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www.cursocecom.com.br Capítulo 6 01 ASSESSORIA DE IMPRENSA O que é assessoria de imprensa? A expansão das assessorias de imprensa no Brasil já possibilita uma afirmação até bem pouco tempo um tanto arriscada: é um dos quatro blocos de referência para exercício do jornalismo, ao lado dos meios impressos, TV e do rádio. O jornalismo empresarial é uma atividade para sinalizar a coleta, produção e difusão de informações das instituições e empresas comerciais e industriais, voltada para publicações segmentadas. Apesar do forte preconceito com o profissional de assessoria de imprensa, estatísticas recentes demonstram uma mudança acentuada no mercado: o segundo grande bloco de absorção de profissionais de comunicação é o de comunicação empresarial institucional, com 40%, superando rádio e TV, hoje com 20%. Mudanças estão acontecendo: a realidade hoje se afirma cada vez mais com uma política de portas abertas, informações transparentes e precisas, mão-de-obra cada vez mais qualificada e utilização racional de novas tecnologias. O setor de assessoria de imprensa se desenvolve obrigando as organizações a se estruturarem em busca de espaço adequado para canalizar o fluxo crescente de informações que uma sociedade democrática exige, e que utiliza para se sustentar em qualquer atividade. Grande parte dos empresários, políticos, associações, sindicatos e outros, não têm uma assessoria de imprensa por desconhecerem a importância deste serviço de comunicação. Este é um dos principais motivos de chegarem diariamente as redações, releases de políticos em editorias de esportes, noticias de empresas em editorias de política etc. Fora de lugar, desencontrado, sem saber a quem se dirigir nas redações, vão diretamente para o lixo. A desinformação sobre o que é a imprensa e como ela funciona, muitas vezes é o maior problema na contratação de uma assessoria. Entre o empresariado, há muito de elementar a se aprender sobre imprensa: que a fotografia não é escolhida pelo fotógrafo, que o título não é de responsabilidade do repórter na maioria dos jornais e revistas... Revela-se alto grau de desinformação, em geral, logo na seleção da assessoria de imprensa. Costuma-se contratar fabricantes de releases. As boas empresas de assessoria de imprensa e os bons profissionais, conhecem e sabem como funcionam os meios de comunicação, são capazes de identificar a linha editorial e o público-alvo de cada veículo e produzir uma divulgação eficiente e bem sucedida. A história da assessoria de imprensa O conceito de assessoria de imprensa está associado a dois aspectos fundamentais: a necessidade de divulgar opiniões e realizações de indivíduos ou grupos de pessoas e a existência de um conjunto de instituições conhecido como meios de comunicação. O primeiro vem de muito longe: está presente nas cartas circulares com decisões da dinastia Irã, na China, em 202 a.c. E o segundo já pode ser notado a partir do século 15, idealizada por Gutenberg. www.cursocecom.com.br Capítulo 6 02 O pioneirismo na criação da primeira assessoria de imprensa é dos norteamericanos e aconteceu durante o governo de Jackson. Nesta época surge também o primeiro House Organ, jornal empresarial. Em 1968, aparece pela primeira vez a expressão agente de imprensa (press agent). Mas o grande “Pai das Relações Públicas”, foi mesmo Ivy Lee, que, em 1907, transformou a imagem do empresário considerado mal-feitor Jonh Rockfeller em um “velhinho simpático e bonachão”, transformando o relacionamento de um RP com a mídia e executando o trabalho que hoje mais se aproxima com o de um assessor de imprensa. As primeiras assessorias empresariais surgem no século 19 na Grã-Bretanha e nos EUA, com o objetivo de atenuar o descontentamento interno em diversas corporações, já que o acesso do proletariado a grande imprensa era praticamente nulo. No Brasil, a primeira ação que mais se aproximava com a de uma AI foi em 1909, quando o presidente Nilo Peçanha criou a Seção de Publicações e Biblioteca para integrar serviços de atendimento, publicações, informação e propaganda, com o objetivo de distribuir informações do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Em 