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REDES II – LONGA DISTÂNCIA E DE ALTO DESEMPENHO AULA 4 Prof. Gian Carlo Brustolin 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, apresentaremos os principais sinais elétricos que iluminam as fibras e examinaremos sistemas WDMs de multiplexação óptica, abordando seus elementos construtivos, tipos, arquiteturas e características de uso. Estudaremos redes de acesso óptico de alta velocidade. Ao término desta aula, conheceremos os fundamentos de projetos de redes ópticas, bem como teremos construído a base de conhecimento para a realização de escolhas entre soluções de interconexão de longa distância. Estudamos, nas aulas anteriores, conceitos importantes para o cálculo e projeto de enlaces, sem os quais a compreensão dos temas que seguem não será possível. Dessa forma, revise esses conhecimentos antes de iniciar a leitura desta aula. TEMA 1 – SINAIS ELÉTRICOS PARA REDES ÓPTICAS Redes ópticas de transmissão de alta capacidade para longas distâncias são, como já vimos, sistemas complexos do ponto de vista da eletrônica para transdução eletro-óptica e da física construtiva envolvida. Os sinais elétricos a serem convertidos em luz não estão naturalmente livres de exigências de desempenho e padronização para que transitem nessas redes. Enfrentaremos, a seguir, o estudo de alguns sinais elétricos frequentes que utilizam, como clientes, as redes ópticas de transmissão. 1.1 SDH Como comentamos, as redes ópticas de transmissão inicialmente foram soluções técnicas para suprir à necessidade de um meio de comunicação de alta capacidade para as operadoras de telecomunicações. Nesta fase inicial, os dados estavam hierarquizados em protocolos SDH ou SONET, os quais permanecem ainda em uso na maioria das operadoras. As interfaces entre a rede óptica e o protocolo SDH, segundo Ramaswami (2010), podem ser classificadas em cinco categorias, a saber: • Fibras para uso interno à LAN, atendendo a distâncias de até 2 km; • Short haul, para distâncias de até 15 km com λ = 1310 nm, ou 40 km, se λ = 1550 nm; 3 • Long haul, atendendo a distâncias de até 40 km (1310 nm) ou 80 km (1550 nm); • Very long haul, atendendo a distâncias de até 60 km (1310 nm) ou 120 km (1550 nm); • Ultra long haul, atendendo a distâncias superiores. Essas categorias apresentam entre si diferenças na escolha do material construtivo da fibra e da fonte óptica. Tais escolhas definem parâmetros de atenuação e dispersão máxima aceitáveis para o enlace e, por consequência, a distância máxima atingível pelo enlace. É importante relembrar que a atenuação do enlace depende também das perdas por inserção, originadas em conexões e conectorizações. Dessa forma, por serem potenciais ofensores à máxima distância possível, as perdas por inserção deverão se manter dentro de parâmetros máximos de projeto. Como exemplo, são aceitáveis perdas de 3,5 dB/km em LANs e de apenas 0,3 dB/km em long halls. O processo de multiplexação SDH e sua hierarquia foram abordados na aula anterior. Os equipamentos que realizam o processo de multiplexação de tributários são ditos Mux SDH e possuem a capacidade de adicionar ou extrair tributários de todas as hierarquias componentes do feixe. A topologia escolhida para a rede definirá as facilidades de gerenciamento necessárias aos Mux SDH envolvidos. Redes em anel têm necessidades de gerenciamento diferentes de redes ponto a ponto ou lineares. Raras são as implementações, entretanto, para redes SDH de longa distância que não contemplem redundância em anel, como ilustrado a seguir. Arquiteturas sem redundância em anel estão restritas às redes legadas ou para certas aplicações de short haul. 4 Figura 1 – Equipamentos SDH em arquitetura anel Inicialmente, os equipamentos SDH gerenciavam a transdução óptica como parte de sua eletrônica. Assim, um SDH operando em anel óptico possuirá duas placas ópticas, normalmente chamadas placa óptica S (sul) e placa óptica N (norte). O anel opera no sentido norte se a placa em operação principal for a placa N e vice-versa, veja a representação na figura 2. Quando falamos de sentido do anel, não estamos afirmando que um dado proveniente do SDH 2 destinado ao SDH 1 necessariamente circulará o anel todo (SDH 3, SDH 4, ...) até atingir o SDH 1 pela placa S. De fato, em muitos casos, os links ópticos entre os SDHs são providos de mais de uma fibra, possibilitando a operação duplex. O sentido do anel identifica, assim, a interface principal de operação em dado sentido. As decisões de roteamento são, portanto, mais complexas do que se imagina inicialmente. Figura 2 – Sentido da arquitetura anel 5 Na eventualidade do colapso de um dos links entre SDHs, o gerenciamento reverterá as prioridades, de forma a permitir a disponibilidade do sistema e a plena comunicação entre os equipamentos. Iluminar as fibras com o equipamento de multiplexação não é a melhor opção, uma vez que envolverá uma eletrônica complexa e, normalmente, desnecessária, em toda estação de retransmissão. Por outro lado, o protocolo SDH, com suas hierarquias, inicialmente idealizado para o trânsito de voz, pode não ser suficientemente flexível para a transmissão de dados IP. Dessa forma, equipamentos que agreguem as funcionalidades de multiplexação e conversão eletro-óptica foram gradativamente abandonados, assim, a camada óptica independente da elétrica se tornou uma interessante alternativa. 