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Relação com os sindicatos Apresentação As relações de trabalho eram bastante conturbadas entre os séculos XVIII e XIX. Com o evento da Revolução Industrial, as máquinas substituíram parte do trabalho humano. Os trabalhadores que as operavam sentiam-se também como máquinas, pois enfrentavam longas jornadas de trabalho sob condições precárias e baixos salários. Revoltados com tanto descaso, os trabalhadores começaram a se organizar para reivindicar melhores condições de trabalho, redução da jornada e melhores salários, fazendo surgirem os primeiros sindicatos no início do século XIX. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o papel do sindicato na construção dos direitos dos trabalhadores e nas relações de trabalho do século XXI, e ainda conhecer as suas funções. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o papel do sindicato na construção dos direitos dos trabalhadores.• Identificar as funções do sindicato.• Descrever o papel do sindicato nas relações de trabalho do século XXI.• Desafio Os processos de seleção sempre causam certa apreensão nas pessoas, pois representam a elas uma forma de teste, não somente sobre seus conhecimentos, mas também acerca de suas habilidades e atitudes. Nesse contexto, ao se preparar para uma entrevista, é sempre bom atualizar seus conhecimentos, principalmente sobre assuntos relacionados ao contexto do trabalho, como você verá agora, neste Desafio. Para tanto, imagine o seguinte cenário: Após longa sessão de perguntas, o Diretor de RH da empresa questionou a sua opinião sobre o papel dos sindicatos na vida dos trabalhadores. Diante disso, qual seria a sua resposta? Infográfico Os sindicatos surgiram como uma reação dos trabalhadores às condições de trabalho e remuneração precárias a que estavam submetidos. Desde a sua criação eles vêm alterando sua forma de atuar, buscando se adaptar às exigências de cada época. Dessa forma, ao longo do tempo, suas funções também se ampliaram. A seguir, no Infográfico, aproveite para conhecer as principais funções exercidas pelos sindicatos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Conteúdo do livro Nos primórdios, o trabalho era uma atividade inferior, destinada a escravos e a pessoas sem capacidades. Com o tempo, e pela necessidade de pessoas para trabalhar nas indústrias, o trabalho tomou outra forma e passou a ser visto como uma atividade que permitia ao trabalhador a sua sobrevivência. Hoje, o trabalho é visto não apenas como uma atividade que permite ao homem atender às suas necessidades, mas também como fonte de realização profissional e social. Ou seja, ao longo do tempo, seu conceito e significado foram se alterando, da mesma forma que as relações de trabalho, na maioria das vezes conturbadas e desiguais. Os sindicatos entram nessa história justamente para equilibrar essa relação e defender melhores condições de trabalho para os trabalhadores. No capítulo Relação com os sindicatos, da obra Seleção e retenção de talentos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você verá sobre o papel do sindicato na construção dos direitos dos trabalhadores e também nas relações de trabalho do século XXI, compreendendo, ainda, suas funções. Boa leitura. SELEÇÃO E RETENÇÃO DE TALENTOS Ligia Maria Fonseca Affonso Relação com os sindicatos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer o papel do sindicato na construção dos direitos dos trabalhadores. Identificar as funções do sindicato. Descrever o papel do sindicato nas relações de trabalho do século XXI. Introdução Os sindicatos são organizações que representam os interesses dos traba- lhadores e que foram criadas para equilibrar o poder dos empregadores na relação de trabalho, que, desde o início dos tempos, sempre foi desigual e conflituosa. Essas organizações nasceram da união de trabalhadores descontentes com a sua situação no trabalho, com as condições em que este se dava e com os baixos salários, que os obrigavam a colocar a família para trabalhar na mesma fábrica, para complementar a sua renda e manter a sua sobrevivência. Os sindicatos, desde então, vêm trabalhando pela conquista e ampliação dos direitos individuais e coletivos do trabalhador e, consequentemente, por uma sociedade mais justa e democrática. Neste capítulo, você vai estudar sobre o papel do sindicato na cons- trução dos direitos dos trabalhadores, verificando as suas funções e o seu papel nas relações de trabalho do século XXI. 1 O papel do sindicato na construção dos direitos dos trabalhadores Você já parou para pensar que, desde os primórdios da sua existência, o ser humano vem trabalhando para atender às suas necessidades? Nas primeiras comunidades primitivas, a caça e a pesca eram o meio de sobrevivência do homem, que já tinha a preocupação de produzir as suas próprias ferramentas para obter êxito nas suas caçadas. Com o tempo, começou a plantar e colher frutas, verduras e legumes, e a criar animais e abatê-los para a sua subsistência. Na Idade Média, tudo o que o homem necessitava para viver, em geral, era produzido por artesãos, que eram responsáveis por todas as etapas do processo produtivo, desde a concepção e a produção do produto até a sua entrega e comercialização. Esses produtos eram produzidos de acordo com a necessidade do cliente e, dessa forma, eram únicos, exclusivos. As encomen- das eram produzidas uma por vez. A produção era pequena; o artesão tinha contato direto com o cliente e, durante o processo de produção, ajustava a encomenda