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4 1 - Relação com os sindicatos

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Relação com os sindicatos
Apresentação
As relações de trabalho eram bastante conturbadas entre os séculos XVIII e XIX. Com o evento da 
Revolução Industrial, as máquinas substituíram parte do trabalho humano. Os trabalhadores que as 
operavam sentiam-se também como máquinas, pois enfrentavam longas jornadas de trabalho sob 
condições precárias e baixos salários. Revoltados com tanto descaso, os trabalhadores começaram 
a se organizar para reivindicar melhores condições de trabalho, redução da jornada e melhores 
salários, fazendo surgirem os primeiros sindicatos no início do século XIX.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o papel do sindicato na construção dos direitos 
dos trabalhadores e nas relações de trabalho do século XXI, e ainda conhecer as suas funções.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o papel do sindicato na construção dos direitos dos trabalhadores.•
Identificar as funções do sindicato.•
Descrever o papel do sindicato nas relações de trabalho do século XXI.•
Desafio
Os processos de seleção sempre causam certa apreensão nas pessoas, pois representam a elas uma 
forma de teste, não somente sobre seus conhecimentos, mas também acerca de suas habilidades e 
atitudes. Nesse contexto, ao se preparar para uma entrevista, é sempre bom atualizar seus 
conhecimentos, principalmente sobre assuntos relacionados ao contexto do trabalho, como você 
verá agora, neste Desafio.
Para tanto, imagine o seguinte cenário:
Após longa sessão de perguntas, o Diretor de RH da empresa questionou a sua opinião sobre o 
papel dos sindicatos na vida dos trabalhadores. Diante disso, qual seria a sua resposta?
Infográfico
Os sindicatos surgiram como uma reação dos trabalhadores às condições de trabalho e 
remuneração precárias a que estavam submetidos. Desde a sua criação eles vêm alterando sua 
forma de atuar, buscando se adaptar às exigências de cada época. Dessa forma, ao longo do tempo, 
suas funções também se ampliaram.
A seguir, no Infográfico, aproveite para conhecer as principais funções exercidas pelos sindicatos.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
Conteúdo do livro
Nos primórdios, o trabalho era uma atividade inferior, destinada a escravos e a pessoas sem 
capacidades. Com o tempo, e pela necessidade de pessoas para trabalhar nas indústrias, o trabalho 
tomou outra forma e passou a ser visto como uma atividade que permitia ao trabalhador a sua 
sobrevivência. Hoje, o trabalho é visto não apenas como uma atividade que permite ao homem 
atender às suas necessidades, mas também como fonte de realização profissional e social. Ou seja, 
ao longo do tempo, seu conceito e significado foram se alterando, da mesma forma que as relações 
de trabalho, na maioria das vezes conturbadas e desiguais. Os sindicatos entram nessa história 
justamente para equilibrar essa relação e defender melhores condições de trabalho para os 
trabalhadores.
No capítulo Relação com os sindicatos, da obra Seleção e retenção de talentos, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem, você verá sobre o papel do sindicato na construção dos direitos dos 
trabalhadores e também nas relações de trabalho do século XXI, compreendendo, ainda, suas 
funções.
Boa leitura.
SELEÇÃO E 
RETENÇÃO DE 
TALENTOS
Ligia Maria Fonseca Affonso 
Relação com os sindicatos 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer o papel do sindicato na construção dos direitos dos 
trabalhadores.
  Identificar as funções do sindicato.
  Descrever o papel do sindicato nas relações de trabalho do século XXI.
Introdução
Os sindicatos são organizações que representam os interesses dos traba-
lhadores e que foram criadas para equilibrar o poder dos empregadores na 
relação de trabalho, que, desde o início dos tempos, sempre foi desigual 
e conflituosa. Essas organizações nasceram da união de trabalhadores 
descontentes com a sua situação no trabalho, com as condições em que 
este se dava e com os baixos salários, que os obrigavam a colocar a família 
para trabalhar na mesma fábrica, para complementar a sua renda e manter 
a sua sobrevivência. Os sindicatos, desde então, vêm trabalhando pela 
conquista e ampliação dos direitos individuais e coletivos do trabalhador 
e, consequentemente, por uma sociedade mais justa e democrática. 
Neste capítulo, você vai estudar sobre o papel do sindicato na cons-
trução dos direitos dos trabalhadores, verificando as suas funções e o 
seu papel nas relações de trabalho do século XXI.
1 O papel do sindicato na construção dos 
direitos dos trabalhadores
Você já parou para pensar que, desde os primórdios da sua existência, o ser 
humano vem trabalhando para atender às suas necessidades? Nas primeiras 
comunidades primitivas, a caça e a pesca eram o meio de sobrevivência do 
homem, que já tinha a preocupação de produzir as suas próprias ferramentas 
para obter êxito nas suas caçadas. Com o tempo, começou a plantar e colher 
frutas, verduras e legumes, e a criar animais e abatê-los para a sua subsistência. 
Na Idade Média, tudo o que o homem necessitava para viver, em geral, 
era produzido por artesãos, que eram responsáveis por todas as etapas do 
processo produtivo, desde a concepção e a produção do produto até a sua 
entrega e comercialização. Esses produtos eram produzidos de acordo com a 
necessidade do cliente e, dessa forma, eram únicos, exclusivos. As encomen-
das eram produzidas uma por vez. A produção era pequena; o artesão tinha 
contato direto com o cliente e, durante o processo de produção, ajustava a 
encomenda manualmente, até que esta chegasse à sua forma ideal (GARVIN, 
2002; MAXIMIANO, 2012). 