1.2 OTN A rede de transporte óptico (Optical Transport Network, em inglês) foi idealizada para dotar a camada física óptica de certas facilidades de gerenciamento, de forma a propiciar uma operação independente dessa rede, transportando, transparentemente, pacotes IP ou tributários SDH/SONET. A padronização da OTN foi encetada pelo ITU (International Telecommunication Union) por meio da família de recomendações G709 (ITU, 2021). Nessa publicação, o ITU estabelece uma canalização de três níveis, sendo estes: OTU 1 de 2,666 Gbps, comportando um tributário STM16; OTU 2, de 10,709 Gbps e OTU 3, de 43,018 Gbps. Como se observa, o desenho da OTN foi imaginado para altas taxas de transmissão. Nesse caso, protocolos de correção de erros ganham extrema importância, dadas as altas exigências de qualidade em redes ópticas. Dessa forma, são implementados algoritmos de correção de erro de alta performance. Protocolos típicos para OTNs utilizam 16 bytes de redundância para cada 255 úteis. Do ponto de vista de hierarquia de camadas, a OTN opera dividindo claramente a camada eletrônica daquela óptica, como se observa na figura a seguir: 6 Figura 3 – Camadas OTN Crédito: Brustolin, 2021, com base em Ramaswami et al., 2010, p. 391. O protocolo da OTN trata os clientes com boa transparência, acrescenta, na camada eletrônica, o overhead de controle de erros e de gerenciamento sem interferir nos dados dos pacotes (ou tributários). A subcamada OTS controla a transmissão óptica, gerenciando a transmissão entre os componentes de rede, a exemplo da qualidade das amplificações ópticas em um enlace. Já o controle entre os dois multiplexadores ópticos que compõem um enlace será feito pela camada OMS. O caminho óptico completo, dito lightpath, está sob controle da próxima subcamada, OCh, que gerencia o roteamento fim a fim. Esse mesmo controle hierárquico (entre componentes de rede, entre multiplexadores e fim a fim) mas, dessa vez, dos enlaces eletrônicos, será feito pelas camadas não ópticas descritas no modelo da figura 3. 1.3 IP O protocolo IP se tornou o mais usual em interconexões de rede WAN, isso decorre da facilidade de interconexão com as redes LAN, que já operam sob tal protocolo. O uso de uma rede óptica como camada física de comunicação para esse protocolo não é novidade. Quando esse uso ultrapassou as fronteiras das redes locais, os custos envolvidosmotivaram o uso de redes públicas. Inicialmente, essas redes eram iluminadas por equipamentos SDHs, e os pacotes IP precisam ser remapeados para se acomodarem à rígida hierarquia SDH. A evolução das redes ópticas tornou esses equipamentos distantes da interface óptica, antepondo entre eles um multiplexador de comprimento de onda 7 WDM. Esse avanço técnico mantem os tributários SDH ou a camada OTN como protocolos de enlace. Em aplicações de alta performance, entretanto, já é possível conectar redes IP via protocolo Ethernet diretamente na interface WDM. A figura a seguir ilustra as possibilidades. Figura 4 – IP sobre WDM As duas primeiras estruturas ilustradas na figura 4 tiram vantagem de protocolos de garantia de qualidade de enlace, recuperação de erros e gerenciamento, mais evoluídos e seguros que aqueles presentes no último modelo, baseado em Ethernet. Naturalmente, o uso dessas outras camadas insere certo overhead no sinal, reduzindo a efetiva velocidade de transmissão. TEMA 2 – WDM A iluminação da fibra óptica para transmissão em alta densidade de dados pode ser feita por um equipamento monocromático e com altas taxas de transmissão (a exemplo dos STM64), ou com taxas mais baixas, porém, multiplexando tributários de hierarquia inferior, no domínio óptico. De forma geral, as SMFs se comportam melhor na segunda alternativa, como estudamos anteriormente. A atenuação ou o limite do IIS, proveniente dos efeitos não lineares, se fazem mais intensos em altas taxas de transmissão do que no compartilhamento da fibra por comprimentos de onda diferentes. Isso justifica a aplicação crescente dos iluminadores WDM para redes de longa distância e alto desempenho. 