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Aula 4 - Transportes e Seguros Internacionais

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TRANSPORTES E SEGUROS 
INTERNACIONAIS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Rafaela Aparecida de Almeida 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 
Bem-vindo(a) a esta aula! Nela, vamos abordar um tema que faz parte do 
dia a dia das empresas que operam no comércio internacional, sejam elas 
atuantes nas exportações, importações ou ambas – hoje vamos falar dos 
Incoterms®. 
Os Incoterms® – International Commercial Terms (“Termos Internacionais 
de Comércio”) são estabelecidos pela ICC – International Chamber of Commerce 
(“Câmara Internacional do Comércio”). Esses termos são representados através 
de três letras e têm como objetivo padronizar, facilitar a comercialização e atribuir 
responsabilidades para compradores e vendedores. 
No âmbito das negociações internacionais, esses termos basicamente se 
referem à cadeia logística de entrega: transferência de risco, seguro, onde 
entregar ou retirar as mercadorias, qual modal de transporte será utilizado, quem 
será responsável pelo pagamento de taxas aeroportuárias e de fronteiras, custos 
com despachante aduaneiro e frete internacional. 
Os Incoterms® não estão relacionados a condições e formas de 
pagamento ou prazos – comprador e vendedor devem transacionar suas 
negociações através de contratos legítimos que ofereçam segurança para 
ambas as partes. 
A definição do Incoterm para uma negociação comercial deverá levar em 
consideração algumas questões muito ligadas aos custos logísticos que podem 
ter reflexos significativos, por exemplo: quem das partes – comprador x vendedor 
– tem maior capacidade de negociação com fornecedores devido ao volume de 
cargas que movimenta? Quem está disposto a pagar por todas as taxas 
portuárias e frete internacional antecipadamente em alguns casos, mesmo que 
esses valores estejam incluídos no valor da mercadoria? São questões 
importantes que devem ser analisadas, principalmente quando as relações 
comerciais são iniciais. 
Uma definição equivocada no Incoterm pode ocasionar uma série de 
problemas, principalmente quando não há expertise em um dos lados da 
negociação, porém a recíproca é verdadeira: uma definição correta permitirá 
fluidez de processos e de trâmites sem surpresas desagradáveis. 
Desta forma, nesta aula, iremos aprofundar nossos conhecimentos a 
respeito dos Incoterms®, tendo como temas: 
3 
 
 
• Incoterms® 2020; 
• Grupo E; 
• Grupo F; 
• Grupo C; 
• Grupo D. 
 
Desejo a todos vocês bons estudos! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
 
Com o propósito de entendermos melhor a evolução dos Incoterms®, 
vamos traçar agora uma linha do tempo (ICC, 2020): 
 
Figura 1 – Linha do tempo 
 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
1923: O primeiro parecer da ICC sobre termos de comércio 
internacional. Após a criação da ICC, em 1919, uma de suas primeiras 
iniciativas foi facilitar o comércio internacional. No início dos anos 20, a 
organização mundial de negócios começou a entender os termos usados pelos 
comerciantes. Isso foi feito por meio de um estudo limitando a seis termos 
comumente usados em apenas 13 países. Os resultados foram publicados em 
1923, destacando disparidades na interpretação. 
1928: Clareza melhorada. Para examinar as discrepâncias identificadas 
na pesquisa inicial, foi realizado um segundo estudo. Dessa vez, o escopo foi 
4 
 
