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ADM DE MATERIAIS - CARLOS ALBERTO

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CLUBE DO CONCURSO 
TEMA: ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS PROFESSOR:CARLOS ALBERTO 
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Avenida Presidente Vargas, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. 
 
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL 
Definição de Administração de Materiais 
O conjunto de atividades conduzidas em uma organização, visando supri-la com os materiais necessários ao 
desempenho de suas atribuições. 
Esta definição é extremamente objetiva. Logicamente, podemos “rechear” o conceito, chegando ao que seria o 
objetivo da boa Administração de Materiais. 
 
“Suprir a organização dos materiais nas quantidades corretas, na qualidade requerida, no momento certo, 
armazenando-os da maneira e no local apropriado, praticando preços econômicos e minimizando estoques”. 
 
 
1. Classificação de Materiais 
Contudo, devemos sempre ter em mente que uma classificação, embora possa balizar-se por qualquer critério útil à 
empresa, deve procurar atender aos seguintes requisitos: 
 
Abrangência: Cada classificação deve buscar abarcar um número considerável de materiais em função de suas 
características. Em outras palavras, a classificação deve agrupar o maior número de itens em função de suas 
propriedades. 
Flexibilidade: A classificação também deve permitir o inter-relacionamento 
entre outras classificações, permitindo uma visão ampla do gerenciamento de estoques. 
Praticidade: A classificação deve ser direta e simples. 
 
Dentre atributos(ou fatores)que podem ser levados em consideração na hora de classificar um material, podemos 
citar: 
• a demanda(se a demanda justifica a formação de estoque de determinado material); 
• a perecibilidade (probabilidade do material perecer, ou seja, perder suas características físico-químicas, 
como costuma ocorrer com os alimentos); 
• a periculosidade(materiais que possuam características incompatíveis com outros materiais, oferecendo 
risco à segurança, tais como combustíveis inflamáveis); 
• a dificuldade de aquisição; 
• o mercado fornecedor; 
• como este material é estocado; 
• o valor econômico; 
• a importância operacional; dentre outros. 
 
Além disso, dependendo dos atributos informados os materiais serão classificados como críticos ou não críticos. 
 
Esta última classificação merece um breve comentário. 
➢ Material crítico - é um material cuja demanda não é previsível, e cuja decisão de estocar baseia-se no risco que 
a empresa corre caso tais materiais não estejam disponíveis no momento em que forem necessários. 
Os motivos pelos quais um material pode ser considerado crítico podem ser variados: por serem difíceis de obter, 
por serem de elevado valor, por seu custo de armazenagem ser muito alto, por serem de grande peso, por suas 
grandes dimensões, por só haver um fornecedor capaz de suprir a demanda, enfim, razões não faltam . 
 
➢ Material não crítico – existem materiais, semelhantes, substitutos, além de uma quantidade maior de 
fornecedores. 
 
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Classificação - Função que engloba as atividades de: 
• Catalogação 
• Simplificação 
• Especialização 
• Normalização 
• Padronização 
• Codificação 
 
Atividades 
 
Catalogação: Trata do arrolamento de todos os itens existentes, criando um registro que permite uma visão geral de 
toda a coleção de materiais. 
Simplificação: Trata da redução da diversidade de itens empregados para uma mesma finalidade. 
Especialização: Trata da descrição detalhada de um item, incluindo suas medidas, formato, tamanho, peso, etc. 
Normalização: Trata da prescrição sobre a forma de utilização dos materiais nas diversas aplicações organizacionais. 
Padronização: Trata da definição de padrões idênticos de especificação dos materiais, incluindo peso, medidas e 
formatos, reduzindo as variações entre os itens. 
Codificação: Trata da utilização de símbolos para representar os diversos materiais de uso por uma organização. 
 