2.1 Elementos de Redes WDM As redes WDM desenvolveram-se graças à evolução de componentes de redes que permitem a transmissão transparente a vários comprimentos de onda. Como comentado, pode-se agregar tais elementos em três categorias funcionais: OLTs, OADMs e OXCs. 8 OLTs (Optical Line Terminals) são equipamentos de ponta que recebem o sinal de um multiplexador na entrada, e, posteriormente, entregam ao cliente na saída. OLTs podem receber também sinais em interface elétrica, a qual respeitará o discutido na seção 1.3 desta aula. Um OLT também pode ser usado para converter sinais em uma janela óptica, multiplexados ou não, em outra janela. Finalmente, cabe ao OLT a inserção dos cabeçalhos para gerenciamento e correção de erros, bem como para o controle de BER (bit error rate) do sinal cliente. OADMs (Optical Add/Drop Multiplexer) são multiplexadores um pouco mais simples que permitem a inserção ou retirada de comprimentos de onda entre OLTs. A figura abaixo ilustra essa aplicação. Parte do sinal é segregada do feixe principal para utilização local, e o feixe principal passa através (passthough) do OADM sem sofrer alteração. A seleção dos comprimentos de onda a serem extraídos é normalmente fixa, mas existem ROADMs (OADMs Reconfiguráveis) que permitem a reconfiguração eventual da rede. Naturalmente, certa perda precisará ser aceita, tanto no feixe principal quanto no segmento retirado. Essas perdas devem ser consideradas no cálculo da atenuação total dos enlaces. Figura 5 – OLTs e OADM em um link óptico Crédito: Brustolin, 2021, elaborado com base em Ramaswami et al., 2010, p. 439. OXC (Optical Crossconnects) são as matrizes de comutação das redes ópticas. Trata-se de equipamentos bastante robustos, capazes de comutar grandes quantidades de comprimentos de onda. Normalmente, possuem interfaces ópticas e elétricas multiprotocolo, estabelecendo vários OLTs, os quais iluminam diversos enlaces ópticos simultaneamente. 2.2 Desenho de redes WDM Os conjuntos de equipamentos que vimos acima conferem às redes WDM grande flexibilidade de comutação e interconexão. Essa flexibilidade, entretanto, 9 vem acompanhada de certa complexidade de desenho, uma vez que as possibilidades de roteamento se tornam elevadas e as consequências para a operação de decisões de baixa otimização são críticas. A escolha da solução ótima normalmente passa pelo uso de algoritmos complexos de busca. Para que se compreenda a dificuldade envolvida, daremos um exemplo elementar de uma rede em anel com cinco estações. Suponha a rede da figura 6. A estação 1 possui os equipamentos terminais OLT e uma matriz de comutação OXC. As demais estações possuem OADMs. Os equipamentos, à semelhança das redes SDHs, conectados em anel, recebem a nomenclatura Sul/Norte, embora, nesse caso, de múltiplos enlaces, não estejam associados a um sentido de priorização de interfaces, como ocorre nos anéis SDHs. Nos anéis WDM, normalmente está disponível uma profusão de comprimentos de onda (dezenas ou centenas). Em nossa rede hipotética, entretanto, consideremos que estão disponíveis apenas 3 λs, aos quais denominaremos λ1, λ2 e λ3. Também, por facilidade, vamos considerar que os enlaces são todos duplex. Figura 6 – Rede WDM hipotética com cinco estações em anel 10 Se precisamos realizar adições/extrações em todas as estações, vamos iniciar a nossa escolha de roteamento interrompendo λ1 em todas as estações, permitindo que λ2 e λ3 passem através delas. Figura 7 – Arquitetura com extração de λ1 em todas as estações Ao assumirmos essa configuração, se um sinal é inserido na Estação 2 com destino à Estação 5, transitará por λ1 e deverá sofrer conversão eletro-óptica no sentido N, em E3 e E4. Por outro lado, no sentido sul, a conversão se dará em E1. Como cada conversão eletro-óptica insere atrasos no sinal, considerando que temos outros 2 λ, podemos usar então λ2 para extração apenas em E2 e E5. Supondo em seguida que precisamos rotear um pacote de E3 para E5, tecendo as mesmas considerações, podemos então usar λ3. Estes novos pontos de extração podem ser esquematizados como abaixo. 11 Figura 8 – Esquematização das rotas ópticas entre estações Resolvido o rápido roteamento para esses pacotes, suponha agora que temos que rotear o pacote de E4 para E2. Temos alguns caminhos possíveis: por λ1, que poderíamos escrever E4-E3-E2; no sentido mais curto, sul; por λ2, E4- E5-E2; ou por λ3, E4-E3-E5-E2. Ou seja, não há caminho direto entre esses pontos, da mesma maneira que não existe conexão de único salto entre E1 e E3, ou entre E1 e E4. Poderíamos tentar, então, outra topologia, como descrita na figura 9. Figura 9 – Topologia alternativa das rotas ópticas entre estações Esta nova topologia resolve o problema dos saltos em relação a E1, mas eles ressurgem no caminho entre E2 e E4, entre E5 e E2 e entre E3 e E5. Qual seria então a topologia ideal? Naturalmente, essa decisão pode ser determinística ou estocástica. A decisão determinística levará em conta a 12 minimização dos saltos