Com o passar do tempo, o comércio foi se expandindo. Novas terras foram 
sendo exploradas; as grandes navegações tiveram início, em busca de novos 
mercados e matérias-primas. Surgiram novos produtos, bem como vende-
dores e agenciadores de matéria-prima e de mão de obra. Metais preciosos, 
especiarias e outros bens começaram a ser comercializados, mas os produtos 
ainda eram produzidos artesanalmente. Até que, com o aumento da demanda, 
essa produção se tornou tarefa difícil, exigindo dos artesãos a contratação de 
ajudantes, a quem ensinavam o seu ofício e acompanhavam de perto. 
Assim, as antigas e tradicionais oficinas foram se ampliando e se transfor-
mando em fábricas, exigindo a criação de máquinas que permitissem atender 
à demanda em maior escala. Com isso, muitas tarefas realizadas de forma 
manual passaram a ser mecanizadas, substituindo grande parte da mão de 
obra por máquinas. Esse momento foi marcado pela divisão do trabalho e 
pela criação de novas categorias de trabalhadores, visto que os artesãos eram 
poucos e ainda limitados à produção em pequena escala, conforme apontam 
Maximiano (2012) e Bresser-Pereira (2017).
Dessa forma, a produção e a comercialização desses produtos passou a ser 
dominada pelos capitalistas, que tomavam as decisões sobre essas atividades, 
sem a participação dos trabalhadores, como era feito no período medieval. 
Assim, além das mudanças nos meios de produção e comercialização de bens, 
houve também uma mudança de valores. 
Cabe destacar que, como os artesãos não conseguiam mais atender às 
demandas, também não conseguiam mais acompanhar de perto o grande 
número de ajudantes; assim, tornaram-se supervisores, orientando o trabalho 
de empregados e aprendizes, organizando a produção, definindo o padrão 
de qualidade e a comercialização dos produtos. O trabalhador perdeu a sua 
autonomia, mas, apesar da figura do supervisor, continuava sendo o respon-
Relação com os sindicatos2
sável direto pela qualidade do produto, visto que este ainda estava ligado a 
quem o produziu.
O aparecimento das fábricas, a divisão do trabalho e a invenção das má-
quinas a vapor impulsionaram o surgimento da Revolução Industrial no 
século XVIII, trazendo indústriascom maior capacidade de produção, com 
padronização e maior qualidade. 
A Revolução Industrial ocorreu entre os séculos XVIII e XIX e teve duas fases. A primeira, 
entre 1780 a 1860, foi marcada pela mecanização das oficinas e da agricultura com o 
surgimento das máquinas a vapor. As oficinas se transformaram em fábricas e usinas; 
as máquinas passaram a substituir o trabalho humano; o sistema fabril cresceu, assim 
como os setores de transporte e comunicação. O carvão, como fonte de energia, e o 
ferro, como material básico da indústria, passaram a ser os principais recursos para o 
desenvolvimento dos países.
A segunda fase, entre 1860 e 1914, foi marcada pelo desenvolvimento da indústria: 
o aço e a eletricidade substituíram o carvão e o ferro e passaram a ser os principais 
recursos para o desenvolvimento dos países. A ciência e a tecnologia passaram a 
exercer grande influência na indústria. Surgiram o automóvel, o avião, o telefone e 
o telégrafo sem fio, além de grandes bancos e instituições financeiras, provocando 
grande ampliação do mercado (MAXIMINIANO, 2012). 
Assim, as máquinas invadiram os processos de produção para torná-los 
mais eficientes, fazendo surgir um modelo de trabalho mecanizado, sem valor 
afetivo por parte do trabalhador, que passou a ser vigiado e controlado pelos 
burocratas, responsáveis por estabelecer as regras de trabalho. Trata-se do 
modelo de gestão inspirado nas práticas de Frederick Taylor, que pregava a 
racionalização do trabalho e levava à alienação do trabalhador. Com isso, 
há uma separação entre a concepção do trabalho e a sua execução (TAYLOR, 
1990).
3Relação com os sindicatos
Frederick Taylor é considerado o pai da Administração Científica. Ele aplicou métodos 
científicos e técnicas de engenharia industrial buscando solucionar problemas admi-
nistrativos, maximizar a produção e minimizar custos, além de combater o desperdício 
nas indústrias e aumentar os níveis de produtividade. A racionalização do trabalho, 
a especialização do operário e a padronização são algumas características da Admi-
nistração Científica de Taylor, criticado por se preocupar apenas com os aspectos 
mecânicos, desconsiderando os aspectos humanos da produção (BATEMAN; SNELL, 
1998; MAXIMIANO, 2012; SILVA, 2013).
Esse foi um período de geração de muita riqueza, surgimento de novos 
empregos, crescimento de cidades e regiões, desenvolvimento de novas relações 
de poder, surgimento de novos interesses comerciais, do comércio exterior e da 
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. No entanto, apesar do aumento 
da produtividade e, consequentemente, do lucro, as condições de trabalho 
dos operários não eram consideradas, tanto que estes foram aos tribunais de 
justiça, alegando que eram tratados como máquinas, sem preocupação com 
sua segurança e satisfação. Esse foi um sinal de que as coisas estavam por 
mudar. A pressão sobre os trabalhadores nessa época era tão intensa que eles 
começaram a se organizar em grupos, formando associações e fazendo movi-
mentos de greve, mas sem resultados significativos (MAXIMINIANO, 2012). 
