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DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NO INÍCIO DA VIDA ADULTA E NO ADULTO JOVEM

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DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL NO INÍCIO DA VIDA ADULTA E NO ADULTO JOVEM 
Antes da década de 1960, os jovens nos Estados Unidos normalmente concluíam o ensino médio, saíam 
de casa, arrumavam um emprego, casavam-se e tinham filhos, nesta ordem. Contudo, os tempos 
mudaram e, atualmente, o início da vida adulta é visto por muitos jovens como um momento de 
experimentação antes de assumir os papéis e as responsabilidades dessa nova fase. 
INFLUÊNCIA SOBRE OS CAMINHOS PARA A VIDA ADULTA 
Os caminhos individuais para a vida adulta são influenciados por fatores como gênero, capacidade 
acadêmica, primeiras atitudes em relação à educação, etnia, expectativas do final da adolescência e 
classe social. Cada vez mais, adultos emergentes de ambos os sexos prolongam a educação escolar e 
adiam a paternidade/maternidade (Osgood et al., 2005), e estas decisões geralmente são fundamentais 
para o sucesso futuro no trabalho (Sandefur et al., 2005) bem como para o bem-estar atual. 
Alguns adultos emergentes têm mais recursos – financeiros e de desenvolvimento – do que outros, o 
que depende do desenvolvimento do ego: uma combinação de capacidade de entender a si próprio e ao 
seu mundo, de integrar e sintetizar o que percebe e conhece, e de encarregar-se do planejamento do 
próprio curso de vida. Para isso, a influência da família é relevante. Adultos menos maduros eram mais 
propensos a ter tido pais que, aos 14 anos, inibiam a sua autonomia, os desvalorizavam e eram mais 
hostis em suas conversas (Billings, Hauser e Allen, 2008). Quanto mais desenvolvido o ego de um adulto, 
mais preparado ele estará para uma vida independente. 
DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE NO INÍCIO DA VIDA ADULTA 
O início da vida adulta oferece uma moratória, ou um alívio, das pressões do desenvolvimento e permite 
aos jovens a liberdade de experimentar vários papéis e estilos de vida. Entretanto, ela também 
representa um ponto crucial durante o qual os compromissos do papel adulto gradualmente se 
cristalizam. 
RECENTRALIZAÇÃO: nome dado ao processo subjacente à mudança para uma idade adulta, o qual 
apresenta três estágios que envolvem poder, responsabilidade e tomada de decisão. 
• ESTÁGIO 01: esse estágio representa o início da idade adulta emergente, no qual o sujeito ainda 
está inserido na família de origem, mas as expectativas de autoconfiança e autodirecionamento 
começam a aumentar. 
• ESTÁGIO 02: ocorre durante a idade adulta emergente. Nesse estágio, o indivíduo permanece 
conectado à família de origem (e pode ser financeiramente dependente dela) mas não está mais 
inserido nela. Próximo ao seu final, o indivíduo começa a assumir compromissos sérios e a obter 
recursos para sustentá-los. 
• ESTÁGIO 03: ocorre geralmente em torno dos 30 anos, quando o indivíduo entra no período 
adulto jovem. Este estágio é marcado por independência da família de origem (embora mantendo 
vínculos estreitos com ela) e compromisso com uma carreira, com um relacionamento amoroso e 
possivelmente com filhos. 
A MORATÓRIA CONTEMPORÂNEA: a moratória diz respeito a uma crise autoconsciente que leva à 
resolução. Aproximadamente 15% dos jovens adultos parecem regredir durante este período, e cerca da 
metade não apresenta qualquer mudança (Kroger, Martinussen e Marcia, 2009). Em vez de explorar 
ativa e cuidadosamente sua identidade, muitos adultos jovens parecem fazer pouca deliberação ativa e 
consciente, em vez disso adotando uma abordagem passiva (difusa) ou deixando os pais tomarem as 
rédeas de sua vida (execução). Não obstante, aproximadamente 3 de cada 4 jovens estabelecem algum 
tipo de identidade ocupacional no final da terceira década de vida. A confusão de identidade persiste 
para 10 a 20%, que não possuem o que Erikson chamou de fidelidade: fé em alguma coisa maior do que 
eles próprios (Côté, 2006). 
