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Porfirinas e pigmentos biliares O heme da hemoglobina é formado por uma cadeia de 4 grupamentos pirrólicos formando uma porfirina com um átomo de ferro central se ligando aos nitrogênios. O heme se origina primariamente da succinil-CoA + glicina dando origem a um composto chamado de ALA (aminolevulinato) que sofre ação citoplasmática sendo convertido em PGB (porfobilinogenio) que vai sofrer um processo de ciclização e formar um urobilinogênio. O urobilinogenio vai adentrar a mitocôndria e se transformar em coproporfirina e depois em protoporfirina que vai se juntar ao ferro ferroso para formar o grupamento heme. Esse processo acontece cerca de 85% na medula óssea e o restante quase completamente nos hepatócitos. O catabolismo do grupamento HEME forma a bilirrubina O grupo HEME da hemoglobina sofre um processo de degradação nos macrófagos, sobretudo no fígado, baço e medula óssea. Nesse processo, o heme vai ser degradado por um complexo enzimático celular chamado de heme- oxigenase. Primeiramente, o ferro do heme sofre um processo de redução a partir do NADH sendo convertido em ferro ferroso. A partir daí, o NADH vai promover uma ligação do oxigênio ao grupamento tetrapirrólico, e só então o ferro vai ser oxidado e convertido em ferro férrico. Nesse momento, o ferro de desprende, e o grupamento tetrapirrólico é desmembrado em biliverdina. Essa biliverdina é rapidamente convertida em bilirrubina pela enzima biliverdina- redutase. E essa bilirrubina é transportada pela albumina plasmática para o fígado, onde a bilirrubina vai ser metabolizada. O fígado precisa fazer 3 processos: captar, conjugar e secretar a bilirrubina. Captação: a albumina sérica carreia a bilirrubina até os sinusoides hepáticos, onde a bilirrubina vai se desprender e ser transportada por transporte facilitado até o hepatócito. Dentro do hepatócito, duas proteínas vão fixar a bilirrubina para a conjugação – proteína Y e a ligandina. Conjugação: uma enzima presente principalmente no reticulo endoplasmático vai promover a conversão da bilirrubina apolar em bilirrubina polar, essa enzima é denominada de glicuronosil-transferase (bilirrubina-UGT) e é responsável por adicionar duas moléculas de ácido glicuronico na bilirrubina, tornando-a polar. Secreção: agora, a bilirrubina conjugada precisa sair do hepatócito, para isso a célula usa um transportador ativo chamado de MRP-2 que lança a bilirrubina conjugada nos canalículos biliares. Essa bilirrubina alcança então o colédoco e o duodeno e vai chegar ao íleo terminal. No íleo terminal, uma enzima chamada de glicuronidase converte a bilirrubina conjugada em urobilinogenio que pode ser reabsorvida e depois novamente excretada na urina ou ser excretada pelas fezes na forma oxidada em urobilina ou estercobilina. Quando os níveis de bilirrubina sérica superam 1 mg/dl temos o que é chamado de hiperbilirrubinemia. Essa bilirrubina pode ultrapassar 2- 2,5 mg/dl e então ser infiltrada nos tecidos, adquirindo uma cor amarelada, própria da bilirrubina, o que é chamado de icterícia. A bilirrubina conjugada começou a ser chamada de bilirrubina direta em virtude de que no inicio ela não necessitava de um reagente de metanol pra ser identificada na urina, isso porque ela é hidrossolúvel e se ligava ao reagente sem necessidade do mediador metanol nos exames de Erich. A bilirrubina não-conjugada é chamada de bilirrubina indireta pois em virtude de ser lipossolúvel dependia do metanol como mediador para a reação. A icterícia pode acontecer por produção em excesso ou dificuldade de excreção da bilirrubina - Hiperbilirrubinemia de retenção: produção excessiva de bilirrubina (Kernicterus, anemia Crigler Najar, Gilbert, fisiológica neonatal, tóxica, hemolítica por exemplo). - Hiperbilirrubinemia de regurgitação: dificuldade de excreção (doenças obstrutivas biliares, Dubin-Johnson, Rotor, hepatite) ICTERÍCIA Como já mencionado a icterícia se apresenta quando a hiperbilirrubinemia alcança cerca de 2-2,5 mg/dl. Normalmente temos no sangue a seguinte relação de bilirrubina: Minimo Máximo Indireta 0,2 mg/dl 0,8 mg/dl Direta 0 mg/dl 0,2 mg/dl Total 0,3 mg/dl 1 mg/dl As regiões mais afetadas pelo acumulo da bilirrubina são a pele, a esclera e o frenulo da língua. ETIOLOGIAS Superprodução - Anemia hemolítica - Eritropoiese ineficaz Captação - Infecções - Medicações - Doença hepatocelular Conjugação - Crigler-Najjar - Gilbert - Icterícia Neonatal fisiológica - Medicamentos - Doença hepatocelular Excreção - Dubin-Johnson - Rotor - Colestase por medicamentos - Infecção