manualmente, até que esta chegasse à sua forma ideal (GARVIN, 2002; MAXIMIANO, 2012). Com o passar do tempo, o comércio foi se expandindo. Novas terras foram sendo exploradas; as grandes navegações tiveram início, em busca de novos mercados e matérias-primas. Surgiram novos produtos, bem como vende- dores e agenciadores de matéria-prima e de mão de obra. Metais preciosos, especiarias e outros bens começaram a ser comercializados, mas os produtos ainda eram produzidos artesanalmente. Até que, com o aumento da demanda, essa produção se tornou tarefa difícil, exigindo dos artesãos a contratação de ajudantes, a quem ensinavam o seu ofício e acompanhavam de perto. Assim, as antigas e tradicionais oficinas foram se ampliando e se transfor- mando em fábricas, exigindo a criação de máquinas que permitissem atender à demanda em maior escala. Com isso, muitas tarefas realizadas de forma manual passaram a ser mecanizadas, substituindo grande parte da mão de obra por máquinas. Esse momento foi marcado pela divisão do trabalho e pela criação de novas categorias de trabalhadores, visto que os artesãos eram poucos e ainda limitados à produção em pequena escala, conforme apontam Maximiano (2012) e Bresser-Pereira (2017). Dessa forma, a produção e a comercialização desses produtos passou a ser dominada pelos capitalistas, que tomavam as decisões sobre essas atividades, sem a participação dos trabalhadores, como era feito no período medieval. Assim, além das mudanças nos meios de produção e comercialização de bens, houve também uma mudança de valores. Cabe destacar que, como os artesãos não conseguiam mais atender às demandas, também não conseguiam mais acompanhar de perto o grande número de ajudantes; assim, tornaram-se supervisores, orientando o trabalho de empregados e aprendizes, organizando a produção, definindo o padrão de qualidade e a comercialização dos produtos. O trabalhador perdeu a sua autonomia, mas, apesar da figura do supervisor, continuava sendo o respon- Relação com os sindicatos2 sável direto pela qualidade do produto, visto que este ainda estava ligado a quem o produziu. O aparecimento das fábricas, a divisão do trabalho e a invenção das má- quinas a vapor impulsionaram o surgimento da Revolução Industrial no século XVIII, trazendo indústriascom maior capacidade de produção, com padronização e maior qualidade. A Revolução Industrial ocorreu entre os séculos XVIII e XIX e teve duas fases. A primeira, entre 1780 a 1860, foi marcada pela mecanização das oficinas e da agricultura com o surgimento das máquinas a vapor. As oficinas se transformaram em fábricas e usinas; as máquinas passaram a substituir o trabalho humano; o sistema fabril cresceu, assim como os setores de transporte e comunicação. O carvão, como fonte de energia, e o ferro, como material básico da indústria, passaram a ser os principais recursos para o desenvolvimento dos países. A segunda fase, entre 1860 e 1914, foi marcada pelo desenvolvimento da indústria: o aço e a eletricidade substituíram o carvão e o ferro e passaram a ser os principais recursos para o desenvolvimento dos países. A ciência e a tecnologia passaram a exercer grande influência na indústria. Surgiram o automóvel, o avião, o telefone e o telégrafo sem fio, além de grandes bancos e instituições financeiras, provocando grande ampliação do mercado (MAXIMINIANO, 2012). Assim, as máquinas invadiram os processos de produção para torná-los mais eficientes, fazendo surgir um modelo de trabalho mecanizado, sem valor afetivo por parte do trabalhador, que passou a ser vigiado e controlado pelos burocratas, responsáveis por estabelecer as regras de trabalho. Trata-se do modelo de gestão inspirado nas práticas de Frederick Taylor, que pregava a racionalização do trabalho e levava à alienação do trabalhador. Com isso, há uma separação entre a concepção do trabalho e a sua execução (TAYLOR, 1990). 3Relação com os sindicatos Frederick Taylor é considerado o pai da Administração Científica. Ele aplicou métodos científicos e técnicas de engenharia industrial buscando solucionar problemas admi- nistrativos, maximizar a produção e minimizar custos, além de combater o desperdício nas indústrias e aumentar os níveis de produtividade. A racionalização do trabalho, a especialização do operário e a padronização são algumas características da Admi- nistração Científica de Taylor, criticado por se preocupar apenas com os aspectos mecânicos, desconsiderando os aspectos humanos da produção (BATEMAN; SNELL, 1998; MAXIMIANO, 2012; SILVA, 2013). Esse foi um período de geração de muita riqueza, surgimento de novos empregos, crescimento de cidades e regiões, desenvolvimento de novas relações de poder, surgimento de novos interesses comerciais, do comércio exterior e da pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. No entanto, apesar do aumento da produtividade e, consequentemente, do lucro, as condições de trabalho dos operários não eram consideradas, tanto que estes foram aos tribunais de justiça, alegando que eram tratados como máquinas, sem preocupação com sua segurança e satisfação. Esse foi um sinal de que as coisas estavam por mudar. A pressão sobre os trabalhadores nessa época era tão intensa que eles começaram a se organizar em grupos, formando associações e fazendo movi- mentos de greve, mas sem resultados significativos (MAXIMINIANO, 2012). No entanto, na segunda metade do século XIX, essas associações se trans- formaram em sindicatos, organizados e orientados por fortes ideologias, iniciando movimentos de greve, paralisações