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Aula 01 - Multimodalidade Turistica - Introducao aos Meios de Transporte

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Introdução aos 
meios de transporte
Telma M. Brito*
Introdução à multimodalidade turística
O desenvolvimento do turismo não seria possível sem que os meios de transporte existissem. 
Basta pensar como seria o mundo sem aviões, carros, trens, navios. No mundo contemporâneo, passa-
geiros que realizam qualquer viagem, seja a lazer, a negócios ou por qualquer outro motivo, utilizam-se 
de um ou mais meios de transporte. A integração dos diversos modais de transporte facilita o desloca-
mento entre o núcleo emissor e o núcleo receptor, ou seja, entre a cidade de origem e a cidade de des-
tino da viagem (PALHARES, 2002). 
A evolução tecnológica, ocorrida entre meados do século XIX e início do século XX, possibilitou a re-
dução do tempo de viagem no deslocamento de coisas e pessoas entre grandes distâncias (PAGE, 2001, 
p. 17-20). Os primeiros meios de transporte surgidos a partir da Revolução Industrial e utilizados para o 
transporte em massa foram o marítimo e o ferroviário. Depois surgiram os transportes rodoviário e aéreo. 
O rodoviário, considerado transporte individual ou para um número reduzido de pessoas, é mais utiliza-
do em viagens de curta e média distâncias. O aéreo, com maior capacidade, é utilizado principalmente em 
viagens para destinos mais distantes, devido à rapidez no deslocamento. As viagens foram intensificadas 
com os transportes rodoviário e aéreo, diminuindo ainda mais o tempo de deslocamento. 
Para entender a interdependência entre os transportes e o turismo é necessário fazer uma intro-
dução ao sistema de transporte turístico. Veremos nesta aula alguns conceitos e definições desse siste-
ma, faremos uma retrospectiva histórica, apresentaremos os quatro modais de transportes, bem como 
os elementos físicos que compõem o sistema de transporte.
* Mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na Área de Concentração: Educação Física e Sociedade. 
Especialista em Planejamento e Marketing Turístico pelo Serviço Nacional do Comércio (Senac-SP). Bacharel em Turismo pela Faculdade Ibero-
-Americana. Sócia-diretora da Navigare Agência de Viagens e Turismo Ltda.
Transportes e turismo – conceitos e definições 
A oferta turística é composta por três elementos: os atrativos, as facilidades e o acesso. Os atrati-
vos são responsáveis por atrair os turistas ao núcleo receptor (NR) ou cidade turística. As facilidades fa-
rão com que os turistas permaneçam no NR, ou seja, se hospedem, se alimentem, tenham informação 
adequada etc. O acesso é responsável por facilitar o deslocamento entre os núcleos emissor e receptor. 
O sistema de transporte é, portanto, parte integrante da oferta turística (ACERENZA, 1999, p. 75). 
Quando analisamos o mercado turístico não podemos deixar de mencionar os transportes como 
grandes responsáveis pelo desenvolvimento e constante crescimento do setor. Paolillo e Rejowski (2002, 
p. 13) conceituam o sistema de transporte como “[...] a estrutura composta por serviços e equipamentos 
de um ou mais meios de transportes, necessários ao deslocamento dos turistas e viajantes em geral en-
tre núcleos emissores e receptores e dentro dos mesmos”. 
Percebe-se nesse conceito que o autor inclui não somente os equipamentos dos meios de trans-
porte, ou seja, os elementos físicos compostos pela via, pelo terminal e pelo veículo, mas também os 
serviços que estes oferecem para que o turista ou viajante possa viajar de seu local de residência para o 
destino turístico escolhido ou, ainda, dentro das próprias cidades turísticas. O transporte sempre estará 
presente antes, durante e após a viagem. 
Podemos ainda lembrar de que alguns meios de transporte podem ser a atração principal da via-
gem, como os cruzeiros marítimos de lazer, as viagens ferroviárias e os passeios de carro e de bicicleta 
por roteiros panorâmicos ou paisagens exuberantes. 
A definição de Palhares (2002, p. 27) é similar à anterior. O autor define o transporte voltado para 
o turismo como “[...] a atividade meio que interliga a origem de uma viagem turística a um determinado 
destino (e vice-versa), que interliga vários destinos turísticos entre si [...] ou que faz com que os visitan-
tes se desloquem dentro de um mesmo destino primário ou secundário”. 
