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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Um paciente com infarto agudo do miocárdio, também portador de DPOC, foi internado em clínica médica com história de pneumonia, apresentando hipertermia (38°C), taquipneico e sinais de insuficiência respiratória. Considerando esse caso, avalie os procedimentos listados a seguir.
São cuidados de enfermagem adequados ao caso apresentado apenas os descritos em
I. A remoção de secreção das vias aéreas é importante, pois secreções retidas interferem com a troca gasosa.
II. A frequência cardíaca do paciente com pneumonia diminui devido à sobrecarga imposta pelo trabalho ventilatório e pela hipertermia.
III. A umidificação e a fluidificação da árvore brônquica ajudam a liquefazer as secreções e aliviam a irritação traqueobrônquica.
IV. Se o paciente com pneumonia não conseguir tossir para eliminar secreções, ele deve ser encorajado a repousar, até que se sinta em condições de mudar de decúbito e tossir.
V. A oxigenioterapia em baixo fluxo é fundamental para o paciente com DPOC, pois aumenta o nível de PO2.
A. II e V.
B. I, II e V.
C. I, III e IV.
D. II, III e IV.
E. I, III, IV e V.

De acordo com Carpenito-Moyet (2011), os diagnósticos de risco citados a seguir também são comumente detectados nos casos de pneumonia (50 a 74% dos casos).
Um paciente internado na clínica médica há 12 dias, com história de fratura de fêmur esquerdo, faz uso de anticoagulante. Estão prescritos 12 000 UI de heparina IV de 12/12 horas. No posto da unidade de internação, há um frasco de heparina de 5 ml, contendo 5 000 UI/ml. Quantos mililitros de heparina o enfermeiro deve ministrar ao paciente em cada horário?
A. 1,8.
B. 2,0.
C. 2,2.
D. 2,4.
E. 3,5.

A Parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem em íntima e duradoura dependência de outros seres vivos, extraindo do seu hospedeiro o suprimento necessário para a sua sobrevivência (FIRMO et al., 2011; REY, 2011).
Avalie as asserções a seguir. As parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças. PORQUE A disseminação das parasitoses também pode ocorrer por meio do contato interpessoal com pessoas infectadas que habitam a mesma residência, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na população materno-infantil. Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas.

A Parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem em íntima e duradoura dependência de outros seres vivos, extraindo do seu hospedeiro o suprimento necessário para a sua sobrevivência (FIRMO et al., 2011; REY, 2011). O termo parasitismo, cujo significado literal é alimentar-se ao lado de, refere-se à relação em que um dos organismos (o parasito) obtém benefício em detrimento do outro organismo, o hospedeiro (FERREIRA et al., 2003). Essa relação cria uma associação de dependência metabólica de grau variável, na qual o metabolismo do parasito fica vinculado ao de seu hospedeiro (REY, 2011).
As duas asserções foram extraídas do estudo de Zaiden et al. (2008), em que os autores afirmam que “as parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social do ser humano, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças”. No mesmo trabalho, os autores afirmam ainda que “a disseminação das parasitoses também pode ocorrer através do contato interpessoal com pessoas infectadas que habitam na mesma residência, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na população materno-infantil”. Desse modo, as duas asserções são corretas. No entanto, a palavra PORQUE entre as duas asserções indica que a segunda afirmativa é uma justificativa da primeira, o que não está correto. Na verdade, a segunda assertiva é apenas complementar à primeira.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras.
B. As duas asserções são proposições falsas.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas.

A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral, de evolução benigna na forma clássica e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Trata-se de uma importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui sério problema de saúde pública, especialmente nos países tropicais, inclusive no Brasil. O principal vetor da dengue é o mosquito Aedes aegypti.
No que tange à suscetibilidade e imunidade à dengue, assinale a opção incorreta.
A. A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal.
B. A imunidade não é permanente para um mesmo sorotipo.
C. A resposta primária se dá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus, e o título de anticorpos se eleva lentamente.
D. A resposta secundária se dá em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiveram infecção prévia por flavivírus, e o título de anticorpos se eleva rapidamente em níveis altos.
E. A suscetibilidade à febre hemorrágica da dengue não está totalmente esclarecida.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica, que afeta o sistema nervoso central provocando dificuldades motoras e sensitivas, comprometendo a qualidade de vida de seus portadores. Os sintomas caracterizam-se por distúrbios visuais, perda de sensibilidade dos membros inferiores, fadiga, disfunções motoras e dor. A patologia é um processo inflamatório que causa uma lesão nos axônios neuronais e produz uma esclerose em vários locais do sistema nervoso central, conforme ilustra a figura abaixo.
Nesse contexto, qual a importância da bainha de mielina na função neurológica?
A. Proteger as fibras nervosas contra agressões físicas, químicas e biológicas.
B. Retardar a propagação dos impulsos através dos neurônios cerebrais motores.
C. Dar consistência à fibra nervosa para que não seja comprimida por músculos.
D. Isolar a fibra nervosa e permitir a condução saltatória dos potenciais de ação.
E. Promover o transporte axonal que ocorre em vários pontos do sistema nervoso central.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) vislumbra a transformação do modelo assistencial em curso no país. A política de Saúde Mental também objetiva a transformação do modelo, e uma de suas estratégias constitui-se nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS e a ESF são processos simultâneos, porém ainda pouco articulados.
As práticas de Saúde Mental e de ESF assemelham-se quando
A. adotam abordagem individual.
B. dão ênfase aos deveres dos usuários.
C. reconhecem as pessoas por seus quadros patológicos.
D. elegem o território como lócus de coprodução de saúde.
E. visam a aumentar a autonomia do profissional frente às condições de trabalho.

O paciente M. K., de 34 anos de idade, do sexo masculino, alérgico a dipirona e penicilina, encontra-se em primeiro pós-operatório de septoplastia, com tampão nasal limpo e seco e com queixa de cefaleia intensa durante o período da noite. Em sua prescrição médica, encontra-se receitada dipirona 1 g – EV S/N. O enfermeiro responsável pelo cuidado desse paciente, após avaliação da queixa, consultou o prontuário e, diante da prescrição, administrou a medicação. Considera-se que a segurança do paciente está em risco por erro de
A. administração de medicamento não autorizado. B. administração pela via errada. C. prescrição. D. preparo. E. dose.
A
B
C
D
E

O enfermeiro D. B., responsável pela Central de Material e Esterilização (CME), realizará um treinamento com sua equipe sobre biossegurança na CME.
Quais os sete principais temas que ele deverá abordar com a equipe que atua nessa unidade?
A. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Laser; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout.
B. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout.
C. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e Burnout.
D. Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e Burnout.
E. Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Laser; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e Burnout.

O gráfico acima revela que a tuberculose continua sendo um preocupante problema de saúde no Brasil, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle.
Considerando que os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença, para tentar interromper sua cadeia de transmissão, é fundamental a:
A. realização de prova tuberculínica cutânea em todas as pessoas com casos suspeitos e em seus comunicantes.
B. percepção de que existem pessoas expostas aos bacilos que não desenvolvem a doença, mas a transmitem por meio de materiais de uso comum.
C. busca ativa de sintomático respiratório, isto é, de indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a seis semanas.
D. compreensão de que o conceito de contato abrange os familiares que convivem no mesmo ambiente domiciliar com o caso índice no momento do diagnóstico da tuberculose.
E. descoberta precoce de caso novo por meio da busca ativa do sintomático respiratório na população com tosse há mais de três semanas.

A prevenção da disseminação da doença deve ser realizada por meio da investigação e do acompanhamento dos contatos dos doentes, especialmente os intradomiciliares, com a identificação dos sintomáticos respiratórios.
Quais são as principais estratégias para reduzir a transmissão do bacilo da tuberculose?
A - Ações de diagnóstico e tratamento precoces.
B - Busca ativa de bacilíferos na população.
C - Investigação da vacinação contra tuberculose.
D - Todas as anteriores.

O diagnóstico da tuberculose é definido, geralmente, por meio do exame clínico feito pelo profissional de saúde e da baciloscopia direta do escarro.
Qual é a técnica mais utilizada para a baciloscopia do indivíduo com suspeita de tuberculose?
A - Método de Ziehl-Nielsen.
B - Prova tuberculínica.
C - Exame de sangue.
D - Radiografia de tórax.

A NR-32 visa à prevenção de acidentes e de doenças causadas pelo trabalho dos profissionais que atuam na área da saúde.
Qual é o objetivo principal da Norma Regulamentadora Nº 32?
A - Aumentar a carga de trabalho dos profissionais de saúde.
B - Prevenir acidentes e doenças no trabalho.
C - Reduzir custos operacionais.
D - Melhorar a estética dos ambientes de trabalho.

A NR-32 estabelece as condições mínimas da sala de armazenamento temporário dos recipientes de transporte e os requisitos no transporte dos resíduos para a área de armazenamento externo.
Quais são os requisitos para o transporte dos resíduos de saúde segundo a NR-32?
A - Os resíduos devem ser transportados em recipientes abertos.
B - O transporte deve ser realizado sem contato com outras partes do corpo.
C - Não é necessário seguir normas específicas.
D - Os resíduos podem ser transportados por qualquer pessoa.

Um paciente de 2 meses de idade nasceu pré-maturo em uma UTI neonatal e está sob cuidados – ligado a um cateter venoso central, com 1 via em jugular D e SNE para receber leite materno, sendo que as administrações estavam sendo realizadas por uma mesma bomba de infusão. Às 12 h, foi inserido o leite materno na bomba de infusão para administração pela SNE pelo enfermeiro do plantão da manhã e, às 13 h, o enfermeiro do plantão da tarde desligou o equipamento ao término da infusão e detectou que o leite materno havia sido conectado à via de infusão endovenosa.
O equívoco na conexão pode ter sido ocasionado por fator
I. técnico, pela semelhança e compatibilidade entre os conectores.
II. organizacional, pela utilização de bombas de infusão diferentes para administração de soluções intravenosas e dietas enterais.
III. humano, devido ao acúmulo de tarefas, levando à não interrupção de atividades, à desatenção e à falta de descanso.
A. I, apenas.
B. II, apenas.
C. I e III, apenas.
D. II e III, apenas.
E. I, II e III.

Avalie as asserções a seguir. O indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal é o peso de nascimento da criança.
PORQUE Pesos ao nascer menores do que 2.500g podem ser decorrentes de prematuridade e (ou) déficit de crescimento intrauterino. Recém-nascidos com menos de 2.500g são classificados, genericamente, como de baixo peso ao nascer.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas.

Diante dessa situação, qual das descrições a seguir reflete o comportamento mais adequado de uma enfermeira considerando a atenção à saúde da criança?
André situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva peso/idade. A enfermeira reforça orientações básicas e agenda retorno conforme o calendário mínimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade.
A. André situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva peso/idade. A enfermeira reforça orientações básicas e agenda retorno conforme o calendário mínimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade.
B. André apresenta risco nutricional e a enfermeira orienta sobre alimentação especial para ganho de peso e agenda retorno em 15 dias.
C. Apesar do risco nutricional, a criança é eutrófica. A partir disso, a enfermeira investiga possíveis causas da desaceleração do crescimento e orienta os pais a respeito da alimentação complementar e manutenção do aleitamento materno, agendando retorno em 30 dias.
D. A desaceleração do crescimento está relacionada à adaptação da criança à creche. A enfermeira reforça orientações a respeito da alimentação complementar e agenda o retorno de acordo com o calendário mínimo de consultas.
E. A enfermeira encaminha André para consulta com o pediatra, pois a desaceleração do crescimento é acontecimento importante, que necessita de intervenção imediata, e agenda retorno para acompanhamento em 30 dias.

Crescimento é o aumento do tamanho corporal, um processo dinâmico e contínuo, que se inicia na concepção e cessa com o término do aumento em altura. É considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança, por sua estreita dependência com fatores ambientais, como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e condições de higiene, habitação, de saneamento básico e de acesso aos serviços de saúde.
Qual é considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança?
a- Crescimento
b- Peso
c- Altura
d- Alimentação

Toda criança deve ser acompanhada sistematicamente por profissionais de saúde para avaliação do seu crescimento e desenvolvimento, constituindo o eixo central do atendimento a esta população para a caracterização dos fatores de risco e o diagnóstico de desnutrição infantil.
Qual é o eixo central do atendimento a crianças para caracterização dos fatores de risco?
a- Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
b- Avaliação da alimentação
c- Registro de doenças
d- Vacinação

O Cartão da Criança possui gráficos de avaliação do peso e da altura conforme a idade e o sexo. O gráfico Peso/Idade apresenta dois eixos, um vertical e o outro horizontal.
O que o eixo vertical do gráfico Peso/Idade representa?
a- Idade da criança
b- Peso da criança
c- Altura da criança
d- Percentis

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Questões resolvidas

Um paciente com infarto agudo do miocárdio, também portador de DPOC, foi internado em clínica médica com história de pneumonia, apresentando hipertermia (38°C), taquipneico e sinais de insuficiência respiratória. Considerando esse caso, avalie os procedimentos listados a seguir.
São cuidados de enfermagem adequados ao caso apresentado apenas os descritos em
I. A remoção de secreção das vias aéreas é importante, pois secreções retidas interferem com a troca gasosa.
II. A frequência cardíaca do paciente com pneumonia diminui devido à sobrecarga imposta pelo trabalho ventilatório e pela hipertermia.
III. A umidificação e a fluidificação da árvore brônquica ajudam a liquefazer as secreções e aliviam a irritação traqueobrônquica.
IV. Se o paciente com pneumonia não conseguir tossir para eliminar secreções, ele deve ser encorajado a repousar, até que se sinta em condições de mudar de decúbito e tossir.
V. A oxigenioterapia em baixo fluxo é fundamental para o paciente com DPOC, pois aumenta o nível de PO2.
A. II e V.
B. I, II e V.
C. I, III e IV.
D. II, III e IV.
E. I, III, IV e V.

De acordo com Carpenito-Moyet (2011), os diagnósticos de risco citados a seguir também são comumente detectados nos casos de pneumonia (50 a 74% dos casos).
Um paciente internado na clínica médica há 12 dias, com história de fratura de fêmur esquerdo, faz uso de anticoagulante. Estão prescritos 12 000 UI de heparina IV de 12/12 horas. No posto da unidade de internação, há um frasco de heparina de 5 ml, contendo 5 000 UI/ml. Quantos mililitros de heparina o enfermeiro deve ministrar ao paciente em cada horário?
A. 1,8.
B. 2,0.
C. 2,2.
D. 2,4.
E. 3,5.

A Parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem em íntima e duradoura dependência de outros seres vivos, extraindo do seu hospedeiro o suprimento necessário para a sua sobrevivência (FIRMO et al., 2011; REY, 2011).
Avalie as asserções a seguir. As parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças. PORQUE A disseminação das parasitoses também pode ocorrer por meio do contato interpessoal com pessoas infectadas que habitam a mesma residência, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na população materno-infantil. Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas.

A Parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem em íntima e duradoura dependência de outros seres vivos, extraindo do seu hospedeiro o suprimento necessário para a sua sobrevivência (FIRMO et al., 2011; REY, 2011). O termo parasitismo, cujo significado literal é alimentar-se ao lado de, refere-se à relação em que um dos organismos (o parasito) obtém benefício em detrimento do outro organismo, o hospedeiro (FERREIRA et al., 2003). Essa relação cria uma associação de dependência metabólica de grau variável, na qual o metabolismo do parasito fica vinculado ao de seu hospedeiro (REY, 2011).
As duas asserções foram extraídas do estudo de Zaiden et al. (2008), em que os autores afirmam que “as parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social do ser humano, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças”. No mesmo trabalho, os autores afirmam ainda que “a disseminação das parasitoses também pode ocorrer através do contato interpessoal com pessoas infectadas que habitam na mesma residência, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na população materno-infantil”. Desse modo, as duas asserções são corretas. No entanto, a palavra PORQUE entre as duas asserções indica que a segunda afirmativa é uma justificativa da primeira, o que não está correto. Na verdade, a segunda assertiva é apenas complementar à primeira.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras.
B. As duas asserções são proposições falsas.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas.

A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral, de evolução benigna na forma clássica e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Trata-se de uma importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui sério problema de saúde pública, especialmente nos países tropicais, inclusive no Brasil. O principal vetor da dengue é o mosquito Aedes aegypti.
No que tange à suscetibilidade e imunidade à dengue, assinale a opção incorreta.
A. A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal.
B. A imunidade não é permanente para um mesmo sorotipo.
C. A resposta primária se dá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus, e o título de anticorpos se eleva lentamente.
D. A resposta secundária se dá em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiveram infecção prévia por flavivírus, e o título de anticorpos se eleva rapidamente em níveis altos.
E. A suscetibilidade à febre hemorrágica da dengue não está totalmente esclarecida.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica, que afeta o sistema nervoso central provocando dificuldades motoras e sensitivas, comprometendo a qualidade de vida de seus portadores. Os sintomas caracterizam-se por distúrbios visuais, perda de sensibilidade dos membros inferiores, fadiga, disfunções motoras e dor. A patologia é um processo inflamatório que causa uma lesão nos axônios neuronais e produz uma esclerose em vários locais do sistema nervoso central, conforme ilustra a figura abaixo.
Nesse contexto, qual a importância da bainha de mielina na função neurológica?
A. Proteger as fibras nervosas contra agressões físicas, químicas e biológicas.
B. Retardar a propagação dos impulsos através dos neurônios cerebrais motores.
C. Dar consistência à fibra nervosa para que não seja comprimida por músculos.
D. Isolar a fibra nervosa e permitir a condução saltatória dos potenciais de ação.
E. Promover o transporte axonal que ocorre em vários pontos do sistema nervoso central.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) vislumbra a transformação do modelo assistencial em curso no país. A política de Saúde Mental também objetiva a transformação do modelo, e uma de suas estratégias constitui-se nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS e a ESF são processos simultâneos, porém ainda pouco articulados.
As práticas de Saúde Mental e de ESF assemelham-se quando
A. adotam abordagem individual.
B. dão ênfase aos deveres dos usuários.
C. reconhecem as pessoas por seus quadros patológicos.
D. elegem o território como lócus de coprodução de saúde.
E. visam a aumentar a autonomia do profissional frente às condições de trabalho.

O paciente M. K., de 34 anos de idade, do sexo masculino, alérgico a dipirona e penicilina, encontra-se em primeiro pós-operatório de septoplastia, com tampão nasal limpo e seco e com queixa de cefaleia intensa durante o período da noite. Em sua prescrição médica, encontra-se receitada dipirona 1 g – EV S/N. O enfermeiro responsável pelo cuidado desse paciente, após avaliação da queixa, consultou o prontuário e, diante da prescrição, administrou a medicação. Considera-se que a segurança do paciente está em risco por erro de
A. administração de medicamento não autorizado. B. administração pela via errada. C. prescrição. D. preparo. E. dose.
A
B
C
D
E

O enfermeiro D. B., responsável pela Central de Material e Esterilização (CME), realizará um treinamento com sua equipe sobre biossegurança na CME.
Quais os sete principais temas que ele deverá abordar com a equipe que atua nessa unidade?
A. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Laser; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout.
B. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout.
C. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e Burnout.
D. Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e Burnout.
E. Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Laser; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e Burnout.

O gráfico acima revela que a tuberculose continua sendo um preocupante problema de saúde no Brasil, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle.
Considerando que os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença, para tentar interromper sua cadeia de transmissão, é fundamental a:
A. realização de prova tuberculínica cutânea em todas as pessoas com casos suspeitos e em seus comunicantes.
B. percepção de que existem pessoas expostas aos bacilos que não desenvolvem a doença, mas a transmitem por meio de materiais de uso comum.
C. busca ativa de sintomático respiratório, isto é, de indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a seis semanas.
D. compreensão de que o conceito de contato abrange os familiares que convivem no mesmo ambiente domiciliar com o caso índice no momento do diagnóstico da tuberculose.
E. descoberta precoce de caso novo por meio da busca ativa do sintomático respiratório na população com tosse há mais de três semanas.

A prevenção da disseminação da doença deve ser realizada por meio da investigação e do acompanhamento dos contatos dos doentes, especialmente os intradomiciliares, com a identificação dos sintomáticos respiratórios.
Quais são as principais estratégias para reduzir a transmissão do bacilo da tuberculose?
A - Ações de diagnóstico e tratamento precoces.
B - Busca ativa de bacilíferos na população.
C - Investigação da vacinação contra tuberculose.
D - Todas as anteriores.

O diagnóstico da tuberculose é definido, geralmente, por meio do exame clínico feito pelo profissional de saúde e da baciloscopia direta do escarro.
Qual é a técnica mais utilizada para a baciloscopia do indivíduo com suspeita de tuberculose?
A - Método de Ziehl-Nielsen.
B - Prova tuberculínica.
C - Exame de sangue.
D - Radiografia de tórax.

A NR-32 visa à prevenção de acidentes e de doenças causadas pelo trabalho dos profissionais que atuam na área da saúde.
Qual é o objetivo principal da Norma Regulamentadora Nº 32?
A - Aumentar a carga de trabalho dos profissionais de saúde.
B - Prevenir acidentes e doenças no trabalho.
C - Reduzir custos operacionais.
D - Melhorar a estética dos ambientes de trabalho.

A NR-32 estabelece as condições mínimas da sala de armazenamento temporário dos recipientes de transporte e os requisitos no transporte dos resíduos para a área de armazenamento externo.
Quais são os requisitos para o transporte dos resíduos de saúde segundo a NR-32?
A - Os resíduos devem ser transportados em recipientes abertos.
B - O transporte deve ser realizado sem contato com outras partes do corpo.
C - Não é necessário seguir normas específicas.
D - Os resíduos podem ser transportados por qualquer pessoa.

Um paciente de 2 meses de idade nasceu pré-maturo em uma UTI neonatal e está sob cuidados – ligado a um cateter venoso central, com 1 via em jugular D e SNE para receber leite materno, sendo que as administrações estavam sendo realizadas por uma mesma bomba de infusão. Às 12 h, foi inserido o leite materno na bomba de infusão para administração pela SNE pelo enfermeiro do plantão da manhã e, às 13 h, o enfermeiro do plantão da tarde desligou o equipamento ao término da infusão e detectou que o leite materno havia sido conectado à via de infusão endovenosa.
O equívoco na conexão pode ter sido ocasionado por fator
I. técnico, pela semelhança e compatibilidade entre os conectores.
II. organizacional, pela utilização de bombas de infusão diferentes para administração de soluções intravenosas e dietas enterais.
III. humano, devido ao acúmulo de tarefas, levando à não interrupção de atividades, à desatenção e à falta de descanso.
A. I, apenas.
B. II, apenas.
C. I e III, apenas.
D. II e III, apenas.
E. I, II e III.