No entanto, na segunda metade do século XIX, essas associações se trans-
formaram em sindicatos, organizados e orientados por fortes ideologias, 
iniciando movimentos de greve, paralisações e desaceleração do ritmo de 
trabalho, que, consequentemente, geravam desperdícios, prejuízos e redução 
da produtividade. Dessa forma, de um lado estavam os defensores de Taylor 
e de Ford, que buscavam maior produtividade e redução de custos, e do outro 
estavam os trabalhadores, que buscavam humanizar os ambientes de trabalho 
e abrandar os métodos racionais de trabalho, conforme leciona Souza (2015). 
Relação com os sindicatos4
Henry Ford foi um empresário com visão prática, que buscou solidificar o conceito de 
eficiência nas suas fábricas de automóveis por meio do desenvolvimento de novas 
metodologias de produção e de trabalho. Além de levar os princípios da Administração 
Científica de Taylor para o ambiente industrial em uma escala nunca antes tentada, 
com a divisão do trabalho e a escolha do trabalhador certo para cada tarefa, Ford 
criou a linha de montagem móvel, em que os produtos se moviam enquanto as 
estações de trabalho permaneciam estáticas, conforme leciona Silva (2013) e ilustra 
a fotografia da Figura 1. 
Figura 1. Trabalhadores em uma linha de montagem.
Fonte: Adriano (2019, documento on-line).
Assim, a Revolução Industrial substituiu o artesão pelo operário, contri-
buiu para a criação das fábricas e a evolução dos maquinários, impulsionou o 
crescimento das cidades e fez surgir as organizações sindicais. Estas tinham 
como objetivo representar os interesses dos trabalhadores, que reclamavam 
das condições precárias de trabalho e da remuneração recebida. No entanto, foi 
somente ao final do século XIX que elas foram reconhecidas como instituição 
nos principais países industrializados. 
No Brasil, os sindicatos foram surgindo nos primeiros anos do século 
XX, por volta de 1906, sendo legalizados em 1931. Desde então, tornaram-
-se o principal instrumento de defesa da classe trabalhadora, conquistando 
inúmeros benefícios que hoje são garantidos pela Consolidação das Leis 
5Relação com os sindicatos
do Trabalho (CLT) e pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1943; 
1988). Cabe destacar que as conquistas obtidas são resultado de muita luta 
dos trabalhadores, que, unidos e organizados, mobilizaram-se na busca de 
melhorias para sua classe, conforme aponta o Dieese (2017). 
 A CLT é a legislação que regulamenta as relações de trabalho urbano e rural, bem 
como as relações individuais ou coletivas. Foi decretada no Brasil no governo de Getúlio 
Vargas, em 1º de maio de 1943, e vigora até os dias atuais. A CLT tem por finalidade a 
proteção do trabalhador, a regulação das relações de trabalho e a criação do direito 
processual do trabalho (MATTOS, 2017).
Os direitos trabalhistas têm como finalidade equilibrar as posições entre 
os sujeitos nas relações de trabalho; ou seja, entre empregador e empregado. O 
empregador necessita dos empregados para realizar as atividades necessárias 
para o alcance dos seus objetivos e, consequentemente, a obtenção do lucro. 
O empregado, por sua vez, tem o trabalho como fonte de atendimento às suas 
necessidades; no entanto, deseja também o reconhecimento, a valorização e 
a oportunidade de crescimento por meio de seu trabalho. Assim, essa relação 
deve ser equilibrada e vantajosa para ambas as partes (DIEESE, 2017).
As condições de vida dos operários no século XIX, em vários países europeus e também 
na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, eram muito precárias, caracterizadas pela 
fome, por doenças, pela habitação coletiva, pela falta de saneamento básico, pela 
jornada de trabalho de 16 horas, pelas condições insalubres de trabalho, entre outros 
aspectos, conforme aponta Nascimento (1997).
Entre as principais conquistas da ação organizada dos trabalhadores por 
meio dos sindicatos, podemos destacar, com base no Dieese (2017):
Relação com os sindicatos6
  a redução gradual da jornada de trabalho, que passou de 16 horas por 
dia, no século XVIII, para 8 horas por dia, como segue atualmente na 
maioria dos países;
  o 13º salário, que foi negociado inicialmente como Abono Natalício e, 
em 1962, foi estendido a todos os trabalhadores;
  a redução da jornada de trabalho de 48 horas para 44 horas semanais;
  o aumento do percentual de remuneração da hora extra para 50%;
  a ampliação da licença-maternidade para 120 dias;
  a criação da licença paternidade de cinco dias;
  o adicional de 1/3 sobre a remuneração das férias;
  o salário mínimo;
  o seguro desemprego.
No Brasil, as centrais sindicais foram formalmente reconhecidas por meio da Lei nº. 
11.468, de 31 de março de 2008, que deu a elas personalidade jurídica, apesar de já 
virem atuando desde a primeira metade dos anos 1980 com o papel de defender os 
direitos individuais e coletivos do trabalhador. Os sindicatosse constituem como pessoa 
jurídica de direito privado, ou seja, são reconhecidos legalmente, possuem direitos 
e deveres e pertencem à esfera privada de atuação (BRASIL, 1988; DI PIETRO, 2007).