 
2. GESTÃO DE ESTOQUE 
A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao 
suprimento das necessidades futuras de material, numa organização. Os investimentos não são dirigidos por uma 
organização somente para aplicações diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em máquinas e em 
equipamentos destinados ao aumento da produção e, consequentemente, das vendas. 
Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes estão as inversões de capital 
destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos 
investimentos em estoque, que evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente. 
Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de vendas, a paralisação de 
fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir 
destes fatores, igualam, em importância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos investimentos 
ditos diretos. 
Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais rentáveis uma organização industrial 
ou comercial. Numa organização pública, a privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade 
pública. 
A gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos ociosos expressos pelo 
inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos. E isto é obtido 
mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para manter 
o fluxo da produção da encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo. 
 
 
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Classificação Dos Estoques (Estágio de Processamento dos materiais) 
Em um sistema de operações produtivas, podemos pensar em vários tipos de estoques: 
 
• Matérias-primas – (MPs) são aqueles materiais que normalmente são obtidos dos chamados fornecedores, 
são aqueles materiais básicos e necessários para o processo produtivo, seu volume está diretamente ligado 
à quantidade de produtos acabados. 
 
• Materiais em processamento – São aqueles que já não são mais matérias-primas, mas que ainda não são 
um produto acabado, são materiais que ainda estão sendo utilizados na confecção de produtos, estão em 
uma fase intermediária, e desta forma, já não se encontram no almoxarifado. 
 
• Materiais semiacabados – São aqueles que estão em um estágio um pouco mais avançado do que os 
materiais em processamento, estão parcialmente acabados, faltam poucas etapas do processo produtivo 
para tornarem-se produtos acabados. 
 
• Materiais acabados (ou componentes) – São peças isoladas que serão componentes do produtofinal. 
 
• Produtos acabados – (PAs) São aqueles que já passaram por todo processo produtivo, estão prontos e 
acabados. São os produtos que são oferecidos aos clientes. 
 
 
Durante o fluxo de materiais, haverá itens que não serão utilizados para compor o produto final acabado, mas que 
serão utilizados durante o processo de produção, por isto a sua importância. Estes materiais recebem o nome de 
materiais auxiliares e de manutenção. 
 
Materiais auxiliares e de manutenção - Como o próprio nome diz, estes materiais são aqueles auxiliares, que dão 
apoio à produção, são as também chamadas peças de manutenção ou de reposição. De nada adianta uma empresa 
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dispor de matérias-primas se, por exemplo, as máquinas não podem funcionar por problemas de manutenção, “o 
mesmo risco incorrido com a falta de matéria-prima pode ocorrer com as peças de reposição.” 
Como você pôde perceber cada um destes materiais em estoque terá seu tempo oportuno de utilização, e até lá 
ficará aguardando sua vez no processo produtivo. 
 
Tipos de classificação de Estoque 
Para conseguir gerenciar o estoque adequadamente, é recomendável que eu classifique os itens que compõem o 
estoque de acordo com sua importância e nível de cuidado necessário com o material. 
Alguns materiais, como veremos, não demandam tanto cuidado no sua guarda, de maneira que se a empresa prestar 
muita atenção neles, terminará incorrendo em gastos desnecessários. 
Por outro lado, ao deixar de dar atenção a um material importante, também acabará tendo prejuízos. 
Para evitar isto, as classificações são úteis. Existem duas principais, mas eu peço que preste bem mais atenção na 
classificação ABC. Esta será aprofundada ao longo do curso, então, aqui vai só uma introdução. 
 
 
Classificação quanto à importância operacional - X Y Z 
X (baixa) criticidade 
Y (média) criticidade 
Z (alta) criticidade 
 
imprescindibilidade do material do ponto de vista operacional, por isso a ideia de relacionar tal classificação ao grau 
de criticidade de determinado material. 
Os fatores que devemos levar em consideração para analisar a eficiência operacional e determinar o grau de 
criticidade são os seguintes: 
- Essencialidade para as fases operacionais (principalmente para a produção) da organização. 
- Facilidade de aquisição 
- Possibilidade de substituição por outro equivalente. 
 
