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29 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Unidade II 3 DIAGNÓSTICO DE CONSULTORIA 3.1 Aplicabilidade da consultoria Os serviços de consultoria sempre são realizados a partir de uma constatação feita pela própria empresa, quando uma de suas áreas apresenta disfunções ou quando há sinais de mudanças necessárias. Ressalva‑se que é comum a decisão por uma consultoria pelo fato de a empresa não ter a capacidade de resolver tais problemas devido à falta de conhecimento especializado. Assim, imaginando que uma organização constate a necessidade do serviço de um consultor, seu problema é devidamente apresentado para a empresa de consultoria, ocorre uma negociação e o negócio é fechado, incorrendo, dessa forma, na contratação dos serviços de consultoria pelo cliente, e, consequentemente, na assinatura consensual e bilateral do contrato. Após essa etapa, deverá ser iniciado um estudo para que ocorra o entendimento profundo do problema. Não se deve começar o trabalho antes dessa prévia, pois já aconteceu de alguns consultores iniciarem o serviço tão logo tivessem assinado o contrato e terminaram por cometer um erro gravíssimo; começar a trabalhar sem saber ao certo a gravidade do problema a ser resolvido pode acarretar erros e avaliações errôneas. Por conta dessa complexidade, é necessário que os consultores fiquem a par do verdadeiro foco da atividade de sua consultoria, pois, como se sabe, em algumas situações, o verdadeiro problema não aparece até que outros subproblemas emerjam nas áreas administrativas mais específicas. Desse modo, eles precisam ser examinados e analisados para evitar que apareçam distorções sobre eles. Para focar em suas ações, o consultor organizacional deve sempre ter em mente que ele desenvolverá um projeto para seu cliente e que, para isso, precisa respeitar algumas etapas, estabelecer métodos e elencar técnicas, para que haja um desempenho correto do serviço a ser prestado. O consultor necessita sempre se aprofundar no problema definido pelo cliente. Dessa forma, ele precisa dispor de todos os dados que foram coletados durante sua estadia no cliente e de entrevistas com os gestores, executivos e colaboradores, transformando‑os em informações úteis para seu trabalho. Após elaborar o tratamento dos dados, o consultor deverá avaliar a proposta original apresentada na data da assinatura do contrato de prestação de serviços, comparando‑a com a situação atual, após a análise das pesquisas e coletas de dados. 30 Unidade II 3.2 Diagnóstico Diante desse cenário, e com as informações coletadas, será preciso comprovar se há necessidade de redefinir o problema apontado originalmente. Será que as mudanças propostas serão mesmo necessárias? Se sim, será possível mudá‑las? Quais alternativas se apresentam mais viáveis nesse momento? Por fim, se for comprovada a necessidade de uma redefinição, o cliente aceitará assinar um adendo contratual com um novo cronograma e custos adicionais para dar continuidade ao projeto? É o que veremos no diagnóstico, análise dos fatos, mapeamento dos problemas, fase de implementação e controle. Durante o diagnóstico, o consultor deve estruturar e planejar seu trabalho com o intuito de desenvolver sua melhor distribuição e organização. Dessa forma, o diagnóstico organizacional divide‑se em duas etapas distintas: a descoberta dos fatos e a análise dos fatos. Os consultores deverão elaborar um diagnóstico mediante as análises e o reconhecimento da situação da empresa. Certamente, essa é uma das fases mais importantes do processo de consultoria, e, consequentemente, do sumário executivo, uma vez que norteará as ações das etapas posteriores. Portanto, podemos afirmar que o objetivo dessa fase é desenvolver uma ideia clara e correta da situação, caso contrário, corre‑se o risco de, ao chegar no final de todo o processo de consultoria, concluir que o problema foi definido erroneamente, desperdiçando‑se, dessa forma, todos os esforços e recursos utilizados. A definição do problema deverá vir após: • a apresentação do consultor na organização; • as mudanças na cultura organizacional; • os motivos para contratar uma consultoria. Veremos esses tópicos na sequência. 3.2.1 Apresentação do consultor De acordo com Weiss et al. (2011), o papel do consultor é melhorar consideravelmente as condições dos seus clientes, pois são eles que autorizam o pagamento de seus honorários, através do seu próprio orçamento, assim, podemos chamá‑los de compradores econômicos. Portanto, os clientes são os compradores, não a organização e, por fim, os clientes são seres humanos, e não apenas uma entidade inanimada. O consultor é um profissional que visa melhorar as condições dos seus clientes, mediante transmissão de conhecimentos, habilidades, competências, comportamentos, experiências, conselhos, conteúdos e outros fatores singulares, em um período predeterminado. Dessa forma, o consultor torna‑se, na visão do cliente, um parceiro do comprador, e, assim, ambos devem especificar, de comum acordo, os parâmetros dos serviços. O consultor, geralmente, fornecerá capital intelectual na forma de propriedade intelectual. 31 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Observação Os melhores consultores geralmente cobram seus honorários com base no valor agregado (ad valorem). Por tudo isso, é muito importante apresentar o consultor que ficará interno na empresa. Desse modo, será necessário informar a todos os colaboradores, via e‑mail ou intranet, a presença do consultor, evitando, entretanto, muitas informações, ou seja, as informações deverão ser breves no que se refere ao foco do estudo, informando aos interessados as credenciais do consultor, bem como a necessidade da colaboração de todos. É preciso lembrar que o serviço de consultoria também poderá ser prestado nas filiais. Há ainda um outro fator que necessita ser considerado, o estabelecimento de um sistema de apoio para o consultor. A organização precisará disponibilizar um espaço físico para ele, ou seja, o consultor precisará de uma sala, assim como uma pessoa responsável por agendar reuniões e disponibilizar o devido acesso aos arquivos, quando for o caso. Por fim, é fundamental que o consultor tenha informações transparentes para a realização dos seus serviços. Em uma consultoria é preciso estabelecer uma relação inicial com a estrutura de poder, e para que isso ocorra será necessário construir uma aproximação saudável, assim como uma rede de apoio com os executivos da organização. Outro ponto preponderante referente à estrutura de poder se relaciona diretamente com a ideia de autoridade. Nas organizações, comumente se estabelecem dois tipos de autoridade: a formal e a informal. A autoridade formal tem a ver com a hierarquia dos cargos na pirâmide organizacional, enquanto a autoridade informal se baseia exclusivamente na ideia de poder, não tendo nenhuma relação obrigatória com a hierarquia ou com os cargos (THIELMANN; OLIVEIRA, 2005 apud ARAÚJO, 2006). Observação É importante termos em mente que, em um ambiente de trabalho, é comum que um supervisor seja mais influente do que um gerente, ou que um operário seja um excelente formador de opinião. Isso nos leva à conclusão de que um operário pode vir a ser mais influente do que um supervisor, devido aos laços construídos nas próprias relações de trabalho. 3.2.2 Mudança na cultura organizacional Quando uma organização realiza uma consultoria, é preciso ter em mente que um dos maiores desafios é a mudança cultural, aliás, um dos maiores desafios dos idealizadores da cultura, por se tratar de um processo gradativo, longo e difícil, isso porque a mudança cultural é mutável em um processo de consultoria. Dessa forma, entende‑se por mudança cultural um novo rumo, ou um novo jeito de fazer 32 Unidade II as coisas, baseando‑se em novos valores, rituais e símbolos. Assim, podemos afirmar que os objetivos da mudança cultural são uma estrutura melhor,visando garantir que não haja perdas. Há três fatores que devem ser considerados para enfrentar a mudança cultural: • a consciência dos colaboradores sobre outros modos de operação; • o comprometimento dos colaboradores; • a aderência da organização às mudanças. Saiba mais A mudança cultural ocorre em virtude de processos radicais nas organizações, e uma consultoria é um desses processos de mudança, além disso, tais processos podem ser fomentados por agentes externos à empresa, tendo responsabilidade de auxiliar os executivos e os profissionais nas tomadas de decisões. Aprofunde‑se no assunto com a leitura de: OLIVEIRA, D. P. R. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 3.2.3 Motivos para contratar uma consultoria O principal motivo para a contratação dos préstimos de serviço de um consultor é a tentativa de solucionar uma necessidade ou um problema na organização. Logo, é de suma importância saber exatamente este motivo. A consultoria pode apontar soluções necessárias para que a empresa melhore, uma vez que o trabalho de um consultor pode: • agregar mais conhecimento ao negócio; • aportar expertise adquirida em anos de atuação no corporativismo, permitindo, assim, que a empresa obtenha mais agilidade e melhores resultados; • trazer à tona um olhar externo, permitindo que a organização questione acerca de uma análise mais crítica, isenta de vínculos emocionais; • aprimorar soluções aos desafios existentes no dia a dia; • alcançar resultados com maior rapidez. 