Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução Orbitopatia de Graves (OG) é a manifestação extratireoidiana mais comum da doença de Graves (DG), caracterizando-se por uma fase inicial de deterioração gradual que dura 6 a 12 meses, seguida por uma fase de melhora lenta de 2 a 3 anos.1 O início da doença é geralmente interligado com o estado hipertireóideo; porém, podem existir casos em que a OG precede ou surge após a resolução do hipertireoidismo. Há também associação com tireoidite de Hashimoto e bócio multinodular. Um tratamento adequado pode minimizar o risco de evolução para um quadro desfigurante ou de intenso prejuízo funcional, reduzindo o impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados.2 Apesar do progresso na compreensão fisiopatológica, ainda há dúvida e controvérsia no manejo clínico e, com frequência, a OG é diagnosticada como quadro alérgico e conjuntivite. Além disso, o tratamento ideal nem sempre está imediatamente disponível.3,4 Manifestações clínicas O início do quadro é, em geral, insidioso, com sintomas de irritação ocular, fotofobia, lacrimejamento, em um contexto de vermelhidão da órbita e/ou pálpebras. Há progressiva deterioração clínica (fase de atividade) que pode durar vários meses e que reflete a exacerbação de um intenso processo autoimune de base. A proptose (exoftalmia) nem sempre está presente. A associação com tabagismo é forte e consistente. Em seguida, ocorre uma fase de estabilização da inflamação (fase de platô), com subsequente evolução para uma fase de melhora clínica, lenta e gradual, quando os sinais inflamatórios regridem. No entanto, podem surgir fibrose e sequelas como alteração da aparência, proptose e disfunção da musculatura extraocular.4,5 A avaliação da atividade e gravidade da OG é extremamente importante para a correta abordagem terapêutica. O Quadro 31.1 resume as principais recomendações para o diagnóstico clínico. É fundamental pesquisar por: sintoma de dor no globo ocular, dor orbital precipitada pelo movimento dos olhos, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho, diplopia e redução da visão colorida ou borramento visual. A avaliação da acuidade visual e a busca por sinais inflamatórios devem ser realizadas.2 Atividade versus gravidade Para o manejo clínico adequado, sobretudo nas escolhas terapêuticas, é fundamental que sejam observadas a atividade e a gravidade de forma independente. Nos casos mais leves, em geral, nenhum tratamento será necessário, mesmo na presença de mínima inflamação. No entanto, para a OG ativa com gravidade moderada a intensa, faz-se necessário tratamento anti- file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib2 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib3 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib4 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib4 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter31.html#ch31tab1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib2 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição
Compartilhar