Essa definição ressalta que as viagens começam ainda nas cidades de origem de cada um dos vi-
sitantes, ou seja, para atingir o seu destino turístico, o viajante necessita iniciar seu deslocamento ainda 
na sua cidade, utilizando-se de um ou mais meios de transporte. Porém, nem sempre foi tão fácil esse 
deslocamento. Vamos analisar a seguir a evolução dos transportes a partir do século XIX.
Histórico – evolução dos meios de transporte
A evolução dos meios de transporte foi muito rápida, se pensarmos que quase tudo ocorreu em 
pouco mais de um século e meio: a construção de grandes transatlânticos para cruzar os mares e ocea-
nos, a construção de ferrovias nos mais diversos tipos de terrenos e de trens com grande capacidade de 
transporte, o desenvolvimento de rodovias e automóveis capazes de percorrer grandes distâncias em 
um curto espaço de tempo e o aparecimento dos aviões a jato, o que possibilitou o deslocamento entre 
os continentes em menos tempo (PALHARES, 2002). 
O desenvolvimento tecnológico dos meios de transporte e o uso simultâneo dos mesmos possi-
bilitaram não só o deslocamento de pessoas e o desenvolvimento de centros urbanos, como também a 
consolidação do turismo em todo o mundo. 
Vejamos a seguir como se deu essa evolução, até chegarmos aos dias atuais. 
8 | Introdução aos meios de transporte
9|Introdução aos meios de transporte
Meados do século XIX
A Revolução Industrial, ocorrida no final do século XVIII, foi um marco importante no aparecimen-
to do tempo livre e, consequentemente, do turismo. A Era industrial trouxe novos hábitos de vida, des-
locou o homem do campo para os centros urbanos, alterou as relações do trabalho e criou as horas de 
descanso com a redução da jornada de trabalho (DUMAZEDIER, 1994). A produção industrial foi acele-
rada pelo uso de máquinas e um dos reflexos foi o aparecimento de alguns meios de transporte nesse 
período de evolução.
Nos idos de 1814, na Inglaterra, surge a primeira máquina chamada locomotiva. Consequente-
mente, a primeira ferrovia do mundo, inaugurada em 1825, também foi construída na Inglaterra, ligan-
do Stockton a Darlington (RONÁ, 2002, p. 37). Em 1830, a inauguração da ferrovia que ligava as cidades 
inglesas Liverpool e Manchester consolidou o novo sistema de transporte. 
O transporte ferroviário teve tanto sucesso na Inglaterra que logo chegou a outros países, como 
França e Alemanha. Logo, todo o território europeu teria o sistema ferroviário como um dos principais 
meios de deslocamento.
Com o aumento do tempo livre, as pessoas buscavam opções de lazer. Entre as várias opções, o 
turismo surgia de forma organizada e crescia muito rapidamente. O precursor da atividade de organiza-
ção de viagens foi o inglês Thomas Cook, considerado o primeiro agente de viagens do mundo e pionei-
ro no uso de trens e navios em suas viagens organizadas. No ano de 1841, Cook organizou uma viagem 
para 570 pessoas, que participariam de um congresso antialcoolismo, fretando um trem entre as cida-
des de Leicester e Loughborough, na Inglaterra (PALHARES, 2002). 
Enquanto a Europa já utilizava os trens e navios em grande escala, o Brasil começava a perce-
ber os reflexos dessa evolução. O país, então colônia de Portugal, recebeu sua primeira locomotiva 
somente no ano de 1854, a máquina inglesa chamada “Baroneza”. Essa locomotiva foi inaugurada jun-
tamente com a primeira ferrovia, construída por Visconde de Mauá, que ligava a Baía de Guanabara 
ao pé da Serra de Petrópolis (TRIGO, 2000, p. 126). Por muitos anos o transporte ferroviário foi muito 
importante no Brasil para o desenvolvimento do comércio e escoamento das riquezas que iam para 
a corte portuguesa. 
A partir de então várias concessões foram dadas para a construção e exploração de ferroviasem 
todo o país. Algumas dessas ferrovias foram inauguradas ainda no século XIX, como a Santos-Jundiaí, 
na Serra do Mar; a Estrada da Graciosa, ligando Curitiba a Antonina; a linha Ituana, de Jundiaí a Itu; a 
Estrada de Ferro Corcovado, entre outras.