33 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO É importante ressaltar que a organização pode até ficar insatisfeita com o serviço se ela mesma não souber sua necessidade real. Assim, o consultor deverá identificar os problemas para dar um diagnóstico para as soluções, daí a importância de saber o que a empresa quer solucionar. Na sequência, veremos os motivos para se contratar um consultor, segundo o Sebrae (2018). • Velocidade: as empresas podem tratar das situações críticas, entretanto não será com a mesma velocidade de uma pessoa de fora mais experiente. • Conhecimento: as empresas não têm o know‑how para lidar com determinadas situações. • Credibilidade: o trabalho das empresas pode vir a precisar de uma validação no mercado, pois a avaliação e a ajuda de um consultor experiente trazem mais segurança aos parceiros, aos clientes e aos investidores. • Custos: é importante ressaltar que as empresas podem realizar o trabalho sozinhas, entretanto, um consultor pode fazê‑lo por um valor mais acessível. Pode não parecer, mas esse fator é preponderante quando lembramos que são atividades esporádicas. Observação As consultorias abrangem três níveis de trabalho no seu cronograma, e todos demandam tempo. Temos os níveis estratégico, tático e operacional. No caso do nível estratégico, trabalhamos com longo prazo, assim, no que diz respeito às projeções da receita, o consultor precisará considerar, em média, um prazo de dois a três anos, sendo esse período o suficiente para que ele estabeleça um padrão sólido para as receitas da empresa. 3.2.4 Coleta de dados A consultoria é composta por fases distintas: • levantamento das necessidades do cliente; • apresentação da proposta; • fechamento do contrato; • levantamento e coleta de dados; • análise e elaboração do diagnóstico; • proposta de ação e/ou intervenção; • fechamento do projeto. 34 Unidade II Na fase de coleta de dados, há inúmeras ferramentas que podem ser utilizadas pelo consultor e, nesse cenário, ele precisará estabelecer quais serão as mais adequadas. A fase de levantamento de dados é primordial, pois é nela que se inicia, de forma efetiva, o trabalho do consultor. Para tal, ele precisa conhecer, de forma específica, a real situação que o cliente apresentou. Assim, é de suma importância que o consultor saiba ouvir seu cliente, direcionando as questões mais pertinentes para facilitar seu trabalho. É importante sinalizar, no entanto, que o cliente pode oferecer barreiras nos questionamentos, cabendo ao consultor tentar quebrá‑las. Para verificar as práticas organizacionais – e, nesse sentido, tais práticas referem‑se aos costumes, hábitos, e políticas internas –, a avaliação do clima organizacional é de suma importância, porque o consultor precisa observar se há problemas de relacionamento entre os funcionários. Nessa fase, cabe a expertise profissional do consultor, porque ela visa facilitar a escolha do método mais adequado para se elaborar o levantamento de dados. Ainda nessa fase, é possível perceber quais são as variáveis responsáveis por causar interferência, negativa ou positiva, na situação proposta. Assim, o consultor pode investigar quais são os funcionários que podem colaborar ainda mais para o clareamento das ideias. Por fim, antes de definir quais serão os métodos de coleta de dados, é importante que o consultor conheça o clima organizacional, como maneira de facilitar seu trabalho. Há inúmeros métodos de coleta que podem vir a ser utilizados pelo consultor, tais como: • entrevistas; • questionários; • reuniões; • relatórios; • fontes externas, como notícias da imprensa e dados de instituições como IBGE, Ipea, associações comerciais etc. Para um bom levantamento de dados, é preciso clareza de que apenas alguns aspectos serão considerados, ou seja, nem todos os dados serão necessários, assim, é preciso avaliar quais tipos de dados poderão ser aproveitados, e isso dependerá da percepção do consultor sobre os problemas apontados pelo cliente. Outro fator a ser considerado é a repetição da coleta de dados, que dependerá do nível de estabilidade da empresa para produzir tais informações, afinal, quanto mais rotineira for a atividade, maior será a frequência da sua apuração. De acordo com Andrade (2010), a sequência da escolha dos dados que serão levantados pode ser influenciada por diversos critérios, assim, priorizamos: 35 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO • a eficiência, pois tem uma dependência muito forte nos custos e no tempo necessários para se elaborar o levantamento, assim como a formação das informações; • a objetividade, pois demonstra, não apenas a clareza, mas também a precisão dos dados levantados; • a comparabilidade, mediante comparativo com dados identificados em determinadas fontes referenciais, que podem ser dados de mercado, dados de séries históricas, entre outros; • a abrangência, pois é ela que vai indicar qual o grau de amplitude e o grau de profundidade referentes à coleta de dados; • a precisão, que é decorrente da comparação dos dados com a realidade da empresa; • a validade, que é responsável pelo grau de atualidade ou pelo grau de obsolescência dos dados coletados. Lembrete O consultor deve ponderar a quantidade de dados que serão levantados e, consequentemente, considerados, porque a base de dados deve ser realista, mas pode ser também numerosa, trazendo, às vezes, dúvidas para o consultor. 3.2.5 Elaborando o diagnóstico O diagnóstico inicia‑se com pesquisas de informações pertinentes, desde que se possa realizar análises consistentes, e há diversas maneiras de consegui‑lo. Muitas empresas publicam relatórios anuais, onde apresentam inúmeras informações valiosas, com notas explicativas e comentários administrativos que indicam seus resultados, assim como as justificativas. É possível também solicitar diversos documentos e sistemas da empresa, que sejam relevantes para análise. É muito importante saber o que deve e o que pode ser levantado por informações nas diversas áreas pertinentes ao processo de consultoria. Como exemplo, podemos mencionar o departamento financeiro, afinal, é de suma importância saber como anda a saúde financeira da empresa contratante e subentende‑se que, como esse departamento faz a gestão financeira, é importante o consultor conhecer seus resultados. Assim, uma estratégia recomendada é analisaro cash flow e as DREs (demonstrações do resultado do exercício). A internet é uma ferramenta muito utilizada na atualidade e de fácil acesso. Nela é possível acessar diversas informações que nos permitem conhecer o contexto da empresa, seu histórico, sua missão, sua visão e valores, seu balanço patrimonial, entre tantas outras informações. Pode‑se utilizá‑la para acessar o próprio site da empresa e, com isso, conhecer inúmeros aspectos internos, como sua 36 Unidade II história, o portfólio dos seus produtos, sua comunicação com os clientes, entre outras informações. Também é possível pesquisar por notícias e anúncios, que dão uma excelente perspectiva dos movimentos relevantes da empresa no decorrer dos anos, assim como seu público‑alvo e como se dá a comunicação com ele. De forma genérica, a internet deve ser utilizada sempre no início do diagnóstico, quando o consultor tem poucas informações acerca da empresa. Outra ferramenta excelente são as entrevistas com colaboradores e gestores. Essa é uma ótima estratégia para se iniciar um diagnóstico empresarial consistente. Entretanto, para que as entrevistas sejam eficazes, é fundamental que o consultor se organize com antecedência, além de se preparar antecipadamente, definindo, dessa forma, perguntas que o auxiliarão no diagnóstico empresarial, de forma a se ajustar ao público a ser entrevistado. Essa ferramenta possibilita a utilização de uma planilha de diagnósticos empresariais para obter orientação. Outro fator preponderante é deixar os entrevistados à vontade para que eles respondam as questões com muita sinceridade. O relatório organizacional refere‑se a um documento que contém a análise, o entendimento e a recomendação de um consultor sobre o problema apontado pelo cliente. Dessa forma, um relatório de análise organizacional que tenha como problema os principais concorrentes da empresa irá investigar os pontos fortes e os pontos fracos desses concorrentes, assim como o benchmarking para auxiliar na resolução de tais problemas (DIAGNÓSTICO…, 2021). Lembrete Os relatórios organizacionais são preparados, geralmente, por consultores experientes para uma empresa ou um cliente que não tem tempo ou expertise para realizar as pesquisas necessárias para redigir tal documento. 3.3 Análise dos fatos Após estar com os dados em mãos, é hora de iniciar a análise de cada ferramenta utilizada e, para tal, é preciso reunir as informações coletadas, podendo apresentá‑las na forma de relatórios, de gráficos, de planilhas e de outros métodos que demonstrem claramente tudo o que foi verificado e, se for o caso, em que sejam apontadas ações corretivas. Compilando‑se as informações, surge o momento de identificar as adversidades, se for o caso. Assim, se for constatado algum problema, deve‑se, consequentemente, investigar as causas raízes, ou seja, descobrir quais são as ocorrências responsáveis pelos problemas e falhas existentes. A dúvida é: o que fazer para identificar as causas? Há algumas ferramentas muito utilizadas na consultoria, tais como a análise do gráfico de Pareto, do diagrama de causa e efeito, do histograma e a da técnica dos cinco porquês (DIAGNÓSTICO…, 2021), entre outros, conforme veremos adiante. 