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< DESCRIÇÃO Parâmetros e conceitos fundamentais para a atuação assertiva do profissional de Educação Física, através da intervenção psicomotora voltada às escolas, ao atendimento individualizado e de pessoas com deficiência. PROPÓSITO Compreender os principais conceitos da psicomotricidade e sua relação com a Educação Física, além de sua aplicabilidade de forma preventiva e educativa no atendimento ao segmento escolar, à área fitness e à pessoa com deficiência. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os principais elementos psicomotores desenvolvidos e trabalhados em uma prática preventiva e educativa na escola MÓDULO 2 Relacionar aspectos do atendimento personalizado e individualizado contributivos para uma intervenção profissional, tendo como base aspectos da psicomotricidade MÓDULO 3 Identificar as possibilidades de uma intervenção motora contributiva para a melhora da saúde, inclusão e autonomia de pessoas com deficiência. INTRODUÇÃO Neste tema, vamos relembrar os principais elementos psicomotores que podem ser trabalhados na aula de Educação Física. Importante destacar que esses elementos não são em si a abordagem de um psicomotricista, mas servem como referência ao profissional de Educação Física, que poderá melhorar ainda mais sua prática ao utilizar esse conhecimento. Como o profissional de Educação Física atua com propostas de melhoria da capacidade funcional e promoção de saúde dos seus alunos, incluir aspectos psicomotores em seu cotidiano de atuação permitirá que desenvolva um outro olhar sobre sua prática. Não estamos sugerindo, aqui, portanto, que o profissional de Educação Física atue como um psicomotricista, porque são profissões distintas e regulamentadas, com propósitos diferentes, embora tenham em sua fundamentação científica conceitos que se complementam. Podemos dizer que a Educação Física “conversa” com a psicomotricidade, apresentando em alguns momentos propósitos que se assemelham, mas com abordagens e intervenções distintas. Neste tema, você verá orientações e esclarecimentos voltados especificamente para a Educação Física, naquilo que cabe a este profissional e que faz parte de suas habilidades e competências. MÓDULO 1 Identificar os principais elementos psicomotores desenvolvidos e trabalhados em uma prática preventiva e educativa na escola POR QUE INSERIR ELEMENTOS PSICOMOTORES NO CONTEXTO ESCOLAR? Para uma intervenção na escola, o que iremos descrever são parâmetros e referências em que o profissional levará em consideração: aspectos relacionados ao desenvolvimento motor e como este acontece, as principais necessidades de se ter um olhar voltado à promoção da saúde e como uma boa base estruturante e psicomotora pode ser uma ferramenta importante para o desenvolvimento futuro de práticas esportivas. Além disso, as habilidades desenvolvidas dentro das práticas psicomotoras poderão favorecer o desenvolvimento do indivíduo influenciando em sua autonomia e qualidade de vida. PARÂMETROS PARA UMA PRÁTICA PSICOMOTORA PREVENTIVA NA ESCOLA Antes de darmos início aos parâmetros para uma “prática psicomotora preventiva”, vamos definir alguns termos que utilizaremos ao longo de todo esse tema. Iniciaremos pela compreensão de psicomotricidade. A psicomotricidade estuda o homem observando seu corpo em movimento e como se estabelece a relação desse corpo com o mundo externo e com os outros. Essa relação será expressa a partir de seu nível de desenvolvimento neurológico. Ou seja, sua maturação, sabendo que será com base no próprio corpo que irá construir seu caminho para as aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Assim, essa ciência será pautada nos seguintes três pilares (ABP, 2020): MOVIMENTO COGNIÇÃO AFETIVIDADE Falaremos, então, do significado de práticas psicomotoras, que serão as vivências motoras oferecidas e literalmente vividas dentro do contexto de abrangência da psicomotricidade, que são o movimento, o afeto e o intelecto. As práticas psicomotoras permitirão que o profissional de Educação Física observe o desenvolvimento da criança e será através da experiência motora que poderemos realizar ajustes psicomotores. Estes ajustes se referem ao grau de evolução e adequação dos esquemas sensoriais (propriocepção, visão, audição, tato),que serão importantes para a percepção do próprio corpo, melhorando e tornando mais eficiente o controle dos movimentos. Você pode estar se perguntando por qual motivo deveria pensar sobre esse assunto para organizar suas aulas no ambiente escolar, tendo em vista que as crianças já são naturalmente ativas e predispostas ao movimento, mas o fato é que isso não é uma regra. Notamos que algumas crianças são capazes de permanecer por horas seguidas na frente de uma tela, seja computador, tablet, celular ou a própria televisão, mas não têm disposição para pular corda, correr, brincar. Muitas não têm habilidades mínimas para manusear uma bola, muito menos para subir em uma árvore. Mostram-se desajeitadas para isso, embora, por outro lado, possam ter desenvolvido incrível competência para o manuseio do controle remoto, por exemplo. Fonseca (1996) expressa sua preocupação com essa não aceitação da sociedade atual de que a criança necessita de movimento para que se estruture emocional