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PROTAGONISMO E INTRODUÇÃO Protagonismo é uma daquelas palavras da atualidade que merece a nossa atenção. Esse termo tem ficado conhecido por cada vez mais pessoas, profissionais e organizações. E, afinal, você sabe o que é protagonismo? Se você teve dificuldades para responder, saiba que você não está sozinho. Apesar do tema estar sendo muito falado, ainda há muita dúvida do que se trata. Muitas vezes ele vem associado à palavra ownership, que em português significa senso de dono ou senso de propriedade. E, que tal incorporar esses conceitos e colocar em prática na sua carreira e na sua organização? Muitas organizações têm feito os processos de recrutamento e seleção considerando estas duas palavras como critérios essenciais e que diferenciam um profissional do outro. Vamos descobrir por quê? Na prática, as pessoas e as organizações precisam ocupar um lugar no campo profissional e de sua atuação. E você pode ter essas habilidades do protagonismo e do ownership. São habilidades que podem ser desenvolvidas e podem evoluir com a prática constante. Vamos descobrir como você pode reconhecer suas características protagonistas e como utilizar o senso de propriedade como diferencial para você e para sua organização? Seja bem-vindo ao curso “Protagonismo e Ownership”! Esperamos que você goste! OBJETIVOS MÓDULO 1 - Senso de dono em você, na sua carreira e na sua organização • Protagonismo como caminho possível e necessário MÓDULO 02 - O Senso de propriedade como caminho para o protagonismo • Protagonismo: conceito e origem do termo Ownership e accountability: conceito e origens dos termos • Mentalidade ownership: o engajamento e o comprometimento entram em cena • Elementos que compõem o senso de dono: cultura de responsabilidade, propósito e resultado MÓDULO 03 - Princípios e práticas do protagonismo pelo olhar da responsabilidade • O que é accountability pessoal? • Accountability pessoal e a cultura organizacional voltada para o ownership • Como colocar em prática ownership em minha carreira e em minha organização? 04 07 13 Compreender o que é protagonismo e ownership, em especial no contexto da carreira e das organizações; Aprender sobre protagonismo na perspectiva do ownership. Entender a relação entre ownership, engajamento, propósito e resultado. Identificar as práticas do protagonismo sob a ótica do .. MÓDULO 1 Senso de dono em você, na sua carreira e na sua organização Protagonismo como caminho possível e necessário Na atual era da informação, recebemos dados e influências de todos os tipos e vindos de todos os lugares. As novas tecnologias de comunicação, a internet, as redes sociais e o metaverso – que já está desembarcando por aqui – aumentaram a velocidade com que as informações transitam e se espalham. Neste contexto de transformações ágeis e de concorrência ampliada, a diferença entre se manter ou sucumbir à concorrência está na capacidade de aprender e adquirir novos conhecimentos e habilidades. Está, também, na forma como encaramos as coisas. E é aí que entra o protagonismo e o ownership. Atitudes que ajudam você e sua organização a ter um jeito próprio e diferente de fazer. Num mundo interconectado, algo que acontece em uma região pode levar a transformações em outra. Por exemplo, chuvas ou seca em excesso em alguma região do Brasil, podem levar a quedas na produção agrícola e à escassez de alimentos. Isso exigirá mudanças na forma de fazer muitas coisas. Um copo de plástico utilizado por cada um de nós e jogado no chão, no acúmulo, pode levar a alagamento em grandes centros. 4 Gotas a mais de detergente utilizados para lavar a louça, pode levar a poluição dos rios e reflexos na água potável que está a muitos quilômetros de distância. Isso exigirá mudanças! Novas necessidades da sociedade e do planeta, novas tecnologias, novas formas de fazer, um contexto cada vez mais competitivo exige mudanças! É aqui que entra o protagonismo. A iniciativa de cada um de nós, na soma, pode fazer a diferença. O meu, o seu, o nosso senso de responsabilidade, nossa capacidade de se sentir parte e responsável pelo todo, faz e continuará fazendo diferença no futuro. Portanto, o protagonismo deixou de ser uma atitude entendida apenas como uma característica de quem está em papel formal de liderança, para estar