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DIFICULDADE CONTRAMAJORITÁRIA É a crítica que se faz aos membros da jurisdição constitucional em virtude de estes membros não serem eleitos pelo povo e, mesmo assim, deterem competência para reconhecer a inconstitucionalidade de uma lei. . Segundo parte da doutrina, os membros do Poder Judiciário não teriam legitimidade para controlar a constitucionalidade de leis aprovadas pela maioria dos representantes do povo, já que os membros do Poder Legislativo são escolhidos diretamente através do voto, o que não ocorre com os membros do Poder Judiciário; daí a denominação do conceito, pois o Judiciário, ao exercer o controle de constitucionalidade, atuaria contra a opinião majoritária do Legislativo, eleito pelo povo. . Esta é uma discussão histórica nos Estados Unidos da América, que, aos poucos, começa a ganhar força também no Estado brasileiro. . Sobre este ponto, é a lição de Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto: “A legitimidade democrática da jurisdição constitucional tem sido questionada em razão da ‘dificuldade contramajoritária’ do Poder Judiciário, que decorre do fato de os juízes, apesar de não serem eleitos, poderem invalidar as decisões adotadas pelo legislador escolhido pelo povo, invocando, muitas vezes, normas constitucionais de caráter aberto, que são objeto de leituras divergentes na sociedade. . [...] A crítica ao controle jurisdicional de constitucionalidade insiste que, em casos assim, a decisão sobre a interpretação mais correta da Constituição deve caber ao próprio povo ou aos seus representantes eleitos e não a magistrados” (SARMENTO, Daniel e SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional: teoria, história e métodos de trabalho. Belo Horizonte: Fórum, 2013, p. 31).
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