EXPLORAÇÃO DA IDENTIDADE ÉTNICA: a exploração da identidade é um pouco diferente para os 
grupos minoritários étnicos do que para a maioria da população branca. Muitos jovens de grupos 
minoritários, geralmente por questões econômicas, precisam assumir responsabilidades de adultos mais 
cedo do que seus pares. Ao mesmo tempo, eles tendem a valorizar as relações familiares íntimas e 
interdependentes e podem sentir-se obrigados a ajudar suas famílias financeiramente. Eles podem sofrer 
pressão para casar e ter filhos em uma idade precoce, ou a entrar no mercado de trabalho imediatamente 
em vez de ir para a universidade. Além disso, esses jovens precisam lidar com questões de identidade 
especiais relativas à sua etnia, o que pode se estender bem além da terceira década de vida. 
No caso de estarem vivendo em ambientes fora de sua cultura de origem, eles podem começar a 
questionar os valores tradicionais de seu grupo étnico. Para alcançar uma identidade étnica segura, eles 
devem vir a entender-se como parte de um grupo étnico e como parte da sociedade mais ampla. Jovens 
multirraciais têm o desafio adicional de descobrir onde eles se enquadram. 
A identidade étnica segura está relacionada à autoestima mais alta (Phinney et al., 2001; Umana-Taylor 
e Updegraff, 2006) e envolve sentimentos positivos tanto em relação à própria identidade pessoal quanto 
à cultura mais ampla. E, por isso, está ligada à maior aceitação de outros grupos, resultando em 
interações mais positivas entre grupos distintos e em reduções na discriminação. 
 
DESENVOLVENDO RELACIONAMENTOS ADULTOS COM OS PAIS 
Quando os jovens saem de casa, eles precisam concluir a negociação de autonomia iniciada na 
adolescência e redefinir seu relacionamento com seus pais como um relacionamento entre adultos. Pais 
que são incapazes de reconhecer esta mudança podem retardar o desenvolvimento de seus filhos. 
Embora não sejam mais crianças, os adultos emergentes ainda necessitam de aceitação, empatia e 
apoio dos pais, e o apego a eles continua sendo muito importante para o bem-estar. O apoio financeiro 
dos pais aumenta as chances de sucesso na vida adulta. 
Determinado estudo realizado com mais de 900 famílias neozelandesas sugere que os pais e os filhos 
adultos jovens se entendem melhor quando o jovem está seguindo um curso de vida esperado, mas 
adiou a responsabilidade da paternidade/maternidade até que os outros papéis adultos estejam bem 
estabelecidos (Belsky et al., 2003). 
A qualidade do relacionamento entre pais e filhos adultos pode ser afetada pelo relacionamento entre a 
mãe e o pai (Aquilino, 2006). Quando o adulto jovem se vê “preso no meio” entre dois pais conflitantes, 
transmitindo mensagens de um genitor para o outro, e tentando minimizar os conflitos entre eles (Amato 
e Afifi, 2006), pode haver consequências negativas. 
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE 
As quatro abordagens ao desenvolvimento psicossocial do adulto são representadas pelos modelos do 
estágio normativo, modelo do momento dos eventos, modelos de traço e modelos tipológicos. Essas 
quatro abordagens fazem perguntas diferentes sobre a personalidade adulta, examinam aspectos 
diferentes de seu desenvolvimento e usam métodos diferentes. 
MODELOS DO ESTÁGIO NORMATIVO: tais modelos sustentam que os adultos seguem uma sequência 
básica de mudanças psicossociais relacionadas à idade. As mudanças são normativas no sentido de que 
elas parecem ser comuns à maioria dos membros de uma população; e elas surgem em períodos 
sucessivos, ou estágios, às vezes marcados por crises emocionais que preparam o caminho para o 
desenvolvimento. 
Erikson – intimidade x isolamento: se os adultos jovens não conseguem assumir compromissos 
pessoais profundos com os outros, dizia Erikson, eles correm o risco de tornarem-se excessivamente 
isolados e absorvidos em si mesmos. Entretanto, eles necessitam de algum isolamento para refletirem 
sobre suas vidas. À medida que trabalham para resolver demandas conflitantes de intimidade, 
competitividade e distância, eles desenvolvem um sentido ético, que Erikson considerava amarca do 
adulto. Relacionamentos íntimos demandam sacrifício e compromisso. Adultos jovens que 
desenvolveram um forte sentido do self durante a adolescência estão em melhor posição para fundir sua 
identidade com a de uma outra pessoa. 