Obstrução biliar - Tumores - Colestase biliar - Corpo estranho - Estenose CONJUGAÇÃO Sindrome de Gilbert É uma doença hereditária associada ao metabolismo de bilirrubina, em que há uma deficiência na enzima glicuroniltransferase, fazendo com que apenas cerca de 30% dessa enzima seja funcional. É uma doença que afeta principalmente os homens (3:1), na segunda década de vida e é benigna, geralmente não causando grandes sintomas. Está associada a uma hiperbilirrubinemia não-conjugada ou indireta que geralmente não ultrapassa 5mg/dl. Piora em jejum, com o consumo de álcool, exercícios intensos, nicotina. Tratamento: fenobarbital em baixa dose se o motivo for plausível como em necessidades estéticas, caso contrário apenas medidas não- farmacológicas são necessárias. Sindrome de Crigler-Najjar Crigler Najjar tipo I Essa doença é uma doença hereditária também associada a deficiência da enzima glucoroniltransferase, porém no tipo I, temos deficiência TOTAL da enzima não havendo enzima para a conjugação. É uma doença grave e geralmente mortal no primeiro ano de vida, devido ao acumulo grave de bilirrubina indireta, favorecendo o kernicterus. Tratamento: - Clinico: plasmaferese, inibidor da hemi-oxigenase, fototerapia - Cirurgico: transplante de fígado Crigler Najjar tipo II Nesse caso, também há deficiência da enzima glucoroniltransferase, mas a deficiência é parcial, semelhante a síndrome de Gilbert. A diferença está na quantidade sérica que é um pouco maior que a de Gilbert, atingindo cerca de 6-20mg/dl de bilirrubina indireta. Tratamento: fenobarbital EXCREÇÃO Sindrome de Dubin-Johnson É um defeito genético associado ao transportador ativo MRP2 fazendo com que haja um déficit na excreção da bilirrubina conjugada. Desse modo, há um aumento da bilirrubina direta. É comum em judeus do irã e iraque. Os exames laboratoriais são normais, não há aumento da fosfatase alcalina nem das enzimas hepáticas. A confirmação pode se dar através da detectação de coproporfirina na urina. Tratamento: não necessita de tratamento Sindrome de Rotor É uma doença associada a dificuldade de armazenamento da bilirrubina conjugada, retornando-a ao sangue. É parecida com a Dubin- Johnson, mas difere pelo aumento mais acentuado da coproporfirina na urina. Tratamento: não precisa de tratamento. OBSTRUÇÃO Colestase (INTRA/EXTRA-HEPÁTICA) Colestase é o termo utilizado para definir um distúrbio associado ao acumulo de bilirrubina direta em virtude de um problema na drenagem da bilirrubina na via biliar. Pode se dar intra-hepático ou extra-hepático. SINDROME COLESTÁTICA: acolia fecal, colúria, icterícia, prurido, esteatorreia e disabsorção de vitaminas lipossolúveis (ADEK) Colestase intra-hepático: pode acontecer por exemplo em hepatites virais, medicamentosas e tóxicas (fenotiazinas e estrogenios), doenças infiltrativas do fígado (amiloidose e sarcoidose), cirrose biliar primária (autoimune).Colestase extra-hepático: principalmente devido a cálculos e tumores. HEPATITE VIRAL AGUDA A hepatite viral aguda é uma patologia que aflige os hepatócitos em virtude da infecção por determinados vírus. Os vírus mais comuns de causar hepatite são os vírus: vírus A, B, C, D e E. Mais raramente, vírus como o citomegalovírus, Epstein-barr vírus, vírus da febre amarela, vírus da rubéola, e vírus da herpes simples podem gerar um quadro de hepatite. - TEM CARATER GERALMENTE AUTOLIMITADO (1-2 MESES), MAS PODE EVOLUIR PARA CARÁTER EXTRA- HEPÁTICO E ADQUIRIR CRONICIDADE (> 6 MESES); - NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NO BRASIL Vírus Transmissão Cronicas A Fecal-oral Não B Sexual Percutanea Hemotransfusão Transplante Transmissão vertical Transmissão Horizontal Sim (+ em crianças) C Sexual Percutanea Drogas IV Hemotransfusão Hemodiálise Sim (+ em adultos) D Sempre com B: - Sexual - Percutanea Sim E Fecal-oral Raro (imunossup rimidos) CLINICA A clinica das hepatites é muito semelhante, e geralmente há 4 fases estereotipadas da doença: - PRODROMICA - ICTÉRICA - CONVALESCENCIA FASE PRODRÔMICA (FASE CATARRAL): 1 a 2 semanas Nessa fase, os sintomas são muito semelhantes a um quadro gripal viral inespecífico. - Coriza - Tosse - Mal-estar, mialgia, astenia, artralgia, anorexia - Perda do paladar - Diarreia - Febre baixa (38-38,5º) - Hepatomegalia dolorosa - Leve esplenomegalia - Rash cutâneo e glomerulonefrita aguda (imunocomplexos) Nas crianças é comum um quadro oligo ou assintomático. FASE ICTÉRICA: Nessa fase, surge a icterícia, podendo ou não estar acompanhada de uma síndrome colestática (icterícia, coluria, acolia fecal, prurido) e uma