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1 Motivação no Ambiente Organizacional Igor Lima e Silva 1 Celina Maria Frias Leal Martins 2 RESUMO Em um ambiente de trabalho que está sempre mudando, como as pessoas se sentem e o que as faz seguir em frente são coisas muito importantes. Ter um local de trabalho que motive as pessoas é crucial para que todos cresçam e se sintam bem. Este estudo explora mais as ideias sobre como as pessoas querem controlar o que fazem, ter suas necessidades básicas atendidas e esperam ser recompensadas para que o trabalho seja inspirador. Motivação é o que faz as pessoas quererem fazer algo, porque elas esperam ganhar algo com isso. Isso ajuda as pessoas a se sentirem bem e a melhorarem. Isso é complicado e depende muito dos chefes, porque o que motiva as pessoas pode ser diferente de uma pessoa para outra e de uma situação para outra. Quando as pessoas estão motivadas, isso não só ajuda a conseguir resultados que podem ser medidos, mas também faz com que elas se dêem bem e pensem em coisas novas. No entanto, é importante entender que, embora a pesquisa diga que ambientes motivadores são importantes para os negócios hoje em dia, pode ser difícil fazer isso acontecer nas empresas de verdade. O que este estudo realmente quer saber é como colocar em prática as teorias sobre motivação, especialmente em empresas que mudam muito e têm muita competição. Esta pesquisa ajuda a entender que é complicado motivar as pessoas no trabalho e mostra o que influencia isso. O importante é pensar em como motivar os funcionários é uma parte muito importante para que as empresas tenham sucesso hoje em dia. Palavra-chave: ambiente, necessidades, motivação 1 INTRODUÇÃO Dentro das organizações em movimento, o clima no ambiente de trabalho tem um papel essencial. Ele estabelece a atmosfera que sentimos nos corredores, escritórios e espaços onde trabalhamos. Isso reflete como as pessoas interagem, suas visões e o que torna a empresa especial. O local de 2 Orientador(a) do artigo da Universidade Estácio de Sá. 1 Aluno concluinte do curso de Bacharel em Administração da Universidade Estácio de Sá. 2 trabalho, que vai além de ser apenas um espaço físico, é onde as nossas motivações, expectativas e emoções se encontram para moldar a forma como realizamos as tarefas e alcançamos as metas. Compreender e promover um ambiente que nos motive é crucial para o crescimento tanto individual quanto da organização como um todo. Nesse contexto, explorar o que nos impulsiona no trabalho é uma jornada interessante. Isso está profundamente ligado ao nosso desempenho, satisfação e êxito em conjunto. Assim como as peças de um relógio bem ajustado, os elementos que constituem a motivação no ambiente corporativo colaboram para aumentar a produtividade, estimular a inovação e criar um espaço onde os objetivos da empresa e as aspirações pessoais possam conviver em harmonia (CHIAVENATO, 2010) O clima organizacional se refere à sensação predominante no ambiente de cada empresa. Em situações onde a motivação é alta, o clima costuma ser marcado pela colaboração entre as pessoas. Porém, quando a motivação está em baixa, é provável que surja um clima de desinteresse e falta de ânimo. (CHIAVENATO, 1994) A motivação das pessoas tem um grande impacto na forma como elas agem e, como resultado, na qualidade dos serviços que prestam. Portanto, manter os funcionários motivados é com certeza um dos principais objetivos de todas as empresas. Quando observamos o que motiva as pessoas, podemos identificar dois principais fatores: os fatores externos, que incluem coisas como o ambiente de trabalho, o lugar onde as tarefas são feitas e as recompensas financeiras; e os fatores internos, como o quanto estão dedicados, competentes e comprometidos em fazer bem o trabalho. (DELL, 2016) Um ambiente organizacional motivador vai além de tarefas e resultados, promovendo relações interpessoais positivas, criatividade e comunicação transparente de metas. A compreensão de que cada colaborador é guiado por motivações únicas é crucial para uma gestão de pessoas eficaz. Líderes desempenham um papel fundamental ao identificar e nutrir essas motivações, criando um cenário propício ao desenvolvimento coletivo. É possível compreender que as ações humanas são impulsionadas por motivação. A motivação representa uma tensão contínua que direciona o 3 indivíduo para diversas manifestações de comportamento, todas elas voltadas para alcançar a satisfação de uma ou mais necessidades. Vale