e desaceleração do ritmo de trabalho, que, consequentemente, geravam desperdícios, prejuízos e redução da produtividade. Dessa forma, de um lado estavam os defensores de Taylor e de Ford, que buscavam maior produtividade e redução de custos, e do outro estavam os trabalhadores, que buscavam humanizar os ambientes de trabalho e abrandar os métodos racionais de trabalho, conforme leciona Souza (2015). Relação com os sindicatos4 Henry Ford foi um empresário com visão prática, que buscou solidificar o conceito de eficiência nas suas fábricas de automóveis por meio do desenvolvimento de novas metodologias de produção e de trabalho. Além de levar os princípios da Administração Científica de Taylor para o ambiente industrial em uma escala nunca antes tentada, com a divisão do trabalho e a escolha do trabalhador certo para cada tarefa, Ford criou a linha de montagem móvel, em que os produtos se moviam enquanto as estações de trabalho permaneciam estáticas, conforme leciona Silva (2013) e ilustra a fotografia da Figura 1. Figura 1. Trabalhadores em uma linha de montagem. Fonte: Adriano (2019, documento on-line). Assim, a Revolução Industrial substituiu o artesão pelo operário, contri- buiu para a criação das fábricas e a evolução dos maquinários, impulsionou o crescimento das cidades e fez surgir as organizações sindicais. Estas tinham como objetivo representar os interesses dos trabalhadores, que reclamavam das condições precárias de trabalho e da remuneração recebida. No entanto, foi somente ao final do século XIX que elas foram reconhecidas como instituição nos principais países industrializados. No Brasil, os sindicatos foram surgindo nos primeiros anos do século XX, por volta de 1906, sendo legalizados em 1931. Desde então, tornaram- -se o principal instrumento de defesa da classe trabalhadora, conquistando inúmeros benefícios que hoje são garantidos pela Consolidação das Leis 5Relação com os sindicatos do Trabalho (CLT) e pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1943; 1988). Cabe destacar que as conquistas obtidas são resultado de muita luta dos trabalhadores, que, unidos e organizados, mobilizaram-se na busca de melhorias para sua classe, conforme aponta o Dieese (2017). A CLT é a legislação que regulamenta as relações de trabalho urbano e rural, bem como as relações individuais ou coletivas. Foi decretada no Brasil no governo de Getúlio Vargas, em 1º de maio de 1943, e vigora até os dias atuais. A CLT tem por finalidade a proteção do trabalhador, a regulação das relações de trabalho e a criação do direito processual do trabalho (MATTOS, 2017). Os direitos trabalhistas têm como finalidade equilibrar as posições entre os sujeitos nas relações de trabalho; ou seja, entre empregador e empregado. O empregador necessita dos empregados para realizar as atividades necessárias para o alcance dos seus objetivos e, consequentemente, a obtenção do lucro. O empregado, por sua vez, tem o trabalho como fonte de atendimento às suas necessidades; no entanto, deseja também o reconhecimento, a valorização e a oportunidade de crescimento por meio de seu trabalho. Assim, essa relação deve ser equilibrada e vantajosa para ambas as partes (DIEESE, 2017). As condições de vida dos operários no século XIX, em vários países europeus e também na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, eram muito precárias, caracterizadas pela fome, por doenças, pela habitação coletiva, pela falta de saneamento básico, pela jornada de trabalho de 16 horas, pelas condições insalubres de trabalho, entre outros aspectos, conforme aponta Nascimento (1997). Entre as principais conquistas da ação organizada dos trabalhadores por meio dos sindicatos, podemos destacar, com base no Dieese (2017): Relação com os sindicatos6 a redução gradual da jornada de trabalho, que passou de 16 horas por dia, no século XVIII, para 8 horas por dia, como segue atualmente na maioria dos países; o 13º salário, que foi negociado inicialmente como Abono Natalício e, em 1962, foi estendido a todos os trabalhadores; a redução da jornada de trabalho de 48 horas para 44 horas semanais; o aumento do percentual de remuneração da hora extra para 50%; a ampliação da licença-maternidade para 120 dias; a criação da licença paternidade de cinco dias; o adicional de 1/3 sobre a remuneração das férias; o salário mínimo; o seguro desemprego. No Brasil, as centrais sindicais foram formalmente reconhecidas por meio da Lei nº. 11.468, de 31 de março de 2008, que deu a elas personalidade jurídica, apesar de já virem atuando desde a primeira metade dos anos 1980 com o papel de defender os direitos individuais e coletivos do trabalhador. Os sindicatosse constituem como pessoa jurídica de direito privado, ou seja, são reconhecidos legalmente, possuem direitos e deveres e pertencem à esfera privada de atuação (BRASIL, 1988; DI PIETRO, 2007). Assim, podemos entender os sindicatos como a união de trabalhadores que possuem como objetivo a defesa dos seus interesses e a conquista de melho- res condições de trabalho e salário. Ou seja, são organizações cujos papéis são conquistar e ampliar os direitos individuais e coletivos do trabalhador e cuidar da sua implementação e manutenção, pois um direito trabalhista, após conquistado, precisa ser implementado, o que muitas vezes não acontece, por falta de fiscalização. Nesse sentido, o papel dos sindicatos é fundamental, pois eles atuam para garantir que os direitos sejam cumpridos e que abusos sejam denunciados, sejam eles acidentes de trabalho, trabalho escravo, abusos morais e psicológicos, excesso de jornada de trabalho, não cumprimento das obrigações trabalhistas, etc. Dessa forma, os sindicatos contribuem para a melhoria da vida dos trabalhadores e para evitar que as demandas judiciais para resolução de conflitos sejam demoradas, contribuindo também para uma sociedade mais justa e democrática (DIEESE, 2017; 2018). 