BIOQUIMICA APLICADA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 BIOQUÍMICA APLICADA
 
 
 
 
MARYANA SANTOS BATISTA SANTANA 
 
 
 
 
 
 PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS 
 
 
 
 
 
ARACAJU- SE 
2023 
 PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS 
Os aminoácidos são moléculas importantes que atuam como subunidades na construção das proteínas. Classificados em aminoácidos essenciais que são aqueles que não podem ser sintetizados endogenamente e devem ser obtidos a partir do alimento, já os aminoácidos não essenciais são aqueles que o organismo é capaz de sintetizar.
· AMINOÁCIDOS NÃO ESSENCIAS: 
- Alanina
A L-alanina é um aminoácido não essencial, o que significa que o corpo pode sintetizá-lo internamente. Ela é importante para converter a glicose em energia, eliminar o excesso de toxinas do fígado, auxiliar os problemas de próstata, cálculos renais, além de suportar estimular a produção do hormônio glucagon para aumentar os níveis de açúcar no sangue, fundamental também para suportar o equilíbrio de nitrogênio e glicose no corpo, um processo chamado de ciclo de alanina. Esse processo consiste em transferir os excessos de aminoácidos das células ou tecidos para uma molécula receptora produzida pela quebra da glicose. Como ainda contribui com a construção de músculos fortes e saudáveis e protege as células durante os exercícios intensos.
Os alimentos com grandes quantidades de L-Alanina não devem ser cozidos ou marinados por muito tempo, pois esse aminoácido é hidrofílico, o que significa que é solúvel em água. Existem vários alimentos ricos em alanina e dentre eles estão alimentos como abacate, carne, aves, ovos, laticínios e peixe. As fontes mais ricas são as proteínas animais carne bovina e peixes
- Arginina
A arginina é um aminoácido importante para o organismo, considerado semi-essencial, é produzido pelo organismo, o que faz com que ela não seja propriamente um aminoácido essencial pois o nosso organismo produz apenas o necessário para suprir as necessidades do organismo.   importante função na oxigenação celular, melhorando a circulação sanguínea e a síntese de óxido-nítrico, melhora a cicatrização, fortalece o sistema imune e elimina toxinas do corpo. Além disso, ajuda a melhorar o desempenho muscular e facilita o ganho de massa magra.
Pode ser em vários alimentos, como queijos, nozes, castanhas, feijão ou cacau e, por isso, pode ser suplementada naturalmente através da alimentação. A deficiência de arginina pode causar sintomas como fadiga e debilidade generalizada, diminuição da produção de insulina, alteração do metabolismo da glicose e do lipídeo hepáticos. Outros sintomas incluem perda de cabelo, má cicatrização de feridas e erupções cutâneas.
- Aspartato
O aspartato é uma enzima produzida naturalmente pelo corpo humano. É considerado um aminoácido não essencial.  Função de estimular a produção de proteínas, fortalecer o sistema imunológico, manter a saúde do sistema nervoso e regular a produção de hormônios. É usado principalmente pelo fígado para quebrar e sintetizar proteínas. Níveis elevados da enzima podem indicar doença hepática ou danos aos tecidos do órgão.
Alimentos ricos em proteínas, como carne, peixe, frango, feijão, gergelim, ovos e queijo. Níveis inadequados de aspartato podem indicar uma condição ou doença subjacente. Em condições normais, os níveis do aminoácido são normalmente baixos. Níveis anormais podem indicar que um órgão ou glóbulos vermelhos do corpo são incapazes de quebrar e sintetizar proteínas de forma adequada.
- Asparagina
A asparagina é um aminoácido não essencial que está envolvido na transmissão de informações para o sistema nervoso e, no desenvolvimento neural. Têm como função de aumentar a resistência do corpo à fadiga, e melhora o funcionamento do fígado (onde ela também pode ser produzida), ajudando no metabolismo da amônia no corpo humano, permitindo o bom funcionamento do fígado.
Existem vários alimentos ricos nesse aminoácido e dentre eles estão alimentos como carne, frango, laticínios, frutos do mar, peixe, ovos, aspargos, soja, nozes e grãos integrais. A deficiência deste aminoácido pode causar um retardamento do metabolismo e afetar a produção e excreção da ureia, que é um resíduo da metabolização das proteínas. Além disso, a deficiência desse aminoácido pode causar também depressão, tonturas e dores de cabeça.
- Cisteína
A cisteína é um aminoácido não essencial, que é uma molécula que participa da síntese (construção) de proteínas, músculos, tendões, cartilagens, unhas e cabelos, além de hormônios e enzimas. Logo, é uma molécula essencial tanto para a estruturação do nosso organismo quanto para as reações bioquímicas que fazem parte do nosso metabolismo.   Além disso, a cisteína também é parte importante do processo de desintoxicação do nosso organismo, ajudando o corpo a eliminar toxinas e a combater os radicais livres, responsáveis por doenças crônicas e pelo envelhecimento precoce. 