1971, surgiu o primeiro escritório de assessoria de imprensa, a Unipress, composto de jornalistas oriundos do setor automobilístico. Funções da assessoria de imprensa Administração de informações A administração de informações jornalísticas das fontes para os meios de comunicação e vice-versa. Esta é atribuição principal da assessoria de imprensa. Um bom assessor de imprensa tem de pensar como jornalista. Deve saber filtrar o que é notícia e colocar seu cliente em contato direto com a mídia. A rapidez, o dinamismo e a organização são características determinantes para se transformar fatos em notícias. Orientação do Assessorado (Média Training) O assessor deve funcionar como um consultor. O assessorado em tese contrata uma pessoa porque acredita nos seus conhecimentos e na sua capacidade na área. É função do assessor de imprensa orientar o seu assessorado no relacionamento com a mídia, informando sobre os bastidores da própria imprensa, e facilitando o relacionamento com os repórteres. Organização de entrevistas A organização de entrevistas coletivas e individuais é função do assessor de imprensa. Cabe a ele saber distinguir a necessidade de uma ou de outra. Elaboração de artigos e discursos Uma importante função do assessor é orientar ou mesmo escrever artigos para seus assessorados. O artigo é uma manifestação de opinião, e pode ser um bom veículo de entrada na mídia impressa. Embora as editorias de opinião tenham geralmente uma lista de preferidos, é sempre possível publicar artigos de seus assessorados. Basta um bom texto inédito sobre um tema em pauta no noticiário. Geralmente os veículos pedem textos com 70 linhas. Isso significa que o tamanho do artigo deve estar de acordo com o espaço disponível da programação visual e do projeto gráfico do veículo a que se destina. Os discursos, também devem ser escritos pelo assessor. Ninguém melhor do que ele para transformar em palavras os anseios e objetivos de seu assessorado. www.cursocecom.com.br Capítulo 6 03 Elaboração de house organ ou jornal empresarial O house organ, ou jornal empresarial, é uma publicação periódica, informativa, publicada por uma empresa ou instituição, com o objetivo de criar e manter o fluxo de comunicação entre a entidade, seus funcionários e o público externo. Assim como os grandes jornais, a imparcialidade deve estar presente em todo o conteúdo da publicação, demonstrando seriedade e coerência. Para isso, deve-se observar a necessidade dos leitores, a fim de se prepará-lo com conteúdo equilibrado, formato leve e agradável. A política editorial deve render assuntos que podem ser divididos entre: interesses do funcionário, interesses da empresa e interesses em comum. As pautas são variadas, com assuntos gerais sobre comportamento, educação, saúde, aspectos de interesse geral, serviços que possam ser utilizados pela maioria, e mais melhorias salariais e estruturais. Alguns exemplos práticos de ações que podem gerar notícia no jornal da empresa estão ligados a fontes internas, enfocando não somente a filosofia da empresa, por meio de entrevistas com dirigentes e outras lideranças, mas obtendo informações sobre o lado mais humano desses executivos. As datas significativas não podem ser esquecidas, bem como premiações, homenagens, seminários e congressos. As promoções também não podem faltar. Objetivos do trabalho de assessoria de imprensa – Trabalhar a imagem do assessorado na mídia de maneira a divulgar todas as suas realizações, tornar público a filosofia da entidade, lançamentos de projetos e eventos. – Ressaltar à sua importância e influência no mercado. – Fortalecer idéias e criar novos caminhos que ampliem o crescimento. – Criar e/ou consolidar a imagem do assessoradoperante a mídia. Forma de atuação e funcionamento As denominações são muitas, mas é por meio da assessoria de imprensa que se consegue identificar antecipadamente muitas das turbulências que alteram as várias áreas e segmentos da sociedade, permitindo a empresários, autoridades públicas e demais técnicos, estabelecerem um planejamento estratégico.Uma assessoria de imprensa pode funcionar de três formas: dentro da própria organização, através de