notar que o grau de satisfação da necessidade guarda uma relação direta com o estado de equilíbrio a ser atingido. (CHIAVENATO, 2003) Dentro do mundo dos negócios, que está sempre mudando, as dificuldades que as empresas enfrentam são mais do que só os problemas práticos e estratégicos. Num ambiente onde a competição é forte e tudo se move rápido, o real desafio é conseguir motivar e envolver as pessoas que fazem parte da equipe. Isso é um verdadeiro desafio que não se resolve só com ordens diretas; é sobre cultivar aquela vontade firme, a crença de que dá certo e um comprometimento sincero com os objetivos que a gente traça (CHIAVENATO, 1994) A jornada para inspirar começa com a ideia de que cada pessoa tem sua própria história, suas motivações e sonhos. O truque é criar um ambiente que dê espaço para essas motivações pessoais crescerem e se misturarem bem com o que a empresa quer alcançar. A verdadeira inspiração acontece quando os chefes não falam só, mas agem junto, mostram com atitudes e dedicação. Quando os líderes mostram que levam os valores e metas da empresa a sério, eles viram farois de inspiração, iluminando o caminho para todos. (CHIAVENATO, 2003) Construir essa vontade firme e confiança é uma estrada longa e constante. Tão importante quanto traçar metas é reconhecer as pequenas conquistas no caminho e celebrá-las. É mostrar que cada passo conta, e que contribui para um objetivo maior. Mostrar que cada pedaço tem valor fortalece a conexão pessoal das pessoas com o trabalho que fazem. E essa conexão é o que cria um comprometimento verdadeiro, daqueles que não abalam nem quando as coisas estão difíceis no mundo dos negócios. (CHIAVENATO, 2003) Conforme a nossa sociedade e as empresas continuam a mudar, é cada vez mais importante manter as pessoas motivadas no trabalho. Com mais tipos diferentes de pessoas trabalhando juntas e as empresas expandindo para outros lugares do mundo, é um desafio novo fazer com que todos estejam animados e comprometidos. 4 Hoje em dia, não basta apenas entender o que torna cada pessoa animada no trabalho. É igualmente essencial reconhecer que todos merecem ser tratados de forma justa, independentemente de serem homens, mulheres, de diferentes origens étnicas, ou de quem amam. Respeitar as singularidades de cada um é uma forma eficaz de manter a motivação no trabalho. Para manter as pessoas inspiradas, é fundamental criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados. Quando pessoas diversas colaboram, isso enriquece nosso repertório de ideias e nos torna mais criativos e inovadores. No entanto, é bom lembrar que a motivação no trabalho não só depende dos chefes e líderes. Cada pessoa da equipe tem um papel importante em criar um ambiente motivador. Quando trabalhamos juntos, apoiamos uns aos outros e conversamos abertamente, isso ajuda muito a manter um lugar de trabalho inspirador. Sendo assim, a motivação no trabalho é como uma viagem que nunca acaba. Ela muda conforme a sociedade muda, a tecnologia muda e o que cada um de nós precisa mudar. Conforme enfrentamos o que vem pela frente, entender, cuidar e valorizar o que motiva cada pessoa e todos juntos vai ser super importante para as empresas continuarem indo bem. O principal objetivo desta pesquisa é investigar e compreender as teorias motivacionais que influenciam o funcionamento das organizações de hoje. Vamos dar uma olhada em como essas teorias impactam as organizações e descobrir como elas podem ser usadaspara inspirar as pessoas e construir um ambiente de trabalho que corresponda ao que sua organização deseja. O foco desta pesquisa é examinar as teorias motivacionais, como a teoria da necessidade de Maslow, teoria X e Y de McGregor, teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg, teoria da expectativa de vroom, teoria da equidade de Adams, teoria da autodeterminação de Deci e Ryan, e a teoria da realização de McClelland. Nosso objetivo é entender as ideias-chave e como elas afetam o ambiente de trabalho e aplicá-las para criar um ambiente motivador e satisfatório para nossos funcionários. 