37 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO 3.4 Mapeamento dos processos Para se analisar as situações problemáticas nas organizações, há muitas ferramentas que podem auxiliar o consultor. Entre elas, pode‑se destacar o GQT – modelo de gestão da qualidade total, que é uma abordagem gerencial criada por Edwards Deming, no Japão, após a 2ª Guerra Mundial. Ele utilizava uma série de técnicas estatísticas para aumentar a qualidade nos processos de produção. As empresas automotivas japonesas, que até a década de 1970 eram completamente desconhecidas e atualmente são referências em qualidade, desenvolveram, nos últimos anos, novas técnicas que formam as atuais ferramentas de gestão. No GQT, algumas técnicas destacam‑se pelo grau de aplicabilidade no cotidiano das organizações, pois apoiam‑se nos gestores, que executam a análise dos problemas. Algumas técnicas que auxiliam o mapeamento dos problemas são: • gráfico de Pareto; • histograma; • diagrama de causa e efeito; • técnica dos 5W2H. 3.4.1 Análise do gráfico de Pareto Ferramenta utilizada para demonstrar, sempre pela ordem de importância, a contribuição de cada tópico para o efeito geral. Utilizada também para classificar as oportunidades de melhoria. Essa ferramenta é uma técnica gráfica bem simples, onde se classificam os tópicos mais frequentes, assim como os menos frequentes. Essa ferramenta nos possibilita visualizar inúmeros elementos de um problema ajudando a determinar a sua prioridade. O diagrama é sempre representado por barras posicionadas na ordem decrescente, onde a “causa principal” posiciona‑se do lado esquerdo e as “causas menores” são posicionadas, também em ordem decrescente, do lado direito. Cada causa é representada por uma barra, exibindo‑se, dessa forma, as causas relevantes. Essa ferramenta é, de fato, muito eficiente para encontrar e solucionar problemas, pois pode descrever as causas decorrentes do comportamento humano e da natureza em geral, podendo, dessa forma, ser muito poderosa para focar esforços pessoais em problemas potenciais. O método foi desenvolvido por Vilfredo Pareto (1848‑1923), economista, sociólogo e político italiano, responsável pela publicação do princípio de Pareto, como forma de classificar os problemas da qualidade em pontos triviais e pontos vitais. 38 Unidade II A análise demonstrou que a maioria dos defeitos, das falhas e das reclamações e seus custos são provenientes de um pequeno número de causas, dessa forma, se tais causas puderem ser identificadas e corrigidas, é possível eliminar quase todas as perdas, assim, podemos afirmar que é apenas uma questão de prioridade (MARCONDES, 2020). Proporção 80/20 Na prática, 80% dos problemas são resultantes de apenas 20% das causas potenciais. Em outras palavras, 20% dos problemas causam, aproximadamente, 80% das nossas “dores de cabeça”. 350 300 300 250 250 120% Causa 1 Causa 2 Causa 3 Causa 4 Causa 5 Causa 6 Causa 7 Frequência Acumulado Causa 8 Causa 9 Causa 10 99%94% 89%83% 74% 63% 50% 37% 20% 100% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 200 200 150 100 190 160 130 90 80 70 2050 0 Figura 3 – Gráfico de Pareto Fonte: Marcondes (2020). Tabela 1 – Causas ordenadas Ordem Problema Frequência Acumulado 1 Causa 1 300 20% 2 Causa 2 250 37% 3 Causa 3 200 50% 4 Causa 4 190 63% 5 Causa 5 160 74% 6 Causa 6 130 83% 7 Causa 7 90 89% 8 Causa 8 80 94% 8 Causa 9 70 99% 10 Causa 10 20 100% Total: 1490 Fonte: Marcondes (2020). 39 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Segundo Marcondes (2017), as principais razões para se utilizar o gráfico de Pareto são: • identifica problemas; • localiza as causas que atuam nos defeitos; • descobre os problemas e as causas; • descobre os erros, as falhas, os gastos e os retrabalhos; • descobre os operadores, os equipamentos e as matérias‑primas; • melhora a visualização das ações; • prioriza as ações; • confirma os resultados de melhoria; • verifica as situações ocorridas antes e depois dos problemas decorrentes das mudanças efetuadas no processo; • detalha as maiores causas em partes específicas, eliminando a causa principal; • estratifica as ações; • identifica os tópicos responsáveis pelos maiores impactos; • define as melhorias de um projeto, tais como as principais fontes de custo e as causas que interferem em um processo de escolha dessas, decorrentes do número de não conformidade. Como fazer um gráfico de Pareto 1. Decidir o tipo de problema que será analisado. 2. Selecionar a metodologia e o período para realizar a coleta de dados. 3. Coletar os dados decorrentes da causa e assunto. 4. Determinar um período para realizar a coleta de dados (horas, dias, semanas, meses). 5. Compilar os dados deacordo com cada categoria. 6. Traçar um eixo na vertical e um na horizontal, ambos do mesmo comprimento. 7. Fazer uma escala de 0% a 100% no eixo vertical da direita. 8. Listar as categorias de frequência, da esquerda para a direita, em ordem decrescente. Observação: colocar os itens menos importantes em uma categoria “outros”, na última barra à direita do eixo. 9. Calcular a frequência relativa e a frequência acumulada de cada categoria (a frequência acumulada será demonstrada no eixo vertical à direita). 40 Unidade II Não é desejável que o tópico “outros” tenha um percentual alto. Caso isso ocorra, é bem provável que os tópicos estejam classificados de forma inadequada, assim, será necessário rever toda a metodologia de classificação. Caso um tópico pareça ter uma solução simples, ele deve ser atacado rapidamente, mesmo que tenha uma importância relativa menor. Isso porque o gráfico de Pareto objetiva a solução eficiente dos problemas, exigindo, dessa forma, que ataquemos somente os valores vitais. Se por acaso um tópico determinado demonstra ter uma importância relativa menor, mas pode ser resolvido mediante medida corretiva simples, ele servirá como um bom exemplo de eficiência na solução dos problemas. Após identificar um problema no gráfico de Pareto, é preciso identificar suas causas para que possa ser resolvido. Dessa forma, faz‑se necessário elaborar um gráfico de Pareto por causas, caso queiramos ter sucesso em algum processo. Pode‑se ainda apontar como vantagens dessa ferramenta (MARCONDES, 2017): • permitir visualizar diversos elementos de um único problema, nos auxiliando a classificá‑los, assim como priorizá‑los; • permitir uma visualização rápida dos 80% representativos; • facilitar o direcionamento dos esforços; • poder ser utilizado de forma indefinida, nos possibilitando introduzir um processo de melhoria contínua nas organizações. 3.4.2 Histograma O histograma é uma das ferramentas da qualidade que demonstra a frequência de ocorrências em um determinado intervalo de classe. É composto por gráficos de barras, que demonstram a variação de um determinado fenômeno. No ano de 1833, André‑Michel Guerry utilizou o histograma para descrever uma análise de dados sobre um crime, popularizando seu uso. Depois disso, os histogramas já foram aplicados para descrever os dados de inúmeras áreas. É uma ferramenta que permite que possamos conhecer todas as características de: • um processo; • um evento; • um lote de produto. 41 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Essa ferramenta nos permite ter uma visão muito ampla das variações de um conjunto de dados e há inúmeras aplicações, como: • verifica a quantidade de produtos em não conformidade; • determina a dispersão dos valores das medidas em peças; • demonstra os processos que precisam de ações corretivas; • possibilita demonstrar a quantidade de ocorrências de um fenômeno em um período determinado. Como fazer um histograma 1. Coletar amostras com um significativo número de dados. 2. Organizar os dados. 3. Determinar o número de categorias assim como o intervalo entre as categorias. 4. Organizar os dados, colocando‑os, de acordo com as categorias, de acordo com o intervalo. 5. Colocar os dados no gráfico, sendo as categorias no eixo horizontal e a frequência de ocorrência no vertical. 6. Verificar e analisar a forma do gráfico. Exemplo de histograma O gestor de fábrica de uma linha de produção precisava checar se a densidade de um produto metálico estava em conformidade. Para tal, ele coletou 80 amostras do produto. Tabela 2 – Amostras do produto 40,90 43,60 41,30 39,90 40,60 39,80 44,20 37,90 40,80 36,60 42,30 43,50 41,00 39,60 41,30 43,50 41,50 43,70 39,90 41,00 41,80 42,30 40,20 39,10 43,20 38,40 41,90 39,20 38,00 40,40 40,10 39,40 38,70 41,30 41,40 40,90 40,30 39,20 39,00 40,70 42,30 40,60 41,20 40,20 40,40 39,50 45,00 39,90 43,40 40,40 41,60 40,60 40,20 42,80 43,70 39,70 41,50 40,10 41,70 41,80 42,90 43,40 43,30 41,90 43,40 41,70 40,00 38,30 42,10 39,30 37,20 43,80 39,60 41,00 42,30 39,20 40,40 35,40 39,20 42,60 Fonte: Grupo Forlogic (2016). 42 Unidade II 30 25 0 5 [35,4, 36,8] [36,8, 38,2] [38,2, 39,6] [39,6, 41] [41, 42,4] [42,4, 43,8] 10 15 20 Figura 4 – Gráfico das amostras Fonte: Grupo Forlogic (2016). Análise do gráfico O gestor notou que as saídas estavam em conformidade com padrão normal: • aproximadamente 80% das amostras do produto analisadas ficaram dispostas próximas do centro; • aproximadamente 20% das amostras apresentaram concentração próxima dos valores mínimos; • nessa amostragem, a maior parte dos produtos estão em conformidade com o padrão esperado; • se o valor entre 35,4 e 36,8 fosse considerado em não conformidade, uma pequena quantidade de produtos estaria em não conformidade, ou seja, fora das especificações planejadas e somente nessa amostragem seriam aplicadas ações corretivas. Entre as vantagens oferecidas na utilização do histograma, pode‑se apontar (GRUPOFORLOGIC, 2016): • é possível ter uma rápida visão de análise comparativa; • é muito rápido e fácil de elaborar manualmente ou com um software, como o Excel; • facilita muito a solução de um determinado problema, principalmente se for identificado em uma série histórica e sua evolução. 