Foi também no século XIX que surgiu outro meio de transporte que iria possibilitar o desloca-
mento de um grande número de pessoas para outros continentes. Em 1840 surgiu a primeira compa-
nhia de navegação, na Inglaterra. Era inaugurada a companhia Cunard, que teve em seu comando o 
inglês Samuel Cunard. Essa companhia existe até os dias atuais e faz parte da corporação Carnival. O 
uso do navio para deslocamento de milhares de pessoas, principalmente entre o continente europeu e 
os Estados Unidos, possibilitou não só a imigração do velho continente à América, como também o iní-
cio do turismo. 
O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento industrial. O uso em larga escala dos transportes 
ferroviário e marítimo possibilitou as trocas comerciais entre cidades e países e, consequentemente, a 
organização da atividade turística.
Início do século XX
O início do século XX recebeu uma grande influência dos transportes de pessoas e cargas em 
trens e navios. O desenvolvimento das linhas férreas e companhias marítimas continuou nesse período. 
No início dos anos de 1900, os trens já circulavam a uma velocidade média de 100km por hora, os na-
vios já disponibilizavam linhas regulares para cruzar o Atlântico, ligando a Europa às Américas, e o turis-
mo já era uma atividade organizada em toda a Europa.
Em meados dos anos de 1950, outro meio de transporte começou a ter importância, principal-
mente no desenvolvimento interno dos países. Era o transporte rodoviário.
O desenvolvimento industrial do transporte rodoviário se dá ainda no final do século XIX, na 
Europa. Segundo Roná (2002, p. 99), “[...] o automóvel é produto da Segunda Revolução Industrial (se-
gunda metade do século XIX), e sua invenção deu maior autonomia ao turista, que se viu libertado 
das vias fechadas de transportes, como as ferrovias e as linhas aquáticas, podendo decidir sobre os 
horários e itinerários”.
O transporte rodoviário só conheceu seu grande crescimento após a Segunda Guerra 
Mundial, a partir dos anos de 1950, nos Estados Unidos. As autoestradas foram construídas para 
cortar todo o território e possibilitar o rápido desenvolvimento da indústria automobilística e do 
país de uma forma geral, pois as rodovias permitiam o escoamento de mercadorias e o transpor-
te de pessoas.
A construção de rodovias em todos os Estados Unidos também possibilitou o desenvolvimento 
do setor turístico, pois vários hotéis começaram a ser construídos para receber aqueles passageiros que 
necessitavam descansar das longas jornadas. 
No Brasil, a construção de importantes rodovias, como a Presidente Dutra, também teve início 
na década de 1950. Assim como nos Estados Unidos, o Brasil começa a conhecer o crescimento a partir 
do desenvolvimento da indústria automobilística. Também foi nessa década que surgiram as primeiras 
agências de viagens brasileiras, que trabalhavam basicamente com o transporte marítimo e com excur-
sões rodoviárias de grupos. 
Segunda metade do século XX
Na Segunda Guerra Mundial, um novo tipo de transporte foi utilizado, mostrando sua importân-
cia e apogeu. Era o transporte aéreo, que possibilitava o deslocamento entre longas distâncias em me-
nos tempo que o transporte marítimo. Após o término da guerra, a partir dos anos de 1950, surgiram os 
primeiros jatos comerciais. 
O rápido desenvolvimento desse meio de transporte fez com que os transatlânticos perdessem 
sua principal função, que era o transporte de pessoas e mercadorias. O avião começou então a reinar 
absoluto. Com isso, iniciou-se o turismo de massa e o turismo doméstico. Essa situação permaneceu 
até o final do século XX. O transporte aéreo se tornou o principal responsável pelo desenvolvimento 
do turismo em todo o mundo. Somente com os aviões foi possível realizar viagens de longas distân-
cias em curto espaço de tempo. O uso dos aviões para viagens de lazer e negócios mostrou-se essen-
cial para o turismo.
10 | Introdução aos meios de transporte
11|Introdução aos meios de transporte
Final do século XX e início do século XXI
O final do século XX trouxe algumas alterações importantes referentes ao uso dos transportes, 
principalmente no setor turístico. O transporte aéreo praticamente se consolidou em todo o mundo, 
assim como o transporte rodoviário. O rápido desenvolvimento de novas tecnologias ajudou no cresci-
mento desses dois tipos de transporte. 