síndrome hepatocelular aguda (hepatomegalia dolorosa, icterícia, AST e ALT > 10x LSN – limite superior normal). FASE DE CONVALESCÊNCIA: Nessa fase, ocorre à melhora dos sintomas e o paciente pode ou evoluir com a cura ou evoluir com a cronicidade (se persistirem os sintomas por mais de 6 meses). LABORATORIAL HEMOGRAMA - Leucopenia com linfocitose (atípicos), geralmente associado a uma neutropenia. HEPATOGRAMA No hepatograma o que temos para visualizar é uma SINDROME HEPATOCELULAR caracterizada por uma injuria difusa ao hepatócito, com um aumento nas enzimas hepáticas, AST e ALT (aminotransferases), associada a uma hiperbilirrubinemia mista com predomínio de bilirrubina direta, pois o fator limitante no metabolismo da bilirrubina é a excreção. Pode haver colestase intra- hepática, caracterizando um leve aumento das enzimas canaliculares biliares gama-GT e fosfatase alcalina. Mas, as enzimas hepáticas não demonstram prova de função hepática, a prova de função hepática real é a avaliação da funcionalidade do hepatócito em 4 funções: - B: bilirrubinas - A: amononemia (detoxificação) - T: TAP (tempo de protrombina + INR) - A: albuminemia (produção proteica) HEPATITE VIRAL A O vírus da hepatite A é um vírus de RNA, icosaedrico, e não possui envoltório, geralmente não evolui como doença para fase crônica e sua principal via de transmissão é a via FECAL-ORAL. Epidemiologia - Representa pouco mais de 50% das hepatites; - Tradicionalmente mais comum na infância (< 10 anos); - Mais prevalente no Norte e Nordeste e em regiões sem saneamento básico; - Vem crescendo a incidência em adultos jovens na região Sudeste, possivelmente pela transmissão sexual. Patogenia Os vírus entram pela via oral, alcançam o intestino e penetram pela circulação porta até chegar ao hepatócito. É tecido-específico, só havendo replicação no hepatócito, no citoplasma. A lesão acontece por meio do braço adaptativo da imunidade, através dos linfócitos TCD8+ citotóxicos e não por efeito citopático. Clinica A clinica em geral é caracterizada pelas fases de prodromo, ictérica e convalescência. É mais comum a sintomatologia mais preponderante nos idosos e menos preponderante nas crianças. A hepatite A é a hepatite mais comum de causar colestase intra- hepática, nesses casos, pode haver a síndrome colestatica clássica com coluria, acolia fecal, icterícia, prurido, além da elevação moderada das enzimas canaliculares como a fosfatase alcalina e gama-GT, além do aumento das aminotransferases. Diagnóstico O diagnóstico é clinico- laboratorial, devendo ser realizada a sorologia para anti-HAV. Devemos saber o seguinte: - APENAS ANTI-HAV IGM FAZ DIAGNÓSTICO DE HEPATITE VIRAL A AGUDA. IgG é útil apenas para observar se já houve infecção pelo vírus ou vacinação, mas não determina condição aguda. Os anticorpos começam a se formar por volta de 1 mês da infecção, ainda no período de incubação, onde a viremia atinge seu pico. O período de incubação varia de 15-50 dias. Tratamento O tratamento não é farmacológico é apenas não- farmacológico, indicando: - Repouso - Aumento da ingesta calórica (repor glicemia) - Cessar o álcool por pelo menos 6 meses - Vitamina K parenteral (em casos de TAP prolongado) - Sintomaticos (antiemetico e antitermico) - Não usar paracetamol (acetaminofeno é hepatotóxico) HEPATOPATIA FULMINANTE = TRANSPLANTE DE FIGADO! Prognóstico - Prognóstico excelente, sem sequelas - Não evolui para forma crônica - Mortalidade menor que 1/1000 - Forma fulminante com chance de 0,35%, mais em idosos Prevenção - Afastamento por duas semanas de creches e trabalho e não mais que 1 mês após o período ictérico; - Não necessita de isolamento de contato; - Cuidado com o manejo de fraldas em creches e berçários; Imunização Está no calendário vacinal do PNI, da seguinte maneira: - DOSE ÚNICA AOS 15 MESES DE IDADE (pode ser tomada até os 4 anos 11 meses e 29 dias). Pacientes acima dessa idade devem ser avaliados quanto fatores de risco: hepatopatia por outros tipos de vírus, transplantes de órgãos, imunossuprimidos Nesses casos: dose dupla com distancia de 6 meses. Profilaxia pós-exposição ATÉ 2 SEMANAS DA EXPOSIÇÃO + Anti- HAV IgG-: - < 12 meses: imunoglobulina humana isolada - >=12 meses e <40 anos: vacina dose unica - > 40 anos + fatores de risco: vacina + imunoglobulina HEPATITE VIRAL B O vírus da hepatite B é um vírus de DNA, e possui envoltório lipídido. Esse vírus possui 4 antígenos importantes no diagnóstico da doença: HBsAg: expresso no envoltório (superficial) HBcAg: expresso no centro (central) HBeAg: expresso quando dentro do hepatócito, sendo