Assim, podemos entender os sindicatos como a união de trabalhadores que 
possuem como objetivo a defesa dos seus interesses e a conquista de melho-
res condições de trabalho e salário. Ou seja, são organizações cujos papéis 
são conquistar e ampliar os direitos individuais e coletivos do trabalhador e 
cuidar da sua implementação e manutenção, pois um direito trabalhista, após 
conquistado, precisa ser implementado, o que muitas vezes não acontece, por 
falta de fiscalização. Nesse sentido, o papel dos sindicatos é fundamental, 
pois eles atuam para garantir que os direitos sejam cumpridos e que abusos 
sejam denunciados, sejam eles acidentes de trabalho, trabalho escravo, abusos 
morais e psicológicos, excesso de jornada de trabalho, não cumprimento das 
obrigações trabalhistas, etc. Dessa forma, os sindicatos contribuem para a 
melhoria da vida dos trabalhadores e para evitar que as demandas judiciais 
para resolução de conflitos sejam demoradas, contribuindo também para uma 
sociedade mais justa e democrática (DIEESE, 2017; 2018).
7Relação com os sindicatos
A importância dos sindicatos foi reconhecida pela Organização Internacional do 
Trabalho, em 1919, quando o direito de sindicalização foi reconhecido, bem como o 
direito de negociação coletiva e o direito de greve, considerados como instrumentos 
importantes na conquista dos interesses dos trabalhadores e do poder sindical. A sua 
importância foi também reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(DUDH), aprovada pela Organização das Nações Unidas em 1948. O art. 23 da DUDH 
determina que todas as pessoas possuem o direto de fundar e/ou se filiar a sindicatos 
para defender seus interesses, conforme aponta o Dieese (2017).
2 Funções do sindicato
Você sabia que o trabalho já foi considerado como uma atividade inferior, 
destinada aos escravos? De fato, o trabalho já esteve relacionado à escravidão, 
à servidão e à falta de capacidade intelectual, tendo sido destinado àqueles 
que não possuíam habilidades técnicas para exercer outras funções, como as 
funções políticas ou artísticas. Ou seja, o trabalho era algo desvalorizado, e 
isso foi um problema quando foi necessário contratar mais trabalhadores, no 
período de aquecimento industrial, em que mais fábricas surgiam em diversas 
localidades e a produção aumentava. Diante disso, os produtores deram novo 
sentido ao signifi cado histórico e social do trabalho, o que fez com que este 
fosse visto como um ato nobre. Assim, surgiu o conceito de homo economicus, 
ou seja, o homem como produtor e consumidor (DEJOURS; DESSORS; 
DESRIAUX, 1993; NARDI, 2006). 
O crescimento desse conceito contagiou as diversas classes sociais, in-
fluenciou valores culturais e se tornou algo mais importante e valorizado do 
que o próprio trabalhador. Nesse sentido, o trabalho passou a ser o centro da 
vida do trabalhador, confinando-o nas fábricas e, portanto, interferindo nas 
suas relações familiares, no lazer e nos seus sonhos. O trabalho passou a ser, 
então, essencial para a existência do homem, uma vez que ele não significa 
somente um meio de sobrevivência, mas também um meio de realização 
pessoal e inserção social, sendo um fator de equilíbrio e desenvolvimento 
(DEJOURS; DESSORS; DESRIAUX, 1993; NARDI, 2006). 
Dessa forma, surgiu também uma nova forma de relação entre as pessoas, 
marcada por uma grande diferença entre aquelas detentoras de meios econô-
Relação com os sindicatos8
micos para manter um empreendimento, os chamados burgueses, e aquelas 
detentoras apenas da sua força de trabalho como meio de garantir sua exis-
tência, a classe trabalhadora. Essa diferença entre as partes fez surgir os 
conflitos, que se intensificaram no período da industrialização, quando as 
máquinas substituíram grande parte da mão de obra na produção. Além disso, 
os trabalhadores passaram a ser submetidos a situações como (DEJOURS; 
DESSORS; DESRIAUX, 1993; NARDI, 2006):
  condições precárias de moradia e falta de higiene, o que fazia com que 
surgissem doenças;
  rigidez do ambiente de trabalho, onde eram controlados e vigiados;
  longas jornadas de trabalho, que chegavam, em alguns casos, a 18 
horas diárias;
  baixos salários, que os trabalhadores acabavam aceitando por não 
existir outra opção;
  inserção de mulheres e crianças no mercado de trabalho para comple-
mentar o baixo salário da família, ainda assim, ganhando muito menos;
  falta de segurança no ambiente de trabalho e outros problemas que 
surgiam como consequência dela. 
A Figura 2 ilustra um pouco do que foi citado acima.
Figura 2. Homens, mulheres e crianças trabalhando nas indústrias.
Fonte: Descubra... ([201-], documento on-line); Revolução... (2012, documento on-line) e Bezerra (2019, 
documento on-line).
9Relação com os sindicatos
Mas você deve estar se perguntando: por que estamos falando de fatos 
históricos novamente? É necessário voltarmos ao passado, para que você 
possa conhecer brevemente como eram as relações de trabalho no passado e 
compreender a importância dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalha-
dores. Os sindicatos surgiram como uma reação às condições de trabalho e re-
muneração precárias a que os trabalhadores estavam submetidos no capitalismo. 
Capitalismo é um sistema econômico cuja base está na obtenção do lucro por meio da 
produção e tem como principais características a acumulação de capital, a propriedade 
privada, o trabalho assalariado e os preços e mercados competitivos (NARDI, 2006).
A principal função dos sindicatos é representar os trabalhadores e agir em 
defesa dos seus interesses, nas relações de conflito entre capital e trabalho. 
Desde a sua criação, os sindicatos vêm trabalhando para ampliar os direitos 
individuais e coletivos dos trabalhadores. Cabe destacar que, além dessas, os 
sindicatos exercem outras funções, conforme apresentado a seguir, com base 
em Martinez (2013) e no Dieese (2018).