Os psicólogos, baseando-se especialmente no trabalho de Erikson, identificaram tarefas do 
desenvolvimento que precisam ser realizadas para a adaptação bem-sucedida a cada estágio de vida 
(Roisman et al., 2004). Dentre as tarefas do desenvolvimento do adulto jovem estão: deixar a casa da 
infância para entrar na universidade, para trabalhar, para ingressar no serviço militar; desenvolver 
amizades novas e mais íntimas e relacionamentos afetivos; e desenvolver um sentido de identidade 
independente e autoconfiante (Arnett, 2000, 2004; Scharf, Mayseless e Kivenson-Baron, 2004). Outras 
tarefas do desenvolvimento deste período incluem completar a educação, entrar no mercado de trabalho 
e tornar-se financeiramente independente. 
A mensagem mais importante dos modelos do estágio normativo é que desenvolvimento envolve muito 
mais do que apenas chegar à idade adulta. Os seres humanos continuam a mudar e a se desenvolver 
durante toda a vida. 
MODELO DO MOMENTO DOS EVENTOS: em vez de examinar o desenvolvimento da personalidade 
adulta puramente em função da idade, tal modelo sustenta que o curso do desenvolvimento depende de 
quando certos eventos ocorrem nas vidas das pessoas. Os eventos de vida normativos são aqueles que 
normalmente acontecem em determinadas épocas da vida – tais como casar, ter filhos, tornar-se avô/avó 
e aposentar-se. De acordo com este modelo, as pessoas geralmente têm plena consciência tanto do seu 
momento quanto do relógio social – as normas e expectativas de sua sociedade para o momento 
apropriado dos eventos de vida. 
Se os eventos ocorrem na hora certa, o desenvolvimento prossegue sem problemas. Se não, pode 
ocorrer estresse. O estresse pode originar-se de um evento inesperado (tal como perder um emprego), 
de um evento que acontece fora de hora (ficar viúvo[a] aos 35 anos), ou da não ocorrência de um evento 
esperado e desejado (nunca casar, ou ser incapaz de gerar um filho). 
As diferenças de personalidade influenciam a forma como as pessoas respondem aos eventos de vida e 
podem mesmo influenciar seu momento. Por exemplo, uma pessoa resiliente tem probabilidade de 
experimentar uma transição mais fácil para a idade adulta e para as tarefas e eventos que se apresentam 
do que uma pessoa excessivamente ansiosa, que pode adiar decisões sobre relacionamento e carreira. 
O modelo do momento dos eventos deu uma contribuição importante para nosso entendimento da 
personalidade adulta ao enfatizar o curso de vida individual e desafiar a ideia de mudança universal, 
relacionada à idade. 
MODELOS DE TRAÇO: modelos de traço procuram estabilidade ou mudança nos traços da 
personalidade. Paul T. Costa e Robert R. McCrae desenvolveram e testaram um modelo dos cinco 
fatores, que são: 
• NEUROTICISMO: diz respeito a um grupo de seis traços/facetas que indicam instabilidade 
emocional, tal como ansiedade, hostilidade, depressão, insegurança, impulsividade e 
vulnerabilidade. 
• EXTROVERSÃO: também tem seis facetas, sendo estas: acolhimento, gregariedade, 
assertividade, atividade, busca de sensações fortes e emoções positivas. 
• ABERTURA PARA O NOVO: pessoas que estão abertas para o novo estão dispostas a tentar 
coisas novas e abraçam novas ideias. 
• CONSCIENCIOSIDADE: pessoas conscienciosas são empreendedoras: elas são competentes, 
organizadas, respeitosas, cautelosas e disciplinadas. 
• AMABILIDADE: pessoas amáveis são confiantes, francas, altruístas, obedientes, modestas e 
facilmente seduzidas. 
MODELOS TIPOLÓGICOS: a pesquisa tipológica busca complementar e expandir a pesquisa sobre 
traço examinando a personalidade como uma unidade funcional. Essa pesquisa identificou três tipos de 
personalidade: ego-resiliente, supercontrolado e subcontrolado. Esses três tipos diferem na resiliência 
do ego, ou adaptabilidade sob estresse, e no controle do ego, ou autocontrole. 
