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Cap 14 desenvolvimento psicossocial adulto

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CAPÍTULO 14
DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NO INÍCIO DA VIDA ADULTA E NO ADULTO JOVEM
Psi. do Desenvolvimento 2
Profª Dra. Leylanne Martins
INÍCIO DA VIDA ADULTA: padrões e tarefas
CAMINHOS VARIADOS PARA A VIDA ADULTA
Os caminhos individuais para a vida adulta são influenciados pelos fatores:
Gênero, capacidade acadêmica, primeiras atitudes em relação à educação, raça, etnia, expectativa do final da adolescência e classe social.
Desenvolvimento do ego: combinação da capacidade de entender a si próprio e ao seu mundo, de integrar e sintetizar o que percebe e conhece, e de encarregar-se do planejamento do próprio curso de vida.
As influências familiares são importantes.
DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE:
Erik Erikson considerava a busca por identidade uma tarefa para a vida toda, focalizada, em grande parte, na adolescência.
O início da vida adulta oferece um certo alívio, das pressões do desenvolvimento e permite aos jovens a liberdade de experimentar vários papéis e estilos de vida.
Representa também um ponto crucial por conta dos compromissos do papel adulto.
RECENTRALIZAÇÃO:
processo subjacente à mudança para uma identidade adulta.
Tarefa primária no início da vida adulta.
Processo de três estágios:
1- início da idade adulta - o indivíduo ainda está inserido na família de origem, mas as expectativas de autoconfiança e autodirecionamento começam a aumentar.
2- durante a idade adulta – o indivíduo permanece conectado à família de origem ( e pode ser dependente financeiramente dela) , mas não está mais inserido nela.
Envolvimentos temporários e exploratórios em uma variedade de cursos universitários, empregos e relacionamentos íntimos.
Próximo do seu final, o indivíduo está começando a assumir compromissos sérios e obtendo os recursos para sustentá-los.
3- geralmente em torno dos 30 anos, o indivíduo entra no período adulto jovem.
Independência da família de origem (embora mantendo vínculos estreitos com outra pessoa) e compromissos com uma carreira, com um relacionamento amoroso e possivelmente com filhos.
Moratória contemporânea: crise autoconsciente que leva a resolução.
Moratória Psicossocial: compasso de espera nos 
compromissos adultos. 
É um período de pausa necessária a muitos jovens, 
de procura de alternativas, experimentação de 
papéis, que vai permitir um trabalho de elaboração 
interna.
Exploração da identidade racial/
étnica:
Identidade étnica: identidade da pessoa como membro de um determinado grupo étnico e é parte da identidade social mais ampla de um indivíduo.
Identidade étnica segura está relacionada à maior aceitação de outros grupos, podendo resultar em interações mais positivas entre grupos diferentes e em reduções na discriminação.
DESENVOLVENDO RELACIONAMENTOS ADULTOS COM OS PAIS
Quando os jovens saem de casa, precisam concluir a negociação de autonomia iniciada na adolescência e redefinir seu relacionamento com os pais como um relacionamento entre adultos.
Pais que não são capazes de reconhecer esta mudança podem retardar o desenvolvimento dos filhos.
Influências sobre os relacionamentos com os pais:
Os adultos emergentes (em desenvolvimento, com potencial para crescer) ainda necessitam de aceitação, empatia e apoio dos pais, e o apego a eles continua sendo um ingrediente fundamental do bem estar.
Quando se vê “preso no meio” entre dois pais conflitantes, pode haver consequências negativas.
Incapacidade de “soltar as amarras”
Visão em grande parte incorreta – adultos jovens que não se mudam da casa dos pais são preguiçosos e egoístas, que se recusam a crescer e a aceitar responsabilidades.
São forçados a permanecer um pouco dependentes por preocupações econômicas e pela necessidade de obter treinamento ou escolarização em um grau maior que as gerações anteriores.
Filhos adultos que continuam a morar com os pais podem ter problemas para renegociar seu relacionamento.