excretado HBxAg: expresso para aumentar a transcrição genica viral e celular HBsAg tem enorme importância na sorologia, pois aparece facilmente, e a presença de seu anticorpo anti- HBs representa cura pois o anticorpo é neutralizante. HBcAg não é expresso no plasma, mas a presença de seu anticorpo pode ser identificado, porém não é neutralizante. HBeAg é expressso apenas em alta viremia, indicando grandes quantidades de replicação, e seu anticorpo também indica neutralização diminuindo o antígeno. Epidemiologia - Mais comum na vida adulta e sexual (20-69 anos); - A principal via de transmissão é a via sexual; - Predominio no sexo masculino; - Predominio na região Sul e Sudeste. Transmissão - Vertical: pode ocorrer no período intra-utero e no período perinatal. O antígeno que ultrapassa a barreira placentária é o HBeAg e ele estimula uma tolerância ao vírus no recém- nascido, tornando seu sistema imune incapaz de identificar o vírus. Logo, em neonatos, a hepatite B é importante. A via por amamentação não tem comprovação cientifica de contaminação até o momento, logo não se necessita suspender. - Horizontal: ocorrepor meio da contaminação da criança por outras crianças ou por contato com adultos. - Sexual: é o meio de contaminação mais comum nos países desenvolvidos, o uso de preservativo diminui a contaminação. - Percutânea: o contato com materiais perfurocortantes, inclusive em usuários de drogas, piercing, manicure, tatuagem, tratamento dentário, tudo que possa romper a barreira percutânea é passível de contaminação. - Hemotransfusão e Transplante de órgãos: hoje em dia esse tipo de contaminação é mais raro, devido ao rastreio sorológico. Patogênese É semelhante a da hepatite A, estando associado a imunidade celular com os linfócitos T citotóxicos, e não por efeito citopático. Evolução sorológica A hepatite B possui uma história natural delimitada e importante para avaliação diagnóstica. As fases da doença são do seguinte modo: - Soroconversão: 1-10 semanas, é o período onde não há a detectação dos antígenos e anticorpos. Se encerra com o aparecimento do antígeno HBsAg. - Incubação: 1-6 meses, ocorre simultaneamente a soroconversão, e é um período assintomático, dentro desse período ocorre a soroconversão e ao aparecer o HBsAg, dentro de 2 semanas aparece o anti-HBc e os sintomas, com aumento das aminotransferases. - Fases sintomáticas: nesse período ocorre o surgimento das fases de prodromo, ictérica e convalescência. Pode aparecer o antígeno HBeAg se houver virulência acentuada. - Fase de convalescência: nesse período, aparece o anti-HBsAg, neutralizando os antígenos e curando a doença. É uma fase em que pode haver janela imunológica, o antígeno é negativo, mas o anti-corpo é positivo. Clinica Nos idosos tende a ser mais grave, logo crianças tem mais chance de cronificar, pois a resposta imune é mais branda. Nos adultos os sintomas são mais severos, mas o risco de cronicidade é menor. Nas crianças os sintomas são mais brandos, mas o risco de cronicidade é maior. Existem algumas evoluções clinicas diferentes para hepatite B, algumas benignas, outras malignas: BENIGNAS - Assintomática: apenas provas sorológicas e laboratoriais - Anictérica: apenas sintomatologia prodromica - Ictérica: típica - Recorrente: recorrência mesmo após melhora, não passando de 6 meses - Colestática: esse caso ocorre um padrão colestático MALIGNA - Fulminante: manifestação de encefalopatia hepática em até 2 meses do inicio dos sintomas. Nesse caso, temos o surgimento de manifestações e insuficiência hepática como flapping, distúrbios eletrolíticos, redução do tamanho do fígado, redução das aminotransferases. Além disso teremos piora dos sintomas gastrointestinais, piora da icterícia, leucocitose neutrofilica com desvio a esquerda, febre persistente. Os anticorpos são encontrados numa fase mais precoce, e a negativação do HBsAg é obrigatória na cura da doença. MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPÁTICAS - POLIARTERITE NODOSA - GLOMERULONEFRITE - DOENÇA DE GIANOTTI (ACRODERMATITE PAPULAR) Diagnóstico É preciso que haja duas coisas: - SOROLOGIA HBsAg + ANTI-HBc IgM Contudo, havendo IgM para HBcAg já é suficiente para o diagnóstico de hepatite. Devemos interpretar o resultado sorológico dependendo da evolução da doença. Há várias interpretações: Estratégia diagnóstica atual O Ministério da Saúde provê de fluxogramas para o diagnóstico de hepatite B de modo padronizado, a não ser que o médico solicite os antígenos de maneira correta. A estratégia atual é por meio de testes rápidos que identificam o antígeno