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De forma simples, podemos definir a antropologia como o estudo descritivo das diversas culturas e etnias humanas. Um ensaio etnográfico é aquele em que o autor se propõe a descrever e anotar os hábitos, costumes, valores e práticas de uma comunidade específica. Hoje, a etnografia é um método consagrado no campo da pesquisa antropológica, mas ele pode ser também apropriado por outras áreas do conhecimento como forma de investigar, em profundidade, comunidades e grupos humanos em suas particularidades. No entanto, a etnografia exige de o pesquisador adotar uma série de procedimentos metodológicos muito específicos. Até o primeiro terço do século XX havia uma separação no trabalho etnográfico entre o sujeito observador e o pesquisador. Os antropólogos escreviam suas teorias sobre as diferentes culturas em seu próprio gabinete, partindo de relatos produzidos por viajantes e aventureiros que entravam em contato com os povos nativos por motivos diversos, nunca estritamente relacionados à pesquisa científica. A obra Argonautas do Pacífico Ocidental, etnografia clássica escrita por Bronislaw Malinowski (1884-1942) e publicada em 1922, representa o grande marco fundador da Antropologia moderna, que rompe com essa separação entre o observador em campo e o erudito em seu gabinete.
Para conhecer a fundo a cultura dos trobriandeses - sociedade complexa que habitava o arquipélago das Ilhas Trobriand, hoje parte da Papua Nova Guiné - Malinowski passou praticamente três anos vivendo entre os nativos. O antropólogo polaco não só aprendeu a língua falada por esses nativos, como buscou incorporar ao máximo a sua cultura, participando ativamente dos eventos especiais e também do dia a dia da comunidade. Esta metodologia, hoje parte fundamental de todo estudo etnográfico, ficou conhecida como observação participante. Nesta forma particular de observação, o pesquisador busca compreender a cultura do “outro” partindo de uma visão localizada no interior da comunidade pesquisada, isso é, de dentro.

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