43 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO 3.4.3 Diagrama de causa e efeito É uma representação gráfica que permite organizar as informações, auxiliando na identificação das prováveis causas de um problema determinado ou de um efeito. Tal ferramenta foi desenvolvida por Ishikawa no ano de 1943 na Universidade de Tóquio. Ele utilizou essa ferramenta para explicar como diversos fatores poderiam estar relacionados entre si e ainda serem comuns, entretanto, o diagrama não tem a propriedade de identificar as causas do problema, ele funciona como um veículo para produzir uma lista das causas presumíveis ou conhecidas, com o máximo de foco possível. O diagrama, propriamente dito, não identifica as causas do problema. Em contrapartida, ele é visto como veículo capaz de produzir, com foco extremo, uma lista das causas presumíveis ou conhecidas, que, potencialmente, contribuem grandemente para o efeito observado. Ele pode ser utilizado: • quando for necessário identificar as causas possíveis de um determinado problema; • para obter uma melhor visualização da relação entre a causa e o efeito; • para classificar as causas, dividindo‑as em subcausas, acerca de um efeito ou um resultado; • para descobrir quais causas estão provocando o problema; • para identificar a relação entre os efeitos e suas prioridades com maior nitidez; • na análise dos defeitos, para identificar: — as perdas, — as falhas, — o desajuste do produto, visando identificá‑lo e corrigi‑lo. Como fazer um diagrama de causa e efeito O diagrama de causa e efeito é elaborado da seguinte forma: • Primeiro deve‑se definir o problema que será analisado de forma objetiva. • Depois é preciso estabelecer e enunciar o problema de forma clara, escrevendo‑o em um retângulo à direita, desenhando‑se uma seta da esquerda para a direita até o retângulo, conforme indicado a seguir: Problema (efeito) Figura 5 – Início do diagrama de causa e efeito Adaptado de: Marcondes (2017). 44 Unidade II • Depois será necessário reunir um grupo de pessoas para realizar um brainstorming (chuva de ideias) sobre as prováveis causas. • Na sequência será preciso classificar as causas descobertas no brainstorming no grupo famílias ou categorias de causas. • Denominam‑se essas famílias ou causas como causas primárias potenciais que precisam ser escritas dentro de retângulos ligados ao eixo horizontal do diagrama, conforme a figura 6. Como exemplo, usamos as causas primárias potenciais (fatores de manufatura) ou seis Ms em uma indústria (matéria‑prima, máquina, medida, meio ambiente, mão de obra e método). Mão de obra Método Matéria‑prima Máquina Medida Meio ambienteProblema (efeito) Figura 6 – Continuação do Diagrama Adaptado de: Marcondes (2017). • Para cada causa primária apontada dentro do retângulo, é hora de identificar as subcausas que a afetam. • Depois é a hora de assinalar no diagrama todas as causas que tenham forte relação com o problema‑efeito, levando‑se em consideração: — a experiência; — a intuição; — os dados existentes. • Para finalizar, escrevem‑se as subcausas secundárias, terciárias etc., conforme indicado na figura a seguir: 45 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Problema (efeito) Mão de obra Máquina Método Medida Matéria‑prima Meio ambiente Causa secundária Causa terciária Causa secundária Causa terciária Causa secundária Causa terciária Causa secundária Causa terciária Causa secundária Causa terciária Causa secundária Causa terciária Figura 7 – Diagrama de causa e efeito completo Adaptado de: Marcondes (2017). Entre as vantagens dessa ferramenta, podemos citar: • trata‑se de uma ferramenta bem estruturada, que visa direcionar os itens para serem verificados buscando‑se checar a identificação das causas; • mesmo existindo um esqueleto para ser preenchido, não existe nenhuma restrição referente às ações dos participantes; • permite‑se ter uma ampla visão de todas as variáveis, interferindo no andamento das atividades, auxiliando na identificação da não conformidade. 3.4.4 Ferramenta 5W2H Essa ferramenta foi desenvolvida na indústria automobilística japonesa no período de condução dos estudos acerca da qualidade. Atualmente, a ferramenta 5W2H é considerada uma ferramenta de qualidade e administrativa, podendo ser aplicada em diversas áreas de negócio e em contextos diferentes nas organizações, desde o planejamento estratégico, organizando e guiando a execução de ações dentro da empresa, até o planejamento de uma viagem de negócios. O principal objetivo do 5W2H é auxiliar no planejamento de ações, já que auxilia a esclarecer questionamento, sanar dúvidas e tomar decisões. Dessa forma, é correto afirmar que sua utilização traz inúmeros benefícios, além de proporcionar maior facilidade na compreensão de fatos e de auxiliar em um melhor aproveitamento de informações. Isso porque o 5W2H auxilia na obtenção de respostas que norteiam cenários, ajudando, assim, a sistematizar e organizar ideias. 46 Unidade II Essa ferramenta é uma espécie de checklist, composto por sete perguntas específicas cujas iniciais de suas palavras‑chave em inglês marcam seu nome. A seguir, demonstraremos as perguntas que compõem o 5W2H: Quadro 1 – 5W2H Palavra em inglês Significado Descrição What O que será feito? Aqui deve‑se determinar a intenção do que se pretende realizar, ou seja, definir e descrever o que será feito de fato. Por exemplo: criação de um ambiente de descanso e de leitura para colaboradores Why Por que será feito? Trata‑se da justificativa para o desenvolvimento do que foi proposto. Por exemplo: para proporcionar uma oportunidade de relaxamento e pausa para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e consequentemente enriquecer suas entregas Where Onde será feito? Definição do local de realização. Pode ser um local físico ou até mesmo um departamento ou setor de uma empresa. Por exemplo: na sala 2 disponível no subsolo da empresa When Quando será feito? O tempo de execução: cronograma e prazos para a execução Who Por quem será feito? Deve‑se definir quem ou qual área será responsável pela execução do que foi definido. Por mais que uma área seja a responsável, uma boa prática é escolher um líder, ou seja, alguém que será encarregado de gerenciar a execução do que foi proposto How Como será feito? Métodos ou estratégias utilizadas para a condução do que foi estabelecido devem ser definidos para que o que foi idealizado seja executado da melhor forma How many Quanto custará? Definição do custo e investimento necessário para a realização do que foi proposto Adaptado de: Napoleão (2018). O 5W2H pode ser aplicado em inúmeros âmbitos, até no dia a dia, para programar atividades em família, como um piquenique no final de semana, por exemplo. Ou seja, ele pode ser utilizado em quaisquer atividades, embora seu principal objetivo seja aprimorar o planejamento de algum questionamento, entretanto, as atividades dessa ferramenta mais comuns são: Quadro 2 – Utilização do 5W2H Atividades do 5W2H Ações Criação de plano de ação 5W2H pode auxiliar na elaboração de plano de ação para resolver um problema ou atingir determinado objetivo ou meta. Um exemplo comum do uso de plano de ação com a ferramenta 5W2H é na tratativa de não conformidades. Após identificar a causa raiz de uma não conformidade, o 5W2H pode ser utilizado sozinho ou em conjunto com outras ferramentas para a elaboração de um plano de ação que seja efetivo para sanar a causa raiz do problema Definição de um processo ou projeto O uso do 5W2H pode funcionar como um guia para identificar e orientar a definição das atividades de um processo ou projeto. A ferramenta auxilia a definir quais são as atividades que o processo ou projeto deveriam ter, por que cada uma das atividades precisar ser executada, onde e quando devem ser executadas, quem é o responsável pelas atividades e pelo processo ou projeto e como essas atividades devem ser executadas Elaboração do planejamento estratégico Visto que o planejamento estratégico trata da definição de objetivos e estratégias da organização, o 5W2H pode ser empregado para planejar e guiar ações estratégicas, dentro da empresa, que possibilitem o aumento da competitividade da organização e o alcance das metas estabelecidas Adaptado de: Napoleão (2018). 47 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO A seguir, vejamos um exemplo de aplicação da ferramenta: Quadro 3 – Utilização do 5W2H Título: Seleção de colaboradores qualificados que permaneçam na empresa Objetivo: Mitigar o risco de perda de mão de obra qualificada Data de elaboração: 02/XX/20XX Responsável Ação 001: Capacitação de recrutadores 5W O quê (What)? Capacitar a equipe de recrutadores Por quê (Why)? Por que recrutadores não estão conseguindo identificar candidatos com o perfil para a empresa Quem (Who)? Colaboradores da área de recursos humanos, incluindo assistentes e analistas de recursos humanos da empresa Quando (When)? A capacitação iniciará no dia 01/XX/20XX e terminará no dia 31/XX/2022 Onde (Where)? A capacitação será realizada no XXX e na empresa através de repasse de informações 2H Como (How)? 1 – Capacitação externa: todos os analistas de RH irão se locomover para a cidade de XXX para fazer o curso de Técnicas de Recrutamento e Seleção, oferecido pelo grupo XYZ 2 – Capacitação interna: os analistas que participam do curso deverão repassar à equipe de assistentes os aprendizados adquiridos Quanto (How much)? Inscrição do curso de Técnicas de Recrutamento e Seleção: R$ 1.000,00 (cada) x 2 analistas = R$ 2.000,00 Locomoção e diária: R$ 350,00 x 5 dias = R$ 1.750,00 Repasse para os demais recrutadores da empresa: R$ 1.500,00 (horas de trabalho dos colaboradores envolvidos no repasse) Total: R$ 5.250,00 Ação 002: Identificação de falhas no processo atual 5W O quê (What)? Realizar no processo atual um levantamento dos gaps no processo de recrutamento e seleção que possam estar ocasionando a alta rotatividade de colaboradores (turnover) Por quê (Why)? Para sanar essas falhas e realizar contratações mais acertadas de colaboradores que se adequem ao perfil da empresa e permaneçam nela Quem (Who)? Analistas e assistentes de recursos humanos da empresa Quando (When)? Iniciará no dia 01/XX/20XX (após a realização do curso de capacitação) e terminará no dia 31/XX/2022 Onde (Where)? No setor de recursos humanos da empresa, mais especificamente no processo de recrutamento e seleção atual 2H Como (How)? Os analistas, com os assistentes, deverão aplicar o conhecimento adquirido por meio da capacitação epor estudos para identificar lacunas e falhas no processo atual de recrutamento e seleção, verificando possíveis pontos de melhoria voltados para buscar profissionais que realmente se encaixam no perfil da empresa Quanto (How much)? Horas de trabalho dos 4 colaboradores envolvidos: R$ 200,00 dia x 5 dias de execução = R$ 1.000,00 (não haverá gastos extras, apenas serão contabilizadas as horas de trabalho dos colaboradores envolvidos) Total: R$ 1.000,00 Adaptado de: Napoleão (2018). 