A cisteína é obtida através de alimentos como queijos, frango, ovos e aveia, peru, castanhas, amendoim etc. A cisteína é geralmente segura para o consumo adulto. Pode causar náusea, vômitos, diarreia ou constipação. Em raros casos pode causar irritações na pele, febre, dores de cabeça, tontura, pressão sanguínea baixa, e problemas no fígado.
- Glicina
A glicina é um aminoácido não-essencial que tem propriedades antioxidantes e imunomoduladoras, ajudando a combater os radicais livres, fortalecendo o sistema imune e prevenindo o aparecimento de doenças cardiovasculares. A glicina serve para regular a concentração de glicose no sangue, função que por sua vez pode melhorar os níveis de energia e combater a fadiga. Outras funções da glicina incluem redução da ansiedade e depressão, melhora da concentração e participação na formação de DNA, RNA e na síntese de colágeno e creatina. Isso se traduz em mais energia e foco para o dia a dia e para os exercícios, além de pele, músculos e articulações mais firmes. 
Este aminoácido é produzido no organismo através da ingestão de alguns alimentos, especialmente aqueles ricos em proteína de origem animal, como ovos, peixe, carne e laticínios, e em alguns vegetais, como leguminosas e castanhas.  A falta de glicina pode causar diversos sintomas, tais como: Alterações no crescimento, Contrações musculares abruptas, movimentos exagerados, restauração atrasada de tecidos danificados, Fraqueza da próstata, fraqueza do sistema imunológico, distúrbios da glicose, fragilidade na cartilagem, ossos e tendões
- Glutamato
O ácido glutâmico é um aminoácido não essencial importante para o bom funcionamento do cérebro, além de ser fundamental para originar outras substâncias essenciais  abundante no sistema nervoso central, exerce ação na biossíntese de proteínas, além de ser considerado como o principal neurotransmissor excitatório, essencial no desenvolvimento do aprendizado e memória
As principais fontes de ácido glutâmico são os alimentos de origem animal, como ovo, leite, queijo e carne, mas também pode ser encontrado em alguns vegetais, como aspargo, agrião e alface, por exemplo. A alteração nos níveis de glutamato tanto ausência como excesso corpo tem sido associada a transtornos mentais, como depressão, ansiedade e esquizofrenia. Além disso, também parece estar relacionado ao autismo, à doença de Alzheimer e a todos os tipos de doenças neurodegenerativas.
- Glutamina
A glutamina é um aminoácido que está presente em grandes quantidades no organismo, sendo conhecido como um imunonutriente, pois participa na produção de antioxidantes e na manutenção das funções das células de defesa do organismo, fortalecendo o sistema imunológico. Além disso, a glutamina ajuda a melhorar as funções das células no intestino, equilibrando a flora intestinal e auxiliando no tratamento de problemas, como prisão de ventre, diarreia, colite ou doença de Crohn.
A glutamina pode ser encontrada em diversos alimentos, como carnes, peixes, ovos, leguminosas e alguns vegetais. Alémdisso, a glutamina pode ser encontrada em maiores concentrações, na forma de suplemento nutricional, em cápsulas ou em pó. Nosso corpo é capaz de produzir glutamina, porém, dependendo da situação, essa produção endógena pode não ser capaz de atender as demandas e a suplementação se faz necessária. Algumas dessas situações são: doenças inflamatórias intestinais, stress metabólico, como sepse e trauma, recuperação de alguns procedimentos cirúrgicos, alguns quadros neuropsiquiátricos, ciclos de treinos intensos
- Prolina
A prolina é um aminoácido não essencial, pois é produzido pelo organismo através do ácido glutâmico. aminoácido indispensável para a síntese de colágeno, uma proteína importante para a saúde da pele, das articulações e dos tendões, além disso dá suporte para o tecido muscular, tem ainda atuação preventiva nas lesões e doenças do sistema cardiovascular.
Obtida através da ingestão de alimentos como carne, peixes, queijos, feijão, aveia, nozes, castanha-de-caju e castanha-do-pará, entre outros. A falta de prolina pode causar uma série de problemas no corpo humano. Por exemplo, isso pode levar a várias tensões ou rasgos nos tecidos moles do corpo humano. Além disso, a falta desse aminoácido também pode ser responsável por uma cura bem mais lenta do que o normal.
- Serina
A serina é um aminoácido não essencial que é muito conhecido por oferecer vários benefícios e auxiliar na produção de imunoglobulinas e anticorpos para manter o sistema imunológico saudável, bem como por também ajudar na absorção de creatina que ajuda a construir e manter os músculos.
