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Semiologia Cardiovascular 2 1. PRESSÃO ARTERIAL 1.1 - AFERIÇÃO DA P.A Obs: O Método Osciométrico já é reconhecido (Omron HEM 7113). Ele é automático, mais rápido, pula etapas e consegue fazer a avaliação simultânea dos dois braços, mas em muitos lugares ainda se utiliza o método palpatório e auscultatório clássico. Obs 2: em um cenário perfeito o ideal seria avaliar a pressão dos dois braços ao mesmo tempo com dois esfigmomanômetros, mas não é muito utilizado na prática. Deve-se para todos os tipos de paciente: · Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo · Bexiga vazia · Não praticou exercício físico nos últimos 60 minutos · Não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; ou fumou nos últimos 30 minutos · Paciente deve estar sentado, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado · O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. · Medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada. · Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olécrano · Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço · Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital · Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial · Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial · Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação · Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo) · Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue adequado, considere a média das medidas · Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como referência Deve-se apoiar os dois braços na mesa com a palma da mão para cima. A aferição deve ser feita 2 vezes nos dois braços com intervalo de 1 minuto e fazer a média entre os braços. 15mmhg da sistólica ou 10mmhg da diastólica é considerado uma discrepância muito grande. Nas consultas posteriores vai-se considerar o braço que der maior valor de PA. Caso dê essa discrepância, deve-se fazer uma terceira medida e considerar essa terceira medida e após isso fazer a média das duas pressões mais próximas. Ex: Braço Direito: 150x90 ; 120X70 ; 130X70. Pega os mais próximos 120x70 e 130x70 e faz a média e vai dar o resultado e vai dar 125x70mmHg. E vai fazer a mesma coisa no outro braço. Braço Esquerdo: 140x92 , 144x92 nesse caso não precisa de uma terceira medida e aí nesse caso faz a média das duas medidas 142x90. O braço que deu maior valor foi o esquerdo e nas consultas posteriores vai considerar somente esse braço para fazer a aferição da PA. 1.1.1 Método Auscultatório O problema desse método é somente a demora. Passo-a-passo: 1. Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial (Método Palpatório) 2. Inflar rapidamente, de 10 em 10mmHg, até ultrapassar 20 a 30mmHg, o nível estimado da pressão sistólica 3. Proceder à deflação a velocidade constante inicial de 2 a 4mmHg/seg. (deflação lenta) 4. Determinar a PAS no momento do aparecimento do primeiro som (Fase I de Korotkoff) que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação 5. Determinar a PAD no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais 6. Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar o seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. 1.1.2 Sons de Korotkoff Fase I: surgimento dos primeiros sons (pequena intensidade e alta freqüência) Fase II: sons suaves e prolongados. Podem ser inaudíveis (hiato auscultatório) Fase III: sons mais intensos e nítidos Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão da bolsa discretamente) Fase V: desaparecimento dos sons 1.1.3 Dimensões do Manguito Deve-se usar sempre o manguito correspondente à circunferência do braço da pessoa. Principalmente para pacientes idosos, obesos e muito musculosos. Manguitos muito pequenos superestimam a pressão arterial e manguitos muito grandes subestimam a pressão arterial. 