 
Classificação ABC 
A classificação dos materiais utilizando a chamada curva ABC é, também, uma ferramenta administrativa, sendo uma 
maneira muito útil para se conhecer e controlar estoques sem aumentar custos. Esta classificação leva em 
consideração a importância de relativa dos itens. Também denominada Curva de Pareto, “baseia-se no princípio de 
que a maior parte do investimento em materiais está concentrada em um pequeno número de itens” 
Através desta classificação, demonstra-se que poucos itens, algo em torno de 10% a 20% do total deles, respondem 
por mais ou menos 80% do capital empregado em estoques. 
 
Segundo Marco Aurélio P. Dias “A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite 
identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração.” 
 
As classes da chamada curva ABC são definidas da seguinte forma: 
Classe A: Itens mais importantes e em menor número (Quantidade em geral, em torno de 20% dos itens). 
Classe B:Itens em situação intermediária(30% dos itens). 
Classe C: Itens menos importantes e em maior número (Quantidade no geral, em torno de 50% dos itens). 
 
Para estabelecer a importância relativa dos materiais, a curva ABC leva em consideração o seu valor e a sua 
quantidade, ou seja, qual o investimento feito em determinado material e qual a sua quantidade. 
A atenção da empresa deverá ser concentrada nos itens da Classe A, porque, embora em menor quantidade, é 
neles que estará a maior parte do capital investido em estoques. Isto é muito importante, lembre-se então que o 
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controle de estoques pela chamada curva ABC considera os produtos de forma desigual, os itens do grupo A que 
representam entre10% e 20% da quantidade do estoque, respondem por 80% do capital empregado em estoques. 
 
Classe A. Representam poucos itens em estoque, mas são mais importantes, porque respondem pelo maior custo 
monetário. 
Classe B Quantidade média de itens, grau médio de importância. 
Classe C. Maior número de itens, mas de pouca significância financeira. 
 
 
 
 
Curva dente de serra 
A representação da movimentação (entrada e saída) de um item dentro de um sistema de estoque pode ser feita por 
um gráfico, em que a abscissa é o tempo decorrido (T), para o consumo, normalmente em meses, e a ordenada é a 
quantidade em unidades desta peça em estoque no intervalo do tempo T. Este gráfico é chamado dente de serra, 
 
 
 
 
 
 
 
Como se vê, o estoque iniciou com 140 unidades, foi sendo consumido durante determinado tempo (janeiro a junho) 
até chegar a "zero" no mês de junho. Estamos supondo que este consumo tenha sido igual e uniforme mensalmente. 
Imediatamente, quando esse estoque chegou a zero, deu entrada no almoxarifado uma quantidade de 140 
unidades, fazendo com que ele retomasse à posição anterior. Este ciclo será sempre repetitivo e constante se: 
✓ não existir alteração de consumo durante o tempo T; 
✓ não existirem falhas administrativas que provoquem uma falha ao solicitar compra; 
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✓ o fornecedor da peça nunca atrasar sua entrega; 
✓ nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade. 
 
Como já se sabe, a prática mostra que estas quatro premissas citadas não ocorrem com frequência. Os consumos de 
matéria-prima, normalmente, são variáveis e não podemos confiar demais nos prazos de entrega dos fornecedores, 
pois existem falhas de operação, e sempre existirá um risco de alguma remessa de material ser rejeitada parcial ou 
totalmente, mas ambas são suficientes para alterar o ciclo. Se estas ocorrências são normais, deve-se criar um 
sistema que absorva essas eventualidades, para diminuir o risco de ficarmos com o estoque a zero durante algum 
período. Na Figura abaixo representamos uma situação deste tipo. 
 