5 A metodologia deste estudo sobre motivação no ambiente organizacional se baseou principalmente em análises de literatura. Isso proporcionou uma base teórica sólida ao explorar diferentes teorias motivacionais. Através da comparação das teorias, foi possível identificar semelhanças e diferenças. No entanto, essa abordagem pode não considerar perspectivas práticas atuais, sugerindo que futuros estudos possam complementar com métodos empíricos. Em resumo, a metodologia de análise de literatura foi crucial para entender as teorias motivacionais, apesar das limitações em relação à atualidade e à aplicação prática. Esta pesquisa surge porque percebemos o quanto é importante ter ambientes de trabalho que realmente motivam as pessoas, e como isso afeta profundamente o sucesso das empresas. Nos dias de hoje, onde a competição é acirrada e o que os colaboradores esperam está sempre mudando, entender e usar teorias motivacionais se tornou algo crucial para gerenciar bem e alcançar os objetivos da empresa. Mediante a esse contexto, surge a seguinte pergunta de pesquisa: “como podemos criar um ambiente onde as pessoas estejam naturalmente motivadas”? 2 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo, direcionamos nossos esforços para construir uma revisão teórica mais ampla e embasada, voltada para o contexto específico da "Motivação no Ambiente Organizacional". Estamos explorando e aprofundando os conceitos fundamentais das teorias motivacionais, a fim de fornecer uma base sólida para compreender como a motivação desempenha um papel crucial no ambiente de trabalho. 2.1 MOTIVAÇÃO A consideração da motivação no contexto organizacional perdura como um tópico de ininterrupto interesse e significância. Tal fenômeno se justifica 6 pela notável ligação entre a eficácia e o desempenho das instituições e o grau de motivação ostentado por seus colaboradores. O discernimento e a influência sobre os elementos propulsores da motivação, por conseguinte, assumem um papel crucial na administração de recursos humanos e na concretização dos propósitos corporativos. A motivação intrínseca, enquanto força endógena, emerge como uma força orientadora singular a cada indivíduo, amiúde correlacionada com seus anseios, valores intrínsecos e necessidades psicológicas. Tal premissa pressupõe que as pessoas intrinsecamente possuem uma motivação interna que as instiga a buscar a realização e a satisfação por intermédio de suas tarefas laborais. Este embasamento está alicerçado na autodeterminação e na sensação de competência, elementos que, por sua vez, fomentam um senso de realização, tanto pessoal quanto profissionalmente. [...] A motivação é uma força, uma energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa (...) ela nos é absolutamente intrínseca, isto é, está dentro de nós, nasce de nossas necessidades interiores. (VERGARA, 2006, p.42) A palavra "motivação" reverbera com significados diversos, muitas vezes compreendidos de maneiras distintas por indivíduos que trilham suas jornadas em diferentes cenários da vida. A definição de "motivação" é de "ter um motivo para a ação", o que implica que a motivação é uma força interna e individual, sendo algo que cada pessoa só pode despertar em si mesma. (VERGARA, 2003) Pessoas precisam de diferentes tipos de estímulos para se motivarem a realizar ações, porque o que motiva cada pessoa pode ser diferente. Os líderes nas empresas precisam ter cuidado e construir boas relações interpessoais para entender o que inspira sua equipe. É importante lembrar que as empresas não podem fazer com que seus funcionários se sintam motivados; a motivação vem de cada funcionário. Portanto, os líderes devem criar situações que ajudem sua equipe a se motivar por conta própria, sempre respeitando as particularidades de cada um. (CAZELATO E BRITO, 2017) 7 [...] Motivação deriva originalmente da palavra movere, que significa mover. (BERGAMINI, 1997, p.31) A visão de motivação como uma força interna destaca a natureza singular e exclusiva desse fenômeno. É algo que não pode ser imposta de fora, não pode ser infundida por pressões externas ou incentivos artificiais. Pelo contrário, a motivação se origina nos recessos mais profundos de cada indivíduo, moldada por seus desejos, aspirações e anseios pessoais. Cada pessoa carrega consigo uma complexa rede de motivações, uma tapeçaria íntima de razões que alimentam suas ações. No entanto, é relevante observar que a motivação intrínseca não opera em isolamento. Ela mantém interações com outras variáveis motivacionais, tais como a motivação extrínseca, que se fundamenta em recompensas concretas, a exemplo de remuneração e progressões de carreira. Uma apreensão abrangente da sinergia entre esses dois vetores motivacionais assume carácter imperativo para a configuração de estratégias gerenciais eficazes. Tais estratégias visam fomentar um ecossistema propício à expansão da motivação intrínseca. No