O transporte ferroviário também se consolida, porém, somente nos países desenvolvidos. É al-
tamente utilizado como transporte público em países europeus, no Canadá, nos Estados Unidos, no 
Japão, entre outros. Isso favorece a sua utilização para o turismo, pois este depende dos transportes 
para o seu desenvolvimento. No Brasil, a utilização do transporte ferroviário como transporte público 
em larga escala é praticamente nula. Seu uso atualmente está concentrado no transporte de carga. O 
transporte de passageiros entre diversos estados, como ocorre em outros países, é quase inexistente. 
O transporte marítimo de passageiros foi o meio de transporte que sofreu a maior alteração em todo 
o mundo. Embora ainda existam navios que são utilizados para o transporte de passageiros (como os navios 
mistos1), estes já não são utilizados unicamente para isso. Os navios ganharam uma nova função a partir dos 
anos de 1980, quando começaram a ser utilizados para o turismo como grandes centros de lazer. 
Mais adiante veremos detalhadamente cada um desses modais e, em seguida, apresentaremos 
os elementos físicos que compõem o sistema de transportes.
Modais de transporte
Como vimos nos conceitos apresentados, o sistema de transportes é composto por serviços e 
equipamentos, que são agrupados em quatro diferentes modais. Dois desses modais são terrestres, ou 
seja, o ferroviário e o rodoviário; e os outros dois utilizam vias naturais para sua operação, o aéreo e o hi-
droviário, que inclui os transportes marítimo, fluvial e lacustre.
Vamos conhecer os equipamentos de cada um dos modais. 
Transporte rodoviário
O modal rodoviário utiliza como principais equipamentos os ônibus e os automóveis, ambos usa-
dos em larga escala no turismo. Outros veículos também podem ser utilizados no transporte rodoviário 
em viagens turísticas, como as motocicletas, as bicicletas e até os caminhões. Estes últimos são alterna-
tivas de viagens de lazer divulgadas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. 
As bicicletas são consideradas um meio de transporte alternativo, não poluente. São também uti-
lizadas no turismo, tanto no exterior como no Brasil, em pacotes turísticos que visam principalmente a 
integração do homem à natureza. 
1 Os navios mistos são aqueles que transportam cargas e possuem algumas cabines disponíveis para acolher passageiros que necessitem 
unicamente do transporte de um ponto a outro. A bordo desses navios não há qualquer atividade similar às oferecidas nos grandes navios de 
cruzeiros. 
Transporte ferroviário
Os equipamentos utilizados no transporte ferroviário são os trens, os metrôs, as automotrizes e 
os bondes. Pode ainda ser considerado como transporte ferroviário o teleférico. Segundo Paolillo (2002, 
p. 13), é contestável a inclusão do transporte por teleférico como modal terrestre, já que opera por bon-
des suspensos, acima da superfície terrestre.
O transporte ferroviário pode ser considerado “limpo”, uma vez que não polui o ambiente. Alguns 
países desenvolveram esse tipo de transporte como alternativa ao transporte aéreo. Em países desen-
volvidos, os trens chegam a realizar viagens numa velocidade superior a 300km/h. O congestionamento 
dos grandes aeroportos em todo o mundo faz com que vários passageiros alterem seu meio de trans-
porte em busca de mais conforto. 
Transporte aéreo
No transporte aéreo, os equipamentosutilizados são os aviões, os helicópteros, os balões, os di-
rigíveis e os foguetes. Esse modal se destaca pela capacidade de transporte de um grande número de 
passageiros e também por alguns de seus equipamentos empreenderem velocidades superiores aos 
outros modais. Os aviões são os veículos mais rápidos para se realizar uma viagem. 
Transporte hidroviário
Os equipamentos utilizados no modal hidroviário são divididos em três tipos: as embarcações 
marítimas, as fluviais e as lacustres. 
Embarcações marítimas:::: : têm como equipamentos os navios, os ferries (hydrofoil e hover-
crafts), escunas, veleiros e jangadas. 
Embarcações fluviais:::: : são os barcos e canoas.
Embarcações lacustres:::: : também têm os barcos e as canoas como equipamentos. 
Vários desses equipamentos são utilizados exclusivamente para o transporte de passageiros en-
tre ilhas e mesmo entre continentes. Um exemplo é o transporte de passageiros, em ferries ou hover-
crafts entre as ilhas da Grécia, país que possui mais de 3 000 ilhas. Outros exemplos na Europa, onde são 
bastante utilizados, são a Grã-Bretanha, a França, a Irlanda e os países da Escandinávia. 