não unitários entre estações, ao passo que a estocástica levará em conta a estatística de tráfego entre elas. A escolha das estações de extração de determinado λ, neste caso, dependerá de quais estações apresentam maior tráfego recíproco. Com base nesse exemplo, entendemos a complexidade da decisão de desenho da rede. Apenas para ilustrarmos uma situação mais próxima da realidade, tomemos o exemplo da antiga ARPANET. Estudados como modelo para cálculos de roteamento, os números entre as estações indicam a ocupação estatística dos links. Figura 10 – Esqueleto de rede real Crédito: Brustolin, com base em Ramaswami et al., 2010, p. 601. Como se observa, a solução ótima não é de fácil obtenção e, por vezes, não é equacionável. A modelagem matemática desses problemas é a mesma utilizada em escolha de roteamento IP, a qual pode ser utilizada fazendo-se as devidas adaptações. 2.3 WDM bidirecional Os sistemas WDM foram originalmente pensados para iluminar as fibras de forma unidirecional. O canal se torna duplex pelo uso de uma segundafibra de retorno. Essa topologia permite certa simplicidade de análise, uma vez que o mesmo λ será utilizado tanto pelo enlace de transmissão quanto pelo de retorno. A mesma ideia pode ser utilizada se dividirmos a banda de dado λ. Neste caso, embora tenhamos uma banda menor em cada λ, otimizamos o número de fibras a ser utilizado. A figura a seguir ilustra as duas possibilidades para um sistema redundante. 13 Figura 11 – WDM uni e bidirecional Crédito: Brustolin, 2021, com base em Ramaswami et al., 2010, p. 723. Ao observarmos a figura, podemos inicialmente imaginar que a solução unidirecional deve ser abandonada, porém, alguns componentes, especialmente amplificadores e regeneradores, têm comportamento diferente em cada sentido de transmissão. Alguns são francamente unidirecionais, o que insere dificuldades de regeneração passiva do sinal. 2.4 DWDM e CWDM Sistemas WDM são baseados na propagação de vários comprimentos de onda em um meio óptico único. Naturalmente, quanto maior o número de comprimentos de onda disponíveis, mais sensíveis devem ser os diodos laser de transmissão e os fotorreceptores envolvidos. A eletrônica de tratamento dos tributários também se torna mais dispendiosa. Dessa forma, existem dois “níveis” de WDM. O CWDM (Coarse Wavelength Division Multiplexing) suporta até 18 comprimentos de onda, espaçados de 20 nm. Ele permite o uso de lasers mais baratos, mas fontes luminosas mais simples terão limitações de distância (em torno de 40 km), bem como de taxa de transmissão, que raramente supera os 100 Gbps com valor típico em torno de 10 Gbps. Quando o WDM é capaz de multiplexar os sinais em várias dezenas de comprimentos de onda, ele recebe a designação de DWDM ou WDM Denso. Tipicamente, é capaz de gerenciar até 80 canais, entre 1.530 nm e 1.560 nm (Pinheiro, 2016) apartados de 0,8 nm. A capacidade de transmissão por comprimento de onda nos DWDM pode superar 1 Tbps. 14 TEMA 3 – PROJETOS ÓPTICOS O projeto de um sistema de comunicação óptica de longa distância tem uma metodologia semelhante aos demais cálculos de enlaces em telecomunicações, passando pela análise do decaimento da potência transmitida e das influências nefastas do meio sobre o sinal. No caso específico da transmissão óptica, essas influências são tipicamente a dispersão cromática e o ruído (Amazonas, 2005, p. 479). Na análise que seguirá, utilizaremos o modelo monocromático, o qual pode ser estendido para múltiplos comprimentos de onda com facilidade. 3.1 Cálculo da potência recebida, dispersão cromática e ruído Um feixe óptico, ao se propagar pelo meio vítreo, sofre atenuação, como já estudado. Dessa forma, a potência que atinge o fotodiodo será substancialmente inferior à emitida na iluminação da fibra. O enlace será, inicialmente, viável sempre que a potência recebida, PRX, for superior ao limiar de recepção do equipamento de ponta, PRXmim. O sinal transmitido sofrerá uma série de perdas durante a propagação. Se tomarmos os valores em dB, podemos escrever genericamente: PRX > PRX mim e PRX = PTx – Perdas Dessa forma, se a potência disponível na recepção (PRX) for superior ao mínimo tolerável pelo equipamento lá instalado (PRX mim), o enlace seria viável. Esse cálculo é, entretanto, simplista. O enlace evoluirá negativamente com o passar do tempo, e será necessário, então, manter uma margem superior ao estabelecido na equação acima. Acrescenta-se, então, uma margem de segurança (MS) na potência mínima aceitável na recepção (PRX mim). Isto é feito para que o enlace siga viável mesmo com a degradação dos componentes eletrônicos e da óptica envolvida. Segundo Amazonas (2005, p. 483), os fatores de degradação são: a) As variações da corrente de limiar, da eficiência e do comprimento de onda de emissão do laser, em virtude de seu