contexto organizacional, fomentar a motivação intrínseca dos colaboradores demanda uma abordagem holística. Isso compreende disponibilizar oportunidades para o aprimoramento tanto pessoal quanto profissional, reconhecer feitos notáveis e instituir um ambiente que promova a autonomia e a participação ativa dos colaboradores nas deliberações. Uma administração proficiente da motivação intrínseca não apenas incrementa a satisfação e o comprometimento dos colaboradores, mas também concorre para o aprimoramento da produtividade e da qualidade laboral. A motivação intrínseca é uma força inerente a cada indivíduo, muitas vezes vinculada aos seus desejos. A falta de realização desses desejos coloca em risco tanto a integridade física quanto a psicológica do indivíduo, resultando em uma perturbação do equilíbrio. (BERGAMINI, 2006) Falar sobre motivação no trabalho é essencial para entender o que nos faz querer atingir nossas metas e objetivos profissionais. No entanto, existe um 8 desafio ao usar corretamente os termos "motivação" e "condicionamento". Se os usarmos de forma errada, podemos confundir as razões por trás das nossas ações e, consequentemente, como nos saímos no trabalho. A motivação, por vezes confundida com o condicionamento, na verdade é um impulso interno complexo que nos leva a tomar decisões e agir. A motivação vem dos nossos desejos pessoais, valores e objetivos. Por outro lado, o condicionamento envolve como aprendemos a reagir a estímulos externos, como receber recompensas ou punições. Se misturarmos esses conceitos, podemos entender de forma equivocada o que realmente nos leva a agir de certa maneira. Para cultivar a motivação interna dos colaboradores no ambiente corporativo, é essencial adotar uma série de medidas estratégicas. Isso engloba a oferta contínua de oportunidades para o desenvolvimento tanto pessoal quanto profissional dos membros da equipe. Reconhecer conquistas notáveis não se restringe meramente a recompensas materiais, mas também abarca formas de validação que ressaltam a contribuição singular de cada indivíduo para o êxito organizacional. Ademais, a criação de um ambiente propício à autonomia e à participação ativa dos funcionários nas decisões é um componente fundamental para fomentar a motivação intrínseca. A gestão eficiente da motivação intrínseca transcende o mero bem-estar pessoal. Ela repercute diretamente na quantidade e na qualidade do trabalhodesempenhado. Colaboradores impulsionados por motivação intrínseca demonstram um comprometimento mais profundo, apresentam maior inventividade e dedicam-se com mais afinco às tarefas. Esse tipo de motivação genuína culmina em um trabalho de maior excelência, contribuindo assim para a reputação e o desempenho global da empresa. A utilização inadequada dos termos "Motivação" e "Condicionamento" resulta em um dos problemas mais substanciais relacionados à compreensão precisa do que constitui a principal fonte interna de energia comportamental e, por conseguinte, da produtividade individual. (BERGAMINI, 2006) 2.2 TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW 9 Abraham H. Maslow, renomado psicólogo e consultor americano, introduziu a teoria da hierarquia das necessidades, frequentemente denominada de pirâmide de Maslow. Nesta abordagem, as necessidades humanas são organizadas em uma estrutura hierárquica que reflete sua relevância relativa. Essa estrutura hierárquica delineia que as necessidades consideradas de níveis inferiores devem ser atendidas antes das necessidades posicionadas em níveis superiores (CHIAVENATO, 2010). Depois de garantir comida e segurança, surge o desejo de conexão social. Sentimos a necessidade de fazer amigos, participar de grupos e interagir com outras pessoas. Em seguida, surgem as necessidades de estima, relacionadas ao reconhecimento, prestígio e autovalorização. Buscamos respeito e um certo status, tanto em nossas vidas pessoais quanto nas profissionais. Isso se torna um aspecto importante nessa fase. 2.3 A TEORIA X E Y DE MCGREGOR A Teoria X e a Teoria Y de Douglas McGregor são duas abordagens opostas que buscam compreender a natureza humana no ambiente de trabalho e a maneira como os gerentes podem abordar a gestão de suas equipes. Essas teorias são fundamentais para a compreensão das diferentes perspectivas sobre a motivação, o comportamento e o desempenho dos colaboradores nas organizações. A Teoria X representa uma abordagem administrativa tradicional, enquanto a Teoria Y é considerada uma perspectiva