Os navios de cruzeiros, por sua vez, perderam a função de unicamente transportar e, hoje, podem 
ser considerados equipamentos de lazer, transporte e hospedagem, já que são utilizados numa moda-
lidade de viagem cujo principal objetivo é o descanso e a diversão. 
Elementos físicos dos transportes
Para que os transportes possam operar, eles necessitam de alguns elementos físicos, tais como a 
via, o terminal, o veículo e a força motriz. Vamos conhecer os detalhes de cada um deles.
12 | Introdução aos meios de transporte
13|Introdução aos meios de transporte
Via
É na via que o transporte se desenvolve e é nela que haverá o fluxo dos veículos para o desloca-
mento de cargas e pessoas. 
A via, que liga duas áreas ou cidades, pode ser artificial ou natural. A via artificial é aquela constru-
ída pela mão do homem. Nessa modalidade encontram-se as rodovias e as ferrovias, ou seja, os trans-
portes terrestres. 
A via natural, como o próprio nome já diz, necessita do ambiente natural para se desenvolver. 
Nessa modalidade estão os transportes aéreos, que utilizam o ar, e os transportes hidroviários, que ne-
cessitam dos cursos d’água.
A via determinará o tipo de veículo a ser utilizado e também a força motriz necessária, ou seja, o 
tipo de motor que irá impulsionar o veículo. 
Terminal
O terminal é o princípio e o fim de qualquer viagem, pois é a partir daí que os passageiros terão 
acesso aos meios de transporte. Pode ainda servir de local para baldeação, conexão ou transbordo en-
tre uma ou mais localidades, entre o mesmo meio de transporte ou para veículos de diferentes meios de 
transporte. É comum encontrar em grandes centros urbanos terminais aéreos que se conectam a termi-
nais rodoviários ou ferroviários. Ou ainda, terminais ferroviários que se conectam a terminais rodoviários. 
Todo terminal precisa ter uma infraestrutrura mínima para atender com conforto e comodidade 
seus usuários. O tamanho e a sofisticação dessa infraestrutura dependerá do tipo de transporte utiliza-
do e do tipo de passageiros que buscam o terminal. 
Os terminais aéreos normalmente oferecem maior número de facilidades, porém a infraestrutura 
mínima necessária que qualquer terminal deve oferecer é: 
sala de estar;::::
sanitários;::::
lanchonetes e restaurantes;::::
posto de informações;::::
lojas.::::
Diversos terminais têm ampliado a sua oferta de serviços, pois, atualmente, os mesmos são tam-
bém ponto de encontro não somente para quem efetivamente está viajando, mas também para po-
tenciais passageiros que os visitam. As ofertas de serviços em terminais modernos vão desde lojas de 
conveniência a hotéis, centros de convenções, cinemas, salas de exposição, capelas e igrejas ecumêni-
cas, salões de beleza, academias de ginástica, entre outros. 
Veículo
Os veículos necessitam de uma via específica para operarem. Portanto, a fabricação dos mes-
mos deve inicialmente levar em consideração qual será a via a ser utilizada. Alguns veículos são 
bastante versáteis quando pensamos na sua mobilidade, como os automóveis, os ônibus, as embarca-
ções e as aeronaves, cujo transporte se dá por via rodoviária, hidroviária e aérea e, portanto, os veículos 
podem alterar o seu curso de acordo com a necessidade. 
Já o transporte ferroviário possui uma limitação de itinerário, pois seus veículos permanecem res-
tritos à configuração dos trilhos das ferrovias. 
Relacionados ao turismo, os veículos podem influenciar diretamente a decisão da viagem. 
Algumas pessoas preferem um determinado tipo de veículo por questões pessoais ou mesmo psico-
lógicas. A escolha pode ainda ser influenciada pelo tempo necessário para se chegar a um destino ou 
também pelo objetivo da viagem. Uma viagem de negócios necessita de veículos ágeis, pois depende 
do tempo. Uma viagem de lazer pode incluir veículos que proporcionem prazer, como os trens ou na-
vios, que possibilitam maior observação da paisagem, oferecem maior espaço para que o turista se mo-
vimente durante a viagem, entre outras facilidades. 