 
 
Pode-se verificar pela linha pontilhada que, durante os meses de julho, agosto e setembro, o estoque esteve a zero e 
deixou de atender a uma quantidade de 80 peças que seria consumida durante este período. 
Um sistema gestão de estoque deverá ter como objetivo impedir esta ocorrência e com a soluçãomais econômica 
possível. Elevar, simplesmente, as quantidades de estoque não é solução adequada. 
 
Voltando à Figura acima (dente de serra), se determinássemos um ponto e, em consequência, uma quantidade que 
ficasse de reserva, para suportar os atrasos de entrega, as rejeições na qualidade e as alterações do consumo, a 
probabilidade de o estoque ir a zero, e assim não atender à produção ou ao requisitante, seria bem menor. 
Poderíamos representar este ponto como visualizado na Figura abaixo. O estoque que se iniciaria com 140 unidades 
seria consumido e, quando chegasse a 20 unidades, seria reposto em 120 unidades, retomando assim às 140 
unidades iniciais. A quantidade de 20 peças serviria como segurança para as eventualidades que porventura 
acontecessem durante o prazo de entrega do material 
 
É fácil verificar que este estoque de 20 peças será um estoque morto; ele existirá simplesmente para enfrentar as 
eventualidades já relacionadas anteriormente. Deve-se ter bastante critério e bom-senso ao dimensionar o estoque 
de segurança, nunca deverá ser esquecido que ele representa capital empatado e inoperante. 
 
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Tempo De Reposição: Ponto De Pedido 
É uma das informações básicas para se calcular o estoque mínimo e é considerado o tempo gasto desde a verificação 
de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Pode se 
composto por: 
 
a) Tempo de emissão do pedido - Tempo que se leva desde a emissão do pedido de compras até ele chegar ao 
fornecedor; 
b) Tempo de preparação do pedido - Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir 
faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. 
c) Tempo de Transportes - Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais 
encomendados. 
 
 
Graficamente é possível representar o tempo de reposição como na figura a seguir: 
 
 
 
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OBS.: Em virtude de sua grande importância, este tempo deve ser determinado de modo mais realista 
possível, pois as variações ocorridas durante esse tempo podem alterar toda a estrutura do sistema de 
estoques. 
 
Determinação Do Ponto De Pedido (Pp). 
 
 
Exemplo: 
Uma peça é consumida a uma razão de 30 por mês, e seu tempo de reposição é de dois meses. Qual será o ponto de 
pedido, uma vez que o estoque mínimo deve ser de um mês de consumo? 
Onde: 
PP = ? 
C = 30 peças/mês 
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TR = 2 meses 
E.min = 30 peças 
PP = C x TR + E.min 
PP = (30 x 2) + 30 
PP = 60+ 30 
PP = 90 peças 
Ou seja, quando o estoque virtual chegar a 90 unidades, deverá ser emitido um pedido de compra da peça, para que, 
ao fim de 60 dias, chegue ao almoxarifado a quantidade comprada, assim que atingir o estoque mínimo 
 
Alguns conceitos importantes: 
 
Consumo Médio Mensal – é quantidade referente à média aritmética das retiradas mensais de estoque. A fim de 
que haja um grau de confiabilidade razoável, esta média deverá ser obtida pelo consumo dos últimos seis meses. 
 
Estoque Médio – é o nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e consumo se realizaram. 
 
Estoque Mínimo – é uma quantidade morta só sendo consumida em caso de necessidade; logo, ela é uma 
constante. 
 
Intervalo de ressuprimento – é o intervalo de tempo entre dois ressuprimentos. Esse intervalo pode ser fixo em 
qualquer limite, dependendo das quantidades compradas. 
 
Estoque Máximo – é igual à soma do estoque mínimo mais o lote de compra. 
E.Mx = E.Mn + LC 
 
Ruptura do estoque – é caracterizado quando o estoque chega a zero e não se pode atender a uma necessidade de 
consumo, uma requisição ou mesmo uma venda. 
 
