresas resolvem desenvolver planejamentos eficientes e estratégicos para o desenvolvimento das atividades logísticas, haverá uma contribuição direta para o incremento da cadeia de valor referente às atividades da empresa. Pode-se considerar que a “cadeia de valor” é um dos pilares que compõem a gestão estratégica de custos, juntamente com o posicionamento estratégico e os direcionadores de custos.
Neste contexto, o que é uma cadeia de valor?
Entende-se por cadeia de valor o conjunto de atividades criadoras de valor que se iniciam nas fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes até a entrega do produto final ao consumidor. Ou seja, pode concentrar todas as atividades que fazem parte de determinada operação, tais como: projetar, produzir, comercializar, entregar e garantir a qualidade do seu produto no âmbito do mercado consumidor.
Para que a cadeia de valor seja trabalhada de maneira eficiente, é necessário que todos os parceiros atuem de forma conjunta e precisa, de modo que se garanta a qualidade desde a matéria-prima até o produto final nas mãos do consumidor.
ATENÇÃO
A cadeia de valor não é um conjunto de atividades independentes ou isoladas, mas de atividades interdependentes a serem desenvolvidas pelos diversos atores pertencentes à cadeia logística e que possuem objetivos comuns de melhoria da qualidade dos serviços e aumento da satisfação dos clientes finais.
A necessidade da integração dos diversos atores envolvidos na cadeia logística é, de fato, uma das atividades mais importantes quando se fala em comercialização de produtos ao consumidor. Sua importância vai além de a empresa principal desenvolver e compreender sua própria cadeia de valor.
É necessário entender como as suas atividades de valor se encaixam na cadeia de valor dos fornecedores e dos clientes. Trabalha-se para a estruturação de uma “cadeia de valor global”, que objetiva aumentar a satisfação do mercado consumidor e tornar a empresa cada vez mais competitiva junto ao mercado.
Para potencializar a utilização dos recursos, reduzir os prazos e aumentar as receitas, as instituições precisam concentrar esforços no objetivo de entender detalhadamente os custos operacionais inerentes às suas operações, de tal forma que se possa buscar maneiras de aprimorar essas despesas e desenvolver alternativas interessantes que possam alcançar esse propósito, sem que o nível de serviço seja comprometido.
CUSTOS LOGÍSTICOS
Os custos logísticos são compreendidos como custos de planejamento, implementação e controle de todo o inventário de entrada, de processo e de saída, desde o ponto de origem até o ponto de consumo.Conforme mencionado anteriormente, todos os custos precisam ser devidamente compreendidos e controlados. Os principais custos inerentes às operações logísticas são:
Armazenagem e movimentação
As operações de armazenagem se relacionam com a movimentação de cargas dentro dos centros de distribuição. Essas movimentações são necessárias desde o recebimento dos produtos até seu despacho aos clientes finais. Tanto a armazenagem quanto a movimentação dos produtos necessitam de insumos, equipamentos e pessoal para desenvolver tais atividades.
Naturalmente, todos esses recursos necessários incorrem em custos e serão adicionados a este item. Dentre as diversas maneiras de se reduzir custos referentes à armazenagem e à movimentação, têm-se a eliminação de movimentos desnecessários nas operações, a redução do número de movimentos e o aumento da quantidade movimentada em cada operação.
Assim, os processos de armazenagem e movimentação de materiais deverão atender às necessidades da instituição ao menor custo possível, mas sem deixar de lado a devida atenção à qualidade dos serviços.
Transportes
Os custos relacionados às operações de transporte das mercadorias costumam ser os mais representativos para a logística de uma empresa. A atividade de transporte, para a movimentação nacional ou internacional de mercadorias, pode ser considerada um dos processos mais relevantes da logística.
Sua abrangência vai desde a movimentação das matérias-primas ou dos componentes a partir dos fornecedores, passando pelas movimentações internas de produtos no âmbito produtivo e, finalmente, deslocando as mercadorias finais para os consumidores.