7Relação com os sindicatos A importância dos sindicatos foi reconhecida pela Organização Internacional do Trabalho, em 1919, quando o direito de sindicalização foi reconhecido, bem como o direito de negociação coletiva e o direito de greve, considerados como instrumentos importantes na conquista dos interesses dos trabalhadores e do poder sindical. A sua importância foi também reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), aprovada pela Organização das Nações Unidas em 1948. O art. 23 da DUDH determina que todas as pessoas possuem o direto de fundar e/ou se filiar a sindicatos para defender seus interesses, conforme aponta o Dieese (2017). 2 Funções do sindicato Você sabia que o trabalho já foi considerado como uma atividade inferior, destinada aos escravos? De fato, o trabalho já esteve relacionado à escravidão, à servidão e à falta de capacidade intelectual, tendo sido destinado àqueles que não possuíam habilidades técnicas para exercer outras funções, como as funções políticas ou artísticas. Ou seja, o trabalho era algo desvalorizado, e isso foi um problema quando foi necessário contratar mais trabalhadores, no período de aquecimento industrial, em que mais fábricas surgiam em diversas localidades e a produção aumentava. Diante disso, os produtores deram novo sentido ao signifi cado histórico e social do trabalho, o que fez com que este fosse visto como um ato nobre. Assim, surgiu o conceito de homo economicus, ou seja, o homem como produtor e consumidor (DEJOURS; DESSORS; DESRIAUX, 1993; NARDI, 2006). O crescimento desse conceito contagiou as diversas classes sociais, in- fluenciou valores culturais e se tornou algo mais importante e valorizado do que o próprio trabalhador. Nesse sentido, o trabalho passou a ser o centro da vida do trabalhador, confinando-o nas fábricas e, portanto, interferindo nas suas relações familiares, no lazer e nos seus sonhos. O trabalho passou a ser, então, essencial para a existência do homem, uma vez que ele não significa somente um meio de sobrevivência, mas também um meio de realização pessoal e inserção social, sendo um fator de equilíbrio e desenvolvimento (DEJOURS; DESSORS; DESRIAUX, 1993; NARDI, 2006). Dessa forma, surgiu também uma nova forma de relação entre as pessoas, marcada por uma grande diferença entre aquelas detentoras de meios econô- Relação com os sindicatos8 micos para manter um empreendimento, os chamados burgueses, e aquelas detentoras apenas da sua força de trabalho como meio de garantir sua exis- tência, a classe trabalhadora. Essa diferença entre as partes fez surgir os conflitos, que se intensificaram no período da industrialização, quando as máquinas substituíram grande parte da mão de obra na produção. Além disso, os trabalhadores passaram a ser submetidos a situações como (DEJOURS; DESSORS; DESRIAUX, 1993; NARDI, 2006): condições precárias de moradia e falta de higiene, o que fazia com que surgissem doenças; rigidez do ambiente de trabalho, onde eram controlados e vigiados; longas jornadas de trabalho, que chegavam, em alguns casos, a 18 horas diárias; baixos salários, que os trabalhadores acabavam aceitando por não existir outra opção; inserção de mulheres e crianças no mercado de trabalho para comple- mentar o baixo salário da família, ainda assim, ganhando muito menos; falta de segurança no ambiente de trabalho e outros problemas que surgiam como consequência dela. A Figura 2 ilustra um pouco do que foi citado acima. Figura 2. Homens, mulheres e crianças trabalhando nas indústrias. Fonte: Descubra... ([201-], documento on-line); Revolução... (2012, documento on-line) e Bezerra (2019, documento on-line). 9Relação com os sindicatos Mas você deve estar se perguntando: por que estamos falando de fatos históricos novamente? É necessário voltarmos ao passado, para que você possa conhecer brevemente como eram as relações de trabalho no passado e compreender a importância dos sindicatos na defesa dos direitos dos trabalha- dores. Os sindicatos surgiram como uma reação às condições de trabalho e re- muneração precárias a que os trabalhadores estavam submetidos no capitalismo. Capitalismo é um sistema econômico cuja base está na obtenção do lucro por meio da produção e tem como principais características a acumulação de capital, a propriedade privada, o trabalho assalariado e os preços e mercados competitivos (NARDI, 2006). A principal função dos sindicatos é representar os trabalhadores e agir em defesa dos seus interesses, nas relações de conflito entre capital e trabalho. Desde a sua criação, os sindicatos vêm trabalhando para ampliar os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores. Cabe destacar que, além dessas, os sindicatos exercem outras funções, conforme apresentado a seguir, com base em Martinez (2013) e no Dieese (2018). Função de negociação: as negociações coletivas de trabalho estão entre as principais funções dos sindicatos. São as negociações que permitem que os trabalhadores se contraponham ao poder das empresas, buscando um consenso nessa relação, referente ao aprimoramento de direitos já assegurados legalmente ou a novas conquistas. Ou seja, nessa função, o papel dos sindicatos