1.1.4 - Particularidades da PA 1.1.4.1 Hiato Auscultatório · É o abafamento dos sons de Korotkoff entre as fases 1 e 2 · Conduta: Método palpatório Hiato auscultatório é quando não consegue ouvir muito bem o segundo som de korotkoff pois é inaudível e o primeiro som fica abafado e passa despercebido. Isso acontece geralmente em indivíduos idosos. Nesse caso, só se consegue ouvir a PA a partir do terceiro som de korotkoff. Para não ocorrer esse erro faz primeiramente o método palpatório antes do método auscultatório. É impossível que o método auscultatório dê menor que o método palpatório. Só se consegue ver hiato auscultatório na pressão sistólica. 1.1.4.2 Avaliação da PA · Deve-se medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada · Avaliação da PA sentado, deitado e em pé Alta prevalência de hipotensão ortostática – idosos e diabéticos. Esses pacientes têm que aferir a pressão deitado e sentado/ou em pé. Caso houver diferença no valor de PA ao mudar de posição, até 20 mmhg de sistólica e/ou 10mmhg de diastólica é considerado normal em um indivíduo saudável. Porém, quando a diferença der um valor maior dá-se o diagnóstico de hipotensão ortostática ou hipotensão postural. 1.1.4.3 Pseudo-hipertensão Pseudohipertensão é um diagnóstico dado quando o paciente não tem hipertensão, ocorre quando o paciente tem artérias rígidas com calcificação (arteriosclerose pronunciada). E é muito comum em pacientes idosos pois o HAS é uma doença que vai ser diagnosticada entre os 30-50 anos de idade, caso fuja dessa idade pode ser uma pseudohipertensão. · Arteriosclerose pronunciada · Não colabamento da artéria radial com insuflação do manguito · Manobra de Osler Quando suspeitar? -HAS de longa data, sem lesão de órgão alvo HAS de longa data sem lesão de órgão-alvo pode ser pseudohipertensão, pois o comum é que ao longo do tempo o paciente adquira além da PA, lesões de órgão-alvo. -Sintomas de baixo débito com PA elevada -Sintomas de baixo débito após início de anti-hipertensivo Pacientes com sintomas de baixo débito com PA elevada ou após o início do medicamento pois não foi feita a técnica correta de aferição da PA (O paciente foi diagnosticado erroneamente como hipertenso e ao tomar a medicação passa mal pois a pressão abaixa (sintomas de baixo débito), fica tonto e morre. Se tivesse feito a técnica correta de aferição da PA o profissional veria que aquele paciente não tem HAS) -Manobra de Osler positiva Para tirar a dúvida faz a manobra de Osler. Manobra de Osler: insuflar o manguito à um valor superior ao da sistólica e deixar o manguito fechado e palpar o pulso. Caso o paciente tenha calcificação da PA, para de sentir o pulso, mas, continua sentindo a artéria radial mesmo interrompendo o fluxo dessa artéria. Pois ela não colaba. 2. PULSOS ARTERIAIS Deve-se avaliar: · Estado da parede arterial · Frequência · Ritmo · Amplitude ou magnitude · Tensão ou dureza · Tipos de onda · Comparação com o lado homólogo, bilateralmente. Mais importantes: carotídeo e pulsos distais, radial e pedioso. 2.1 Tipos de Onda Pulso Normal -A: Normal Pulso Célere ou Martelo D’água - B: comum em insuficiência aórtica. Pulso muito rápido e impactante, sistólico e amplitude elevada. Pulso Parvus Et Tardus - C: paciente com estenose aórtica, dificuldade de ejeção ventricular, pulso lento e pequeno, demora a acontecer e tem amplitude reduzida. Pulso Alternante - E: Insuficiência cardíaca avançada/grave. Pulso variante. Impacto forte e fraco. O coração faz todo pulso que consegue fazer e depois faz muito pouco. D/F: difícil identificação,mais fácil diferenciar na monitorização invasiva, pelo método palpatório é mais complicado. LEMBRAR dos pulsos B,C e E - são os que podemos identificar na prática com mais facilidade. 