48 Unidade II Como você deve ter observado, o plano de ação apresenta duas ações que fazem uso da ferramenta 5W2H. É importante pontuar, no entanto, que nem sempre é possível utilizar a ferramenta apenas uma única vez, porque, na maioria das vezes, a resolução de um problema precisa de mais do que uma única ação. Aliás, é bem provável que as ações demonstradas no exemplo não sejam suficientes para sanar o problema de perda de mão de obra qualificada da empresa, mesmo porque as ações exemplificadas se referem apenas a uma parte: a de manter os colaboradores na empresa, evitando, dessa forma, o turnover. 3.5 Fase de implementação O consultor promove muitas mudanças na empresa do seu cliente, portanto, ele precisa ter em mente que suas ações deverão ser sustentáveis, dessa forma, as mudanças precisam ser apoiadas pelos colaboradores. Para que isso ocorra, caberá a ele fazer com que os colaboradores compreendam a importância das suas ações para o crescimento organizacional. Ao implementar mudanças na empresa, ele incorre, diretamente, na mudança do status quo, portanto, é preciso que ele tenha cautela. Para implementar as mudanças na empresa, o consultor necessita considerar três fases distintas, visando minimizar impactos negativos. 1ª fase: descongelamento O objetivo do consultor, nessa primeira fase, é garantir subsídios para que ocorra a mudança, considerando a situação atual do cliente com o intuito de definir as mudanças necessárias em termos tecnológicos, culturais e estruturais. Observação As mudanças vêm, geralmente, precedidas da quebra de paradigmas, sendo primordial que o cliente entenda que tal quebra impulsionará a aceitação das alterações vindouras. No descongelamento, o consultor precisa despertar a atenção do cliente em acatar as mudanças, ou seja, ele deverá despertar o interesse do cliente. Assim, os colaboradores tendem a demonstrar maior interesse pelas mudanças se sentirem que serão beneficiados, logo, cabe ao consultor disseminar todos os benefícios que as mudanças trarão para a organização e, consequentemente, para as pessoas nela inseridas. As mudanças somente serão implementadas com sucesso se contarem com o apoio de todos os envolvidos e se eles tiverem: • consciência da sua importância; • desejo de desenvolvê‑las; • comprometimento com o sucesso proveniente das mudanças. 49 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO 2ª fase: mudança A segunda fase refere‑se à mudança em si. Nessa fase, teremos a ocorrência do conjunto de ações planejadas pelo consultor, com o aval do cliente. Dessa forma, podemos afirmar que o consultor atuará como um agente de mudanças na implementação das atividades, sendo de suma importância poder contar com o apoio dos colaboradores e dos diversos métodos de controle. 3ª fase: recongelamento Nessa fase, a mudança implementada será efetivamente concretizada. É também nessa última fase que a empresa ajustará o aprendizado acerca dos novos elementos e da sua internalização. Resumidamente, é nela que a organização adere à mudança de fato. Desse modo, o recongelamento tem o objetivo de fazer com que as mudanças passem a ser consideradas um processo diário da organização, e não mais alguma coisa alheia às suas operações. Descongelamento: quebra dos status quo da empresa Mudanças: execução das ações visando dar andamento nas mudanças Recongelamento: consolidação das mudanças na empresa Figura 8 – Fases para amenizar os impactos das mudanças 3.6 Controle O controle refere‑se à última fase do processo de consultoria e tem como objetivo avaliar os aspectos referentes ao planejamento e ao controle da implementação das mudanças. Há diversas formas de se controlar a implementação, tais como WBS, diagrama de precedência/Pert, gráfico de Gantt e COM, entre outros. 50 Unidade II Observação Dificilmente as ferramentas são utilizadas separadamente, uma vez que o papel de uma é o de complementar a outra. Como exemplo, podemos citar o WBS e o Pert: ao iniciar a implementação das mudanças necessárias, o consultor já deve ter definido o objetivo final dessa fase, entretanto, de início, possui a visão geral do projeto que deve ser executado, sendo necessário desmembrar o projeto em proporções passíveis de uma gestão mais precisa. Tal desmembramento é denominado WBS – work breakdown structure. De acordo com Justo (2019), a WBS consiste em uma criteriosa decomposíção da quantidade de processos e das tarefas administrativas e/ou gerenciais necessárias para a conclusão de um projeto. A WBS costuma ser apresentada de duas maneiras, a saber: • sob a forma de um organograma, conhecido como a árvore de decomposição do projeto; • sob a forma de uma relação ou tabela. Implantação da norma ISO 9001 Gerenciamento do projeto Planejamento Preparar workshop de sensibilização Mapear os processos organizacionais Definir a documentação necessária Treinar os auditores internos Reuniões Realizar workshop de sensibilização Validar os processos organizacionais Preparar procedimento de normatização Preparar auditoria Administação Preparar treinamentos de capacitação Preparar politica de qualidade Elaborar procedimentos Realizar auditoria Sensibilizar e capacitar as pessoas Elaborar o manual da qualidade Realizar auditorias Elaborar o sistema de documentação Figura 9 – Modelo de uma WBS para a implantação da Norma ISO 9001 Fonte: Justo (2019). 51 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Observação A fase implementação precisa ser executada após um planejamento bem detalhado de todas as atividades que deverão ser desempenhadas, incluindo‑se a seleção do pessoal necessário e, consequentemente, sua capacitação. Dessa forma, após a fase do planejamento, o consultor irá garantir que tudo ocorra conforme se planejou por meio de inúmeras ferramentas de controle. Nesta fase, leva‑se em consideração o preparo da organização para que aceitem as mudanças implementadas, assim como o processo em si, e nesse cenário, é importante não esquecermos que as pessoas da organização são peças‑chave para o sucesso da implementação, assim como para a sustentabilidade das mudanças implementadas. 4 COMO ENTREGAR UM RELATÓRIO EMPRESARIAL O relatório empresarial nada mais é do que um documento que busca apresentar um resumo das atividades realizadas em uma empresa, informando os dados e os resultados. 4.1 Estrutura A estrutura de um relatório empresarial é composta por: • Sumário executivo: apresenta uma noção geral do documento. • Introdução: explicita o problema que motivou o relatório, apontando o objetivo desse documento. • Descobertas: desenvolvimento do relatório em si, ou seja, é a parte na qual são apresentadas: — as sínteses das atividades; — as observações; — as análises; — os dados; — os números; — os relatos coletados; — os possíveis comentários. 52 Unidade II • Recomendações: esse espaço é utilizado para fazer os apontamentos das medidas interventivas, e aqui pode‑se também indicar estudos pertinentes. Devem ser conhecidas por todos envolvidos no processo, sempre que haja a necessidade. • Referências: indicam os textos, os dados, as informações, os trabalhos, as pessoas e demais fontes que foram utilizadas para se produzir o relatório empresarial. A linguagem precisa ser desenvolvida na variedade‑padrão, com comunicação objetiva e acessível, permitindo, dessa forma, uma fácil compreensão dos pontos maisrelevantes. Além disso, o relatório empresarial pode apresentar diferenças, dependendo de seu nível de complexidade e da área para o qual é voltado, como economia, ciência, administração etc. (MATOS, 2021). Figura 10 – Relatório empresarial Disponível em: https://bit.ly/3OystsU. Acesso em: 11 jul. 2022. As principais características do relatório são: • Tamanho: não há um número exato de páginas adequadas ao relatório. Contudo, é importante considerar o fato de que se trata de uma espécie de síntese da atividade realizada. Assim, é preciso evitar descrições, informações e outros detalhes irrelevantes ao seu propósito, bem como evitar uma linguagem rebuscada e prolongada. • Linguagem objetiva: o relatório deve apresentar uma linguagem objetiva, uma vez que será direcionado aos envolvidos no processo de consultoria. Deve apresentar apenas os aspectos necessários, de uma maneira direta e clara, garantindo, dessa forma, compreensão e fluidez. • Variedade‑padrão da língua: o relatório deve apresentar formalidade e utilizar uma variedade‑padrão da língua portuguesa, atentando‑se a tópicos como acentuação, pontuação, precisão vocabular e grafia correta das palavras (MATOS, 2021). 