 A serina é necessária para o metabolismo das gorduras, correto funcionamento da replicação celular, desenvolvimento muscular e é essencial para o correto funcionamento do sistema imune, também é um aminoácido gliconeogénico, ou seja, tem a capacidade de formar glicose no fígado para evitar a hipoglicemia.
O corpo precisa de condições adequadas para a produção de Serina, sendo elas a quantidade suficiente de vitamina B e ácido fólico. Além disso, existem alguns alimentos ricos em Serina, como carnes, soja e derivados, amendoim, entre outros.
O mau funcionamento das enzimas envolvidas na biossíntese da serina pode causar patologias graves. Ao diminuir a concentração de serina no plasma sanguíneo e líquido cefalorraquidiano, pode causar hipertonia, retardo psicomotor, microcefalia, epilepsia e distúrbios complexos do sistema nervoso central. Atualmente, descobriu-se que a deficiência de serina está envolvida no desenvolvimento do diabetes mellitus, uma vez que a L-serina é necessária para a síntese da insulina e de seus receptores. Bebês com defeitos na biossíntese de serina são neurologicamente anormais ao nascimento, apresentam retardo de crescimento intrauterino, microcefalia congênita, catarata, convulsões e grave retardo no desenvolvimento neurológico.
- Tirosina
A tirosina é um aminoácido aromático não essencial, ou seja, que é produzido pelo organismo a partir de outro aminoácido, a fenilalanina. Esse aminoácido é precursor de neurotransmissores como a dopamina, estando associada a efeitos antidepressivos, e também está presente no processo de síntese de melanina, que é uma substância que dá cor à pele, olhos e cabelo.
Obtido a partir do consumo de alguns alimentos, como queijos, peixes, abacate e nozes, por exemplo, e na forma de suplemento nutricional, como L-tirosina. A falta pode causar deficiência intelectual.
- Histidina
A histidina é um aminoácido semi-essencial fundamental para o crescimento e desenvolvimento, para a produção de células sanguíneas e para a manutenção das células do sistema nervoso. Além disso, a histidina também possui ação anti-inflamatória, antioxidante e anti-secretora, ajudando a manter a saúde gástrica, evitar doenças cardíacas e prevenir o envelhecimento precoce.
Por ser um aminoácido essencial, a histidina deve ser obtida através da ingestão de alimentos ricos em proteínas, como carne bovina, frango, soja e nozes. Além disso, a histidina também pode ser encontrada, na forma de L-histidina, em suplementos alimentares. A ingestão de até 4,5g do suplemento de L-histidina por dia parece não causar efeitos colaterais. Já doses acima de 4,5 g por dia desse suplemento podem causar redução no paladar e olfato, dor de cabeça, sono, náusea, dor nos olhos, fraqueza, alteração na visão e memória, e depressão.
· AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS:
- Isoleucina
A Isoleucina é aminoácido essencial, utilizada pelo organismo especialmente para construir os tecidos musculares. A isoleucina, leucina e valina são os aminoácidos de cadeia ramificada e são melhor absorvidos e utilizados pelo organismo na presença de vitaminas do complexo B, como o feijão ou lecitina de soja. Encontrados também em soja e derivados, carnes e peixes. 
As principais funções do aminoácido isoleucina são: aumentar a formação de hemoglobina; impedir que o rim perca a vitamina B3 ou niacina; e ajudar a regular os níveis de açúcar no sangue. A falta de isoleucina, ou seja, consumo insuficiente do aminoácido pode causar fadiga muscular, dificuldade para se recuperar após os exercícios, tontura e alterações de humor.
- Leucina
A leucina, ou l-leucina, é um aminoácido essencial que fornece energia para os músculos, estimulando a produção e a manutenção da massa muscular, a força, o equilíbrio e a resistência. A leucina é a mais eficaz na manutenção de massa muscular porque é convertida em glicose mais rapidamente, além disso ajuda a promover a saúde dos ossos, pele e músculos após traumas, e é recomendada a pessoas durante a recuperação de cirurgias.
A leucina pode ser ingerida através de carne, laticínios, ovos, soja e feijões, além de em forma de suplementos. A deficiência de leucina pode fazer com que seu corpo não absorva as proteínas, independentemente da quantidade consumida, ou seja, sem a leucina a maior parte do seu consumo de proteína será perdido. 
- Lisina
A lisina é um aminoácido essencial muito importante para o organismo, pois tem ação antiviral que ajuda a combater infecções por vírus e facilita a absorção de cálcio. 