mais precoce: HBsAg. FLUXOGRAMA I Usado no diagnóstico inicial nos sistemas de saúde. Pode ser utilizado por pessoas < 18 meses, gestantes e imunossuprimidos 1) Faz-se um teste rápido para o antígeno HBsAg 2) Em caso de resultado reagente, encaminho o paciente para diagnóstico complementar com teste molecular 3) Em caso de resultado reagente negativo, amostra não reagente 4) Em caso de teste rápido não válido, repito o teste rápido mais uma vez, e se não der certo coleto amostra para teste molecular. Esse teste tem a limitação de não identificar os casos em que há uma hepatite oculta (2% dos pacientes, sendo maior em usuários de drogas injetáveis, hemodiálise). FLUXOGRAMA II Esse fluxograma é realizado em laboratório e pode ser útil para identificar hepatite B aguda e crônica. Pode ser realizado em pessoas < 18 meses, gestantes e imunodeprimidos. Ele e inicia com um imunoensaio laboratorial, mas também pode se iniciar com um teste rápido. 1) Realiza-se o imunoensaio laboratorial; 2) Em caso de positivo, realiza-se um teste molecular; 3) Em caso de positivo, amostra reagente para HBV; 4) Em caso de discordância ou primeiro teste negativo, com clinica suspeita, realiza-se o fluxograma novamente após 30 dias. Esse teste tem a limitação de não identificar os casos em que há uma hepatite oculta (2% dos pacientes, sendo maior em usuários de drogas injetáveis, hemodiálise). FLUXOGRAMA 3 Esse fluxograma não deve ser usado em < 18 meses, pois por detectar anti-HBc ele detecta possíveis anticorpos que podem ser advindos da mãe, gerando falsos positivos, além de não ser recomendado em imunossuprimidos. 1) Realiza-se imunoensaio para HBsAg; 2) Em caso de positivo, realiza- se um imunoensaio para anti-HBc TOTAL; 3) Em caso de positivo, amostra reagente; 4) Em caso de discordância, realiza-se um teste molecular para confirmar; 5) Em caso de negatividade do primeiro ou discordância com clinica favorável após 30 dias pode-se repetir o fluxograma. INFECÇÃO OCULTA Ocorre quando há infecção, mas não se detecta o HBsAg. Nesse caso, recorre-se ao PCR de alta sensibilidade (detectação mínima de 100UI/ml). E o pedido deve constar “pesquisa para hepatite B oculta”. É mais comum em usuários de drogas, pacientes que realizam hemodiálise, coinfectados com o vírus C. Mutações - Mutantes da região pré-core: nesse caso temos uma mutação que afeta a expressão do antígeno HBeAg, mesmo na presença do anticorpo anti-HBe. Nesse caso, temos uma hepatite mais grave, mais fulminante e mais agressiva, mesmo sem HBeAg presente. - Mutantes por escape: esses caras são aqueles que possuem uma mutação no HBsAg, fazendo com que não haja neutralização por parte do anticorpo, permanecendo anti-HBs e HBsAg presentes ao mesmo tempo. Ou também casos em que o HBsAg é negativo, mas com anti-HBc IgM ou IgG presente. Tratamento - Medidas gerais parecidas com a hepatite A - Tenofovir ou entecavir em pacientes com futuros prognósticos ruins PARA HEPATITE B CRONIFICADA, USA- SE O TENOFOVIR OU ENTECAVIR OU ALFA-PEGINTERFERONA PARA AQUELES PACIENTES COM VIREMIA HBeAg positivos ou com HBV-DNA altos > 2000 UI/dl Profilaxia A vacina para hepatite B possuem 4 doses na infância, do seguinte modo: Primeira dose: ao nascer (monovalente) Segunda dose: com 2 meses Terceira dose: com 4 meses Quarta dose: com 6 meses Para adultos e idosos a vacinação deve ser realizada por completa com a vacina monovalente (3 doses nos meses 0, 1 e 6). Profilaxia da Transmissão vertical O Ministério da Saúde recomenda que TODOS OS NEONATOS EXPOSTOS DEVEM POSSUI A IMUNIZAÇÃO ATIVA E PASSIVA AO NASCER, com vacinação e imunoglobulina anti-HBs. Nos casos em que a mãe possui alta carga viral, seja com HBeAg+ ou carga viral > 200.000 UI/ml deve ser realizado o uso de tenofovir ou lamivudina a partir da 28 semana de gestação, sendo suspensa após o parto. Profilaxia Pós-Exposição Primeiro passo: teste rápido no exposto e no paciente-fonte. Se o expostofor positivo, então ele já tava contaminado antes e deve-se conduzir como paciente positivo. Agora, se o individuo exposto não é completamente vacinado ou ausente, e o paciente-fonte é positivo, deve-se ministrar: imunoglobulina anti-HBV (HBIg hiperimune) + vacinação completa ou completar vacinação. Para pacientes vacinados, mas om baixos títulos de anti-HBs a conduta é vacinar mais 3 vezes + anti-HBV se o fonte for positivo, senão apenas vacinação 3 vezes. Se o paciente possuir vacinação 6 vezes com baixo titulo de anti-HBs, aí só resta realizar 2 doses de imunoglobulina com intervalo de 1 mês apenas se o paciente fonte for positivo ou