Avalie as asserções a seguir. O indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal é o peso de nascimento da criança.
PORQUE Pesos ao nascer menores do que 2.500g podem ser decorrentes de prematuridade e (ou) déficit de crescimento intrauterino. Recém-nascidos com menos de 2.500g são classificados, genericamente, como de baixo peso ao nascer.
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira.
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas.

Diante dessa situação, qual das descrições a seguir reflete o comportamento mais adequado de uma enfermeira considerando a atenção à saúde da criança?
André situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva peso/idade. A enfermeira reforça orientações básicas e agenda retorno conforme o calendário mínimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade.
A. André situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva peso/idade. A enfermeira reforça orientações básicas e agenda retorno conforme o calendário mínimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade.
B. André apresenta risco nutricional e a enfermeira orienta sobre alimentação especial para ganho de peso e agenda retorno em 15 dias.
C. Apesar do risco nutricional, a criança é eutrófica. A partir disso, a enfermeira investiga possíveis causas da desaceleração do crescimento e orienta os pais a respeito da alimentação complementar e manutenção do aleitamento materno, agendando retorno em 30 dias.
D. A desaceleração do crescimento está relacionada à adaptação da criança à creche. A enfermeira reforça orientações a respeito da alimentação complementar e agenda o retorno de acordo com o calendário mínimo de consultas.
E. A enfermeira encaminha André para consulta com o pediatra, pois a desaceleração do crescimento é acontecimento importante, que necessita de intervenção imediata, e agenda retorno para acompanhamento em 30 dias.

Crescimento é o aumento do tamanho corporal, um processo dinâmico e contínuo, que se inicia na concepção e cessa com o término do aumento em altura. É considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança, por sua estreita dependência com fatores ambientais, como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e condições de higiene, habitação, de saneamento básico e de acesso aos serviços de saúde.
Qual é considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança?
a- Crescimento
b- Peso
c- Altura
d- Alimentação

Toda criança deve ser acompanhada sistematicamente por profissionais de saúde para avaliação do seu crescimento e desenvolvimento, constituindo o eixo central do atendimento a esta população para a caracterização dos fatores de risco e o diagnóstico de desnutrição infantil.
Qual é o eixo central do atendimento a crianças para caracterização dos fatores de risco?
a- Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
b- Avaliação da alimentação
c- Registro de doenças
d- Vacinação

O Cartão da Criança possui gráficos de avaliação do peso e da altura conforme a idade e o sexo. O gráfico Peso/Idade apresenta dois eixos, um vertical e o outro horizontal.
O que o eixo vertical do gráfico Peso/Idade representa?
a- Idade da criança
b- Peso da criança
c- Altura da criança
d- Percentis

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO - 02 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
2 
 
 
 
CQA - COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
Tomo 3 
 
 
Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial 
não pode ser reproduzido ou utilizado sem autorização expressa, 
por escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação 
da UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
3 
Questão 1 
Questão 1.1 
Um paciente com infarto agudo do miocárdio, também portador de DPOC, foi internado em 
clínica médica com história de pneumonia, apresentando hipertermia (38°C), taquipneico e 
sinais de insuficiência respiratória. Considerando esse caso, avalie os procedimentos listados 
a seguir. 
I. A remoção de secreção das vias aéreas é importante, pois secreções retidas interferem 
com a troca gasosa. 
II. A frequência cardíaca do paciente com pneumonia diminui devido à sobrecarga imposta 
pelo trabalho ventilatório e pela hipertermia. 
III. A umidificação e a fluidificação da árvore brônquica ajudam a liquefazer as secreções e 
aliviam a irritação traqueobrônquica. 
IV. Se o paciente com pneumonia não conseguir tossir para eliminar secreções, ele deve ser 
encorajado a repousar, até que se sinta em condições de mudar de decúbito e tossir. 
V. A oxigenioterapia em baixo fluxo é fundamental para o paciente com DPOC, pois 
aumenta o nível de PO2. 
São cuidados de enfermagem adequados ao caso apresentado apenas os descritos em 
A. II e V. 
B. I, II e V. 
C. I, III e IV. 
D. II, III e IV. 
E. I, III, IV e V. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) 
 
O infarto do miocárdio (IM), também chamado de infarto agudo do miocárdio (IAM) e 
popularmente conhecido como “ataque cardíaco”, consiste na morte do músculo cardíaco 
resultante de isquemia. A presença de uma obstrução arterial coronariana ocasiona a perda 
do suprimento sanguíneo crucial para o funcionamento cardíaco, provocando o IAM 
(KUMAR, ABBAS e FAUSTO, 2005). 
 
1Questão 11 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
4 
Os principais fatores desencadeantes da redução no fluxo sanguíneo em uma artéria 
coronariana são a aterosclerose e a oclusão completa de uma artéria por um êmbolo ou por 
um trombo. O vasoespasmo (constrição ou estreitamento súbito) de uma artéria 
coronariana, a diminuição do suprimento de oxigênio para o músculo cardíaco em função da 
perda sanguínea aguda, da anemia ou da redução da pressão arterial e a demanda 
aumentada de oxigênio para o coração também são causas do IAM (SMELTZER et al., 
2011). 
O diagnóstico clássico do IAM é realizado por meio da avaliação clínica dos sinais e 
sintomas típicos da doença, da análise das evidências bioquímicas laboratoriais e do padrão 
eletrocardiográfico (ECG) do indivíduo. 
O principal sintoma do IAM é a dor torácica, que surge subitamente e persiste mesmo 
durante o repouso e após a medicação. No entanto, os pacientes podem apresentar uma 
combinação de sinais e sintomas, que incluem, além da dor torácica, pulso rápido e fraco, 
transpiração profusa, dispneia, ansiedade, pirose, indigestão e pele fria, úmida e pegajosa 
(SMELTZER et al., 2011). 
As evidências bioquímicas laboratoriais são obtidas pela quantificação de 
macromoléculas intracelulares, liberadas pelas células miocárdicas lesionadas. Esses 
biomarcadores são a mioglobina, as troponinas cardíacas T e I (TnT e TnI) e a creatinina-
cinase (CK). O principal biomarcador do IAM é a creatinina-cinase MB (CK-MB), pois constitui 
uma isoenzima específica das células cardíacas que tem sua concentração sanguínea 
aumentada somente quando há lesão miocárdica. 
O eletrocardiograma é um dos exames mais precisos para o diagnóstico de IAM. O 
aparelho mede os impulsos elétricos do músculo cardíaco, fornecendo um traçado 
característico, que permite a identificação das alterações cardíacas. Entretanto, sua 
interpretação depende de especialistas (MANSUR et al., 2006). 
O tratamento clínico dos indivíduos com IAM envolve cuidados para minimizar a lesão 
miocárdica, preservar a função cardíaca e evitar as complicações decorrentes da doença. 
No que tange à sistematização da assistência de enfermagem aos indivíduos que 
sofreram IAM, segundo Smeltzer et al. (2011), os principais diagnósticos de enfermagem 
para esses casos são: 
• perfusão ineficaz do tecido cardíaco relacionada com a redução do fluxo sanguíneo 
coronário; 
• risco de desequilíbrio do volume de líquidos; 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
5 
• risco de perfusão ineficaz do tecido periférico relacionado com o débito cardíaco 
diminuído devido à disfunção ventricular esquerda; 
• ansiedade de morte relacionada com o evento cardíaco; 
• déficit de conhecimento sobre o autocuidado após o IAM. 
As metas do planejamento da assistência de enfermagem para os indivíduos que 
sofreram IAM incluem: o alívio da dor e de outros sinais e sintomas de isquemia; a melhora 
da função respiratória; a promoção da perfusão tecidual adequada; a redução da ansiedade; 
o monitoramento e o tratamento das complicações potenciais; e a promoção do cuidado 
domiciliar e comunitário (SMELTZER et al., 2011). 
Após um IAM, o prognóstico, em longo prazo, depende de múltiplos fatores, 
entretanto a mortalidade total global no primeiro ano é de cerca de 30% (KUMAR, ABBAS e 
FAUSTO, 2005). 
 
1.2. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 
 
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é definida como um estado em que 
existe uma obstrução do fluxo de ar nas vias aéreas, geralmente, progressiva e irreversível 
(SMELTZER et al., 2011). De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia 
(SBPT, 2004), essa obstrução está associada a uma resposta inflamatória anormal dos 
pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. 
O processo inflamatório pulmonar crônico pode desencadear modificações dos 
brônquios (bronquite crônica), dos bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e do parênquima 
pulmonar (enfisema pulmonar). Na bronquite crônica, o acúmulo excessivo de muco e a 
presença de exsudato nas vias aéreas são responsáveis pela obstrução do fluxo de ar. No 
enfisema pulmonar, a destruição das paredes dos alvéolos superdistendidos provoca o 
comprometimento da troca de oxigênio e dióxido de carbono (SMELTZER et al., 2011). 
A exposição à fumaça de tabaco é responsável por 80% a 90% dos casos de DPOC, 
constituindo o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. O tabagismo 
passivo, a exposição ocupacional, a poluição do ar ambiente, a fumaça de lenha, as 
infecções respiratórias graves na infância e as anormalidades genéticas também são 
classificadas como fatores de risco para o desenvolvimento da DPOC. 
A DPOC é caracterizada clinicamente pela dispneia, pela tosse e pelo aumento no 
trabalho respiratório. A dispneia é o principal sintoma da doença, que, no início, aparece 
somente em situação de esforço físico e, posteriormente, progride para dispneia em 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
6 
repouso. Em função da dispneia, o desenvolvimento das atividades diárias do indivíduo com 
DPOC fica comprometido, por isso esse sintoma está associado à incapacidade física, à 
diminuição da qualidade de vida e aos piores prognósticos (SBPT, 2004; SMELTZER et al., 
2011). 
A insuficiência e a falência respiratórias são as principais complicações fatais da 
DPOC. Outras complicações da doença são a atelectasia, a pneumonia, o pneumotórax, o 
enfisema mediastinal ou subcutâneo e a hipertensão pulmonar (cor pulmonale). 
Para o tratamento da DPOC, são indicadas (SMELTZER et al., 2011): 
• a administração de broncodilatadores para melhoraro fluxo de ar nas vias aéreas; 
• a oxigenoterapia para a manutenção da saturação adequada de oxigênio; 
• a reabilitação pulmonar para melhorar a qualidade de vida do indivíduo. 
A assistência de enfermagem para o indivíduo com DPOC pode ter como principais 
metas: 
• a cessação do tabagismo; 
• a melhora da troca gasosa; 
• a desobstrução das vias aéreas; 
• a melhora no padrão respiratório; 
• o autotratamento máximo; 
• a melhora na tolerância às atividades; 
• a prevenção de infecções broncopulmonares; 
• a ausência de complicações. 
 
1.3. Pneumonia 
 
 A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar que pode ser causada por 
diferentes micro-organismos, incluindo bactérias, micobactérias, clamídia, micoplasmas, 
fungos, parasitas e vírus. A doença pode ser classificada em quatro diferentes categorias: 
pneumonia adquirida na comunidade (PAC), pneumonia adquirida no hospital (PAH), 
pneumonia no hospedeiro imunossuprimido e pneumonia por aspiração (SMELTZER et al., 
2011). 
A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é aquela que ocorre no ambiente 
comunitário ou nas primeiras 48 horas de hospitalização ou institucionalização. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
7 
A pneumonia adquirida no hospital (PAH), também conhecida como pneumonia 
nosocomial, ocorre quando os sintomas iniciais da doença surgem em período superior a 48 
horas após a admissão hospitalar. 
A pneumonia no hospedeiro imunossuprimido acontece em indivíduos em uso 
prolongado de corticoides, de outros agentes imunossupressores ou de antimicrobianos de 
amplo espectro, em indivíduos submetidos à quimioterapia, em indivíduos com depressão 
nutricional, AIDS ou distúrbios imunogenéticos e em indivíduos que utilizam equipamentos 
de tecnologia avançada de suporte à vida por período prolongado (ventilação mecânica). 
A pneumonia por aspiração é resultante da entrada de substâncias endógenas ou 
exógenas nas vias aéreas inferiores. 
A pneumonia pode acometer a região dos alvéolos pulmonares e, às vezes, os 
interstícios pulmonares (espaço entre um alvéolo e outro). Em um indivíduo sadio, a região 
alveolar e os espaços alveolares devem estar livres de quaisquer substâncias que possam 
impedir o contato do ar com o sangue, para que a troca gasosa ocorra adequadamente 
(BRASIL, 2011). 
A pneumonia pode desencadear uma reação inflamatória nos alvéolos, produzindo 
um exsudato que interfere na difusão do oxigênio e do dióxido de carbono, o que dificulta a 
troca gasosa. Os leucócitos migram para dentro dos alvéolos e preenchem os espaços em 
que normalmente há ar. Como consequência, as áreas do pulmão deixam de ser 
adequadamente ventiladas, o que provoca oclusão parcial do brônquio ou dos alvéolos, com 
resultante redução da tensão alveolar de oxigênio. Em decorrência da hipoventilação, 
acontece desequilíbrio na ventilação-perfusão na área afetada do pulmão. 
 As manifestações clínicas da pneumonia podem variar conforme o agente etiológico 
e a presença de doença subjacente do paciente. Frequentemente, a doença manifesta-se 
por febre alta, tosse exsudativa purulenta, dispneia, ortopneia, dor torácica, alterações na 
pressão arterial e na frequência cardíaca, mal-estar generalizado e prostração (BRASIL, 
2011; SMELTZER et al., 2011). 
O diagnóstico da doença é realizado por meio do histórico, da avaliação clínica, 
sobretudo da ausculta pulmonar, da radiografia de tórax e do exame de escarro. 
O tratamento da pneumonia bacteriana inclui a administração do antibiótico 
adequado, determinado pelos resultados dos exames laboratoriais. Na pneumonia viral, os 
antibióticos são ineficazes, por isso a antibioticoterapia não está indicada. Recomendam-se, 
nesses casos, a hidratação, o uso de antipiréticos, inalações úmidas e aquecidas e a 
administração de anti-histamínicos e descongestionantes nasais (SMELTZER et al., 2011). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
8 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A presença de exsudato nas vias aéreas interfere na difusão do oxigênio e 
do dióxido de carbono e dificulta a troca gasosa, por isso se recomenda a remoção das 
secreções presentes nas vias aéreas. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A frequência cardíaca do indivíduo com pneumonia eleva-se em função da 
dispneia e da febre. De acordo com Smeltzer et al. (2011), o pulso aumenta em torno de 10 
batimentos por minuto para cada grau de elevação da temperatura. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. As inalações úmidas e aquecidas são úteis para liquefazer o exsudato 
presente nas vias aéreas, o que auxilia sua remoção e alivia a irritação traqueobrônquica. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com Smeltzer et al. (2011), o paciente com pneumonia deve ser 
mantido em repouso no leito até que a infecção mostre sinais de melhora. A tosse é um 
mecanismo de defesa que auxilia na remoção do exsudato presente nas vias aéreas, por isso 
o paciente deve ser encorajado a tossir. Se o doente não conseguir tossir, ele deve 
permanecer em repouso até que se sinta em condições de mudar de decúbito e tossir. 
 
V – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A oxigenoterapia é importante para a manutenção da saturação adequada 
de oxigênio no sangue, ou seja, melhora o nível de PO2 dos pacientes com DPOC 
(SMELTZER et al., 2011). 
 
Alternativa correta: E. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual de Saúde. Dicas em Saúde: Pneumonia. 
Disponível em 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
9 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/233_pneumonia.html>. Acesso em 30 nov. 2011. 
• CARPENITO-MOYET, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação: 
diagnósticos de enfermagem e problemas colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2011. 
• KUMAR, V; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran: Patologia – bases patológicas 
das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
• MANSUR, P. H. G.; CURY, L. K. P.; DESTRO-FILHO, J. B.; RESENDE, E. S.; DESTRO, J. P. 
B.; OLIVEIRA, L. M. et al. Análise de registros eletrocardiográficos associados ao Infarto 
Agudo do Miocárdio. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 87(2): 106-114; 2006. 
• SMELTZER, S. C.; HINKLE, J. L.; BARE, B. G.; CHEEVER K. H. Brunner e Suddarth: 
tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA (SBPT). II Consenso 
Brasileiro sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Caracterização da Doença 
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): definição, epidemiologia, diagnóstico e 
estadiamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia 30(5): 10-14; 2004. 
 
4. Texto complementar – Questão 1 
 
Processo de enfermagem 
 
Ao elaborar o processo de enfermagem direcionado aos indivíduos com diagnóstico 
médico de pneumonia, o enfermeiro deve considerar dois principais diagnósticos de 
enfermagem encontrados em 75% a 100% dos casos da doença: a intolerância à atividade 
e a desobstrução ineficaz de vias aéreas. 
O quadro 1 a seguir apresenta a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) 
para um indivíduo com pneumonia, conforme descrito por Carpenito-Moyet (2011). 
 
Quadro 1. SAE para o indivíduo com pneumonia. 
Diagnóstico 1. Intolerância à atividade, relacionada à oxigenação insuficiente para as atividades da 
vida diária. 
Meta 1. O cliente progredirá nas atividades até XX (especificar o nível da atividade). 
As intervenções de enfermagem são as que seguem. 
• Explicar as atividades e os fatores que aumentam a demanda de oxigênio, como tabagismo, extremos de 
temperatura, peso excessivo e estresse. 
• Proporcionar ao cliente ideias para a conservação de energia, como sentar sempre que possível ao realizar 
as atividades de vida diária, distribuir as atividades ao longo do dia, programar períodos de repouso adequados e 
alternar as tarefasfáceis e difíceis durante o dia. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
10 
• Aumentar gradualmente as atividades diárias em função do crescimento da tolerância. 
• Ensinar ao cliente as técnicas respiratórias eficazes, como a diafragmática e a respiração com os lábios 
comprimidos. 
• Ensinar ao cliente a importância de apoiar o peso dos braços. 
• Ensinar ao cliente como melhorar a resistência dos braços sem apoio com exercícios das extremidades 
inferiores realizados durante a expiração. 
Diagnóstico 2. Desobstrução ineficaz de vias aéreas, relacionada à dor, ao aumento das secreções 
traqueobrônquicas e à fadiga. 
Meta 2. O cliente não apresentará aspiração. 
As intervenções de enfermagem são as que seguem. 
• Orientar o cliente sobre o método apropriado de tosse controlada: respirar profunda e lentamente 
enquanto sentado, usar a respiração diafragmática, segurar a respiração de 3 a 5 segundos, depois exalar 
lentamente, tanto quanto possível, pela boca. 
• Ensinar ao cliente as medidas para redução da viscosidade das secreções, como manter a hidratação 
adequada (ingesta líquida de 2 a 3 litros diários, se não houver contraindicação) e manter a umidade do ar 
inspirado. 
• Auscultar os pulmões antes e depois de o paciente tossir. 
• Encorajar ou proporcionar uma boa higiene oral após a tosse. 
Fonte. CARPENITO-MOYET, 2011. 
 
De acordo com Carpenito-Moyet (2011), os diagnósticos de risco citados a seguir 
também são comumente detectados nos casos de pneumonia (50 a 74% dos casos). 
• Alto risco de mucosa oral prejudicada, relacionado à respiração pela boca, à 
expectoração frequente e à diminuição da ingestão de líquido secundária ao mal-estar. 
• Alto risco de nutrição desequilibrada (menos do que as necessidades corporais), 
relacionado à anorexia, à dispneia e à distensão abdominal secundária à deglutição de 
ar. 
• Alto risco de controle ineficaz do regime terapêutico, relacionado à falta de conhecimento 
sobre as condições, a transmissão da infecção, a prevenção da recorrência, a dieta, os 
sinais e sintomas de recorrência e o atendimento de acompanhamento. 
Compete ao enfermeiro proceder à avaliação individual dos clientes para a determinação 
dos diagnósticos de enfermagem e do plano de cuidados específicos, conforme as 
necessidades individuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
11 
Questão 2 
Questão 2.2 
Um paciente internado na clínica médica há 12 dias, com história de fratura de fêmur 
esquerdo, faz uso de anticoagulante. Estão prescritos 12 000 UI de heparina IV de 12/12 
horas. No posto da unidade de internação, há um frasco de heparina de 5 ml, contendo 5 
000 UI/ml. Quantos mililitros de heparina o enfermeiro deve ministrar ao paciente em cada 
horário? 
A. 1,8. 
B. 2,0. 
C. 2,2. 
D. 2,4. 
E. 3,5. 
 
1. Introdução teórica 
 
Heparina 
 
A heparina, conhecida comercialmente como Heparin®, Liquemine® e Actparin®, é 
um anticoagulante utilizado na profilaxia e no tratamento de diversos distúrbios 
tromboembolíticos, como tromboembolismo venoso e arterial, embolia pulmonar e 
coagulopatias (AME, 2009). 
O medicamento é apresentado em ampolas com 0,25 ml (5.000 Unidades) e em 
frasco-ampola com 5 ml (25.000 Unidades) de solução injetável para aplicação sistêmica e, 
para aplicação tópica, é apresentado na forma de creme, gel e pomada. 
 A prescrição de heparina é de responsabilidade médica, cabendo ao enfermeiro a 
administração adequada do medicamento, respeitando os preceitos científicos do 
funcionamento do organismo humano e da ação medicamentosa. 
 A heparina é uma das drogas cuja utilização está associada a elevados índices de 
complicações e, por isso, ao administrar a medicação, o enfermeiro deve ter os cuidados 
descritos a seguir (AME, 2009). 
• Administrar a medicação exatamente conforme prescrição médica. 
• Informar a toda equipe de saúde e aos familiares que o paciente está recebendo 
terapia anticoagulante. 
 