distribuída em cada um, cada decisão, cada tarefa e cada atitude. Independente do seu cargo ou função. Neste ponto, o ownership, ou senso de dono, entra na conversa. Vamos entender por quê? Se na soma, a decisão de cada um importa e faz diferença. Vamos imaginar que eu e você nos sentimos responsáveis e entendemos que nossas ideias e ações surgem efeitos no todo. Quando temos em mente que cada opinião é capaz de transformar o todo, estaremos exercendo o verdadeiro significado de senso de propriedade. Mesmo que eu não seja o dono da empresa, meu sentimento de pertencer, opinar e fazer a diferença são essenciais para que todos caminhem juntos, com eficiência e de forma verdadeira. Antigamente se falava muito em “vestir a camisa”. Isso significava dizer que a organização não é minha, mas “que dou o sangue” para que tudo dê certo. As ideias evoluíram de lá para cá. O ownership traz o entendimento de que para você se sentir dono e tomar as decisões como tal, passa pelo engajamento, sentido de responsabilidade, ou accountability, e interesse por cada acontecimento. E essa postura, com certeza, traz resultados para todos. Com esse pensamento, a capacidade de resolução de problemas e desafios aumenta, tornando o processo mais simples e produtivo. Assim, a aposta do momento está naquele profissional e naquela organização que conseguem desenvolver o senso de propriedade em si e em sua equipe. Para que isso aconteça, é necessário que as decisões sejam mais participativas, mais justas e mais assertivas. O sentimento de pertencer aumenta o senso de responsabilidade e comprometimento com o todo! Aumenta, ainda, o interesse e a curiosidade sobre o que acontece com o mercado, seus consumidores, clientes e comunidade. 5 Com isso, é possível perceber que os modelos de gestão, a forma como as organizações selecionam, contratam, desenvolvem, remuneram e premiam vem mudando para que o senso de propriedade esteja mais presente e cada pessoa possa fazer a diferença. Espero que tenha algumas pistas sobre porque ownership, juntamente com protagonismo, são assuntos que estão circulando por aí. Bem, acho que já deu para você notar também que buscaremos traçar neste curso um caminho conceitual e prático para que você possa incorporar estes conhecimentos em seu desenvolvimento profissional e na evolução da sua organização. Aproveite! 6 MÓDULO 2 O Senso de propriedade como caminho para o protagonismo Protagonismo: conceito e origem do termo Ownership e accountability: conceito e origens dos termos Senso de dono, atitude de dono, ownership, accountability. Estes termos são próximos e conversam entre si. Não há uma única definição, mas o principal é entender que essas características são mais comportamentais do que técnicas. A origem do termo ownership vem dos programas de remuneração com participação acionária, que tiveram um boom nos EUA nos anos 90. Ele reúne algumas características principais e posturas desejadas, como foco na solução de problemas, protagonismo para ir e resolver, conhecer muito o negócio, ter visão sistêmica, tomar decisões, articular em rede e saber mobilizar. O melhor estilo: assume e resolve. Ownership anda muito próximo também do termo accountability porque carrega os conceitos de senso de responsabilidade individual e coletivo. Accountability pode ser definido como a percepção de que as ações do indivíduo estão sujeitas ao julgamento dos outros, daqueles que possuem poderes para punir ou premiar com base nos resultados dessas ações. O tema accountability também é relativamente recente, em especial, sua aplicação no contexto das organizaçõesprivadas. Conceitualmente, accountability é a percepção da possibilidade de que comportamentos de um indivíduo sejam avaliados por outros mediante aplicação de sanções ou prêmios. 