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Caso Concreto 5 - Habeas Corpus

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
MATILDE, brasileira, divorciada, desempregada, portador da carteira de identidade 
nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF sob o nº..., endereço eletrônico, domicílio ..., residente 
..., por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa ...., com escritório ..., 
endereço que indica para os fins do art. 77, V e art. 105, §2º, do CPC, com fundamento no art. 
5º, LXVIII, da CRFB/88 e no art. 647 do CPP e ss., vem impetrar: 
 
HABEAS CORPUS 
 
Em favor da própria liberdade, que está na iminência de sofrer ou sofreu violência por ato 
da autoridade coatora o EXCELENTÍSSIMO JUIZ DA 10ª VARA DE FAMÍLIA DA 
COMARCA DA CAPITAL, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
 
 
I. DOS FATOS 
 
Matilde, domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, está sendo executada por seus filhos 
Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu 
pai, Gildo, pelo rito do artigo 911 do CPC. 
Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da 
Capital, Matilde foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos 
últimos cinco meses impagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de 
Família. 
Ocorre que Matilde está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em 
que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho 
e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. 
A executada, encontra se no momento acometida de doença e para tanto necessita de 
tratamento diário e por aduzir assistir razão ao seu pleito, é que impetra o presente, conforme 
fundamentos a seguir expostos 
 
 
II. DA LEGITIMIDADE 
 
O legitimado ativo da presente ação se identifica como a Matilde, ora o impetrante. Já 
o legitimado passivo, ora Impetrado, é o Senhor Doutor Juiz, pois foi a autoridade 
administrativa que praticou ato abusivo de poder, conforme evidencia o art. 650 do CPP, ao 
determinar quem pode figurar como o réu do habeas corpus. 
 
 
III. DOS FUNDAMENTOS 
 
Inicialmente, não resta dúvida a necessidade medida que ora se requisita. Conforme 
disposto no ar. 5º, LXVII da Constituição da República, o habeas corpus se presta a coibir 
violação da liberdade de locomoção de quem já tenha sofrido ou esteja na iminência de sofrer, 
o que é o caso em comento. 
Ademais, a decisão da autoridade coatora indica não guarda fundamento de validade, 
senão vejamos: A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de 
alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses. Contudo, o art. 911 do CPC leciona 
que a execução fundada em título executivo extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o 
juiz mandará citar o executado para que faça o pagamento em três dias. 
A paciente, conforme já relatado acima, não apresenta condições de adimplir o débito 
por motivos alheios à sua vontade, não tendo fundamento a edição do decreto prisional, 
notadamente em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º. 
Dessa forma, o direito da paciente foi violado vez que o § 7º do art. 528, combinado 
com o art. 911 e corroborado pela súmula 309 do STJ são claros em lecionar que a prisão civil 
é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento da ação, o que invalida 
o pedido feito na inicial que ora se ataca. 
Segundo interpretação do artigo 1.694 do Código Civil, o valor da pensão deve ser 
arbitrado levando em consideração o binômio necessidade/possibilidade. Necessidade de quem 
recebe os alimentos e possibilidade de quem os deve prover. 
Desta forma, a executada está acobertada por excludente de responsabilidade, tendo em 
vista que sua capacidade econômica o impossibilita de cumprir satisfatoriamente a obrigação 
alimentar dos meses vencidos, tendo em vista que a mesma esta acometida de doença grave, 
conforme doc. em anexo.... Importante frisar que, a prisão do executado é medida extrema e 
não solucionará o problema do débito alimentar, tendo em vista que a quantia executada jamais 
será paga em sua integralidade, pois a executada está impossibilitada de suas capacidades 
laborais no momento. 
O encarceramento agravará ainda mais o seu estado de saúde, pois a mesma necessita 
de tratamentos médicos diariamente, por este motivo, se encontra fora do mercado de trabalho. 
Assim, por estes fundamentos, o decreto prisional não deve ser executado, vez que incorrerá 
em grave violação do direito da paciente e requer-se, dede logo, que seja concedido o presente 
pedido de habeas corpus para a manutenção da justiça. 
 
 
IV. DA LIMINAR 
 
Como já é sabido, a concessão de medida liminar fundamenta-se na presença de dois 
elementos justificantes, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in mora. 
O fumus boni iuris resta claramente demonstrado quando da limitação imposta por lei 
processual, notadamente quanto ao débito alimentar de três meses e principalmente pelo fato 
da paciente ter justificado, de modo verídico, a impossibilidade de adimplir sua obrigação 
alimentar em face de doença e de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano. 
De outro giro, o periculum in mora consiste na possibilidade de o decreto prisional ser 
executado, o que causará grave violação de direito, visto que o mesmo não guarda fundamento 
que o sustente. Ainda poderá agravar os problemas de saúde suportados pela paciente. 
 
 
V. DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer-se: 
 
a) a concessão da medida liminar para sustar o decreto prisional, determinando-se o 
recolhimento do mesmo; 
 
b) a concessão de Habeas Corpus preventivo com posterior expedição de alvará de salvo 
conduto em favor da paciente; 
 
c) a notificação da autoridade coatora para que preste informações, na forma do art. 662, 
do CPP; 
 
d) a intimação do Ministério Público; 
 
e) a juntada dos documentos anexos, segundo o art. 320, do CPC; 
 
 
VI. VALOR DA CAUSA 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local ..., data ... 
 
Advogado... 
OAB ...

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