2Questão 12 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
12 
• Informar aos pacientes as reações adversas mais frequentes da medicação, 
comunicando a equipe de saúde caso haja reação incomum. 
• Recomendar ao paciente a utilização de escovas de dente macias e de barbeador 
elétrico, para evitar o risco de sangramento durante a terapia. 
• Recomendar ao paciente que informe ao médico o esquema de medicação anterior ao 
tratamento ou à cirurgia. 
• Recomendar ao paciente que, durante a terapia, evite o uso concomitante de ácido 
acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), aplicações de 
injeções IM e de qualquer outra droga sem o conhecimento do médico. 
• Monitorar o paciente durante a terapia, observando sinais de sangramento ou 
hemorragia (sangramento de gengivas ou nasal, equimose incomum, fezes de 
coloração negra, hematúria, diminuição do hematócrito ou da pressão arterial, 
sangue oculto nas fezes) e reações de hipersensibilidade (calafrios, febre e urticária). 
Comunicar imediatamente ao médico se houver qualquer uma dessas intercorrências. 
• Monitorar os exames laboratoriais antes do início e periodicamente durante a terapia, 
observando tempo de coagulação (TTPa), hematócrito e contagem de plaquetas (a 
cada 2 ou 3 dias). 
• Administrar a medicação só por via subcutânea (SC) ou endovenosa (EV) e nunca por 
via intramuscular (IM). 
• Verificar a coloração da solução de heparina. Se houver alteração de cor ou a 
presença de precipitados, não realizar a injeção da solução. 
As aplicações de heparina por via subcutânea requerem que o enfermeiro administre-
a profundamente no tecido e alterne diariamente os locais de aplicação. Deve-se introduzir 
todo o comprimento da agulha em uma prega feita entre os dedos polegar e indicador, 
mantendo a dobra cutânea até o final da injeção. Não se deve aspirar ou massagear o local 
de aplicação. Os locais de aplicação devem ser avaliados para detecção de hematoma, 
equimose ou inflamação. 
No caso de aplicações de heparina por via endovenosa, a dose de ataque geralmente 
precede a dose contínua. Em situações de aplicação direta, não é necessário diluir a droga, 
e a infusão deve ocorrer em tempo superior a 60 segundos. Em situações de aplicação 
intermitente/contínua, deve-se diluir a heparina em soro fisiológico 0,9% ou glicosado 5% e 
utilizar bomba de infusão. A mistura adequada de heparina na solução deve ser assegurada 
pela inversão do recipiente pelo menos 6 vezes no início da terapia e, periodicamente, 
durante a infusão. O intervalo entre as infusões varia de 4 a 24 horas. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
13 
É importante que o enfermeiro tome os cuidados na administração de quaisquer 
medicamentos, considerando os efeitos indesejados, as interações medicamentosas e as 
reações adversas de cada fármaco, para que possa atuar de modo efetivo na resolução dos 
problemas de saúde apresentados pelos indivíduos. 
 
2. Resolução da questão 
 
A resolução da questão é feita, basicamente, pelo uso da “regra de três”, uma 
operação matemática muito utilizada pelo enfermeiro e por sua equipe para o cálculo da 
dose correta de medicamentos. Trata-se da relação entre grandezas proporcionais que 
permite estruturar o problema e resolvê-lo. 
No enunciado, afirma-se que estão prescritas 12.000 Unidades (UI) de heparina e 
que, no posto de internação, existe somente o frasco de heparina de 5 ml, contendo 5.000 
UI/ml. Logo, o profissional deve proceder ao seguinte cálculo (regra de três): 
 
1 ml -------------------- 5.000 UI 
X ml -------------------- 12.000 UI 
 
Em cada 1 ml da solução existem 5.000 UI de heparina. Para se obterem 12.000 UI 
de heparina, necessitaríamos de quantos ml? Pelos cálculos abaixo, verificaremos que são 
necessários 2,4 ml. 
 
1x12.000 = 5.000X 
 
12.000 = 5.000X 
 
12.000/5.000 = X 
 
X = 2,4ml 
 
Assim, para obtermos 12.000 UI deheparina, teremos de aspirar 2,4ml da solução. 
 
Alternativa correta: D. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• AME. Dicionário de administração de medicamentos na enfermagem: 2009/2010. Rio de 
Janeiro: EPUB, 2009. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
14 
• BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. MEDEIROS, Carlos 
Augusto de. Estatística aplicada à educação. Brasília (DF): Universidade de Brasília, 2007. 
• RODRIGUES, A. B.; SILVA, M. R.; OLIVEIRA, P. P.; CHAGAS, S. S. M. O Guia da 
enfermagem: fundamentos para assistência. São Paulo: Iátria, 2008. 
• SMELTZER, S. C.; HINKLE, J. L.; BARE, B. G.; CHEEVER K. H. Brunner e Suddarth: 
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
 
4. Texto complementar – Questão 2 
 
Noções elementares para o cálculo de medicação 
 
 Para a realização do cálculo de medicação, é primordial que o enfermeiro tenha 
conhecimento das noções elementares descritas abaixo. 
• Solução: mistura homogênea composta de duas partes. 
• Suspensão: mistura heterogênea composta de duas partes. 
• Concentração: quantidade de soluto em uma proporção definida de solvente. Pode 
ser expressa em porcentagem (%) ou em g/L. 
• Um mililitro (1 ml) corresponde a 20 gotas e uma gota corresponde a três microgotas. 
Assim, 1 ml corresponde a 60 microgotas. 
• Fórmula para cálculo de gotejamento de medicações endovenosas: 
Nº de gotas = (Volume)/(Tempo x 3) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
15 
Questão 3 
Questão 3.3 
Avalie as asserções a seguir. 
As parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que 
podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social, interferindo 
diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças. 
PORQUE 
A disseminação das parasitoses também pode ocorrer por meio do contato interpessoal com 
pessoas infectadas que habitam a mesma residência, principalmente em moradias menores 
que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na 
população materno-infantil. 
Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta. 
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta 
da primeira. 
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa 
correta da primeira. 
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. 
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 
E. As duas asserções são proposições falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Parasitoses 
 
A Parasitologia é uma ciência que estuda os organismos que vivem em íntima e 
duradoura dependência de outros seres vivos, extraindo do seu hospedeiro o suprimento 
necessário para a sua sobrevivência (FIRMO et al., 2011; REY, 2011). O termo parasitismo, 
cujo significado literal é alimentar-se ao lado de, refere-se à relação em que um dos 
organismos (o parasito) obtém benefício em detrimento do outro organismo, o hospedeiro 
(FERREIRA et al., 2003). Essa relação cria uma associação de dependência metabólica de 
grau variável, na qual o metabolismo do parasito fica vinculado ao de seu hospedeiro (REY, 
2011). 
 
3Questão 13 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
16 
Os parasitas são tradicionalmente distinguidos entre endoparasitas, quando habitam 
células e tecidos (parasitas teciduais) ou vísceras ocas (parasitas cavitários) dos 
hospedeiros, e ectoparasitas, artrópodes que se alimentam sobre o hospedeiro, sem 
penetrar no organismo, como pulgas e piolhos (FERREIRA et al., 2003). 
O homem constitui um hospedeiro de diversos parasitas, como os protozoários, os 
platelmintos, os nematelmintos e os artrópodes. Os protozoários são responsáveis pelo 
desenvolvimento da doença de Chagas, da leishimaniose, da amebíase, da toxoplasmose e 
da malária, enquanto os platelmintos causam doenças como a esquistossomose, a 
cisticercose e a teníase. 
Existem cerca de 50 espécies de nematelmintos registrados como parasitas humanos, 
dos quais alguns merecem destaque por serem importantes agentes causadores de doenças, 
como a estrongiloidíase, a ancilostomíase, a ascaridíase e a enterobíase ou oxiurose. São 
exemplos de artrópodes parasitas e vetores de doença os insetos, as moscas, as pulgas, os 
ácaros e os carrapatos (REY, 2011). 
A transmissibilidade das doenças parasitárias para o homem está vinculada à 
precariedade das condições de higiene e sanitárias do habitat do ser humano (FIRMO et al., 
2011). 
 As parasitoses intestinais humanas, denominadas de enteroparasitoses, podem ser 
desencadeadas por macroparasitas (helmintos) ou microparasitas (vírus, bactérias e 
protozoários). Acometem, principalmente, pessoas que residem em locais cuja condição 
sanitária é deficiente. No Brasil, a prevalência de parasitoses intestinais é elevada em 
decorrência das más condições de vida das camadas populacionais mais carentes, o que 
representa um grave problema de saúde pública no país (FERRARI e RODRIGUES, 2004; 
FIRMO et al. 2011). 
De acordo com Zaiden et al. (2008), 
 
as parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são 
infestações que podem desencadear alterações no estado físico, 
psicossomático e social do ser humano, interferindo diretamente na qualidade 
de vida de seus portadores, principalmente em crianças de classes sociais 
mais baixas, com precárias condições sanitárias, maus hábitos de higiene, em 
situação de desnutrição e em locais de aglomerações tais como escolas, 
creches, asilos e orfanatos, pela facilidade de contaminação e disseminação. 
 
 A disseminação das parasitoses pode acontecer em função do contato interpessoal 
com indivíduos infectados que co-habitam o domicílio, sobretudo em residências menores, 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
17 
que favorecem o confinamento, o que reforça a necessidade da investigação parasitária na 
população materno-infantil (ZAIDEN et al., 2008). 
 Desse modo, as condições higiênico-sanitárias do domicílio, das pessoas e do 
ambiente aos quais os indivíduos, sobretudo as crianças, estão submetidos podem favorecer 
substancialmente maior prevalência de parasitoses intestinais. Para prevenir esses 
problemas, os programas de promoção da saúde para a população devem contemplar o 
desenvolvimento de melhores condições sanitárias e de saneamento básico, assim como a 
melhoria das condições socioeconômicas da população (ZAIDEN et al., 2008). 
 
2. Análise das asserções 
 
As duas asserções foram extraídas do estudo de Zaiden et al. (2008), em que os 
autores afirmam que “as parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são 
infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social do 
ser humano, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, 
principalmente em crianças” . 
No mesmo trabalho, os autores afirmam ainda que “a disseminação das parasitoses 
também pode ocorrer através do contato interpessoal com pessoas infectadas que habitam 
na mesma residência, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, 
reforçando a importância da investigação parasitária na população materno-infantil”. 
Desse modo, as duas asserções são corretas. 
No entanto, a palavra PORQUE entre as duas asserções indica que a segunda 
afirmativa é uma justificativa da primeira, o que não está correto. Na verdade, a segunda 
assertiva é apenas complementar à primeira. 
 
Alternativa correta: B. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Vigilância e Controle das 
Enteroparasitoses. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2005. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Enteroparasitoses_Pano_nacional_%2006%2007%202005.pdf>. Acesso em 29 out. 2012. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
18 
• FERRARI, M.B.G.; RODRIGUES, R. Prevalência de helmintíases em apêndices cecais. Rev. 
Col. Bras. 2004; 31(2): 77-82. 
• FERREIRA, M. U.; FORONDA, A. S.; SCHUMAKER, T. S. Fundamentos biológicos da 
parasitologia humana. Barueri (SP): Manole, 2003. 
• FIRMO, W. C. A.; MARTINS, N.B.; SOUSA, A.C.; COELHO, L. S.; FREITAS, M. S. Estudo 
comparativo da ocorrência de parasitos intestinais no serviço de saúde pública e privado 
de Estreito - MA. Revista de Biologia e Farmácia 2011; 6(1): 85-93. 
• REY, L. Bases da parasitologia médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
• ZAIDEN, M. F.; SANTOS, B. M. O.; CANO, M. A.T.; NASCIFJÚNIOR, I. A. Epidemiologia 
das parasitoses intestinais em crianças de creches de Rio Verde-GO. Medicina (Ribeirão 
Preto) 2008; 41(2): 182-7. 
 
4. Texto complementar – Questão 3 
 
Enteroparasitoses 
 
As parasitoses intestinais representam um importante problema de saúde pública, 
principalmente nos países em desenvolvimento. As condições precárias de higiene e de 
saneamento básico e os níveis socioeconômicos e de escolaridade desfavoráveis são 
determinantes dessas doenças (BRASIL, 2005). 
Os parasitas intestinais estão entre os patógenos encontrados com mais frequência 
em seres humanos, sobretudo nas idades pré-escolar e escolar. Dentre os parasitas mais 
comuns, destaca-se o grupo dos helmintos, em que os mais frequentes são os parasitas do 
filo nematelmintos, como Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura, e os ancilostomídeos, 
como Ancylostoma duodenalis. Os protozoários também são frequentes causadores de 
parasitoses intestinais, destacando-se a Entamoeba histolytica e Giardia lamblia (BRASIL, 
2005; AMB E CFM, 2009). 
Nas crianças em idades pré-escolares e escolares, os enteroparasitas mais 
comumente encontrados são a Giardia lamblia (giardíase), o Ascaris lumbricoides 
(popularmente conhecido como ‘lombriga’), o Trichuris trichiura e o Ancylostoma duodenalis 
(ancilostomíase) (AMB E CFM, 2009). 
Os danos causados pelos enteroparasitas variam conforme o agente etiológico, 
podendo incluir, entre outros agravos, a obstrução intestinal (A. lumbricoides), a desnutrição 
(A. lumbricoides e T. trichiura), a anemia por deficiência de ferro (ancilostomídeos) e 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
19 
quadros de diarreia e de má absorção (E. histolytica e G. lamblia). As manifestações clínicas 
são usualmente proporcionais à carga parasitária albergada pelo indivíduo (BRASIL, 2005). 
Considerando a elevada prevalência das enteroparasitoses no Brasil e as suas 
implicações na saúde, o Ministério da Saúde desenvolveu, em 2005, o Plano Nacional de 
Vigilância e Controle das Enteroparasitoses, com o objetivo de reduzir a prevalência e a 
morbi-mortalidade por parasitoses intestinais no País. O Plano descreve as atribuições de 
cada nível do governo para o controle dessas doenças, a operacionalização do Plano e como 
devem atuar o sistema de vigilância epidemiológica e sanitária, a assistência e a educação 
em saúde para garantir que o objetivo proposto seja alcançado (BRASIL, 2005). 
Recomenda-se a leitura dos itens relacionados à assistência à saúde e à educação em 
saúde para o esclarecimento da atuação da enfermagem nessas situações. O Plano Nacional 
de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses está disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Enteroparasitoses_Pano_nacional_%2006%
2007%202005.pdf>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
20 
Questão 4 
Questão 4.4 
A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral, de evolução benigna na forma 
clássica e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. Trata-se de uma importante 
arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui sério 
problema de saúde pública, especialmente nos países tropicais, inclusive no Brasil. O 
principal vetor da dengue é o mosquito Aedes aegypti. 
No que tange à suscetibilidade e imunidade à dengue, assinale a opção incorreta. 
A. A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. 
B. A imunidade não é permanente para um mesmo sorotipo. 
C. A resposta primária se dá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus, e o título 
de anticorpos se eleva lentamente. 
D. A resposta secundária se dá em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que 
tiveram infecção prévia por flavivírus, e o título de anticorpos se eleva rapidamente em 
níveis altos. 
E. A suscetibilidade à febre hemorrágica da dengue não está totalmente esclarecida. 
 
1. Introdução teórica 
 
Dengue 
 
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, de etiologia viral, que constitui sério 
problema de saúde pública no mundo, sobretudo nos países tropicais, onde as condições 
ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito vetor – o Aedes 
aegypti (BRASIL, 2002; BRASIL, 2008). 
O agente etiológico da dengue é um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do 
gênero Flavivirus, pertencente à família Flavoviridae (BRASIL, 2008). A doença constitui a 
principal arbovirose que afeta o ser humano (BRASIL, 2002). 
A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, no ciclo: 
 
 
 
Ao se alimentar de sangue infectado (homem infectado), o mosquito pode transmitir 
o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação. A transmissão da doença não acontece por 
 
4Questão 14 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
21 
contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem pela 
ingestão de alimentos ou fontes de água. O período de viremia (presença do vírus no 
sangue humano) começa um dia antes do aparecimento da febre e estende-se até o 6º dia 
da doença, período considerado de transmissibilidade da dengue (BRASIL, 2002). 
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil (2002), a suscetibilidade ao vírus 
causador da dengue é universal e a imunidade é permanente para um mesmo sorotipo 
(homóloga). No entanto, a imunidade cruzada (heteróloga) existe temporariamente. 
A resposta imunológica à infecção aguda por dengue pode ser classificada em 
primária ou secundária. A resposta primária acontece em indivíduos não expostos 
anteriormente ao flavivírus e o título de anticorpos aumenta lentamente. A resposta 
secundária ocorre em pessoas com infecção aguda por dengue que tiveram infecção prévia 
por flavivírus e o título de anticorpos eleva-se rapidamente a patamares muito altos. A 
suscetibilidade em relação à febre hemorrágica da dengue não está totalmente esclarecida 
(BRASIL, 2002). 
A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença de amplo espectro clínico, 
envolvendo desde formas inaparentes até quadros clínicos graves, que podem evoluir para 
óbito. Dependendo da forma como se apresenta, a dengue pode ser classificada em: 
infecção inaparente, dengue clássica (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome 
do choque da dengue (SCD). 
A dengue pode ter evolução benigna, quando se apresenta na forma clássica, e 
grave, quando se apresenta na forma hemorrágica. O quadro clínico da dengue clássica 
(DC) é muito variável. A primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39° a 40°C), de 
início abrupto, acompanhada de cefaleia, artralgia, mialgia, adinamia, dor retro-orbital, 
náuseas, vômitos, diarreia, com presença ou não de exantema e/ou prurido. As crianças 
podem apresentar dor abdominal generalizada e, os adultos, pequenas manifestações 
hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, 
hematúria e metrorragia. A dengue clássica dura de 5 a 7 dias e sua sintomatologia regride 
com o desaparecimento da febre (BRASIL, 2002). 
Os sintomas iniciais da febre hemorrágica da dengue (FHD) são semelhantes aos da 
dengue clássica. Entre o terceiro dia e o sétimodia do início da doença, quando acontece a 
redução da febre, aparecem sinais e sintomas importantes, como vômitos, dor abdominal 
intensa, hepatomegalia dolorosa, letargia, desconforto respiratório e derrames cavitários 
(pericárdico, pleural e ascite), que alertam para a possibilidade de evolução para dengue 
hemorrágica (BRASIL, 2002, 2007 e 2008). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
22 
Em geral, os sinais de alarme precedem as manifestações hemorrágicas e os sinais de 
insuficiência circulatória que podem estar presentes na FHD, caracterizada pela instabilidade 
hemodinâmica, hipotensão arterial, taquisfigmia e choque (BRASIL, 2007 e 2008). 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2007), a prova do laço deve ser 
obrigatoriamente realizada em todos os casos suspeitos de dengue e deve seguir os 
procedimentos descritos a seguir. 
• Desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado no antebraço da pessoa. 
• Verificar a pressão arterial do cliente em posição deitada e sentada. 
• Calcular o valor médio da pressão arterial (soma de pressão arterial sistólica e 
pressão arterial diastólica, dividida por dois). 
• Insuflar novamente o manguito até o valor médio e mantê-lo insuflado por 5 minutos 
em adultos e por 3 minutos em crianças até o aparecimento de petéquias ou 
equimoses; 
• Contar o número de petéquias no quadrado. 
Na prova do laço com resultado positivo, surgem petéquias sob o aparelho ou abaixo 
do manguito do esfigmomanômetro. Se o número de petéquias for superior a 20 no 
quadrado desenhado na pele do cliente, a prova do laço é considerada fortemente positiva 
(BRASIL, 2002 e 2007). 
Nos casos de FHD grave, o choque da dengue geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia 
da doença. O choque é decorrente do aumento da permeabilidade vascular seguido de 
hemoconcentração e falência do aparelho circulatório. Nesses casos, é obrigatória a rápida 
hidratração venosa. O choque pode levar ao óbito no período de 12 a 24 horas (BRASIL, 
2002). 
 A dengue é uma doença de notificação compulsória, que deve ser comunicada ao 
Serviço de Vigilância Epidemiológica mais próximo. Os casos suspeitos da doença também 
devem ser notificados. A notificação dos casos suspeitos, a investigação do provável local de 
infecção, a busca ativa de casos e a educação em saúde constituem medidas importantes 
para o controle e a prevenção da doença (BRASIL, 2002 e 2008). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A suscetibilidade ao vírus causador da dengue é universal (BRASIL, 2002). 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
23 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A imunidade é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga), ao 
contrário do que se afirma na alternativa (BRASIL, 2002). 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A resposta primária acontece em indivíduos não expostos anteriormente ao 
flavivírus e o título de anticorpos aumenta lentamente (BRASIL, 2002). 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A resposta secundária ocorre em pessoas com infecção aguda por dengue 
que tiveram infecção prévia por flavivírus e o título de anticorpos eleva-se rapidamente a 
patamares muito altos (BRASIL, 2002). 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A suscetibilidade em relação à febre hemorrágica da dengue não está 
totalmente esclarecida (BRASIL, 2002). 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Dengue: aspectos 
epidemiológicos, diagnóstico e tratamento. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2002. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de 
Gestão. Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2007. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de 
Gestão. Dengue: manual de enfermagem – adulto e criança. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2008. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Alerta que tipo 4 não é mais grave que as outras formas da 
doença. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/03/24/saude-
alerta-que-dengue-tipo-4-nao-e-mais-grave-que-as-outras-formas-da-doenca>. Acesso 
em 03 set. 2012. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
24 
4. Texto complementar – Questão 4 
 
Sorotipos da dengue 
 
Existem quatro tipos de sorotipos do vírus que causam a dengue, todos com casos 
já registrados no Brasil: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A dengue tipo 4 (DEN-4) não era 
registrada no país há cerca de 30 anos, mas circula há vários anos em países do Caribe e da 
América Latina, como a Venezuela (BRASIL, 2011). 
O Ministério da Saúde do Brasil (2011) informa que os sintomas de uma pessoa 
infectada por qualquer sorotipo da dengue são iguais e a imunidade é permanente para um 
mesmo sorotipo. Dessa forma, uma pessoa que contraiu um tipo de sorotipo da dengue 
ficará imunizada somente contra esse tipo de vírus, ou seja, o indivíduo que teve dengue 
tipo 1 (DEN-1) nunca mais será infectado pelo vírus DEN-1, mas poderá contrair os outros 
três sorotipos. Assim, uma mesma pessoa pode contrair até quatro tipos de dengue se for 
picada pelo mosquito infectado (BRASIL, 2011). 
O Ministério da Saúde recomenda que qualquer indivíduo com suspeita de dengue 
tome água em maior quantidade, evite o uso de medicamentos à base de ácido 
acetilsalicílico, como a Aspirina®, e procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua 
residência (BRASIL, 2011). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
25 
Questão 5 
Questão 5.5 
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica, que afeta o sistema nervoso central 
provocando dificuldades motoras e sensitivas, comprometendo a qualidade de vida de seus 
portadores. Os sintomas caracterizam-se por distúrbios visuais, perda de sensibilidade dos 
membros inferiores, fadiga, disfunções motoras e dor. A patologia é um processo 
inflamatório que causa uma lesão nos axônios neuronais e produz uma esclerose em vários 
locais do sistema nervoso central, conforme ilustra a figura abaixo. 
 