  Função de negociação: as negociações coletivas de trabalho estão entre 
as principais funções dos sindicatos. São as negociações que permitem 
que os trabalhadores se contraponham ao poder das empresas, buscando 
um consenso nessa relação, referente ao aprimoramento de direitos já 
assegurados legalmente ou a novas conquistas. Ou seja, nessa função, o 
papel dos sindicatos é caracterizado pelo poder de ajustar a CLT, estabe-
lecendo regras a serem aplicadas nos contratos individuais de trabalho, 
produzindo, muitas vezes, direitos complementares, mais vantajosos 
do que os garantidos legalmente. São várias as conquistas que resultam 
de processos de negociação entre empresas e sindicatos, por meio de 
acordos e convenções coletivas, que impulsionaram a criação de leis e 
beneficiaram todos os trabalhadores — como garantias relacionadas 
aos salários e benefícios e condições nas relações de trabalho. 
  Função assistencial: é função dos sindicatos oferecer serviços aos 
seus representados, contribuindo para o desenvolvimento integral do 
ser humano, nas áreas jurídica, assistencial, de saúde, de educação e 
de lazer, bem como na fundação de cooperativas. Na área jurídica, os 
Relação com os sindicatos10
sindicatos devem manter assistência judiciária aos associados e oferecer 
assistência nas rescisões dos empregados. Na área de saúde, eles dis-
ponibilizam serviços médico-odontológicos e laboratoriais. Na área de 
educação, alguns oferecem cursos, capacitações profissionais e outras 
atividades formativas. Na área de lazer, são disponibilizados serviços 
de colônia de férias, acesso a clubes e atividades de recreação, esporte 
e cultura, serviços aos quais grande parte das categorias profissionais 
não poderiam ter acesso de outra forma. Esses serviços devem ser 
prestados pelos sindicatos e estão previstos na CLT.
  Função empregadora: os sindicatos geram empregosdiretos e indiretos. 
Em 2017, eles empregavam cerca de 106 mil trabalhadores diretos e 
contavam com 33 mil postos de trabalho, segundo dados da Relação 
Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (BRASIL 
2017 apud DIEESE, 2018).
  Função arrecadadora: para que possam realizar suas atividades, os 
sindicatos necessitam de recursos financeiros. As principais fontes de 
arrecadação que financiam os sindicatos são a contribuição sindical e 
a contribuição assistencial. 
A contribuição sindical, conhecida como imposto sindical, é descontada no mês de 
março de cada ano e corresponde a um dia de trabalhado de todos os trabalhadores 
que autorizam o desconto. Antes da reforma trabalhista, era um desconto compulsório. 
Já a contribuição assistencial é aquela negociada em acordos e convenções coletivas 
de trabalho e que, de acordo com decisão do Plenário Virtual do Superior Tribunal 
Federal, na análise do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE 1018459), é vetada para 
trabalhadores não sindicalizados (DIEESE, 2018).
  Função representativa: é por meio da representatividade que os sin-
dicatos defendem os direitos e interesses individuais e coletivos dos 
trabalhadores, tanto nas esferas administrativas quanto judiciais e nas 
negociações coletivas, como determinado no art. 8º, incisos III e VI, 
da Constituição Federal, respectivamente (BRASIL, 1988). 
No Brasil, os sindicatos são um dos atores da sociedade civil, a principal 
forma de a sociedade se organizar politicamente, influenciando o Estado e 
11Relação com os sindicatos
as suas políticas públicas. Dessa forma, podem ter participação nos espaços 
de participação popular, que permitem à sociedade atuar em conjunto com o 
Estado, na elaboração, implementação e fiscalização das políticas públicas. 
Nesse sentido, apesar de não exercerem legalmente função política, os sindicatos 
vêm exercendo papel importante na vida política do país. Prova disso foi sua 
participação nos Comitês Pró-Participação Popular na Constituinte, contri-
buindo para a construção do art. 7º da Constituição Federal DE 1988 (BRASIL, 
1988), que prevê, em 34 incisos, os direitos fundamentais dos trabalhadores.
A sociedade civil é formada por sindicatos, associações profissionais, instituições 
de caridade, movimentos sociais, grupos ambientalistas, entre outros. Trata-se de 
entidades privadas, sem fins lucrativos, que buscam o bem público, conforme leciona 
Mattos (2017).
3 Papel do sindicato nas relações de trabalho 
do século XXI 
Não é possível falar sobre a atuação dos sindicatos no Brasil no século XXI 
sem fazer um breve comentário sobre a entidade no passado. Vamos conhecer 
um pouco mais dessa história? 
O ano de 1930 foi um ano marcante para o sindicalismo no Brasil, pois, com 
a vitória na Revolução de 1930 e o declínio das teorias liberais, o Estado passou 
a intervir nas áreas das relações de trabalho e das classes sociais, alterando os 
rumos do movimento operário. Nesse período, os operários, apesar da repressão 
aos sindicatos, possuíam autonomia na organização das suas associações de 
classe. Então, os três Poderes passaram a controlar os conflitos sociais; foi 
criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, marcando, então, 
uma intervenção sistemática e significativa nas questões trabalhistas. 
Em 1931, a organização dos sindicatos é regulamentada pelo Decreto nº. 
19.770, de 19 de março de 1931. Com isso, as associações de trabalhadores 
passaram a ter o direito de defender, junto ao governo e ao Ministério do 
Trabalho, os interesses econômicos, jurídicos, higiênicos e culturais dos traba-
lhadores cujas profissões fossem idênticas, semelhantes ou relacionadas, função 
Relação com os sindicatos12
permitida apenas aos sindicatos reconhecidos pelo Ministério do Trabalho. 