53 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO 4.2 Sumário executivo Em um projeto, o gestor tem a possibilidade de planejar, gerir e executar o trabalho da sua equipe, e é muito importante ter diversas informações ao seu alcance, entretanto, quando novos membros ingressam no projeto ou quando alguns participantes de nível executivo solicitam uma visão simplificada desse projeto em andamento, surge a necessidade de apresentar, de forma concisa, os principais pontos do projeto, sem perder, entretanto, seu conteúdo (MARTINS, 2020). Nesse cenário, Martins (2020) afirma que o sumário executivo se refere a uma forma de demonstrar quem são os líderes das equipes, os colaboradores interdisciplinares e os participantes do projeto. É como se tivéssemos em mãos um “discurso de elevador” para os membros que compõem o projeto e não têm a necessidade de se aprofundar em todo os seus detalhes. Dessa forma, os sumários executivos são uma excelente maneira de manter os interessados a par do projeto do gestor e, consequentemente, bem informados. Se os participantes precisarem saber de forma rápida o que o projeto está se propondo a solucionar, o sumário executivo é a forma perfeita de lhes fornecer as informações necessárias (MARTINS, 2020). Saiba mais Quando se prepara um discurso, um grande erro é a prolixidade, que, aliás, deve ser evitada em qualquer situação. No que diz respeito ao discurso de elevador, esse e outros erros não podem sequer serem considerados, já ele deverá durarar poucos segundos. Saiba mais no artigo: DISCURSO de elevador: entenda como funciona. Redaweb, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3cAR8jo. Acesso em: 9 jun. 2021. De acordo com Martins (2020), a diferença entre um sumário executivo na gestão de projetos e no plano de negócios é que, enquanto no caso do plano de negócios o sumário é elaborado após sua execução, na gestão de projetos o sumário é elaborado no início do projeto, descrevendo aquilo que ele se propõe a atingir. Como exemplo, podemos citar a elaboração de um sumário executivo pertinente a um estudo ambiental. Nesse caso, compila‑se o relatório com os resultados, inserindo‑se as análises obtidas ao fim do estudo. Já no caso de um sumário executivo na gestão de projetos, é preciso abordar exatamente o que o projeto se propõe a atingir e demonstrar por que as metas são tão importantes. Nos dois tipos de sumário apresentados, temos quatro partes importantes. • É importante iniciar o sumário pelo problema ou pela necessidade que o projeto se propõe a solucionar. Para isso, algumas perguntas precisam ser feitas: — Por que o projeto está sendo realizado? 54 Unidade II — Qual informação, planejamento de produto, feedback do cliente ou outra necessidade está por trás do projeto? • É crucial que sejam definidos os objetivos do projeto e uma provável solução. Assim, pode‑se questionar como o projeto poderá solucionar o problema estabelecido, definindo‑se quais são as metas e objetivos dele. • É necessário entender o valor da solução. Aqui há algumas questões a serem levantadas: — O que poderá acontecer quando o projeto for concluído? — Como ele ajudará e solucionará o problema estabelecido na primeira parte? • É de suma importância encerrar o sumário com uma conclusão sobre a importância do trabalho desenvolvido. Aqui pode‑se repetir por que o problema, e consequentemente o projeto, é tão importante. Nesse ponto é muito útil mencionar qual é o público‑alvo e como a solução poderá resolver o problema e, por fim, nesse ponto devemos incluir outros passos relevantes (MARTINS, 2020). Lembrete Um sumário executivo nada mais é do que um resumo das informações mais relevantes do planejamento do projeto. Ele é importante para apontar pontos relevantes que a sua equipe necessita saber antes de entrar no projeto ou mesmo antes de conhecer o planejamento do projeto. Lembre‑se do discurso de elevador, pois o sumário executivo é utilizado para fornecer informações pertinentes sem que se necessite aprofundar no relatório (MARTINS, 2020). 4.2.1 Benefícios do sumário executivo Para Martins (2020), o sumário executivo foi projetado para os membros da equipe responsáveis por desenvolver o projeto de forma ativa e para os participantes que não fazem parte do projeto, mas que precisam dar uma olhada rápida na busca de respostas importantes sobre o projeto. Dessa forma, um sumário executivo eficaz permite que os participantes tenham justamente uma visão global do projeto e dos pontos mais importantes, sem que precisem se aprofundar em todos os detalhes. Logo, se precisarem de mais informações, eles podem navegar pelas tarefas na ferramenta de gestão do trabalho ou acessar o planejamento do projeto. 4.3 Como redigir um excelente sumário executivo Todo sumário executivo tem quatro partes, conforme dito anteriormente. Para redigir um ótimo sumário executivo, é importante seguir os passos especificados no quadro 4. 55 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Quadro 4 – Como redigir um sumário executivo Passos Descrição Exemplo de sumário executivo 1. É preciso começar pelo problema ou necessidade que o documento se propõe a solucionar No início do sumário executivo, é preciso deixar claro por que o documento, e o projeto que ele representa, é tão relevante. É importante reservar um espaço para definir o problema, incluindo qualquer pesquisa ou feedback obtido pelo cliente, buscando esclarecer por que esse problema é importante para os clientes e por que é importante solucioná‑lo Vamos usar o caso de uma fábrica de relógios como exemplo. O projeto resume‑se em criar um relógio mais simples e barato, que continue atraindo compradores de relógios de luxo, mas que também atraia um novo segmento de clientes Em sessões recentes de feedback do cliente, 52% dos clientes expressaram que precisavam de uma versão mais simples e barata do produto. Em pesquisas com clientes que optaram por relógios da concorrência, o fator preço é mencionado 87% das vezes. Para melhor atender os clientes, bem como para conquistar novos mercados, é preciso desenvolver uma série de relógios que possam ser vendidos a um preço adequado para esse novo mercado 2. Nessa etapa é definida a solução recomendada ou os objetivos do projeto Com o problema definido, é preciso explicar sua solução. Diferentemente de um resumo ou esboço, a solução deve ser prescritiva, ou seja, o leitor deve ser convencido de que a solução é a certa. Não é o momento de debater ideias, é um espaço para corroborar a solução recomendada Como o sumário executivo é criado no início do projeto, tudo bem se todos os entregáveis e marcos ainda não estiverem claramente mapeados. Porém, esta é a chance de descrever, em termosgerais, o que acontecerá durante o projeto Se for preciso ajuda para formular uma visão geral abrangente dos principais entregáveis e do cronograma do projeto, faz‑se necessário considerar a criação de um roteiro do projeto antes de passar para o sumário executivo A nova série de relógios será lançada com preço 20% mais barato do que a opção mais econômica que a fábrica tem no momento, logo haverá espaço para relógios com preço reduzido em 40% ou mais, dependendo do material e do movimento. Para oferecer esses preços, a fábrica adotará as seguintes estratégias: – Oferecer relógios feitos de novos materiais – Utilizar movimento por quartzo de alta qualidade em vez do movimento automático de produção própria – Introduzir opções de pulseira personalizáveis, com foco na escolha pessoal e em flexibilidade em vez do luxo tradicional Vale ressaltar que a qualidade de todos os relógios continuará sendo rigorosamente controlada, com o intuito de manter a velocidade e a precisão de ponta dos produtos que são ofertados 3. Nessa fase deve ocorrer o valor da solução Agora, comece a se aprofundar em como a solução afetará e resolverá o problema definido no início. Quais são os resultados esperados, se houver? É nesta seção que se incluem quaisquer informações financeiras relevantes, riscos do projeto ou benefícios em potencial. O projeto também deve ser vinculado às metas ou objetivos e principais resultados da empresa. Qual é a relação entre o trabalho em questão e os objetivos da empresa? Com as novas ofertas de 20% a 40% mais baratas que a opção mais econômica que era ofertada atualmente, a fábrica espera poder conquistar um espaço no mercado de relógios casuais, sem deixar de lado a marca de luxo. Isso ajudará a fábrica a atingir o objetivo para o exercício de 2022, que é o de expandir a marca. Essas novas ofertas têm potencial de gerar um lucro de mais de 3 milhões de dólares por ano, que ajudará a atingir o objetivo para o exercício de 2022, ou seja, um lucro de 7 milhões de dólares no acumulado do ano Sessões preliminares de feedback do cliente indicam que as opções mais baratas não afetarão o valor nem o prestígio da marca de luxo, embora esse é um risco que precise ser levado em consideração durante a fase de criação. A fim de mitigar esse risco, a equipe de marketing de produtos começará a desenvolver a estratégia de entrada no mercado seis meses antes do lançamento 4. Nessa fase o sumário será encerrado com uma conclusão sobre a importância do trabalho Após tantas informações importantes compartilhadas com os participantes de nível executivo, esta última seção será onde o gestor tem sua chance de orientar como os colaboradores participantes do projeto compreenderão o impacto e a importância do trabalho para a organização. Existe algo que eles precisem absorver do sumário executivo? O projeto proporcionará ofertas mais baratas e variadas, além de permitir que a fábrica entre em um novo mercado e também expandirá a marca de forma positiva. Com a atenção recebida graças a essas novas ofertas e com a demanda prevista por relógios mais baratos, espera‑se aumentar a participação de mercado em 2% ao ano Adaptado de: Martins (2020). 56 Unidade II 4.3.1 Introdução A introdução pode ser encontrada no início de artigos, livros, relatórios, documentos ou outros textos, assim sendo, é muito comum, além de ser um dos elementos essenciais de diversos gêneros de textos. A introdução é a parte que visa explicar o que o documento será, em outras palavras, introduz o texto aos leitores. Ela deve conter algumas informações sobre o documento, como objetivos ou propósitos, declaração de tese e um resumo sobre as questões centrais. Pode ocorrer, em algumas introduções, a definição de termos e conceitos técnicos de maneira a delinear a estrutura de artigos. Ela ainda pode variar de acordo com o estilo do documento que está sendo preparado. A introdução de um livro e a de um ensaio, por exemplo, são muito divergentes uma da outra. O intuito da introdução é ser breve porque se refere, nesse caso, à introdução a um plano de negócios. Deve também ser capaz de vender a ideia, ou seja, despertar o interesse do leitor, fazendo com que ele leia todo o conteúdo, levando‑o a continuar sua descoberta do plano. É importante destacar que um plano de negócios ajuda as pessoas a se aprofundarem em um projeto, podendo ser utilizado para conquistar sócios, financiamentos, além de atrair talentos para a empreitada, aumentando, dessa forma, as chances de sucesso (DIFERENÇA…, [s.d.]). 