envelhecimento; b) As emendas adicionais por quebras nas fibras e nos cabos ópticos; c) O desalinhamento e o desgaste dos conectores; 15 d) A variação dos parâmetros do fotodetector; e) O desajuste do limiar ótimo de decisão do receptor óptico; f) As variações dos parâmetros dos componentes comerciais, bem como o efeito da temperatura ambiente nos cabos ópticos. Dessa forma, podemos escrever: PRX = PRXmim + MS As perdas, por sua vez, podem ser determinadas pela soma dos seguintes fatores: a) Atenuação típica da fibra em dB/km (At) multiplicado pelo seu comprimento ɩ; b) Perdas de inserção dos conectores ópticos Pc; c) Perdas de fusão de cabos Pf; d) Perdas dos elementos de acoplamento Pa; e) Perdas por dispersão cromática e o ruído Pd (esse fator será estudado em detalhes a seguir, mas a literatura indica mantê-lo abaixo de 2 dBs). Assim, escreveremos: PRX = PTx – (At * ɩ + Pc + Pf + Pa + Pd) + MS A escolha da margem de segurança pode influenciar diretamente na viabilidade econômica do projeto. MS alta significa lasers mais potentes, fibras especiais (com At baixo), amplificadores de alta fidelidade ou receptores mais sensíveis. Por outro lado, MS baixa influenciará negativamente no custo total do projeto, implicando em manutenção mais cara e, eventualmente, na baixa longevidade da solução. O valor normalmente aceito para MS é 3 dB. Tomando essas considerações, para que o enlace permaneça estável, resiliente e longevo, uma vez que a PRXmin não pode ser alterada (por ser um dado do fornecedor do equipamento de recepção), a potência de transmissão deverá, então, ser majorada em 3 dB proveniente de MS, chamaremos a este valor de potência ajustada de transmissão PTxa. Finalmente, teremos: PTxa = PRXmin + (At * ɩ + Pc + Pf + Pa + Pd) Podemos calcular a máxima distância viável sem amplificação, ɩ, como sendo: ɩ = PTxa − PRX − Pc − Pf − Pa – Pd 𝐴𝑡 16 3.2 IIS e ruídos Entre as perdas infringidas a um feixe óptico está a perda por dispersão cromática e ruídos, dita Pd nas formulações anteriores. Essas atenuações são agrupadas em um único fator por facilidade de cálculo da viabilidade do enlace, uma vez que seu valor é normalmente suposto entre 1 e 2 dB. Realmente, a dispersão cromática é um fenômeno muito diverso de ruído, e sua aglutinação se dá por mera facilidade. Dito de outra forma, não são feitos cálculos desses fatores, aceita-se que, se um enlace é viável do ponto de vista de atenuação típica, também o será em relação à dispersão cromática. Quanto ao ruído, sua contribuição está, em sua maior parte, ligada à atenuação cromática, a fração não lá contabilizada é irrelevante. A contribuição da dispersão cromática, de fato, não é uma atenuação, como já estudamos. A dispersão não atenua o sinal, apenas faz com que as frequências que o compõem transitem em velocidades diversas no meio óptico. O efeito sobre o sinal é percebido, na recepção, como interferência interssimbólica (IIS). Como já comentamos, se operarmos um enlace óptico dentro de valores razoáveis de potência e taxa de transmissão, a IIS será aceitável para a máxima distância possível, em função da atenuação típica. Retornando ao ruído, há uma certa imunidade das FOs em relação a esse fenômeno. Se tomarmos o ruído intrínseco, aquele gerado pela interação do material em relação ao feixe de transmissão, sua influência já está contabilizada nos efeitos da dispersão. O ruído extrínseco é bastante baixo e normalmente desconsiderado nos cálculos de perdas. De qualquer forma, vamos investigá-lo brevemente. O semicondutor responsável pela transdução opto-elétrica não está imune ao ruído térmico. O material, quando sujeito a corrente elétrica, inevitavelmente dissipa parte da energia em calor, dada a sua característica em parte resistiva. Os elétrons do material se agitam por efeito da energia térmica e produzem pequenas descargas elétricas ao transitarem entre os níveis atômicos. Essas descargas se somam à corrente elétrica de forma não linear,por vezes se orientando no mesmo sentido da corrente circulante, por vezes a ela se opondo. Surge, assim, um ruído sobre o perfil de corrente, como ilustrado a seguir. 17 Figura 12 – Ruído térmico no fotorreceptor Crédito: Brustolin, 2021, com base em Amazonas, 2005, p. 419. A potência do ruído térmico dependerá da temperatura de operação do fotodiodo (T) e de sua banda passante (∆f). Segundo Amazonas (2005, p. 424), tomando k como a constante de Boltzmann (aproximada por 1,38 *10-23), o cálculo dessa potência respeitará a equação: Pruído térmico = 4 k T ∆f A potência assim calculada, considerando as bandas passantes ópticas, será da ordem 10-15, de modo que pouca influência terá sobre a qualidade do sinal recebido, guardada a margem de segurança e os parâmetros anteriormente citados. TEMA 4 – CABOS ÓPTICOS As fibras ópticas possuem fragilidade mecânica elevada e devem ser acomodadas em estruturas que as protejam e confiram a rigidez necessária para a operação em situações inóspitas. Conforme o ambiente a ser enfrentado, há uma capa especificamente construída para a proteção da fibra nesta situação. Cabos para redes aéreas podem ser bastante diferentes daqueles dedicados a redes subterrâneas. A acomodação da fibra no interior do cabo, por outro lado, de forma quase independente do que se falou sobre as capas, pode ser construída em dois formatos: loose e tight. 