uma empresa especializada ou ainda de forma mista em que parte das atividades é desenvolvida por uma equipe própria da organização e parte é contratada externamente, dependendo da infra-estrutura necessária. Quanto a sua atuação, pode ser de duas formas: Ativa : A assessoria oferece informações a imprensa, de forma voluntária. Passiva : A assessoria oferece informações a imprensa, como resposta a sua solicitação. Um setor moderno da assessoria de imprensa deve dispor de uma certa organização funcional, para isso se faz necessário: www.cursocecom.com.br Capítulo 6 04 Mailling list: relação dos meios de comunicação, contendo nome, endereço, telefone, fax, e-mail das editorias, chefes de redação, principais repórteres e colunistas; Rádio, televisão e DVD : Para o acompanhamento de informações; Biblioteca básica : livros técnicos de redação empresarial, manual de redação (se possível, elaborado pela própria equipe) e outras publicações que possam servir de consulta em momentos de dúvidas; Jornais e revistas de circulação nacional e regional Gravador: para entrevistas e arquivamento de dados. Material básico de expediente: de preferência padronizado, como identidade visual que marque a presença no setor; Controle de pautas: arquivo de press-releases e sugestões de pautas enviados aos meios de comunicação. Arquivo de clipping: clipagens de meios de comunicação falado, escrito ou televisivo, das noticias relativas a divulgação e de interesse do assessorado. Plano de Mídia O sucesso e a eficiência do trabalho de assessoria de imprensa dependem do seu planejamento e da sua organização. Para isso, faz-se necessário o desenvolvimento de um plano de mídia eficiente que responda os seguintes quesitos: Justificativa: justificar o porque da elaboração do plano. Objetivos: definir os principais objetivos a serem alcançados. Metas: definir as etapas e os prazos para se alcançarem os objetivos. Pesquisa de público-alvo: definir a quem será dirigida a informação. Definição de peças: definir as peças informativas que serão produzidas. A elaboração de um plano de mídia, deve seguir o seguinte roteiro: 1. escolha do fato a ser divulgado. 2. Avaliação dos pontos principais. 3. Levantamento de informações complementares. 4. Organização da divulgação. 5. Enumeração das estratégias que serão utilizadas. 6. Apresentação do plano de mídia ao assessorado. www.cursocecom.com.br Capítulo 6 05 Peças de Divulgação Após a elaboração do plano de mídia, inicia-se a elaboração das peças de divulgação (releases, sugestões de pauta e press kits). Estes devem servir como uma espécie de roteiro distribuído à mídia com o objetivo de facilitar o trabalho dos repórteres. As peças têm por objetivo desencadear um processo de informação, que podem ampliar-se e abranger outros setores afins. Muitos veículos de mídia impressa, principalmente os pequenos, de bairros e do interior, por uma questão de economia de mão-de-obra e por não terem estrutura para comportar a contratação de repórteres, vêm utilizando-as, cada vez mais, como notícias prontas. É importante esclarecer, que as peças de divulgação devem ser estritamente informativas, só trazendo opiniões quando forem colocadas por alguém e entre aspas. O assessorado deve ser alertado de que as informações nelas contidas poderão não ser publicadas exatamente do jeito que foram aprovadas. Caberá ao jornalista do veículo receptor redigir a matéria e incluir ou não o assessorado, da forma que melhor considerar. É bom deixar algumas informações em aberto, para possibilitar que o repórter entre em contato ao receber o texto. Isso abre a possibilidade de um contato direto. É importante a criação de uma identidade visual personalizada, que identifique de forma sutil a assessoria ou o assessorado, ou seja, a fonte da informação. A identificação da fonte é imprescindível, principalmente se levarmos em conta a infinidade de textos que chegam diariamente nos veículos. Release Release é o texto básico do assessorado. Podemos defini-lo como o currículo do assessorado na imprensa. Possuí caráter atemporal. Tem como objetivo facilitar o trabalho do jornalista, munindo-o com as informações elementares sobre o assessorado, para