4.3.2 Descobertas O consultor deverá agendar uma reunião com o cliente para apresentar o diagnóstico, onde serão pontuados os pontos fracos da empresa e as prováveis oportunidades de melhorias. Tal diagnóstico se refere à interpretação dos resultados, correspondendo à parte mais importante do relatório, pois aqui se transcrevem esses resultados, que agora deixam de ser evidências para se tornarem fatos, o que pode levar ao encerramento prematuro da consultoria. Podemos destacar entre possíveis descobertas: • discrepâncias entre os fatos obtidos e os previstos; • comprovação ou refutação das análises, servindo inclusive para verificar a impossibilidade de colocá‑las em prática; • comprovação das provas obtidas para tentar manter a sustentabilidade da teoria, visando determinar sua limitação e mesmo sua rejeição. Nessa fase, apontam‑se se os efeitos teóricos das inúmeras ações e se tais efeitos conseguiram aliviar os problemas diagnosticados. Assim, se as mudanças foram bem‑sucedidas, o consultor deve se perguntar, de forma crítica, se as descobertas impulsionaram ações, rotineiras ou não, e se foram causa de fracasso ou de sucesso. Desse modo, podemos afirmar que as recomendações consistem em indicações de ordem prática e de intervenções, na organização, de acordo com as conclusões das análises. 57 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO 4.3.3 Recomendações Podemos definir recomendação como o ato de dizer que algo ou alguém é bom e, portanto, merece ser escolhido. Em um relatório pode ser uma sugestão do que precisa ser feito, mas, em nosso contexto, refere‑se a sugestões adicionadas no relatório empresarial que o consultor deseja que seu cliente implemente para que a consultoria seja satisfatória e alcance os resultados esperados. Assim, as recomendações baseiam‑se nos pontos críticos que o consultor encontrou e nas prováveis indicações de melhoria. A seção Recomendações, de qualquer relatório, é de suma importância porque indica aos colaboradores da organização as ações que deverão ser implementadas, com base nas evidências reunidas e analisadas no relatório pelo consultor, por isso, precisará ser acionável, extremamente específica e de fácil entendimento, apresentando uma solução para os pontos críticos detalhados no relatório. Quando se inserem recomendações em um relatório, é necessário declarar o que, precisamente, está sendo avaliado. Como exemplo, podemos citar o absenteísmo no cliente, listando as estatísticas sobre esse problema e, na sequência, tecer comentários sobre seu impacto e fazer recomendações de como melhorar esse problema. Para se indicar as recomendações é preciso seguir o formato de uma carta comercial, ou o formato do próprio relatório empresarial, concentrando‑se na descrição do problema que precisa ser corrigido. Como exemplo, podemos citar o problema de turnover (rotatividade de mão de obra) na empresa e, consequentemente, sua dificuldade em contratar e reter talentos. As recomendações são uma parte importante do relatório, pois comunicam diversas informações reveladoras sobre os colaboradores da organização e se vale a pena investir neles, mudá‑los de departamento, investir em uma pós‑graduação ou, ainda, simplesmente dispensá‑los. Para facilitar seu entendimento, trouxemos um exemplo real de um plano de negócios de uma empresa de logística. Vamos lá? Case: Plano de Negóciosem uma empresa de logística Sumário executivo A empresa Marvin PK Logistics tem licença‑padrão, devidamente sediada em Miami, Flórida, pertencente ao grupo Marvin e Pascal Kenneth. É uma prestadora de serviços na área de logística, tendo a seu favor sua localização. Visa prestar serviços de qualidade aos seus clientes potenciais, buscando garantir uma boa relação custo‑benefício. 58 Unidade II Produtos e serviços Visa ofertar alguns dos melhores serviços logísticos encontrados nesse segmento, além de buscar produtos, tais como embalagens adquiridos na indústria de logística, com a devida certificação de qualidade. Entre os serviços ofertados aos clientes, destacam‑se: embalagens de carga para transporte, consultoria logística, preparação dos documentos de vendas e embalagens de mercadorias para transporte. Declaração de conceito de visão A visão da Marvin PK Logistics é a de ser líder em logística em Miami, Flórida e outras partes dos Estados Unidos. Declaração de missão A missão da Marvin PK Logistics é que esteja entre as dez maiores empresas de logística das Américas, com sucesso suficiente para vender sua franquia para outras partes do mundo após cinco anos de operação. Estrutura de negócios Para atingir sua visão e missão em tão pouco tempo, visa garantir que seus colaboradores sejam criativos, empenhados, com bons salários, plano de carreira e em um ambiente de trabalho muito favorável. Tendência de mercado Se existe uma palavra que descreve perfeitamente as tendências do setor de logística dos Estados Unidos, essa palavra é desafio. Esse segmento de mercado é muito difícil porque leva tempo até que as pessoas confiem em uma empresa nova e, nesse cenário, até a empresa ser considerada, pode ser difícil progredir, entretanto, uma vez que a confiança seja alcançada, contratos fechados serão mantidos facilmente e novos negócios serão fechados sem esforço. Estratégia de vendas e marketing Para atingir seus objetivos, a empresa traçou algumas estratégias de marketing: garantir a conclusão de transações; ter forte presença online, para efetuar contratações e informar aos clientes potenciais sobre o andamento dos serviços adquiridos, além de informações adicionais sobre o desenvolvimento da empresa e apresentar informações sobre a empresa nas redes sociais e folhetos. 59 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Fonte de capital inicial Para se abrir qualquer negócio, é preciso ter capital disponível, e em uma empresa logística não é diferente. A empresa Marvin PK Logistics conseguiu angariar 70% do valor total necessário para abrir esse negócio, que é de setenta mil dólares, com recursos próprios. Os 30% restantes será financiado por uma instituição financeira. Ligeira vantagem Em decorrência de o pacote de salários, benefícios e plano de carreiras ser um dos melhores ofertados no segmento, certamente atrairá talentos do setor. Adaptado de: Evans (2020). 4.4 Plano de negócios Antes de falar sobre como se estruturar um plano de negócios, é importante conceituá‑lo. Trata‑se de um documento desenvolvido para planejar a estrutura de um novo empreendimento. Esse documento especifica qual é a ideia central do negócio, quais são as pretensões da empresa e quais estratégias serão utilizadas para se alcançar tais objetivos. 4.4.1 Estruturação De acordo com Matos (2011), o plano de negócios também é, muitas vezes, utilizado para se prospectar investidores, apresentando uma análise de viabilidade sólida, de modo que se tenha a rentabilidade esperada, assim como os prazos do retorno do investimento, tais como: • ROI; • PAYBACK; • TIR; • VPL. O plano de negócios deve apresentar, além das análises financeiras, o estudo operacional do negócio e os recursos a serem utilizados para o seu funcionamento pleno. Um fato é óbvio, sem a elaboração desse planejamento, as chances de um novo empreendimento ter sucesso são mínimas. O plano de negócios tem ainda mais uma funcionalidade, ele também é utilizado como um instrumento de medição para empresas estruturadas. Desse modo, a empresa tem como avaliar se está operando adequadamente, podendo, assim, projetar seu crescimento ou se precaver para enfrentamento em períodos de turbulência (MATOS, 2011). 60 Unidade II Além da capa, sumário e sumário executivo, geralmente, um plano de negócios é composto por: • Descrição da empresa: é utilizada para descrever: — a empresa; — seu histórico; — seu crescimento; — faturamento dos últimos anos; — sua razão social; — seus impostos; — sua estrutura organizacional; — sua localização; — suas parcerias; — o portfólio dos seus produtos; — seus serviços terceirizados. • Análise do mercado: nesse tópico, deve‑se demonstrar que a empresa: — conhece bem o mercado; — conhece bem seus consumidores mediante pesquisas de mercado; — sabe como o mercado está segmentado; — conhece as características dos seus consumidores; — conhece o posicionamento dos concorrentes; — sabe qual a sua participação no mercado; — sabe qual é a participação dos seus principais concorrentes; — conhece os riscos inerentes do negócio. 