4.1 Estruturas de cabos ópticos Loose e Tight Os cabos ópticos permitem que sujeitemos o conjunto às tensões mecânicas necessárias à implantação e operação das FOs. Estes esforços são 18 substancialmente maiores do que aqueles suportados pelo corpo vítreo nú. Para que se ganhe tal acréscimo de resistência, tubos e elementos tensores são inseridos no cabo. As fibras ópticas são colocadas no interior desses tubos de proteção de duas formas: permanecendo soltas dentro de um tubo que reserve espaço de acomodação dinâmica, dito método loose, ou compactadas entre as paredes do tubo (tight). A figura a seguir ilustra as duas formas citadas. Figura 13 – Cabos loose e tight Crédito: Elias Aleixo, com base em Pinheiro, 2016. • Cabos loose têm o espaço vazio dos tubos de transporte preenchido por gel siliconado, que confere amortecimento adicional às fibras, além de proteção térmica. Esses cabos são mais indicados para operação externa aérea. Cabos com alta densidade de fibras dispostas paralelamente e em camadas (cabos ribbon) são montados na configuração loose. As normas técnicas de instalação vetam o uso desses cabos em ambientes internos por terem potencial de propagação de chamas e apresentarem dificuldades de manutenção e emenda em ambientes confinados; • Cabos tight forçam o contato direto das fibras com o tubo de transporte, transferindo parte do esforço mecânico para estas, mas têm dimensões menores. A rigidez mecânica do conjunto apresenta ainda vantagens em relação à dobra, resistindo a microdobras eficientemente. Dessa forma, as principais aplicações são internas ou em cabeamentos subterrâneos de short haul. 4.2 Redes aéreas Redes ópticas aéreas são a solução mais econômica para construção e operação de last mile óptico (também chamado de distribuição de 19 telecomunicações por similaridade com a distribuição de energia elétrica). Construções de backbones ópticos em redes aéreas não são usuais, exceto, eventualmente, no segmento urbano dessas redes. O principal motivo para essa diferença está no aproveitamento da estrutura de suspenção. Nos segmentos urbanos, há sempre posteamento para distribuição elétrica implantado. A operadora de telecomunicações, então, aluga a infraestrutura elétrica para seu uso. Nos enlaces de long haul entre cidades, esse posteamento está normalmente ausente. Soluções de backbone interurbano, entretanto, existem, pelo uso das torres de alta tensão, com a troca do cabo guarda por OPGWs, por exemplo. Outra motivação para a escolha de backbones subterrâneos é a confiabilidade do enlace. Redes aéreas são mais suceptíveis a rompimentos que aquelas enterradas. Nas implantações de redes aéreas, são utilizados dois tipos de instalações: autossustentada ou espinada. As instalações autossustentadas dependem do uso de cabos apropriados, que possuem um elemento de tração localizado acima do tubo de transporte dito mensageiro, o qual sustentará o peso e os esforços mecânicos do cabo. Outra possibilidade é distribuir a carga de sustentação na forma de uma fibra polimérica associada à malha de tração (veja figura abaixo). Figura 14 – Cabos autosustentados Crédito: Elias Aleixo. Esses cabos possuem um tubo de transporte para acomodação das fibras, normalmente loose, metálico ou dielétrico, e seguem as normas técnicas ABNT 14160 e requisitos técnicos da ANATEL. Eles normalmente são denominados CFOx-AS (cabo de fibra óptica autossustentado) e suportam suspensão, normalmente de até 80 m entre postes. As instalações aéreas espinadas dependem do laçamento prévio de mensageiro ou cordoalha. O cabo óptico é então espinado, ou seja, justaposto à 20 cordoalha e fixado nela pelo arame de espinar com o uso de uma máquina espinadeira. Cabos apropriados para esse uso podem ser loose ou tight e seguem a norma ABNT NBR 14566. A figura abaixo ilustra uma cordoalha em aço para sustentação de cabos de telecomunicações. Figura 15 – Cordoalha metálica Crédito: Brustolin, 2021, com base em Pinheiro, 2016. 