2.2 - Pulso Paradoxal Pulso comum em pacientes em estágio avançado ou no leito de morte. Existe uma diferença fisiológico da PAS na inspiração e expiração. Quando inspira profundamente a PAS tende a diminuir de valor e quando expira a PAS tende a aumentar de valor, essa diferença é somente de pressão sistólica e esse processo é fisiológico quando essa diferença for menos de 10mmHg. Se essa diferença for maior que 10mmHg, podemos dizer que esse pulso é paradoxal. Por que isso acontece? Quando o indivíduo inspira profundamente cria um vácuo no tórax, reduz a pressão intratorácica e suga sangue venoso pro VD e cavidades direitas. O VD com mais sangue vai aumentar de tamanho/dilatar pelas paredes livres e pelo septo interventricular que se deslocará para o lado esquerdo. Por essa dilatação a cavidade do VE diminui na inspiração, e por isso, a PAS também diminui na inspiração e consideramos isso normal até 10mmhg. Exemplo: pericardite constritiva Nesse caso, quando o VD vai dilatar, ele encontra um pericárdio duro e por isso dilata mais o septo interventricular e o VE diminui mais que o normal, por isso a PAS nesse caso diminui mais do que 10mmHg. Outros exemplos: Abaulamento cardíaco, tromboembolismo pulmonar, asma descompensada. As causas de pulso paradoxal são estruturas que impedem a dilatação adequada do VD à inspiração: Como medir o pulso paradoxal? https://youtu.be/lY4AuWre6qs 1. Insuflar o manguito acima da PA sistólica (ausência de pulsos) e desinsuflar lentamente. 2. Quando escutar os primeiros batimentos, perceber que serão fásicos e variando com a respiração (durante a inspiração desaparecem e são auscultados novamente durante a expiração) – Anotar esta PA. (exemplo PAS 110 mmHg) - fecha o manguito e observa se durante a inspiração vai diminuir a PAS 3. Continuar desinsuflando lentamente até que os batimentos permaneçam audíveis durante toda o ciclo cardíaco. Anotar esta PA exemplo PAS: 80 mmHg) - Se diminuir mais que 10mmHg se trata de pulso paradoxal. · A quantificação da Pulso paradoxal será a diferença entre o primeiro nível de PA e o segundo , ou seja, PA variável com a respiração e PA com batimentos contínuos. (EX: 110 – 80 mmHg = 30 mmHg) 3. PULSO VENOSO Avaliação de Jugulares. Paciente deitado à 45º ou 90º e indivíduos com sobrecarga. No paciente doente a jugular vai ser visível já em pé - 90graus. Nos doentes faz-se a avaliação da turgência jugular que é um dos principais sinais de volemia/congestão/volume circulante, nesse caso o paciente está hipervolêmico. Na figura: ABC fisiológico. Como avaliar? O paciente deve estar deitado a 45 graus, deve-se palpar aonde está o ângulo esternal e fazer uma medida do ângulo esternal até o ápice da jugular, próximo da carótida. Se esse valor somado a distância do esterno até o terço médio do átrio direito (que é sempre 5cm) for maior que 12cm é considerado turgência jugular. Ou seja, se o valor do ângulo esternal até o ápice da jugular der 7cm + 5 cm fixos da distância do esterno até o terço médio do átrio direito, vai dar 12 cm e é considerado turgência jugular. Para ser turgência jugular tem que ser mais de 12 cm. 8 é normal. 4. REFLUXO HEPATOJUGULAR · Manobra onde se realiza uma compressão hepática, com a mão espalmada · A compressão deve ser lenta e gradual, de 10 a 60 segundos, não causando desconforto ao paciente · Observar atentamente o pulso venoso · Elevação > 3cm – PVC elevada · Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva, regurgitação tricúspide, pericardite constritiva e tamponamento cardíaco O que é? Refluxo da jugular que ocorre quando se palpa o fígado. Se o fígado está com muito líquido e é comprimido, esse líquido vai se deslocar para jugular. Considera-se refluxo hepatojugular quando a manobra é positiva e quando o deslocamento de sangue/líquido da mais de 3 cm. Então a jugular vai aumentar em mais de 3cm. Como é feito? Paciente em 45 graus, Manobra positiva se dá quando o