 
As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos: 
a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro seja a repetição do passado ou as vendas evoluirão no tempo; 
segundo a mesma lei observada no passado, este grupo de técnicas é de natureza essencialmente quantitativa. 
b) Explicação: procuram-se explicar as vendas do passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras 
variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível. São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação. 
c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas vendas e no mercado estabelecem 
a evolução das vendas futuras. 
 
Se o comportamento permanecer inalterável, a previsão de evolução futura poderá ser feita seguramente sobre o 
conhecimento da evolução de consumo no passado. Os principais fatores que alteram o comportamento de 
consumo são: 
• influência políticas; 
• influências conjunturais; 
• influências sazonais; 
• alterações no comportamento dos clientes; 
• inovações técnicas; 
• produtos retirados da linha de produção; 
• alteração da produção; e 
• preços competitivos dos concorrentes. 
 
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São apresentadas a seguir algumas técnicas quantitativas usuais para calcular a previsão de consumo. 
 
Método do último período 
Este modelo mais simples e sem base matemática consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor 
ocorrido no período anterior. Se colocarmos em um gráfico os valores ocorridos e as previsões, obteremos duas 
curvas exatamente iguais, porém deslocadas de um período de tempo. 
 
 
Método da média móvel 
Este método é uma extensão do anterior, em que a previsão para o próximo período é obtida calculando-se a média 
dos valores de consumo nos n períodos anterior. 
A previsão gerada por esse modelo é geralmente menor que os valores ocorridos se o padrão de consumo for 
crescente. Inversamente, será maior se o padrão de consumo for decrescente. 
Se n for muito grande, a reação da previsão diante dos valores atuais será muito lenta. Inversamente, se n for 
pequeno, a reação será muito rápida. A escolha do valor de n é arbitrária e experimental. Para melhor simplificar e 
entender, vejamos: 
 
 CM = C1 + C2 + C3 + ... + Cn 
CM= consumo médio _________________________C= consumo dos períodos anteriores 
n= número de períodos n 
 
 
Para cálculo do consumo médio variável, tomam-se por base os últimos 12 períodos 
 
 
 CM = consumo de 12 meses 
 ________________________ 
 
 12 
 
Desvantagens do método: 
a) as médias móveis podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza não existente nos dados 
originais; 
b) as médias móveis são afetadas pelos valores extremos; isso pode ser superado utilizando-se a média 
móvel ponderada com pesos apropriados 
c) As observações mais antigas têm o mesmo peso que as atuais, isto é, 1/n; 
d) exige a manutenção de um número muito grande de dados. 
 
Vantagens do método: 
a) simplicidade e facilidade de implantação; 
b) admite processamento manual. 
 
Exemplo de aplicação: 
 
Dados os valores 3, 7, 5, 6, 4, 2, 3, uma média móvel para três períodos, as médias móveis seriam: 
 
 
3+7+5 7+5+6 5+6+4 6+4+2 4+2+3 
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_____ _____ _____ _____ _____ 
 3 3 3 3 3 
 
 
Média Móvel = 5,6,5,4,3 
 
 
Exemplo de aplicação 
Ex.: O consumo de 4 anos de uma peça foi de: 
1999 – 72 unid. 
2000 – 60 unid. 
2001 – 63 unid. 
2002 – 66 unid. 
 
Qual deverá ser o consumo previsto para 2003, utilizando-se o método da média móvel, com n igual a 3? 
 
R: 60 + 63+ 66 
 _________ = 63 unidades 
 3 
 
Método da média móvel ponderada 
Este método é uma variação do modelo anterior em que os valores dos períodos mais próximos recebem peso maior 
que os valores correspondentes aos períodos mais anteriores. O valor Xt, previsão de consumo, será dado por: 
 
Xt =(Ci x Xt-1 ) + (C2 x Xt-2 ) + (C3 x Xt-3 )+ … + (Cn x Xt-n ) 
 
Xt= Previsão de consumo 
Ci = peso dado ao i-ésimo valor 
Xt-i = Consumo no período 
 
OBS.: os pesos Ci são decrescentes dos valores mais recentes para os mais distantes. 
 