mais moderna. A Teoria X está associada a visões negativas em relação às pessoas, o que tende a promover um estilo de gestão autoritário e impositivo. Isso resulta em uma maior necessidade de controlar e supervisionar os funcionários, uma vez que eles podem se sentir inseguros e desmotivados. Em contrapartida, a Teoria Y, que é a abordagem contemporânea, é baseada em crenças positivas que orientam a administração para uma abordagem democrática e consultiva. Nesse cenário, há respeito pelas individualidades das pessoas, promovendo um ambiente de trabalho mais agradável. (CHIAVENATO, 2008) 10 É importante notar que McGregor não considerava essas teorias como uma dicotomia rígida, mas sim como extremos de um espectro. Na prática, muitas organizações adotam elementos de ambas as abordagens, dependendo do contexto e da natureza das tarefas a serem realizadas. Além disso, ele também destacou a necessidade de compreender as expectativas e as motivações individuais de cada funcionário, reconhecendo que as pessoas são únicas e podem responder de maneira diferente a diferentes estilos de gestão. 2.4 TEORIA DOS DOIS FATORES DE FREDERICK HERZBERG A Teoria dos Dois Fatores concebida por Frederick Herzberg assume uma posição de destaque no âmbito da psicologia organizacional e da gestão de recursos humanos. Forjada ao longo da década de 1950, esta teoria empreende uma análise perspicaz dos determinantes que influenciam a motivação e a satisfação no seio do ambiente laboral. Herzberg sustenta a presença de dois estratos distintos de fatores que incidem sobre o comportamento e o desempenho individuais: os fatores de higiene e os fatores motivacionais. Compreender as pesquisas de Frederick Herzberg nos proporciona uma visão mais clara de como os "fatores higiênicos", que estão fora do âmbito do trabalho em si, influenciam a satisfação no ambiente profissional. Esta compreensão assume relevância ao abordar como as condições impactam o bem-estar e o desempenho dos colaboradores nas organizações. Frederick Herzberg abordou elementos como o ambiente físico, a remuneração, os benefícios e as políticas da empresa. De acordo com as investigações conduzidas por Herzberg, quando os fatores higiênicos atingem um patamar ótimo, seu papel se limita a evitar a insatisfação; além disso, quando são aprimorados, não conseguem sustentar esse nível elevado de satisfação por um período prolongado. Em contrapartida, quando os fatores higiênicos se encontram em condições ruins ou deficientes, eles desencadeiam insatisfação entre os colaboradores (VERGARA, 2000). Herzberg enfatizou que mesmo quando melhoramos os "fatores 11 higiênicos", eles têm limitações em manter a satisfação em um nível alto por muito tempo. Isso significa que, mesmo que façamos melhorias nas condições de trabalho e em coisas que podemos ver, isso só faz com que os funcionários fiquem mais felizes temporariamente. A razão para isso é que esses fatores não duram para sempre e podem não manter a motivação e o comprometimento ao longo do tempo. Herzberg, por meio da teoria dos dois fatores, argumenta que a remoção dos elementos que geram insatisfação pode trazer alívio aos colaboradores, contudo, essa ação não garante automaticamente a conquista da satisfação. (ROBBINS, 2005) É importante ressaltar desde o início que elementos externos ao indivíduo, como salário, segurança, políticas organizacionais, relações interpessoais e ambiente de trabalho, servem para mobilizar as pessoas a utilizá-los ou a lutar por eles quando são perdidos. Contudo, sua mera existência não é o que verdadeiramente gera motivação. (BERGAMINI, 2006) Portanto, é importante entender a diferença entre os "fatores higiênicos" e os "fatores motivacionais" que Herzberg destacou. Os "fatores higiênicos" são como uma base para evitar insatisfação e proporcionar condições básicas de trabalho, enquanto os "fatores motivacionais" estão ligados ao conteúdo e à natureza das tarefas, oportunidades para crescer, ter responsabilidade e ser reconhecido. São esses fatores que realmente podem criar uma motivação interna duradoura, resultando em uma satisfação profunda e que perdura ao longo do tempo. 