Encontrado em alimentos como carne (frango, vaca, porco), peixe (bacalhau, sardinha), ovos, laticínios, farinha de soja (tofu), feijão, lentilha, nozes, milho são ricos em lisina. Sua deficiência de pode causar problemas cardíacos e dificuldade de recuperação após um acidente vascular cerebral.  Essa falta também implica a ocorrência de angina, erupções cutâneas, herpes genital ou oral, atraso do crescimento, a cicatrização do tecido retardada, susceptibilidade a infecções, dificuldade na produção de colágeno, desordens hormonais, anemia e fadiga. A deficiência de lisina também pode ocorrer com perda repentina de peso e cabelo.
- Metinonina
A metionina é um aminoácido essencial, desempenha funções importantes como estimular o ganho de massa muscular, fortalecer o sistema imunológico e auxiliar na produção de energia, contribui na produção de outros aminoácidos que contêm enxofre, a cisteína e a taurina, que ajudam o corpo a eliminar toxinas, criar tecidos saudáveis e promover a saúde cardiovascular.
Os alimentos ricos em metionina são principalmente os alimentos ricos em proteína como ovos, castanha-do-pará, peixe, carne e o leite, por exemplo. a deficiência de metionina pode interferir na expressão de genes relacionados ao metabolismo de gorduras no fígado. 
- Treonina
A treonina é um aminoácido essencial que ajuda no crescimento. Um nível adequado de treonina na circulação é necessário para a produção de glicina e serina, dois aminoácidos que por sua vez atuam diretamente na síntese de colágeno, elastina e tecido muscular. Também serve para auxiliar as funções do sistema imunológico, melhorar a cicatrização e a recuperação de lesões, além de fortalecer os ossos.
A lista de alimentos que são fontes naturais de treonina é bastante variada, entre proteínas de origem animal e vegetal, mas podemos citar alguns mais acessíveis, como frango, peixe, porco, fígado, ovos, camarão, lacticínios (leite, queijo e iogurte), feijão, lentilha, abacate,morango, aveia, berinjela, acelga, brócolis, derivados de soja, sementes (girassol, abóbora, chia e linhaça), castanha de caju e amêndoas. Os sintomas de deficiência de treonina incluem: problemas digestivos; excitação emocional; confusão de consciência; fígado gordo; mudanças de humor e irritabilidade.
- Triptofano 
O triptofano é um aminoácido essencial para a formação e manutenção dos músculos e para a produção de serotonina e melatonina, compostos que atuam no sistema nervoso, ajudando a regular o humor, o sono, a memória e o apetite, sendo usado no tratamento e na prevenção de depressão, ansiedade, insônia e no processo de emagrecimento.
Obtido através da alimentação, principais fontes: carnes, leite, soja e derivados, frutos do mar, oleaginosas, sementes, cereais etc. A falta de triptofano no organismo está associada ao desenvolvimento de quadros como depressão, dificuldade de aprendizagem, falta de memória e de controle de raiva.
- Valina
A valina é um aminoácido essencial, tem papel fundamental na formação dos músculos e no metabolismo do sistema nervoso, é indispensável para o metabolismo e o crescimento da musculatura, além de também atuar na manutenção dos níveis de nitrogênio no corpo. a Valina concentra-se nos músculos, favorecendo sua recuperação após o exercício físico. Também desempenha um papel essencial na cicatrização de feridas e no subsequente crescimento de novos tecidos.
Os principais alimentos ricos em valina são a carne, peixe, leite, iogurte, queijo e ovo, por exemplo, que são alimentos ricos em proteína. A deficiência deste aminoácido é conhecida como “doença da urina do xarope de bordo”. Esta anomalia consiste na incapacidade do organismo de metabolizar leucina, isoleucina e Valina. Da mesma forma, a falta de Valina afeta a mielina e o sistema nervoso.
- Fenilalanina
A fenilalanina é um aminoácido essencial que deve ser obtido através da alimentação. Esse aminoácido é importante para a produção de outras proteínas e para a formação de neurotransmissores, como dopamina e epinefrina, que ajudam a melhorar a memória e o humor.
A fenilalanina é encontrada naturalmente na forma de L- fenilalanina e D- fenilalanina em alimentos ricos em proteínas, como ovos, soja, queijo, frango e carne, ou pode ser usada pela indústria, contida no adoçante aspartame, para adoçar os alimentos. A falta de fenilalanina pode levar a convulsões, problemas de pele e cabelo, deficiência mental e, em casos mais extremos, invalidez permanente. A fenilcetonúria é um distúrbio do metabolismo de aminoácidos que ocorre em bebês que nascem sem a capacidade de decompor normalmente um aminoácido denominado fenilalanina. A fenilalanina, que é tóxica para o cérebro, se acumula no sangue. A fenilcetonúria ocorre quando os pais transmitem aos filhos o gene defeituoso que causa esse distúrbio.