• EGO-RESILIENTE: pessoas ego-resilientes são bem ajustadas: autoconfiantes, independentes, 
articuladas, atentas, prestativas, cooperativas e focadas na tarefa. 
• SUPERCONTROLADO: pessoas supercontroladas são tímidas, caladas, ansiosas e confiáveis; 
elas tendem a manter seus pensamentos para si e a afastar-se de conflito, e são mais sujeitas a 
depressão. 
• SUBCONTROLADO: pessoas subcontroladas são ativas, enérgicas, impulsivas, teimosas e 
facilmente distraídas. 
Esses tipos de personalidade, ou tipos semelhantes, existem em ambos os sexos, em todas as culturas 
e grupos étnicos, assim como em crianças, adolescentes e adultos. 
Um estudo longitudinal realizado em Munique demonstrou que tanto o tipo supercontrolado quanto o 
subcontrolado têm mais dificuldades do que os tipos mais resilientes em assumir papéis sociais adultos: 
sair da casa dos pais, estabelecer relacionamentos afetos e conseguir empregos. Ademais, mostrou que 
existe uma tendência à continuidade de certas atitudes e comportamentos desde a infância à vida adulta. 
Contudo, isso não significa dizer que as personalidades nunca mudam, ou que certas pessoas estão 
condenadas a uma vida de desajustamento – embora os tipos de personalidade estabelecidos na infância 
possam prever padrões de comportamento de longo prazo, certos eventos podem mudar o curso de vida 
(Caspi, 1998). Para jovens com problemas de ajustamento, por exemplo, o casamento com uma pessoa 
apoiadora pode levar a resultados mais positivos. 
AS BASES DOS RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS 
Erikson considerava o desenvolvimento dos relacionamentos íntimos a tarefa crucial no período adulto 
jovem. A necessidade de estabelecer relacionamentos fortes, estáveis, estreitos e carinhosos é um forte 
motivador do comportamento humano. As pessoas se tornam íntimas – e permanecem íntimas – por 
meio de revelações compartilhadas, receptividade às necessidades do outro e aceitação e respeito 
mútuos. Os relacionamentos íntimos requerem autoconsciência; empatia; capacidade de comunicar 
emoções, resolver conflitos e manter compromissos; e, se o relacionamento é potencialmente sexual, 
tomar decisões sobre sexo. 
A formação de novos relacionamentos (como com parceiros amorosos), e a renegociação de 
relacionamentos existentes (como com os pais), têm implicações para se a personalidade permanece a 
mesma ou muda. Por exemplo, pessoas com alto neuroticismo tendem a acabar em relacionamentos 
nos quais elas se sentem menos seguras, e esses sentimentos crônicos de insegurança servem para 
torná-las mais neuróticas ao longo do tempo (Neyer e Lehnart, 2007). Em suma, personalidade e 
relacionamentos podem ser vistos como influenciando um ao outro. 
AMIZADE: as amizades durante o período adulto jovem podem ser menos estáveis do que nos períodos 
anteriores e posteriores devido à frequência com que as pessoas desta idade mudam de cidade (Collins 
e Van Dulmen, 2006). Esse tipo de relacionamento tende a centrar-se nas atividades de trabalho e de 
parentalidade e na troca de confidências e conselhos. Algumas “melhores amizades” são mais estáveis 
do que os laços com um amante ou um cônjuge. 
Adultos jovens solteiros recorrem mais às amizades para satisfazer às suas necessidades sociais do que 
adultos jovens casados ou pais jovens (Carbery e Buhrmester, 1998). O número de amigos e a 
quantidade de tempo passado com eles geralmente diminuem no decorrer do período adulto jovem. 
Ainda assim, as amizades são importantes para os adultos jovens. Pessoas que têm amigos tendem a 
sentir uma sensação de bem- -estar; ter amigos faz com que as pessoas se sintam bem consigo mesmas 
e tenham mais facilidade para fazer novos amigos (Hartup e Stevens, 1999; Myers, 2000). 
As mulheres normalmente têm mais amizades íntimas do que os homens. Os homens são mais 
propensos a compartilharinformações e atividades, e não confidências, com os amigos (Rosenbluth e 
Steil, 1995). As mulheres têm mais tendência a conversarem com suas amigas sobre seus problemas 
conjugais e a receber conselhos e apoio (Helms, Crouter e McHale, 2003). 