Alguns fatores influenciam positiva ou negativamente na formação dos custos de transporte, tais como: distância, volume, densidade de produtos, facilidade de acondicionamento, manuseio dos materiais, risco de roubo, deterioração e demais interferências do mercado no que diz respeito à facilidade do tráfego e à sazonalidade. Dentre os fatores a serem observados antes de se optar por um sistema de transporte, temos: preço, tempo médio de viagem, variações no tempo de trânsito, perdas e danos.
Atualmente, as empresas ainda possuem opção de ter a sua frota própria ou terceirizada, fato que merecerá avaliação apropriada para a obtenção do máximo benefício possível de uma ou outra modalidade de uso do sistema de transporte.
Embalagens
Os custos relacionados à embalagem de produtos estão relacionados às despesas necessárias para a manutenção da integridade do produto durante as operações de transporte, manuseio e armazenagem. O grande desafio quanto ao desenvolvimento de embalagens é encontrar materiais e projetos que garantam a proteção do produto, sem que seja necessário adicionar custos excessivos a ele.
Imagem: Shutterstock.com
Outra questão interessante diz respeito aos projetos de embalagens que deverão ser desenvolvidos, levando em consideração os equipamentos utilizados para a movimentação das cargas e os veículos de transportes que serão utilizados para o deslocamento das mercadorias.
Embalagens padronizadas que possam ser utilizadas por diversos equipamentos e diversos modos de transporte tendem a ser mais econômicas sob o ponto de vista operacional, o que resultará em menores custos ao produto final. Alguns produtos de difícil identificação serão reconhecidos apenas pelas identificações presentes na embalagem, o que deverá facilitar e agilizar as operações nos centros de distribuição.
Manutenção de inventário
As atividades relacionadas à manutenção dos estoques consistem em controlar as mercadorias com intuito de identificar a quantidade de cada produto que será utilizado para atender à demanda de mercado. Assim, as atividades de controlar estoques geram custos para sua manutenção, o que representa significativa parcela adicional ao custo atual dos produtos.
Dentre os principais custos relacionados à atividade, podemos citar os custos promocionais em relação à quantidade armazenada e ao tempo em que tal quantidade ficará em estoque. Esses custos acabam por resultar em outros tipos de custo de igual importância, tais como: oportunidade de estoque, serviços de inventário, seguros, espaço para armazenagem de produtos, risco com deterioração, obsolescência, quebras e custo total de manutenção do inventário.
A principal forma de reduzir os custos relacionados à manutenção do inventário é trabalhar de maneira planejada para que haja menor necessidade de estocagem de produtos. Altos níveis de estoque acabam gerando custos acessórios que contribuem muito para o aumento dos preços dos produtos finais que atenderão o mercado consumidor.
Tecnologia
Atualmente, é muito difícil para uma empresa de logística executar suas atividades sem o apoio de uma moderna estrutura de Tecnologia da Informação (TI). A TI tornou-se uma ferramenta fundamental para as empresas, uma vez que auxilia no desempenho dos processos operacionais, atua no planejamento das operações logísticas, permite a integração com clientes e fornecedores, e outras atividades de igual importância.
Inclusive, as ferramentas de TI disponíveis hoje no mercado permitem que as empresas experimentem maior nível de automatização, com a integração das atividades de produção, de gerenciamento e de comercialização, o que tende a garantir maiores índices de produtividade e maior flexibilidade operacional.
Modernas ferramentas operacionais de TI permitem uma integração das atividades no centro de distribuição e visam integrar e processar as informações de localização dos materiais, assim como o controle e a utilização da capacidade produtiva dos equipamentos e da mão de obra disponível.
Além disso, facilitam o controle dos produtos, permitem o rastreamento deles, disponibilizam o intercâmbio de dados entre os atores da cadeia de suprimentos, agilizam a comunicação entre os vendedores e a empresa e, ainda, permitem que o fornecedor auxilie a empresa a controlar seus estoques por meio de intercâmbio eletrônico de dados.