 
ampliado para a interpretação dos termos comerciais usados em mais de 30 
países. 
1936: Diretrizes globais para comerciantes. Com base nos resultados 
dos estudos, a primeira versão das regras do Incoterms® foi publicada. Os 
termos incluíam FAS, FOB, C&F, CIF, Ex Ship e Ex Quay. 
1953: Ascensão do transporte ferroviário. Devido à Segunda Guerra 
Mundial, as revisões suplementares das regras dos Incoterms® foram 
suspensas e não foram retomadas até os anos 50. A primeira revisão das regras 
do Incoterms® foi publicada em 1953. Ele estreou três novos termos comerciais 
para o transporte não marítimo. As novas regras incluíam DCP (Delivered Cost 
Pagid), FOR (Free on Rail) e FOT (Free on Truck). 
1967: Interpretações incorretas corrigidas. A ICC lançou a terceira 
revisão das regras do Incoterms®, que tratava de interpretações incorretas da 
versão anterior. Dois termos comerciais foram adicionados para endereçar a 
entrega na fronteira (DAF) e a entrega no destino (DDP). 
1974: Avanços nas viagens aéreas. O aumento do uso do transporte 
aéreo deu origem a outra versão dos termos comerciais populares. Essa edição 
incluiu o novo termo Aeroporto FOB (Free on Board Airport). Essa regra visava 
dissipar a confusão em torno do termo FOB (Free on Board), significando o 
“navio” exato usado. 
1980: Proliferação do tráfego de contêineres. Com a expansão do 
transporte de mercadorias em contêineres e novos processos de documentação, 
surgiu a necessidade de outra revisão. Essa edição introduziu o termo comercial 
FRC (Free Carrier), Nomeado no Point, que previa mercadorias não recebidas 
de fato pelo lado do navio, mas em um ponto de recepção em terra, como um 
pátio de contêineres. 
1990: Uma revisão completa. A quinta revisão simplificou o termo Free 
Carrier, excluindo regras para modos de transporte específicos (por exemplo, 
FOR; Free on Rail, FOT; Free on Truck e FOB Airport; Free on Board Airport). 
Foi considerado suficiente usar o termo geral FCA (Free Carrier... no Named 
Point). Outras provisões foram responsáveis pelo aumento do uso de 
mensagens eletrônicas. 
2000: obrigações alteradas de desembaraço aduaneiro. A seção 
“Licença, autorizações e formalidades” das regras da FAS e DEQ Incoterms® foi 
5 
 
 
modificada para obedecer à maneira como a maioria das autoridades aduaneiras 
aborda as questões do exportador e importador registrado. 
2010: Reflexões sobre o cenário comercial contemporâneo. O 
Incoterms® 2010 consolidou a família de regras D, removendo DAF (Delivered 
at Frontier), DES (Delivered Ex Ship), DEQ (Delivered Ex Quay) e DDU 
(Delivered Duty Quay) e DDU (Delivered Duty Unpaid) e adicionando DAT 
(Delivered at Terminal) e DAP (Delivered no lugar). Outras modificações 
incluíram uma maior obrigação do comprador e do vendedor de cooperar no 
compartilhamento de informações e alterações para acomodar as "vendas em 
cadeia". 
2020: olhando para o futuro. Para acompanhar o cenário de comércio 
global em constante evolução, a atualização mais recente dos termos de 
comércio entrou em vigor no dia 1° de janeiro de 2020. Traz como principal 
alteração a substituição do termo por DPU. 
 
TEMA 1 – INTRODUÇÃO AOS INCOTERMS® 2020 
 
Incoterms® é a abreviatura do inglês (International Commercial Terms), 
que em português significa “Termos Internacionais de Comércio”, que foram 
desenvolvidos pela primeira vez em 1936 pela Câmara de Comércio 
Internacional (ICC) na tentativa de simplificar os problemas de comunicação 
envolvidos nos negócios internacionais. 
Trata-se de normas padronizadas que regulam aspectos diversos do 
comércio internacional, tendo o papel de deixar clara a alocação de riscos, 
custos e obrigações entre o comprador e o vendedor em um contrato de compra 
e venda de mercadorias internacionais. Vale ressaltar que os Incoterms não são 
imposições e sim uma proposta para o melhor entendimento e maior segurança 
entre vendedor e comprador. Dentre as principais funções dos Incoterms®, 
destaca-se: 
• Local onde o exportador deve entregar a mercadoria; 
• Quem é responsável pelo pagamento do frete internacional; 
• Quem deve realizar e pagar as formalidades de exportação e importação; 
• Quem deve contratar e pagar do seguro da mercadoria; 
• Quais são os limites dos riscos de cada um (comprador e vendedor). 
 