7 É um dos fundamentos básicos dos sistemas sociais, pois, sem a possibilidade de responsabilização das pessoas por suas ações, não teríamos a base para a ordem social ou manutenção de qualquer tipo de sistema social. Accountability pode ser entendido, também, como o sentimento de necessidade de justificar ou defender uma ação ou decisão para outros, detentores de poderes para premiar ou punir, de modo que essa ação consequente - a punição ou prêmio - seja percebida como contingente dessa avaliação. Neste sentido, ownership e accountability se conversam porque demonstram que as pessoas são fundamentalmente políticas. Ou seja, agem influenciados pela necessidade de alcançar e manter uma boa imagem para o público a quem se sentem responsáveis e considerados no meio em que estão inseridos. Somado a isso, a busca pelo sentimento de pertencimento é considerada uma forma de viver. Como uma virtude que reconhece o outro e pratica o bem. Vale lembrar que ninguém nasce pronto. Portanto, são comportamentos que podem e devem ser desenvolvidos ao longo da vida e da carreira. No próximo tópico, iremos falar sobre a mentalidade necessária para aplicar esses conceitos em sua vida pessoal e profissional. Até logo! 8 Vamos levar este tema para sua carreira e organização? Então, para isso, vamos entender um pouco mais sobre o assunto e como colocá-lo em prática. É comum as pessoas acreditarem que estão em uma organização e que a sociedade deve sustentá-las. Consideram o salário um direito sem que haja uma contrapartida para a organização. Esse pensamento é conhecido como “cultura do direito”. Esse tipo de pensamento começou nos EUA e se espalhou mundo afora. Houve aumento dos processos judiciais e trabalhistas, porque o foco, nos âmbitos legais, passou a ser a relação de troca trabalho versus remuneração. Alguns funcionários sentam e esperam que alguém lhes dê algo para fazer e que basta estar presente e produzir o mínimo necessário na organização. Aqueles colaboradores que compartilham desta mentalidade, pensam que basta realizar sua tarefa e, muitas vezes, estão distantes da postura de contribuir para o sucesso da organização. No entanto, o fenômeno da globalização tende a levar ao aumento da competição nos mais diversos setores e portes das organizações. A globalização representa o aumento no fluxo de produtos, serviços, pessoas, informações e recursos financeiros. Somando isso às novas tecnologias de informação, comunicação e a internet fazem com que os negócios possam acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora, em velocidade maior. Daí decorre o aumento da competição. O grande desafio das organizações atualmente é maximizar a capacidade de ir além, de não fazer apenas o mínimo. E, para isso, as organizações precisam se reinventar. É nesse contexto que entra a importância do protagonismo e ownership. O processo de inovação demanda participação ativa e engajada de todos para “fazer a diferença” e buscar o novo. Com isso, o ownership é uma possibilidade para resgatar e estabelecer ou reestabelecer o foco na relação de troca de engajamento, esforço e resultado em troca de remuneração. Mentalidade ownership: o engajamento e o comprometimento entram em cena 9 Para além do antigo “vestir a camisa”, é necessário trazer para o contexto das organizações uma forma de pertencer, estar próximo, buscar autonomia nas decisões. Com isso, naturalmente, a organização consegue aumentar a contribuição de cada um para alcançar melhores resultados, já que os colaboradores adquiriram uma verdadeira mentalidade de dono. A palavra-chave aqui é comprometimento. Quando o funcionário está engajado, ele se sente parte responsável para o sucesso da organização, seja no sentido da produtividade, ou no sentido de trazer a novidade e a inovação. Ou seja, as organizações, para se diferenciarem, precisam de profissionais que se comprometam com o desempenho da organização e que estejam motivados a fazer sempre o melhor. Assim, o senso de propriedade é um caminho para construir uma cultura corporativa de engajamento responsável, motivação e foco no resultado. Mas quais são os elementos que você precisa ter para incluir a cultura de responsabilidade em sua organização? É isso que veremos no próximo tópico! 