O processo pode ser gradual e levar muitos anos, especialmente quando o filho ainda necessita de apoio financeiro dos pais.
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE:
ABORDAGENS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DO ADULTO:
1.MODELOS DO ESTÁGIO NORMATIVO: Erikson, George Eman Vaillant, Daniel J. Levinson e Harry Helson
Sustentam que os adultos seguem uma sequência básica de mudanças psicossociais relacionados à idade.
As mudanças são normativas porque parecem ser comuns à maioria dos membros de uma população e surgem em períodos sucessivos, ou estágios, às vezes marcados por crises emocionais que preparam o caminho para o desenvolvimento.
O que é normativo depende das expectativas sobre o momento dos eventos da vida naquela cultura.
6º ESTÁGIO DE ERIK ERIKSON – INTIMIDADE E ISOLAMENTO: 
Se os adultos jovens não conseguem assumir compromissos pessoais profundos com os outros, correm o risco de tornarem-se excessivamente isolados e absorvidos em si mesmos.
Entretanto, necessitam de algum isolamento para refletirem sobre suas vidas.
À medida que trabalham para resolver demandas conflitantes de intimidade, competitividade e distância, eles desenvolvem um sentido ético – marca do adulto - Erikson 
Adultos jovens que desenvolveram um forte sentido de self durante a adolescência estão em melhor posição para fundir sua identidade com a de outra pessoa
Para muitas pessoas hoje, o processo de formação da identidade se estende até a idade adulta, e, portanto, de acordo com Erikson, a conquista de intimidade também deve ser adiada.
Resolução deste estágio – resulta na virtude do amor: a devoção mútua entre parceiros que escolheram compartilhar suas vidas, ter filhos e ajudá-los a alcançar seu próprio desenvolvimento saudável.
Mensagem mais importante deste estágio: 
O desenvolvimento não é meramente chegar à idade adulta.
Os seres humanos continuam a mudar e a se desenvolver durante toda a vida.
1.MODELOS DO ESTÁGIO NORMATIVO
Levinson  estrutura de vida em desenvolvimento
O padrão ou projeto subjacente da vida de uma pessoa em um determinado momento.
Estrutura constrói-se em torno de tudo que uma pessoa considera mais importante, geralmente o trabalho e a família.
As pessoas moldam suas estruturas de vida durante épocas. Essas épocas têm suas próprias tarefas, cuja realização torna-se a base para a próxima estrutura de vida. São ligadas por períodos transicionais, quando as pessoas reavaliam suas vidas e pensam em reestruturá-las.
Vaillant  mecanismos de adaptação
(1) maduro - como utilizar humor para se adaptar, ajudar os outros etc.;
(2) imaturo - como desenvolver queixas e dores sem base física;
(3) psicótico - distorcer ou negar a realidade;
e (4) neurótico - reprimir a ansiedade ou desenvolver medos irracionais.
As pessoas que utilizavam mecanismos maduros eram mental e fisicamente mais saudáveis, mais felizes do que os outros; obtinham mais satisfação com o trabalho, desfrutavam de amizades mais ricas, ganhavam mais dinheiro e pareciam mais bem ajustados.
2. MODELOS DO MOMENTO DOS EVENTOS:
Bernice Neugarten 
Sustenta que o curso do desenvolvimento depende de quando certos eventos ocorrem na vida das pessoas.
As pessoas geralmente tem plena consciência tanto do seu momento quanto do relógio social – as normas e expectativas de sua sociedade para o momento apropriado dos eventos de vida.
Se os eventos ocorrem na hora certa, o desenvolvimento prossegue sem problemas. Se não, pode ocorrer estresse, que pode surgir de um evento inesperado, de um evento que acontece fora de hora ou da não ocorrência de um evento esperado e desejado.
O estresse pode originar-se:
de um evento inesperado (perder o emprego); 
de um evento que acontece fora de hora (ficar viúvo) e
da não ocorrência de um evento esperado e desejado (ter um filho).
