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Universidade Nove de Julho Maria Lívia Alucinação: • Percepção de um objeto sem os estímulos sensoriais respectivos; • Não há um objeto real e presente; • Fenômeno mais comum em indivíduos com transtornos mentais graves - nem sempre são patológicas; • Ocorrem na população normal (4-5%); Visuais > auditivas. Mais comum na população normal - ter visões e ouvir vozes de parentes/entes próximos que faleceram. Alucinaçõ Auditivas: • Tipo de alucinação mais frequente em transtornos mentais; • Alucinaçõ Auditivas Simpl - menos frequentes; Apenas ruídos primários - zumbidos, burburinhos, cliques, estalidos, etc. • Alucinaçõ Auditivas Complexas - sons complexos; Na psicopatologia as mais significativas são as alucinações audioverbais; Alguns autores não consideram que seja alteração pura da sensopercepção (pensamento -> delírio associado). Alucinaçõ Audioverbais: • Voz - geralmente que ameaçam ou insultam; Conteúdo depreciativo ou persecutório. • Podem dar ordens (vozes de comando) - praticar ações, agredir terceiros, se matar, etc; • Podem comentar o que o paciente faz, geralmente em 3ª pessoa; Ex - “o Victor está atravessando a rua”. Delírio: • Juízos patologicamente falsos - sempre relacionado a morbidade / doença; Indíci de Identificação de Delírio: • Jaspers - 1979; • 1. Iemovível - convicção extraordinária (certeza absoluta); É impossível colocar em dúvida a veracidade do delírio. • 2. Ievogável: É impossível modificar o delírio pela experiência objetiva, por provas explícitas da realidade, por argumentos lógicos. • 3. Impsível - é quase sempre um juízo falso; Contudo, o paciente ainda pode delirar e seu delírio ser verídico - ex: delírio de ciúmes. • 4. Individual (Aocial) - geralmente não é compartilhado por seu grupo social; “Convicção de um homem só”; Não é nem produzido nem compartilhado por grupo religioso, político ou de outra natureza. Síndrome Psicótica: • Pelo menos 2 de 4 desses sintomas ou sinais; Delírio; Alucinação; Comportamento desorganizado; Pensamento desorganizado. Diagnóic Etiológic: • Dnça Orgânica - LES, uso de substância, demência; • Dnça Psiquiátrica - esquizofrenia, transtorno bipolar. Farmacologia na Síndrome Psicótica: • 1950 - Clopromazina; • Neurolepsia - diminuição ou ausência de movimentos motores, indiferença comportamental e afetiva em animais; “Neurolépticos”. • 1970 - bloqueio dos receptores D2. Antipsicóticos Antipsicoticos Alucinações visuais costumam ser decorrentes de doenças orgânicas, enquanto auditivas costumam ser decorrentes de doenças psiquiátricas. 4 “Is” do Delírio - irremovível, irrevogável, impossível, individual. Universidade Nove de Julho Maria Lívia Esquizofrenia: Hipót da Esquizofrenia: • Hipóte Dopaminérgica (década 60) - Carlsson (1º Nobel); Estudos com anfetaminas e pacientes com Parkison em tratamento com L-DOPA - sintomas positivos; Tratamento dos Sintomas Positivos - bloqueio do receptor dopaminérgico pós sinápticos na via mesolímbica (D2, principal sítio de ligação dos antipsicóticos). • Hipóte Glutamatérgica: Antagonistas do receptor NMDA (cetamina) podem gerar sintomas psicóticos positivos e negativos; Redução da função dos receptores NMDA; Neurônios glutamatérgico e gabaérgico atuam no controle da atividade dopaminérgica mesolímbica e mesocortical. Síndrome Pitiva X Negativa: • Síndrome Pitiva - delírios e alucinações, incoerência de pensamento, catatonia, comportamento estereotipado; A via mesolímbica está envolvida na regulação dos comportamentos emocionais e regula sintomas positivos da psicose; Especificamente, a hiperatividade dessa via é responsável pelos delírios e alucinações. • Síndrome Negativa - embotamento afetivo, pobreza no discurso, distractibilidade, isolamento social, empobrecimento funcional; A via mesocortical está envolvida nos sintomas negativos; Especificamente, a hipoatividade dessa via é responsável pela apatia e isolamento social. Fármacos antipsicóticos: Antipsicótic Típic - Convenionais: • De 1ª geração - Haloperidol, Clorpromazina; Sintomas Positivos - hiperatividade da via mesolímbica dopaminérgica, aumento da liberação de dopamina (DA) e ação em receptores D2. Esquizofrenia (bases neuroquímicas) - outras vias dopaminérgicas como nigroestriatal e tuberoinfundibular funcionam normalmente na esquizofrenia. Vias Dopaminérgicas Bloqueadas com uso de Antipsicóticos: Via Mesolímbica - bloqueio dos sintomas positivos, pode causar falta de motivação e anedonia (bloqueio da sensação de prazer); Via Mesocortical - bloqueio dessa via gera agravamento dos sintomas negativos; Via Nigroestriatal - bloqeeio gera tremores de base, rigidez e perda de mímica facial (como um paciente parkinsoniano); Via Túbero-Infiundibular - bloqueio diminui a inibição à síntese de prolactina pela hipófise (galactorreia). Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Mecanismo de Ação - atuam principalmente pelo bloqueio dos receptores D2; Com menor afinidade em D1 dopaminérgicos; Para eficácia terapêutica ao menos 80% dos receptores D2 precisam estar bloqueados; Reduzem os sintomas positivos por bloqueio de D2 na via mesolímbica. • Fenotiazínic: Alifáticos - clorpromazina; Piperazínicos - flufenazina, trifuperazina; Piperidínicos - tioridazina. • Butirofenonas - haloperidol; • Tioxanten - clorprotixeno, tiotixeno. • Efeit Colaterais do Bloqueio da Via Molímbica: Anedonia, apatia e falta de motivação. • Efeit Colaterais do Bloqueio da Via Mocortical: Pode causar ou agravar os sintomas negativos - cognitivo e afetivos; Embolamento afetivo e isolamento social. • Efeit Colaterais Via Nigrriatal: • Sintomas extrapiramidais (EEP) - distonia aguda (tremor, rigidez, espasmos involuntários, protusão da língua); • Parkisonismos medicamentoso - reversível; • Discinesia tardia - 25% dos pacientes. Relação entre a potência clínica e a afinidade entre os fármacos antipsicóticos pelos receptores D2 dopaminérgicos: Discinesia Tardia - administração crônica de antipsicóticos (meses/anos em até 40% dos pacientes); Prejuízo dos movimentos voluntários, movimentos involuntários, estereotipados, repetitivos, da face (laterais de queixo, lábios), tronco e membros - aumento da expressão de receptores D2 na nigroestriatal -> aumento de glutamato (neurodegeneração excitatória?); Mais prevalente em pacientes acima de 50 anos - potencialmente irreversível e piora com a retirada do antipsicótico. Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Efeit Colaterais Via Tuberoinfundibular: • Aumento da concentração de prolactina - ginecomastia, galactorreia, amenorreia, infertilidade. • Efeit Colaterais em Receptor: Ação não seletiva em receptores - antipsicóticos de 1ª geração se distinguem dos de 2ª pela grande quantidade de efeitos colaterais devido bloqueio inespecífico de receptores; Antagonismo de Receptores 5-HT2 - diminui náusea, dor de cabeça, clinicamente útil (proclorpezina); Antagonismo de Receptores Alfa 1 Adrenérgicos - hipotensão ortostática, sonolência, impotência e dificuldade de ejaculação; Antagonismo de Receptores H1 Histaminérgicos - ganho de peso (aumento do apetite) e sonolência; Antagonismo de Recepetores Colinérgicos Muscarínicos (MI/M3) - constipação, visão turva, boca seca, confusão mental. • Eficácia Clínica: Diminuição da população internada em hospitais nas décadas de 1950 e 1960; 30% são resistentes ao tratamento - polimorfismos; Aumento dos Efeitos Colaterais - altamente incapacitante, ↓adequação social, ↓aderência ao tratamento; Discinesia Tardia - dano irreversível. Antipsicótic Atípic: • Antipsicóticos de 2ª geração- Risperidona, Quetiapina; Benzamidas - sulpirida, amisulprida; Benzisoxazolas - risperidona, ziprasidona; Dibenzodiazepinas - clozapina; Dibenzotiazepina - quetiapina; Difenilbutilpiperazinas - pimozida; Imidazolidinone - sertindol; Tienobenzodiazepina - olanzapina. • Mecanismo de Ação - antagonistas moderados dos receptores D2 (mais seletivos para região mesolímbica); Possuem ação antagonista nos receptores 5- HT2A (pós- sinápticos) - Olanzapina e Risperidona e alguns agonistas de 5-HT1A (pré-sinápticos): ↓liberação de 5-HT (ex.: Quetiapina); Possuem ação antagonista em receptores muscarínicos no nigroestriado (ex.: Olanzapina) - melhora dos sintomas extrapiramidais. • Antagonia de Serotonina 2A na Via Nigrriatal: Bloqueio dos receptores D2 ficam abaixo de 60% - não gera efeitos extrapiramidais; Aumento da liberação de DA no estriado. • Antagonia de Serotonina 2A na Via Tuberoinfundibular: DA se liga ao receptor D2 e induz um efeito inibitório - diminui prolactina; A 5-HT se liga no receptor 5-HT2A e induz efeito excitatório - aumento da prolactina; Inibe a resposta inibitória da DA, mas inibe a resposta estimulatória da serotonina (5-HT2A). Fisiologicamente - 5-HT se liga em receptores 5-HT2A em neurônios dopaminérgicos e diminui liberação de DA. Universidade Nove de Julho Maria Lívia • Antagonia de D2 Dopaminérgic na Via Molímbica: Melhora dos sintomas positivos. • Antagonia de Serotonina 2A na Via Mocortical: Aumentada liberação de DA no mesocórtex - melhora dos sintomas negativos. • Efeit Colaterais: Clozapina pode causar leucopenia e agranulocitose - uso fica restrito a casos refratários de esquizofrenia e aqueles com sintomas extrapiramidais e discinesias tardias; Síndromes metabólicas; Hiperfagia com tendência a obesidade e diabetes. • Farmacocinética d Antipscótic: Variabilidade individual de absorção; Dose muitas vezes ajustada por tentativa e erro; A meia-vida plasmática da maioria dos fármacos antipsicóticos é de 15-30 horas; Metabolismo inteiramente hepático por uma combinação de reações de fase I e fase II; Administração V.O ou I.M - com liberação lenta: T1/2 vida de 2-4 semanas; Mecanismo de Ação da Clozapina - antagonismo moderado de receptores D2, antagonismo intenso de receptores serotoninérgicos 5-HT2A e ação também em vários outros receptores. Monitoramento da Via Metabólica - aumento do índice de massa corporal (IMC), resistência à insulina, início súbito de cetoacidose diabética (CAD) ou síndrome hiperosmolar hiperglicêmico (SHH). Atipsicóticos Atípicos - Dose X Efeito: 50 mg - hipnótico; 300 mg - antidepressivo; 800 mg - antipsicótico.