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Manejo da ordenha O ordenhador - Maior causador de mastite é a falta de higiene; - Bactérias do corpo são passíveis de infectar a glândula mamária > higiene do ordenhador é de extrema importância. Rotina de ordenha Pré-ordenha - Higienização das mãos; - Locomoção; - Sala de espera; - Teste da caneca > leite com grumos, pus, sangue etc. - Pré-dipping > desinfetantes para desinfectar o teto (iodo, clorexidine) > não é obrigatório, não dá diferença na CMT; - Secagem dos tetos. - Lavar o teto não é mais recomendado > pode ser mais prejudicial do que não lavar > melhor é fazer 2 pré-dipping. - A preparação na sala de ordenha deve respeitar o período do estímulo de descida do leite > ocitocina é responsável pela descida (meia vida curta e age rapidamente > se demora, efeito passa, ou seja, pré-ordenha precisa ser rápida. Ordenha - Duração ~ 5 a 6 minutos/vaca; - Quanto mais estimulada, mais rápido; - Evitar sobreordenha > ordenhar mais do que o necessário é ruim pois o equipamento de ordenha funciona a base de vácuo que exerce força no esfíncter do teto e pode ocasionar lesões se fica agindo por muito tempo > crítico para a saúde do teto da vaca > alto risco de lesão de esfíncter > pode causar hiperqueratose. Pós-ordenha - Pós-dipping > solução desinfetante, limpa a pele do teto para evitar infecção pela teteira > alguns pós-dippings formam uma barreira mecânica no esfíncter do teto para evitar entrada de microrganismos no esfíncter; - Local limpo, seco e com disponibilidade de comida. - Desinfecção: · Iodo (0.5 – 1.0%); · Clorexidina (0.5%); · Hipoclorito de sódio (2-4%) > costuma ser muito forte. - Papel toalha: 1 por teto; - Solução glicerinada (hidratante) para desinfecção final: · Iodo (0.5%); · Clorexidina (0.5-1.0%); · Cloro (0.3-0.5%). Ocitocina - Hormônio da liberação do leite; - Produzida no hipotálamo e liberada pela hipófise. - Liberada via estímulos sensoriais ou condicionados; - Reflexo da descida do leite: reflexo neuro-hormonal > vai via neural e resposta volta via hormonal > estimulada pela pré-ordenha, cheiro do concentrado etc.; - Glândula mamária > receptores > contração das células mioepiteliais (recobrem o alvéolo). - Alvéolo > unidade produtora de leite > composto por uma camada de células mioepiteliais secretoras (produzem os componentes do leite); - Ao passar o efeito da ocitocina, célula mioepitelial relaxa. - Estresse, medo, dor, distúrbios emocionais > liberação de adrenalina > ação contrária à ocitocina; - Ativação do sistema simpático; - Adrenalina: · Vasoconstrição > diminui fluxo sanguíneo na glândula mamária > menos ocitocina chegando; · Ação antagônica à ocitocina nas células mioepiteliais; · Inibição da liberação de ocitocina pelo núcleo paraventricular. Uso da ocitocina exógena: - Hormônio da descida do leite; - Vacas com inibição da descida do leite; - Pico de secreção de 1 a 2 minutos após estímulo > pré-ordenha não pode ser demorada; - Meia vida curta, de ~ 3,6 min; - Importante trocar as agulhas na aplicação da ocitocina; - Atrasa a ordenha; - Retirada deve ser feita em uma outra lactação. Avaliação da higiene na ordenha - Filtro de ordenha > todo o leite que é ordenhado passa por ali > retém grumos, sujeira etc.; - Não é mais recomendado utilizar água para limpeza > escorre e vai para o esfíncter. Escore de teto - Ajuda a entender se o vácuo do sistema de ordenha está adequado; - Com a ordenha, vai perdendo a integridade do esfíncter do teto. Pele e extremidade: - Formação de “anel” > problema > perde função de fechar o esfíncter em si. - Avalia a qualidade do pré e pós-dipping; - Áspero, desidratado, feridas, queratinização. Limpeza da ordenha Limpeza da sala e equipamentos: - Água morna (35 a 40°C) > retira resíduos grosseiros do leite que se solubilizam em água; - Solução de produtos alcalino ou alcalino-clorado > remove resíduos orgânicos do leite (açúcares, gordura, proteína); - Solução de produtos ácidos e/ou contendo sequestrantes > resíduos inorgânicos do leite (ferrugem, fosfato de cálcio, incrustações de cálcio e magnésio) > não precisa fazer todo dia, depende da quantidade de ordenhas. - Higiene dos equipamentos > remoção de biofilme; - Problemas com materiais, principalmente com teteiras > devem ser trocadas periodicamente. Limpeza do tanque de refrigeração: - Recolhimento