Apesar de seus enormes benefícios, a TI gera custos com mão de obra, manutenção de hardware, software, seguros, serviços, treinamentos e outros. Portanto, é importante que o investimento em tecnologia seja planejado e executado de forma precisa e profissional, para que estes custos sejam compensados pelos ganhos de produtividade e nível de serviço esperados.
Tributos
Em geral, os custos tributários dizem respeito a impostos, taxas, contribuições de melhorias, contribuições sociais, entre outros. Logo, é de suma importância que sejam analisados profissionalmente todos os tributos incidentes nesta área de atuação de logística para que não haja surpresas de última hora, relacionadas ao esquecimento de determinados tributos que deveriam ter sido pagos.
Assim, é necessário que a empresa invista tempo e esforço no estudo sobre o fluxo de bens e serviços, observando os tipos de produtos ou serviços comercializados, bem como os tributos que incidirão sobre eles.
Dentre os diversos tipos de tributos mais comuns para as atividades logísticas e produtivas, destacam-se: IPI, II, ICMS, taxas e obrigações acessórias, incidentes sobre operações alfandegárias.
No Brasil, as alíquotas podem ser diferenciadas para cada estado, dependendo do produto ou do modo de transporte utilizado. Nesse sentido, é importante que as operações sejam analisadas, visto que os tributos incidentes sobre elas podem variar de acordo com produto, modal, localidade, atividade e especialidade da empresa.
Lotes
Durante as operações de produção, é comum haver paralisações para a mudança de lotes de produtos a serem fabricados. Essas paralisações resultam na perda de tempo e de capacidade produtiva, dado que as linhas de produção ficaram paralisadas por algum tempo. Além disso, podem ser necessárias mudanças de equipamentos ou ajustes e calibragem neles para que a produção do próximo lote possa ser desenvolvida corretamente.
Tecnicamente, os principais custos gerados por essas paralisações são: custos para a preparação da produção, capacidade produtiva perdida devido à troca deferramentas ou mudança de maquinário, manuseio e movimentação de materiais.
Diante disso, torna-se necessário que seja realizado um bom planejamento para a produção, levando-se em conta a necessidade da redução dos tempos de paralisação para readequação da rotina produtiva. Esse planejamento deverá levar em consideração, inclusive, o projeto do produto, que pode ser desenvolvido de tal modo que contribua para a redução da necessidade de longas paradas.
Nível de serviço
Os níveis de serviço que a empresa oferece ao mercado consumidor devem estar de acordo com os seus anseios, uma vez que este item é tratado atualmente como um diferencial competitivo importante para a viabilização das operações da empresa, bem como da sua competitividade no mercado.
Fatores como o serviço de entrega, a confiabilidade dos produtos, os níveis de estoque e o tempo gasto no ciclo dos pedidos contribuem positivamente para a fidelização da marca por parte do cliente. Entretanto, para estabelecer um bom nível de serviço, são necessários investimentos em melhorias e readequações de processos, que têm por finalidade aprimorar as operações logísticas e produtivas da empresa.
Em contrapartida, a falta de planejamento para a atuação de uma empresa no mercado pode resultar em níveis de serviço insatisfatórios, o que contribui negativamente para a imagem da corporação.
Os principais resultados dessa falta de planejamento podem ser percebidos pelas falhas, tais como: falta de produtos, custos de vendas perdidas, planejamento logístico inadequado, custos relacionados à falta de qualidade, ausência de eficiência operacional, falta de treinamento dos colaboradores, más condições dos produtos, além dos custos de excesso de mercadorias, ocasionados por falta de planejamento logístico, o que acaba resultando em acúmulos de estoque.
Operações de distribuição
Apesar dos custos com as operações de distribuição já estarem distribuídos entre os itens anteriores, é importante que sejam evidenciados os custos necessários para a manutenção do sistema logístico em pleno funcionamento, bem como os gastos operacionais que devem ser considerados.