 
 
Nesse contexto, qual a importância da bainha de mielina na função neurológica? 
A. Proteger as fibras nervosas contra agressões físicas, químicas e biológicas. 
B. Retardar a propagação dos impulsos através dos neurônios cerebrais motores. 
C. Dar consistência à fibra nervosa para que não seja comprimida por músculos. 
D. Isolar a fibra nervosa e permitir a condução saltatória dos potenciais de ação. 
E. Promover o transporte axonal que ocorre em vários pontos do sistema nervoso central. 
 
1. Introdução teórica 
 
Esclerose múltipla 
 
Para entender melhor a esclerose múltipla e sua fisiopatologia, é importante realizar 
uma prévia revisão da fisiologia humana, sobretudo da fisiologia dos nervos e da 
transmissão nervosa no corpo humano, como descrito a seguir. 
 
5Questão 15 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
26 
No ser humano, todos os sinais nervosos são transmitidos por fibras nervosas 
presentes no cérebro, na medula espinhal e nos nervos periféricos. Todos os músculos 
esqueléticos são controlados por fibras nervosas que têm origem na medula espinhal. A fibra 
nervosa motora (periférica) é formada por duas camadas: uma central, denominada de 
axônio (fibra nervosa), e um envoltório isolante, chamado de bainha de Schwann ou bainha 
de mielina, conforme representado na figura 1 (GUYTON, 2008). 
 
 
Figura 1. Célula nervosa com seu axônio e a bainha de mielina. 
Disponível em <http://ap_mentehumana.blogs.sapo.pt/2338.html>. Acesso em 16 mai. 2013. 
 
 A bainha de mielina, ou bainha de Schwann, é uma substância de natureza lipídica e 
proteica formada pelas células de Schwann, que está presente ao longo de todos os nervos 
periféricos e é responsável pelo isolamento elétrico do axônio. Assim,a bainha de mielina 
reveste o axônio e é um excelente isolante elétrico para ele (GUYTON, 2008). 
 Cada célula de mielina (Schwann) estende-se em torno de um axônio por cerca de 1 
mm (a bainha de mielina possui cerca de 1 mm de comprimento). Em seguida, uma nova 
bainha de mielina reveste o mesmo axônio. A junção entre duas células de Schwann 
consecutivas é chamada de nodo de Ranvier (ou nódulo de Ranvier). O nodo de Ranvier é 
essencial para a transmissão dos impulsos nervosos pelas fibras mielínicas, mostrada na 
figura 2 (GUYTON, 2008). 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
27 
 
Figura 2. Células de Schwann, nodos de Ranvier, despolarização e condução saltatória. 
Fonte. AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, 2001. v. 2. 
Disponível em <http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp>. Acesso em 16 mai. 2013. 
 
 Os nodos de Ranvier permitem uma típica despolarização da membrana, 
promovendo a transmissão dos impulsos nervosos. Os impulsos são transmitidos ao longo 
de uma fibra mielínica pelo processo da condução saltatória, que pode ser explicado da 
seguinte maneira: ocorre a despolarização do primeiro nodo de Ranvier, que, por sua vez, 
provoca a passagem de corrente elétrica por fora da bainha de mielina (que é isolante 
elétrico) e ao longo da parte central da fibra, até o nodo de Ranvier seguinte, fazendo com 
que este se despolarize. A corrente elétrica gerada por esse nodo produz o mesmo efeito no 
próximo; desse modo, o impulso nervoso “salta” de nodo a nodo, caracterizando a condução 
saltatória, esquematizada na figura 3 (GUYTON, 2008). 
 
 
Figura 3. Condução saltatória em axônio mielinizado. 
Disponível em <http://imunes.no.sapo.pt/esclerose_multipla.htm>. Acesso em 16 mai. 2013. 
 
 Quanto mais calibrosas forem as fibras nervosas e quanto mais espessas forem as 
bainhas de mielina, mais rapidamente a fibra nervosa conduzirá um impulso elétrico. As 
fibras de maior diâmetro (cerca de 20 micrômetros) conduzem com velocidade de 100 
metros por segundo, enquanto as fibras de menor diâmetro (cerca de 0,5 micrômetro) 
conduzem com velocidade da ordem de 0,5 metros por segundo (GUYTON, 2008). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
28 
 A esclerose múltipla (EM) é uma doença degenerativa, progressiva e crônica do 
sistema nervoso central (SNC), caracterizada pelo processo de desmielinização da fibra 
nervosa no cérebro e na medula espinhal. A desmielinização refere-se à destruição da 
bainha de mielina, material proteico e adiposo que circunda determinadas fibras nervosas no 
cérebro e na medula espinhal, resultando no comprometimento da transmissão dos impulsos 
nervosos, conforme representado na figura 4 (SMELTZER et al., 2011). 
 
 
Figura 4. Bainha de mielina danificada. 
Disponível em <http://educaofsicaadaptadaeeducaoespecial.blogspot.htm>. Acesso em 16 mai. 2013. 
 
A etiologia da EM é desconhecida. Nas teorias mais aceitas, as explicações envolvem 
fatores imunológicos, ambientais, virais e genéticos. As evidências dos trabalhos científicos 
sugerem que o evento primário é a lesão da bainha de mielina, resultado de infecção viral 
em uma fase inicial da vida, a qual se torna aparente em um período mais tardio. Apesar de 
o mecanismo iniciador da doença ser uma infecção viral, acredita-se que uma resposta 
imunológica defeituosa tenha uma função importante na patogenia da EM (SMELTZER et al., 
2011). 
Na EM, o processo de desmielinização é irregularmente disseminado por todo o SNC. 
A mielina é perdida e os axônios degeneram-se, interrompendo o fluxo dos impulsos 
nervosos. As manifestações clínicas da doença são diversas, dependendo dos nervos 
afetados pela EM. As áreas comumente afetadas são os nervos (quiasma e tratos ópticos), o 
cérebro (tronco cerebral e cerebelo) e a medula espinhal. 
Os sinais e sintomas da EM variam de acordo com a localização da lesão ou da 
combinação de lesões. Os sintomas primários mais comumente relatados são: fadiga, 
dormência, fraqueza, dificuldade na coordenação e perda do equilíbrio. O distúrbio visual 
originado pela lesão nos nervos ópticos pode incluir visão turva, diplopia, cegueira em placa 
(escotoma) e cegueira total. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
29 
A espasticidade dos membros e a perda dos reflexos abdominais são provocadas pelo 
envolvimento das principais vias motoras da medula espinhal. A ruptura dos axônios 
sensoriais pode produzir disfunção sensorial (parestesias e dor). 
Problemas cognitivos e psicossociais, como a depressão, podem refletir o 
envolvimento do lobo frontal ou parietal do SNC. É rara a ocorrência de demência. A ataxia 
(coordenação defeituosa dos movimentos) e o tremor são desencadeados pelo envolvimento 
do cerebelo ou dos gânglios da base. São comuns as disfunções vesicais, intestinais e 
sexuais (SMELTZER et al., 2011). 
O Ministério da Saúde do Brasil (2010) informa que o quadro clínico da EM manifesta-
se, na maioria das vezes, por ataques agudos ou surtos, podendo entrar em remissão de 
forma espontânea ou com o uso de corticosteroides. Acrescenta que os sintomas mais 
comuns são: neurite óptica, paresia ou parestesia de membros, disfunções de coordenação 
e equilíbrio, mielites, disfunções esfincterianas e disfunções cognitivo-comportamentais, de 
modo isolado ou em combinação (BRASIL, 2010). 
Não há cura para a EM e ainda não foi descoberta uma forma de restaurar a mielina 
danificada ou as funções perdidas do organismo. O tratamento da EM está focado no 
controle da sintomatologia (BRASIL, 2010). Segundo Smeltzer et al. (2011), é indicado um 
programa de tratamento individualizado, organizado e racional para aliviar os sintomas do 
paciente e fornecer suporte contínuo. O tratamento clínico da doença tem como metas 
retardar a sua progressão, controlar os seus sintomas crônicos e tratar as exacerbações 
agudas. 
A enfermagem deve estar preparada para a detecção precoce das alterações 
provocadas pela EM e promover o planejamento dos cuidados às pessoas com a doença de 
modo individualizado. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A bainha de mielina é responsável pelo isolamento elétrico do axônio e 
promove a transmissão dos impulsos nervosos pelo processo da condução saltatória. Essa 
bainha não é responsável pela proteção das fibras nervosas contra agressões físicas, 
químicas e biológicas. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
30 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A bainha de mielina promove a transmissão dos impulsos nervosos pelo 
processo da condução saltatória e estimula a propagação dos impulsos através dos 
neurônios cerebrais motores e não retarda essa propagação. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As funções da bainha de mielina são o isolamento elétrico do axônio e a 
transmissão dos impulsos nervosos. A bainha não oferece proteção contra a compressão 
muscular. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A bainha de mielina é responsável pelo isolamento elétrico do axônio (fibra 
nervosa) e promove a transmissão dos impulsos nervosos (potencial de ação) pelo processo 
da condução saltatória. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As funções da bainha de mielina são o isolamento elétrico do axônio e a 
transmissão dos impulsos nervosos por condução saltatória. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria Nº. 493, de 23 de 
setembro de 2010. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Esclerose Múltipla. Brasília 
(DF): Ministério da Saúde, 2010. Disponível 
em:<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_esclerose_multipla.pdf>. 
Acesso em: 10 set. 2012. 
• GUYTON, A. C. Fisiologia Humana. 6. ed. [reimpr]. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2008. 
• SMELTZER, S. C.; HINKLE, J. L.; BARE, B. G.; CHEEVER K. H.Brunner e Suddarth: 
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
31 
4. Texto complementar – Questão 5 
 
Esclerose múltipla: protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas 
 
A Esclerose Múltipla (EM) afeta frequentemente indivíduos adultos na faixa entre 18 a 
55 anos de idade. No Brasil, a taxa de prevalência da doença é de aproximadamente 15 
casos a cada 100.000 habitantes (BRASIL, 2010). 
Considerando a prevalência da doença e a necessidade de se estabelecerem 
parâmetros nacionais sobre a esclerose múltipla no Brasil, o Ministério da Saúde definiu, por 
meio da Portaria Nº 493, de 23 de setembro de 2010, os Protocolos Clínicos e as Diretrizes 
Terapêuticas (PCDT) para o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento de indivíduos 
com esta doença (BRASIL, 2010). 
De acordo com o PCDT relativo à esclerose múltipla, o diagnóstico deve ser clínico 
com base nos critérios revisados de MacDonald. Os exames de Ressonância magnética (RM) 
do encéfalo e os exames laboratoriais (anti-HIV, VDRL e dosagem sérica de vitamina B12) 
devem ser solicitados para a exclusão de outras doenças com manifestações semelhantes à 
EM (BRASIL, 2010). 
O exame de líquor cefalorraquidiano (LCR) e o Potencial Evocado Visual deverão ser 
realizados apenas para descartar outras enfermidades quando houver dúvida diagnóstica. A 
avaliação clínica e os exames diagnósticos (RM, LCR e potencial evocado) permitem o 
diagnóstico mais seguro de EM. O tratamento da EM está focado no controle da sua 
sintomatologia. 
Sugere-se a leitura do PCDT para maiores esclarecimentos sobre a doença. O 
conteúdo está disponível no sítio: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_esclerose_multipla.pdf>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
32 
Questão 6 
Questão 6.6 
A paciente R.G., com 35 anos de idade, do sexo feminino, com IMC = 32,120 kg, será 
submetida à gastroplastia por videocirurgia, admitida na unidade de CMC. Durante a 
aplicação do histórico de enfermagem, o enfermeiro responsável pela admissão levantou os 
seguintes problemas: assadura na região suprapúbica, devido à prega formada pela barriga; 
abertura pequena de boca; pescoço curto; sudorese intensa em mãos e região axilar; uso de 
piercing em narina direita; uso de prótese dentária na arcada superior; limitação com 
relação à flexão de joelhos. 
Nessa situação, avalie os seguintes procedimentos. 
I. Comunicar ao enfermeiro do CC a respeito da sudorese intensa. 
II. Solicitar visita pré-operatória do anestesista. 
III. Retirar o piercing da narina direita. 
IV. Encaminhar a paciente para o CC, sem retirar a prótese dentária. 
V. Comunicar ao enfermeiro do CC acerca da limitação de flexão nos joelhos. 
VI. Realizar higiene íntima devido à assadura. 
São procedimentos adequados em um plano de cuidado pré-operatório apenas os descritos 
em: 
A. I, IV e VI. 
B. II, III e V. 
C. I, II, III e V. 
D. I, IV, V e VI. 
E. II, III, IV e VI. 
 
1. Introdução teórica 
 
Cuidados de enfermagem no pré-operatório 
 
O termo cirurgia provém do latim, chirurgia, que etimologicamente significa trabalho 
manual, e é definido como a área da medicina dedicada ao tratamento de doenças, lesões 
ou deformidades, por meio de processos manuais chamados de operações ou de 
intervenções cirúrgicas (REZENDE, 2005). 
 
6Questão 16 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
33 
A cirurgia, eletiva ou emergencial, é um evento estressante e complexo que requer 
especial atenção da equipe de saúde, sobretudo da enfermagem para garantir a qualidade 
da assistência. 
A menção ao período que envolve o momento da cirurgia apresenta terminologias 
específicas. O período perioperatório compreende três fases distintas (SMELTZER et al. 
2011), descritas a seguir. 
• Fase pré-operatória: começa quando a decisão para proceder à intervenção cirúrgica é 
tomada e termina com a transferência do paciente para a mesa da sala de cirurgia. 
• Fase intraoperatória: começa quando o paciente é transferido para a mesa da sala de 
cirurgia e termina com sua admissão na unidade de cuidados pós-anestésicos. 
• Fase pós-operatória: inicia com a admissão do paciente na unidade de cuidados pós-
anestésicos e termina com a avaliação de acompanhamento no ambiente clínico ou 
domiciliar. 
Cada período perioperatório engloba um amplo espectro de atividades que a 
enfermagem deve exercer. A assistência de enfermagem no período pré-operatório visa a 
proporcionar rápida recuperação pós-operatória, reduzir complicações e minimizar o custo 
hospitalar e o período de hospitalização, devolvendo o paciente ao meio familiar o mais 
rapidamente possível (GALAN e ODA, 1995). 
Na fase pré-cirúrgica, a equipe de enfermagem é responsável pelo preparo do 
paciente para o ato cirúrgico, estabelecendo e desenvolvendo cuidados conforme a 
especificidade cirúrgica, como a orientação, o preparo físico e emocional, a avaliação e o 
encaminhamento ao centro cirúrgico, a promoção da recuperação e a prevenção de 
complicações no período pós-operatório (CHRISTÓFORO e CARVALHO, 2009). 
No período pré-operatório, o enfermeiro deve detectar os fatores de risco que podem 
acarretar complicações pós-operatórias, que englobam, entre outros, o déficit nutricional, os 
extremos de peso (magreza e obesidade), presença de infecção e de distúrbio 
hidroeletrolítico e histórico de doenças (pulmonar, renal, cardiovascular, endócrina e 
hepática, entre outras). Nessa fase, o enfermeiro deve proceder à anamnese e ao exame 
físico minucioso do paciente a fim de estabelecer uma base de dados para futuras 
comparações (SMELTZER et al. 2011). 
A avaliação do paciente deve considerar os itens citados a seguir (SMELTZER et al. 
2011). 
• Estados nutricional e hídrico: importantes na promoção da recuperação e na resistência à 
infecção. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
34 
• Cavidade oral: dentaduras e próteses dentárias podem ser deslocadas durante a 
intubação e ocluir as vias respiratórias, por isso devem ser retiradas antes do 
procedimento cirúrgico. 
• Uso de drogas e álcool: pessoas com intoxicação são suscetíveis a complicações, por isso 
se deve adiar a cirurgia, se possível. 
• Estado respiratório: deve-se atentar para a presença de doença respiratória subjacente, 
como doença pulmonar obstrutiva crônica e asma. 
• Estado cardiovascular: deve-se atentar para a presença de hipertensão arterial. 
• Função hepática: como o fígado é importante na biotransformação dos compostos 
anestésicos, distúrbios hepáticos podem ter efeitos sobre os agentes anestésicos. 
• Função renal: os rins são responsáveis pela excreção de medicamentos anestésicos e 
seus metabólitos, por isso qualquer distúrbio renal tem efeito sobre os agentes 
anestésicos. 
• Função endócrina: pacientes com diabetes apresentam riscos de hipoglicemia e de 
hiperglicemia, o que pode acarretar aumento no risco de infecção da ferida cirúrgica. 
• Função imunológica: deve-se detectar a presença de alergias. Devem-se identificar e 
registrar sensibilidades a medicamentos e reações adversas pregressas a esses agentes. 
Deve-se observar, também, a presença de imunossupressão, que torna o paciente mais 
suscetível à infecção. 
• Uso prévio de medicamentos: devido às possíveis interações medicamentosas, o 
enfermeiro deve avaliar e registrar o uso de medicamentos e de fitoterápicos, bem como 
a frequência em que são utilizados. 
• Fatores psicossociais: a maioria dos pacientes apresenta algum tipo de reação emocional 
antes de procedimentos cirúrgicos. Os temores podem estar relacionados ao medo do 
desconhecido, da morte, da anestesia, da dor e das complicações. A ansiedade pré-
operatória é uma condição frequente e sua presença pode influenciar diretamente o 
funcionamento do organismo.• Crenças espirituais e culturais: importantes para a avaliação da maneira como as pessoas 
lidam com o medo e a ansiedade. O enfermeiro deve respeitar a crença de cada 
paciente. 
• Peso: a obesidade eleva o risco e a gravidade de complicações associadas à cirurgia. 
Durante o ato cirúrgico, os tecidos adiposos são mais suscetíveis a infecções, tornando a 
deiscência (separação) e a infecção da ferida cirúrgica problemas comuns nos indivíduos 
obesos. O paciente tende a apresentar respirações superficiais, quando em decúbito 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
35 
dorsal, aumentando o risco de hipoventilação e complicações pulmonares pós-
operatórias. 
Além dos fatores citados, deve-se considerar que o pescoço curto e grosso, a língua 
grande e o tecido faríngeo abundante podem dificultar a intubação orotraqueal. O 
anestesiologista também deve avaliar a apneia obstrutiva do sono, geralmente diagnosticada 
e tratada com pressão positiva contínua nas vias respiratórias no período pré-operatório. 
A assistência de enfermagem no período pré-cirúrgico geral envolve a avaliação 
clínica do paciente e seu preparo social, psíquico, espiritual e físico (GALAN e ODA, 1995; 
SMELTZER et al. 2011). 
O preparo social, psíquico e espiritual inclui os procedimentos a seguir. 
• Providenciar assinatura do termo de consentimento informado ou autorização para a 
cirurgia. 
• Proporcionar ensino ao paciente e aos familiares. Explicar sobre a cirurgia proposta, o 
tipo de anestesia, os exames solicitados e a duração da cirurgia, entre outros. 
• Tranquilizar o paciente e os familiares, ouvir seu discurso e dar importância às suas 
queixas e aos seus relatos. 
• Esclarecer normas e rotinas hospitalares e proporcionar ambiente tranquilo e calmo. 
• Promover apoio emocional e espiritual. 
O preparo físico inclui os procedimentos a seguir. 
• Realizar consulta de enfermagem, atentando para condições que possam comprometer o 
estado de saúde do paciente. 
• Preparar o paciente para a coleta dos exames laboratoriais e de diagnóstico. 
• Verificar sinais vitais, anotá-los e comunicar ao médico se houver quaisquer alterações. 
• Promover higiene corporal do paciente. 
• Administrar medicação pré-anestésica, se prescrita. 
• Realizar tricotomia do local a ser operado, lavar com água e sabão e passar antisséptico 
local. 
• Remover próteses, joias, lentes de contato ou óculos. 
• Promover esvaziamento vesical. 
• Colocar roupa cirúrgica apropriada e transportar o paciente até o centro cirúrgico, 
juntamente com o prontuário e os exames realizados. 
Uma das habilidades mais valiosas do enfermeiro é ouvir cuidadosamente o paciente. 
Um enfermeiro atencioso, compreensivo e calmo promove a confiança do paciente, 
reduzindo as possibilidades de complicações pós-operatórias. O cuidado prestado ao 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
36 
indivíduo durante o período pré-operatório deve ser planejado conforme a especificidade de 
cada paciente e com base na evidência científica (CHRISTÓFORO e CARVALHO, 2009; 
SMELTZER et al. 2011). 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A sudorese intensa pode ser resultante da ansiedade da paciente no 
momento que antecede a cirurgia, por isso é importante que o enfermeiro do centro 
cirúrgico seja informado acerca dessa condição, visto que sudorese e ansiedade podem 
desencadear complicações cirúrgicas. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O pescoço curto e grosso, a língua grande e o tecido faríngeo abundante 
podem dificultar a intubação orotraqueal. O anestesiologista deve realizar a avaliação das 
vias aéreas da paciente para garantir a oxigenação adequada da mulher e evitar 
complicações respiratórias durante a cirurgia. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. No período pré-operatório, os profissionais da enfermagem devem remover 
próteses, joias, lentes de contato ou óculos dos pacientes para evitar possíveis complicações 
relacionadas ao deslocamento ou à presença desses objetos. 
 
IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. No período pré-operatório, os profissionais da enfermagem devem remover 
a prótese dentária, pois ela pode deslocar-se durante a intubação e provocar a oclusão das 
vias respiratórias. 
 
V – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A limitação física do paciente constitui um fator de risco que pode 
influenciar diretamente na presença de complicações cirúrgicas, por isso o enfermeiro deve 
ser comunicado acerca do problema. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
37 
VI – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A realização da higiene íntima não implicará a redução da lesão na região 
suprapúbica, por isso não é necessário realizá-la. 
 
