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Neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (MEN-1) 2% Adenomas hipofisários familiares isolados (FIPA) 3% Complexo de Carney Raro Acrogigantismo ligado ao X (X-Lag) Raro Genética molecular dos adenomas hipofisários A compreensão dos mecanismos presentes no desenvolvimento dos tumores familiares implica o estudo de fatores de transcrição, da regulação da expressão gênica e do impacto da presença ou ausência de determinadas proteínas na regulação e sinalização intracelular. O modelo de monoclonalidade é aceito na tumorigênese hipofisária. Esse modelo mostra que eventos genéticos que ocorrem em uma única célula são capazes de transformar e desencadear a modificação em célula neoplásica. Todavia, em nível tissular, o cenário parece ser mais complexo, pois uma única glândula pode conter múltiplas áreas hiperplásicas ou tumorais, cada uma com origem clonal, padrão específico de crescimento, características patológicas específicas e apoptose. O oncogene mais estudado no desenvolvimento de adenomas hipofisários é o gsp, que codifica a subunidade estimulatória da proteína Gsa – uma proteína ligada à guanina, que regula o efeito estimulatório do hormônio hipotalâmico liberador do GH nos somatotrofos. Mutações no gsp têm sido associadas ao desenvolvimento dos somatotropinomas e podem ocorrer em até 40% desses tumores.17 Mutações ativadoras do gsp inibem a hidrólise da guanosina trifosfato (GTP), o que mantém a Gsa em um estado constitutivamente ativado. Estudos demonstraram que a Gsa é expressa de maneira monoalélica na hipófise normal e bialélica nos tumores e, na maioria dos casos, a mutação ocorre no alelo materno.18 Grande variedade de genes supressores e oncogenes foram descritos no desenvolvimento dos adenomas hipofisários (Quadro 13.2). Aspectos genéticos do FIPA Embora o gene envolvido na patogênese da maioria dos FIPA ainda seja desconhecido, nos últimos anos, mais de 50 mutações no gene da proteína de interação do receptor de aril-hidrocarbono (AIP) foram envolvidas na fisiopatologia dos tumores hipofisários, em cerca de 20% das famílias FIPA.18,19 O gene da AIP (AIP) localiza-se no cromossomo 11q13, próximo à localização do gene da MEN-1 (MEN1).20–22 Esse gene é composto de 6 éxons e codifica a proteína ácida cochaperona de 330 aminoácidos, com importantes ações intracelulares, potencial de transativação e estabilidade de receptores nucleares.23 A terminação carboxila da proteína AIP forma três domínios tetratricopeptídeos (TPR), compostos por resíduos de 34 aminoácidos formando 2 α-hélices (hélices A e B) e uma α-hélice do tipo A. Essa estrutura C-terminal é importante para AIP, sobretudo na interação proteína-proteína.24 A proteína AIP apresenta distribuição tissular ampla, apresentando-se no coração, no cérebro, no pulmão, nos músculos esqueléticos, nos rins, no pâncreas, no baço, no timo, na próstata, nos testículos, nos ovários, no intestino delgado, nos leucócitos, no fígado e na hipófise.24,25 Na hipófise normal, a proteína AIP é expressa em lactotrofos e somatotrofos.25 É provável que mutações heterozigotas no gene AIP aumentem a predisposição hereditária à tumorigênese hipofisária, porém o mecanismo molecular exato ainda precisa ser esclarecido, uma vez que a proteína AIP interage em diversas vias de ativação do receptor de aril-hidrocarbono (AhR), fosfodiesterases, survivina, proteínas G e RET.25,26 Quadro 13.2 Anormalidades genéticas somáticas e germinativas associadas a adenomas hipofisários. Gene Anormalidade AIP Mutações germinativas e perda de heterozigosidade em 15% dos casos FIPA. Observadas em GHomas esporádicos e familiares, adenomas cossecretores de GH e PRL, PRLomas, ACNF e DC esporádica BMP-4 Expressão reduzida no prolactinoma CDKN1B (p27Kip1) Mutação germinativa sem sentido (nonsense) em heterozigoto na MEN-4 (uma nova síndrome rara semelhante à MEN-1) CDKN2A (p16INK4A) Metilação de região promotora em adenomas hipofisários file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib17 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib18 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter13.html#ch13tab2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib18 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib19 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib20 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib22 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib23 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib24 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib24 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib25 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib25 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib25 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(137).html#bib26 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
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