Ainda de acordo com a ICC (2020), os Incoterms® 2020 definem: 
6 
 
 
• Obrigações: obrigações entre vendedor e comprador, por exemplo, quem 
organiza o transporte ou seguro das mercadorias, quem obtém os 
documentos de remessa e exportação ou quem solicita as licenças de 
importação; 
• Risco: onde e quandoo vendedor "entrega" as mercadorias, ou seja, 
onde o risco é transferido do vendedor para o comprador; 
• Custos: qual parte é responsável por quais custos, por exemplo, custos 
de transporte, embalagem, carregamento ou descarregamento, e 
verificação ou custos relacionados à segurança. 
A partir de 1980, os Incoterms® passaram a ter revisões de 10 em 10 
anos. A última revisão, 2020, foi lançada pela ICC, International Chamber of 
Commerce no dia 10/09/2020 e tendo seu lançamento oficial no Brasil em 
21/10/2020, passando a vigorar a partir de 01 de janeiro de 2020. 
Nessa última revisão, os Incoterms® continuam a ser divididos em duas 
categorias: 
• Aplicáveis a qualquer modal de transporte – sete Incoterms®: EXW, 
FCA, CPT, CIP, DAP, DPU e DDP; 
• Aplicáveis apenas quando a transação envolve transporte marítimo 
ou por vias navegáveis – quatro Incoterms®: FAS, FOB, CFR e CIF. 
 
1.1 Mudanças nos Incoterms® 2020 
 
Segundo a ICC (2020), as principais mudanças que ocorreram na última 
revisão dos Incoterms® 2010 para o Incoterms® 2020 foram: 
• FCA: inclusão da possibilidade de escolha entre dois lugares de entrega: 
o estabelecimento do vendedor ou outro local (porto etc.) e também uma 
opção para as partes acordarem na emissão de um conhecimento de 
embarque a bordo, a fim de serem atendidas exigências comerciais de 
negociação com bancos, mesmo quando o vendedor não é o responsável 
pela carga on board; 
• CIP: Melhoria da cobertura securitária no CIP, pois o seguro tem que ser 
Institute Clauses A e não mais Institute Clauses B do Institute Cargo 
Clauses; 
• (LMA/IUA) – Abordaremos em detalhes esta cobertura na rota de 
Seguros; 
7 
 
 
• FCA, DAP, DDP e DPU: possibilita que uma das partes realize o 
transporte da carga com transporte próprio, sem contratar um 
transportador externo; 
• Alterações na redação dos trechos relativos à alocação de custos entre o 
vendedor e o comprador, o que tornou mais claro quem as 
responsabilidades de cada parte; 
• DAT foi alterado para DPU, pois o local de destino não precisa ser 
exatamente um terminal; 
• Detalhamento das obrigações relativas à segurança no transporte e aos 
custos a ela relacionados. 
A partir do próximo tema, iremos conhecer cada um dos quatro grupos de 
Incoterms®. Notem que, se analisarmos o Incoterms® sob a ótica da divisão em 
grupos para entrega, à medida que avançamos, iremos perceber passo a passo 
um aumento de responsabilidade de uma das partes em detrimento da redução 
de responsabilidade de outra parte. 
 
TEMA 2 – GRUPO E 
 
O grupo E é representado por um único Incoterm, o EXW – Ex Works, 
nesse grupo, os produtos adquiridos são disponibilizados nas instalações do 
fornecedor e o comprador é o responsável por organizar a logística de transporte. 
 
2.1 EXW – Ex Works 
 
EXW – Ex Works – “Na Origem” (inserir o local de entrega) representa o 
termo de menor responsabilidade para o vendedor e o de maior responsabilidade 
para o comprador. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Modais de Transporte para o EXW: 
Todos os modais 
Figura 2 – Ex Works 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020 
 
 Neste Incoterm, o vendedor coloca a mercadoria à disposição do comprador no 
ponto e local estabelecidos (sem nomeação de um ponto, cabe ao vendedor escolher). 
Não há obrigação de carregamento no veículo transportador, mas caso o faça, será por 
conta e risco do comprador. 
Cabe ao comprador contratar e custear o transporte. Cabe ao 
comprador contratar e custear o seguro. O risco de extravio ou avaria da 
mercadoria é do comprador a partir do momento em que a carga é colocada à 
disposição no local e data combinados. As obrigações aduaneiras, quando 
aplicáveis, também são por conta do comprador (tanto no país do vendedor 
como no país do comprador ou terceiros países). 
 