4.3 Redes subterrâneas O processo de implantação de cabeamentos ópticos é, por excelência, o subterrâneo. A obra de implantação de cabos subterrâneos, entretanto, é mais demorada e custosa que as obras aéreas. Uma obra dessa natureza, de maneira geral, inicia-se pela implantação do duto primário, que pode ser constituído de uma canaleta de concreto ou de dutos (cerâmicos ou de PVC) de grande bitola, enterrados em profundidades que variam entre 35 cm (calçadas urbanas) e 150 cm (em rodovias). No caso de uso de dutos, será necessário preparar o substrato com camadas de brita para amortecer o esmagamento. Caixas de passagem precisam ser construídas com espaçamento que dependerá das características de implantação e do tipo de cabo. No interior do duto primário, são lançados subdutos de PVC, que acomodarão os cabos ópticos. Existem várias técnicas de lançamento dos cabos ópticos nos subdutos, as mais comuns são o puxamento, com uso de cordoalha guia, ou o sopramento. No último caso, tubetes estanques são implantados no interior do subtudo e as fibras são sopradas em seu interior conforme a necessidade de expansão. Há cabos que permitem o soterramento simples, ditos diretamente enterrados, 21 porém, suas aplicações são geralmente restritas a distâncias curtas em áreas protegidas de esmagamento. Um cuidado importante na implantação de cabos é a proteção contra roedores, que são de longe a maior causa de rompimentos de cabos enterrados. Figura 16 – Cabo protegido contra roedores Crédito: Jefferson Schnaider. 4.4 OPGW Algumas aplicações especiais de cabos exigem processos construtivos mais complexos. As concessionárias de energia elétrica possuem redes de distribuição que interconectam praticamente todas as cidades de um país. Essas redes de alta tensão são mantidas por equipes especializadas e contam com condições especialíssimas de caminhamento. Essas características tornam estes cabos elétricos ótimas opções para suportar cabos ópticos em seu interior, principalmente por ser a comunicação óptica imune à interferência da rede elétrica. Cabos OPGW (Optical Ground Wires ou cabos terra ópticos) utilizam os cabos para-raios que acompanham a rede de transmissão elétrica. Os cabos de transmissão de energia são formados pela torção de certa quantidade de fios rígidos, ditos tentos, sobre sí mesmos, à semelhança de uma 22 grande cordoalha.Um OPGW possui um tubo oco como núcleo desta estrutura. No interior desse tubo, são inseridas as fibras ópticas em uma configuração que se assemelha aos cabos loose, como representado abaixo. Figura 17 – Cabo OPGW Crédito: Brustolin, 2021, com base em Pinheiro, 2016. Cabos OPGW são extremamente estáveis e resistentes, adicionando disponibilidade única à rede óptica. TEMA 5 – REDES ÓPTICAS DE ACESSO As redes ópticas, bem como seus elementos e equipamentos, foram originalmente pensadas para atendimento a grandes taxas e distâncias de transmissão. A disseminação e popularização de taxas elevadas de comunicação para uso domiciliar e de pequenos negócios gerou demanda por redes de acesso (last miles) adaptadas a essa nova realidade. Nesses projetos, é necessário manter os custos em níveis baixos, dadas as baixas contribuições mensais dos assinantes, assim, respeitar as redes legadas e implantar sistemas resilientes de baixa manutenção é essencial. 5.1 Redes PON A primeira resposta a essas restrições econômicas são as redes PON (Passive Optical Networks ou redes ópticas passivas). Tais redes utilizam CWDMs bidirecionais em fibra única. 23 Uma rede PON se origina em um nó da operadora, que realiza a conversão eletro-óptica (OLT – Optical Line Terminator), conectado a FCPs (Fiber Concentration Points ou concentradores primários), situados a uma dezena de quilômetros do nó. Em um FCP, o cabo óptico de alimentação é particionado em cabos de menor capacidade e custo, que se conectam com concentradores secundários, ditos NAP (Network Access Point), situados a poucas centenas de metros do FCP. Do NAP partem cabos de acesso de uma fibra normalmente em direção ao ONT (Optical Network Terminator) nas dependências do cliente. Quando a instalação do ONT no cliente não é possível, um elemento dito ONU (Optical Network Unit) é instalado no posteamento ou caixa de entrada mais próximo a ele. Abaixo, vemos a representação de uma rede PON. Figura 18 – Arquitetura da rede PON Crédito: Brustolin, 2021, com base em Pinheiro, 2016. É importante enfatizar que por meio do nó da operadora, todo o processo se dá em nível óptico, sem componentes ativos. Um FCP, por exemplo, normalmente é uma caixa de emenda óptica fixada em um poste ou suspensa no cabo. 5.2 Projeto de Redes PON Conforme comentamos, redes PON devem ser obras de baixo custo. Dessa forma, os cuidados terão este foco como prioritário. O projeto se iniciará pela análise da rede existente e eventual necessidade de expansão. 