Ou seja, o Ministério do Trabalho passou a regular e ditar as normas para 
organização, estrutura e funcionamento dos sindicatos (RODRIGUES, 2009). 
Em 1940, foi criado o imposto sindical, obrigando os trabalhadores assala-
riados da área urbana a contribuírem anualmente com um dia de trabalho, em 
benefício do sindicato de sua categoria profissional. Apesar dessa obrigação, a 
sindicalização era um ato voluntário. Em 1943, todas as leis relacionadas aos 
problemas do trabalho e sindicais foram organizadas e sintetizadas na CLT. 
Cabe ressaltar que é essa legislação que se encontra vigente nos dias atuais e 
que regulamenta o amplo campo de funcionamento dos sindicatos, bem como 
as relações entre o Estado e as associações operárias, as relações entre as 
associações operárias e as organizações patronais e as questões relacionadas 
à proteção do empregado e à Justiça do Trabalho.
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, os sindicatos voltaram a ter 
maior expressão, em decorrência do clima de maior liberdade política com a 
queda do Estado Novo. Houve, nesse período, um aumento significativo de 
reivindicações da classe operária e, consequentemente, da movimentação 
sindical, que se estendeu até meados de 1947, quando a atividade sindical 
entrou em declínio, conforme aponta Rodrigues (2009). A década de 1950 
foi marcada pela retomada da atividade sindical e por grandes movimentos 
grevistas, principalmente entre os anos de 1953 a 1957. Vários sindicatos 
foram criados fora do eixo Rio-São Paulo, onde estavam localizados 40% 
dos sindicatos existentes até então e 42% dos trabalhadores sindicalizados.
Nesse período, houve ainda a solicitação dos trabalhadores para a uni-
ficação dos sindicatos, o que quase aconteceu; porém, posteriormente, os 
sindicatos da mesma categoria foram se agrupando, surgindo também várias 
uniões rivais, cada qual com sua ideologia. Ainda no governo de João Gou-
lart, os sindicatos voltaram suas reivindicações para uma reforma geral da 
sociedade; ou seja, sua atuação esteve mais votada à pressão política do que 
à pressão sobre as empresas. Nesse sentido, os sindicatos obtiveram maior 
poder de controle sobre a política do governo do que sobre o poder patronal 
nas empresas (RODRIGUES, 2009).
Com a entrada do governo militar, em 1964, essas organizações, não reco-
nhecidas legalmente, foram dissolvidas pelo novo governo. Ou seja, o movimento 
militar freou a evolução do sindicalismo no Brasil, eliminando a sua influência na 
vida política nacional, controlando suas funções reivindicatórias e reforçando seu 
lado assistencial. Nesse sentido, o Ministério do Trabalho começou a controlar 
os grandes sindicatos, intervindo em 563 entidades sindicais, destituindo suas 
diretorias e nomeando interventores. Foram tomadas outras medidas repres-
13Relação com os sindicatos
sivas que fizeram com que o sindicalismo brasileiro e os movimentos sociais 
desaparecessem, principalmente após 1969 (RODRIGUES, 2009). 
No início da década de 1970, o movimento sindical atingiu o seu ponto 
mais baixo, começando a se reestruturar em meados de 1976. No entanto, em 
1978 o sindicalismo voltou a ganhar forças, com a movimentação operária 
que surgiu por meio de várias greves nas grandes empresas metalúrgicas e 
automobilísticas de São Paulo, que se estenderam por todo o país e por vários 
setores da indústria, inclusive no setor de serviços. No entanto, a ação sindi-
cal retornou com movimentos mais voltados às empresas do que ao Estado, 
contando basicamente com forças próprias e capacidade de organização dos 
operários, sem o apoio de forças políticas e partidárias (RODRIGUES, 2009). 
Na década de 1980, a ação sindical ressurgiu com greves e com o objetivo de 
criar um sindicato único para os trabalhadores. Ou seja, o movimento sindical 
iniciou essa década intensificando seu processo organizativo e de participação 
não só na arena da relação capital/trabalho como também no cenário político 
mais amplo. Houve o crescimento do número de trabalhadores sindicalizados, 
a criação de vários sindicatos e também o aumento das diferenças ideológicas 
entre eles. Isso acabou por impulsionar a criação das duas principais centrais 
sindicais existentesno Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a 
Coordenação Nacional da Classe Trabalhadora, que, mais tarde, recebeu o nome 
de Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT). No final dos anos 1980, os 
sindicatos que defendiam os interesses do trabalhador estavam na CUT, e os 
que tentavam integrar e conciliar a luta entre capital e trabalho estavam na CGT. 
Outro fato marcante nessa década foi a participação dos sindicatos nos 
Comitês Pró-Participação Popular na Constituinte, como já citado, o que 
proporcionou o estabelecimento dos direitos fundamentais dos trabalhadores. 
Além disso, a função de negociação dos sindicatos em convenções e acordos 
coletivos foi reconhecida na Constituição, no mesmo art. 7º, inciso XXVI. 
Cabe destacar que a Constituição Federal de 1988 possibilitou maior liberdade ao 
movimento sindical, uma vez que retirou algumas regras, como a necessidade de 
autorização do Ministério do Trabalho para seu funcionamento, permitindo também 
a sindicalização dos servidores públicos. Assim, as negociações coletivas ampliaram 
os direitos garantidos por lei e avançaram em novas conquistas para os trabalhadores 
(RODRIGUES, 2009; DIEESE, 2017).