10 Elementos que compõem o senso de dono: cultura de responsabilidade, propósito e resultado Você sabe quais são os elementos essenciais para você construir uma cultura de ownership na organização? Agora que já vimos o que significa protagonismo e ownership e sua importância, vamos nos aprofundar no que é preciso para aplicar esses conceitos em seu negócio. Primeiro, os elementos são as pessoas certas. Isso mesmo. O maior ativo de uma organização são as pessoas. Elas precisam ter a formação certa para a função que exercem, receber os incentivos certos, e saber medir seu desempenho. Tudo isso amarrado em um propósito comum claro e com objetivos bem definidos. Os objetivos devem ser tanto os da organização quanto os pessoais e profissionais de cada um. Isso envolve, primeiramente, a capacidade da organização localizar, trazer, desenvolver e alocar adequadamente cada profissional e cada conjunto em grupos produtivos. Significa um processo de recrutamento e seleção com a captação, escolha e inserção das pessoas com maior aderência à identidade da organização e que possuam os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias. Elas devem contribuir de forma assertiva para os resultados, lembrando de incluir nos requisitos de seleção o senso de dono como postura e atributo para a escolha. Significa, também, alocar a pessoa na função e equipe certas. Ou seja, contratar cuidadosamente. Ainda é preciso promover o desenvolvimento contínuo de cada profissional e cada equipe. Você pode premiar e reconhecer as vitórias, aprender com os erros para criar um contexto de estímulo ao aprendizado, de desenvolvimento e retenção de talentos. A formação certa é garantir que cada indivíduo e cada equipe domine ou caminhe para dominar as informações sobre o mercado de atuação da sua organização e os conhecimentos técnicos sobre as atividades individuais e coletivas a serem realizadas. Aqui entra a educação continuada, que é ter uma postura de inquietação com o desempenho e a busca pelo novo. Sempre procurar o desenvolvimento. Os incentivos certos são instrumentos poderosos de engajamento. Reconhecer o que te motiva e o que motiva o outro. O que desperta em você e no outro o interesse de contribuir de forma diferenciada. 11 O próximo passo são as métricas ou medidas certas. Como acompanhar e medir os resultados? Estabeleça resultados que sejam palpáveis, tangíveis. Garanta que cada pessoa de sua equipe tenha entendido claramente o que se espera dela no dia a dia e qual é a parcela de contribuição de cada um dentro da equipe. Mostre como o resultado será acompanhado, apurado e convertido em remuneração e premiação. Para além dos elementos chave da cultura e processo de senso de dono, se lembre que a mudança começa pela liderança. Transformações ganham mais força e velocidade quando os gestores e as lideranças estão comprometidos. Portanto, o senso de dono é para estar espalhado pela organização e deve ser um valor cultural essencial para todos os que dela participam. E o processo de mudança rumo ao ownership? Espere encontrar resistência quando for implantar a cultura e os processos de construção do senso de dono. Instaure um programa que contemple cada um dos elementos descritos anteriormente. Acompanhe e reveja constantemente o programa e evolua as ações, corrija a rota. E por fim, se certifique que nos processos de gestão e transformação das organizações não é possível contar com a “gestão de consenso”. Se você não sabe, gestãode consenso é um método utilizado por um grupo para tomar decisões. O objetivo é que todos os membros da equipe concordem com a decisão final, mesmo que um ou outro tenha uma opinião diferente. Com isso, podemos concluir que sempre haverá alguém que resiste ou não concorda. Então, saiba ouvir a discordância como um sinal de atenção e alerta para possíveis aprendizados, mas siga rumo ao novo e à transformação. Agora, vamos nos aprofundar na questão da responsabilidade. É claro que não é função apenas da organização inserir esses conceitos. Os profissionais precisam se engajar. No próximo módulo, vamos conversar sobre isso. Até logo! 12 MÓDULO 3 Princípios e práticas do protagonismo pelo olhar da responsabilidade O que é accountability pessoal? Vamos entender e levar este assunto para sua vida, carreira e organização? Então, o que é a accountability pessoal ou responsabilidade individual? Como este conhecimento pode ajudar você a se desenvolver como ser humano e profissional? Basicamente, accountability significa assumir responsabilidade. O termo pode ser entendido como uma virtude moral e uma forma de viver praticando o bem. Com essa perspectiva, o indivíduo aprende e desenvolve novos comportamentos ao longo da vida. Accountability pessoal é, portanto, uma competência. A competência de se posicionar como protagonista e exercitar suas ações de forma proativa, se responsabilizando pelo bem estar comum, com foco na geração de bons resultados. É uma postura de quem deseja ser accountable, ou no bom português, acessível. Ao se tornar acessível sua participação e resultados como indivíduo e profissional tendem a aumentar porque você se torna um ser humano mais engajado, mais ciente das suas responsabilidades, mais proativo e mais protagonista. 