Muitos adultos jovens incorporam os amigos a suas redes familiares escolhidas. Esses amigos íntimos 
e apoiadores são considerados parentes fictícios, em outras palavras, a família psicológica da pessoa. 
AMOR: de acordo com a teoria triangular do amor, de Robert J. Sternberg (1995, 1998b, 2006), a maneira 
pela qual o amor se desenvolve é uma história. Os amantes são seus autores, e a história que eles criam 
reflete suas personalidades e suas concepções de amor. De acordo com Sternberg (1986; 1998a, 2006), 
os três elementos, ou componentes, do amor são: intimidade, paixão e compromisso. 
• INTIMIDADE: diz respeito ao elemento emocional. Envolve autorrevelação, que leva à ligação, 
ternura e confiança. A comunicação é uma parte essencial da intimidade. 
• PAIXÃO: diz respeito ao elemento motivacional. Baseia-se em impulsos interiores que traduzem 
a excitação fisiológica em desejo sexual. 
• COMPROMISSO: diz respeito ao elemento cognitivo. É a decisão de amar e permanecer com a 
pessoa amada. 
A formação de um sentido de realização da identidade também parece afetar a qualidade dos 
relacionamentos amorosos. Em um estudo de 710 adultos emergentes, o estado de realização da 
identidade estava associado com sentimentos mais fortes de companheirismo, valor, afeição e apoio 
emocional dentro de relacionamentos amorosos (Barry et al., 2009). Isto apoia as afirmações de Erikson 
(1973) de que a formação de um sentido de identidade seguro é necessária para o estabelecimento de 
relacionamentos íntimos de alta qualidade. 
ESTILOS DE VIDA CONJUGAIS E NÃO CONJUGAIS 
Em muitos países ocidentais, as normas atuais para estilos de vida socialmente aceitáveis são mais 
flexíveis do que eram durante a primeira metade do século XX. As pessoas se casam mais tarde, quando 
se casam; mais pessoas têm filhos fora do casamento, se tiverem filhos; e mais pessoas rompem seus 
casamentos. Algumas pessoas permanecem solteiras, algumas se casam novamente, e outras vivem 
com um parceiro de qualquer sexo. Algumas pessoas casadas com carreiras distintas têm casamentos 
itinerantes, às vezes chamados de convivência à distância (Adams, 2004). Em síntese, não existe o tal 
casamento ou família “típicos.” 
VIDA DE SOLTEIRO: Há indicações de que as crenças religiosas podem afetar a taxa de casamento. 
Mães urbanas que tiveram um bebê fora do casamento eram mais propensas a eventualmente se casar 
se frequentassem a igreja regularmente. Pode ser que a participação em um grupo social no qual as 
preocupações de casamento e família são modeladas e apoiadas regularmente socialize essas mulheres 
a esperar e desejar o casamento em um grau maior (Wilcox e Wolfinger, 2007). 
Alguns adultos jovens permanecem solteiros porque não encontraram os parceiros certos; outros são 
solteiros por opção. Mais mulheres hoje se sustentam sozinhas, e há menos pressão social para casar. 
Ao mesmo tempo, muitos adultos solteiros estão adiando o casamento e os filhos devido à instabilidade 
econômica (Want e Morin, 2009). Alternativamente, algumas pessoas querem ser livres para mudar-se 
para outras partes do país ou do mundo, seguir carreiras, aprimorar a educação ou realizar trabalhos 
criativos sem se preocupar em como sua busca pela autorrealização afeta outra pessoa. Alguns gostam 
de liberdade sexual. Alguns acham o estilo de vida excitante. Alguns apenas gostam de estar sozinhos. 
Outros adiam ou evitam o casamento por medo que ele acabe em divórcio. 
CONCUBINATO: o concubinato, ou coabitação, é um estilo de vida cada vez mais comum, no qual um 
casal não casado envolvido em um relacionamento sexual mora junto. Seu aumento nas últimas décadas 
reflete a natureza exploratória do início da vida adulta e a tendência a adiar o casamento. 