Portanto, devem ser consideradas despesas fixas, como aluguel, taxas de espaço físico, equipamentos, salários e impostos. Do mesmo modo, as despesas variáveis com manutenção, mão de obra, horas extras, seguros de cargas, pneus, combustíveis, lubrificantes e aquisição de peças deverão ser contabilizadas como custos para as operações de distribuição.
Recursos humanos
Subentende-se que os itens anteriormente descritos necessitam de mão de obra para sua execução. Contudo, é importante destacar que este importante recurso precisa ser considerado no processo de formação dos custos logísticos.
Portanto, deve-se considerar os salários a serem pagos aos gestores de frotas e a outros colaboradores de diversos níveis e atribuições que constituem a equipe logística da empresa e que são de fundamental importância para que todas as operações sejam desempenhadas de forma eficiente.
Imagem: Shutterstock.com
Além disso, como as operações logísticas são extremamente específicas e requerem mão de obra especializada, as empresas precisam estar atentas ao processo de qualificação da mão de obra que trabalhará no seu centro de distribuição. Assim, a instituição deverá oferecer cursos de capacitação e treinamento que visem ao aprimoramento e à qualificação da sua força de trabalho, a fim de que possa desempenhar suas atividades da maneira mais eficiente possível.
RESUMINDO
Tanto a necessidade da mão de obra a ser empregada nas atividades operacionais quanto a necessidade de sua qualificação geram custos para a empresa, o que deve ser devidamente planejado e executado, seguindo sempre os objetivos de redução de custos a serem adicionados ao produto final.
TRADE-OFFS
As organizações sempre têm buscado aumentar ou manter a competitividade no mercado frente à concorrência. Para tanto, há necessidade de que os gestores adotem princípios fundamentais que viabilizem um bom desempenho para a empresa, tais como:
1
Planejamento
Organização
2
3
Controle
Execução
4
5
Direção
Liderança
6
Tais princípios norteadores são de fundamental importância para que as empresas possam atuar competitivamente no mercado.
As empresas têm operado, cada vez mais, de forma sistêmica no mercado, ou seja, é necessário observar a empresa como um sistema integrado, no qual as atividades de entrada, transformação e saída trabalhem de maneira sincronizada, com vistas à melhoria dos processos operacionais desenvolvidos no âmbito da corporação.
De modo muito semelhante, a logística, especificamente, deverá trabalhar também de forma sistêmica, contemplando todas as atividades inerentes às suas operações. Do contrário, as atividades e os processos que contemplam a logística trabalharão de maneira isolada e ineficiente, o que não contribui para os objetivos finais de eficiência e eficácia das operações logísticas.
ATENÇÃO
Todas as operações devem ser coordenadas de modo integrado e estratégico, permitindo uma otimização dos recursos disponíveis, que certamente resultará em ganhos globais operacionais e financeiros.
A logística está presente em qualquer empresa ou entidade, independentemente da atividade ou do segmento. Por isso, é de suma importância que os gestores conheçam detalhadamente os recursos disponíveis e planejem estratégias para o negócio. Essas estratégias deverão estar sempre voltadas para os objetivos principais e básicos da logística, tais como: aumentar o lucro, reduzir os custos e melhorar o nível de serviço oferecido ao mercado.
Imagem: Shutterstock.com
O conhecimento detalhado de todas as operações e todos os processos logísticos da empresa permite que ela possa se beneficiar com o uso da compensação de custos, também conhecida como trade-off. O trade-off demonstra que os diversos custos envolvidos nas operações logísticas frequentemente apresentam um padrão de comportamento que os coloca em conflito mútuo, fato que deve ser constantemente analisado.
Ações de melhoria de processos e operações, como treinamento, padronização de processos, análise de desperdícios, foco no cliente, inclusão de TI, dentre outros, frequentemente são consideradas por alguns gestores como itens geradores de custos de forma simplificada.
No entanto, gestores que possuem uma visão mais sistêmica da empresa e com foco nos objetivos futuros conseguem visualizar tais custos como investimentos que, certamente, resultarão em benefícios futuros e permitirão que a empresa trabalhe sempre na busca pela melhoria contínua das suas atividades. Organizações que desejam se perpetuar no mercado precisam estar atentas a tais questões, visto que os consumidores têm ficado cada vez mais exigentes e esperam melhorias contínuas dos produtos e serviços.