e fisicamente. Para ele, a privação de movimento e a redução ou ausência de espaço, características de hoje em nossa sociedade, atingem também os espaços familiares e a escola, sendo uma verdadeira “talidomida” na vida humana. Essa afirmativa é real e preocupante, principalmente se buscarmos o sentido dessa palavra. “Talidomida” refere-se a uma substância, um medicamento usado para o tratamento de algumas doenças que, não raro, causa fraqueza muscular, redução da sensibilidade e pode até mesmo afetar os nervos, sendo utilizada em medicamentos com função sedativa ou hipnótica. Não é que todos estejam vivendo dentro dessa esfera da imobilidade, mas é importante a intervenção do profissional de Educação Física, amparado pela ciência e com um olhar atento às fases de desenvolvimento motor de seus alunos – sejam eles da idade que for – e que tenha o conhecimento mínimo dos elementos psicomotores que podem e devem ser desenvolvidos nas aulas de Educação Física. A prática psicomotora preventiva deverá levar em consideração as fases de desenvolvimento motor em que as crianças se encontram. Isso será observado e pautado nos estudos da aprendizagem e desenvolvimento motor. Outro aspecto que teremos como referência para que possamos observar são os elementos psicomotores: Tônus Equilíbrio Noção corporal Lateralidade Noção espaço-temporal Motricidade ampla e fina A prática psicomotora preventiva orientará a criança para que tome consciência de seu corpo e de sua lateralidade, estruture-se no espaço, dominando sua noção e percepção de tempo, para que, gradativamente, adquira a coordenação de seus gestos e movimentos. A partir dessas observações, o profissional deverá organizar seu planejamento para que os elementos psicomotores sejam desenvolvidos e estimulados, de forma diversificada, e em harmonia com os conteúdos previstos nos documentos norteadores para a prática da Educação Física. Utilizamos o termo preventivo porque, nessa perspectiva, não estaremos preocupados em correções e reorganização motora, mas sim em integrar a mente e o corpo de nossas crianças, utilizando o trabalho corporal em aulas de Educação Física escolar. Ou seja, buscamos nos conceitos da psicomotricidade maior compreensão do desenvolvimento humano e criamos possibilidades de vivências corporais. A Educação Física utilizará a prática psicomotora “preventiva”, na medida em que oferece oportunidades de movimentos que favoreçam a apropriação do autoconhecimento. Esse processo implica também na melhora da qualidade de relação entre os semelhantes e a capacidade de comunicação da criança, afinal, o corpo “fala”. Ajustes tônicos, posturais, rítmicos e proprioceptivos, entre outros, são consideradosna elaboração das atividades propostas. O que se espera é uma motricidade mais ajustada e harmônica, prevenindo alterações e distúrbios psicomotores que possam dificultar o aprendizado da criança. PARÂMETROS PARA UMA PRÁTICA PSICOMOTORA EDUCATIVA NA ESCOLA A prática psicomotora educativa será muito importante para os ajustes e correções dos elementos psicomotores. Esses ajustes são necessários porque, quando temos um elemento apresentando alguma alteração, isso poderá ser o reflexo de uma dificuldade de integração e aprendizagem. A percepção corporal integra corpo e mente. Isso se constrói na criança utilizando sua motricidade e, posteriormente, se transforma em psicomotricidade. Essa psicomotricidade expressa pela criança, através de seu movimento, é a representação do nível de maturidade do seu sistema nervoso central. Assim, alterações psicomotoras observadas em seu desempenho motor podem ser evidenciadas em crianças que apresentem dificuldade de aprendizagem (FONSECA, 1996). Vivemos a era da imobilidade e, quanto menos movimentos fizermos, menos seremos capazes de planejar novas ações motoras. Ou seja, as crianças pouco correm, reduzem habilidades, socializam-se menos, reduzem gradativamente as possibilidades de adquirir novas experiências motoras e sensoriais, aumentando a dificuldade de controlar o próprio corpo e gerando uma corporeidade com dificuldades emocionais, cognitivas e sensoriais. Essas restrições e privações reduzem as aquisições motoras que servem de base estruturante para as aprendizagens escolares. Entramos em um ciclo repetitivo de dificuldades em que temos a base psicomotora pautada nos primeiros anos escolares, sendo o profissional de Educação Física componente fundamental e de extrema responsabilidade, no que tange à estimulação motora. O profissional de Educação Física, ao identificar algumas alterações psicomotoras, poderá desenvolver atividades em que a criança amplie a percepção de seu corpo. Deverá utilizar atividades em que o aluno vivencie seu corpo através de exercícios educativos, jogos, atividades de estimulação sensorial, atividades livres (com a mediação do professor), além de demais conteúdos que se apliquem à Educação Física escolar. Atividades que, ao mesmo tempo em que insiram o aluno no amplo contexto da cultura corporal, possam também favorecer a reeducação dos movimentos e a conscientização desses. Essa educação ou reeducação psicomotora levará em conta a idade da criança e as suas condições físicas e cognitivas. COMO ELABORAR ATIVIDADES PSICOMOTORAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Quando