2.5 TEORIA DA EXPECTATIVA DE VROOM Victor Vroom criou a Teoria da Expectativa, que explora a ligação entre o esforço das pessoas, o que conseguem fazer e as recompensas que ganham. Ele argumenta que a motivação é influenciada por como as pessoas pensam que as coisas vão acontecer. Se alguém acha que se esforçar resultará em bom desempenho e que isso será seguido por boas recompensas, a motivação aumenta. Em resumo, quando os funcionários 12 veem claramente como o esforço leva a bom desempenho e a recompensas valiosas, eles se sentem mais estimulados a se dedicar ao trabalho. Esses três elementos influenciam a motivação do indivíduo para produzir em qualquer situação em que esteja inserido. (CHIAVENATO, 2003). ● Expectativa: Diante desta realidade, percebemos que há alguém convicto de que seus esforços levarão a um desempenho competente. Simplificando, isso significa perceber que se nos dedicarmos mais, alcançamos o êxito na conclusão da tarefa. Variáveis como aptidões pessoais, recursos disponíveis e suporte da organização impactam a relação entre o esforço e o desempenho. ● Instrumentalidade: No entanto, a instrumentalidade abrange o conceito de que um bom desempenho resulta em recompensas específicas. Características externas e internas são exemplos de recompensas que podem ser obtidas, como aumento salarial e sensação de satisfação. Ao adotar a visão de que alcançar um desempenho superior trará benefícios significativos, torna-se mais provável que uma pessoa intensifique seus esforços. ● Valência: Por fim, a valência está relacionada à valorização ou importância que um indivíduo dá às recompensas almejadas. Ressalta-se a importância de entender que diferentespessoas podem ter percepções distintas sobre a atratividade das recompensas. Tais avaliações são subjetivas e apresentam variações conforme as inclinações e necessidades percebidas individualmente. Uma contribuição substancial apresentada pela Teoria da Expectativa de Vroom reside na ênfase conferida à percepção individual no contexto da motivação. A teoria reconhece a variabilidade dos estímulos motivacionais entre os indivíduos, bem como as distintas perspectivas que permeiam a confiança nas próprias habilidades e na relação entre empenho despendido e as recompensas colhidas. As implicações dessa teoria exercem um peso significativo na esfera da gestão e liderança organizacional. Para otimizar tanto a motivação quanto o 13 desempenho dos colaboradores, os gestores se veem compelidos a ampliar a convicção de que o investimento de esforços culminará em um desempenho satisfatório. Paralelamente, é imperativo que as recompensas sejam percebidas como vantajosas e que um elo inequívoco entre o desempenho e as recompensas tangíveis seja estabelecido. 2.6 TEORIA DA EQUIDADE DE ADAMS A Teoria da Equidade, concebida por John Stacey Adams na década de 1960, emerge como uma abordagem de significativa relevância para a compreensão dos comportamentos inerentes ao âmbito humano no contexto das organizações. De maneira particular, seu enfoque recai sobre a análise da motivação e satisfação laboral. A teoria em questão postula que os indivíduos procedem a avaliar a equidade entre as recompensas obtidas e os esforços despendidos, comparativamente aos de seus pares, sendo tal percepção um determinante chave de suas atitudes e ações. Os colaboradores realizam avaliações comparativas entre suas atividades laborais, empenho dedicado, experiência acumulada e competência demonstrada, contrastando esses elementos com os resultados alcançados, incluindo remuneração, oportunidades de progresso e reconhecimento. Essas comparações são frequentemente relacionadas à situação de outros colegas de trabalho. (ROBBINS, 2000). Adams elencou três arquétipos de relações equitativas passíveis de serem identificadas: ● Equidade Igualitária: Sob essa configuração, os indivíduos nutrem a convicção de que suas oferendas e aferições são equiparadas àquelas dos seus pares. Desse modo, insurge-se um sentimento de equanimidade, instilando motivação em zelar pelo equilíbrio entre o dispêndio de empenho e o obtido em retorno. ● Sub-equidade: A sub-equidade instaura-se quando alguém percebe que suas contribuições excedem as recompensas recepcionadas, em confronto com a avaliação comparativa. Tal cenário pode suscitar 14 sentimentos de contrariedade e percepção de iniquidade, quiçá culminando na diminuição da incentivação e dedicação. ● Sobrequidade: A sobrequidade desponta quando um indivíduo internaliza que as recompensas angariadas superam as próprias doações, se cotejadas com as de seus colegas. Isto pode suscitar emoções de remorso e desconforto, frequentemente incitando a pessoa a aplacar essa sensação de excesso mediante uma intensificação de esforços ou contribuições. A Teoria da Equidade também engloba a análise das reações humanas frente a circunstâncias caracterizadas por desproporções. Ao identificar uma carência de justiça, as pessoas se inclinam a adotar diversas estratégias com o intuito de restabelecer a sensação de equidade percebida. Tais medidas podem abarcar desde a adaptação das próprias contribuições, a busca por gratificações suplementares, a redefinição da apreciação do empenho pessoal, até mesmo a eventual decisão de se desligar da organização. 