CASAMENTO: na maioria das sociedades, a instituição do casamento é considerada a melhor forma de 
garantir a proteção e a criação dos filhos. O casamento permite a divisão do trabalho e uma partilha de 
bens materiais. Idealmente, ele oferece intimidade, compromisso, amizade, afeto, realização sexual, 
companheirismo e uma oportunidade de crescimento emocional, bem como novas fontes de identidade 
e autoestima (Gardiner e Kosmitzki, 2005; Myers, 2000). Entretanto, os Estados Unidos e outras 
sociedades pós-industriais têm testemunhado um enfraquecimento das normas sociais que antigamente 
tornavam o casamento quase universal. 
➔ O que o casamento significa para os adultos emergentes e jovens hoje? 
Uma equipe de pesquisa conduziu entrevistas profundas e abertas com adultos jovens de 22 a 38 
anos em três áreas urbanas e na área rural de Iowa. Esses entrevistados viam o casamento 
tradicional com seus papéis de gênero rígidos como não sendo mais viável no mundo de hoje. Antes, 
eles esperam maior espaço para interesses e buscas individuais, tanto dentro como fora do 
casamento. Eles dão mais ênfase à amizade a à compatibilidade e menos ao amor romântico 
(Kefalas, Furstenberg e Napolitano, 2005). De fato, a vasta maioria de adultos nos Estados Unidos 
hoje considera o propósito primário do casamento como sendo “a felicidade e satisfação mútua dos 
adultos” mais do que como sendo baseado em parentalidade e filhos (Pew Research Center, 2007a). 
Em vez de considerar o casamento um passo inevitável em direção à idade adulta, como no passado, 
os adultos jovens de hoje tendem a acreditar que, para ser casada, a pessoa já deve ser um adulto. 
A maioria planeja casar, mas apenas quando se sentirem prontos. Eles acreditam que ser 
independente financeiramente e estabelecer-se em empregos ou carreiras estáveis são tremendos 
obstáculos (Kefalas et al., 2005). 
A transição para a vida de casado provoca grandes mudanças em relação a funcionamento sexual, 
disposições de vida, direitos e responsabilidades, apegos e fidelidades. Entre outras tarefas, os cônjuges 
precisam redefinir a ligação com suas famílias originais, equilibrar intimidade com autonomia e 
estabelecer um relacionamento sexual gratificante. 
As pessoas casadas tendem a ser mais felizes do que as não casadas, embora as que estão em 
casamentos infelizes sejam menos felizes do que as não casadas ou as divorciadas (Myers, 2000). As 
pessoas que se casam e permanecem casadas tendem a ficar em melhor situação financeira do que 
aquelas que não se casam ou que se divorciam (Hirschl, Altobelli e Rank, 2003; Wilmoth e Koso, 2002). 
A felicidade conjugal foi positivamente afetada pelo aumento dos recursos econômicos, tomada de 
decisões iguais, atitudes não tradicionais quanto ao gênero e apoio à norma do casamento para a vida 
inteira; ela foi negativamente afetada pela coabitação antes do casamento, por romances extraconjugais, 
pelas demandas de emprego e horas de trabalho mais longas. O aumento das responsabilidades dos 
maridos no trabalho doméstico pareceu diminuir a satisfação conjugal entre eles, mas a melhorou entre 
as esposas (Amato et al., 2003). De fato, “compartilhar as tarefas domésticas” é visto como muito 
importante para o sucesso conjugal por aproximadamente 62% dos entrevistados norte-americanos (Pew 
Research Center, 2007b). 
Um fator subjacente à satisfação conjugal pode ser uma diferença no que o homem e a mulher esperam 
do casamento. As mulheres tendem a dar mais importância à expressividade emocional – a sua própria 
e a de seus maridos – do que os homens (Lavee e Ben-Ari, 2004). Os esforços dos homens para 
expressar emoção positiva a suas esposas, prestar atenção às dinâmicas do relacionamento e reservar 
um tempo para atividades focadas na construção do relacionamento são importantes para as percepções 
das mulheres da qualidade do casamento (Wilcox e Nock, 2006). 
PATERNIDADE/MATERNIDADE 
Aspessoas em sociedades industrializadas normalmente têm menos filhos hoje do que em gerações 
anteriores, e começam a tê-los mais tarde na vida, em muitos casos porque passam os anos de sua 
idade adulta emergente aprimorando a educação e estabelecendo uma carreira. A porcentagem de 
famílias com filhos caiu de 45% em 1970 para cerca de 32% hoje (Fields, 2004). 