61 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO • Elaboração da matriz SWOT: deve ser elaborada para: — analisar o ambiente externo para identificar as ameaças e as oportunidades do mercado; — analisar o ambiente interno para identificar as forças e as fraquezas da organização; — analisar a concorrência. • Análise da sensibilidade do mercado: utilizada para mapear o perfil dos consumidores, assim como as suas preferências. • Produtos e serviços: esse tópico é utilizado para elaborar uma descrição minuciosa dos produtos e/ou serviços da empresa, assim como das suas estratégias, conforme quadro a seguir: Quadro 5 – Produto versus estratégia recomendada Produto versus mercado Estratégia recomendada Produto atual no mercado atual Refere‑se à estratégia de concentração, representando menor risco. Recomenda‑se para mercados que ainda se encontram em fase de crescimento. Nessa estratégia, a empresa necessita maximizar seus ativos de produtos e mercado Produto atual no mercado novo Refere‑se à estratégia de estabelecimento de parcerias com empresas que conhecem o mercado e que já tenham acesso aos canais de distribuição Produto novo no mercado atual Se a empresa tiver como competência essencial o desenvolvimento de novos produtos, utiliza com sucesso a estratégia de criar novos produtos para vender no mesmo canal de distribuição Produto novo no mercado novo Essa é a estratégia de maior risco, porque, mesmo que a empresa encontre um investidor disposto a investir na empresa/produto, a taxa de retorno exigida será alta Adaptado de: Matos (2011). • Plano financeiro: esse tópico deve apresentar todas as ações planejadas da empresa e suas comprovações mediante projeções futuras, como, por exemplo, se a empresa precisa de capital, quando ela precisará e para que propósito. Deve conter: — cash flow (período de três anos); — BP (balanço patrimonial); — DRE (demonstrativo de resultados); — PE (ponto de equilíbrio); — necessidade de investimentos; 62 Unidade II — lucratividade prevista; — prazo de retorno sobre o investimento. • Anexo: contém as informações que o consultor julgar relevantes, assim, não há limites de páginas a serem seguidas. A única informação que não pode faltar é o currículo dos sócios. • Tamanho: não há quantidade exata de páginas ou tamanho ideal para o plano de negócios. O recomendado é escrevê‑lo em concordância com o público‑alvo para o qual se destina. Independentemente do tamanho, do segmento da empresa, dos anexos e da estrutura do plano de negócios, no final, esse documento é praticamente o mesmo. Cabe às empresas fazerem as adaptações e ajustes. O mais importante é que elas entendam o quão importante é o plano de negócios para as auxiliar a alcançar seus objetivos (MATOS, 2011). 4.4.2 Encadeamento lógico Para Siqueira (2003), um processoempresarial deve ser entendido como o modo pelo qual as coisas na empresa devem ser feitas, com seus procedimentos bem definidos e com o acompanhamento de um processo para que seja possível atingir um determinado propósito, seja na forma de um produto ou de um serviço oferecido ao mercado. É importante ressaltarmos que, quando uma empresa mapeia os seus processos, consegue ter uma visão sistêmica de suas atividades, tendo percepção que elas obedecem a um encadeamento lógico dentro dos setores e entre eles, tornando, dessa forma, a execução das tarefas mais eficaz, em busca de melhores resultados. Quando se executa um trabalho de mapeamento e, consequentemente, se realizam as mudanças, nem sempre os processos são seguidos, mesmo que estejam bem definidos, e isso porque as pessoas, muitas vezes, não fazem o estabelecido, o que leva os gestores a se perguntarem por que isso acontece. Pode haver muitas razões para isso, conforme veremos na sequência: • os colaboradores nem sempre são bem treinados para executar os novos procedimentos impostos pelo consultor; • os recursos não são adequados para o desempenho dos novos procedimentos; • os colaboradores não desejam desempenhar as novas funções por serem mais trabalhosas ou por não concordarem com determinadas atribuições; • o nível de relacionamento entre os setores correlacionados com a atividade‑fim não é capaz de proporcionar melhorias na qualidade dos serviços executados; • os colaboradores resistem, naturalmente, aos processos de mudança adotados. 63 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO Esses fatos podem acontecer no dia a dia de muitas organizações e acabam se transformando em uma grande dificuldade da gestão. Para evitar esses riscos, os gestores não podem se envolver nas reações dos colaboradores, pelo contrário, devem se focar nos resultados propostos pelo consultor. Nesse cenário, é importante o gestor trabalhar sua equipe para tentar compreender suas dificuldades, suas reações, e, na sequência, para identificar quais são os mecanismos de solução e, em última instância, reformular o processo se for preciso. Muitas vezes, as decisões são de responsabilidade da própria organização, como: • realizar um treinamento adequado para que os colaboradores saibam como executar as novas tarefas, devendo haver pulso dos gestores para implementá‑lo para a equipe. • necessidade de investimento em ferramentas adequadas para as equipes, disponibilizando, dessa forma, recursos mais adequados para o desempenho das novas atividades. Sob esse prisma, é de suma importância que o gestor dê tratativa especial à sua equipe de trabalho, caso contrário, todos os problemas mencionados anteriormente poderão se tornar uma bola de neve. Se o problema da equipe for alguma dificuldade para executar o trabalho, é necessário que o gestor crie melhores formatos para poder solucioná‑los. Caso o problema para não aderirem aos novos processos seja simplesmente porque não querem, sem que haja nenhuma justificativa concreta, o consultor precisará questionar a necessidade de ratificar a não adaptação aos novos processos, substituindo pessoas por outras que se adequem às condições propostas. Se houver discordância com os novos procedimentos, o gestor deverá rever o trabalho, porque talvez a mudança não tenha sido feita em um formato participativo o suficiente para que os envolvidos apresentassem suas opiniões e descontentamentos. Nesse caso, pode‑se recorrer a devidos ajustes no processo, porque, se a resistência ocorrer devido ao relacionamento interno, é vital que se desenvolvam, rapidamente, mecanismos de melhoria. Os problemas apontados têm efeitos desastrosos para a organização, tais como: • colaboradores boicotarem as informações; • os responsáveis promoverem uma caçada aos culpados; • ocorrência de atividades novas mal executadas; • colaboradores desmotivados e turnover. A partir de então surgem algumas dúvidas: • Como o gestor desenvolverá algum projeto nesse clima? • Será necessário recomeçar o projeto? • Será preciso ouvir novamente a equipe? 64 Unidade II • Será necessário realizar pesquisas novamente? • O que poderá ser feito para mesurar o clima interno? Após reavaliar alguns pontos, o consultor deve analisar, discutir e definir algumas correções e mecanismos de melhoria. A resistência à mudança pode se encaixar em todos os questionamentos, isso porque, quando há algo novo, as pessoas resistem, pois, para muitos, é difícil sair da zona de conforto, deixando de fazer seus serviços rotineiros para encarar serviços diferentes dos habituais. O gestor, como agente de mudança, deve ser o responsável por incutir nos colaboradores a necessidade de trabalharem em equipe, até chegarem a um processo mais adequado, cabendo a ele monitorar, realizar reuniões avaliativas e observar o andamento das novas atividades. Dessa maneira, a consultoria juntamente com os gestores do processo e sua equipe trabalharão juntos para assegurar os resultados pretendidos pela organização (SIQUEIRA, 2003). 4.4.3 Público‑alvo O público‑alvo refere‑se ao segmento do mercado que a marca das empresas deseja alcançar. Nesse cenário, as empresas fazem uso de estratégias e campanhas para atingirem apenas o grupo de consumidores que se enquadre em perfis demográfico, comportamental e psicográfico semelhantes. Para tal, é preciso definir o público‑alvo. Mas, em uma empresa que está com problemas e resolveu contratar os serviços de consultoria, quem são as pessoas, ou clientes internos, que participarão desse projeto? De acordo com Ghermandi (2020), há algumas classificações que ajudam a entender quem é público‑alvo nos projetos de consultoria: • Poderá ser interno ou externo, ou seja, o projeto é realizado por consultores que fazem parte do quadro efetivo dos colaboradores da empresa em questão, ou não. • Poderá ser padronizado ou personalizado. Há uma diferença sutil entre um projeto de consultoria personalizado e que atenda às necessidades do cliente e um projeto de serviço pré‑formatado. • Poderá ser especializado ou geral. O projeto especializado tem o intuito de resolver processos específicos ou problemas, enquanto o projeto geral visa analisar a organização como um todo, direcionando sua atuação em diversas áreas ao mesmo tempo. • Poderá ser, ainda, por área, e, nesse caso, a consultoria pode ser feita para muitas áreas da empresa, como setores de vendas, recursos humanos, produção ou vendas. 4.4.4 Apresentação do escopo do projeto Após a definição e a apresentação do escopo do projeto ao cliente, é necessário gerenciar o escopo, de acordo com a evolução do projeto. Nessa fase, é necessário que o consultor estabeleça uma comunicação clara e constante com os stakeholders do projeto, para que tais mudanças sejam 65 ASSESSORIA E CONSULTORIA EM QUALIDADE: FERRAMENTAS E CERTIFICAÇÃO mais bem aceitas por todos. Para o consultor se antecipar aos problemas no projeto, é preciso que ele se atente: • ao controle e ao cronograma do projeto; • à disponibilidade dos recursos; • às compras; • às aquisições. Dessa forma, é possível que os stakeholders participem de forma ativa do projeto (GHERMANDI, 2020). 66 Unidade II Resumo No início da unidade II, abordamos os serviços de consultoria realizados após a constatação de ocorrência de problemas de uma empresa, quando uma de suas áreas apresenta disfunções ou sinais de que as mudanças são necessárias. Mostramos como um consultor, em um processo de consultoria, aprofunda‑se no problema definido pelo cliente. Dessa forma, é comum ele dispor de todos os dados que coletou durante sua estada no cliente, como os dados oriundos de entrevistas feitas com gestores, executivos e colaboradores, transformando‑os em informações úteis para seu trabalho. Após realizar o tratamento dos dados, o consultor deverá avaliar qual foi a proposta original apresentada na data da assinatura do contrato de prestação de serviços, comparando‑a com a situação
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