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CONSTITUIÇAO. COM ou CROWDSOURCING Denomina-se “constituicao.com” ou “crowdsourcing” a carta fundamental de determinado Estado que foi elaborada com o apoio maciço dos usuários da internet. . Já há países que possuem um canal sólido e direto entre os internautas e o Poder Legislativo. O tema da “constituição.com” ainda não é muito trabalhado no Brasil, embora exista um canal de “e-democracia” que, de certa forma, é um sinal neste sentido. O canal pode ser acessado através do link: https://edemocracia.camara.gov.br. . Sobre este ponto, é a lição de Uadi Lammego Bulos: “Constituição.com é aquela cujo projeto conta com a opinião maciça dos usuários da internet, que, por meio de sites de relacionamento, externam seu pensamento a respeito dos temas a serem constitucionalizados. . Desse modo, pelo sugestivo nome “constituição.com” os governos aproveitam as redes sociais de internet para escreverem novas cartas constitucionais para seus respectivos Estados. Foi a Islândia que, pioneiramente, fez, no ano de 2011, uma “constituição.com” (crowdsourcing). . A Carta Maior islandesa era de 1944. Como este país, situado no norte da Europa, tem uma população pequena, cerca de 311 mil habitantes, com elevado nível educacional, ficou fácil disseminar, pela web, a terminologia crowdsourcing, isto é, feitura de projetos com ajuda de internautas. Na Islândia, 97% da população usa a internet, sendo que 64,8% acessam o Facebook. Isso facilitou, sobremaneira, a discussão de várias propostas, dentre as quais a publicidade dos documentos governamentais, a definição das permissões de uso dos recursos naturais, a mudança do semipresidencialismo pelo parlamentarismo, a revisão do status de religião estatal, conferido à igreja evangélica luterana e a recuperação de propriedades roubadas. . Assim, as reuniões da Assembleia Constituinte foram transmitidas online, permitindo aos internautas opinarem a respeito da nova Constituição islandesa. Tais opiniões foram convertidas em um rascunho constitucional, entregue ao Parlamento em 29 de julho de 2011. . https://edemocracia.camara.gov.br/ A ideia de constituição. com, muito mais do que aquecer os debates sobre a importância do uso da rede mundial de computadores, serve para polarizar as discussões em torno do uso de sites no processo constituinte. Os islandeses distribuíram-se em duas correntes sobre o tema. Para uns, a internet não ajuda a democracia. . O que os governos deveriam fazer é vigiar os cidadãos, identificar e prender dissidentes, em vez de permitir o uso da web para se debater o próprio ato de feitura das constituições. Outros, numa linha mais avançada e condizente com a realidade de nosso tempo, acreditam que a internet amplia os canais democráticos, pluralizando o debate constitucional, mediante a consagração de ferramentas cotidianas, como o Facebook, o Twitter e o YouTube”. (BULOS, Uadi Lammego, Curso de Direito Constitucional . 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014, pp. 112-113).
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