a realização de uma matéria. Como montar um release ou produzir uma sugestão de pauta Produzir um texto nem sempre é uma tarefa fácil, mas podemos construí-lo, através de método seguro e eficiente. A produção de Releases e Sugestões de Pauta, devem atender as técnicas de redação jornalística, além de não levar banalidades ou futilidades, pois causam descrédito. O texto em si, deve ser redigido do mais para o menos importante, dando ênfase ao lide, formado por um gancho. Além dessa exigência, é fundamental para elaboração de um bom texto, utilizar o máximo de clareza possível e a ordem direta, com sujeito, predicado e objeto, e só adotar a ordem indireta em último caso. As dicas a seguir podem ajudar bastante àqueles que pretendem escapar da cesta de lixo: – Todo release e sugestão de pauta que se preza deve ter antes de qualquer outra coisa uma apresentação estética de qualidade. Isso facilita a identificação imediata da empresa que desenvolva um bom trabalho e que normalmente encaminhe informações que poderão ser aproveitadas em suas respectivas pautas. – É fundamental que o release tenha uma padronização definida. A data da elaboração do texto é imprescindível. Para facilitar o trabalho de quem o receber na redação é necessário que o texto seja ao menos intercalado pelo menos por espaço 1.5 pts possibilitando o jornalista fazer anotações se necessário . – Termos técnicos ou chavões devem ser evitados. Caso isso não possa ser feito, o correto é que essas palavras sejam muito bem explicadas. www.cursocecom.com.br Capítulo 6 06 – O responsável pelo contato com a imprensa também deve ter seu nome e contato (telefone e e-mail) inseridos no release. É a referência imediata do repórter que vai desenvolver a matéria, quando de interesse do veículo. O contato da fonte que irá fornecer informações complementares para a reportagem, não deve ser colocado no release, a fim de evitar que o repórter entre em contato direto sem o seu conhecimento. – É preciso muito cuidado quando as informações aparentemente não se baseiem em interesses jornalísticos e possam caracterizar promoções pessoais. A indicação nesses casos é tornar o texto o mais detalhado possível. Estruturas do texto – textos com mais de 30 linhas só devem ser redigidos nos casos em que a matéria realmente exija. O release não pode ser demasiado longo; – Os parágrafos devem ter de quatro a sete linhas. Isso assegura um padrão visual do texto, para facilitar a leitura, tornando os parágrafos de fácil assimilação pelo jornalista. – É indicado que em cada parágrafo apareça pelo menos dois pontos finais (ou seja duas orações completas), para que o período não fique muito longo. A redação deve ser simples e clara, com frases curtas, de preferência não muito longas. Na construção do texto devem ser observados: título, lide e corpo da notícia. Título O título é a porta de entrada do conteúdo do texto. Deve-se buscar o impacto, porém evitando o exagero de forma que não venha enganar o leitor. No volume da massa de informações que chegam todos os dias às redações, o título do texto é um diferencial importante. Ele é o resumo do ponto principaldo lide (lead). Ele deve ser “quente”, chamar atenção do leitor. “Quente” é aquele que traz o maior número de características que a notícia preenche, como as de ser recente, inédita, verdadeira, objetiva e de interesse público. O título deve ainda, de preferência, ter verbo, se possível de ação. Quanto ao tempo do verbo, o presente simples é o mais indicado. Por exemplo: Ao invés de — “Fulano disputará as eleições para presidente”, use: “Fulano disputa as eleições para presidente”. Obs: Na divulgação de fatos ligados a empresas, o nome da empresa só deve ser colocado no título se este constituir notícia, caso contrário, será mera publicidade institucional, prontamente rejeitada pelos veículos de comunicação. Tal fato não ocorre porém, na divulgação de políticos, artistas e personalidades públicas, pois geralmente o nome constitui notícia, pelo fato de suas opiniões e ações despertarem o interesse público. Lide (lead) O lead ou lide como usamos aqui, é palavra de origem inglesa, originária do verbo to lead, que significa