O trade-off pode ser entendido como a relação entre os custos para a melhoria de determinadas atividades ou processos que trarão benefícios futuros para a organização. Um dos grandes desafios para as empresas é avaliar e escolher quais são os investimentos prioritários para o alcance destes benefícios futuros, posto que, normalmente, não há disponibilidade de recursos para atuar em todas as frentes de melhorias.
O fato é que, em geral, a melhoria dos níveis de serviços operacionais significa menores custos de estocagem para o cliente, desde que se mantenham as mesmas características de demanda.
	No entanto, algumas considerações adicionais podem ser colocadas, tais como:
	Verificar se a empresa possui um layout apropriado para a correta armazenagem de matérias-primas, produtos semiacabados e acabados, bem como se o processo produtivo se encontra em algum nível de automação.
	Analisar se os equipamentos e a tecnologia utilizados atualmente estão atuando de forma adequada para os processos desenvolvidos.
	Avaliar os custos inerentes ao processamento de pedido, movimentação das mercadorias e armazenamento delas, de modo que se possa ter um panorama detalhado da situação atual.
	Certificar-se de que o centro de distribuição se encontrapróximo aos clientes ou se permite facilidade de deslocamento das mercadorias no trajeto em direção ao mercado consumidor.
	Estudar detalhadamente quais são os mecanismos de controle que devem ser utilizados no gerenciamento dos estoques.
	Identificar quais são os produtos ou serviços que contribuem com a maior parcela de lucro para empresa.
	Verificar quanto tempo é necessário para que o estoque complete um giro.
	Analisar se os colaboradores estão devidamente capacitados e qualificados para executar as diversas atividades.
	Avaliar a necessidade da contratação de operadores logísticos ou prestadores de serviços logísticos.
	Identificar quais são as estratégias de marketing utilizadas para a obtenção de novos clientes.
	Analisar o nível de serviço que deve ser providenciado para os itens comercializados pela empresa (produtos ou serviços).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Essas questões e considerações precisam ser analisadas e respondidas nos níveis estratégico, tático e operacional, para que possam facilitar o diagnóstico e subsidiar com informações os processos decisórios da empresa.
Portanto, as empresas que desejarem utilizar o trade-off para alcançar os seus objetivos de crescimento, aumento da participação do mercado, consolidação da marca e outros precisam ter conhecimento adequado para a utilização dos recursos disponíveis, informações e métodos.
Para que o processo de compensação de custos seja bem-sucedido, é necessário que sejam realizadas algumas mudanças de processos e procedimentos, como permitir que os administradores tenham uma visão holística da situação, trabalhar de forma integrada com todos os atores envolvidos e viabilizar a interação entre todas as áreas e pessoal envolvido.
LAY-DOWN COST
Outro ponto que merece destaque quando se opta por reduzir custos e aprimorar a qualidade do serviço logístico é o conceito de Lay-Down Cost.
Basicamente, o Lay-Down Cost trata do custo logístico “porta a porta” e abrange todas as atividades de movimentação, armazenagem, transportes, seguros, licenças, certificações, impostos e outros, o que permite ao cliente bastante tranquilidade por não ter de se preocupar com atividades ou custos intermediários.
É a soma total dos custos do produto e das tarifas de transportes, sendo usada para comparar os custos totais de um produto quando este é embarcado de diferentes locais para um mesmo ponto de consumo.
A utilização do conceito permite que as empresas possam fazer determinadas averiguações nos preços cobrados pelos operadores de transporte, principalmente quando a empresa contrata a operação de maneira completa, incluindo ou não o uso da multimodalidade. Essa forma de contratação é bastante utilizada pelo mercado logístico nacional e internacional, uma vez que todas as responsabilidades relacionadas ao trânsito das mercadorias devem ficar sob a responsabilidade de uma única empresa.