TEMA 3 – GRUPO F 
 
No grupo F (FCA, FAS, FOB), o comprador determina como o transporte 
e a entrega dos produtos adquiridos serão realizados. 
Uma das mudanças realizadas nos Incoterms® 2020 em relação à última 
versão de 2010 foi o desdobramento do FCA em dois Incoterms®, uma vez que 
o termo era utilizado tanto quando o produto era disponibilizado na sede da 
empresa quanto quando esta realizava o transporte até o local apontado pelo 
importador. 
A mudança seria para dividir o Incoterm em dois modelos, permitindo ter 
9 
 
 
um FCA para entrega terrestre e outro para a entrega marítima. 
 
3.1 FCA – Free Carrier 
 
No Incoterm FCA – Free Carrier – “Livre no transportador” (local de 
entrega nomeado), o vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a quem 
o comprador indicar no local designado (armazém geral etc.). Além disso, faz o 
carregamento no veículo transportador. 
Com a alteração ocorrida nos INCOTERMS® 2020, houve o 
desmembramento em duas possibilidades. Na primeira, a mercadoria será 
considerada entregue quando carregada no meio de transporte providenciado 
pelo comprador, em um estabelecimento do próprio vendedor (Figura 3). 
Portanto, nessa opção, a mercadoria será considerada entregue quando estiver 
carregada no meio de transporte providenciado pelo comprador. 
Figura 3 – Free Carrier 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
Na segunda opção (Figura 4), o local designado para a entrega não pertence ao 
vendedor (podendo ser o armazém de um consolidador, por exemplo). Dessa 
forma, a mercadoria será considerada entregue quando a carga for colocada à 
disposição do transportador ou de quem o comprador indicar, no meio de 
transporte do vendedor à disposição para ser descarregado. Esse formato 
permite que o conhecimento de transporte seja emitido antecipadamente pelo 
transportador, quando a mercadoria estiver a bordo do veículo, atestando que 
foi carregada. 
Esta mudança visou resolver o problema enfrentado pelo vendedor para 
10 
 
 
Modais de Transporte para o FCA: 
Todos os modais 
obter o pagamento nesta situação, uma vez que os bancos emitentes da carta 
de crédito exigem a apresentação de um conhecimento de embarque, mas 
anteriormente esse documento não era disponibilizado ao vendedor. 
Figura 4 – Free Carrier 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
No que diz respeito ao Incoterm FCA, em ambas as situações cabe ao 
comprador contratar e custear o transporte. O vendedor assume os custos e 
riscos de extravio ou avaria da mercadoria até a entrega da mercadoria, o que 
inclui a responsabilidade e custos com trâmites aduaneiros na origem. 
 
 
3.2 FAS – Free Alongside Ship 
 
Na modalidade FAS – Free Alongside Ship – “livre ao lado do navio” 
(inserir o porto de embarque), o vendedor encerra sua obrigação com a entrega 
da carga ao lado da embarcação designada pelo comprador, no cais ou numa 
embarcação, no porto de embarque indicado. 
 
 
 
 
11 
 
 
Modais de Transporte para o FAS: 
Somente modal aquaviário 
Figura 5 – Free Alongside Ship 
 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
O risco de perdas ou danos à mercadoria é do comprador a partir da 
entrega da mercadoria. Cabe ao comprador a contratação e custos com 
transporte. 
Quanto ao seguro, cabe ao comprador contratar e custear o seguro, se 
assim o desejar. 
No que tange aos trâmites aduaneiros na exportação, estes são por conta 
do vendedor, não tendo o comprador obrigação quanto aos trâmites aduaneiros 
na importação e na passagem por terceiros países. 
 
3.3 FOB – Free On Board 
 
No Incoterm FOB – Free On Board – “livre a bordo” (Inserir o porto de 
embarque), o vendedor entrega a mercadoria a bordo do navio do navio, no porto 
e local de embarque indicado pelo comprador. O custeio do carregamento é do 
vendedor. 
 