2.7 TEORIA DA AUTODETERMINAÇÃO DE DECI E RYAN A Teoria da Autodeterminação, desenvolvida pelos pesquisadores Edward Deci e Richard Ryan, se configura como um arcabouço psicológico de notável relevância, destinado a examinar os complexos tons das motivações humanas e dos fatores preponderantes que orquestram o comportamento intrínseco ao ser humano. Os fundamentos basilares desta teoria gravitam em torno da premissa basal de que os indivíduos intrinsecamente anseiam por um crescimento contínuo, pela amplificação de suas aptidões e pela consecução de um estado de bem-estar psicossocial pleno. Neste contexto, destaca-se a notável ênfase atribuída à autodeterminação, essa habilidade intrínseca de agir munido de autonomia e de selecionar, orientado por escolhas, ações conducentes à promoção da motivação e do funcionamento saudável. Quando alguém é impulsionado por motivação intrínseca, pode experimentar um senso de autodireção e autonomia. Por outro lado, quando a motivação é extrínseca, a pessoa pode se sentir compelida a agir de 15 determinada maneira, resultando em uma sensação reduzida ou ausente de autonomia. (RYAN E DECI, 2008) Deci e Ryan propugnam a existência de três necessidades psicológicas axiais, cuja satisfação culmina na promoção da autodeterminação e da motivação intrínseca: ● Necessidade de Autonomia: Subsiste neste âmbito a análise de uma sensação inalienável de ser o arquiteto do próprio destino, incumbido de tomar decisões à luz de preferências e valores intrínsecos. A percepção de habilitação na tomada de decisões consonantes com interesses pessoais robustece, de forma ímpar, a motivação intrínseca. ● Necessidade de Competência: Alinha-se a esta necessidade a busca incessante por desafios e oportunidades de aprimoramento, as quais propiciem um solo propício ao desenvolvimento e à demonstração de competências individuais. A sensação de competência inerente a uma atividade reverbera na elevação da autoestima, ao passo que incita a motivação em prol da busca incessante pelo aprendizado e aperfeiçoamento. ● Necessidade de Relacionamento: A demanda por estabelecer laços sociais e vivenciar um senso de pertencimento cristaliza-se como uma âncora central para o bem-estar humano. Relações interpessoais saudáveis e o apoio conferido pelo convívio social exigem um contexto emocional fértil, o qual nutre sobremaneira a motivação e a percepção de significado existencial. A Teoria da Autodeterminação discerne com precisão dois substratos motivacionais preponderantes: a motivação intrínseca e a motivação extrínseca. A primeira caracteriza-se pela imersão em uma atividade por seu próprio mérito e gratificação intrínseca, enquanto a segunda reporta-se à realização de uma tarefa estimulada por recompensas externas, tais como reconhecimento e ganhos financeiros. Esta teoria postula que, para incentivar a manifestação duradoura de comportamentos saudáveis, urge fomentar a 16 motivação intrínseca mediante o cultivo das três necessidades psicológicas fundamentais mencionadas. Ao longo das sucessivas décadas, a Teoria da Autodeterminação reverberou de forma ampla em distintos domínios, entre eles a educação, o espectro laboral, a esfera da saúde e a seara esportiva. Educadores, líderes organizacionais e profissionais da saúde adotam os princípios delineados por esta teoria como ferramenta propulsora na edificação de ambientes propícios à autodeterminação, à motivação intrínseca e, por conseguinte, ao florescimento do bem-estar psicossocial e ao alcance de desempenho ótimo. 