pensamos sobre o que aplicar ou o que fazer durante uma aula de Educação Física para que tenhamos um “olhar” psicomotor pode ser que haja muitas dúvidas. Isso acontece porque os conceitos dos dois campos conversam entre si e contribuem com o desenvolvimento do ser humano, principalmente quando se encontra em idade escolar, lembrando que as propostas devem ser ajustadas de acordo com a idade da criança e o seu nível de desenvolvimento. Vamos ver alguns pontos que poderão facilitar o seu entendimento e auxiliar na escolha das estratégias que você poderá utilizar quando precisar planejar suas atividades. Para o planejamento de uma atividade psicomotora nas aulas de Educação Física, podemos considerar três aspectos: O OBJETIVO QUE DESEJA ALCANÇAR. A VIA SENSITIVA QUE SERÁ PRIORIZADA. QUAL O MATERIAL QUE TERÁ PARA ISSO. OBJETIVOS Os objetivos serão escolhidos de acordo com o planejamento e a necessidade dos alunos, mas lembramos que nesta disciplina não estamos falando da Educação Física escolar que tem seus documentos norteadores e abordagens pedagógicas específicas para essa área de atuação. Aqui, estamos apresentando possibilidades de aplicar a psicomotricidade e seus estudos dentro de uma abordagem escolar, mantendo a aula característica de Educação Física, porém, escolhendo, dentre os elementos psicomotores, aquele que deverá ser priorizado para um determinado grupo de alunos. Deve-se primeiro fazer a escolha do elemento psicomotor a ser trabalhado. Em seguida, refletir se a prática psicomotora que será aplicada está coerente com o que objetivamos. Posteriormente, planejar o que aplicamos para alcançar o desenvolvimento esperado. É fundamental o planejamento do profissional e o conhecimento prévio de seus alunos. Nunca devemos pensar em um objetivo quando chegamos ao local de prática. Isso é uma prática desajustada que poderá colocar em risco e comprometer toda a sua proposta de trabalho. VIA SENSITIVA A via sensitiva é o que captará as informações do ambiente, ou seja, as sensações, que se subdividem em: INTROCEPTIVAS Que regulam a fome, sede, medos e tensões. PROPRIOCEPTIVAS Obtidas através dos receptores periféricos – que são os músculos, articulações e canais semicirculares – que transmitem as informações sobre a postura, os ajustes posturais e a posição do corpo no espaço, permitindo que o corpo se ajuste a cada mudança corporal. EXTEROCEPTIVAS Relacionadas aos nossos sentidos como olfato, visão, audição, tato, paladar. Vale lembrar que a cada sensação captada teremos uma interpretação, a qual chamaremos de percepção. A importância desses sentidos para o planejamento das atividades se dá justamente pelo fato de que a psicomotricidade existe a partir do tripé movimento-emoção- cognição. Sensações podem ser boas ou ruins, agradáveis ou desagradáveis; podem ser também encorajadoras ou repressoras. Dessa forma, o profissional de Educação Física precisa atribuir ao movimento – que havia sido planejado como propósito para desenvolver determinado objetivo – uma sensação que favoreça e fortaleça o desenvolvimento psicomotor da criança. A via sensitiva será compreendida, então, como a captação de experiências motoras que serão vividas corporalmente através dos movimentos e que atribuirão um significado, uma emoção, um sentido e uma aprendizagem a cada experiência com o corpo. MATERIAL O material utilizado nas aulas de Educação Física recebe um outro olhar quando é utilizado em uma proposta psicomotora. Isso acontece devido à subjetividade que existe na expressão de um corpo, nas possibilidades de se criar e recriar propostas semelhantes, mas com sensações diferentes. Vamos explicar melhor. Materiais apresentam formatos, cores, texturas, temperatura javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) e tamanhos diferentes. Cada uma dessas características é captada sensorialmente de forma diferente entre as pessoas e, naturalmente, transformam-se em percepções diferentes. EXEMPLO Um túnel, por exemplo, desses que utilizamos na pré-escola, pode parecer atraente e instigante para uma criança, ao passo que para outra pode gerar medo, caso seja sugerido que entre ali. Tecidos podem ser utilizados em tamanhos, corte, cores e formatos diversos, o que permite ao profissional criar, dentro de suas possibilidades, variadas práticas que saiam do trivial bola e cone, para que tenham propostas mais atrativas e lúdicas. O material poderá ser algum objeto do cotidiano escolar ou poderá ser algo criado pelos alunos ou professores, além de ser possível trabalhar sem material, utilizando o próprio corpo do aluno, sua emoção e criatividade, sua capacidade de se relacionar e de sentir suas próprias experiências. PSICOMOTRICIDADE OU EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR? VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Relacionar aspectos do atendimento personalizado e individualizado contributivos para uma intervenção profissional, tendo como base aspectos da psicomotricidade ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO Para o atendimento individualizado, falaremos sobre áreas de atuação profissional em que podemos considerar os aspectos individuais de cada sujeito, mesmo que este esteja inserido em alguma modalidade coletiva. Isso poderá ser visto na relação entre a psicomotricidade