 
 
12 
 
 
Modais de Transporte para o FOB: 
Somente modal aquaviário 
Figura 6 – Free on Board 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
O risco de extravio ou dano da mercadoria é do comprador a partir da 
entrega da mercadoria a bordo do navio. Quanto ao transporte, o comprador 
devecontratá-lo e custeá-lo a partir do porto de embarque. 
Cabe ao comprador contratar e custear o seguro, se assim o desejar 
(sendo do comprador a partir do momento em que a carga passa a amurada do 
navio). 
Nos trâmites aduaneiros, o vendedor providencia e custeia a exportação; 
o vendedor presta assistência ao comprador com a importação; o comprador 
presta assistência ao vendedor na exportação; o comprador providencia e 
custeia a importação. 
 
TEMA 4 – GRUPO C 
 
No grupo C (CPT, CIP, CIF, CFR), o fornecedor se compromete a entregar 
os produtos adquiridos, porém não se responsabiliza por danos, extravios, 
perdas, taxações ou demais despesas que incorram depois da conferência e 
embarque para o importador. 
 
4.1 CPT – Carriage Paid To 
 
CPT – Carriage Paid To – “transporte pago até” (inserir local de destino). 
Nesta modalidade, cabe ao vendedor entregar a carga ao transportador, no local 
13 
 
 
Modais de Transporte para o CPT: 
Todos os modais 
acordado em seu país, e com transporte contratado e pago por ele para levar a 
mercadoria até o local de destino nomeado no exterior. Os custos de 
carregamento são por conta do vendedor. 
Figura 7 – Carriage Paid To 
 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
O vendedor se responsabiliza pelos riscos até o momento da entrega da 
carga ao transportador, e o comprador assume os riscos a partir do momento 
em que a carga foi entregue ao transportador. 
Vale ressaltar que, no termo CPT, há dois pontos críticos diferentes: o de 
risco e o de custo, que são transferidos em locais diferentes, cabendo ao 
comprador contratar e custear o seguro, caso decida contratá-lo. 
No que tange aos trâmites aduaneiros, na exportação incorrem por conta 
do vendedor, quando aplicável, enquanto os trâmites e direitos aduaneiros na 
importação e na passagem por terceiros países não são por conta do importador. 
 
4.2 CIP – Carriage and Insurance paid to 
 
No termo CIP – Carriage And Insurance Paid To – “transporte e seguro 
pagos até” (Inserir local de destino), o vendedor entrega a mercadoria ao 
transportador no local acordado em seu país, ou entregue e com transporte 
contratado e pago por ele para levar a mercadoria até o local de destino 
14 
 
 
Modais de Transporte para o CIP: 
Todos os modais 
nomeado no exterior. Nesse caso, o vendedor assume o risco até o momento da 
entrega da carga ao transportador. 
Figura 8 – Carriage and Insurence paid to 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
Vale ressaltar que o CIP tem dois pontos críticos diferentes: o de risco e 
o de custo, sendo estes transferidos em locais diferentes. 
O vendedor é responsável pela contratação do seguro para a mercadoria, 
cumprindo a cláusula A) do Institute Cargo Clauses, que equivale ao seguro 
contra todos os riscos. 
Os trâmites aduaneiros na exportação são por conta do vendedor, 
quando aplicável, no entanto sem obrigação quanto aos trâmites na importação 
ou passagem por terceiros países. 
 
4.3 CFR – Cost and Freight 
 
CFR – Cost and Freight – “custo e frete” (inserir porto de destino). Neste 
termo, o vendedor entrega a mercadoria ao transportador a bordo do navio 
indicado pelo comprador, no porto de embarque. O vendedor deve contratar e 
pagar os custos e frete necessários para levar a carga ao porto de destino 
designado. 
O risco de extravio incorre ao vendedor até o momento da entrega da 
15 
 
 
Modais de Transporte para o CFR: 
Somente modal aquaviário 
mercadoria ao transportador, passando para o comprador a partir do momento 
em que a carga ultrapassa a murada do navio. 
O vendedor contrata e paga o transporte da carga do local de origem até 
ao local de destino, sendo o contrato de transporte realizado nos termos usuais 
e pela rota usual para o tipo de carga. 
Esse termo apresenta dois pontos críticos: riscos e custos que são 
transferidos em locais diferentes, conforme representado na figura a seguir. 
Figura 9 – Cost and Freight 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
O Seguro passa a correr por conta do comprador a partir do momento em 
que a carga é embarcada no navio. 
Quanto aos trâmites aduaneiros, o vendedor providencia e custeia a 
exportação; o vendedor presta assistência ao comprador com a importação; o 
comprador presta assistência ao vendedor na exportação; o comprador 
providencia e custeia a importação. 
 