Exemplo de aplicação: 
O consumo de 4 anos de uma peça foi de: 
2000 – 60 und. – 20% 
2001 – 63 und. – 30% 
2002 – 66 und. – 50% 
Qual deverá ser o consumo previsto para 2003, utilizando-se o método da média móvel ponderada, com n igual a 3? 
 
R. Xt = (0,5 x 66) + (0,3 x 63) + (0,2 x 60) = 33 + 18,9 + 12 = 63,9 unid 
 
 
 
3. Avaliação de Estoques 
O principal objetivo do custeio do estoque é a determinação de custos adequados às vendas, de forma que o lucro 
apropriado seja calculado. 
O método de avaliação utilizado irá afetar o total do lucro a ser aferido para dterminado período contábil: 
Quanto maior for o estoque final avaliado, maior será o lucro, ou menor será o prejuízo. 
Quanto menor o estoque final, menor será o lucro, ou maior será o prejuízo. 
 
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PEPS - FIFO 
PEPS: O primeiro que entra é o primeiro que sai. 
Em inglês, FIFO: first in, first out. 
Conceito: 
À medida que ocorrem as vendas, são realizadas as baixas no estoque a partir das primeiras unidades compradas. 
 
UEPS - LIFO 
UEPS: O último que entra é o primeiro que sai. 
Em inglês, LIFO: last in, first out. 
Conceito: 
À medida que ocorrem as vendas, são realizadas as baixas no estoque a partir das últimas unidades compradas. 
 
Just in Time 
Sistema que garante a quantidade certa, na hora exata que atenda necessidades de 
demanda com o mínimo em estoque. 
Busca a eliminação de tudo que não agregue valor ao produto ou serviço. 
 
Bases do JIT 
O JIT visa reduzir ou eliminar funções ou sistemas desnecessários para o processo 
global de produção. 
“O que não agrega valor ao produto é desnecessário, portanto, eliminável.” 
Kaisen. O JIT incentiva a melhoria contínua. Entender e responder às necessidades do cliente. 
 
 
 
As Sete categorias de Desperdícios em Produção 
● Super produção – Antecipação da Demanda 
● De Espera – Refere-se ao material que espera para ser processado. 
● De Transporte – o transporte e a movimentação não agregam valor ao produto. 
● De Processamento – Falta de otimização 
● De Movimento – refere-se às movimentações do operador de máquinas 
durante o processo. 
● De Produção de Produtos Defeituosos – gerados por problemas de qualidade. 
● De Estoques – quando este é utilizado de forma não efetiva. 
 
Diferenciais do JIT 
 
a. Entregas parceladas 
b. Linha de produção sem gargalos 
c. Inspeção e embalagem na própria linha de produção 
d. Envio direto ao cliente sempre que possível 
e. Melhoria continua da qualidade 
f. Redução do custo de produção 
g. Agilidade do prazo de entrega. 
 
Kanban 
É uma ferramenta de controle de fábrica pela qual as necessidades de entregas determinam os 
níveis de estoque no decorrer do processo. Ele oferece o start de produção (é uma alavanca).O 
objetivo do Kanban é minimizar os estoques dos materiais em processo, produzindo em 
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pequenos lotes somente o necessário. 
 
 
Qualidade em Tempo Real e Seis Sigma 
Utiliza o controle estatístico de processos (CEP) para detectar desvios de padrão. 
Estabelecendo causas e efetuando ação corretiva. 
 
 
4. CONCEITO DE PATRIMÔNIO 
 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa que possam ser avaliados em pecúnia 
(moeda, dinheiro). 
 