A PATERNIDADE/MATERNIDADE COMO EXPERIÊNCIA DO DESENV.: o primeiro filho marca uma 
transição importante na vida dos pais. Junto com o sentimento de emoção, admiração e espanto, a 
maioria dos novos pais experimenta alguma ansiedade em relação à responsabilidade de cuidar de uma 
criança, ao compromisso de tempo e energia que ela acarreta e ao sentimento de permanência que a 
paternidade/maternidade impõe a um casamento. A gravidez e a recuperação do parto podem afetar o 
relacionamento de um casal, às vezes aumentando a intimidade e às vezes criando barreiras. 
O ENVOLVIMENTO DOS HOMENS E DAS MULHERES NA PATERNIDADE/MATERNIDADE: ainda 
que a maioria das mães agora trabalhe fora de casa, as mulheres passam mais tempo cuidando dos 
filhos do que suas contrapartes na década de 1960. Isso ocorre porque, em primeiro lugar, muitas 
pessoas adiam a parentalidade até um momento em que desejam passar mais tempo com seus filhos. 
Além disso, as normas sociais mudaram; os pais, hoje, sentem mais pressão para investir tempo e 
energia na criação dos filhos. E eles sentem uma necessidade de vigiar seus filhos mais de perto devido 
a preocupações com crime e com outras influências negativas (Bianchi et al., 2006). 
Os homens de hoje estão mais envolvidos do que nunca nas vidas de seus filhos e no cuidado das 
crianças e nas tarefas domésticas (mas ainda cuidam bem menos que as mulheres). Pais com longas 
jornadas de trabalho, especialmente, expressaram que têm muito pouco tempo para se dedicar aos 
filhos. Pesquisas demonstram que pais envolvidos na vida dos seus filhos são mais satisfeitos com suas 
próprias vidas. 
COMO A PATERNIDADE/MATERNIDADE AFETA A SATISFAÇÃO CONJUGAL: muitos estudos 
revelaram que a satisfação conjugal normalmente diminui durante os anos de criação dos filhos. 
Entretanto, outros estudos pintam um quadro diferente. Por exemplo, um estudo comparando casais que 
se tornaram pais um ano após o casamento com casais que não tiveram filhos não encontrou diferenças 
na satisfação conjugal ou no amor que expressavam um ao outro um ano após o casamento (McHale e 
Huston, 1985). Além disso, se o casal era ou não era feliz antes da gravidez e se a gravidez foi ou não 
planejada também parece afetar a satisfação conjugal antes do nascimento de um filho (Lawrence et al., 
2008). Um estudo revelou até um pico de satisfação conjugal um mês após o parto (Wallace e Gotlib, 
1990). Uma tentativa recente de entender esses achados contrastantes sugere que quando os estudos 
são examinados em conjunto, uma pequena, mas significativa diminuição na satisfação conjugal é 
comum um a dois anos após o nascimento de um filho. Entretanto, visto que este declínio também é 
encontrado em casais casados sem filhos, isto pode ser um processo relacional mais geral do que 
específico à transição para a condição de pais (Mitnick, Heyman e Slep, 2009). 
Independente das particularidades de como a criação de filhos poderia afetar a satisfação conjugal, os 
novos pais provavelmente experimentam estressores que poderiam afetar sua saúde e seu estado 
mental. Eles podem sentir-se isolados e esquecer o fato de que outros pais estão passando por 
problemas semelhantes. A divisão das tarefas domésticas entre o homem e a mulher pode tornar-se um 
problema, por exemplo, se a mulher estava trabalhando fora de casa antes de se tornar mãe, está agora 
em casa, e a carga do trabalho doméstico e do cuidado da criança cair principalmente sobre seus ombros 
(Cowan e Cowan, 2000; Schulz, Cowan e Cowan, 2006). Uma coisa tão simples como o choro do bebê, 
que mantém os pais acordados à noite, pode diminuir a satisfação conjugal durante o primeiro ano de 
maternidade/paternidade (Meijer e van den Wittenboer, 2007). Combinar trabalho e papéis familiares 
geralmente é bom para a saúde mental e física tanto dos homens quanto das mulheres e para a vitalidade 
do relacionamento (Barnett e Hyde, 2001). Entretanto, os benefícios dos papéis múltiplos dependem de 
quantos papéis cada parceiro assume, das demandas de tempo de cada papel, do sucesso ou satisfação 
que os parceiros obtêm de seus papéis e o grau em que os casais mantêm atitudes tradicionais ou não 
tradicionais a respeito dos papéis de gênero. 