é caracterizado pelo poder de ajustar a CLT, estabe- lecendo regras a serem aplicadas nos contratos individuais de trabalho, produzindo, muitas vezes, direitos complementares, mais vantajosos do que os garantidos legalmente. São várias as conquistas que resultam de processos de negociação entre empresas e sindicatos, por meio de acordos e convenções coletivas, que impulsionaram a criação de leis e beneficiaram todos os trabalhadores — como garantias relacionadas aos salários e benefícios e condições nas relações de trabalho. Função assistencial: é função dos sindicatos oferecer serviços aos seus representados, contribuindo para o desenvolvimento integral do ser humano, nas áreas jurídica, assistencial, de saúde, de educação e de lazer, bem como na fundação de cooperativas. Na área jurídica, os Relação com os sindicatos10 sindicatos devem manter assistência judiciária aos associados e oferecer assistência nas rescisões dos empregados. Na área de saúde, eles dis- ponibilizam serviços médico-odontológicos e laboratoriais. Na área de educação, alguns oferecem cursos, capacitações profissionais e outras atividades formativas. Na área de lazer, são disponibilizados serviços de colônia de férias, acesso a clubes e atividades de recreação, esporte e cultura, serviços aos quais grande parte das categorias profissionais não poderiam ter acesso de outra forma. Esses serviços devem ser prestados pelos sindicatos e estão previstos na CLT. Função empregadora: os sindicatos geram empregosdiretos e indiretos. Em 2017, eles empregavam cerca de 106 mil trabalhadores diretos e contavam com 33 mil postos de trabalho, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (BRASIL 2017 apud DIEESE, 2018). Função arrecadadora: para que possam realizar suas atividades, os sindicatos necessitam de recursos financeiros. As principais fontes de arrecadação que financiam os sindicatos são a contribuição sindical e a contribuição assistencial. A contribuição sindical, conhecida como imposto sindical, é descontada no mês de março de cada ano e corresponde a um dia de trabalhado de todos os trabalhadores que autorizam o desconto. Antes da reforma trabalhista, era um desconto compulsório. Já a contribuição assistencial é aquela negociada em acordos e convenções coletivas de trabalho e que, de acordo com decisão do Plenário Virtual do Superior Tribunal Federal, na análise do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE 1018459), é vetada para trabalhadores não sindicalizados (DIEESE, 2018). Função representativa: é por meio da representatividade que os sin- dicatos defendem os direitos e interesses individuais e coletivos dos trabalhadores, tanto nas esferas administrativas quanto judiciais e nas negociações coletivas, como determinado no art. 8º, incisos III e VI, da Constituição Federal, respectivamente (BRASIL, 1988). No Brasil, os sindicatos são um dos atores da sociedade civil, a principal forma de a sociedade se organizar politicamente, influenciando o Estado e 11Relação com os sindicatos as suas políticas públicas. Dessa forma, podem ter participação nos espaços de participação popular, que permitem à sociedade atuar em conjunto com o Estado, na elaboração, implementação e fiscalização das políticas públicas. Nesse sentido, apesar de não exercerem legalmente função política, os sindicatos vêm exercendo papel importante na vida política do país. Prova disso foi sua participação nos Comitês Pró-Participação Popular na Constituinte, contri- buindo para a construção do art. 7º da Constituição Federal DE 1988 (BRASIL, 1988), que prevê, em 34 incisos, os direitos fundamentais dos trabalhadores. A sociedade civil é formada por sindicatos, associações profissionais, instituições de caridade, movimentos sociais, grupos ambientalistas, entre outros. Trata-se de entidades privadas, sem fins lucrativos, que buscam o bem público, conforme leciona Mattos (2017). 3 Papel do sindicato nas relações de trabalho do século XXI Não é possível falar sobre a atuação dos sindicatos no Brasil no século XXI sem fazer um breve comentário sobre a entidade no passado. Vamos conhecer um pouco mais dessa história? O ano de 1930 foi um ano marcante para o sindicalismo no Brasil, pois, com a vitória na Revolução de 1930 e o declínio das teorias liberais, o Estado passou a intervir nas áreas das relações de trabalho e das classes sociais, alterando os rumos do movimento operário. Nesse período, os operários, apesar da repressão aos sindicatos, possuíam autonomia na organização das suas associações de classe. Então, os três Poderes passaram a controlar os conflitos sociais; foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, marcando, então, uma intervenção sistemática e significativa nas questões trabalhistas. Em 1931, a organização dos sindicatos é regulamentada pelo Decreto nº. 19.770, de 19 de março de 1931. Com isso, as associações de trabalhadores passaram a ter o direito de defender, junto ao governo e ao Ministério do Trabalho, os interesses econômicos, jurídicos, higiênicos e culturais dos traba- lhadores cujas profissões fossem idênticas, semelhantes ou relacionadas, função Relação com os sindicatos12 permitida apenas aos sindicatos reconhecidos pelo Ministério do Trabalho. Ou seja, o Ministério do Trabalho passou a regular e ditar as normas para organização, estrutura e funcionamento dos sindicatos (RODRIGUES, 2009). Em 1940, foi criado o imposto sindical, obrigando os trabalhadores assala- riados da área urbana a contribuírem anualmente com um dia de trabalho, em benefício do sindicato de sua categoria profissional. Apesar dessa obrigação, a sindicalização era um ato voluntário. Em 1943, todas as leis relacionadas aos problemas do trabalho e sindicais foram organizadas e sintetizadas na CLT. Cabe ressaltar que é essa legislação que se encontra vigente nos dias atuais e que regulamenta o amplo campo de funcionamento dos sindicatos, bem como as relações entre o Estado e as associações operárias, as relações entre as associações operárias e as organizações patronais e as questões relacionadas à proteção do empregado e à Justiça do Trabalho. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, os sindicatos voltaram a ter maior expressão, em decorrência do clima de maior liberdade política com a queda do Estado Novo. Houve, nesse período, um aumento significativo de reivindicações da classe operária e, consequentemente, da movimentação sindical, que se estendeu até meados de 1947, quando a atividade sindical entrou em declínio, conforme aponta Rodrigues (2009). A década de 1950 foi marcada pela retomada da atividade sindical e por grandes movimentos grevistas, principalmente entre os anos de 1953 a 1957. Vários sindicatos foram criados fora do eixo Rio-São Paulo, onde estavam localizados 40% dos sindicatos existentes até então e 42% dos trabalhadores sindicalizados. Nesse período, houve ainda a solicitação dos trabalhadores para a uni- ficação dos sindicatos, o que quase aconteceu; porém, posteriormente, os sindicatos da mesma categoria foram se agrupando, surgindo também várias uniões rivais, cada qual com sua ideologia. Ainda no governo de João Gou- lart, os sindicatos voltaram suas reivindicações para uma reforma geral da sociedade; ou seja, sua atuação esteve mais votada à pressão política do que à pressão sobre as empresas. Nesse sentido, os sindicatos obtiveram maior poder de controle sobre a política do governo do que sobre o poder patronal nas empresas (RODRIGUES, 2009). Com a entrada do governo militar, em 1964, essas organizações, não reco- nhecidas legalmente, foram dissolvidas pelo novo governo. Ou seja, o movimento militar freou a evolução do sindicalismo no Brasil, eliminando a sua influência na vida política nacional, controlando suas funções reivindicatórias e reforçando seu lado assistencial. Nesse sentido, o Ministério do Trabalho começou a controlar os grandes sindicatos, intervindo em 563 entidades sindicais, destituindo suas diretorias e nomeando interventores. Foram tomadas outras medidas repres- 13Relação com os sindicatos sivas que fizeram com que o sindicalismo brasileiro e os movimentos sociais desaparecessem, principalmente após 1969 (RODRIGUES, 2009). No início da década de 1970, o movimento sindical atingiu o seu ponto mais baixo, começando a se reestruturar em meados de 1976. No entanto, em 1978 o sindicalismo voltou a ganhar forças, com a movimentação operária que surgiu por meio de várias greves nas grandes empresas metalúrgicas e automobilísticas de São Paulo, que se estenderam por todo o país e por vários setores da indústria, inclusive no setor de serviços. No entanto, a ação sindi- cal retornou com movimentos mais voltados às empresas do que ao Estado, contando basicamente com forças próprias e capacidade de organização dos operários, sem o apoio de forças políticas e partidárias (RODRIGUES, 2009). Na década de 1980, a ação sindical ressurgiu com greves e com o objetivo de criar um sindicato único para os trabalhadores. Ou seja, o movimento sindical iniciou essa década intensificando seu processo organizativo e de participação não só na arena da relação capital/trabalho como também no cenário político mais amplo. Houve o crescimento do número de trabalhadores sindicalizados, a criação de vários sindicatos e também o aumento das diferenças ideológicas entre eles. Isso acabou por impulsionar a criação das duas principais centrais sindicais existentesno Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Coordenação Nacional da Classe Trabalhadora, que, mais tarde, recebeu o nome de Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT). No final dos anos 1980, os sindicatos que defendiam os interesses do trabalhador estavam na CUT, e os que tentavam integrar e conciliar a luta entre capital e trabalho estavam na CGT. Outro fato marcante nessa década foi a participação dos sindicatos nos Comitês Pró-Participação Popular na Constituinte, como já citado, o que proporcionou o estabelecimento dos direitos fundamentais dos trabalhadores. Além disso, a função de negociação dos sindicatos em convenções e acordos coletivos foi reconhecida na Constituição, no mesmo art. 7º, inciso XXVI. Cabe destacar que a Constituição Federal de 1988 possibilitou maior liberdade ao movimento sindical, uma vez que retirou algumas regras, como a necessidade de autorização do Ministério do Trabalho para seu funcionamento, permitindo também a sindicalização dos servidores públicos. Assim, as negociações coletivas ampliaram os direitos garantidos por lei e avançaram em novas conquistas para os trabalhadores (RODRIGUES, 2009; DIEESE, 2017). Relação com os sindicatos14 Os primeiros anos da década de 1990 foram marcados por uma mudança radical da ação sindical, principalmente relacionada às demandas dos traba- lhadores. As transformações nas dimensões políticas, econômicas e sociais fizeram com que a atuação dos sindicatos se voltasse para o interior das organizações, discutindo, de forma mais pontual, questões relacionadas com problemas do trabalho, decorrentes das próprias organizações e da gestão