desconhecido. HEPATITE VIRAL C O vírus C é um vírus de RNA fita simples e possui um envoltório lipídico. A diferença é que o vírus C possui muitos subtipos e uma capacidade de mutagenicidade muito grande, o que torna difícil o desenvolvimento de uma vacina. O mais comum no Brasil é o vírus C com genótipo 1. Epidemiologia - A causa mais comum de óbito por hepatite é por hepatite C crônica; - Quase 1% da população brasileira possui o vírus Transmissão As principais vias de transmissão do vírus C são: - Parenteral (drogas injetáveis, perfurocortantes, manicure); - Hemotransfusão; - Transplante de órgãos; - Transmissão sexual (principalmente de múltiplos parceiros, parceiros estáveis representa apenas 1 % dos casos); - Transmissão vertical (ocorre em alguns casos em que a mãe possui uma viremia acentuda, mas não contra-indica o aleitamento assim como na hepatite B, a não ser que haja sangue ou risco de contato com a mucosa). Clinica Os sintomas se iniciam após um período de 4-12 semanas, porém apenas 20% dos pacientes apresentam sintomas, outros 80% são assintomáticos. E isso não quer dizer que isso seja bom, pois a chance de evolução crônica da hepatite C chega a 80%. Fatores de risco que geram mais sintomas: - Sexo feminino - < 40 anos - sintoma de icterícia - genótipo 3 do vírus C - genética As transaminases geralmente já estão elevadas no momento do surgimento dos sintomas, e o material genético do vírus HCV-RNA já é detectado após 2 semanas da exposição. Os anti-HCV também em 80% dos sintomáticos já é identificável. Diagnóstico Então, resumindo, HCV-RNA demora 2 semanas para aparecer e anti-HCV demora 4-12 semanas. Logo, para uma suspeita aguda, deve-se começar pelo HCV-RNA na ausência de sintomas, como em acidentes, imunodeprimidos, etc. E isso ocorre, pois 80% é assintomático, então geralmente a hepatite C não é identificada na fase aguda. Mas vamos lá, supondo então que haja suspeita clinica: FLUXOGRAMA 1) Teste rápido ou ELISA para identificar anti-HCV; 2) Em caso de positivo, realizar PCR para identificar HCV-RNA 3) Em caso de discordância, realizar o teste molecular após 3 e 6 meses Mas esse fluxograma não é recomendado para < 18 meses, pois o anticorpo pode advir de modo transversal. Em vista disso, o correto em menores é o uso direto do teste molecular para HCV-RNA. Após a confirmação diagnóstica é obrigatória a genotipagem para identificar o subtipo. Em caso de desconhecimento realiza-se tratamento para genótipo 3. Tratamento INDICADO SEMPRE! A hepatite C tem maior chance de se desenrolar em crônica e tem maior chance de se desenvolver em cirrose e hepatocarcinoma, principalmente em: - Homens, resistência a insulina, idade > 40 anos, uso de álcool, esteatose hepática, imunossupressão. Prevenção Não existe vacina para hepatite C e a profilaxia transversal ainda não é eficiente, sendo muitas drogas teratogênicas. HEPATITE VIRAL D A hepatite D é um vírus de RNA defectivo, ou seja incompleto, pois depende do envoltório contendo o HBsAg do vírus B para infectar as células. A hepatite D é endêmica da região amazônica, mediterrâneo e norte da áfrica. A hepatite D então se associa a hepatite B, podendo se associar na fase aguda ou na fase crônica, sendo que na fase aguda a manifestação ocorre pelo que é chamado de coinfecção e na fase crônica no que é chamado de superinfecção. A superinfecção é mais grave, pois possui uma frequencia de evolução para hepatite fulminante em 20% dos casos e para cirrose em 70%. Diagnóstico O diagnóstico é sorológico, por meio da detectação do anti-HDV ou do antígeno HDV. TODO PACIENTE HBsAg+ deve fazer o teste para vírus D se estiver em área endêmica ou for para área endêmica (AMAZONIA) Tratamento ALFA-PEG-INTERFERONA + TENOFOVIR POR 1 ANO OU 2 ANOS E DEPOIS APENAS TENOFOVIR INDETERMINADAMENTE. HEPATITE VIRAL E É causada por um vírus de RNA e são reconhecidos dois subtipos genotípicos: Genótipo 1 e 2 (epidemica): é adquirida de humano para humano, é pior para gestantes pois pode levar a hepatopatia fuminante em 20% dos casos. Genótipo 3 e 4 (autóctone): é uma zoonose adquirida por carne de porco mal cozida O genótipo epidêmico não tem relatos de evolução para o quadro crônico, enquanto o autóctone evolui para quadro crônico. Clinica Semelhante a da hepatite A Diagnóstico É recomendado para viajantes de áreas endêmicas; hepatite não-a, não-b. não-c; epidemias por contágio em água comum. Tratamento Suporte Vacina apenas na China até o momento. DOENÇA CALCULOSA BILIAR COLELITÍASE Colelitíse é definida como a presença de calculo na vesícula biliar. Esses cálculos podem