Relação com os sindicatos14
Os primeiros anos da década de 1990 foram marcados por uma mudança 
radical da ação sindical, principalmente relacionada às demandas dos traba-
lhadores. As transformações nas dimensões políticas, econômicas e sociais 
fizeram com que a atuação dos sindicatos se voltasse para o interior das 
organizações, discutindo, de forma mais pontual, questões relacionadas com 
problemas do trabalho, decorrentes das próprias organizações e da gestão do 
trabalho, como a remuneração variável e a participação nos lucros e resultados. 
A partir de 1995, as mudanças no mundo do trabalho e na própria atuação 
dos sindicatos se intensificaram, uma vez que passou a haver maior flexibilidade 
nos acordos coletivos. A década também foi marcada pela abertura do mercado, 
por formas de trabalho mais flexíveis, pelas privatizações, pela terceirização, 
pelo aumento do nível de desemprego e pelo individualismo dos trabalhadores, 
mudanças que, consequentemente, atingiram os sindicatos. Isso porque houve 
também a descentralização das negociações coletivas, fazendo com que os 
sindicatos perdessem a sua força de imposição junto ao governo e às empresas 
e também junto à sociedade (CARVALHO NETO, 2001; DELGADO, 2008).
Os anos de 2000 a 2010 foram favoráveis ao emprego e à renda. Foram 
adotadas políticas de valorização do salário mínimo, e houve criação de em-
pregos formais e redução do desemprego. Ou seja, nesse período, a economia 
teve bom desempenho, refletindo no mercado de trabalho, elevando a renda e o 
poder de compra. No entanto, essa melhoria não se estendeu por muito tempo, 
impondo outros desafios aos sindicatos. Ainda havia altas taxas de desemprego 
e aumento da informalidade nas relações de trabalho. Foi uma década marcada 
por grandes negociações coletivas e conquistas dos sindicatos em convenções 
e acordos coletivos de trabalho.
Entre os anos de 2004 e 2006 as centrais sindicais se uniram em uma cam-
panha nacional pelo aumento do salário mínimo. Como resultado dessas 
negociações, houve um ajuste do salário mínimo a partir de 2005 e a criação 
de uma política permanente de valorização do salário mínimo até 2023. Ainda 
assim, não houve crescimento de trabalhadores associados aos sindicatos, 
conforme apontam Campos (2014) e o Dieese (2018).
O fato é que, com o avanço do capitalismo para um modelo mais liberal, o 
mercado se tornou mais livre e competitivo. Assim, o livre comércio, o mer-
cado globalizado, o avanço da tecnologia, o crescente fluxo de informações 
e a flexibilização das relações de produção vêm contribuindo para a criação 
de novas formas de trabalho e, consequentemente, para mudanças nas carac-
terísticas da classe trabalhadora. No mundo atual do trabalho, a preocupação 
do trabalhador é o alcance das metas, por meio do gerenciamento próprio e de 
sua equipe, em busca do alcance dos resultados estabelecidos. Além disso, as 
15Relação com os sindicatos
empresas têm priorizado o diálogo direto com seus funcionários como parte 
de seu compromisso social, que visa ainda à implementação de práticas como 
transparência, justiça, equidade e promoção das minorias no âmbito do sistema 
de relações do trabalho (LIMA, BRESSAN, 2003; OURO, 2005; KOCHAN, 
2006; JONES, 2010).
Essa situação vem afetando de modo significativo as práticas sindicais, 
colocando em xeque as estratégias construídas em períodos anteriores do 
desenvolvimento econômico, colocando o sindicalismo em crise, bem como 
as bases institucionais sobre as quais ele se desenvolveu. Outras barreiras 
ao trabalho organizado são o aumento do desemprego e o crescimento de 
empregados temporários, parciais, por tempo determinado etc., que são parte 
importante da economia. Além disso, o fim da obrigatoriedade do imposto 
sindical corrobora para o agravamento da situação dos sindicatos, colocando 
em risco a sua sobrevivência. Estima-se que, com isso, haja uma perda de 35% 
da receita dos sindicatos (DIEESE, 2018). 
No entanto, apesar de o mercado de trabalho atual vir apresentando carac-
terísticas que desfavorecem a organização sindical, como a informalidade e a 
alta rotatividade de trabalhadores, bem como as novas relações de trabalho, 
existem no Brasil mais de 12 mil sindicatos do trabalho. E o sindicalismo, 
apesar de abalado, ainda é reconhecido como ator importante na luta social 
e na defesa dos direitos dos trabalhadores, conforme aponta o Dieese (2018).
E o futuro dos sindicatos, qual será? Diante dessa questão, é importante 
analisar as novas características do trabalho e o perfil da classe trabalhadora 
que vem sendo demandado pelo ciclo da economia, no Brasil e no mundo, para 
que se possa entender quais são as implicações sociais decorrentes delas. É 
necessário também entender o momento atual, em que se discutem mudanças 
na legislação sindical e trabalhista, os interesses dos atores políticos envol-
vidos nessa questão e os possíveis impactos que tais mudanças podem gerar.
Cabe, ainda, analisar a relação entre Estado e movimento sindical e suas 
particularidades, uma vez que existe ampla presença de sindicalistas no interior 
do aparelho de Estado. Faz-se necessário refletir sobre a articulação do mo-
vimento sindical com os outros movimentos sociais no contexto de questões 
que exercem impactos significativos na sociedade, como o desemprego, a 
precarização do trabalho, o trabalho infanto-juvenil, as questões de gênero, 
a informalidade, a terceirização, a exclusão e a pobreza. Deve-se pensar em 
outras estratégias sindicais que permitam o desenvolvimento regional e local 
onde as minorias estão inseridas. Dessa forma, é necessária e relevante a 
discussão sobre esses fenômenos contemporâneos e seus impactos na realidade 
brasileira, conforme destacam Rodriguez e Lima (2007).