paciente tem certa turgência jugular e ao fazer a compressão hepática por 10-60seg, a turgência/ coluna da turgência aumenta em mais de 3 cm. 1º: turgência de jugular 2º: Refluxo hepatojugular presente. Palpou o fígado e a coluna subiu 5. PULSO VENOSO Inspiração > Queda da pressão intratorácica > Diminuição da amplitude do pulso e amplitude (vai diminuir as áreas que o sangue vai atingir e se concentrar apenas nas cavidades direitas) Sinal de Kussmaul: Fisiologicamente quando um paciente inspira profundamente, cai a pressão intratorácica e o sangue é sugado para o interior das cavidades direitas. Para pacientes que têm turgência jugular , quando inspira profundamente a jugular diminui de tamanho pois o sangue foi sugado para o interior das cavidades direitas. Quando o paciente tem situações que causam o impedimento da abertura do ventrículo direito como pericardite, quando esse paciente inspirar profundamente o líquido não vai conseguir descer de maneira satisfatória. Então, quando ele inspirar as jugulares aumentam de tamanho e não reduzem como era o esperado pois o sangue não consegue atingir as cavidades direitas. O sinal de Kussmaul então é quando há problemas no ventrículo direito (enchimento e disfunção do VD) que causa aumento da jugular. E é bem característico de pericardite constritiva. · Inspiração > Ingurgitamento das veias cervicais, com aumento da amplitude do pulso e deslocamento em direção à mandíbula. · Encontrado em situação de disfunção diastólica grave do ventrículo direito · Achado clássico da pericardite constritiva Sinal de Kussmaul: a coluna de turgência aumenta com a inspiração profunda do paciente, pois este tem uma disfunção ventricular direita, logo o sangue vai regurgitar para a jugular ao invés de continuar na circulação normal por isso a jugular aumenta de tamanho. 6. AUSCULTA · Auscultar todos os focos · Paciente sentado, em decúbito dorsal e decúbito lateral esquerdo · Avaliar ritmo, frequência, bulhas, sopros, cliques, estalidos e ruídos É melhor auscultar: Sentado: foco aórtico, foco aórtico acessório e foco pulmonar. Deitado: foco tricúspide - decúbito dorsal e foco mitral - decúbito lateral esquerdo. 6.1 Bulhas B1 · Fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) · Coincide com o ictus cordis e pulso carotídeo · Timbre mais grave e duração maior que B2 · “TUM” B2 · Fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) · Timbre mais agudo e seco · Pode ocorrer desdobramento fisiológico em crianças: A2 > P2 · “TA” Desdobramentos · B1 Atraso no fechamento da valva tricúspide (M1 > T1) . A valva mitral fecha primeiro e a tricúspide atrasa. Diferenciar de aparentes desdobramentos de B1 (B4) “TRUM – TA” · B2 Amplo e fixo: Comunicação interatrial – atraso no fechamento da v. pulmonar (A2 > P2). Escuta-se o desdobramento em todos os ciclos cardíacos. “Tum ta-ta” Amplo e variável: Bloqueio de ramo direito – atraso no fechamento da v. pulmonar (A2 > P2). Varia de acordo com o ciclo respiratório. Quando inspira aparece o desdobramento e quando expira desaparece o desdobramento. É variável nos ciclos cardíacos. Paradoxal: Bloqueio de ramo esquerdo – atraso no fechamento da v. aórtica (P2 > A2). A valva aórtica se fecha depois da valva pulmonar. E, fisiologicamente, as valvas direitas se fecham antes das valvas esquerdas. “TUM – TA-TA Desdobramento de B1 pode ser normal em adultos Desdobramento de B2 pode ser normal em crianças e adolescentes. MED SCHOOL NO YOUTUBE. OUVIR COM FONE DE OUVIDO!!!! Hiperfonese Aumento dos fenômenos naturais · Exercício, emoção, febre (B1+B2) · B1: hipertrofia VE · B2: HAS, aumento de DC Hipofonese Alguma estrutura entre o esteto e o <3 · Obesidade, derrame pericárdico, enfisema, mama grande demais · B1: disfunção contrátil · B2: redução do DC Bulhas Acessórias Sempre acontecem em situação patológica e nunca acontece