24 O principal fator de impacto na implantação de um novo usuário é a escolha do caminhamento dos cabos envolvidos no atendimento. Essa escolha é antecedida pela estratégia de crescimento da rede, ou seja, uma rede deve possuir critérios prévios para definir em que momento novos investimentos serão feitos. Dessa forma, mesmo que se tenha um NAP suficientemente próximo ao cliente, a decisão pela criação de um novo NAP pode ser tomada para manter a estratégia de crescimento. Suponha, por exemlo, que se deseje, no ponto final de crescimento da rede, manter 2 NAPs por quadra. Supondo, ainda, uma quadra padrão de 100 m, com um NAP apenas instalado, se um novo cliente estiver localizado a mais de 50 m desse NAP, pode-se encetar a instalação de um novo ponto de acesso secundário. Naturalmente, essa decisão depende, também, do potencial de compra do entorno da nova conexão. Da mesma forma, ao se decidir instalar novo NAP, deve-se verificar à qual FCP devemos conectá-lo. Um FCP deve estar associado a uma área de cobertura prevista e a uma disponibilidade de fibras para tal cobertura. A escolha do caminhamento do cabo entre o FCP e o NAP define, em sua maior parte, a viabilidade dessa extensão de rede. Analogamente, novos FCPs podem ser necessários e sua implantação deve vir acompanhada do planejamento de cobertura. Uma observação importante no que tange ao uso do posteamento elétrico existente: cada poste tem uma limitação máxima de esforço mecânico e de momento direcional. Ao escolher o caminhamento, é necessário verificar, junto à concessionária, como está a ocupação do poste. Por vezes, o caminhamento precisará ser alterado ou, eventualmente, a operadora de telecomunicações deverá implantar poste próprio, o que alterará o projeto original. Equacionada esta primeira fase, segue-se à análise física, que levantará as necessidades de obra para a implantação, com especial foco na necessidade de componentes passivos, comprimento óptico e emendas ópticas. Ainda, deve- se impor cuidado ao cálculo das reservas técnicas de cabeamento, necessárias à manutenção e ao cumprimento do planejamento de expansão. Esses fatores impactarão no cálculo da potência de recepção, que será realizado nos mesmos moldes propostos na seção anterior desta aula. Esse cálculo, associado ao que antes citamos sobre o caminhamento, estabelecerá a viabilidade do projeto. 25 5.3 Redes FTTx A evolução das necessidades de banda pelos usuários singulares levou a uma resposta das operadoras de telecomunicações, que passaram a levar o backbone óptico gradativamente mais próximo do cliente final. A FFTC (Fiber to the Curb) talvez tenha sido a última antecessora da FTTO (fiber to the office), quando a fibra finalmente chegou aos pequenos negócios. A partir desse momento, criou-se o acrônimo FTTx, que identificaria a possibilidade da chegada da rede óptica de alto desempenho e qualidade a qualquer lugar. O objetivo da FTTx não difere daquele que estudamos em sua tecnologia irmã PON, porém, nesta técnica não existe o paradigma da rede passiva, embora ela seja conservada, conforme nos aproximamos do usuário final. Redes FTTx são planejadas para prover serviços multimídia transparentes virtualmente sem limitação de banda. As topologias FTTx não estão presas à árvore PON. Anéis e links ponto a ponto e ponto multiponto são admissíveis, coexistindo com a arquitetura clássica. FINALIZANDO Nesta aula, estudamos protocolos de iluminação de fibras ópticas e conhecemos aspectos construtivos de cabos ópticos, desenvolvidos para as várias aplicações em implantações de redes. Tomamos conhecimento de procedimentos rudimentares de projeto de backbone óptico, bem como de redes de acesso ópticas, de forma a construirmos subsídios para a análise de adequabilidade da escolha de redes ópticas como soluções de transmissão e acesso. Nas próximas aulas, estudaremos uma alternativa às redes ópticas, de maior flexibilidade e facilidade de implantação. 26 REFERÊNCIAS AMAZONAS, J. R. D. A. Projeto de Sistemas de Comunicações Ópticas. Editora Barueri: Manole, 2005. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520438534/>. Acesso em: 17 ago. 2021. CABLENA Brasil. Fabricante de cabos ópticos e elétricos. Disponível em: <https://www.cablena.com.br/cabos-opticos/>. Acesso em: 17 ago. 2021. ITU – International Telecommunications Union. Recomendações Série G. Disponível em: <https://www.itu.int/rec/T-REC-G.709/>. Acesso em: 17 ago. 2021. KEISER, G. K. Comunicações por Fibras Ópticas. Porto Alegre: Grupo A, 2014. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553987/>. Acesso em: 17 ago. 2021. PINHEIRO, J. Redes Ópticas de Acesso em Telecomunicações. Grupo GEN, 2016. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155329/>. Acesso em: 17 ago. 2021. RAMASWAMI, R.; SIVARAJAN, K.; SASAKI, G. Optical networks: a practical perspective. 3. ed. Burlington: Morgan Kaufmann, 2010. RIBEIRO, J. R. J. A. Comunicações Ópticas. São Paulo: Saraiva, 2009. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536521930/>. Acesso em: 17 ago. 2021.
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