conduzir, orientar, dirigir, guiar. Em 1950, adotou-se no Brasil o lead como técnica na elaboração da notícia, proveniente dos manuais de redação criados pelos grandes jornais. É uma síntese da notícia, a cabeça, a introdução, e deve conter os principais dados e informações, que darão origem a toda a noticia. Para isso, o lead deve responder as seis questões sobre o fato a ser narrado: O que? Quem? Quando? Como? Porquê? e Onde? www.cursocecom.com.br Capítulo 6 Corpo da Notícia No corpo da notícia, recomenda-se a máxima objetividade possível, colocando os dados principais em frases curtas. Usar em primeiro lugar “o que’, ou seja, os fatos mais importantes, deixando os menos importantes para o final. O texto deve seguir os seguintes princípios: – Objetividade, orações breves; – Clareza, palavras de preferência do vocabulário usual; – Concisão, Utilização de estilo direto; dizer em duas palavras o que muitas vezes usa-se 10, para dizer a mesma coisa. – Precisão, Não teorizar sobre nada. A questão da precisão é de fundamental importância, para não confundir a quem se transmite a informação. Cuidado especial com as estimativas. É preciso se ter certeza sobre os dados ou números. Erros em informações provocam a perda de credibilidade; – Uso adequado de adjetivos; – Verbos vigorosos. Valores notícia de um release: - interesse público -atualidade -disponibilidade -exclusividade -adequação Fotografias A utilização de fotografias somente deve ser feita quando esta tiver realmente função na complementação da informação. Deve-se utilizá-la, porém, desde que seja de ótima qualidade e capaz de despertar interesse ou chamar atenção sobre a matéria. É de suma importância ter o cuidado de não promover ostensivamente o assessorado através de fotografias. Quando a peça for acompanhada de foto, deve-se colocar em seu verso, a origem , número e título da mesma. Tipos de release Padrão: é o release típico, rotineiro: sintético, objetivo, que trata apenas de um tema e busca informar a essência do assunto a um grupo variado de jornalistas e redações. Predomina a informação sobre fatos, produtos, eventos. Release eletrônico: objetivo, claro, polido, informando o tema ou título no “assunto”. O uso do lide é fundamental. Evite anexos. O ideal é colocar apenas o lide com link para mais informações ou site. 07 www.cursocecom.com.br Capítulo 6 De opinião: texto jornalístico que apresenta idéias e opiniões de uma fonte, geralmente personagem pública, liderança ou especialista em determinado assunto. Presta-se a análises, frases de efeito, contextualizações, entrevistas pingue- pongue. Áudio-release: enviado em fitas cassete, cd ou disponibilizado na internet. Contém comentário ou entrevista, sem a caracterização de determinada rádio ou programa, o que facilita seu aproveitamento por sugerir ao ouvinte que é material exclusivo de quem o veicula. Vídeo-release: similar ao áudio release; geralmente, contém entrevistas preparadas para determinada região, depoimentos ou trechos de espetáculos para serem veiculados em emissoras de televisão. O microfone e o repórter não aparecem na imagem para não interferir na identidade visual da emissora de TV que utilizar a gravação. Exclusivo ou Dirigido: tipo de release dirigido levando em consideração as particularidades de um determinado espaço jornalístico. Em geral, é distribuído a colunistas. Deve primar pela adequação da mensagem às necessidades da seção cujo público pretende atingir. A seleção das informações e o tratamento dado a elas têm que considerar uma profunda análise do estilo da coluna, produzindo um material que, sem tentar imitá-lo, atenda suas exigências. OBS- o release dirigido deve ser distribuído com exclusividade para um colunista, com a expressão ESPECIAL PARA (nome do espaço a que se destina) em local visível. Especial : a característica principal é ser detalhado, geralmente com várias páginas, depoimentos e fontes, contextualizando e aprofundando o tema. Pode ser estruturalmente dividido num conjunto de textos sobre determinado assunto, preparado para ser aproveitado em uma mesma página, caderno ou em diferentes programas. Convocação: espécie de carta informando à imprensa sobre como