e a prática esportiva e nas dinâmicas de lazer. O jogo e a atividade lúdica são conteúdos que fazem parte do universopsicomotor e permitem uma série de possibilidades e dinâmicas, em que os aspectos psicomotores são trabalhados e estimulados. Estamos deixando a emoção se unir ao movimento para descobrir o que cada um pode expressar. Vamos agora conhecer algumas atividades e sugerir outras. A PSICOMOTRICIDADE E A SUA RELAÇÃO COM A APRENDIZAGEM ESPORTIVA A aprendizagem de algum desporto não é tarefa das mais simples. Uma série de esquemas motores, neurológicos e cognitivos precisa se organizar, se desenvolver e se ajustar para permitir a aprendizagem. Buscaremos alguns fundamentos na área do desenvolvimento humano para entender um pouco melhor sobre todo esse processo. Desde o momento da concepção, o ser humano evolui e se desenvolve para que possa dar conta de suas necessidades. Do nascimento até o alcance de sua autonomia motora, precisa de ajuda, estímulo e interação para que amadureça neurologicamente, emocionalmente e cognitivamente. O desenvolvimento psicomotor acompanha todas essas aquisições e terá relação direta com o desenvolvimento das habilidades motoras. Essas habilidades se dividem em três grandes grupos que são: ESTABILIZAÇÃO MANIPULAÇÃO LOCOMOÇÃO ESTABILIZAÇÃO A estabilização é a habilidade motora responsável pelo equilíbrio corporal, pela capacidade de constantemente se manter a postura desejada, vencendo a gravidade. Observamos nos bebês o desenvolvimento e fortalecimento dos músculos que estabilizam a cabeça, pescoço, tronco, membros superiores e, por último, os membros inferiores, seguindo suas fases posturais até que alcancem a postura de pé e a locomoção. A estabilidade é a base de todas as categorias e sempre há algum movimento de estabilização envolvido nos movimentos voluntários. Todos os esportes necessitam do desenvolvimento dessas habilidades e os elementos psicomotores primordiais para esse desenvolvimento são o tônus e o equilíbrio. O tônus e o equilíbrio são os fatores da estabilização. O tônus será o primeiro elemento psicomotor a ser desenvolvido, sendo importante para o controle postural do bebê e será a partir daí que poderá dar início aos seus movimentos. Esse controle tônico ganhará um aliado importante, o equilíbrio. Juntos, poderão dar início a uma movimentação mais ampla e mais ajustada. Dentre as atividades de estabilização, destacamos: ROLAR Pode ser executada tanto para frente como para trás, em uma cambalhota, como para a direita ou esquerda. FLEXIONAR Envolve diversos músculos em maior ou menos amplitude. APOIO INVERTIDO São movimentos como “plantar bananeira”, muito utilizados em atividades de ginástica, onde se fica de cabeça para baixo. EQUILIBRAR Envolve uma ampla variação de movimentos corporais para a manutenção de postura estática ou postura dinâmica, o que será básico para o desenvolvimento e aquisição motora durante todo o ciclo da vida. MANIPULAÇÃO As habilidades de manipulação envolvem o controle e a manipulação de objetos. Esse controle será observado nas mãos e nos pés, e seguirá naturalmente as fases de desenvolvimento motor da criança, passando por vários estágios das sequências javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) desenvolvimentais (inicial, emergentes e proficientes) dos movimentos manipulativos. Essas habilidades são desenvolvidas na motricidade fina – controle dos pequenos músculos – importante para o lazer, para a escrita e para diversas práticas esportivas. Uma alteração nesse elemento psicomotor poderá dificultar o aprendizado esportivo. Se o profissional de Educação Física não estiver atento, poderá se equivocar quanto à dificuldade de aprendizagem. Os principais movimentos de manipulação são: arremessar, pegar, chutar, volear, rebater, pular/driblar. LOCOMOÇÃO As habilidades de locomoção são consideradas filogenéticas, ou seja, são comuns ao filo , à espécie dos seres humanos e, por isso, não são “determinadas” culturalmente, sendo desenvolvidas de forma mais “natural”, com menos dependência de uma prática formal. Isso é um aspecto que diferencia as habilidades locomotivas das manipulativas, que são consideradas ontogenéticas, sendo mais determinadas pela prática formal e com maior necessidade de instruções e feedbacks . As habilidades locomotivas permitem a movimentação do corpo de um ponto a outro, sendo seu desenvolvimento essencial para a adoção de práticas saudáveis e para a movimentação efetiva em vários esportes, danças e jogos. A locomoção é uma habilidade motora que precisa de vários elementos psicomotores para que seja feita de forma ajustada e harmônica. Os elementos noção corporal, lateralidade, motricidade ampla, noção espaço temporal e ritmo são fundamentais para a locomoção. Nas atividades esportivas, direções variadas de movimento são necessárias, além de mudanças súbitas de lugar. Note que a cada esporte que você imaginar, poderá encaixar todos esses elementos, sem muita dificuldade. As formas mais comuns de locomoção são correr, galopar, saltitar em um só pé, skipping , saltar, passo longo saltando e corrida lateral. A psicomotricidade será uma ferramenta para melhorar o aprendizado de alguma prática esportiva. Por ativar habilidades motoras básicas, que devem ser desenvolvidas antes da prática