2.8 TEORIA DA REALIZAÇÃO DE MCCLELLAND A Teoria da Realização de McClelland, desenvolvida por David McClelland durante a década de 1950, configura-se como um modelo psicológico que busca discernir os substratos motivacionais individuais e sua interface com o comportamento humano, mormente no contexto da consecução de metas e realizações. Neste escopo teórico, destacam-se as insígnias das necessidades psicológicas, nomeadamente a necessidade de realização, de afiliação e de poder, como elementos preponderantes na moldura do comportamento humano. No cerne da Teoria da Realização de McClelland encontra-se a "necessidade de realização", aludindo ao intrínseco anseio do indivíduo em superar desafios, concretizar objetivos e lograr êxito. Os indivíduos com uma expressiva necessidade de realizaçãomanifestam a motivação para buscar situações que proporcionem oportunidades de evidenciar suas aptidões e alcançar resultados frutíferos. Encaram o fracasso como uma oportunidade de aprendizado e estão dispostos a se expor a riscos moderados com vistas a concretizar suas metas. A "necessidade de afiliação" constitui outro elemento da teoria, estando associada à ânsia de estabelecer e manter conexões sociais de relevância. Indivíduos que apresentam uma proeminente necessidade de afiliação buscam interações edificantes, vínculos emocionais e aceitação por parte de seus 17 pares. Valorizam a colaboração e a harmonia nas relações interpessoais, demonstrando uma tendência a evitar dissensões. Por derradeiro, a "necessidade de poder" configura a terceira dimensão da teoria, referindo-se ao desejo de influenciar e controlar tanto indivíduos quanto situações. Aqueles com um elevado grau de necessidade de poder almejam posições de autoridade e nutrem uma inclinação pelo impacto sobre decisões e desfechos. Tal motivação pode ser direcionada tanto aos seus objetivos pessoais quanto ao benefício alheio. Impende salientar que essas três necessidades não se afiguram mutuamente excludentes e podem variar em intensidade de um indivíduo para outro. McClelland concebia que a compreensão destas necessidades poderia ser empregada para aprimorar os processos de seleção, treinamento e motivação no contexto laboral e em outras esferas da vida. A título ilustrativo, em um ambiente profissional, o conhecimento das necessidades preponderantes de um colaborador poderia facilitar a designação de tarefas alinhadas às suas motivações, o que, por sua vez, incrementaria seu desempenho e satisfação. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo geral deste estudo é fazer uso das teorias referenciadas para criar um ambiente onde as pessoas estejam naturalmente motivadas. Tendo como pergunta de pesquisa teórica: como podemos criar um ambiente onde as pessoas estejam naturalmente motivadas? Primeiro, sabemos que as pessoas querem trabalhar quando se sentem bem em suas necessidades básicas. Então, um bom ambiente de trabalho começa com garantir que as pessoas se sintam seguras, reconhecidas, parte de um grupo e confiantes. Isso significa que os chefes devem prestar atenção nas preocupações dos funcionários e criar regras que atendam a essas necessidades. Também é importante deixar as pessoas terem controle sobre seu trabalho e decisões, pois isso as motiva. Chefes 18 precisam criar um ambiente onde os funcionários possam falar, tomar decisões e ser criativos. Outro ponto importante é que cada pessoa é diferente. Elas têm diferentes razões para trabalhar e metas. Por isso, os chefes precisam tratar cada pessoa de forma única, entendendo o que ela precisa e adaptando a forma como as motivam. Além disso, é bom definir metas desafiadoras e importantes. Pessoas trabalham melhor quando sabem por que estão fazendo algo e têm a chance de superar desafios. Chefes podem ajudar a criar metas que inspirem os funcionários a darem o melhor de si. Por fim, é importante que as pessoas continuem aprendendo e crescendo no trabalho. As pessoas gostam de aprender coisas novas. Portanto, as empresas devem investir em treinamento para que os funcionários possam se tornar melhores no que fazem. Resumindo, para criar um lugar onde as pessoas queiram trabalhar naturalmente, é preciso cuidar das suas necessidades, dar a elas controle, reconhecer que cada pessoa é única, definir metas desafiadoras, e proporcionar oportunidades de aprendizado. Isso é um desafio, mas traz muitos benefícios, como funcionários mais felizes e produtivos, e empresas que se saem bem mesmo em tempos de mudança. Portanto, que isso continue inspirando os chefes a fazer lugares de trabalho onde as pessoas possam brilhar. 4 REFERÊNCIAS BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. 4.º Ed.São Paulo:Atlas,1997. BERGAMINI,Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2006. CAZELATO, E.; BRITO, L.; CAMPINAS. INSTITUTO DE EDUCAÇÃO E ENSINO SUPERIOR DE CAMPINAS -IESCAMP MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PROFISSIONAL NA 19 BUSCA DE METAS E RESULTADOS ORGANIZACIONAIS. [s.l: s.n.]. 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