está organizada a cobertura jornalística de um determinado evento. Informa detalhes de interesse específico e ajuda a organizar e orientar a presença de repórteres. Cobertura : resultado do acompanhamento de um evento durante a sua realização, distribuído aos veículos de comunicação que não estiveram presentes. Pode ser produzido imediatamente após a sua conclusão ou até antes do acontecimento. Muitas vezes, é solicitado pelos próprios jornalistas que, por algum motivo, não tiveram condições de participar. Segmentado: release geralmente formatado em linguagem especializada e produzido para determinado grupo de jornalistas, levando-se em consideração suas características específicas de interesse. Para jornalistas que atuam em editorias de agropecuária, veículos, cultura, por exemplo. Sugestão de pauta A sugestão de pauta é um texto jornalístico onde estão inseridas dicas, idéias que poderão se transformar em matéria jornalística. Ao contrário do release, é temporal, pois passado determinado tempo, perde sua finalidade. Podemos considera-lo como meio de persuasão. Através das palavras, o assessor de imprensa deverá seduzir o jornalista, “vendendo” a pauta para a produção da matéria. 08 www.cursocecom.com.br Capítulo 6 Esquema de distribuição das Peças de divulgação Depois de elaborado o plano de mídia e desenvolvidas as peças, chega a hora de iniciar a divulgação. Não basta redigir um texto perfeitamente encaixado dentro das orientações e esperar a publicação nas edições dos jornais do dia seguinte, ou mesmo nas programações de rádio e televisão. É necessário pensar e planejar a distribuição: – Certifique-se de que o assessorado tem conhecimento de todas as informações, sobre a divulgação. – Revise com o assessorado todos os pontos e faça a avaliação dos contraditórios. – Comece a divulgação pelos veículos de comunicação compatíveis com o fato que vai divulgar. – Prepare-se para os imprevistos, esteja pronto para informar tudo que a imprensa venha precisar. O release é como a primeira página do jornal. Ou consegue prender o leitor de imediato, ou é deixado de lado, quando um concorrente consegue ser mais atraente, tanto pelo visual quanto pelo conteúdo. Cada jornal de grande porte recebe em média centenas de textos por dia dentre releases e sugestões de pauta. Diversos fatores contribuem para o comportamento dos jornalistas que atuam nas redações quando recebem um release mal feito. Boas idéias utilizadas de uma forma desordenada, informações incompletas e muitas vezes erradas, apresentadas em forma de texto por pessoas despreparadas ou inexperientes ou o envio a pessoas ou editoriasimpróprias. Antes de enviar o material a qualquer editoria é recomendável telefonar antes e confirmar o interesse, para que não se desperdice tempo e dinheiro. De forma geral os textos são distribuídos via e-mail e pessoalmente quando isto se fizer necessário. No caso dos Press Kits, é indispensável que sejam distribuídos de forma que cheguem as redações dos veículos na mesma data. Assim, evita-se o problema de determinados veículos receberem as informações antecipadamente, e divulgue-as em primeira mão furando outros jornalistas, e, conseqüentemente diminuindo o interesse da publicação da matéria pelos seus concorrentes. Saber o nome correto dos jornalistas, com quem se fala por telefone ou no envio de material, é tão importante quanto data e horário dos fatos da informação. Hoje é muito comum o contato dos jornalistas por telefone até para a realização de entrevistas. Não é desprestigio nenhum. Ganha-se tempo, e por isso é cada vez mais usual. Não envie releases e sugestões de pauta indiscriminadamente. É necessário identificar o momento certo para envia-los às redações. Não é recomendada a distribuição nos, sábados e domingos, a não ser que o teor ou urgência da matéria justifique. Nesses dias, normalmente as redações têm pouco pessoal, apenas plantonistas. O ideal é que os textos cheguem nos veículos no período de 14h às 16h. Caso contrário, corre-se o risco de não se conseguir a publicação da noticia. Escolha bem os veículos que possam se interessar por sua informação. Uma informação exclusiva pode ter maior repercussão