de alguma modalidade de esporte, a psicomotricidade poderá favorecer a percepção de quais habilidades são mais facilmente dominadas, direcionando a criança para o que terá melhor desenvolvimento sem, contudo, limitar sua ampliação e diversificação motora. A prática esportiva favorece a socialização, o conhecimento do próprio corpo; insere o indivíduo em um contexto de direitos e deveres, de regras e condutas sociais que precisam ser compartilhadas e ajustadas constantemente. Além disso, toda prática esportiva promove sensações reais de raiva, medo, excitação, felicidade e euforia, além de expor o indivíduo e suas emoções, que podem e dever ser compartilhadas de forma respeitosa e saudável, sendo canalizadas para o desenvolvimento e amadurecimento socioemocional em qualquer faixa etária. UTILIZAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE COMO LAZER (O LÚDICO, O REAL E O EMOCIONAL) A ludicidade é própria do desenvolvimento humano. Tem sua origem inicialmente no folclore lusitano, sendo formada por histórias, contos, superstições e lendas que incluíam também brincadeiras de roda entre outras. No processo de desenvolvimento humano, a ludicidade é fundamental para a formação psíquica e social, devendo ser usada como uma “ferramenta” pedagógica. A partir das atividades lúdicas, mecanismos são acionados na mente humana com o intuito de solucionar problemas, se relacionar e se ajustar socialmente, permitindo o amplo exercício da criatividade, tão importante para a cognição e o desenvolvimento psíquico do indivíduo. O lúdico e a brincadeira são importantes para que, no “fazer de conta”, entre risos e frustrações, a criança possa amadurecer emocionalmente. Isso é fundamental para sua autonomia. Da mesma forma, um adulto que, para ser lúdico e entrar no mundo dos contos e faz de conta, precisa estar seguro de si, ser maduro e assim exercer amplamente sua capacidade de entrar neste mundo de forma plena. A ludicidade está relacionada a muitas áreas do conhecimento, entretanto, para que possamos nos apropriar desse conceito e utilizá-lo em perfeita harmonia com a psicomotricidade, é necessário entender um pouco de sua origem e de seu significado. O lúdico está relacionado a “divertimento, brinquedos e jogos”, vinculando-se a algo que dê prazer, que seja divertido e espontâneo. Ao mesmo tempo, é uma forma das crianças assimilarem o mundo, em uma perspectiva histórico-cultural, e que também coloca em evidência a intencionalidade do gesto, ligado ao prazer e a algo que “está em jogo”. Johan Huizinga, em seu livro Homo Ludens (2019), fala sobre o jogo como um elemento que dá base e sustentação para a cultura humana, sendo as ações dos homens movidas por um elemento lúdico nas situações culturais, no que é sagrado, nosrituais, na linguagem, no discurso, na arte, na competição e até mesmo na guerra e nos discursos de combate. Todas essas manifestações são ações humanas, movidas pelo elemento lúdico, impregnado nos indivíduos desde os tempos mais remotos. De acordo com Winnicott (2005), a criança lida com sua agressividade através do brincar, da sua capacidade de construir, ou seja, o brincar construtivo está relacionado à aceitação pessoal por parte da criança, surgindo naturalmente a partir de suas vivências. Destaca o autor que os adultos precisam ter a consciência de como o desenvolvimento emocional da criança se estrutura no “brincar”. As experiências externas são muito produtivas no brincar do adulto, mas, na criança, a essência desses benefícios está na brincadeira e na fantasia. A brincadeira permite a interação com diferentes formas de conhecimento, interferindo diretamente no processo de aprendizagem, ampliando as habilidades visuais, auditivas, motoras e a capacidade criativa. A personalidade se estrutura conectando movimento, afetividade e cognição, ou seja, o nosso tripé psicomotor. Por todas as fases da vida, o brincar acontece, conforme afirma Luckesi (2002), de forma lúdica e criativa, sendo um fenômeno de transição entre o subjetivo e o objetivo, ou seja, uma construção da esfera psicológica. De acordo com Freire (1989), a criança amplia sua expressividade brincando, representando papéis, fazendo de conta e ampliando ao mesmo tempo o vocabulário psicomotor e o linguístico. Na medida em que precisa constantemente se ajustar emocionalmente, incorpora valores morais e culturais. As atividades lúdicas devem ter como objetivo melhorar a autoestima da criança, sua autoimagem, estimulando um comportamento mais colaborativo, criativo e crítico, de forma que possa contribuir com seu desenvolvimento como indivíduo. COMO O ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO PODE SE BENEFICIAR DE UMA PRÁTICA PSICOMOTORA O esporte de alto rendimento poderá utilizar a prática psicomotora como coadjuvante na melhora da performance de seus atletas. Esse trabalho poderá ser aplicado melhorando a consciência corporal, simetria e equilíbrio muscular. Exercícios que exijam controle postural e de respiração, acionando os músculos de forma consciente, lenta e isométrica, podem ser uma alternativa para a ampliação da propriocepção e controle do movimento corporal, inclusive prevenindo ou minimizando possíveis lesões. Para a elaboração de um treinamento individualizado, o profissional de Educação Física deverá