4.3 CIF – Cost Insurance and Freight 
 
No termo CIF – Cost Insurance and Freight – “custo, seguro e frete” 
(inserir porto de destino), o vendedor entrega a carga ao transportador a bordo 
do navio indicado pelo comprador, sendo responsável pela contratação e 
pagamento dos custos e frete necessários, desde o ponto de entrega até o ponto 
no porto de destino designado. 
16 
 
 
O vendedor é responsável pelo risco do extravio ou avaria da carga até o 
momento da entrega ao transportador e passa ao comprador a partir do 
momento em que a carga ultrapassa a murada do navio. 
Esse termo apresenta dois pontos críticos, considerando que os riscos e 
custos são transferidos em locais diferentes, conforme demonstrado na figura a 
seguir. 
Figura 10 – Cost, insurance and freight 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
Cabe ao vendedor a contratação e custas do seguro, até o porto de 
destino, com a obrigatoriedade de cobertura mínima, salvo se o contrário for 
acordado indicando o comprador como beneficiário. 
Na exportação, os trâmites aduaneiros são por conta do vendedor, 
quando aplicável, não tendo ele obrigação na importação e trânsito por terceiros 
países. 
 
 
TEMA 5 – GRUPO D 
 
Na modalidade do grupo D (DAP, DPU, DDP), todas as etapas do 
processo de transporte e entrega são de responsabilidade da parte vendedora, 
inclusive situações que ocorram depois do embarque. 
 
 
 
Modais de Transporte para o CIF: 
Somente modal aquaviário 
17 
 
 
Modais de Transporte para o DAP: 
Todos os modais 
5.1 DAP – Delivered At Place 
 
No termo DAP – Delivered At Place – “entregue no local” (inserir local de 
destino), o vendedor entrega a carga colocando-a à disposição do comprador, 
no local de destino designado, no meio de transporte, pronta para ser 
desembarcada. O vendedor assume todos os riscos e custos para esta entrega. 
Figura 11 – Delivery at place 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
O vendedor assume o risco de extravio ou avaria da mercadoria até ao 
momento da entrega da carga. 
No que diz respeito ao transporte da carga, a contratação e pagamento 
cabe ao vendedor do local de origem até ao local de destino. Neste termo, o 
vendedor não tem obrigação de fazer seguro da carga. 
Os trâmites aduaneiros na exportação são por conta do vendedor, que 
não tem obrigação na importação ou trânsito por terceiros países. 
 
5.2 DPU – Delivered at Place Unloaded 
 
DPU – Delivered At Place Unloaded – “entregue no local desembarcado” 
(inserir local de destino). Esse Incoterm substitui o DAT 2010 (Delivery at 
Terminal), suprimido na versão 2020. 
Nele, o vendedor entrega a carga colocando-a à disposição do 
comprador, no local de destino nomeado, descarregada do meio de transporte, 
18 
 
 
Modais de Transporte para o DPU: 
Todos os modais 
assumindo todos os riscos e custos envolvidos durante o processo, sendo este 
o único termo em que o vendedor tem a obrigação de desembarcar a 
mercadoria na entrega. 
Figura 12 – Delivered at place unloaded 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
Ao contrário do que direcionava o DAT, no DPU o destino pode ser 
qualquer lugar (incluindo as instalações do comprador), e não apenas um 
terminal em sentido estrito. No DPU, a mercadoria só é considerada entregue 
depois de descarregada pelo vendedor no local de destino. Dessa forma, o risco 
é do vendedor até o local e momento em que a mercadoria é colocada à 
disposição do comprador, descarregada no local de destino, sendo as operações 
de descarga por conta e risco do vendedor. 
Nestetermo, o vendedor contrata e paga o transporte da carga do local 
de origem até o local de destino, não tendo obrigação de segurar a carga. 
Os trâmites aduaneiros na exportação são por conta do vendedor, quando 
aplicável, mas não nos países de importação e de trânsito por terceiros países. 
 