13 No meio corporativo, como profissional e membro de uma equipe ou como gestor, a responsabilidade pessoal pode ajudar você e sua organização a realizar as demandas de forma assertiva, eficaz e feliz. Isso porque o protagonismo e o senso de dono estão comumente associados ao sentimento de realização. Este é um ciclo virtuoso porque conscientiza, desenvolve e distribui a responsabilidade, fomenta a proatividade e a participação, o que leva ao sentimento de dever cumprido, à realização e ao senso de contribuição. Assim, ao optar pelo desenvolvimento da accountability pessoal, você ganha a oportunidade de aumentar o seu protagonismo individual e ajudar a fomentar o protagonismo coletivo. Naturalmente existem desafios para que esta competência seja instalada e mantida, seja como indivíduo, seja como organização. Quais são estes desafios e quais são os elementos que compõem a accountability pessoal? A accountability pessoal possui três características que são a iniciativa em prestar contas, a proatividade e a humildade. 14 No âmbito da accountability pessoal, a iniciativa em prestar contas significa que uma pessoa accountable entende os objetivos a serem alcançados, age com autonomia e presta contas das suas responsabilidades sem que haja necessidade de cobrança. Já a proatividade é o antônimo de passividade. É uma atitude que busca antecipar, enxergar futuros problemas, necessidades ou mudanças e agir. No contexto da accountability pessoal, a proatividade é o que denominamos de atitude antecipatória. A pessoa proativa assume suas responsabilidades sem que seja necessário algum comando para agir. A iniciativa se refere a uma ação imediata, enquanto a proatividade é um comportamento frequente. Mesmo que uma pessoa seja reativa pode se tornar um indivíduo com iniciativa. No entanto, para se tornar uma pessoa proativa é preciso constância. Ou seja, manter essa atitude e exercitá-la todos os dias. Por fim, a humildade é uma virtude, uma característica de pessoas que têm consciência das suas próprias limitações. Possuem a modéstia e a simplicidade de conhecer e reconhecer seus pontos fortes e fracos. No contexto da accountability pessoal, a humildade é uma competência essencial porque permite ao indivíduo enxergar e entender as situações de forma mais consciente e clara. E, a partir disso, exercitar a iniciativa e a proatividade, aprender o novo e a utilizar suas melhores capacidades para o bem estar comum e pelo resul- tado da organização. Além disso, profissionais humildes conseguem enxergar os próprios pontos de melhoria e buscam conhecimento constante, a fim de melhorar suas ha- bilidades tanto profissionais quanto pessoais. No próximo tópico, falaremos sobre a relação entre accountability pessoal e a cultura organizacional no contexto do ownership. Até mais! 15 No exercício da gestão, o líder e a equipe de recursos humanos poderão estimular e implantar processos que levem à aprendizagem e ao desenvolvimento dos requisitos do senso de dono. Será possível, com isso, desenvolver um contexto de participação e engajamento por meio da accountability pessoal e, portanto, a implantação do protagonismo. Como vimos, esse é um dos caminhos para melhores resultados e garantia do bem estar individual e coletivo. Para isso, é preciso identificar possíveis ciclos de vitimização e trabalhar a cultura da transparência, da resolução de problemas, a criação de contextos saudáveis e tolerantes ao erro. Isso, associado à incorporação de aprendizado, fará com que as pessoas se sintam à vontade para exercitar o lugar do protagonismo, correr riscos, aprender com os erros e se desenvolver como indivíduo e profissional. Desta maneira, uma cultura de comunicação direta, aberta e transparente é necessária para as organizações que querem implantar a cultura de senso de dono e accountability pessoal. Um ponto de atenção é se lembrar que quando várias pessoas se responsabilizam no coletivo, corremos o risco de reduzir a responsabilidade pessoal e de criar áreas de sombreamento de