considerar aspectos pertinentes a qualquer informação que especifique quem é o seu aluno. Dependendo da condição física e de saúde, deverá ser feita sempre uma anamnese antes de iniciar um planejamento. Importante saber qual será a frequência e a duração de cada treino, qual o objetivo do aluno e de sua família, dependendo da idade a ser atendida. Da mesma forma que se deve iniciar um atendimento individualizado com uma entrevista e anamnese do seu aluno, é muito importante, no início do seu projeto de treinamentos, estabelecer uma frequência adequada a cada idade para reavaliação. Existem protocolos de avaliação adequados a todas as idades, tanto para a verificação do nível de aptidão física, quanto para avaliação psicomotora. Importante lembrar que um protocolo de avaliação deverá ser um instrumento já previamente testado, verificado e validado cientificamente. Isso garantirá não só a qualidade de avaliação, mas também a possibilidade de uma reavaliação mais exata e fidedigna, o que naturalmente irá melhorar a qualidade do treinamento oferecido ao aluno. A Educação Física utiliza materiais específicos para a estimulação e desenvolvimento motor de seus alunos. Muitos desses objetos podem ser utilizados também para melhoria do desenvolvimento psicomotor, mas considerar o tipo de estímulo (sensorial) utilizado poderá ser uma referência para a utilização de itens não convencionais, adequados ao trabalho psicomotor. Materiais com possibilidades diferentes de texturas, formatos, cores, pesos, temperatura e maleabilidade são muito produtivos e oferecem estímulos adequados e seguros. Atividades psicomotoras, voltadas para o desenvolvimento de algum esporte, podem se utilizar dos espaços destinados a cada modalidade e, a partir das necessidades, adequar o exercício ao objetivo almejado. DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E ESPORTE VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Identificar as possibilidades de uma intervenção motora contributiva para a melhora da saúde, inclusão e autonomia de pessoas com deficiência. ATENDIMENTO AO DEFICIENTE Neste módulo, veremos como as habilidades desenvolvidas dentro das práticas psicomotoras exercem influência direta na aprendizagem da criança, sendo a educação psicomotora base para o processo intelectivo. O desenvolvimento de uma criança que apresenta dificuldade de aprendizagem pode ter sua base em alguma alteração psicomotora, interferindo no desempenho do aluno, até mesmo com conteúdos relacionados à leitura e à escrita. Assim, o desenvolvimento e estimulação psicomotora favorece uma integração sensorial, uma melhor captação dos estímulos e isso poderá ser utilizado para se ajustar às mais variadas respostas adaptativas. A PSICOMOTRICIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA O cérebro humano recebe informações organizadas a partir das sensações e irá organizá-las integrando-as de forma complexa a partir de associações intraneurossensoriais. Essas informações se referem ao corpo e tudo o que sente e capta interna e externamente, conectando a motricidade produzida ao sistema nervoso central (SNC). Isso reflete, conforme afirma Luria (1966), em uma tendência de o cérebro evoluir no seu processo de aprendizagem. A atividade mental superior, que antecipa o movimento humano consciente, terá condições fornecidas pelo cérebro para ser operacionalizada. Essas condições apropriadas para que corpo e mente funcionem são organizadas no cérebro por sistemas individuais. Assim, para cada atividade realizada, estruturas diferentes e permutáveis se conectam de forma “plástica” em níveis corticais e subcorticais simultaneamente (LURIA, 1984). PLÁSTICA Refere-se à capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a novas experiências. javascript:void(0) Esse relacionamento entre o cérebro (áreas diferentes) e o movimento (os mais variados), na perspectiva de Luria, sugere que, quando há uma lesão em alguma área cerebral, esta produzirá um efeito diferente no comportamento, desorganizando o funcionamento em diversas áreas interativas e dispersas. Isso acontece porque uma determinada função motora é distribuída em várias áreas do cérebro. Nessa perspectiva, quando desenvolvermos um trabalho motor, considerando os preceitos da psicomotricidade, com o intuito de reabilitar a função, ou seja, o movimento, não estaremos regredindo o desenvolvimento a uma fase motora anterior. Reorganizaremos de forma dinâmica e estrutural a motricidade e a função, organizadas a partir de informações corticais e subcorticais superiores e inferiores. A pessoa com deficiência, naturalmente dependendo da especificidade de cada deficiência, pode então se beneficiar muito das práticas psicomotoras, especialmente, se for criança, tendo em vista que a motricidade e a linguagem caminham juntas, na organização cerebral da infância e de suas atividades psíquicas superiores. Essas funções psíquicas são explicadas por Vygotski como aquelas que caracterizam a atenção voluntária, percepção, memória e pensamento, ou seja, o comportamento consciente do homem. O desenvolvimento e estimulação psicomotora favorecem, então, uma integração sensorial, melhorando a captação de estímulos que serão utilizados para ajustar respostas adaptativas. Vejamos agora duas definições importantes para