MATERNIDADE/PATERNIDADE E TRABALHO: os casais que têm trabalhos remunerados podem 
enfrentar demandas extras de tempo e energia, conflitos entre o trabalho e a família, possível rivalidade 
entre os cônjuges e ansiedade e complexo de culpa em relação a satisfazer as necessidades dos filhos. 
A família é mais exigente, sobretudo para mulheres que têm empregos em período integral, quando 
existem filhos pequenos. As carreiras são exigentes, principalmente quando a pessoa que trabalha está 
se estabelecendo ou é promovida. Ambos os tipos de demandas frequentemente ocorrem no período 
adulto jovem. 
QUANDO O CASAMENTO TERMINA 
O divórcio, muito frequentemente, leva a um novo casamento com um novo parceiro e à recomposição 
de uma família, que inclui filhos de um ou ambos os parceiros de antes do casamento atual. 
MOTIVOS QUE LEVAM AO DIVÓRCIO: em uma pesquisa realizada com mulheres divorciadas, as 
razões mais citadas para o fracasso de um relacionamento são incompatibilidade e falta de apoio 
emocional, além da falta de apoio na carreira. Agressão do cônjuge estava em terceiro lugar, sugerindo 
que a violência doméstica pode ser mais frequente do que geralmente se pensa. 
De acordo com uma pesquisa randomizada realizada por telefone com 1.704 pessoas casadas, a maior 
probabilidade de qualquer um dos cônjuges propor divórcio existe quando os recursos econômicos do 
casal são aproximadamente iguais e suas obrigações financeiras mútuas são relativamente pequenas 
(Rogers, 2004). Em vez de permanecer juntos “por causa dos filhos”, muitos cônjuges em disputa 
concluem que expor os filhos a um contínuo conflito entre os pais causa maiores estragos. E, para o 
crescente número de casais sem filhos, é mais fácil retornar ao estado de solteiro (Eisenberg, 1995). 
Adultos com pais divorciados são mais propensos a esperar que seus casamentos não durem (Glenn e 
Marquardt, 2001) e a se divorciar, eles próprios, do que aqueles cujos pais permaneceram juntos 
(Schulman et al., 2001). Entretanto, este processo pode ser afetado por um casamento subsequente dos 
pais. Adultos jovens que tiveram pais que se casaram novamente e tiveram um relacionamento de alta 
qualidade em seu segundo casamento não eram mais propensos a divorciar-se eles próprios, sugerindo 
que as influências atuais desempenham um papel forte nos relacionamentos (Yu e Adler-Baeder, 2007). 
ADAPTANDO-SE AO DIVÓRCIO: o divórcio tende a reduzir o bem-estar de longo prazo, principalmente 
para o parceiro que não o pediu ou que não se casa novamente. Especialmente para os homens, o 
divórcio pode ter efeitos negativos sobre a saúde física ou mental, ou ambas. As mulheres têm maior 
probabilidade do que os homens de experimentar uma redução acentuada nos recursos econômicos e 
nos padrões de vida após a separação ou o divórcio; entretanto, as mulheres em casamentos infelizes 
se beneficiam mais da dissolução do relacionamento do que os homens em casamentos infelizes. 
As pessoas que eram – ou pensavam que eram – felizes no casamento tendem a reagir mais 
negativamente e a se adaptar mais lentamente ao divórcio (Lucas et al., 2003). Por outro lado, quando 
o casamento era altamente conflituoso, seu término pode melhorar o bem-estar a longo prazo 
Um fator importante no ajuste é o desapego emocional do ex-cônjuge. Pessoas que discutem com seusex-parceiros ou que não encontraram um novo parceiro ou cônjuge sofrem mais. Uma vida social ativa, 
tanto durante como depois do divórcio, ajuda (Amato, 2000; Thabes, 1997; Tschann, Johnston e 
Wallerstein, 1989). 
 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento Humano. 12ª ed. Porto Alegre: 
AMGH Editora, 2013.

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