Apesar de haver uma tendência a ser confundida com a multimodalidade, o conceito de Lay-Down Cost não necessariamente preconiza a utilização de vários modos de transporte sob a responsabilidade de uma única empresa.
O conceito diz respeito apenas aos custos envolvidos em toda a operação, não importando se isso será feito por uma ou mais empresas sob a responsabilidade do proprietário da mercadoria. Em síntese, o conceito do Lay-Down Cost pode ser aplicado tanto para a intermodalidade quanto para a multimodalidade, já que se refere apenas ao somatório dos custos envolvidos durante a operação logística.
FRONTEIRA DE MERCADO
Outro conceito que merece destaque é a fronteira de mercado: uma linha de indiferença do custo final entre diferentes possíveis cadeias de suprimento. Em outras palavras, quando se analisa outras cadeias de suprimento para o transporte das mercadorias, pode-se observar que os custos inerentes a elas permanecem em igual patamar de valor, o que não permite a diferenciação entre uma ou outra sob o aspecto de custos.
Logo, no caso da Fronteira de Mercado, os Lay-Down Cost são iguais. Trata-se, portanto, de uma coincidência que pode ser de difícil solução para o gestor logístico, dado que a tomada de decisão para o uso de determinada opção logística não será realizada pelos conceitos de custo logístico, mas por outros atributos que deverão ser considerados na análise.
No caso da fronteira de mercado, os conceitos relacionados ao trade-off logístico podem fazer grande diferença, dado que qualquer transação que se mostre viável sob ponto de vista de compensação de custos poderá fazer a diferença e viabilizar determinada cadeia de suprimento em relação à outra. Assim, qualquer diferença para menos que venha a ser obtida alterará o status do Lay-Down Cost e desestabilizará a fronteira de mercado, o que poderá viabilizar a atratividade de um novo cliente.
ATENÇÃO
Como vimos, na distribuição internacional, é imprescindível a consideração de todos os custos e, principalmente, todas as situações que, quando devidamente analisadas, são potencialmente capazes de ocasionar reduções de custos.
Em algumas situações, sob o ponto de vista do comprador, os custos resultantes, quando analisadas diferentes cadeias de suprimentos, podem ser idênticos, o que demandará da equipe de logística do vendedor rever o seu sistema de custos, a fim de obter vantagens competitivas em relação à concorrência do mercado.
DISTRIBUIÇÃO INTERNACIONAL
Neste vídeo, explicaremos quais são os itens formadores de custo para a logística e que poderão afetar o preço final das mercadorias oferecidas ao mercado consumidor, bem como as formas de se reduzir tais custos, apresentando mecanismos de comparação de custos logísticos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Parte superior do formulário
1. OS PRINCIPAIS CUSTOS QUE INCIDEM SOBRE AS OPERAÇÕES LOGÍSTICAS E QUE DEVEM SER CUIDADOSAMENTE AVALIADOS ESTÃO DESCRITOS A SEGUIR, EXCETO:
Custos de armazenagem e movimentação.
Custos com transportes.
Custos com embalagens de proteção.
Custos com manutenção de inventário.
Custos com publicidade e propaganda.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. A COMPENSAÇÃO DE CUSTOS OU TRADE-OFF TEM SIDO BASTANTE ESTUDADA PELAS EMPRESAS DE LOGÍSTICA E CONSISTE EM:
Revisar todos os custos relacionados ao sistema de transporte, de forma a reduzi-los.
Analisar todos os custos envolvidos nas operações de estocagem, de modo que seja possível enxugá-los.
Rever a necessidade de investimentos em TI, uma vez que os seus custos são muito onerosos para a corporação.
Realizar investimentos e melhorias que geram custos imediatos, mas que trarão benefícios futuros significativos para a corporação.
Evitar treinamentos e capacitação dos funcionários, e optar pela contratação de funcionários que já possuam treinamento no mercado.
Parte inferior do formulário
GABARITO
1. Os principais custos que incidem sobre as operações logísticas e que devem ser cuidadosamente avaliados estão descritos a seguir, EXCETO:
A alternativa "E " está correta.