do leite; - Enxágue do leite; - Enxágue com água morna (40°C); - Lavagem com detergente clorado (50°C); - Lavagem com detergente ácido; - Desmontagem da torneira de saída; - Desinfecção com desinfetante à base de cloro > sanitização > eliminação de microrganismos; - Drenagem total do desinfetante. Mastite - Infecção da glândula mamária > infecção mais importante na bovinocultura de leite; - Reduz a quantidade de leite produzido e ainda gera gastos; - Caráter multifatorial > vaca, homem, ambiente, microrganismos, manejo. Mastite ambiental - Microrganismos do mesmo ambiente da vaca; - Geralmente causam mastite clínica. - Escherichia coli; - Streptococcus sp.; - Bacillus sp.; - Aeromonas aerogenes; - Klebsiella pneumoniae; - Klebsiella aerogenes; - Enterococcus sp. Mastite contagiosa - Microrganismos não estão distribuídos no ambiente, mas sim a glândula mamária da vaca. - Streptococcus agalactiae > mastite subclínica > contagioso > único microrganismo que se recomenda tratar durante a lactação; - Corynebacterium bovis; - Pasteurella bovis; - Staphylococcus aureus > muito difícil de tratar; - Streptococcus dysgalactiae; - Staphylococcus sp coagulase negativa; - Mycoplasma bovis. - Vaca sadia pode se contaminar entre as ordenhas ou durante as ordenhas: · Entre as ordenhas > mastite ambiental; · Durante a ordenha > mastite contagiosa > pode ser ambiental se houver o manejo inadequado da ordenha. - Pode haver influxo de leite > se teteira está contaminada, infecta outras vacas. Mastite clínica Mastite subclínica - Edema de úbere; - Aumento da temperatura; - Endurecimento, dor; - Grumos, pus. - Ausência de alterações visíveis no leite e úbere; - Alteração na composição do leite; - Aumento de CCS. Teste da caneca de fundo preto. California Mastits Test (CMT); CCS (tanque e individual). - Não trata mastite subclínica durante a lactação > MO de tecido mamário é difícil de tratar, ou seja, precisa de dias para ter ação > faz no período seco. Determinação do grau da mastite clínica: - Grau 1 = apenas alterações no leite (grumos); - Grau 2 = sinais clínicos no leite e inflamação no úbere (vermelho e quente); - Grau 3 = sinais clínicos sistêmicos (dor, febre, redução no consumo). - Teste da caneca de fundo preto; - California Mastitis Test – CMT > identifica mastite subclínica > raquete + reagente > expõem o DNA das células > altera cor e forma gel se há células somáticas: Importante não para o tratamento, mas para definir a ordem em que os animais serão ordenhados (vacas com mastite no final). RELAÇÃO ENTE O RESULTADO DE CMT E A CCS/ML/LEITE Escore Ccs Interpretação 0 (negativo) 0 a 200.000 Quarto sadio T (tracos) 200.000 a 400.000 Mastite subclínica Fracamente positivo + 400.000 a 1.200.000 Mastite subclínica Positivo ++ 1.200.000 a 5.000.000 Mastite subclínica Fortemente positivo +++ > 5.000.000 Mastite subclínica Avaliação direta CCS: Tanque: - Amostra do tanque de resfriamento > faz a contagem de células somáticas dela; - Deve ligar o agitador antes de contar. Individual: - Diretamente do teto não é recomendado para fazer contagem de células somáticas; - Cultivo microbiano > coleta apenas do teto que está com problema. Cultivo microbiótico: - Serve para direcionar o tratamento para mastite clínica. Tratamento - Tratamento de mastite durante a lactação > mastite clínica; - Antimicrobianos > via sistêmica (grau 3) e/ou intramamária. - Necessário fazer pré-dipping, limpar a ponta do teto > antes de produzir a câmara de antibiótico. Impacto da mastite - Casos crônicos de mastite podem fibrosar parte da glândula mamária > vaca nunca mais volta a produzir da mesma maneira; - Infecção> encerra lactação > regeneração da glândula mamária > pode a voltar a produzir como antes; - Se há reação inflamatória muito intensa com atrofia do parênquima > perde tecido glandular > não produz mais leite naquela região. - Redução na produção de leite. - Célula de defesa dentro do alvéolo > rompe célula secretora, por isso há redução na produção de leite. Impacto da mastite subclínica - Redução na produção de leite; - Menor remuneração do leite; - Atendimento as exigências legais. IN’s 76 e 77 2019: - Contagem bacteriana próxima de 300 mil UFC/mL e 500 mil células somáticas/mL; - Contagem bacteriana alta > problema de higiene e armazenamento do leite.
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