escolhendo-se apenas um dos veículos de natureza diferente, do que se promovendo uma divulgação coletiva. A competição entre as empresas jornalísticas faz com que todo repórter esteja livre para publicar com exclusividade as notícias mais importantes. Cabe ao assessor avaliar pelo critério de interesse público, se deve ou não passar a informação com exclusividade ou de forma coletiva. Outras Ferramentas: Nota: Texto curto, algo entre quatro e seis linhas, mas com a notícia completa, para ser aproveitada na íntegra. Geralmente é aproveitado nas seções de notas ou colunistas. Coluna: produzida e distribuída regularmente, na forma de notas ou comentário para ser veiculada em espaço fixo, tem bom aproveitamento em cidades de pequeno e médio porte. 09 www.cursocecom.com.br Capítulo 6 Artigo: Texto opinativo, cuja redação final é dada pelo jornalista com base em um esboço elaborado pelo assessorado. Destina-se à publicação em espaços reservados às editorias de opinião dos veículos. Nota Oficial / comunicado: Texto distribuído em situações criticas que requerem um posicionamento forte e definido do assessorado. Pode ser enviada aos jornais e/ou publicada como publieditorial. Boletim de pauta: conjunto de pautas enviadas a jornalistas para seleção de assuntos de interesse. Geralmente apresenta texto muito curto sobre cada pauta, com a identificação das fontes. Costuma ser bem aproveitado em agências de notícias. Press-kit: conjunto de material informativo normalmente colocado em pasta ou envelope, para subsídio ao jornalista. Muito utilizado em lançamentos de produtos e serviços. Pré-pauta: serve como um alerta, avisando para o jornalista sobre um assunto que posteriormente será divulgado para a imprensa em geral. Habitualmente, é destinada a setoristas, veículos especializados ou que fecham com muita antecedência. Dossiê: Reunião de material sobre determinado tema, com o objetivo de informar o assessorado ou o jornalista. Inclui fartas e variadas informações: clipping, releases, relatórios, análises etc. Entrevistas coletivas: As entrevistas coletivas tendem a ser supervalorizadas por muitas fontes, que sonham em se ver cercadas de jornalistas fazendo perguntas sobre alguma realização sua ou da instituição que dirigem. Entretanto, a função das entrevistas coletivas limita-se a casos extraordinários, em que há necessidade de reunir jornalistas de vários veículos , ao mesmo tempo, para passar informações relevantes e de interesse público imediato, ou, em casos especiais, como lançamentos, assinatura de contratos ou evento similar. Position paper: texto oficial de natureza política, que informa e detalha sobre a posição da organização a respeito de um tema relevante, polêmico ou complexo. Possui a vantagem de uniformizar o discurso, reduzindo interpretações equivocadas. Pode ser dirigido a vários públicos e também servir de orientação aos empregados e aos próprios dirigentes. Também pode significar o texto de circulação restrita e interna no formato de pergunta-resposta, visando dar unidade no discurso, particularmente em questões polêmicas e momentos de crise. Treinamento para fontes (Media Training): Treinamento que visa a capacitação da fonte para lidar com a imprensa de um modo geral. Entrevistas simuladas, exercícios em laboratórios, orientações sobre peculiaridades da imprensa local, análise conjunta dos resultados obtidos em entrevistas ajudam a capacitar as fontes e, consequentemente, melhoram o atendimento à imprensa. Sala de imprensa: uma página no site da empresa ou instituição, desenvolvida especificamente para jornalistas ou editores, em que estejam reunidas informações como notícias, eventos, posicionamentos, informações sobre produtos e serviços, lista de contatos, banco de imagens e possibilidades de busca, entre outras. Clipping e análise de noticiário: consiste em identificar rotineiramente na imprensa as citações ou temas previamente determinados, organizá-las e encaminhá-las para conhecimento dos interessados. Os recortes são colados em folhas padronizadas acrescidos de informações sobre veículo, data, página de publicação, algum tipo de classificação e outros dados considerados importantes. 