ser tipicamente de colesterol ou pigmentares rico em bilirrubinato de cálcio. FATORES DE RISCO Sexo feminino, multípara, gestante, obesidade Dismotilidade vesicular Cirrose Predisposição genética Anemia hemolítica Ressecção ileal e doença de Crohn Infecções (E.coli) Clínica A maioria é assintomática Em pacientes que possuem clinica, temos: - dor aguda e continua em hipocôndrio direito ou epigástrio, irradiando para as escápulas ipsilateralmente, com piora após ingesta alimentar, sobretudo de alimentos gordurosos. - Pode se associar a náuseas, vômitos e uma síndrome dispéptica (eructação, pirose) O exame físico é pobre, podendo haver dor em hipocôndrio direito a palpação. Complementares Radiografia - Pode-se observar a radio-opacidade do cálculo biliar, no nível da 12ª costela: - Pode haver também aumento da vesícula biliar, com calcificação de sua parede, formando um padrão de vesícula em porcelana. Ultrassonografia É o exame mais sensível e mais específico para a colelitíase, podendo ser visualizado ainda o fígado e o pâncreas. Na ultrassom, conseguimos observar uma hiperecogenicidade móvel dentro da vesícula biliar, com suas respectivas sombras acústicas. Tomografia A tomografia é equivalente a ultrassonografia na eficiência para detectação de dilatações dos ductos biliares. Porém perde para ultrassonografia nas calculoses de vesícula, ganhando nas calculoses do colédoco. Ou seja, ganha no colédoco e perde na vesícula. Colangiorressonância (CRM) É um exame útil e muito sensível e escpecífico, pois consegue em ponderação T2 avaliar o trato biliar, mas tem a limitação de não avaliar o fluxo biliar, mas utilizando uma ponderação T1 com contraste, consegue avaliar esse fluxo. USG endoscópica É útil para identificação de possíveis tumores periampulares, pois além de conseguir uma imagem ótima da via biliar distal, consegue possibilitar biópsia. Cintilografia biliar É útil no diagnóstico de colecistite, sendo o melhor método. São realizadas imagens seriadas com o emprego de tecnécio. A não absorção do tecnécio pela vesícula biliar implica no diagnóstico de colecistite. Colangiopancreatografiaretrograda endoscópica Esse exame tem a vantagem de visualizar a via biliar ao mesmo tempo de realizar endoscopia e biópsia. Então, consegue-se visualizar o estomago, duodeno, esôfago, e a via biliar, principalmente distal, e ainda realizar biópsia. Contra-indicação: pancreatite aguda e colangite Complicações Apesar de assintomático em alguns pacientes, as complicações da colelitíase pode ser grave: - Pancreatite - Colecistite - Coledocolitiase - Colangite - Fístulas (com jejuno e duodeno) - Vesícula em porcelana: é um padrão radiográfico que pode predispor inclusive câncer de vesícula. Tratamento O tratamento clínico até existe, com a utilização de medicações para quebrar pequenos cálculos, PORÉM NÃO SUBSTITUI o tratamento cirúrgico. A colecistectomia é o tratamento definitivo, podendo ser realizada abertamente ou por vídeo. O tratamento medicamentoso é realizado apenas na recusa ou na contraindicação a cirurgia, sendo o uso de URSODESOXICOLATO um medicamento para quebrar os cálculos, ou a litotripsia extracorpórea. COLECISTITE Colecistite é um termo que define o desenvolvimento de um processo de inflamação da vesícula biliar. 95% dos casos ocorre em associação a colelitíase. 25% dos casos de colelitíase evoluem para colecistite. Patogenese Quando há obstrução do ducto cístico, ocorre aumento da pressão intra-lumial da vesícula, proporcionando dificuldade do retorno venoso, edema e necrose , além de proporcionar a formação de ulcerar e infecções bacterianas e poder evoluir para um coleperitonio ou fistulas bilioentericas. Nem toda obstrução do ducto cístico vai gerar colecistite. Isso porque, apenas em algumas pessoas ocorre a produção suficiente de fosfolipase A2 após a obstrução, gerando a conversão da lecitina na bile em lisolecitina, uma substância química tóxica capaz de gerar inflamação. Etiologia A etiologia principal é a coledocolitiase e as bactérias mais comuns são: - E. coli - Klebisiella - Clostridium - Proteus - Enterococcus faecalis Clinica A clínica é semelhante a da colelitiase, com dor aguda em hipocôndrio direito e irradiação para região infraescapular. Porém, nesse caso não há a melhora da dor após 6 horas de sintomas e esse é um ponto de corte muito importante. EXAME FISICO: SINAL DE MURPHY (INTERROMPE A RESPIRAÇÃO PROFUNDA A PALPAÇÃO DA VESICULA) + dor em hipocôndrio direito com reflexo de defesa muscular ICTERICIA APARECE EM 10% DOS PACIENTES Exames complementares Laboratorial - Leucocitose