do trabalho, como a remuneração variável e a participação nos lucros e resultados. A partir de 1995, as mudanças no mundo do trabalho e na própria atuação dos sindicatos se intensificaram, uma vez que passou a haver maior flexibilidade nos acordos coletivos. A década também foi marcada pela abertura do mercado, por formas de trabalho mais flexíveis, pelas privatizações, pela terceirização, pelo aumento do nível de desemprego e pelo individualismo dos trabalhadores, mudanças que, consequentemente, atingiram os sindicatos. Isso porque houve também a descentralização das negociações coletivas, fazendo com que os sindicatos perdessem a sua força de imposição junto ao governo e às empresas e também junto à sociedade (CARVALHO NETO, 2001; DELGADO, 2008). Os anos de 2000 a 2010 foram favoráveis ao emprego e à renda. Foram adotadas políticas de valorização do salário mínimo, e houve criação de em- pregos formais e redução do desemprego. Ou seja, nesse período, a economia teve bom desempenho, refletindo no mercado de trabalho, elevando a renda e o poder de compra. No entanto, essa melhoria não se estendeu por muito tempo, impondo outros desafios aos sindicatos. Ainda havia altas taxas de desemprego e aumento da informalidade nas relações de trabalho. Foi uma década marcada por grandes negociações coletivas e conquistas dos sindicatos em convenções e acordos coletivos de trabalho. Entre os anos de 2004 e 2006 as centrais sindicais se uniram em uma cam- panha nacional pelo aumento do salário mínimo. Como resultado dessas negociações, houve um ajuste do salário mínimo a partir de 2005 e a criação de uma política permanente de valorização do salário mínimo até 2023. Ainda assim, não houve crescimento de trabalhadores associados aos sindicatos, conforme apontam Campos (2014) e o Dieese (2018). O fato é que, com o avanço do capitalismo para um modelo mais liberal, o mercado se tornou mais livre e competitivo. Assim, o livre comércio, o mer- cado globalizado, o avanço da tecnologia, o crescente fluxo de informações e a flexibilização das relações de produção vêm contribuindo para a criação de novas formas de trabalho e, consequentemente, para mudanças nas carac- terísticas da classe trabalhadora. No mundo atual do trabalho, a preocupação do trabalhador é o alcance das metas, por meio do gerenciamento próprio e de sua equipe, em busca do alcance dos resultados estabelecidos. Além disso, as 15Relação com os sindicatos empresas têm priorizado o diálogo direto com seus funcionários como parte de seu compromisso social, que visa ainda à implementação de práticas como transparência, justiça, equidade e promoção das minorias no âmbito do sistema de relações do trabalho (LIMA, BRESSAN, 2003; OURO, 2005; KOCHAN, 2006; JONES, 2010). Essa situação vem afetando de modo significativo as práticas sindicais, colocando em xeque as estratégias construídas em períodos anteriores do desenvolvimento econômico, colocando o sindicalismo em crise, bem como as bases institucionais sobre as quais ele se desenvolveu. Outras barreiras ao trabalho organizado são o aumento do desemprego e o crescimento de empregados temporários, parciais, por tempo determinado etc., que são parte importante da economia. Além disso, o fim da obrigatoriedade do imposto sindical corrobora para o agravamento da situação dos sindicatos, colocando em risco a sua sobrevivência. Estima-se que, com isso, haja uma perda de 35% da receita dos sindicatos (DIEESE, 2018). No entanto, apesar de o mercado de trabalho atual vir apresentando carac- terísticas que desfavorecem a organização sindical, como a informalidade e a alta rotatividade de trabalhadores, bem como as novas relações de trabalho, existem no Brasil mais de 12 mil sindicatos do trabalho. E o sindicalismo, apesar de abalado, ainda é reconhecido como ator importante na luta social e na defesa dos direitos dos trabalhadores, conforme aponta o Dieese (2018). E o futuro dos sindicatos, qual será? Diante dessa questão, é importante analisar as novas características do trabalho e o perfil da classe trabalhadora que vem sendo demandado pelo ciclo da economia, no Brasil e no mundo, para que se possa entender quais são as implicações sociais decorrentes delas. É necessário também entender o momento atual, em que se discutem mudanças na legislação sindical e trabalhista, os interesses dos atores políticos envol- vidos nessa questão e os possíveis impactos que tais mudanças podem gerar. Cabe, ainda, analisar a relação entre Estado e movimento sindical e suas particularidades, uma vez que existe ampla presença de sindicalistas no interior do aparelho de Estado. Faz-se necessário refletir sobre a articulação do mo- vimento sindical com os outros movimentos sociais no contexto de questões que exercem impactos significativos na sociedade, como o desemprego, a precarização do trabalho, o trabalho infanto-juvenil, as questões de gênero, a informalidade, a terceirização, a exclusão e a pobreza. Deve-se pensar em outras estratégias sindicais que permitam o desenvolvimento regional e local onde as minorias estão inseridas. Dessa forma, é necessária e relevante a discussão sobre esses fenômenos contemporâneos e seus impactos na realidade brasileira, conforme destacam Rodriguez e Lima (2007). Relação com os sindicatos16 ADRIANO, J. D. Atitudes habilitadoras na indústria 4.0 (parte 1/4). Blog Exsto, 2019. Dispo- nível em: https://blog.exsto.com.br/2019/03/26/atitudes-habilitadoras-na-industria-4- -0-p1/. Acesso em: 17 jan. 2020. BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998. BEZERRA. J. 