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A historiografia da industrialização brasileira O texto relata sobre a formação da indústria brasileira entre a transição do século XVIII para o século XIX, enfatizando a preocupação da coroa em manter os benefícios do pacto colonial proibindo a manufatura na colônia. Durante o século XIX, foram determinantes alguns acontecimentos como o fim da escravidão, a promulgação do código penal formando assim um novo contexto político e econômico. A expansão da economia cafeeira na região fluminense proporcionou a recuperação das exportações nacionais que se encontrava em crise, passando assim a incorporar robustamente suas primeiras grandes indústrias. Com a transição para o século XX, o Brasil transita do Império para a República, formando a capital do Brasil no Rio de Janeiro, aproveitando assim o porto de importação e exportação, além do grande centro comercial do país, expandindo assim a sua produção industrial, enquanto, a cidade de São Paulo cria uma dinâmica própria no desenvolvimento industrial através do desempenho da economia cafeeira. O processo de desenvolvimento ocorre de uma maneira lenta no país, somente a partir do ano de 1930, com a política governamental e condições super favoráveis da economia mundial que a economia mercantil se transforma em uma intensa industrialização autônoma e o setor de bens de produção é incorporado a economia nacional. Entre os anos de 1940 e 1960 a industrialização torna-se o centro nos trabalhos de história e economia, passando a ser incorporado o problema da formação de indústrias como projeto político de desenvolvimento econômico do país, impulsionando longos debates políticos. Por fim, o autor informa que nos últimos anos, novas propostas de desenvolvimento foram apresentadas, contudo, para ele é difícil acreditar que as análises regionalistas tenham conseguido formar uma nova interpretação para o processo de formação das indústrias brasileiras, devendo ser relevante as particularidades regionais e peculiaridades do capitalismo. Estado e economia no Brasil: 1930-1964. Fundamentos da construção de um capitalismo urbano-industrial periférico O autor aborda sobre a estrutura socioeconômica vigente no Brasil e os resultados das mudanças ocorridas entre os anos 1930 e 1960. As transformações do estado no Brasil foram conduzidas com o intuito de dar um caráter proativo no processo de reconstrução do capitalismo nacional na fase de ascensão urbano industrial. A década de 1930 é constituída por uma conjuntura histórica marcada por ampla rearticulação política, econômica e cultural, baseada no desenrolar da dinâmica socioeconômico que será consolidada nos anos seguintes, o autor expõe como exemplos os fatos que influenciaram a formação do mercado interno e a formação de classes. Durante a década as economias mais importantes do mundo sofreram fortes instabilidades econômicas, sem crescimento e causando uma profunda depressão. No Brasil, houve um favorecimento no crescimento econômico interno, trazendo mudanças drásticas estruturais, incentivando a diversificação da industrialização brasileira, fazendo aberturas de grandes investimentos internos, políticas de proteção aduaneira e cambial e incentivos financeiros e monetários-creditícios, além de implementações legislativas, administrativas como forma de amenizar os conflitos das classes urbanas. Por conta de problemas de eclosão inflacionárias, pela emissão monetária do governo, acarretando uma instabilidade constante, nos anos 1950 houve uma necessidade de implantações de programas e reformas, impulsionando o setor petroquímica, tendo em consideração que o mesmo tinha um certo domínio internacional. O estado passa a assumir intensamente os investimentos na infraestrutura financeira que nesse período está totalmente desorganizada. Com a instabilidade desenfreada, os militares assumem o controle em 1964, acionando um programa de intervenção político e econômico, abrindo as portas para um crescimento acelerado, se configurando como “milagre econômico". Por fim, o autor informa que o capitalismo brasileiro não conseguiu ao longo da sua trajetória garantir a efetivação de aceitáveis níveis de justiça sócio-econômica. Brasil (1995-2005): 25 anos de catching up, 25 anos de falling behind O artigo aborda o desenvolvimento industrial brasileiro sob perspectiva da Escola Neoschumpeteriana, tendo como objetivo analisar os últimos 50 anos do desempenho econômico no Brasil. Os autores revelam um novo paradigma tecnoeconômico, referindo-se à promoção de alguns países que saltam em relação a produtividade e novas possibilidades de trajetórias econômicas, existindo dentro de tal paradigma países que alcançam os mais desenvolvidos (catching up) e países que ficam para trás na trajetória econômica (falling behind). Nos primeiros 25 anos a América Latina, em especial o Brasil, tiveram um desempenho industrial grande na economia mundial, porém, nos últimos 25 anos houve um regresso significante apresentando uma estagnação marcante. A segunda seção refere-se as fases de uma onda longa de desenvolvimento e nas cincos Revoluções tecnológicas. Distribuído por dois períodos: Instalação, acontece nos primeiros 20/30 anos, sendo subdividido na fase de Irrupção (Revolução tecnológica) e Frenesi (dominância financeira), liderada pelo capital financeiro; Desprendimento sendo subdividido na fase de Sinergia (Crescimento coerente) e Maturidade (Oportunidade de investimentos), liderada pelo capital produtivo. Com a estratégia de internacionalização do mercado interno nacional (Investimentos estrangeiros diretor), a industrialização ganha um fôlego, correspondendo com a fase de sinergia e maturidade. Dos anos 1955 ao 1970 o ingresso do capital estrangeiro influenciou no desempenho da economia brasileira, possibilitando catching up nacional. Ao longo dos anos 1980/1990, com a 5ª onda, houve uma estagnação dos setores industriais, acontecendo um atraso da economia e apresentando um decréscimo na participação no PIB, chegando a 15,7%. Finalmente é apresentado o fenômeno path dependence (dependência da trajetória), explicando a importância da