5.3 DDP – Delivered Duty Paid 
 
No Incoterm DDP – Delivered Duty Paid – “entregue com direitos pagos” 
(inserir local de destino), o vendedor entrega a carga colocando-a à disposição 
do comprador, no local de destino designado, no meio de transporte, pronta para 
ser desembarcada. 
19 
 
 
Modais de Transporte para o DDP: 
Todos os modais 
Figura 13 – Delivered Duty Paid 
 
 
 
Fonte: elaborado com base em ICC, 2020. 
 
Neste termo, o vendedor assume todos os custos e riscos para essa 
entrega da carga. 
O transporte da carga é contratado e pago pelo vendedor do local de 
origem até o local de destino, não tendo obrigação de segurar a carga. 
Quanto às obrigações aduaneiras, o vendedor providencia os documentos 
e paga o desembaraço aduaneiro de exportação, de trânsito e de importação, 
bem como quaisquer outros tributos ou despesas que possam ocorrer durante o 
processo. 
 
TROCANDO IDEIAS 
 
Agora que você já está atualizado a respeito dos Incoterms® 2020, troque 
ideias com seus colegas a respeito das mudanças mais significativas ocorridas 
na última revisão desses termos. 
Para quem já trabalha na área de Comércio Exterior, poderá trocar 
informações com seus colegas sobre os termos mais utilizados em seu trabalho. 
 
NA PRÁTICA 
 
Orientações para realizar a atividade: 
 
1. Leia o texto a seguir e a atividade proposta. 
 
20 
 
 
2. Realize a tarefa solicitada. 
 
3. Bons estudos e bom trabalho. 
 
Os chamados Incoterms® (International Commercial Terms / Termos 
Internacionais de Comércio) servem para definir, dentro da estrutura de um 
contrato de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do 
exportador e do importador, estabelecendo um conjunto padronizado de 
definições e determinando regras e práticas neutras, como por exemplo: onde o 
exportador deve entregar a mercadoria, quem paga o frete, quem é o 
responsável pela contratação do seguro. 
Enfim, os Incoterms® têm esse objetivo, uma vez que se trata de regras 
internacionais, imparciais, de caráter uniformizador, que constituem toda a base 
dos negócios internacionais e objetivam promover sua harmonia. 
Na realidade, não impõem e sim propõem o entendimento entre vendedor 
e comprador, quanto às tarefas necessárias para deslocamento da mercadoria 
do local onde é elaborada até o local de destino final (zona de consumo): 
embalagem, transportes internos, licenças de exportação e de importação, 
movimentação em terminais, transporte e seguro internacionais etc. 
Fonte: <http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/62- 
negociando-com-o-importador/832-incoterms-2>. 
Um bom domínio dos Incoterms® é indispensável para que o negociador 
possa incluir todos os seus gastos nas transações internacionais e definir as 
responsabilidades de cada parte envolvida. 
 
Com base nas regras de compra e venda de mercadoria estabelecida 
pelos Incoterms® para operações de comércio internacional, assinale a 
alternativa correta acerca da interpretação do Incoterm FCA (Free Carrier) na 
versão 2020. 
a) O vendedor encerra sua obrigação com a entrega da carga ao lado da 
embarcação designada pelo comprador, no cais ou numa embarcação, no 
porto de embarque indicado. 
b) O vendedor entrega a mercadoria a bordo do navio, no porto e local de 
embarque indicado pelo comprador. O custeio do carregamento é do 
vendedor. 
Realização das tarefas 
 
Após realizar a leitura, resolva a atividade a proposta a seguir. 
http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/62-
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c) O vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a quem o 
comprador indicar no local designado (armazém geral etc.). Além disso, 
faz o carregamento no veículo transportador. Cabe ao comprador 
contratar e custear o transporte. 
d) O vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a quem o 
comprador indicar no local designado (armazém geral etc.). Além disso, 
faz o carregamento no veículo transportador. Cabe ao vendedor contratar 
e custear o transporte. 
e) O vendedor entrega a carga ao transportador, no local acordado em seu 
país, e com transporte contratado e pago por ele para levar a mercadoria 
até o local de destino nomeado no exterior. Os custos de carregamento 
são por conta do vendedor. 
 