10 www.cursocecom.com.br Capítulo 6 Formas de clipping O clipping pode se apresentar de duas formas: Clipping Impresso: Pode ser feito pelo assessor, ou por urna empresa especializada que diariamente recorta as matérias publicadas na mídia impressa (jornais, revistas, etc). Clipping eletrônico : O clipping eletrônico registra em CD ou DVD, as matérias apresentadas na TV. Este trabalho é oferecido por empresas especializadas. A desvantagem do serviço é o custo elevado, porém é perfeito para uma avaliação do posicionamento do assessorado na mídia, além de ajudar bastante na correção da postura. Rever determinadas entrevistas com o assessorado sempre contribui para possíveis correções, estimulando a forma contínua e um melhor desempenho. Relatório de Atividades A importância do relatório de atividades O relatório tem por objetivo propiciar a avaliação do desempenho de todo o trabalho realizado pela assessoria dentro de um período determinado de tempo. Sua produção deve obedecer a uma periodicidade rígida (normalmente mensal). Ele deve apresentar um relato cronológico e sucinto de todas as atividades realizadas. Desde contatos mantidos com a mídia, pautas sugeridas, releases enviados com seus respectivos destinos (mesmo aqueles que não se transformaram em notas ou matérias devem ser citados), a fim de demonstrar o empenho do setor. Deve trazer informações de forma a permitir a avaliação de cada divulgação e do resultado geral do período. É importante a inclusão de ilustrações, fotografias e gráficos, de forma a facilitar a sua compreensão. Além disso, permite um planejamento mais preciso para as novas divulgações. Sugestões de como melhorar o relacionamento entre o assessorado e a mídia, novas idéias e criticas de postura também devem constar no relatório. Alguns costumam fazer cálculos de centimetragem ou do tempo de permanência do assessorado na mídia (rádio ou TV) ; e, depois, por meio de demonstrativos bem elaborados, com gráficos percentuais, os apresenta comparando com o que seria gasto se o mesmo material fosse utilizado como publicidade. Isso pode ser feito de uma formacomparativa, porém, devemos sempre lembrar que a forma publicitária jamais terá o mesmo efeito de uma matéria jornalística. PUBLICAÇÕES JORNALÍSTICAS EMPRESARIAIS: House-Organ: veículos jornalísticos produzidos por empresas e organizações em geral para comunicar-se com públicos internos – empregados, familiares – e externos – clientes, comunidade. No Brasil o primeiro jornal de empresa surge em 1926, publicado pela multinacional General Motors. Produzir um mesmo veículo para públicos diferentes (interno e externo) pode não funcionar: os focos de interesse são diversos. Uma solução para atender à necessidade de economia de recursos é a inclusão de encartes na publicação geral. Informativo / boletim: privilegia a informação imediata, na forma de notícias e notas curtas. Tem poucas páginas (em geral uma folha de frente e verso) e visual simples. Circula em intervalos curtos(diário, semanal) e deve ser distribuído com agilidade, para garantir a atualidade. Geralmente é usado dentro da empresa, para comunicar-se com os empregados. 11 www.cursocecom.com.br Capítulo 6 Informativo digital: Tem as mesmas características do boletim porém podendo potencializar a atualidade e baixo custo pela distribuição por meio de correio eletrônico, rápida e direta ao leitor Newsletter: publicação sobre tema específico, dirigida a um público determinado. Em geral, a periodicidade é estendida e a produção do conteúdo mais especializada. Mural: notícias são afixadas em espaços próprios nas paredes, divisórias ou em cavaletes. A maior vantagem é a facilidade de produção, atualização e acesso direto aos empregados. Notícias curtas e apresentadas em letras grandes. Intranet: a página inicial da intranet funciona como um mural eletrônico, enriquecido por recursos como hipertexto, que facilita a complementação das informações. Atualização imediata e simultânea. Revista: circula em intervalos maiores e tem produção mais sofisticada, com maior numero de páginas e variedade de gêneros. O custo de produção também é mais alto. 12
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