responsabilidade. Ou até mesmo de várias pessoas com senso de responsabilidade estarem na busca de solução para uma mesma situação, problema, necessidade ou desafio. Portanto, para as organizações que decidirem pela implantação e desenvolvimento do ownership, trabalhe para definir processos, escopos de responsabilidade e de tomada de decisão. Autonomia, iniciativa e flexibilidade são muito benvindas para organizações que desejam buscar o novo e atuar em inovação, sendo que os processos auxiliam a descrever e apontar uma trajetória, não um trilho. Uma trajetória a ser seguida com participação, iniciativa e autonomia. Accountability pessoal e a cultura organizacional voltada para o ownership 16 O grau de participação, iniciativa e autonomia dependerá do modelo de gestão da organização, sendo mais ou menos participativo. Dependerá, também, do contexto de atuação da organização. É necessário avaliar o contexto de mercado, se ele é mais ou menos inovador e se exige maior ou menor rapidez nas tomadas de decisão. É preciso lembrar, ainda, que o protagonismo e o senso de dono levam a maior participação e que para que a tomada de decisão seja assertiva e eficaz, é preciso profissionais mais qualificados. Tendo isto em mente, lembre-se de garantir a avaliação constante se há necessidade de adequar remuneração e premiação. Uma boa dica é revisar com frequência o plano de cargos e salários. Por fim, a gestão da organização e a liderança terá que ser capaz de trabalhar com assertividade, empatia e transparência a solução de conflitos e problemas inerentes à implantação de uma cultura de ownership. Quanto maior a participação, mais diluída tende a ser a tomada de decisão. Por isso, surge o desafio do senso de propósito e o escopo de responsabilidade, contribuindo para os resultados como mecanismos de criação de rumo e objetivos compartilhados. Quer saber como colocar em prática o ownership? Vamos ver sobre isso no próximo tópico. Até lá! Como colocar em prática ownership em minha carreira e em minha organização? A atitude de senso de dono requer que você exerça o protagonismoem três níveis: eu líder de mim mesmo, eu líder de uma equipe e eu líder na organização. No primeiro quesito, “Eu líder de mim mesmo”, significa buscar o entendimento de quais são meus campos de domínio e traçar um plano para meu desenvolvimento, seja para aperfeiçoar aqueles conhecimentos que já possuo, seja para buscar novos. Aqui, o autoconhecimento e a humildade são os elementos chave a serem trabalhados para que você possa ser seu próprio líder. O segundo aspecto, “Eu líder de uma equipe”, significa fazer o exercício da empatia, colocar-se no lugar do outro. Por meio de instrumentos de coleta de dados e da percepção, tenha informações sobre cada pessoa da equipe, seu perfil profissional, seus interesses, seus conhecimentos e campos de domínio. E a partir disso, crie junto com os profissionais de recursos humanos planos de desenvolvimento individuais e um coletivo para a equipe. 17 O terceiro, “eu líder na organização”, diz respeito à capacidade de compreender em que contexto a organização está inserida. Também é necessário saber identificar os desafios de diagnosticar, planejar, implantar e acompanhar os processos da organização. Cada uma destas camadas de tomada de decisão e ação, exigirá de você a capacidade de traçar um plano de ação que contemple a quantidade e perfil das pessoas envolvidas, dispersão ou concentração geográfica. Analise também os principais fatos e dados do mercado, o tempo de existência da equipe e da organização, o perfil de ousadia e o interesse e ambição das pessoas e da organização em inovar. Pesquise sempre os principais conhecimentos e tecnologias associadas ao seu negócio e quais as tendências do ramo de atuação da sua organização. Este conjunto de elementos ajudará você a entender a complexidade do contexto em que atua e, muito provavelmente, lhe dará uma boa noção dos desafios a serem enfrentados. Daí, o próximo salto será exercitar o protagonismo, buscar antecipar, traçar ações e em uma perspectiva accountability pessoal, ser capaz de mobilizar as pessoas em torno de um propósito comum da organização e partir para a ação! Espero que estes conhecimentos sejam úteis e que tenha gostado! Até o próximo curso! 18
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