As diferenças de personalidade influenciam a forma como as pessoas respondem aos eventos de vida e podem mesmo influenciar seu momento.
O momento típico dos eventos varia de uma cultura para outra e de uma geração para outra.
Este modelo enfatiza o curso de vida individual e desafia a ideiade mudança universal, relacionada à idade.
Sua utilidade pode ser limitada a culturas e a períodos históricos nos quais as normas de comportamento são estáveis e generalizadas.
2. Modelo de momento dos Eventos
Ao contrário de considerar o desenvolvimento da personalidade adulta em função da idade, o modelo sustentado por Bernice Neugarten e outros afirma que o curso do desenvolvimento depende de quando os eventos ocorrem na vida das pessoas. 
Eventos de vida normativos
”Na hora certa” ou “fora de hora”
Relógio social  conjunto de normas ou de expectativas culturais para os momentos da vida em que certos eventos importantes.
3. Personalidade – Modelo de traços
Modelos de Traços: Os Cinco Fatores de Costa e McCrae (“The Big 5”)
Modelos de traço: procuram estabilidade ou mudanças nos traços ou facetas da personalidade.
Paul T. Costa e Robert R. McCrae, pesquisadores do Instituto Nacional de Envelhecimento, desenvolveram e testaram um modelo de cinco fatores composto por itens que parecem embasar cinco grupos de traços associados: 
Neuroticismo;
Extroversão;
Abertura à experiência;
Conscienciosidade;
Amabilidade / Nível de socialização.
3. Personalidade – Modelo de traços
 (1) Neuroticismo - conjunto de 6 traços que indicam instabilidade emocional: ansiedade, hostilidade, depressão, constrangimento, impulsividade e vulnerabilidade.
Pessoas altamente neuróticas são nervosas, medrosas, irritadiças e sensíveis a críticas e irritam-se com facilidade. Podem sentir-se tristes, desesperançosas, solitárias, culpadas e sem valor.
(2) Extroversão - tem 5 facetas: afetividade, espírito gregário, assertividade, atividade, busca de excitação e emoções positivas. Os extrovertidos são sociáveis e gostam de atenção. Mantêm-se ocupados e ativos; estão sempre em busca de excitação e apreciam a vida.
3. Personalidade – Modelo de traços
(3) Abertura a novas experiências - pessoas com pontuações elevadas gostam de novidades e tendem a ser criativas. Na outra ponta da escala estão os convencionais e ordeiros, os que gostam da rotina e têm senso aguçado do certo e do errado
(4) Conscienciosidade - aqueles com altas pontuações apresentam grande motivação, são disciplinados, comprometidos e confiáveis. Os que apresentam resultados baixos são indisciplinados e se distraem facilmente.
(5) Amabilidade / Nível de socialização - modo como nos relacionamos com os outros. Muitos pontos indicam uma pessoa compassiva, amistosa e calorosa. Na outra extremidade estão os retraídos, críticos e egocêntricos.
Estudos constataram que as pessoas mudam muito pouco nesses aspectos após os 30 anos.
3. Personalidade – Modelo de traços
4. Modelos tipológicos
Block (1971) foi um pioneiro da abordagem tipológica.
Abordagem examina a personalidade como um todo operante que afeta e reflete atitudes, valores, comportamento e interações sociais.
Alguns pesquisadores, trabalhando de forma independente, identificaram diversos tipos básicos de personalidade, que agruparam em 3 tipos de Ego.
3 tipos de ego:
Ego-resiliente
Supercontrolado
Subcontrolado
Os três tipos diferem em:
 Resiliência do Ego: Adaptabilidade sob estresse
 Controle do Ego: Autocontrole
A amizade na juventude
As amizades nessa fase da vida tendem a se centrar nas atividades de trabalho e de criação dos filhos e no compartilhamento de segredos e conselhos. 
Geralmente se baseiam em interesses e valores mútuos e desenvolvem-se entre pessoas da mesma geração ou na mesma etapa de vida familiar, que validam as crenças e o comportamento uma das outras.