Alternativa correta: C. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• CHRISTÓFORO, B. E. B.; CARVALHO, D. S. Cuidados de enfermagem realizados ao 
paciente cirúrgico no período pré-operatório. Rev. Esc. Enferm. USP. 2009 43(1):14-22. 
• GALAN, N. G. A.; ODA, R. M. Cuidados de enfermagem com o paciente cirúrgico. 
[online]. Disponível em 
<http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/revistas/intjlepr/1995/pdf/v63n1/v63n1a07.pdf>. 
Acesso em 14 jun. 2012. 
• REZENDE, J. M. Cirurgia e patologia. Acta Cir. Bras. [online]. 2005 20(5):346-346. ISSN 
1678-2674. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/acb/v20n5/25789.pdf>. Acesso em 
14 jun. 2012. 
• SMELTZER, S. C.; HINKLE, J. L.; BARE, B. G.; CHEEVER K. H. Brunner e Suddarth: 
tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA [Home Page]. Cirurgia bariátrica e 
metabólica. Cirurgia laparoscópica. Disponível em <http://www.sbcb.org.br/>. Acesso 
em 10 set. 2012. 
 
4. Texto complementar – Questão 6 
 
Cirurgia bariátrica 
 
A cirurgia bariátrica e metabólica, também chamada de gastroplastia, popularmente 
conhecida como cirurgia de redução de estômago ou da obesidade, reúne técnicas cirúrgicas 
cientificamente reconhecidas para o tratamento da obesidade e das doenças associadas ao 
excesso de gordura corporal. O termo metabólico foi recentemente incorporado pela 
importância que o procedimento cirúrgico adquiriu no tratamento de doenças relacionadas 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
38 
ao excesso de peso, como a hipertensão arterial sistêmica e a diabetes mellitus (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA, 2012). 
A cirurgia por videolaparoscopia (videocirurgia) representa uma das maiores 
evoluções tecnológicas da medicina no tratamento da obesidade, por ser minimamente 
invasiva e aplicável em todas as técnicas cirúrgicas. Enquanto na videolaparoscopia são 
realizadas de quatro a sete mini-incisões, cada uma com 0,5 a 1,2 centímetros, no abdômen 
do cliente (por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo), na cirurgia aberta 
convencional o médico realiza um corte de 10 a 20 centímetros. Desse modo, o risco de 
complicações é maior na cirurgia convencional (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA 
BARIÁTRICA, 2012). 
Em 2010, foram realizadas quase 60 mil cirurgias bariátricas no Brasil, das quais 
35% foram por videolaparoscopia. A taxa de mortalidade média é de 0,23% nos casos da 
videocirurgia e de 0,8% a 1% na cirurgia aberta. Tempos menores de cirurgia e de 
recuperação do cliente também são apontados pela literatura como vantagens da cirurgia 
por videolaparoscopia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA BARIÁTRICA, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
39 
Questão 7 
Questão 7.7 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) vislumbra a transformação do modelo assistencial em 
curso no país. A política de Saúde Mental também objetiva a transformação do modelo, e 
uma de suas estratégias constitui-se nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS e 
a ESF são processos simultâneos, porémainda pouco articulados. As práticas de Saúde 
Mental e de ESF assemelham-se quando 
A. adotam abordagem individual. 
B. dão ênfase aos deveres dos usuários. 
C. reconhecem as pessoas por seus quadros patológicos. 
D. elegem o território como lócus de coprodução de saúde. 
E. visam a aumentar a autonomia do profissional frente às condições de trabalho. 
 
1. Introdução teórica 
 
Estratégia Saúde da Família e Saúde Mental no Brasil 
 
A Reforma Sanitária no Brasil iniciou-se no final da década de 1970, como resultado 
dos movimentos sociais para a redemocratização do país e para a melhoria das condições de 
saúde da população. O movimento sanitarista, impulsionado pelos trabalhadores de saúde, 
pelos centros universitários e pelos setores organizados da sociedade, preconizou a 
mudança dos modelos de atenção e de gestão nas práticas de saúde, em prol da saúde 
coletiva, da equidade na oferta de serviços e do protagonismo dos usuários dos serviços de 
saúde (BRASIL, 2005). 
Uma das maiores conquistas consagradas pela Reforma Sanitária foi a criação do 
Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, com a finalidade de alterar a situação de 
desigualdade na assistência à saúde da população e de promover a equidade no 
atendimento às necessidades de saúde da população (BRASIL, 2004). 
Um dos pontos principais que fundamentou a criação do SUS foi a necessidade da 
mudança do paradigma assistencial brasileiro, centralizado na cura das doenças e 
caracterizado pelo intervencionismo, pelo atendimento centrado no ambiente hospitalar e 
pela medicalização. Desse modo, um dos objetivos primordiais do SUS foi a formulação de 
 
7Questão 17 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
40 
políticas de saúde destinadas ao atendimento à população por intermédio de ações de 
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização de ações assistenciais 
integradas e de atividades preventivas (BRASIL, 1990). 
O Programa de Saúde da Família (PSF), posteriormente denominado de Estratégia 
Saúde da Família (ESF), constituiu importante estratégia de reorganização do modelo 
assistencial da atenção básica em saúde no Brasil. A ESF prioriza as ações de prevenção, 
promoção e recuperação da saúde da população, trabalhando com a perspectiva ampliada e 
integral de saúde, com equipes multiprofissionais que prestam atendimento à comunidade 
no seu território (BRASIL, 2006; DELFINI et al., 2009). 
Contemporânea da Reforma Sanitária, a Reforma Psiquiátrica foi um movimento 
formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações familiares, 
profissionais de saúde e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas. O 
movimento foi iniciado com o objetivo de denunciar a violência dos manicômios, a 
mercantilização da loucura e a hegemonia de uma rede privada de assistência, construindo 
uma crítica coletiva ao modelo psquiátrico hospitalocêntrico, intervencionista e 
medicalocêntrico (BRASIL, 2005). 
Assim como a Reforma Sanitária, a Reforma Psiquiátrica parte de princípios e 
diretrizes que vislumbram a construção de novas propostas assistenciais, envolvendo formas 
mais acolhedoras e mais humanas de se promover saúde (SOUZA, 2006). 
De acordo com Souza (2006), o principal objetivo da reforma psiquiátrica foi 
transformar as relações que a sociedade estabeleceu com o doente mental, para promover a 
superação do estigma, da segregação e da desqualificação aos quais foi estabelecido o 
sujeito com doença mental. Essa reforma contribuiu para o progressivo deslocamento do 
centro de cuidado para fora do ambiente hospitalar, em direção à comunidade (BRASIL, 
2004). 
Nesse contexto, é importante mencionar o surgimento do primeiro Centro de Atenção 
Psicossocial (CAPS) no Brasil, em 1987, na cidade de São Paulo, que demonstrou de forma 
inequívoca a possibilidade da construção de uma rede de cuidados efetivamente substitutiva 
ao hospital psiquiátrico no país. A partir da criação do CAPS, iniciou-se o processo 
progressivo de substituição dos leitos psiquiátricos por outros tipos de atenção à saúde 
mental no Brasil (BRASIL, 2005). 
De acordo com o Ministério da Saúde (2005), é função dos CAPS prestar atendimento 
clínico em regime de atenção diária, evitando as internações hospitalares; promover a 
inserção social dos indivíduos com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
41 
regular a porta de entrada da rede de assistência à saúde mental na sua área de atuação 
(território) e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica de saúde. 
O território é um dos conceitos fundamentais para a compreensão do papel 
estratégico dos CAPS e da rede básica de saúde no Brasil, constituída pelas unidades de 
saúde, pela Estratégia Saúde da Família e pelos Agentes Comunitários de Saúde. Segundo o 
Ministério da Saúde (2005), território é a designação não apenas de uma área geográfica, 
mas também das pessoas, das famílias, das instituições, das redes e dos cenários nos quais 
se dá a vida comunitária. Trabalhar no território significa resgatar os saberes e as 
potencialidades dos recursos da comunidade e construir soluções coletivas para os 
problemas identificados, considerando a multiplicidade de trocas entre pessoas e os 
cuidados em saúde. O território é um elemento norteador das estratégias e ações de 
atenção à saúde (BRASIL, 2005). 
Para Delfini et al. (2009), dentre os desafios e as iniciativas da reforma psiquiátrica, 
está a inserção da saúde mental na atenção básica de saúde, sobretudo nas equipes de 
saúde da família, que têm papel fundamental no acompanhamento, no cuidado e no apoio 
às famílias com pessoas com transtornos mentais de determinada região. O trabalho 
conjunto enriquece a prática assistencial e possibilita a ampliação dos cuidados no território. 
Portanto, a parceria entre CAPS e ESF é importante para garantir a integralidade e a 
universalidade da assistência à saúde da população. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As práticas de saúde mental e da ESF são direcionadas à abordagem 
coletiva, centrada na família e na comunidade, e não individual. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As práticas de saúde mental e da ESF enfatizam a corresponsabilidade da 
atenção à saúde entre os profissionais e os usuários, convidando o usuário à 
responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As práticas de saúde mental e da ESF reconhecem as pessoas como 
protagonistas do seu próprio processo de saúde, enfatizando a promoção da saúde e a 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
42 
prevenção de doenças, não assistindo o indivíduo ou a comunidade somente na presença de 
um quadro patológico. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O território é um conceito fundamental para a compreensão do papel 
estratégico dos CAPS e da ESF, pois ambos estão pautados no desenvolvimento da 
assistência básica de saúde em determinado território. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As práticas de saúde mental e da ESF enfatizam a corresponsabilidade da 
atenção à saúde entre os profissionais e os usuários, convidando o usuário à 
responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2004. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf>. Acesso em 13 jun. 
2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral 
de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento 
apresentado àConferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos 
depois de Caracas. OPAS. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_15_anos_caracas.pdf>. Acesso 
em 13 jun. 2011. 
• BRASIL. Portaria Nº 648, de 28 mar. 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica 
para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (PACS). Disponível em 
<http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/portaria_648_28_03_2006.pdf>. 
Acesso em 13 jun. 2011. 
• DELFINI, P. S. S.; SATO, M. T.; ANTONELI, P. P.; GUIMARÃES, P. O. S. Parceria entre 
CAPS e PSF: o desafio da construção de um novo saber. Ciência e Saúde Coletiva, 
http://portal.saude.gov.br/portal/
http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/portaria_648_28_03_2006.pdf
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
43 
14(1):1483-1492, 2009. Disponível em 
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v14s1/a21v14s1.pdf>. Acesso em 10 set. 2012. 
• SOUZA, A. C. Ampliando o campo da atenção psicossocial: a articulação dos centros de 
atenção psicossocial com a saúde da família. Esc Anna Nery R Enferm 10(4): 703-710, 
2006. 
 
4. Texto complementar – Questão 7 
 
Leitura complementar 
 
Sugerem-se a leitura e a discussão do artigo de Delfini et al. (2009), intitulado 
“Parceria entre CAPS e PSF: o desafio da construção de um novo saber”, publicado na 
Revista Ciência e Saúde Coletiva. 
O texto relata a experiência de parceria entre um CAPS e três equipes do PSF na 
região central da cidade de São Paulo (SP), conforme descrito no resumo do artigo, 
reproduzido a seguir. 
 
RESUMO 
O artigo tem como objetivo relatar uma experiência de parceria entre um 
Centro de Atenção Psicossocial e três equipes do Programa Saúde da Família 
na região central de São Paulo. Conceitos teóricos de território, sujeito, 
subjetividade/coletivo, acolhimento, vínculo e co-responsabilização, além dos 
pressupostos da reforma psiquiátrica e sanitária, embasam e norteiam o 
trabalho. A parceria visa à promoção de cuidados em saúde mental a partir 
de ações articuladas com diferentes serviços. Assim, tanto as equipes de 
Saúde da Família como a equipe de saúde mental são responsáveis pelas 
demandas de um território. As estratégias utilizadas são reuniões de equipe, 
nas quais há capacitação, discussão de casos, acolhimento e elaboração de 
projetos terapêuticos, e visitas domiciliares conjuntas. Ao longo do trabalho, 
algumas dificuldades foram encontradas: grande demanda por serviços de 
saúde e falta de diretrizes institucionais para a efetivação da parceria. Em 
relação às pessoas atendidas, o olhar voltado à família e ao contexto social 
aponta resultados positivos em relação aqueles cujo olhar é voltado somente 
à doença. O trabalho conjunto enriquece ainda mais a prática e possibilita 
uma rede maior de cuidados no território. É necessário, portanto, criar novas 
propostas e iniciativas inovadoras. Palavras-chave: Saúde da Família, 
Saúde mental, CAPS, Atenção básica, Parceria (DELFINI et al., 2009; p.1483) 
 
 O artigo está integralmente disponível na internet no sítio 
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v14s1/a21v14s1.pdf>. Acesso em 10 set. 2012. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
44 
Questão 8 
Questão 8.8 
O paciente M. K., de 34 anos de idade, do sexo masculino, alérgico a dipirona e penicilina, 
encontra-se em primeiro pós-operatório de septoplastia, com tampão nasal limpo e seco e 
com queixa de cefaleia intensa durante o período da noite. Em sua prescrição médica, 
encontra-se receitada dipirona 1 g – EV S/N. O enfermeiro responsável pelo cuidado desse 
paciente, após avaliação da queixa, consultou o prontuário e, diante da prescrição, 
administrou a medicação. Considera-se que a segurança do paciente está em risco por erro 
de 
A. administração de medicamento não autorizado. 
B. administração pela via errada. 
C. prescrição. 
D. preparo. 
E. dose. 
 
1. Introdução teórica 
 
Erros de medicação 
 
Com o avanço tecnológico da indústria farmacêutica e com a variedade de produtos 
no mercado, a administração de medicamentos tornou-se uma tarefa complexa, requerendo 
cada vez mais responsabilidades, habilidades técnicas e conhecimentos farmacológicos, 
anatômicos e fisiológicos dos profissionais de saúde (CARVALHO E CASSIANI, 2000). 
A grande variedade de medicamentos, a complexidade das ações farmacológicas e o 
despreparo dos profissionais de saúde na administração de medicamentos podem acarretar 
erros de medicação, que agravam o estado de saúde dos pacientes e apresentam relevantes 
repercussões econômicas e sociais (CARVALHO E CASSIANI, 2000; ANACLETO et al., 2010). 
Nos últimos anos, o aumento nos estudos relacionados à segurança do paciente 
confirmou que os erros de medicação devem ser considerados como um problema mundial 
de saúde pública, por se tratar de ocorrências comuns que podem assumir dimensões 
clinicamente significativas e impor custos relevantes ao sistema de saúde (ANACLETO et al., 
2010). 
 
8Questão 18 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
45 
Carvalho e Cassiani (2002) confirmam essas informações ao apresentarem o 
resultado de uma pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos da América que indicou que 
lesões não intencionais relacionadas à terapia medicamentosa afetam 1,3 milhão de 
indivíduos por ano no país, gerando custo anual de 76,6 milhões de dólares com a 
hospitalização desses pacientes. 
Em um ambiente hospitalar, o ciclo do medicamento envolve três diferentes etapas: a 
prescrição, a dispensação e a administração dos medicamentos. Cada uma dessas etapas do 
ciclo é passível de erros em função da complexidade das ações farmacológicas dos 
medicamentos e dos cuidados essenciais para a sua prescrição e administração. 
A prescrição, primeira etapa do ciclo de utilização do medicamento, de 
responsabilidade médica, tem grande influência no problema global de erros de medicação. 
Estudos científicos internacionais identificaram que a incidência de erros de prescrição varia 
de 3,13 a 29 erros por mil medicamentos prescritos, indicando, portanto, incidência 
relativamente elevada de erros nessa fase (NÉRI, 2004). 
A dispensação, segunda etapa do ciclo, frequentemente realizada por um 
farmacêutico, envolve a disponibilização do medicamento para as unidades de internação e 
também constitui uma etapa passível de erro. 
A administração do medicamento, terceira fase do ciclo, é de responsabilidade da 
equipe de enfermagem, que deve ter conhecimentos específicos para exercer com 
habilidade essa função (CARVALHO E CASSIANI, 2000; NÉRI, 2004). 
O Instituto para Práticas Seguras no uso de Medicamentos no Brasil (ISMP – Brasil) e 
a Organização Mundial de Saúde (OMS) adotam as definições citadas a seguir, relacionadas 
aos erros de medicação (ANACLETO et al., 2010). 
• Eventos adversos relacionados a medicamentos: quaisquer lesões ou danos 
provocados pelo uso ou pela falta do uso do medicamento, incluindo as reações adversas 
e os erros de medicação, explicados a seguir. 
o Reação adversa ao medicamento: qualquer resposta nociva ou indesejada ao 
medicamento, que ocorre na dose normalmente usada para profilaxia, diagnóstico 
ou tratamento de doença. 
o Erros de medicação: qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, 
pode levar ao uso inadequado de medicamento. Envolvem os erros de prescrição, 
de dispensação e de administração do medicamento, descritos abaixo. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
46 
▪ Erro de prescrição: é o erro de decisão ou de redação, não intencional, 
que pode reduzir a probabilidade de o tratamento ser efetivo ou pode 
aumentar o risco de lesão no paciente. 
▪ Erro de dispensação: corresponde à discrepância entre a ordem escrita 
naprescrição médica e o atendimento dessa ordem. São erros cometidos 
por funcionários da farmácia (farmacêuticos, inclusive) quando realizam a 
dispensação de medicamentos para as unidades de internação. 
▪ Erro de administração: trata-se de qualquer desvio no preparo e na 
administração de medicamentos mediante prescrição médica, ou de 
qualquer não observância das recomendações ou guias do hospital ou das 
instruções técnicas do fabricante do produto. 
É importante mencionar que diversos aspectos podem desencadear o erro de 
medicação, entre eles citam-se (CARVALHO E CASSIANI, 2000): 
• fatores relacionados à organização do trabalho, como acúmulo de atividades, recursos 
humanos insuficientes e mal qualificados e locais desprovidos de materiais, aparelhos e 
recursos financeiros; 
• fatores relacionados ao ambiente, como planta física inadequada, frequentes 
interrupções de outros profissionais durante a preparação da medicação pelo profissional 
da enfermagem, presença de ruídos e luminosidade inadequada; 
• fatores relacionados ao trabalho, como sobrecarga de trabalho, fadiga, estresse e 
desatenção no ambiente de trabalho. 
O erro de medicação é um dos indicadores da qualidade da assistência prestada aos 
clientes hospitalizados que envolve a atuação de diversos profissionais de saúde e dos 
pacientes. Por isso, é necessário que a instituição de saúde propicie um ambiente seguro, 
com disponibilidade de recursos humanos, físicos e materiais, assim como investimentos em 
educação (com ênfase em farmacologia) dos profissionais e dos pacientes. O intuito dessas 
medidas é assegurar aos clientes o direito de que lhe seja prestada assistência livre de 
danos ou prejuízos decorrentes de erros de medicação e, assim, seja garantida sua 
segurança durante seu tratamento (FREITAS, 2005). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A questão foi anulada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) 
em função da falta de informações importantes para a identificação do tipo de erro de 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
47 
medicação cometido. As análises das afirmativas e os motivos de suas inadequações estão 
descritos a seguir. 
 
A – Alternativa inadequada. 
JUSTIFICATIVA. A administração do medicamento foi autorizada na prescrição médica que 
receitava a administração de dipirona 1 g (EV), se houvesse queixa dolorosa. 
 
B – Alternativa inadequada. 
JUSTIFICATIVA. A questão não descreve qual foi a via utilizada pelo enfermeiro para a 
administração do medicamento. 
 
C – Alternativa adequada. 
JUSTIFICATIVA. Conforme consta no histórico, o paciente M. K. é alérgico a dipirona. Se o 
médico prescreveu a dipirona 1 g endovenosa, houve um erro de prescrição, visto que tal 
medicamento não poderia ter sido receitado pelo médico em função da reação alérgica 
relatada pelo paciente. 
 
D – Alternativa inadequada. 
JUSTIFICATIVA. A questão não fornece nenhuma informação sobre o modo como o 
medicamento foi preparado, apenas cita que o fármaco foi administrado conforme 
prescrição. 
 
E – Alternativa inadequada. 
JUSTIFICATIVA. A questão apenas cita que o fármaco foi administrado conforme prescrição, 
mas não menciona a dose administrada. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• ANACLETO, T. A.; ROSA, M.B; NEIVA, H. M.; MARTINS, M. A. P. Farmácia Hospitalar: 
Erros de Medicação. [online]. Brasília: Conselho Federal de Farmácia - Pharmacia 
Brasileira, 2010; jan./fev. Disponível em 
<http://www.sbrafh.org.br/site/index/library/id/53>. Acesso em 17 set. 2012. 
• CARVALHO, V. T; CASSIANI, S. H. B. Erros na medicação: análise das situações relatadas 
pelos profissionais de enfermagem. Medicina, 2000, jul./set.; 33:322-330. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
48 
• CARVALHO, V. T; CASSIANI, S. H. B. Erros na medicação e consequências para 
profissionais de enfermagem e clientes: um estudo exploratório. Rev. Latino-am. 
Enfermagem, 2002; 10(4):523-9. 
• FREITAS, G. F. A responsabilidade ético-legal do enfermeiro. In: OGUISSO, T. (org.). 
Trajetória histórica e legal da enfermagem. Barueri (SP): Manole; 2005. p.173-200. 
• INSTITUTO PARA PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS DO BRASIL (ISMP - 
Brasil). [home Page]. Disponível em <http://www.ismp-brasil.org/>. Acesso em 17 set. 
2012. 
• INSTITUTO PARA PRÁTICAS SEGURAS NO USO DE MEDICAMENTOS DO BRASIL (ISMP - 
Brasil). Medicamentos potencialmente perigosos. [home Page]. Disponível em 
<http://www.ismp-brasil.org/faq/medicamentos_potencialmente_perigosos.php>. Acesso 
em 17 set. 2012. 
• NÉRI, E. D. R. Determinação do perfil dos erros de prescrição de medicamentos em um 
hospital universitário. [dissertação]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Faculdade 
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Departamento de Farmácia, 2004. 
 