FINALIZANDO 
 
Estamos finalizando esta aula, na qual tratamos de um dos temas mais 
relevantes e que ao mesmo tempo causa tantas dúvidas nos profissionais de 
comércio exterior, os Incoterms. 
Nesta aula, você pôde conhecer um pouco da história dos Incoterms 
desde o seu surgimento até os dias atuais na versão 2020. Esta aula permitiu 
ainda entender as principais mudanças em relação à versão anterior de 2010. 
Por fim, aprofundamos nossos conhecimentos a respeito de cada um dos 
quatro grupos (E, F, C e D), entendendo que, à medida que avançamos do grupo 
E em direção ao grupo D, há um aumento de responsabilidade do exportador em 
relação ao importador. 
Vale ressaltar aqui a grande importante de se conhecer esses termos e 
saber utilizá-los corretamente em operações de comércio exterior, a fim de evitar 
desgastes entre as partes envolvidas. 
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REFERÊNCIAS 
 
ICC – International Chamber of Commerce. Incoterms rules history. Disponível 
em: <https://iccwbo.org/resources-for-business/incoterms-rules/incoterms-rules- 
history/>. Acesso em: 27 jun. 2020. 
 . Incoterms 2020. Disponível em: <https://iccwbo.org/resources-for- 
business/incoterms-rules/incoterms-2020/>. Acesso em: 27 jun. 2020. 
FAZCOMEX. Incoterms 2020 lançamento global. Disponível em: 
<https://www.fazcomex.com.br/blog/incoterms-2020/>. Acesso em: 27 jun. 2020. 
https://www.fazcomex.com.br/blog/incoterms-2020/
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GABARITO 
 
a) O vendedor encerra sua obrigação com a entrega da carga ao lado da 
embarcação designada pelo comprador, no cais ou numa embarcação, no 
porto de embarque indicado – incorreta, pois trata-se do Incoterm FAS. 
b) O vendedor entrega a mercadoria a bordo do navio, no porto e local de 
embarque indicado pelo Comprador. O custeio do carregamento é do 
vendedor - incorreta, pois trata-se do Incoterm FOB. 
c) O vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a quem o 
comprador indicar no local designado (armazém geral etc.). Além disso, 
faz o carregamento no veículo transportador. Cabe ao comprador 
contratar e custear o transporte – Correta, Incoterm FCA. 
d) O vendedor entrega a mercadoria ao transportador ou a quem o 
comprador indicar no local designado (armazém geral, etc.). Além disso, 
faz o carregamento no veículo transportador. Cabe ao vendedor contratar 
e custear o transporte. Incorreta, embora a descrição inicial seja do 
Incoterm FCA, a contratação e custos com transporte não são 
responsabilidade do vendedor. 
e) O vendedor entrega a carga ao transportador, no local acordado em seu 
país, e com transporte contratado e pago por ele para levar a mercadoria 
até o local de destino nomeado no exterior. Os custos de carregamento 
são por conta do vendedor – Incorreta, trata-se do Incoterm CPT. 
	CONVERSA INICIAL
	CONTEXTUALIZANDO
	TEMA 1 – INTRODUÇÃO AOS INCOTERMS® 2020
	 Aplicáveis apenas quando a transação envolve transporte marítimo
	1.1 Mudanças nos Incoterms® 2020
	TEMA 2 – GRUPO E
	2.1 EXW – Ex Works
	TEMA 3 – GRUPO F
	3.1 FCA – Free Carrier
	3.2 FAS – Free Alongside Ship
	3.3 FOB – Free On Board
	TEMA 4 – GRUPO C
	4.1 CPT – Carriage Paid To
	4.2 CIP – Carriage and Insurance paid to
	4.3 CFR – Cost and Freight
	4.3 CIF – Cost Insurance and Freight
	TEMA 5 – GRUPO D
	5.1 DAP – Delivered At Place
	5.2 DPU – Delivered at Place Unloaded
	5.3 DDP – Delivered Duty Paid
	TROCANDO IDEIAS
	NA PRÁTICA
	Orientaçõespara realizar a atividade:
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS
	GABARITO

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