Relação com os sindicatos16
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17Relação com os sindicatos
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Relação com os sindicatos18
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
19Relação com os sindicatos
Dica do professor
No Brasil, a quantidade de sindicatos é grande. Porém, muitos deles começaram a se preocupar 
com a sua atuação, visto que possuem poucos trabalhadores sindicalizados e sua receita muitas 
vezes não cobre os custos para sua execução. Com a não obrigatoriedade da contribuição sindical, 
legalizada em 2017 por meio da Lei n.º 13.467, essa receita tem diminuído ainda mais, ameaçando a 
sobrevivência dos sindicatos.
A seguir, na Dica do Professor, você verá sobre esse cenário, reconhecendo o que é tendência 
mundial em relação aos sindicatos. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
1) O surgimento da Revolução Industrial trouxe indústrias com maior capacidade de produção, 
com padronização e maior qualidade, constituindo-se como um período de geração de muita 
riqueza, novos empregos, crescimento de cidades e regiões, novas relações de poder, novos 
interesses comerciais, surgimento do comércio exterior, pesquisa e desenvolvimento de 
novos produtos. No entanto, apesar de tantos benefícios, os trabalhadores estavam 
insatisfeitos e foram reclamar na justiça.
Que meios esses trabalhadores utilizaram para pressionar os patrões?
A) Formaram associações e realizaram movimentos de greves.
B) Danificaram a produção.
C) Começaram a desrespeitar os superiores e a brigar com os colegas de trabalho.
D) Começaram a faltar dias de trabalho para atrasar a produção.
E) Abandonaram o trabalho e buscaram emprego em outras fábricas.
2) A busca por maior produção, produtividade e redução de custos fazia dos ambientes de 
trabalho espaços frios e racionais. Buscando humanizar esses ambientes e abrandar os 
métodos utilizados, os operários formaram associações que se transformaram em sindicatos 
organizados e orientados por fortes ideologias.
Em que período tais sindicatos foram reconhecidos como instituições nos principais países 
industrializados?
A) Final do século XX.
B) Metade do século XIX.
C) Final do século XIX.
D) Primeiros anos do século XX.
E) Final do século XVIII.
3) 
Os sindicatos trabalham para ampliar os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores, e 
exercem também outras funções.
Quando se fala sobre o oferecimento de serviços pelos quais muitos trabalhadores não 
poderiam pagar, refere-se a que função do sindicato?
A) Educacional.
B) Judiciária.
C) Representativa.
D) Assistencial.
E) Formadora.
4) Para que possam realizar suas atividades, os sindicatos necessitam de recursos financeiros. 
Entre as principais fontes de arrecadação que financiam os sindicatos, existe a contribuição 
negociada em acordos e convenções coletivas de trabalho, a qual é vetada para 
trabalhadores não sindicalizados.
Que contribuição é essa?
A) Contribuição sindical.
B) Contribuição compulsória.
C) Contribuição extraordinária.
D) Contribuição anual.
E) Contribuição assistencial.
5) Com o avanço do capitalismo para um modelo mais liberal, o mercado se tornou mais livre e 
competitivo. Assim, o livre comércio, o mercado globalizado, o avanço da tecnologia, o 
crescente fluxo de informações e a flexibilização das relações de produção vêm contribuindo 
para a criação de novas formas de trabalho e, consequentemente, para mudanças nas 
características da classe trabalhadora.
Além da perda da contribuição sindical que passou de compulsória a opcional, que outro fato 
tem se mostrado aos sindicatos ao longo do século XXI?
A) O aumento do número de trabalhadores associados.
B) O baixo índice de sindicalização.
C) A desvalorização do salário mínimo.
D) O aumento de negociações coletivas.
E) A volta da obrigatoriedade da contribuição sindical.
Na prática
A Reforma Trabalhista vem provocando muitas mudanças nas formase relações de trabalho. Uma 
das mudanças previstas nessa reforma alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no que se 
refere à contribuição sindical compulsória.
No Na Prática, saiba mais sobre essa alteração.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Para onde foram os sindicatos? Do sindicalismo de confronto 
ao sindicalismo negocial
Este artigo objetiva indicar elementos para a seguinte indagação: para onde foram os sindicatos? 
Analisando as duas principais centrais sindicais do país: a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e 
a Força Sindical (FS). Aproveite a leitura.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Trabalhadores e sindicalismo no Brasil: para onde foram os 
sindicatos?
O seguinte artigo buscou analisar o sindicalismo brasileiro no período mais recente e, ao mesmo 
tempo, discutir o processo de associativismo sindical no país a partir de alguns indicadores de 
sindicalização. Confira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Razões do esquecimento: em busca dos vestígios do Syndicato 
Medico Paraense
Este artigo aborda a criação do Syndicato Medico Paraense, a primeira organização sindical da 
categoria médica no Estado do Pará, surgida em 1931, buscando elementos sobre a sua trajetória. 
Saiba mais a seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A construção das estruturas sindicais no Brasil: uma análise 
historiográfica dos sindicatos brasileiros
Leia o artigo a seguir e reflita sobre o processo histórico da construção e das estruturas dos 
sindicatos brasileiros a partir de uma revisão bibliográfica.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

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