que possamos avançar neste tópico. INTEGRAÇÃO SENSORIAL A integraçãosensorial pode ser entendida como um mecanismo neurológico que será capaz de captar as sensações corporais – todas aquelas que se originam em nossos sentidos. A partir disso, esse mecanismo organiza as sensações, de forma que o indivíduo possa “utilizar” seu corpo de forma eficiente, ou seja, com movimentos, gestos e respostas motoras adequadas a cada situação. Outro termo que poderá ser encontrado na literatura, também utilizado de forma ampla e se referindo à integração das sensações, será o processamento sensorial, definido pela capacidade que o nosso cérebro (SNC) terá para absorver, processar e organizar apropriadamente respostas “adequadas” às informações sentidas. RESPOSTAS ADAPTATIVAS A integração sensorial contribuirá para que a criança organize sua conduta, que é o movimento intencional, aquilo que ela pensa antes de fazer. Essa organização dos estímulos se dá no sistema nervoso e a resposta adaptativa será a conduta adequada ao ambiente em que a criança está, de acordo com suas necessidades e exigências do convívio social. Será a partir das respostas adaptativas que poderemos perceber a evolução da integração sensorial e, consequentemente, contribuir para o desenvolvimento humano. O que se deseja é uma organização motora harmoniosa, ajustando informações proprioceptivas aos dados visuais, táteis, auditivos, olfativos e gustativos. De modo integrado, perceberemos a ação entre interação sensorial e desenvolvimento humano, onde a experimentação de sensações será responsável pela progressão da capacidade de organizar inputs sensoriais. Esses inputs sensoriais são funções receptivas ligadas às sensações, à percepção, à atenção e à concentração de um indivíduo (EDMANS, 2004). O movimento, a cognição e as nossas emoções são controladas por bases neurais, ativadas pelas áreas corticais que se conectam com o centro de processamento de cada uma delas. Isso significa que será a partir da percepção e planificação das informações que poderá ocorrer o movimento humano, de forma consciente e organizado tonicamente. Dessa forma, é necessária uma estrutura neurológica para que o corpo se organize biologicamente, permitindo uma antecipação, planejamento, pensamento, ou seja, cognição, para que o movimento seja realizado. A realização desse movimento implica na alta capacidade para controle e execução, o que exige melhor integração entre a motricidade e a cognição, e demonstra a inserção psicomotora, pois deverá existir uma conexão plena entre capacidade sensorial, percepção e emoção. AS ATIVIDADES LÚDICAS NA PSICOMOTRICIDADE PARA A INCLUSÃO A utilização de atividades lúdicas será primordial para o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo da pessoa com deficiência. Além de facilitar a integração social, o brincar proporciona vivências mais comprometidas com as sensações e afetos do que com a qualidade de alguma execução motora, o que será fundamental para o crescimento e a criação de vínculos. O processo de simbolização, que significa o fazer de conta, o brincar de “mentirinha”, é importante para que a criança construa suas representações e desenvolva as funções simbólicas. É relevante nesse trabalho não se fixar na ideia de movimento treinado, de gesto motor, mas sim deter-se na capacidade de comunicação e de expressão da criança. O profissional de Educação Física será o mediador do “brincar”, sendo sensível às nuances tônicas e emocionais do seu aluno. Precisa perceber a motricidade a partir da ação espontânea da criança, valorizando seu desejo e vontade, mas, principalmente, conduzindo e orientando, favorecendo o exercício de elementos importantes como agressividade, desejos, emoções e motivação. A prática psicomotora organiza-se a partir dos conceitos da integração sensorial, promovendo e valorizando a capacidade de captação das sensações corporais, pois sabemos que serão fundamentais para a construção da noção de corpo e da estrutura psicomotora. O corpo se modifica e age a partir de atividades que estruturem corporalmente essa criança e, de acordo com o que ele recebe do meio em que está inserido, desenvolve-se psicomotoramente. Lembramos que novas informações quando recebidas são associadas a outras preexistentes, que foram elaboradas a partir de vivências anteriores e que geram novos padrões motores, permitindo mais uma possibilidade de ação e movimento. A intenção da psicomotricidade é desenvolver em sua prática a aquisição da noção corporal e, portanto, ampliar as consciências do corpo e do movimento humano. A percepção e conscientização destes é o que irá qualificar a ação do indivíduo. A qualificação da ação é o que impulsiona a capacidade de expressão de suas emoções, de forma intencional, consciente e segura de seus desejos, através dos movimentos. Haverá, então, melhor qualidade na utilização de gestos e ações, refletindo melhora na capacidade perceptiva e cognitiva. Estas, por sua vez, ampliam a capacidade de comunicação e interação com o ambiente, por fim, gerando maior aprendizagem. Sendo assim, as atividades propostas precisam ser flexíveis, envolver objetivos reais e possíveis, contemplar amplamente todas as habilidades motoras, psicomotoras, sensoriais, afetivas e cognitivas, considerando as potencialidades