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Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 19Relação com os sindicatos Dica do professor No Brasil, a quantidade de sindicatos é grande. Porém, muitos deles começaram a se preocupar com a sua atuação, visto que possuem poucos trabalhadores sindicalizados e sua receita muitas vezes não cobre os custos para sua execução. Com a não obrigatoriedade da contribuição sindical, legalizada em 2017 por meio da Lei n.º 13.467, essa receita tem diminuído ainda mais, ameaçando a sobrevivência dos sindicatos. A seguir, na Dica do Professor, você verá sobre esse cenário, reconhecendo o que é tendência mundial em relação aos sindicatos. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Exercícios 1) O surgimento da Revolução Industrial trouxe indústrias com maior capacidade de produção, com padronização e maior qualidade, constituindo-se como um período de geração de muita riqueza, novos empregos, crescimento de cidades e regiões, novas relações de poder, novos interesses comerciais, surgimento do comércio exterior, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. No entanto, apesar de tantos benefícios, os trabalhadores estavam insatisfeitos e foram reclamar na justiça. Que meios esses trabalhadores utilizaram para pressionar os patrões? A) Formaram associações e realizaram movimentos de greves. B) Danificaram a produção. C) Começaram a desrespeitar os superiores e a brigar com os colegas de trabalho. D) Começaram a faltar dias de trabalho para atrasar a produção. E) Abandonaram o trabalho e buscaram emprego em outras fábricas. 2) A busca por maior produção, produtividade e redução de custos fazia dos ambientes de trabalho espaços frios e racionais. Buscando humanizar esses ambientes e abrandar os métodos utilizados, os operários formaram associações que se transformaram em sindicatos organizados e orientados por fortes ideologias. Em que período tais sindicatos foram reconhecidos como instituições nos principais países industrializados? A) Final do século XX. B) Metade do século XIX. C) Final do século XIX. D) Primeiros anos do século XX. E) Final do século XVIII. 3) Os sindicatos trabalham para ampliar os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores, e exercem também outras funções. Quando se fala sobre o oferecimento de serviços pelos quais muitos trabalhadores não poderiam pagar, refere-se a que função do sindicato? A) Educacional. B) Judiciária. C) Representativa. D) Assistencial. E) Formadora. 4) Para que possam realizar suas atividades, os sindicatos necessitam de recursos financeiros. Entre as principais fontes de arrecadação que financiam os sindicatos, existe a contribuição negociada em acordos e convenções coletivas de trabalho, a qual é vetada para trabalhadores não sindicalizados. Que contribuição é essa? A) Contribuição sindical. B) Contribuição compulsória. C) Contribuição extraordinária. D) Contribuição anual. E) Contribuição assistencial. 5) Com o avanço do capitalismo para um modelo mais liberal, o mercado se tornou mais livre e competitivo. Assim, o livre comércio, o mercado globalizado, o avanço da tecnologia, o crescente fluxo de informações e a flexibilização das relações de produção vêm contribuindo para a criação de novas formas de trabalho e, consequentemente, para mudanças nas características da classe trabalhadora. Além da perda da contribuição sindical que passou de compulsória a opcional, que outro fato tem se mostrado aos sindicatos ao longo do século XXI? A) O aumento do número de trabalhadores associados. B) O baixo índice de sindicalização. C) A desvalorização do salário mínimo. D) O aumento de negociações coletivas. E) A volta da obrigatoriedade da contribuição sindical. Na prática A Reforma Trabalhista vem provocando muitas mudanças nas formase relações de trabalho. Uma das mudanças previstas nessa reforma alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no que se refere à contribuição sindical compulsória. No Na Prática, saiba mais sobre essa alteração. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Para onde foram os sindicatos? Do sindicalismo de confronto ao sindicalismo negocial Este artigo objetiva indicar elementos para a seguinte indagação: para onde foram os sindicatos? Analisando as duas principais centrais sindicais do país: a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical (FS). Aproveite a leitura. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Trabalhadores e sindicalismo no Brasil: para onde foram os sindicatos? O seguinte artigo buscou analisar o sindicalismo brasileiro no período mais recente e, ao mesmo tempo, discutir o processo de associativismo sindical no país a partir de alguns indicadores de sindicalização. Confira. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Razões do esquecimento: em busca dos vestígios do Syndicato Medico Paraense Este artigo aborda a criação do Syndicato Medico Paraense, a primeira organização sindical da categoria médica no Estado do Pará, surgida em 1931, buscando elementos sobre a sua trajetória. Saiba mais a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A construção das estruturas sindicais no Brasil: uma análise historiográfica dos sindicatos brasileiros Leia o artigo a seguir e reflita sobre o processo histórico da construção e das estruturas dos sindicatos brasileiros a partir de uma revisão bibliográfica. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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