Força motriz 
A força motriz (ou propulsão) irá definir a velocidade do veículo, o alcance que ele terá e também 
a sua total capacidade de transporte. Antes do desenvolvimento industrial, os transportes tinham como 
força a tração animal e a força do vento. Os veículos utilizados como meio de transporte terrestre eram 
as carruagens e as diligências, e as embarcações a vela eram utilizadas como meio de transporte hidro-
viário (PAOLILLO; REJOWSKI, 2002, p. 15). 
Com o desenvolvimento dos transportes após a Revolução Industrial, surgiram as máquinas a va-
por, os motores a propulsão interna e os de propulsão a jato, como os transatlânticos e os aviões a jato. 
Percebe-se que todos os componentes do sistema de transportes estão integrados e inter- 
-relacionados. O seu uso no turismo pode ser eficiente considerando-se a necessidade do turista e 
também de acordo com a via utilizada. Quanto mais integrado o sistema, melhor será o resultado de 
uma viagem. 
A tecnologia utilizada para o desenvolvimento das vias e dos veículos reflete diretamente na for-
ça motriz. No turismo utiliza-se cada vez mais transportes cuja propulsão é artificial, por meio de moto-
res. Porém, a busca por novas experiências durante as viagens tem popularizado a procura por modos 
alternativos de transporte, como o uso de bicicletas, caminhadas ou mesmo o uso de carruagens puxa-
das a cavalos (PALHARES, 2002, p. 31). Nesses três exemplos vimos que a força motriz não depende de 
máquinas, mas, sim, do próprio homem ou da tração animal.
Intermodalidade 
A intermodalidade de transportes permite que passageiros, assim como os turistas em ge-
ral, utilizem os diversos meios de transporte da forma mais eficiente possível em seus deslocamentos 
(PALHARES, 2002, p. 44). 
14 | Introdução aos meios de transporte
15|Introdução aos meios de transporte
A integração entre os meios de transporte economiza e otimiza o tempo de viagem. O turista 
deve usufruir de toda a infraestrutura que um destino pode oferecer. O sistema de transportes de uma 
cidade pode ser o ponto decisivo na escolha desta como destino turístico. 
Quando um passageiro inicia a organização de sua viagem, deve pensar em todas as alternativas 
de transporte possíveis no destino escolhido. Um país, ou uma cidade, pode mostrar o seu desenvolvi-
mento através de seu sistema de transportes. Se esse sistema tiver uma boa integração entre os diversos 
modais, possibilitando deslocamentos rápidos, pode influenciar diretamente na escolha desse destino. 
Um sistema de transporte desenvolvido significa melhor acolhida ao turista. Quanto mais desen-
volvidos os meios de transporte de uma localidade ou país, mais turistas chegarão a esse destino. 
Como mencionamos anteriormente, o turismo é totalmente dependente do sistema de trans-
porte. Se este for deficiente, consequentementeo turismo também o será. 
Texto complementar
Geografia e transporte turístico
(PAGE, 2001, p. 38-39)
Dentro da área da Geografia, o estudo do transporte turístico tem sido amplamente desenvol-
vido por geógrafos que lidam com o transporte (ver Knowles, 1993, para uma excelente análise de 
estudos recentes sobre a geografia dos transportes) e na área do turismo (Pearce, 1990, 1995a). A 
principal preocupação dos geógrafos, ao examinarem o transporte turístico, pode estar relacionada 
a três conceitos centrais que caracterizam o estudo da geografia:
espaço:::: – área, geralmente a superfície da terra;
localização:::: – a posição de algo no espaço;
lugar:::: – uma posição identificável na superfície da terra.
Os geógrafos, assim, estão interessados na dimensão espacial do transporte turístico, como 
uma ligação vital entre as áreas geradoras e as receptoras de turistas. Em particular, preocupam-se 
os padrões de atividade humana associados às viagens turísticas e como diferentes escalas, indo 
desde o mundial até o nacional (país), regional (distrito) e níveis locais (como um lugar específico). 