e não a deficiência. Quando se aplica algum trabalho corporal em um indivíduo, seja ele deficiente ou não, sendo uma deficiência física, intelectual, neurológica ou qualquer outra que modifique sua estruturação psicomotora, é necessário estar ciente de que, para cada deficiência, existirá sempre uma potência. Isso quer dizer que, mesmo quando a criança apresenta limitações, outras habilidades estarão presentes. Então, é importante que o profissional de Educação Física não se limite apenas ao que vê, mas busque, dentro do seu conhecimento e das possibilidades de sua atuação, estratégias diferenciadas com propostas adequadas a cada tipo de debilidade ou deficiência. Todos esses aspectos abordados até aqui fundamentam um dos maiores objetivos do profissional de Educação Física: a promoção da saúde. Para a pessoa com deficiência, seja ela qual for, a prática de atividades físicas e de estimulação motora favorece a manutenção desse indivíduo na sociedade, dando a ele um posicionamento que lhe é de direito, assegurado, apesar de, muitas vezes, negligenciado. A partir das vivências motoras, novas sensações serão integradas e isso modificará as percepções que foram adquiridas em um estado de repouso, proporcionando maior identidade corporal. A prática de atividade será, então, o elo no processo de inclusão e desenvolvimento físico, mental e social, evidenciando que, por maior que seja a limitação, ela não é capaz de impedir a participação. Atividades praticadas em diversos contextos sociais melhoram a qualidade de vida. A atividade física será vista como uma ferramenta desse benefício na vida dessas pessoas, integrando-as ao ambiente lúdico, esportivo, sensorial e social, além de melhorar a relação entre a família e a comunidade. Para a perspectiva da saúde, as atividades psicomotoras deverão se adequar ao tipo de deficiência apresentada pelo aluno. Cada programa de estimulação deverá ser pensado com cuidado e considerar as possibilidades físicas, afetivas e intelectuais de cada indivíduo. Vale destacar que os conceitos apresentados que se referem ao desenvolvimento psicomotor, os elementos psicomotores e a fase de maturação neurológica são observações importantes para o desenvolvimento e planejamento do profissional de Educação Física. A INTEGRAÇÃO SENSORIAL E O AUTISMO VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Toda a dinâmica da motricidade reflete diretamente no corpo, nos movimentos e em tudo que poderá ser contemplado com a psicomotricidade e seus princípios. O profissional de Educação Física deverá fazer as associações entre o desenvolvimento da motricidade e da psicomotricidade, sabendo que a expressão corporal é a emoção em forma de movimento. O corpo refletesuas dores, angústias, mas também felicidade e prazer. Nessa perspectiva, a atividade psicomotora será aliada na conquista de uma evolução dinâmica e adaptada. A organização interna reflete diretamente na externa do indivíduo, que se remete àquilo que sente, percebe e integra, de forma que, quanto mais experimentar novas possibilidades de estímulos diferentes, mais chances terá de integrar sensorialmente aquilo que sentiu. O que provocou uma emoção, gerou uma expressão e melhorou a qualidade de sua ação motora, que se apresentará mais coesa, harmônica e adaptada ao contexto ambiental em que o indivíduo estiver inserido. Dessa forma, a psicomotricidade apresenta-se como uma ciência que instrumentaliza o profissional de Educação Física para uma intervenção mais ajustada ao aluno, humanizada, e respeitando a subjetividade de cada indivíduo. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ABP. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. In : Psicomotricidade. Consultado em meio eletrônico em: 22 nov. 2020. EDMANS, J. et al . Terapia Ocupacional e derrame cerebral. São Paulo: Santos, 2004. FONSECA, V. Psicomotricidade. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. FREIRE, P. O lúdico no processo de alfabetização. São Paulo: Brasiliense, 1989. HUIZINGA, J. Homo ludens: O jogo como elemento da cultura. Tradução: Monteiro e Cunha, 2019 LUCKESI, C. C. Playfulness and recreational experiences: an approach from the internal experience. In : PORTO, Bernadete de Souza (Org.). Educação e Ludicidade – Ensaios 02. Bahia: GEPEL/FACED/ UFBA, 2002. LURIA, A. R. Fundamentos da neuropsicologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1984. WINNICOTT, D. W. Privação e delinquência. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. EXPLORE+ Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema: Leia: Sobre educação corporal e atividades lúdicas no artigo de Martha Bezerra Vieira e Thaís Lacerda Amaral: Educação corporal e atividades lúdicas: contribuição para o desenvolvimento de habilidades físicas sociais, cognitivas e afetivas na educação infantil . Sobre a psicomotricidade nos esportes no texto do professor doutor Luzimar Teixeira: A Importância da vivência motora nos esportes . Pesquise: O artigo publicado na Revista Gestão Universitária: A relação da educação física com a psicomotricidade por meio do brincar para o desenvolvimento integral na Educação Infantil . CONTEUDISTA Marina Guedes de Oliveira Lopes CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
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