leve (12000-15000) - hiperbilirrubinemia leve - Aumento leve da Fosfatase alcalina e do TGO - Aumento da amilase mesmo na ausência de pancreatite PERCEBA! Na colecistite os níveis são todos leves, não há nada muito exuberante. Ultrassonografia É o primeiro exame de escolha a ser realizado. Os achados que sugerem colecistite são: - Liquido perivesicular; - Espessamento da parede da vesícula; - Calculo no colo vesicular; - Murphy durante o ultrassom; Cintilografia das vias biliares Esse é o exame com mais acurácia, porém não é tão acessível e fácil como a ultrassonografia. O achado que indica colecistite é a não entrada do tecnécio na vesícula biliar. Tratamento O tratamento da colecistite é: - Internação cirúrgica - Hidratação - Analgesia - Antibiótico parenteral A antibioticoterapia é empírica cobrindo bastonetes gram-negativos e anaeróbios: - Amoxicilina + clavulanato - ampicilina/sulbactam - ceftriaxone + metronidazol A cirurgia de escolha é a colecistectomia que pode ser realizada por cirurgia laraposcópica. COLEDOCOLITIASE 90-95% dos casos de coledocolitiase advém de uma colelitiase prévia (coledocolitiase secundária). Enquanto o restante advém de coledocolitiase primária por meio da atividade de estase biliar associada a atividade bacteriana com glicuronidase. Os cálculos, portanto, primários são mais acastanhados, enquanto os secundários são de colesterol ou pigmentares escuros. Clinica Os sintomas clássicos são: - Sindrome colestática associada a uma icterícia flutuante; Ou seja, icterícia, coluria, acolia fecal, prurido, dor do tipo biliar com duração de 1-5h. Exames complementares Laboratorial O laboratorial também possui caráter transitório, com os seguintes achados: - Aumento da fostatase alcalina e gama-GT - Aumento das aminotransferases de modo transitório, sendo reduzidas e invertendo para as enzimas canaliculares. Diagnóstico A presença ou suspeita de coledocolitiase deve ser um critério para solicitação de ultrassonografia como exame inicial. Ultrassonografia: muitas vezes veremos apenas um aumento do colédoco > 5 mm. Com base na ultrassom e na clinica vamos estadiar o paciente quanto ao risco de coledocolitiase: - Alto risco: síndrome colestática transitória; - Medio risco: ducto colédoco >= 5 mm + clinica + aminotransferases, fosfatase alcalina e gama-GT elevadas; - Baixo risco: colédoco não dilatado, < 5 mm - Muito baixo risco: nenhuma das acima. Pro paciente de médio risco, pode-se suceder com a colangiorressonancia. Pro paciente com alto risco, pode-se suceder com a colangiopancreatografia retrograda endoscópica. Tratamento O tratamento é para TODOS, até mesmo assintomáticos O procedimento é parecido com o diagnóstico, utilizando a colangiopancreatografia retrograda endoscópica (papilotomia endoscópica) e realiza-se a reatirada dos cálculos, e o paciente deve ser encaixado para colecistectomia eletiva posteriormente. Todo paciente com suspeita de coledocolitiase durante uma colecistite deve realizar a colangiografia intraoperatória e se confirmado, a exploração do colédoco. COLANGITE Colangite é definida como infecção bacteriana do trato biliar, quase sempre associada a obstrução. Etiologia A colangite necessita de infecção bacteriana + obstrução. As causas de obstrução são: ETIOLOGIAS Coledocolitiase (60%) Pancreatite Estenoses Colangiopancreatografia Tumores Parasitas: trichuris trichiura, áscaris Clinica TRIADE DE CHARCOT: - Dor abdominal de caráter biliar - Ictericia - Febre com calafrios PENTADE DE REYNOLDS: SUPURATIVA - CHARCOT + DEPRESSÃO DO SNC + HIPOTENSÃO (CHOQUE?) Exames complementares Laboratorial - Leucocitose com desvio para esquerda; - GGT, FA, AST e ALT elevados - Hiperbilirrubinemia direta SEMPRE DEVE SER PEDIDO HEMOCULTURA, OS ORGANISMOS MAIS ENCONTRADOS SÃO: - E. coli, klebsiella, enterococcus Ultrassom A ultrassom deve ser a primeira escolha, e NÃO SE DEVE FAZER A COLANGIOGRAFIA NEM A COLANGIOPANCREATOGRAFIA ANTES DE TRATAR A COLANGITE, POIS PODE PIORAR PRA UM QUADRO DE SEPSE. A ultrassom vai servir pra identificar obstruções, mas o diagnóstico da colangite é clinico. Tratamento O tratamento deve ser com antibióticoterapia, mas depende da clinica: - Triade de Charcot: antibióticoterapia com amox+clav ou amp/sulbactam ou ceftriaxone+metronidazol. Em casos de resistência pode usar o tazocim. A desobstrução é posterior ao controle bacteriano com o hemograma e antibiótico. - Pentade de Reynold: nesse caso deve-se associas antibioticoterapia + desobstrução imediata Desobstrução: COLANGIOPANCREATO RETROGRADA
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