4. Texto complementar – Questão 8 
 
Prevenção de erros de medicação 
 
As consequências clínicas e sociais dos erros de medicação podem ser significativas, por 
isso a introdução de medidas de prevenção desses erros deve abranger todas as etapas que 
compõem o ciclo do medicamento, que incluem a embalagem, a identificação, o 
armazenamento, a prescrição, a dispensação, a preparação e a administração (ANACLETO et 
al., 2010). 
As medidas de prevenção de erros de medicação devem ser desenvolvidas e implantadas 
pelas unidades de saúde, sobretudo para os medicamentos potencialmente perigosos, 
conceituados como os fármacos que aumentam o risco de provocar danos significativos aos 
clientes em decorrência de falha no processo de utilização (ANACLETO et al., 2010; ISMP, 
2012). 
De acordo com o Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos do Brasil 
(ISMP - Brasil), organização não governamental criada em 2009 com o objetivo de prevenir 
os erros de medicação, e conforme as normas adaptadas do programa do governo espanhol 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
49 
para a promoção de práticas seguras no uso de medicamentos de alto risco, a instituição de 
saúde deve adotar as ações que seguem (ANACLETO et al., 2010; ISMP, 2012). 
• Estabelecimento e divulgação de uma lista dos medicamentos potencialmente perigosos 
utilizados na instituição de saúde. 
• Padronização da prescrição, da dispensação, da preparação, da administração e do 
armazenamento das medicações. 
• Utilização de etiquetas auxiliares com cores ou sinais de alerta diferenciados nas 
embalagens. 
• Implantação de práticas de dupla checagem na dispensação, no preparo e na 
administração. 
• Limitação do número de apresentações e concentrações disponíveis, particularmente 
anticoagulantes, opiáceos e insulinas. 
• Retirada, das enfermarias e dos ambulatórios, de soluções concentradas de eletrólitos, 
particularmente cloreto de potássio injetável. 
• Estabelecimento e divulgação das doses máximas desses medicamentos a serem 
administradas. 
• Melhora no acesso à informação sobre os medicamentos. 
• Uso de indicadores para o gerenciamento dos erros de medicação. 
• Incorporação de alertas de segurança nos sistemas informatizados de prescrição e 
dispensação. 
Curiosidade. Segundo o Boletim ISMP do Brasil, publicado em agosto de 2012, a água 
estéril é considerada um medicamento potencialmente perigoso. A água estéril ou água para 
injeção é amplamente utilizada em pequenos volumes como solvente ou diluente de me-
dicamentos compatíveis, ou, ainda, no preparo de soluções para administração intravenosa. 
Como se trata de uma substância fortemente hipotônica (0 mOsm/L), sua administração 
intravenosa pode causar hiper-hidratação, redução da concentração total sérica de sódio 
(hiponatremia), proteínas, hematócrito e hemoglobina, além de provocar hemólise. Por isso, 
a água estéril em embalagens com volume igual ou superior a 100 mL foi classificada como 
potencialmente perigosa e sua administração intravenosa deve ser feita com cautela e, 
exclusivamente, depoisda adição do soluto adequado, garantindo que a solução final esteja 
aproximadamente isotônica em relação ao plasma sanguíneo. Assim, o profissional de saúde 
deve estar atento à prescrição e administração endovenosa dessa substância (Boletim ISMP 
- Brasil, 2012 - vol. 1, nº 3). O referido texto está disponível no sítio 
<http://www.boletimismpbrasil.org/boletins/pdfs/boletim_ISMP_10.pdf>. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
50 
Questão 9 
Questão 9.9 
O enfermeiro D. B., responsável pela Central de Material e Esterilização (CME), realizará um 
treinamento com sua equipe sobre biossegurança na CME. Quais os sete principais temas 
que ele deverá abordar com a equipe que atua nessa unidade? 
A. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Laser; 
Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout. 
B. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação 
para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos 
voláteis; Estresse e Burnout. 
C. Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação 
para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; 
Estresse e Burnout. 
D. Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; 
Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; 
Raios X; Estresse e Burnout. 
E. Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Laser; Preparação para 
situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raios X; Estresse e 
Burnout. 
 
1. Introdução teórica 
 
Biossegurança na Central de Material Esterilizado (CME) 
 
Os artigos médico-hospitalares utilizados em estabelecimentos de saúde para a 
realização de diagnósticos e de tratamentos ou para a efetuação de procedimentos de 
saúde, se não forem submetidos aos processos de descontaminação após cada uso, podem 
tornar-se veículos de transmissão de agentes infecciosos, disseminando infecções nas 
instituições de saúde (BRASIL, 1994; SOUZA e MOZACHI, 2005). 
A desinfecção e a esterilização dos artigos empregados na assistência à saúde são 
processos que podem interromper a cadeia de disseminação dos agentes infecciosos. A 
desinfecção é o método capaz de eliminar a maioria dos organismos patogênicos da 
 
9Questão 19 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
51 
superfície do artigo, com exceção dos esporos, enquanto a esterilização é o processo de 
destruição de todos os organismos vivos da superfície do material (BRASIL, 1994; SOUZA e 
MOZACHI, 2005). 
A Central de Material Esterilizado (CME) constitui a unidade de apoio técnico de um 
estabelecimento de saúde responsável pelo processamento dos artigos médico-hospitalares, 
fornecendo artigos livres de agentes contaminantes. A CME é destinada à recepção, ao 
expurgo, à limpeza, à descontaminação, ao preparo, à esterilização, à guarda e à 
distribuição dos materiais médico-hospitalares empregados por essas instituições (RDC Nº 
50, ANVISA, 2002). 
O quadro de profissionais de saúde de uma CME deve ser composto por enfermeiros, 
técnicos e auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos (SOBECC, 2009). As 
atividades desenvolvidas diferem de acordo com a área da CME, conforme descrito a seguir 
(RDC Nº 50, ANVISA, 2002; LEITE, 2012). 
• Área de recepção, lavagem e descontaminação: 
• receber, conferir e anotar a quantidade e espécie do material e das roupas 
recebidos; 
• desinfetar e separar os materiais recebidos; 
• verificar o estado de conservação do material e das roupas; 
• realizar a limpeza dos materiais e das roupas; 
• encaminhar os materiais e as roupas para a área de preparo. 
• Área de preparo dos materiais: 
• verificar as condições de conservação e limpeza das roupas e dos materiais; 
• preparar, empacotar ou acondicionar os materiais e as roupas a serem 
esterilizados; 
• encaminhar o material preparado para a esterilização. 
• Área de esterilização: 
• efetuar o processo de esterilização das roupas e dos materiais; 
• esterilizar as roupas e os materiais por meio dos métodos físicos (calor 
úmido, calor seco e ionização) e/ou químico (líquido e gás), proporcionando 
condições de aeração dos produtos esterilizados a gás; 
• fazer o controle microbiológico e verificar o prazo de validade de 
esterilização dos produtos esterilizados. 
• Área de armazenagem e distribuição de materiais descartáveis: 
• armazenar e distribuir os materiais e as roupas esterilizadas. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
52 
 
Uma das atividades comuns a todas as áreas da CME é zelar pela proteção e 
segurança dos trabalhadores (RDC Nº 50, ANVISA, 2002; LEITE, 2012). 
Em função das atividades exercidas na CME, os profissionais de saúde atuantes nessa 
unidade estão expostos a diversos riscos ocupacionais, como os citados a seguir (ANVISA, 
2010). 
• Risco biológico: é a exposição aos microrganismos, geneticamente modificados ou 
não, às culturas de células, aos parasitos, ao sangue e aos fluidos corporais, aos 
meios de cultura e aos espécimes clínicos. 
• Risco químico: é relacionado às substâncias, aos compostos ou aos produtos que 
possam penetrar no organismo pela via respiratória, ou que, pela natureza da 
exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou 
por ingestão. 
• Risco físico: é relacionado à exposição do trabalhador às diversas formas de 
energia, tais como ruído, calor, pressão, umidade e vibrações. 
• Risco físico-químico: é a capacidade de um produto reagir com outra substância, 
produzindo fenômenos físicos como calor, combustão ou explosão ou produzindo 
substância tóxica. 
• Risco tóxico: é o efeito nocivo que pode ser causado pela utilização de uma 
substância tóxica. Depende das propriedades físico-químicas, vias de penetração 
no organismo, dose, alvos biológicos, capacidade orgânica de eliminação e efeitos 
sinérgicos com outros agressores. 
• Risco ergonômico: qualquer fator que pode interferir nas características 
psicofisiológicas do trabalhador, afetando sua saúde ou causando desconforto. 
Exemplos: ritmo excessivo de trabalho, levantamento de peso, monotonia, 
repetitividade e postura inadequada no trabalho. 
Além das relações de trabalho, por vezes precárias e tensas, reduções contínuas do 
contingente de trabalhadores da enfermagem, associadas à exigência de maior 
produtividade, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas realizadas, 
constituem fatores psicossociais desencadeantes do estresse ocupacional, ou seja, do 
estresse relacionado ao trabalho (BRASIL, 2001). 
Uma das consequências da exposição crônica do profissional aos fatores estressantes 
nas relações de trabalho é a síndrome de Burnout. A sensação de estar acabado, ou 
síndrome do esgotamento profissional, está sendo descrita como resultante da vivência 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
53 
profissional em um contexto de relações complexas, no qual o trabalhador desgasta-se e, 
em dado momento, desiste, perde a energia ou “queima”-se completamente, 
desinteressando-se por sua atividade laboral (BRASIL, 2001). 
A síndrome de Burnout atinge, sobretudo, os profissionais de serviços ou cuidadores 
quando em contato direto com usuários e atinge trabalhadores da educação e da saúde, 
policiais, assistentes sociais e professores, entre outros (BRASIL, 2001). Desse modo, os 
profissionais atuantes nas instituições de saúde, assim como na CME, estão expostos aos 
diversos fatores estressantes no ambiente de trabalho, o que pode resultar em estresse 
ocupacional ou síndrome de Burnout. 
Em função dos riscos aos quais os trabalhadores de saúde estão expostos, o 
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil estabeleceu, por meio da Norma 
RegulamentadoraNº 32, as medidas para proteção à segurança e à saúde dos profissionais 
atuantes nas Unidades de Saúde. Essa norma visa à prevenção de acidentes e de doenças 
causadas pelo trabalho dos profissionais de saúde, eliminando ou controlando as condições 
de risco presentes nos Serviços de Saúde, como os agentes de risco biológico, químico, 
físico e ergonômico (BRASIL, 2005). 
A NR-32 recomenda a adoção de medidas preventivas e a capacitação de todos os 
trabalhadores para o exercício do trabalho de modo seguro (BRASIL, 2005). Competem ao 
enfermeiro a preparação e a capacitação dos profissionais atuantes nas Unidades de Saúde, 
conforme as necessidades de cada setor específico, para evitar que os trabalhadores sejam 
acometidos pelas doenças ocupacionais ou pelos acidentes no ambiente de trabalho. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os trabalhadores da CME não estão expostos à irradiação proveniente do 
laser. Esse equipamento é mais utilizado na prestação de atendimento de apoio ao 
diagnóstico e em terapia. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Os profissionais que atuam na CME estão expostos a todos os riscos citados 
na alternativa. O uso de equipamentos de proteção individual constitui uma temática que 
deve ser abordada em todos os setores de qualquer estabelecimento de saúde. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
54 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os trabalhadores da CME não estão expostos à radiação proveniente dos 
raios X. Esse equipamento é mais utilizado na prestação de atendimento de apoio ao 
diagnóstico. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os profissionais que atuam na CME não estão expostos à radiação 
proveniente dos raios X nem aos agentes quimioterápicos. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os profissionais que atuam na CME não estão expostos à radiação 
proveniente do laser e dos raios X nem aos agentes quimioterápicos. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. 
Processamento de artigos e superfícies em estabelecimentos de saúde. 2. ed. Brasília 
(DF): Ministério da Saúde, 1994. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil. Doenças 
relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde. 
Organizado por Elisabeth Costa Dias e Idelberto Muniz Almeida et al. Brasília (DF): 
Ministério da Saúde, 2001. 
• BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução – RDC Nº 50, de 
21 de fevereiro de 2002. Disponível em 
<http://www.fiocruz.br/redeblh/media/50_02rdc.pdf>. Acesso em 10 ago. 2012. 
• BRASIL. Ministério do Trabalho e Educação. Norma regulamentadora 32 (NR 32): 
segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 
2005. Disponível em 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC8820135161931EE29A3/NR-
32%20(atualizada%202011).pdf>. Acesso em 20 ago. 2012. 
• BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança do paciente em 
serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília: Anvisa, 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
55 
• LEITE, F. B. Central de material esterilizado. Projeto de Reestruturação e ampliação do 
Hospital Regional de Francisco Sá [on line]. Disponível em 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/artigo_CME_flavia_leite.pdf>. 
Acesso em 10 ago. 2012. 
• Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (SOBECC). Recuperação 
anestésica e central de material e esterilização: práticas recomendadas. 5. ed. São Paulo: 
SOBECC, 2009. 
• SOUZA, V. H. S.; MOZACHI, N. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 2. ed. 
Curitiba: Manual Real, 2005. 
 
4. Texto complementar – Questão 9 
 
Normas Regulamentadoras 
 
 As Normas Regulamentadoras (NR) foram publicadas pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego com o objetivo de estabelecer os requisitos legais e técnicos sobre os aspectos 
mínimos de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO). 
Atualmente, existem 35 Normas Regulamentadoras, das quais merecem destaques 
as normas que podem ser implementadas nos serviços de saúde, tais como: 
NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) 
NR 7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) 
NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) 
NR 17 - Ergonomia 
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimento de Saúde 
Todas as normas regulamentadoras supracitadas devem ser de conhecimento dos 
profissionais que atuam no setor de saúde, sobretudo a NR-32. Por isso, recomendam-se a 
leitura e a discussão dessa Norma. Todas as Normas estão disponíveis no sitio do Ministério 
do Trabalho e do Emprego do Brasil, pelo endereço 
<http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm>. 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
56 
Questão 10 
Questão 10.10 
 
BRASIL, Ministério da Saúde. Manual Técnico para controle da tuberculose: caderno de atenção básica. 
Brasília, 2002. 
 
O gráfico acima revela que a tuberculose continua sendo um preocupante problema de 
saúde no Brasil, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. 
Considerando que os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença, para 
tentar interromper sua cadeia de transmissão, é fundamental a: 
A. realização de prova tuberculínica cutânea em todas as pessoas com casos suspeitos e em 
seus comunicantes. 
B. percepção de que existem pessoas expostas aos bacilos que não desenvolvem a doença, 
mas a transmitem por meio de materiais de uso comum. 
C. busca ativa de sintomático respiratório, isto é, de indivíduos com tosse por tempo igual 
ou superior a seis semanas. 
D. compreensão de que o conceito de contato abrange os familiares que convivem no 
mesmo ambiente domiciliar com o caso índice no momento do diagnóstico da 
tuberculose. 
E. descoberta precoce de caso novo por meio da busca ativa do sintomático respiratório na 
população com tosse há mais de três semanas. 
 
 
 
10Questão 20 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
57 
1. Introdução teórica 
 
Tuberculose 
 
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa que atinge principalmente o pulmão, 
com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15 a 54 anos) e do gênero 
masculino (BRASIL, 2008). Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação (SINAN/MS), no Brasil são notificados anualmente 85 mil casos novos da doença, 
correspondendo a um coeficiente de incidência de 47/100.000 habitantes, sendo verificados 
cerca de 6 mil óbitos por ano em decorrência da tuberculose (BRASIL, 2002). 
O agente etiológico da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis, também 
denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga pelo ar, por meio de gotículas contendo 
os bacilos expelidos pelo doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em 
voz alta. Quando a pessoa sadia inala as gotículas contendo os bacilos, o sistema 
imunológico geralmente intervém, impedindo a multiplicação dos bacilos e o 
desenvolvimento da doença. As pessoas são consideradas infectadas, mas não estão 
doentes e não transmitem o bacilo (BRASIL, 2002). 
Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver a doença em qualquer momento de 
sua vida, quando o sistema imune não puder mais manter os bacilos “sob controle”. De 
acordo com o Ministério da Saúde (2002; 2008), apenas cerca de 10% das pessoas 
infectadas adoecem, metade delas durante os dois primeiros anos após a infecção e a outra 
metade ao longo de sua vida. Em 5% dos indivíduos infectados, ocorre a implantação dos 
bacilos no parênquima pulmonar ou nos linfonodos, iniciando-se o processo de multiplicação 
dos BK, o que origina o quadro da tuberculose (BRASIL, 2008). 
A transmissão do bacilo deKoch é plena quando o indivíduo infectado estiver doente, 
eliminando bacilos, e não tiver iniciado o tratamento. Com o início do esquema terapêutico 
recomendado, a transmissibilidade é reduzida, gradativamente, em 2 semanas (BRASIL, 
2008). 
Os principais sintomas da tuberculose são a tosse com expectoração por três 
semanas ou mais, a falta de apetite e o emagrecimento, a dispneia, a astenia, a dor 
torácica, a sudorese noturna e a febre. A sintomatologia que mais chama a atenção, na 
maioria dos casos, é a febre, habitualmente moderada, persistente por mais de 15 dias e, 
frequentemente, vespertina (BRASIL, 2008; 2010). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
58 
O histórico de contato, intradomiciliar ou não, com uma pessoa com tuberculose e a 
apresentação dos sinais e sintomas sugestivos da doença são os principais indícios para a 
investigação da enfermidade. O diagnóstico da doença é feito por meio do exame clínico, 
baseado na sintomatologia e na história epidemiológica, e da baciloscopia direta do escarro, 
indicada para os sintomáticos respiratórios (indivíduos com tosse com expectoração há três 
semanas ou mais) e contatos de doentes com tuberculose. A cultura do Bacilo de Koch é 
outro método indicado para o diagnóstico de pessoas suspeitas de tuberculose pulmonar 
com baciloscopia repetidamente negativa e para o diagnóstico de formas extrapulmonares 
da doença (BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
O exame radiológico (raios X) é um método auxiliar para o diagnóstico da tuberculose 
que permite avaliar as lesões e a evolução clínica do doente. A prova tuberculínica (PT) 
também é um método auxiliar para o diagnóstico da doença, sobretudo da infecção latente 
(BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
A partir da confirmação do diagnóstico da tuberculose, os profissionais de saúde 
devem notificar o caso à Vigilância Epidemiológica do município, por se tratar de uma 
doença de notificação compulsória. Apesar de ser uma doença grave, a tuberculose é 
curável em praticamente 100% dos casos novos (BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária para o controle da tuberculose, 
permitindo anular rapidamente as maiores fontes de transmissão. Poucos dias após o início 
da quimioterapia correta (15 dias) e havendo melhora clínica, os bacilos praticamente 
perdem seu poder infectante e o paciente pode ser considerado não infectante (BRASIL, 
2002; 2008; 2010). 
O tratamento dos casos novos de tuberculose pulmonar com baciloscopia positiva 
pode ser iniciado por um profissional capacitado, com prescrição médica prévia, na Unidade 
de Saúde mais próxima à residência do doente. A hospitalização é indicada somente nos 
casos graves ou nos casos de maior probabilidade de abandono do tratamento (BRASIL, 
2008; 2010). 
O esquema de tratamento da tuberculose diferencia-se de acordo com a evolução e o 
tipo de tuberculose, conforme apresentado no quadro 1. 
 
Quadro 1. Esquemas preconizados segundo situação de tratamento do paciente e unidades de atendimento. 
Situação Esquema indicado Local de realização 
Caso novo Esquema básico Atenção básica 
Com tratamento anterior: 
Recidiva após cura 
Esquema básico até o 
resultado da cultura 
Atenção básica 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
59 
Retorno após abandono Referência terciária 
Tratamentos especiais: 
Hepatopatias, HIV/Aids, uso 
imunossupressores, grandes efeitos 
colaterais 
Esquemas especiais Referência secundária 
Tuberculose meningoencefálica Esquema para 
meningoencefalite 
Hospitais inicialmente 
Falência por multirresistência ao 
tratamento antituberculose 
Esquemas especiais 
para multirresistência 
Referência terciária 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde; 2010. 
 
Em 2009, o sistema de tratamento da tuberculose no Brasil foi revisado pelo 
Programa Nacional de Controle da Tuberculose, juntamente com o seu Comitê Técnico 
Assessor. Em função do aumento da resistência primária à isoniazida (de 4,4 para 6,0%), o 
Etambutol foi introduzido como quarto fármaco na fase intensiva de tratamento (dois 
primeiros meses) do Esquema Básico (BRASIL, 2010). 
Atualmente, utiliza-se o Esquema Básico, com Rifampicina (R), Isoniazida (H), 
Pirazinamida (Z) e Etambutol (E), via oral, em regime diário, sob supervisão de um 
profissional de saúde durante seis meses para o tratamento de casos novos (2RHZE/4RH). 
Para todos os casos de retratamento, serão solicitados cultura, identificação e teste de 
sensibilidade, iniciando-se o tratamento com o Esquema Básico até o resultado desses. Os 
casos que evoluem para falência do tratamento devem ser criteriosamente avaliados quanto 
ao histórico terapêutico, à adesão aos tratamentos anteriores e à comprovação de 
resistência aos medicamentos. Esses casos receberão o Esquema Padronizado para 
Multirresistência ou Esquemas Especiais individualizados (BRASIL, 2010). 
A prevenção da disseminação da doença deve ser realizada por meio da investigação 
e do acompanhamento dos contatos dos doentes, especialmente os intradomiciliares, com a 
identificação dos sintomáticos respiratórios. As ações de diagnóstico e tratamento precoces 
e a busca ativa de bacilíferos na população de sintomáticos respiratórios e nos contatos dos 
doentes são as principais estratégias para reduzir a transmissão do bacilo da tuberculose. A 
investigação da vacinação contra tuberculose, pela vacina BCG, também é uma importante 
estratégia para evitar a disseminação da doença (BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
A educação em saúde constitui um forte recurso para a prevenção da disseminação 
da tuberculose, que deve ser amplamente empregada pelos profissionais de saúde e, 
especialmente, pelo enfermeiro. O desconhecimento da população leva à discriminação do 
doente nos âmbitos familiar e profissional. No entanto, programas mais efetivos para o 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
60 
controle da tuberculose ainda são necessários, assim como melhorias nas condições de vida 
e de saneamento básico, medidas simples que poderiam auxiliar na redução dos casos da 
doença no Brasil e no mundo (BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A prova tuberculínica é um método auxiliar para o diagnóstico da 
tuberculose, mas não é um recurso que interrompe a cadeia de transmissão da doença. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Somente a percepção de que existem pessoas expostas ao bacilo não 
interrompe a cadeia de transmissão da doença. Além disso, o bacilo de Koch é transmitido 
quando o indivíduo infectado estiver doente. Desse modo, as pessoas expostas ao bacilo 
que não desenvolvem a doença não são fontes de transmissão e disseminação da 
tuberculose. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A busca ativa para a identificação dos sintomáticos respiratórios é 
fundamental para evitar a disseminação da tuberculose, no entanto, é considerado 
sintomático respiratório o indivíduo com tosse por tempo superior a 3 semanas e não 6, 
conforme citado na alternativa. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Apenas compreender que o contato abrange os familiares e as pessoas que 
convivem com o caso índice (doente) não é suficiente para impedir a transmissão do bacilo. 
Para isso, são fundamentais o diagnóstico e o tratamento precoce. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Ações de diagnóstico e tratamento precoce de caso novo e a busca ativa 
dos bacilíferos na população com sintomáticos respiratórios (com tosse há mais de 3 
semanas) e nos contatos dos doentes são as principais estratégias para evitar a transmissão 
do bacilo da tuberculose. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
61 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Manual técnico para o controle da tuberculose:cadernos de atenção básica. 6. 
ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 7. ed. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2008. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de 
Controle da Tuberculose. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no 
Brasil. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2010. 
 