Primeira pegadinha clássica: obrigações são parte de nosso patrimônio. 
Aquela dívida monstro no cheque especial, que você jamais conseguirá pagar é parte inexorável de seu patrimônio, 
pois pode ser avaliada em moeda (ainda que negativamente ). Vou te explicar o que são obrigações de acordo com a 
doutrina, mas você já ganhou a dica do que seria. 
Por outro lado, o amor de mãe, posto que não tem preço, não compõe sua esfera patrimonial, justamente por não 
ser passível de avaliação em pecúnia (o que não quer dizer que não seja importante ). 
Disto isto, caminhamos para o próximo passo: o que são bens, direitos e obrigações? 
Vejamos: 
 
4.1. Bens são elementos materiais e imateriais que integram o patrimônio (lembre-se de não perder de vista o 
fato de serem avaliados em moeda). Já diria o economista que bens são coisas que servem para satisfazer 
uma necessidade humana. Mais ou menos assim: 
 
O economista te diria mais um monte de coisas sobre os bens, e eu recomendo que você o escute quando ele falar . 
Isto é uma simplificação bastante grosseira do conceito. Conheça o primeiro de muitos modelos do Microsoft Paint 
que me acompanham desde os tempos das apresentações do ginásio. Mas o jurista ainda não falou sobre bens . E 
lógico que considero esta definição bem mais legal. 
Bem é tudo aquilo que é suscetível de se tornar objeto de direito e que está sujeito a utilização e apropriação. 
Assim sendo,se dissermos que uma coisa é um bem patrimonial, estamos dizendo que aquilo pode ser avaliado em 
dinheiro e que é propriedade de alguém. 
Note que esta definição é um pouco mais restrita que a econômica, e está mais próxima do conceito de bens quando 
utilizado para nossa disciplina. 
Veja como fica: 
00000000000 
Não vejo diferença professor! Pense no ar. É coisa? Sim, afinal, coisa é qualquer coisa! Existe para satisfazer uma 
necessidade humana? Sim, respirar também é uma necessidade humana. É suscetível de apropriação? Não! 
Ninguém pode ser dono do ar (ainda!). Desta forma, juridicamente falando, o “ar” não é bem, embora exista para 
satisfazer uma necessidade humana. 
Estudaremos os bens mais a frente no curso, em suas especificidades, mas já adianto: o conceito de bem, quando o 
assunto é patrimônio, costuma ser abordado pelo conceito jurídico de bem (coisa suscetível de apropriação), então, 
na dúvida, trabalhe com este. 
 
4.2. Direitos: Tome cuidado aqui, meu caro. Não confunda “Direitos” com “bens incorpóreos” (ainda a serem 
vistos). 
Contabilmente falando, direitos são valores a receber ou a recuperar nas transações com terceiros. Em nossa 
disciplina, este conceito é reduzido demais, razão pela qual precisaremos estendê-lo um pouco. 
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CLUBE DO CONCURSO 
TEMA: ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS PROFESSOR:CARLOS ALBERTO 
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Avenida Presidente Vargas, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. 
 
Direitos são prerrogativas que determinada pessoa possui (credor) em exigir que outra pessoa (devedor) dê 
(entregue-lhe um objeto), faça (pratique uma ação) ou deixe de fazer algo (abstenha-se de determinado ato) em 
favor do próprio credor, ou de terceiros. 
A definição é um tanto vaga, mas os exemplos são bem melhores. Se você for em uma loja e comprar um objeto de 
grande porte em parcelas (digamos aqui, um armário que não cabe em seu fusquinha), terá feito um contrato de 
compra e venda. Entretanto, nem você sairá da loja com o móvel (pois não tem como transportá-lo, nem a loja ficará 
com seu dinheiro, pois você parcelou a compra). É aí que nascem dois direitos: 
- Você tem o direito de receber o armário, na data e forma aprazadas, possuindo a prerrogativa de exigir que o 
objeto lhe seja entregue; 
- A loja tem o direito de receber o valor combinado, em tantas parcelas vencidas em determinado dia do mês. 
Ninguém saiu daquela loja com qualquer coisa que fosse, entretanto, ambas as partes incorporaram ao seus 
patrimônios direitos, que são suscetíveis de avaliação monetária. 
 