A pesquisa geográfica anterior sobre o transporte tem examinado seu papel em diferentes regiões, 
seu impacto no desenvolvimento econômico em termos de acessibilidade, o efeito sobre o meio 
ambiente e o papel da definição de políticas (ver FARRINGTON, 1985). Em muitos livros didáticos 
conhecidos sobre geografia (como HAY, 1973; LOWE e MORYADAS, 1975; ADAMS, 1981; WHITE e 
SENIOR, 1983; BARKE, 1986; HOYLE e KNOWLES, 1992, 1998, TOLLEY e TURTON, 1995) há uma série 
de conceitos fundamentais que os geógrafos utilizam para analisar os componentes espaciais do 
transporte. Os geógrafos têm geralmente analisado o ato de viajar como uma satisfação do desejo 
humano de movimento e como resultado espacial desses deslocamentos. Também têm analisado 
as variáveis no sistema de transportes (como localização e lugares) e como estes afetam os custos e 
a produção de outras atividades sociais e econômicas. Para o geógrafo, o transporte facilita o pro-
cesso de movimento que tem custos econômicos e orçamentários, ao passo que os fatores com-
portamentais (como percepção e preferência por formas específicas de transporte) determinam o 
deslocamento em termos de infraestrutura e rotas disponíveis.
Ao analisar o sistema de transporte, os geógrafos levam em consideração:
as ligações e fluxos dentro de um sistema de transportes;::::
a localização e os lugares conectados por estas ligações (geralmente tratados como “cen-::::
tros” ou “nós”);
o sistema de áreas servidas e relacionamentos entre os lugares dentro da rede.::::
Em alguns aspectos, o transporte tende a ser visto pelos geógrafos como um elemento 
passivo, no contexto do turismo, em vez de parte integrante da atividade turística e recreacio-
nal. Na verdade, houve relativamente pouco progresso nessa área de estudo, desde os in-
fluentes trabalhos desenvolvidos pelos geógrafos nos anos de 1960 e 1970 (como WALL, 1971; 
PATMORE, 1983). Ao mesmo tempo em que sínteses importantes, como Halsall (1992), forne-
cem bibliografias de estudos anteriores, poucos dos estudos revisados por ele (1992) foram es-
critos por geógrafos nos anos de 1980 e 1990, explicitamente para desenvolver a compreensão 
da maneira como o transporte facilita e, em certos casos, condiciona o tipo de atividade turís-
tica e recreacional desenvolvida. Muita da atividade de pesquisa desenvolvida pelos geógrafos 
nos anos de 1990, publicada no Journal of Transport Geography, tem se ocupado das viagens 
aéreas (CHOU, 1993; SHAW, 1993; FEILER e GOODVITCH, 1994; O’CONNOR, 1995). A contínua ne-
gligência em relação ao transporte, na análise do turismo, também tem sido gerada pela per-
cepção de outros geógrafos, que não trataram o turismo como uma área séria de pesquisa até 
o final dos anos de 1980 e a década de 1990 (HALL e PAGE, 1999). Mesmo naquela época, essa 
área é frequentemente relegada a uma posição inferior, apesar do rápido crescimento do turis-
mo e das áreas recreacionais na maioria dos países. 
Textos recentes, como Tolley e Turton (1995), conseguem destacar a necessidade de se valo-
rizar o turismo no contexto da geografia dos transportes. Ainda assim, mesmo esses autores não 
dão muito espaço ao tema, e outros poucos estudos têm buscado situar o transporte para recre-
ação e turismo na agenda de pesquisa, além dos importantes estudos realizados pelo Transport 
Study Group do Institute of British Geographers (TOLLEY e TURTON, 1987; HALSALL, 1982). Em es-
tudos anteriores (como Halsall, 1992), deu-se ênfase às formas modais de recreação e viagens tu-
rísticas (como transporte terrestre e uso de trilhas, transporte aquático e transporte em veículos 
antigos para viagens nostálgicas) (ver PAGE, 1993a; 1994a). Estes não desenvolvem adequadamen-
te a contribuição que os geógrafos podem dar ao gerenciamento, planejamento e desenvolvimen-
to do transporte para as viagens recreacionais e de turismo.
16 | Introdução aos meios de transporte
17|Introdução aos meios de transporte
Atividades 
1. Pesquise na internet sobre Thomas Cook e comprove a utilização dos meios de transporte em 
suas atividades. 
2. Apresente um texto informando quais são os elementos físicos dos transportes e os detalhes dos 
mesmos. 
3. Uma viagem cuja distância total entre origem e destino é de 600km pode ter duração diferente, 
dependendo do modal de transporte utilizado. Faça uma pesquisa para saber o tempo gasto com 
essa viagem nos quatro modais de transportes. O destino é de livre escolha.
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