4. Texto complementar – Questão 10 
 
Diagnóstico da tuberculose 
 
O diagnóstico da tuberculose é definido, geralmente, por meio do exame clínico feito 
pelo profissional de saúde e da baciloscopia direta do escarro. No Brasil, a técnica mais 
utilizada para a baciloscopia do indivíduo com suspeita de tuberculose (com tosse e 
expectoração há 3 semanas ou mais) é a pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) 
pelo método de Ziehl-Nielsen (BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
A prova tuberculínica (PT), método auxiliar para o diagnóstico da tuberculose, 
consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis para medir a 
resposta imune celular a estes antígenos. No Brasil, a tuberculina utilizada é o PPD RT23, 
por isso a denominação teste de PPD para a prova tuberculínica. Quando reatora, 
isoladamente, a PT indica apenas a presença de infecção e não é suficiente para o 
diagnóstico da doença. Reações falso-positivas da PT podem ocorrer em indivíduos 
infectados por outras micobactérias ou vacinados com a BCG, sobretudo se vacinados (ou 
re-vacinados) após o primeiro ano de vida (BRASIL, 2002; 2008; 2010). 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 3 – CQA/UNIP 
62 
ÍNDICE REMISSIVO 
 
Questão 1 Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Doença Pulmonar Obstrutiva 
Crônica (DOC). Pneumonia. 
Questão 2 Heparina. 
Questão 3 Parasitoses. 
Questão 4 Dengue. 
Questão 5 Esclerose múltipla. 
Questão 6 Cuidados de enfermagem no pré-operatório. 
Questão 7 Estratégia Saúde da Família e Saúde Mental no Brasil. 
Questão 8 Erros de medicação. 
Questão 9 Biossegurança na Central de Material Esterilizado (CME). 
Questão 10 Tuberculose. 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
2 
 
 
CQA - COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
Tomo 4 
 
 
Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial 
não pode ser reproduzido ou utilizado sem autorização expressa, 
por escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação 
da UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
3 
Questão 1 
Questão 1.1 
O conhecimento do enfermeiro com relação aos resíduos sólidos de saúde faz parte de sua 
atuação profissional. A Norma Regulamentadora Nº 32 (NR-32) dedicou especial atenção ao 
tratamento dos resíduos, por suas implicações na biossegurança pessoal e no meio 
ambiente. É importante ressaltar que a NR-32 não desobriga o cumprimento da Resolução 
ANVISA RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004, e da Resolução CONAMA Nº 358, de 29 de 
abril de 2005. Essas resoluções dispõem acerca do Plano de Gerenciamento de Resíduos de 
Serviços de Saúde (PGRSS) e da necessidade da designação de profissional com registro 
ativo junto ao seu conselho de classe. 
Com base nessas legislações, qual das opções a seguir apresenta procedimento inadequado 
em relação aos resíduos? 
A. Os recipientes existentes em uma sala de cirurgia e de parto não necessitam de tampa 
de vedação. 
B. Para recipientes destinados à coleta de material perfurocortante, o limite máximo de 
enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. 
C. O recipiente para acondicionamento de perfurocortante deve ser mantido em suporte 
exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte. 
D. O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não 
exista contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. 
E. Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e 
a saúde do trabalhador, devem ser improvisados por ele meios mais apropriados para 
não comprometer sua integridade física. 
 
1. Introdução teórica 
 
Saúde do trabalhador: Norma Regulamentadora Nº 32 (NR-32) 
 
No Brasil, as Normas Regulamentadoras (NRs) relativas à Segurança e Medicina do 
Trabalho foram aprovadas pela Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Essa portaria 
regulamentou e forneceu orientações sobre os procedimentos obrigatórios relacionados à 
segurança e à medicina do trabalho no país (BRASIL, 1978). 
 
1Questão 21 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
4 
Atualmente, o Ministério do Trabalho e Emprego estabelece 35 Normas 
Regulamentadoras que devem ser de observância obrigatória pelas empresas privadas e 
públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos 
dos Poderes Legislativo e Judiciário, que tenham empregados regidos pela Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1978; 2012). 
A Norma Regulamentadora número 32 (NR-32) foi aprovada pela Portaria GM Nº 485, 
de 11 de novembro de 2005, pela Portaria GM Nº 939, de 18 de novembro de 2008, e pela 
Portaria GM Nº 1.748, de 30 de agosto de 2011. Essa NR estabelece as diretrizes básicas 
para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos 
serviços de saúde, assim como dos profissionais que exercem atividades de promoção e 
assistência à saúde em geral (BRASIL, 2005). 
De acordo com a NR-32, qualquer edificação destinada à prestação de assistência à 
saúde da população e a todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e 
ensino em saúde humana em qualquer nível de complexidade é considerada um serviço de 
saúde (BRASIL, 2005). 
A definição de serviço de saúde incorpora o conceito de edificação. Desse modo, 
todos os profissionais que exerçam atividades nessas edificações, relacionadas ou não com a 
promoção e assistência à saúde, são abrangidos pela norma, incluindo os trabalhadores 
responsáveis pela higienização, reforma e manutenção da edificação e de seus recursos 
materiais (BRASIL, 2005). 
A NR-32 visa à prevenção de acidentes e de doenças causadas pelo trabalho dos 
profissionais que atuam na área da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco 
presentes nos serviços de saúde, que incluem os riscos biológicos, químicos, físicos e 
ergonômicos, os resíduos de saúde, as lavanderias, a limpeza e conservação dos materiais e 
utensílios e a manutenção de máquinas e equipamentos (BRASIL, 2005). 
O item 32.5 da referida Norma aborda as disposições preventivas dos resíduos dos 
serviços de saúde e discorre sobre 
• a responsabilidade do empregador na capacitação continuada dos profissionais 
envolvidos nas atividades de segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos; 
• as definições, a classificação e o potencial de risco dos resíduos; 
• o sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento; 
• as formas de redução da geração de resíduos; 
• o conhecimento das responsabilidades e tarefas; 
• o reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de resíduos; 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
5 
• o conhecimento a respeito da utilização dos veículos de coleta e as orientações quanto 
ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). 
O item 32.5.2 da NR-32 trata da utilização dos sacos plásticos usados no 
acondicionamento dos resíduos de saúde. Eles devem ser preenchidos até 2/3 de sua 
capacidade; fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, mesmo que 
virados com a abertura para baixo; retirados imediatamente do local de geração após o 
preenchimento e fechamento; e mantidos íntegros até o tratamento oua disposição final do 
resíduo (BRASIL, 2005). 
A NR-32 indica que a segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são 
gerados, com a utilização de recipientes que atendam às normas da ABNT. Os recipientes 
devem ser constituídos de material lavável, resistente à punctura, à ruptura e ao vazamento, 
com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados 
e resistentes ao tombamento. Devem estar localizados próximos da fonte geradora, 
devidamente identificados e sinalizados, segundo as normas da ABNT (BRASIL, 2005). 
Com relação ao controle do resíduo hospitalar, a NR-32 estabelece ainda que os 
recipientes existentes nas salas de cirurgia e de parto não necessitam de tampa para 
vedação. Para os recipientes destinados à coleta de material perfurocortante, o limite 
máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. O recipiente para 
acondicionamento dos perfurocortantes deve ser mantido em suporte exclusivo e em uma 
altura que permita a visualização da abertura para descarte. O transporte manual do 
recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista o contato deste com 
outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. Sempre que o transporte do recipiente de 
segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados 
meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua saúde e integridade física (BRASIL, 
2005). 
Além disso, a NR-32 estabelece as condições mínimas da sala de armazenamento 
temporário dos recipientes de transporte e os requisitos no transporte dos resíduos para a 
área de armazenamento externo. Torna obrigatória a existência de um local apropriado para 
o armazenamento externo dos resíduos até que sejam recolhidos pelo sistema de coleta 
externa (BRASIL, 2008). 
De modo geral, a NR-32 aborda a implementação de medidas de proteção à saúde e 
à segurança dos trabalhadores dos serviços de saúde. Por isso, para a atuação profissional, 
é importante que o enfermeiro tenha conhecimento acerca dessa norma. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
6 
2. Análise das alternativas 
 
Para resolução dessa questão, é importante observar que o enunciado solicita que o aluno 
aponte apenas uma das opções: a que indica um procedimento considerado inadequado 
em relação aos resíduos. 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a NR-32, os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de 
parto não necessitam de tampa para vedação. Portanto, o procedimento está adequado em 
relação aos resíduos. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a NR-32, para recipientes destinados à coleta de material 
perfurocortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado a 5 cm abaixo do 
bocal. Portanto, o procedimento está adequado em relação aos resíduos. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a NR-32, o recipiente para acondicionamento de 
perfurocortante deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a 
visualização da abertura para descarte. Portanto, o procedimento está adequado em relação 
aos resíduos. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a NR-32, o transporte manual do recipiente de segregação 
deve ser realizado de forma que não exista o contato dele com outras partes do corpo, 
sendo vedado o seu arrasto. Portanto, o procedimento está adequado em relação aos 
resíduos. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a NR-32, sempre que o transporte do recipiente de 
segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados 
meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua saúde e integridade física. Os meios 
devem ser técnicos e não devem ser improvisados pelo profissional de saúde. Portanto, o 
procedimento está inadequado em relação aos resíduos. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
7 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria GM Nº 3.214, de 08 de junho de 
1978 – NR 1 – Disposições Gerais (DOU 06/07/78). Disponível em 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>. Acesso em 
18 abr. 2011. 
• BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria GM Nº 485, de 11 de novembro 
de 2005 – NR 32 – Disposições Gerais (DOU 16/11/05). Disponível em 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>. Acesso em 
18 abr. 2011. 
• BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Riscos Biológicos: guia técnico. Os riscos 
biológicos no âmbito da Norma Regulamentadora Nº. 32. Brasília: Ministério da Saúde, 
2008. Disponível em <http://www.mte.gov.br/seg_sau/guia_tecnico_cs3.pdf>. Acesso 
em 18 abr. 2011. 
 
4. Texto complementar – Questão 1 
 
Leitura complementar 
 
 Sugere-se a leitura e a discussão da Norma Regulamentadora Nº 32, encontrada na 
íntegra no endereço eletrônico <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
8 
Questão 2 
Questão 2.2 
Um paciente de 2 meses de idade nasceu pré-maturo em uma UTI neonatal e está sob 
cuidados – ligado a um cateter venoso central, com 1 via em jugular D e SNE para receber 
leite materno, sendo que as administrações estavam sendo realizadas por uma mesma 
bomba de infusão. Às 12 h, foi inserido o leite materno na bomba de infusão para 
administração pela SNE pelo enfermeiro do plantão da manhã e, às 13 h, o enfermeiro do 
plantão da tarde desligou o equipamento ao término da infusão e detectou que o leite 
materno havia sido conectado à via de infusão endovenosa. 
O equívoco na conexão pode ter sido ocasionado por fator 
I. técnico, pela semelhança e compatibilidade entre os conectores. 
II. organizacional, pela utilização de bombas de infusão diferentes para administração de 
soluções intravenosas e dietas enterais. 
III. humano, devido ao acúmulo de tarefas, levando à não interrupção de atividades, à 
desatenção e à falta de descanso. 
É correto o que se afirma em 
A. I, apenas. 
B. II, apenas. 
C. I e III, apenas. 
D. II e III, apenas. 
E. I, II e III. 
 
1. Introdução teórica 
 
Erro profissional 
 
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e com a qualidade de 
vida da pessoa, da família e da coletividade. O profissional de Enfermagem, seja o 
enfermeiro, o técnico ou o auxiliar, deve exercer suas atividades com competência para a 
promoção do ser humano em sua integralidade, respeitando a vida, a dignidade e os direitos 
humanos em todas as suas dimensões (COFEN, 2009). 
 
2Questão 22 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
9 
O exercício da Enfermagem está pautado nas normas do Código de Ética dos 
Profissionais de Enfermagem (CEPE), que inclui princípios, direitos, responsabilidades, 
deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais de Enfermagem. As 
normas do CEPE consideram a necessidade e o direito de assistência em Enfermagem da 
população, assim como os interesses dos profissionais e sua organização (CEPE, 2007 apud 
COFEN, 2009). 
De acordo com os artigos 12 e 21 do CEPE (2007), a Enfermagem é responsável pela 
proteção à pessoa, à família ou à comunidade, assegurando-lhe assistência livre de danos 
provocados por imperícia, negligência ou imprudência. Negligência significa a falta de 
cuidado ao exercer determinada ação, ou seja, é o desleixo, a preguiça ou o descuido, 
caracterizando-se como inércia, passividade, omissão e desatenção. Imperícia refere-se à 
falta de conhecimento para o exercício da ação, ou seja, é o desconhecimento ou a 
inabilidade técnico-científica. Imprudência é a prática de determinada ação mesmo com a 
consciência de que ela poderá causar dano ao outro, significa uma ação sem o cuidado 
necessário, ou seja, é atuar de modo precipitado ouimpulsivo (COIMBRA E CASSIANI, 2001; 
FONTANA E LAUTERT, 2008). 
A prática de ações danosas pela equipe de Enfermagem, decorrente de negligência, 
imperícia ou imprudência, mesmo que não haja intenção ou vontade deliberada, é 
considerada uma forma culposa de crime e o profissional pode responder a um processo civil 
e ético em função do erro cometido. São exemplos de práticas culposas de crime: a injeção 
de substâncias estranhas, a introdução inadvertida de ar por via endovenosa, a 
administração de doses ou medicamentos errados e a administração de medicamento pela 
via errada (COIMBRA e CASSIANI, 2001). 
Os erros na administração dos medicamentos, um dos indicadores da qualidade da 
assistência prestada aos clientes hospitalizados, podem ocorrer pela falta de atenção 
(negligência), pelo desconhecimento (imperícia) e pela atuação sem o cuidado necessário 
(imprudência) do profissional da Enfermagem (FREITAS, 2005). Esses erros podem agravar 
o estado de saúde dos pacientes e desencadear relevantes repercussões econômicas e 
sociais (CARVALHO e CASSIANI, 2000; ANACLETO et al., 2010). 
É importante mencionar que diversos aspectos podem desencadear o erro na 
administração de uma medicação, dentre eles, citam-se: 
• fatores relacionados à organização do trabalho, como o acúmulo de atividades, recursos 
humanos insuficientes e mal qualificados, locais desprovidos de materiais, aparelhos e 
recursos financeiros; 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
10 
• fatores relacionados ao ambiente, como planta física inadequada, frequentes 
interrupções de outros profissionais durante a preparação da medicação pelo profissional 
da Enfermagem, presença de ruídos e luminosidade; 
• fatores relacionados ao trabalho, como a sobrecarga de trabalho, a fadiga, o estresse e a 
desatenção no ambiente de trabalho (CARVALHO e CASSIANI, 2000). 
Conforme já referido, os profissionais de Enfermagem devem garantir assistência 
segura e eficaz, isenta de riscos e prejuízos ao cliente. Entretanto, a literatura reconhece 
que esses profissionais, assim como qualquer ser humano, são passíveis de cometer erros 
(CARVALHO e CASSIANI, 2000; COLI, ANJOS e PEREIRA, 2010). Na ocorrência de um erro, 
a instituição de saúde deve iniciar, imediatamente, uma investigação completa, identificando 
e documentando os detalhes exatos da natureza do evento, evitando que a culpa recaia 
apenas sobre o profissional de Enfermagem (CARVALHO e CASSIANI, 2000). 
Para assegurar aos clientes o direito de que lhes seja prestada assistência livre de 
danos ou prejuízos decorrentes de erros do profissional, é necessário que a instituição de 
saúde propicie um ambiente seguro, com disponibilidade de recursos humanos, físicos e 
materiais. O investimento na educação dos profissionais de saúde e dos pacientes também é 
um elemento essencial para garantir esse direito à clientela (FREITAS, 2005). 
Para Freitas (2005), fica incoerente a preocupação institucional apenas com os riscos 
aos quais os clientes estão expostos. Se não houver investimentos, não serão evitadas as 
principais causas de erro profissional, como o despreparo técnico, as más condições de 
trabalho e a remuneração insuficiente, que resultam da dupla ou tripla jornada de trabalho 
diário de muitos profissionais da Enfermagem. 
É um dever ético dos profissionais de Enfermagem evitar riscos desnecessários aos 
clientes, mas também é um dever da instituição de saúde propiciar as condições de trabalho 
seguras para a prática da Enfermagem (FREITAS, 2005). 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro do plantão da manhã deveria ter infundido o leite materno na 
via correta, ou seja, pela SNE. Houve um erro técnico de administração da dieta, no caso, do 
leite materno, em função da semelhança entre os conectores. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
11 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Ambas as administrações foram realizadas pela mesma bomba de infusão. 
Não se considera erro organizacional porque uma mesma bomba de infusão pode ser 
utilizada para administração de soluções intravenosoas e dietas enterais, desde que em 
horários diferentes e com os cuidados devidos. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Pode-se considerar o erro como uma falha humana em função da 
sobrecarga de trabalho, que gera a desatenção no ambiente de trabalho e pode 
desencadear erros na administração de medicamentos/dieta. 
 
Alternativa correta: C. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• ANACLETO, T. A.; ROSA, M. B; NEIVA, H. M.; MARTINS, M. A. P. Erros de Medicação. 
Farmácia Hospitalar. Pharmacia Brasileira, 2010; jan./fev. 
• BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Farmacovigilância. Erros de 
medicação. [home page]. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em 21 set. 
2011. 
• CARVALHO, V. T; CASSIANI, S. H. B. Erros na medicação: análise das situações relatadas 
pelos profissionais de Enfermagem. Medicina, 2000, jul./set.; 33:322-330. 
• CARVALHO, V. T; CASSIANI, S. H. B. Erros na medicação e consequências para 
profissionais de Enfermagem e clientes: um estudo exploratório. Rev. Latino-am. 
Enfermagem, 2002; 10(4):523-9. 
• COIMBRA, J. A. H; CASSIANI, S. J. B. Responsabilidade da Enfermagem na administração 
de medicamentos: algumas reflexões para uma prática segura com qualidade de 
assistência. Rev. Latino-am. Enfermagem 2001; 9(2):56-60. 
• COLI, R. C. P.; ANJOS, M. F.; PEREIRA, L. L. Postura dos enfermeiros de uma unidade de 
terapia intensiva frente ao erro: uma abordagem à luz dos referenciais bioéticos. Rev. 
Latino-am. Enfermagem [internet]. mai-jun 2010; 18(3):07 telas. Disponível em 
<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_05.pdf>. Acesso em 21 set. 2011. 
• CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. COFEN. Resolução No 311, de 9 de fevereiro de 
2007, do Conselho Federal de Enfermagem. Código de Ética dos Profissionais de 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
12 
Enfermagem [online]. Disponível em 
<http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7323&sectionID=37>. Acesso em 
21 set. 2011. 
• FONTANA, T. T.; LAUTERT, L. Aspectos ético-legais do controle da infecção hospitalar: 
algumas reflexões relativas ao enfermeiro. Cienc. Cuid. Saúde, 2008, out/dez; 7(4): 546-
550. 
• FREITAS, G. F. A responsabilidade ético-legal do enfermeiro. In: OGUISSO, T. (org.). 
Trajetória histórica e legal da Enfermagem. Barueri (SP): Manole; 2005. p.173-200. 
• NÉRI, E. D. R. Determinação do perfil dos erros de prescrição de medicamentos em um 
hospital universitário. [dissertação]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, Faculdade 
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Departamento de Farmácia; 2004. 
 