em situaçõesfisiológicas. B3 · Desaceleração brusca da coluna de sangue contra as p · soaredes ventriculares · Ocorre na protodiástole (início da diástole) – fim da fase de enchimento rápido passivo · Traduz em sobrecarga de volume ou disfunção de VE ou VD. Geralmente ocorre em paciente que tem doença cardíaca descompensada. B4 · Desaceleração da coluna de sangue contra as paredes ventriculares na contração atrial. · Ocorre na telediástole (fim da diástole) – contração atrial · Traduz em diminuição da complacência ventricular – Hipertrofias concêntrica de VE, doença arterial coronariana. · Tem disfunção diastólica que é a incapacidade do coração de fazer uma diástole satisfatória. O ventrículo não consegue se encher de forma satisfatória. B3: O primeiro som é mais rude. B3 e B4: Disfunção ventricular importante. 6.2 Sopros Gerado pelo turbilhonamento de sangue na passagem por estruturas cardíacas. Caracterizar: · Posição no ciclo cardíaco: Sistólico, diastólico, sisto-diastólico ou contínuo · Formato: Regurgitativo, ejetivo, ruflar ou aspirativo · Localização · Irradiação · Timbre e frequência: Suave, rude, piante, musical · Intensidade (+ a ++++++) · Efeitos com manobras especiais Podem ser divididos como sistólico ou diastólico ou pelas valvas. Caracterizá-lo é importante para ajudar a diagnosticar uma patologia. 6.2.1 Sopros das Valvas Semilunares: Valva Aórtica e Valva Pulmonar Estenose Aórtica Ocasiona uma obstrução fixa na hora da sístole ventricular. O ventrículo vai precisar ejetar o sangue, mas ele vai passar por uma estrutura que está estenosada e isso vai fazer com que haja turbilhonamento de sangue e esse turbilhonamento de sangue é auscultado, que é o sopro. Logo, há um sopro sistólico ejetivo. · Sopro sistólico ejetivo · Em diamante. Cresce e decresce. Começa baixo, aumenta e depois diminui. · Mais audível em focos da base · Irradia para fúrcula e carótidas A única diferença de sopro aórtico e pulmonar, é que o pulmonar é um pouquinho menos intenso. Insuficiência Aórtica É quando uma valva que deveria fechar não consegue e fica sempre aberta e isso ocorre na diástole. · Sopro diastólico aspirativo · Fica decrescendo. Começa mais intenso e diminui de intensidade durante a diástole. · Proto-meso · Término precoce tem pior prognóstico. Quanto mais rápido o sopro termina, isso significa que a valva é muito mais defeituosa. O sopro é decrescente pois ele condiz com a velocidade que o sangue volta para o VE; Logo, se o sopro é curto, tem pior condição valvar, pois significa que o sangue volta muito rápido pois a valva fica mais aberta ou porque o coração já está mais lesionado. 6.2.2 Sopros Átrio Ventriculares: Mitral e Tricúspide Estenose mitral A valva deveria abrir mas ela não se abre na passagem do sangue do átrio para o ventrículo e isso ocorre na diástole · Sopro diastólico em ruflar. · Ruflar diastólico decrescente com reforço pré-sistólico. -Na diástole tem a passagem de sangue do átrio para o ventrículo com 3 momentos: enchimento rápido passivo (a valva abre e o VE está vazio, logo, tem-se muito sangue passando do átrio para o ventrículo muito rápido ), enchimento lento passivo (menos sangue passando pela valva. É um ruflar decrescente) e enchimento rápido ativo (contração atrial, o resto de sangue que sobrou passa do átrio para os ventrículos). O sopro ocorre na fase de enchimento lento passivo e enchimento rápido ativo. · Acompanhado de estalido de abertura quando a valva não é muito calcificada. -Só ouve o estalido quando não tem muita calcificação valvar. Insuficiência mitral A valva fica aberta quando deveria ficar fechada. · Sopro regurgitativo. · Rude, de intensidade contínua · Mascara a segunda bulha É holossistólico porque tem a mesma intensidade durante toda a sístole e costuma ser tão intenso que mascara a segunda bulha. 