4.3. Obrigações: Pode pensar no exemplo anterior que ele também serve. Obrigações são deveres que 
determinada pessoa possui, no sentido de realizar uma prestação de dar, fazer ou não fazer algo em favor de 
outrem. Do mesmo modo que no exemplo anterior, cada uma das partes tem uma obrigação naquele 
contrato: 
- A loja tem a obrigação de entregar o móvel adquirido; 
- Você tem a obrigação de pagar o valor das parcelas conforme elas forem vencendo. 
Simples assim. E você já sabe o que é o patrimônio 
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E o patrimônio público, muda alguma coisa? No conceito intrínseco de patrimônio, não, mas quanto ao dono do 
patrimônio, devemos nos atentar para as peculiaridades do conceito. 
Veja só: 
 
Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, 
formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou 
represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração 
econômica por entidades do setor público e suas obrigações. 
 
A César o que é de César: o conceito acima saiu do livro dos Srs. Deusvaldo Carvalho e Marcio Ceccato, de seu 
Manual de Contabilidade Pública. 
 
 
4.4. Leis de Movimentação de Mercadorias 
Para se manter eficiente um sistema de movimentação de materiais existe ainda “leis” que, sempre dentro das 
possibilidades, devem ser levadas em consideração. 
11 LEIS: 
“1. Obediência ao fluxo das operações: Disponha a trajetória dos materiais de forma que a mesma seja a sequência 
de operações. Ou seja, utilize sempre, dentro do possível, o arranjo tipo linear.” 
“2. Mínima distância: Reduza as distâncias e transporte pela eliminação de ziguezagues no fluxo dos materiais.” 
“3. Mínima manipulação: Reduza a frequência de transporte manual. O transporte mecânico custa menos que as 
operações de carga e descarga, levantamento e armazenamento. Evite manipular os materiais tanto quanto possível 
ao longo do ciclo de processamento.” 
“4. Segurança e satisfação: Leve sempre em conta a segurança dos operadores e o pessoal circulante, quando 
selecionar o equipamento de transporte de materiais.” 
CLUBE DO CONCURSO 
TEMA: ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS PROFESSOR:CARLOS ALBERTO 
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Avenida Presidente Vargas, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes, Centro, Macapá-AP. 
 
“5. Padronização: Use equipamento padronizado na medida do possível. O custo inicial é mais baixo, a manutenção 
é mais fácil e mais barata e a utilização desse equipamento é mais variada por ser mais flexível que equipamentos 
especializados.” 
“6. Flexibilidade: O valor de determinado equipamento para o usuário é proporcional à sua flexibilidade, isto é, 
capacidade de satisfazer ao transporte de vários tipos de cargas, em condições variadas de trabalho.” 
“7. Máxima utilização do equipamento: Mantenha o equipamento ocupado tanto quanto possível. Evite acúmulo de 
materiais nos terminais do ciclo de transporte.” 
“8. Máxima utilização da gravidade: Use a gravidade sempre que possível. Pequenos trechos motorizados de 
transportadores podem elevar carga a uma altura conveniente para suprir trechos longos de transportes por 
gravidade.” 
“9. Máxima utilização do espaço disponível: Use o espaço elevado sempre que for possível. Empilhe cargas ou utilize 
suportes especiais para isso.” 
“10. Método alternativo: Faça uma previsão de um método alternativo de movimentação em caso de falha do meio 
mecânico de transporte. Essa alternativa pode ser bem menos eficiente que o processo definitivo de transporte, mas 
pode ser de grande valor em casos de emergência.” 
“11. Menor custo total: Selecione equipamentos na base de custos totais e não somente do custo inicial mais baixo, 
ou do custo operacional, ou somente de manutenção. O equipamento escolhido deve ser aquele que apresenta o 
menor custo total para uma vida útil razoável e a uma taxa de retorno do investimento adequado.”