Apesar de serem muito importantes para as empresas, as atividades de publicidade e propaganda não fazem parte das que geram custos logísticos e, portanto, não têm nenhuma influência direta nos custos das operações logísticas.
2. A compensação de custos ou trade-off tem sido bastante estudada pelas empresas de logística e consiste em:
A alternativa "D " está correta.
Gestores mais experientes e que possuem uma visão mais sistêmica das operações da empresa costumam praticar o trade-off como forma de garantir benefícios futuros por meio de investimentos realizados no tempo presente. Desse modo, os custos relativos a essas ações de melhorias serão compensados por ganhos futuros e permitirão que a empresa busque a melhoria contínua dos seus processos e aumente o nível de serviço.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O comércio internacional tem apresentado diversas evoluções ao longo dos anos, o que tem impulsionado a logística internacional a patamares de grande importância para a viabilização das transações comerciais. É notória a necessidade da logísticainternacional para comercialização de produtos de forma globalizada, como temos visto acontecer atualmente em todas as partes.
A utilização de dois ou mais modos de transporte para o deslocamento das mercadorias tem se mostrado bastante eficiente quando há necessidade de que esta mercadoria percorra diferentes trechos que são operados por modais distintos. A possibilidade de utilização de documentos padronizados e únicos interfere positivamente nas operações de transbordo das mercadorias, o que resulta em agilidade e economia.
No entanto, para que as transações comerciais, bem como a logística, possam se desenvolver de modo satisfatório, eficiente e com foco na satisfação do consumidor, é necessário o estabelecimento de regras comerciais e logísticas que permitam que as mercadorias possam ser deslocadas, armazenadas e, posteriormente, comercializadas igualitariamente entre os mercados consumidores.
A utilização dos regimes aduaneiros especiais contribui de forma importante para que as mercadorias não sejam sobretaxadas e, portanto, tenham seus preços desnecessariamente aumentados em excesso. Mercadorias diferentes e com utilizações diversas precisam ter regimes aduaneiros diferenciados, para que possam obter os benefícios inerentes a essa diferenciação.
Além disso, os custos inerentes às operações logísticas deverão ser corretamente aplicados e calculados, a fim de não se onerar desnecessariamente as mercadorias, o que inviabilizaria a competitividade da organização frente ao mercado consumidor internacional.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ACKERMAN, K. 350 dicas para gerenciar seu armazém. IMAM. São Paulo, 2004.
ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. Logística aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.
BALLOU, R. R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001.
BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
BANZATO, E. et al. Atualidades na armazenagem. São Paulo: IMAM, 2003.
BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003.
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Pearson – Prentice Hall, 2003.
MATOS, J. E. B. Gerenciamento de estoques. Coleção: Um Bom Negócio Começa Assim. Ceará: SEBRAE, 1998.
PORTAL OMDN – O MUNDO DOS NEGÓCIOS. Quais as diferenças entre barreiras tarifárias e não tarifárias? Consultado em meio eletrônico em: 15 fev. 2021.
RODRIGUES, P. R. A. Gestão estratégica da armazenagem. São Paulo: Aduaneiras, 2003.
SANTOS, G. Gestão de almoxarifados. Florianópolis: Palotti, 2003.
VISONET – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. Barreiras tarifárias e não tarifárias: você conhece cada uma delas? Consultado em meio eletrônico em: 6 fev. 2019.
EXPLORE+
Busque os seguintes vídeos no YouTube:
· Entenda a importância da logística e da infraestrutura para o comércio brasileiro, da CNI. Neste vídeo, é possível ver a disponibilidade da logística internacional que o Brasil oferece ao mercado, bem como suas necessidades.
· Distribuição, VOD, venda internacional e mercado-Dicas com Sabrina Nudeliman da Elo, da Imprensa Mahon. No vídeo, é possível compreender a dinâmica envolvida nas empresas que pretendem distribuir seus produtos no mercado internacional.

Mais conteúdos dessa disciplina