Jovens solteiros dependem mais das amizades para preencher suas necessidades sociais do que jovens casados ou pais jovens.
Os recém-casados possuem o maior número de amigos. 
O número de amigos e a quantidade de tempo passado em sua companhia geralmente diminui na meia idade.
Jovens adultos que estão construindo carreiras ou cuidando de bebês têm tempo limitado para passar com amigos. Mesmo assim, as amizades são importantes.
As pessoas que têm amizades de qualidade tendem a ter uma sensação de bem-estar, se sentirem bem consigo mesmas, têm menos tendência a sentimentos de solidão e inferioridade.
O amor na juventude
Para Sternberg, o amor é uma história. Os amantes são seus autores, e o tipo de história que eles formam reflete suas personalidades e seus sentimentos sobre o relacionamento. 
As pessoas não "caem de amor"; elas o criam, constroem.
As "histórias" de amor também diferem historicamente e entre as culturas.
Teoria Triangular do Amor (Sternberg)
3 elementos do amor: intimidade, paixão e comprometimento. 
Intimidade - elemento emocional; envolve auto revelação, a qual leva à conexão, afetuosidade e confiança.
Paixão - elemento motivacional; baseia-se em impulsos internos que traduzem a excitação fisiológica em desejo sexual.
Comprometimento - elemento cognitivo; é a decisão de amar e de ficar com o ser amado. 
O grau em que cada um desses três elementos está presente determina que tipo de amor as pessoas têm.
Teoria triangular do amor - Sternberg
	Tipo	Descrição
	Não-amor / Desamor	Todos os 3 componentes do amor - intimidade, paixão e comprometimento — estão ausentes. Maioria dos relacionamentos pessoais, que são apenas interações casuais.
	Afeição / Amizade	Intimidade é o único componente presente. Existe proximidade, compreensão, apoio emocional, afeição, vinculação e afetuosidade. Não há paixão nem comprometimento.
	Paixão	A paixão é o único componente presente. Este é o "amor à primeira vista", uma forte atração física e sexual, sem intimidade ou comprometimento.
	Amor vazio	O comprometimento é o único componente presente. Esse tipo de amor costuma estar presente em relacionamentos de longo prazo que perderam a intimidade e a paixão ou em casamentos arranjados.
	Amor romântico	Intimidade e paixão estão presentes. Amantes românticos sentem-se emocionalmente ligados e fisicamente atraídos um pelo outro. Contudo, não estão comprometidos.
	Amor companheiro	Intimidade e comprometimento estão presentes. É uma amizade de longo prazo, que costuma ocorrer em casamentos em que a atração física se extinguiu, mas em que os parceiros sentem-se próximos.
	Amor ilusório	Paixão e comprometimento estão presentes, sem intimidade. Leva a um namoro em turbilhão, em que um casal compromete-se com base na paixão sem se dar tempo para desenvolver intimidade.
	Amor verdadeiro	Todos os 3 componentes estão presentes. É mais fácil alcançar esse amor do que manter-se nele. Cada parceiro pode mudar. Se o outro parceiro muda também, o relacionamento pode perdurar de uma maneira diferente. Se o outro parceiro não muda, o relacionamento pode se dissolver.
ESTILOS DE VIDA CONJUGAIS E NÃO CONJUGAIS
Vida de solteiro: Alguns gostam de liberdade sexual. Outros acham o estilo de vida excitante.
Alguns apenas gostam de estar sozinhos. Outros adiam ou evitam o casamento por medo que ele acabe em divórcio.
Relacionamentos homossexuais: Casais homossexuais tendem a ser pelo menos tão satisfeitos com seus relacionamentos quanto casais heterossexuais
Casamento: Na maioria das sociedades, o casamento é considerado a melhor forma de garantir a proteção e a criação dos filhos. Permite a divisão do trabalho e uma partilha de bens materiais.
Paternidade / maternidade
Divórcio
Novo casamento (padrasto / madrasta)

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