6.2.3 Manobras dos Sopros Posições para ausculta: Paciente sentado, decúbito dorsal e decúbito lateral esquerdo Sopros aórticos · Melhores audíveis nos focos da base · Podem ficar mais nítidos posicionando o paciente sentado com o tórax fletido para frente · Irradiam para fúrcula e carótidas Os sopros da base são melhores auscultados com o paciente sentado e fica mais nítido quando o paciente inclina o tórax para frente. Sopros mitrais · Mais audíveis no foco mitral · Acentuado com a posição de decúbito lateral esquerdo · Irradiam para região axilar e dorso (sopro circular de Miguel Couto que é quando irradia para axila e para o dorso ao mesmo tempo). Sopros tricúspides · São melhores audíveis com o paciente em decúbito dorsal e são melhores audíveis com a inspiração profunda. · Manobra de Rivero-Carvallo: pedir para o paciente respirar profundamente. · É utilizada principalmente para diferenciar a insuficiência tricúspide da insuficiência mitral · Paciente em decúbito dorsal, ausculta inicialmente, e depois pede-se que o paciente inspire profundamente, e, durante a inspiração, o avaliador consegue notar a alteração. · A inspiração profunda leva ao aumento do retorno venoso, pois reduz a pressão intratorácica · Aumenta os sons do lado direito do coração · Reduz ou permanece do mesmo jeito os sopros do lado esquerdo do coração Manobra de Valsava · Expiração forçada contra resistência (soprar contra a mão – pede-se que ele coloque o dorso da mão na boca, tampando-a, e, então, sopre) · Gera aumento da pressão intratorácica, levando, então, à redução do retorno venoso · Reduz o tamanho de todas as valvas e reduz a intensidade de sopros em estenose aórtica, estenose pulmonar e estenose tricúspide · Aumenta a intensidade do sopro de prolapso da valva mitral. Só na miocardiopatia hipertrófica que é um subtipo de estenose aórtica subvalvar. Manobra de Handgrip · Paciente fecha as mãos e as pressiona · Exercício isométrico que causa aumento da resistência vascular periférica · Aumento da ausculta de sopros ocasionados por insuficiência aórtica ou insuficiência mitral e diminui a ausculta da estenose aórtica e estenose mitral. Sopros específicos Austin flint-> diastólico da valva mitral · Ocasionado por insuficiência aórtica severa e primária · Foco mitral · Volta MUITO sangue pela valva aórtica (no ventri esquerdo) que impede a abertura da valva mitral · Estenose Mitral funcional e secundária que ocorre por um fenômeno auscultatório (parece que a valva não abre por estar “dura”. Sobrecarga de pressão deve estar presente eu ACHO (conferir) · Não dá pra diferenciar por manobras (precisa de exame de imagem) · Ruflar decrescente sem regurgitamento e não tem reforço pré-sistólico característico da estenose mitral. Fenômeno de Gallavardin-> ausculta estenose aórtica no foco mitral · Intensa calcificação na valva aórtica · O anel fibroso vai permitir que a vibração (ocasionada pelo fechamento da valva de forma muito forte já que ta calcificada) se propague até o foco mitral] · Sopro sistólico e agudo no foco mitral · Pode ocorrer nos sopros valvares. O anel fibroso insere as valvas cardíacas e por isso pode acontecer que um fenômeno seja de um foco específico mas você consegue ouvir em outros focos. Ex: O sopro de estenose aórtica é mais audível no foco mitral (ou seja, errado, pois fisiologicamente ele é mais audível no foco aórtico) e vai irradiar para fúrcula e para carótida. Sopro primário mitral vai irradiar para axila e para o dorso, logo, sabe-se que esse não é um sopro primário e se trata de fenômeno de gallavardin. · A manobra de handgrip aumenta os sopros de insuficiência e diminui os sopros de estenose. Diferencia se é estenose aórtica ou mitral pela irradiação do sopro: · Aórtica: fúrcula (parte do esterno) e carótidas · Mitral: axila e dorso
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