sequência temporais do desenvolvimento, as decisões do presente deve ter coerência com as mudanças do passado. As escolhas do passado em situações emergentes são irreversíveis estando sujeita ao lock in (aprisionamento). Quatro Décadas De Planejamento Econômico No Brasil O autor baseia-se em relatórios para evidenciar que a organização da economia se inicia na década de 40, porém, a primeira experiência foi aplicada no país com o Plano de Metas. O intuito do artigo é analisar os planejamentos, propostas e resultados econômicos federal em cerca de 4 décadas. Com a repressão e desgastes econômicos dos países desenvolvidos, o Brasil que até então dependia de importações para suprir as demandas internas, teve que intensamente produzir nacionalmente os produtos industriais, permitido um aumento de esforço para uma nova orientação das atividades econômicas, voltada diretamente para indústria. Com os projetos do Plano de Metas, visando proteger o mercado interno, alguns grupos e órgãos governamentais deram apoio administrativo, identificando setores, metas, objetivos, dando um acentuado crescimento ao processo de industrialização e com os investimentos em setores diversos, houve um crescimento da economia global. Nos anos 60 o Brasil se vê estagnado em relação a economia, criando o Plano Trienal, com o objetivo de recuperar o ritmo de crescimento, tendo como estratégia a realização de reformas dentro do País, como a Reforma Agraria. Nesse período é criado o PAEG para combater a inflação e diversas reformas institucionais e tributarias foram implementadas como forma de ampliar o desenvolvimento. O autor analisa que o planejamento governamental deve ser entendidocomo um processo contínuo, que envolve desde a elaboração de um plano, até sua implementação, controle e ajustamentos. Vemos nos anos 70 e 80, a implementação do I, II e III Plano Nacional de desenvolvimento, de forma simplificada, foram projetos com o intuito de preparar a infraestrutura para o melhor desenvolvimento nas décadas seguintes, acelerando o processo de formação de riquezas, aumentando a produtividade dos investimentos já existentes em diversos setores e aplicando novos investimentos em atividades reprodutivas do país. Getúlio Vargas: O Estadista, a nação e a democracia Tendo como referência Getúlio Vargas, o autor realiza uma abordagem nas ações e ideais de Vargas, no seu relacionamento com o Estado nacional e industrial, construindo, revolucionando e transformando o Estado oligárquico em um democrático. A ideia do texto é tratar sobre o conceito de estadista e a história, a revolução nacional e a relação entre o populismo e a democracia, tendo como base as realizações da Era Vargas. Por trás de tantas revoluções no mundo havia alguém dotado de inteligência, capaz de liderar em meios aos desafios, unindo visões antecipadas antes do momento histórico com a coragem para enfrentar os problemas e ideais antigos. Vargas aparece como um estadista, raro tipo de líder político, tornando-se chefe de governo em um momento de crise mundial, onde existia a possiblidade de mudanças amadurecidas, enxergando a oportunidade do Brasil, que em sua visão estava secularmente atrasado no processo de desenvolvimento econômico, iniciando então uma revolução industrial e capitalista. Por fim, o autor esclarece que houve erros e acertos, mas aos poucos Vargas definia uma estratégia que mais se encaixava na construção de uma nação desenvolvida. O nacionalismo deveria ser reforçado, a nação para ser forte o povo também deveria participar dela, teria que ser politicamente e socialmente coesa e integrada, tendo um Estado forte cujas leis são cumpridas e a administração é efetiva, promovendo a industrialização para um melhor desenvolvimento da economia. Conhecido como líder populista político e tendo uma relação direta com o povo, cumprindo suas promessas e entendendo as demandas da sociedade com o intuito de implementar a democracia no Brasil, Vagas incorporou a classe média no governo, criando também um espaço para os trabalhadores que eram chamados para participar do processo político, aprovando a partir de então uma legislação avançada. Celso Furtado e o pensamento econômico brasileiro O autor descreve a história de Celso Furtado, suas participações diretas nos momentos marcantes da época, relacionando o surgimento e a consolidação do pensamento econômico no Brasil ao economista, com bases em seus trabalhos literários que contribuíram para demarcar a história do pensamento econômico, definindo um método analítico e pertinência aos determinantes da dinâmica econômica brasileira. Segundo o autor, Furtado aos 28 anos defendeu sua primeira tese na Universidade de Paris, com o tema L’ Économie Coloniale Brésilienne, dez anos depois foi tema do seu trabalho literário. Com a criação do CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) tinha como o objetivo de conhecer a realidade economia específica do continente e sugerir soluções para os problemas, o autor enfatiza sobre Raul Prebisch, responsável por projetar suas ideias no CEPAL, o argentino apresentou um estudo baseado no modelo de interpretação do processo de transformação pelo qual as economias dos países latino-americanos passavam. Furtado interpreta essas ideias na realidade da economia brasileira, contribuindo para o aperfeiçoamento e aprofundamento, iniciando a dinâmica do sistema centro-periferia. Na década de 50, com o governo do JK, existia a controvérsia sobre o desenvolvimento econômico, era defendido de um lado o liberalismo econômico e do outro a industrialização deliberada do país, assim a CAPES, através do encontro de Furtado e Prebisch, respalda a corrente intervencionista com fundamentos e justificativas ideológica, tratando os interesses da burguesia industrial como universal de toda a Nação. Forma-se o grupo BNDE-CEPAL, deixando o campo teórico para o campo de ação, o grupo sugere implantações para o desenvolvimento, influenciando o Planos de Metas do governo. Em 1957 Furtado deixa a CEPAL para aprofundar seus conhecimentos sobre o desenvolvimento e a dinâmica econômica. Um de seus trabalhos conhecidos é a Formação Econômica do Brasil.