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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE OU VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Recorrente: Município de Chopinzinho/PR. Recorrido: Mussum Armando e outros. Acórdão nº xxxx Origem: x Câmara Cível O MUNICÍPIO DE CHOPINZINHO/PR, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 102, III, alínea c da Constituição Federal, nos moldes do artigo 1029 e seguintes do CPC, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO contra o r. acórdão de apelação de fls. 193/199, proferido pela xª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, nos autos da ação que move contra Mussum Armando, nacionalidade, estado civil, residente e domiciliado na rua x, número x, bairro x, cidade x, cep x, por seu procurador constituído que recebe intimações na Rua..., nº..., bairro..., na cidade de .../RS, pelos motivos de fato e de direito indicados nas razões anexas. Salienta que o recurso é tempestivo, considerando que o recorrente foi intimado da decisão em x, e que foi recolhida a guia de preparo/porte de remessa e retorno. Face ao exposto, requer: a) que o presente recurso seja admitido, pois tempestivo, devidamente preparado e prequestionado, bem como preenchidos os demais requisitos de admissibilidade; b) a intimação do recorrido para apresentar as contrarrazões recursais no prazo legal; c) que após os trâmites legais, sejam os autos remetidos ao STF. Nesses termos, pede e espera deferimento. Chopinzinho/PR, data. Advogado OAB/RS EXCELENTÍSSIMO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COLENDA CÂMARA, RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Recorrente: Município de Chopinzinho/PR. Recorrido: Mussum Armando e outros. Apelação nº xxx Origem: x Câmara Cível da Comarca de Chopinzinho/PR. EMÉRITOS JUGADORES, I – BREVE RELATO DO PROCESSO: A controvérsia gira em torno da Lei Chopinziniana nº 14.720/2010, que determina, em seu artigo 1º, a obrigação para o poder público municipal, por meio de todos os seus órgãos, incluindo Administração Pública Direta, Indireta, Fundacional ou Autárquica, bem como o Poder Legislativo, de disponibilizar em seus sites na internet uma lista contendo informações específicas sobre seus funcionários, empregados e servidores. Essas informações abrangem: I) nome completo; II) cargo ocupado; III) unidade de exercício; e IV) vencimento. De um lado, os autores argumentam que essa norma fere diversos princípios constitucionais, notadamente os da intimidade, privacidade e segurança, bem como a garantia de sigilo das informações, conforme estabelecido no artigo 5º da Constituição Federal. Por outro lado, a Fazenda Pública defende que a publicidade e a transparência são princípios inerentes à Administração Pública, também protegidos pela Constituição Federal, especificamente pelo artigo 37 da CF. Além disso, alega que o artigo 39, §6º da Constituição Federal estabelece a exigência de divulgação das informações relativas aos vencimentos dos servidores públicos como parte desse compromisso com a transparência e prestação de contas. II – DA REPERCUSSÃO GERAL: O caso acima pode ser considerado de repercussão geral devido à sua importância para a interpretação e aplicação de princípios constitucionais fundamentais que afetam não apenas as partes envolvidas, mas também a sociedade como um todo. A repercussão geral é um critério estabelecido pela Constituição Brasileira e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para determinar quais casos devem ser julgados pela mais alta corte do país. Nesse contexto, o caso apresentado envolve um conflito entre dois princípios constitucionais fundamentais: O Portal da Transparência dos Salários Municipais desempenha um papel fundamental na promoção da accountability e na construção de uma administração pública mais transparente e responsável. Ao disponibilizar informações detalhadas sobre os salários dos servidores municipais, esse portal permite que os cidadãos tenham acesso a dados que são essenciais para compreender como os recursos públicos estão sendo utilizados, promovendo a prestação de contas e o controle social. Além disso, o Portal da Transparência contribui para o combate à corrupção, uma vez que torna as informações públicas mais acessíveis e sujeitas a escrutínio público, incentivando a gestão eficiente dos recursos municipais. Em última análise, essa ferramenta desempenha um papel crucial na consolidação da democracia e na construção de uma sociedade mais participativa e informada. Dada a relevância desses princípios e a potencial repercussão das decisões do STF sobre casos semelhantes em todo o país, o tribunal pode decidir que este caso apresenta repercussão geral. Isso significa que a decisão do STF não se aplicará apenas às partes envolvidas, mas estabelecerá um precedente que orientará a interpretação e aplicação desses princípios em casos futuros em todo o sistema judiciário brasileiro. Portanto, a decisão terá um impacto significativo e duradouro na jurisprudência e na sociedade como um todo, justificando sua classificação como de repercussão geral. III – DO CABIMENTO DO RECURSO: O recurso é cabível neste caso, conforme prevê o artigo 5º, XXXIII, da Constituição Federal: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.” Sendo assim, estabelece que todos têm o direito de receber informações dos órgãos públicos de interesse particular, coletivo ou geral, prestadas dentro dos prazos legais e sob pena de responsabilidade. Esse artigo consagra o princípio da publicidade e da transparência na Administração Pública, garantindo aos cidadãos o acesso a informações relevantes. No contexto do Portal da Transparência dos Salários Municipais, o recurso é cabível porque se refere a informações de interesse geral, relacionadas aos gastos públicos e à remuneração dos servidores, que são de grande importância para a sociedade. Qualquer restrição ao acesso a essas informações devem ser excepcionais e justificada pela necessidade de segurança do Estado, conforme estabelece o mesmo artigo. Portanto, a legislação respalda a cabibilidade desse recurso, reforçando a importância do acesso às informações salariais dos servidores públicos municipais. IV – DAS RAZÕES DO RECURSO: Considerando que a decisão recorrida viola o artigo 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, a mesma deve ser reformada com base no artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece o direito dos cidadãos de receber informações de interesse particular, coletivo ou geral dos órgãos públicos, a decisão que restringiu ou negou o acesso ao Portal da Transparência dos Salários Municipais deve ser reformada. A legislação prevê que o acesso a informações sobre gastos públicos e remuneração de servidores deve ser a regra, ressalvando apenas casos excepcionais em que o sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Portanto, qualquer decisão que impeça ou limite indevidamente o acesso a essas informações devem ser revistas, a fim de garantir a transparência na administração pública e o exercício do direito dos cidadãos de fiscalizar e compreender como os recursos públicos estão sendo utilizados. Conquanto, a reforma da decisão é necessária para assegurar a conformidade com os princípios constitucionais de publicidade e prestação de contas, que são fundamentais para a democracia e a boa governança. VI – DOS PEDIDOS: Em razão do exposto, requer: a) que o presente recurso seja admitido; b) que o recurso seja provido, pois o artigo 5º, XXXIII da Constituição Federal foi violado, devendo ser reformada a decisão, a fim de seja assegurada a transparência por parte do município referente a prestação de contas; c) a juntada do comprovante de preparo. Nesses termos, pede deferimento. Santa Rosa, 26 de agosto de 2020. Nesses termos, pede e espera deferimento. Chopinzinho/PR, data. AdvogadoOAB/RS
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