4. Texto complementar – Questão 2 
 
Pesquisas científicas sobre erros de medicação 
 
Nos últimos anos, estudos relacionados à segurança do paciente observaram que os 
erros de medicação devem ser considerados um problema mundial de saúde pública, visto 
que são ocorrências comuns passíveis de assumir dimensões clinicamente significativas e 
impor custos relevantes ao sistema de saúde (ANACLETO et al., 2010). 
De acordo com a análise de Anacleto et al. (2010), anualmente, nos Estados Unidos 
da América, 44.000 a 98.000 indivíduos morrem devido a erros médicos e aproximadamente 
7.000 somente por erros de medicação. Conforme citado no estudo, 39% dos erros ocorrem 
no ato da prescrição; 12%, na transcrição do médico; 11%, na dispensação; e 38%, na 
administração dos medicamentos (ANACLETO et al., 2010). 
No Brasil, pouco se sabe sobre os erros de medicação, o perfil dos erros e a 
segurança dos processos de prescrição medicamentosa. No entanto, o número de casos de 
erros de medicação está aumentando. Estudo desenvolvido em uma Unidade de Clínica 
Médica de um hospital universitário revelou que, em 75,3% dos medicamentos prescritos, 
foram omitidas informaçõesrelevantes para garantir a segurança da dispensação e da 
administração do medicamento. Em 98,4% dos itens medicamentosos prescritos foram 
utilizadas abreviaturas, o que aumenta a possibilidade da ocorrência de erros de medicação 
(NÉRI, 2004). 
http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7323&sectionID=37
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
13 
Mais recentemente, a área de Farmacovigilância da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA) disponibilizou o formulário de "Erro de medicação" para que os 
profissionais de saúde possam notificar os casos de suspeita de erros de medicação. Tal 
iniciativa contribui para a pesquisa sobre a frequência de casos e, assim, para a prevenção 
dos erros de medicação no Brasil. As notificações são mantidas no anonimato (ANVISA, 
2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
14 
Questão 3 
Questão 3.3 
Avalie as asserções a seguir. 
O indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal é o peso de nascimento da 
criança. 
PORQUE 
Pesos ao nascer menores do que 2.500g podem ser decorrentes de prematuridade e (ou) 
déficit de crescimento intrauterino. Recém-nascidos com menos de 2.500g são classificados, 
genericamente, como de baixo peso ao nascer. 
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção justifica a 
primeira. 
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a 
primeira. 
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. 
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 
E. As duas asserções são proposições falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Peso ao nascer 
 
O período de crescimento intrauterino é de vital importância para o ser humano. É 
nesse período que se observa maior velocidade de crescimento do corpo, caracterizado por 
uma sequência de crescimento, diferenciação e maturação de órgãos e tecidos que são 
determinados pela oferta materna de nutrientes, pela transferência placentária desses 
nutrientes e pelo potencial de crescimento determinado pelo genoma humano (BRASIL, 
2002; RUDGE, 2005). 
A maior parte do conhecimento atual sobre o crescimento fetal normal ou anormal 
está fundamentada nos pesos padrões que constituem o ponto de referência para a 
avaliação do crescimento (RUDGE, 2005). A determinação do peso do feto, que pode ser 
estimado pela ultrassonografia, constitui um meio de avaliar o bem-estar fetal e a evolução 
do crescimento e desenvolvimento do feto no decorrer da gestação, sendo importante para 
 
3Questão 23 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
15 
a redução da morbimortalidade infantil associada à restrição do crescimento intrauterino 
(CECATTI et al., 2000). 
De acordo com o Ministério da Saúde (2002), o peso de nascimento da criança é o 
indicador que melhor retrata o que ocorreu durante a fase fetal. Bertagnon et al. (2008) 
complementam que, a partir do conhecimento do peso do recém-nascido (RN) para 
determinada idade gestacional, podem ser elaboradas curvas de percentil, que permitem a 
classificação das crianças em apropriadas, pequenas ou grandes para a idade gestacional, 
permitindo também a correlação do peso com a morbidade e mortalidade do RN 
(BERTAGNON et al., 2008). 
Correlacionando o peso do recém-nascido e a idade gestacional, os neonatos podem 
ser classificados conforme segue (RICCI, 2008). 
• Pequeno para a idade gestacional (PIG): recém-nascido que apresenta valor inferior ao 
percentil 10 de peso ao nascer, segundo a idade gestacional. Um recém-nascido a termo 
com menos de 2.500 g é considerado PIG. 
• Apropriado para idade gestacional (AIG): bebês com peso, altura, circunferência cefálica 
e índice da massa corporal (IMC) adequados à idade gestacional. 
• Grande para a idade gestacional (GIG): recém-nascido com peso acima do percentil 97 
em um gráfico de crescimento. Frequente em mães diabéticas. 
De acordo com o Ministério da Saúde (2010), quando o peso do RN está abaixo do 
percentil 10 para a idade gestacional, a mortalidade perinatal pode ser oito vezes maior, 
enquanto para o RN cujo peso está abaixo do percentil 3, a mortalidade pode chegar a até 
20 vezes mais. A morbidade em curto e longo prazo também está significativamente 
aumentada em um bebê com baixo peso ao nascer (BRASIL, 2010). 
Os recém-nascidos também podem ser classificados em função do seu peso 
independentemente da idade gestacional em baixo peso ao nascimento, quando pesam 
menos que 2.500g e peso elevado ou macrossomia fetal, quando o peso é igual ou superior 
a 4.000g. Os RN de baixo peso podem ser subdivididos: peso muito baixo ao nascer, quando 
o RN pesa menos que 1.500 g e peso extremamente baixo ao nascimento, nos casos do RN 
com peso inferior a 1.000g (RICCI, 2008; BRASIL, 2010). 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, recém-
nascidos com peso inferior a 2.500g são classificados, genericamente, como de baixo peso 
ao nascer, condição que pode ser decorrente de prematuridade e/ou déficit de crescimento 
intrauterino (BRASIL, 2002). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
16 
As crianças com baixo peso ao nascer podem ser somente prematuras, ou seja, 
nasceram entre 22 e 36 semanas de idade gestacional e não completaram seu crescimento 
intrauterino, ou também podem ser recém-nascidos a termo, ou seja, que nasceram entre 
37 a 41 semanas de idade gestacional, mas não tiveram crescimento uterino adequado para 
a idade gestacional, apresentando uma restrição do crescimento intrauterino (CIUR) 
(BRASIL, 2002; 2010). 
Diversos fatores maternos podem influenciar negativamente no crescimento 
intrauterino, como o tabagismo, o etilismo, o uso de drogas ilícitas, as doenças infecciosas 
crônicas, a hipertensão arterial, o estado nutricional da gestante, as infecções sexualmente 
transmissíveis, o intervalo interpartal menor do que dois anos, a elevada paridade, a idade 
materna menor de 19 anos e maior que 35 anos, a gestação múltipla e as anomalias 
congênitas (BRASIL, 2002). 
Mussi-Pinhata e Bissani (2011) afirmam que a incidência de recém-nascidos de baixo 
peso (RNBP) está diretamente relacionada às condições de saúde da população, que é 
influenciada por fatores como o estado nutricional, o saneamento básico, a habitação, os 
hábitos higiênicos e sexuais, as condições de trabalho e a assistência à saúde materna e 
perinatal, entre outros. 
Compete ao profissional de saúde que presta assistência materno-infantil a 
observância do peso do RN associado à idade gestacional, para a identificação de possíveis 
problemas relacionados à saúde e ao desenvolvimento da criança. Essa simples conduta 
contribui significativamente para a redução da morbimortalidade infantil em nosso país. 
 
2. Análise das asserções 
 
Para a elaboração dessa questão, o autor utilizou como referência o manual intitulado 
“Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil”, publicado 
em 2002 pelo Ministério da Saúde do Brasil. As duas asserções foram extraídas do conteúdo 
da página 19 desse manual. 
 
Primeira asserção: “o indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal é o 
peso de nascimento da criança”. 
COMENTÁRIO. Conforme referido pelo Ministério da Saúde (2002), o peso do recém-nascido 
é o indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal, pois indica se o 
desenvolvimento do bebê foi adequado. Desse modo, essa afirmativa está correta. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
17 
Segunda asserção: “Pesos ao nascer menores do que 2.500 g podem ser decorrentes de 
prematuridade e/ou déficit de crescimento intrauterino. Recém-nascidos com menos de 
2.500 g são classificados, genericamente, comode baixo peso ao nascer”. 
COMENTÁRIO. Um recém-nascido com peso inferior a 2.500 g é classificado pelo Ministério 
da Saúde como de baixo peso ao nascer, independentemente da idade gestacional. As 
causas de baixo peso podem ser a prematuridade gestacional ou o déficit do crescimento 
intrauterino. Assim, a segunda afirmativa também está correta. 
 
 A palavra PORQUE entre as duas asserções indica a relação que deve ser estabelecida 
entre as frases, ou seja, que a segunda asserção (causa) justifica a primeira (consequência). 
Desse modo, entende-se que o peso do RN constitui o ponto de referência para a avaliação 
do crescimento e desenvolvimento do feto porque as alterações gestacionais, como a 
prematuridade e/ou o déficit de crescimento intrauterino, podem ser detectadas pelo baixo 
peso do RN. 
 
Alternativa correta: A. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área de Saúde da Criança. 
Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: método mãe canguru – manual do 
curso. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. Brasília (DF): 
Ministério da Saúde, 2010. 
• BERTAGNON, J. R. D.; RODRIGUES, C. L.; ARMAND, J. D. E.; SEGRE, C. A. M. Curva de 
crescimento intrauterino para recém-nascidos no município de São Paulo. Einstein. 6 
(4):408-412, 2008. 
• CECATTI, J. G.; MACHADO, M. R. M.; SANTOS, F. F. A.; MARUSSI, E. F. Curva dos 
valores normais de peso fetal estimado por ultrassonografia segundo a idade gestacional. 
Cad. Saúde Pública. 16 (4):1083-1090, out-dez, 2000. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
18 
• MUSSI-PINHATA, M.M; BISSANI, C. Recém-nascido de baixo peso. Ribeirão Preto (SP): 
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2011. Disponível em 
<http://www.fmrp.usp.br/rpp/downloads/rotinas/rn_baixo_peso.pdf>. Acesso em 16 fev. 
2011. 
• RICCI, S. S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. Rio de Janeiro (RJ): 
Guanabara Koogan, 2008. 
• RUDGE, M. V. C. Avaliação do peso dos recém-nascidos: o que é normal ou anormal. 
Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2005; 27(6) :299-300. 
 
4. Texto complementar – Questão 3 
 
Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento e o Programa de Atenção 
Humanizada do Recém-Nascido de Baixo Peso 
 
No Brasil, o elevado número de recém-nascidos com baixo peso constitui um 
problema de saúde pública, pois representa alto percentual na morbimortalidade neonatal 
no país (BRASIL, 2002). 
Iniciativas do Ministério da Saúde do Brasil, como a implantação do Programa de 
Humanização do Pré-natal e Nascimento e o Programa de Atenção Humanizada do Recém-
Nascido de Baixo Peso, constituem estratégias governamentais para a redução da 
morbimortalidade materno-infantil. 
O Programa de Humanização do Pré-natal (PHPN) foi instituído pela Portaria/GM Nº 
569, em 1 de junho de 2000, com o objetivo primordial de assegurar melhorias no acesso, 
na cobertura e na qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência à gestante, à 
parturiente, à puérpera e ao RN. O Programa promove atenção à saúde da mulher no ciclo 
gravídico-puerperal e prevenção de complicações relacionadas ao binômio mãe-filho, como o 
baixo peso ao nascer (BRASIL, 2002). 
O Programa de Atenção Humanizada do Recém-Nascido de Baixo Peso propôs a 
implantação do Método Canguru (MMC) nas Unidades de Saúde. O MMC constitui uma 
alternativa ao cuidado neonatal convencional para bebês de baixo peso ao nascer. Trata-se 
de um novo método de assistência que implica o contato precoce pele a pele entre a mãe e 
o recém-nascido de baixo peso (RNBP) de forma crescente e segura. As vantagens 
apresentadas pela literatura para aplicação do método são o aumento do vínculo mãe-filho; 
o menor tempo de separação mãe-filho, evitando longos períodos sem estimulação 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
19 
sensorial; o estímulo ao aleitamento materno; o desenvolvimento de maior competência e 
segurança dos pais no manuseio de seu filho de baixo peso; o melhor controle térmico do 
RNBP; o menor número de RN em unidades de cuidados intermediários; o melhor 
relacionamento da equipe de saúde com a família; a redução da infecção hospitalar e a 
diminuição no tempo de permanência hospitalar (BRASIL, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
20 
Questão 4 
Questão 4.4 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Criança: 
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 
 
André, com 10 meses de idade, é levado pelos pais à unidade de saúde para 
acompanhamento de puericultura. A criança nasceu a termo, parto vaginal, com 2.800g e 
medindo 49cm. Recebeu exclusivamente leite materno até o sexto mês de vida e continua 
em aleitamento. Atualmente, com as vacinas atualizadas e pesando 7.500g (o que localiza 
sua curva entre os percentuais 10 e 3), os pais informam que André ganhou menos peso 
depois que passou a frequentar a creche, onde está em período de adaptação. 
Diante dessa situação, qual das descrições a seguir reflete o comportamento mais adequado 
de uma enfermeira considerando a atenção à saúde da criança? 
A. André situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva 
peso/idade. A enfermeira reforça orientações básicas e agenda retorno conforme o 
calendário mínimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade. 
 
4Questão 24 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
21 
B. A criança está em risco nutricional. A enfermeira investiga possíveis fatores relacionados 
à desaceleração do crescimento e orienta os pais no sentido de corrigi-los; orienta 
alimentação especial para ganho de peso e agenda retorno em 15 dias. 
C. Apesar do risco nutricional, a criança é eutrófica. A partir disso, a enfermeira investiga 
possíveis causas da desaceleração do crescimento e orienta os pais a respeito da 
alimentação complementar e manutenção do aleitamento materno, agendando retorno 
em 30 dias. 
D. A desaceleração do crescimento está relacionada à adaptação da criança à creche. A 
enfermeira reforça orientações a respeito da alimentação complementar e agenda o 
retorno de acordo com o calendário mínimo de consultas. 
E. A enfermeira encaminha André para consulta com o pediatra, pois a desaceleração do 
crescimento é acontecimento importante, que necessita de intervenção imediata, e 
agenda retorno para acompanhamento em 30 dias. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Crescimento e desenvolvimento da criança 
 
 O crescimento e o desenvolvimento expressam o somatório de inúmeras alterações 
que acontecem durante a vida de um indivíduo. Embora sejam usualmente referidos como 
uma única unidade, conceitualmente, crescimento e desenvolvimento são unidades 
diferentes. Crescimento é definido como o aumento no número e no tamanho das células à 
medida que elas se dividem e sintetizam novas proteínas, refletindo no aumento físico do 
corpo como um todo ou em algumas de suas partes. Desenvolvimento é um processo 
amplo, que se refere a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva do 
ser humano a partir de estágios mais inferiores para níveis mais avançados de 
complexidade, incluindo o crescimento, a maturação, a aprendizagem e os aspectos sociais 
e psíquicos (WONG, 1999; BRASIL, 2002). 
 Crescimento é o aumento do tamanho corporal, um processo dinâmico econtínuo, 
que se inicia na concepção e cessa com o término do aumento em altura. É considerado um 
dos melhores indicadores de saúde da criança, por sua estreita dependência com fatores 
ambientais, como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e condições de 
higiene, habitação, de saneamento básico e de acesso aos serviços de saúde (BRASIL, 
2002). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
22 
O crescimento linear (altura) acontece como consequência do crescimento esquelético 
e é considerado uma medida estável do crescimento geral. O peso corporal também é um 
importante indicador do crescimento de uma criança, pois a avaliação periódica do ganho de 
peso permite o acompanhamento do progresso individual de cada criança, identificando 
aquelas com maior risco de morbimortalidade e sinalizando alarme precoce para desnutrição 
infantil (WONG, 1999; BRASIL, 2002). 
Toda criança deve ser acompanhada sistematicamente por profissionais de saúde 
para avaliação do seu crescimento e desenvolvimento, constituindo o eixo central do 
atendimento a esta população para a caracterização dos fatores de risco e o diagnóstico de 
desnutrição infantil. 
Com o acompanhamento adequado de cada criança, torna-se possível o 
estabelecimento de (BRASIL, 2002): 
• condutas curativas frente aos processos patológicos presentes; 
• condutas preventivas e de promoção de saúde adequadas para cada indivíduo, como 
vacinação, alimentação, cuidados gerais e educação em saúde. 
Segundo o Ministério da Saúde, a forma mais adequada de realizar o 
acompanhamento de crescimento de uma criança nos serviços básicos de saúde é o registro 
periódico do peso e da altura de acordo com a idade. Para tal, em 1984, o Programa de 
Atenção Integral à Saúde da Criança (PAISC), implantado pelo próprio Ministério, elaborou o 
Cartão da Criança, instrumento que toda criança com até 6 anos deve possuir, no qual o 
profissional de saúde deve anotar as informações mais relevantes da história de saúde e de 
desenvolvimento da criança (BRASIL, 2002). 
 O Cartão da Criança possui gráficos de avaliação do peso e da altura conforme a 
idade e o sexo. O gráfico Peso/Idade, mostrado na figura 1, apresenta dois eixos, um 
vertical e o outro horizontal. O eixo vertical corresponde ao peso (em quilogramas) e o 
horizontal à idade da criança (em meses) (BRASIL, 2002). 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
23 
 
Figura 1. Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança do Ministério da Saúde. Menino. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2002. 
 
 Com base no padrão internacional adotado pela Organização Mundial de Saúde, o 
Ministério da Saúde propõe um gráfico com quatro linhas nominadas de cima para baixo: 
linha superior (representa o percentil 97), linha pontilhada (representa o percentil 10), 
terceira linha (representa o percentil 3) e linha inferior, em vermelho (corresponde ao 
percentil 0,1) (BRASIL, 2002). 
Toda vez que a criança é pesada, esse peso deve ser marcado com um ponto no 
encontro da linha correspondente ao peso observado (eixo vertical) e da linha 
correspondente à idade da criança (eixo horizontal). Então, deve-se avaliar a posição do 
ponto do peso em relação às linhas do gráfico, procedendo à leitura que segue (BRASIL, 
2002). 
• Acima do percentil 97: sobrepeso. 
• Entre percentis 97 e 3: faixa de normalidade nutricional. 
• Entre percentis 10 e 3: risco nutricional. 
• Entre percentis 3 e 0,1: peso baixo. 
• Abaixo do percentil 0,1: peso muito baixo. 
Em todas as medições, devem ser observados a posição e o sentido do traçado da 
curva de crescimento da criança (ascendente, horizontal ou descendente). A curva é 
desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou mais pontos com intervalos não 
superiores a 2 meses. Intervalos maiores devem ser desenhados com linha pontilhada para 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
24 
chamar a atenção (BRASIL, 2002). Cada uma das condições observadas requer uma conduta 
específica, conforme quadro 1 a seguir. 
 
Quadro 1. Condutas recomendadas para algumas situações de crescimento da criança com até 6 anos de idade. BRASIL. 
Ministério da Saúde, 2002. 
Posição do 
peso 
Inclinação 
da curva 
Condição do 
crescimento 
Condutas 
 
Acima de P97 
 
Ascendente 
 
Alerta: risco de 
sobrepeso e obesidade 
• Verificar a existência de erros alimentares. Orientar a 
mãe para uma alimentação mais adequada de acordo 
com as normas para alimentação da criança sadia, 
excetuando-se bebês em aleitamento materno 
exclusivo. Dietas com restrição calórica só são 
recomendadas para crianças a partir dos 4 anos com 
peso/altura > P97. 
• Orientar a mãe sobre a vacinação, cuidados gerais, 
higiene e estimulação de acordo com a idade da 
criança. 
• Verificar e estimular a atividade física regular, 
principalmente crianças acima de 4 anos. 
• Marcar retorno para 30 dias. 
 
Entre P97 e 
P10 
 
Ascendente 
 
Satisfatório 
• Parabenizar a mãe sobre o crescimento satisfatório 
da criança. 
• Marcar retorno de acordo com o calendário mínimo 
de consultas. 
 
Entre P97 e 
P10 
 
Horizontal 
ou 
descendente 
 
Alerta 
• Investigar possíveis intercorrências que possam 
justificar a diminuição da velocidade do crescimento 
e registrá-las no Cartão. 
• Tratar as intercorrências presentes. 
• Marcar retorno para 30 dias. 
 
Entre P10 e P3 
 
Ascendente 
 
Alerta 
• Investigar possíveis causas, com atenção especial 
ao desmame, à dentição, a intercorrências 
infecciosas, às formas de cuidado com a criança e 
ao afeto. Além disso, dar informações à mãe. 
• Tratar intercorrências clínicas, registrando-as no 
Cartão. 
• Marcar retorno para 30 dias. 
 
Entre P10 e P3 
 
Horizontal 
ou 
descendente 
 
Insatisfatório: classificar 
como risco nutricional 
• Investigar possíveis causas, com atenção especial 
ao desmame, à dentição, a intercorrências 
infecciosas, às formas de cuidado com a criança e 
ao afeto. Além disso, dar informações à mãe. 
• Tratar intercorrências clínicas, registrando-as no 
Cartão. 
• Orientar a mãe sobre alimentação especial visando 
ao ganho de peso. 
• Encaminhar para o serviço social, se disponível. 
• Realizar nova consulta em intervalo máximo de 15 
dias. 
 
Entre P3 e 
P0,1 
 
Ascendente 
horizontal 
ou 
descendente 
 
Peso baixo 
Para crianças menores de 2 anos: 
• Orientar a mãe sobre a alimentação complementar 
adequada para a idade. 
• Retornar no intervalo máximo de 15 dias. 
• Se a criança não ganhar peso, buscar serviços de 
recuperação nutricional ou tratar como peso abaixo 
do adequado. 
 
Abaixo de 
P0,1, sem 
presença de 
sinais clínicos 
de desnutrição 
 
Ascendente 
horizontal 
ou 
descendente 
 
Peso muito baixo 
• Investigar possíveis causas, com atenção especial 
ao desmame, à dentição, a intercorrências 
infecciosas, às formas de cuidado com a criança e 
ao afeto. Além disso, dar informações à mãe. 
• Tratar intercorrências clínicas. 
• Encaminhar para serviços de maior complexidade de 
cada localidade ou servições de referência. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
25 
• Encaminhar para o serviço social, se disponível. 
• Ensinar a mãe a preparar e oferecer à criança uma 
dieta hipercalórica e hiperproteica. 
• Tratar a desnutrição em casa ou encaminhar à 
unidade de maior complexidade de cada localidade 
ou aos serviços de referência. 
• Realizar nova consulta com intervalo máximo de 15 
dias. 
 
Abaixo de 
P0,1, com 
presença de 
sinais clínicos 
de formas 
graves de 
desnutrição 
 
Ascendente 
horizontal 
ou 
descendente 
 
Formas clínicas de 
desnutrição proteico-
calóricas: marasmo, 
kwashiorkor ou misto 
• Buscar imediatamente os serviços de maior 
complexidade ou serviços de referência. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2002. 
 
Para uma boa avaliação do crescimento da criança, são necessárias avaliações 
periódicas por meio de consultas médicas ou de Enfermagem paraaferição das medidas 
antropométricas (peso e altura) e avaliação das condições de saúde da criança (BRASIL, 
2002). 
O calendário de consultas para a assistência à criança preconizado pelo Ministério da 
Saúde indica que devem ser realizadas, no mínimo, sete consultas no primeiro ano de vida 
(com 15 dias, um, dois, quatro, seis, nove e doze meses), duas no segundo ano (18 e 24 
meses) e uma a cada ano até a criança completar 6 anos de vida. O acompanhamento 
sistemático e contínuo do crescimento e do desenvolvimento infantil é indicador da 
qualidade da atenção prestada à criança nos serviços de saúde (BRASIL, 2002). 
 
1.2. Atualização: novas curvas para avaliação do crescimento da criança 
 
Em 2006, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou as novas Curvas para 
Avaliação do Crescimento da Criança de 0 a 5 anos, com o objetivo de estabelecer um novo 
padrão internacional de avaliação, mediante a elaboração de um conjunto de curvas 
adequadas, para avaliar o crescimento e o estado nutricional de crianças até a idade pré-
escolar (BRASIL, 2011). 
As novas curvas de crescimento infantil constituem um importante instrumento 
técnico para o monitoramento e a avaliação do crescimento das crianças de 0 a 5 anos, 
independentemente da origem étnica, da situação socioeconômica ou do tipo de 
alimentação. A utilização dessas novas curvas permitirá que pais, profissionais de saúde e 
gestores de políticas públicas adquiram conhecimento dos padrões que representam boas 
condições de saúde e de desenvolvimento infantil (BRASIL, 2011). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
26 
As novas curvas de crescimento estão apresentadas nas figuras 1 e 2. 
 
 
Figura 1. Novas curvas de avaliação do crescimento e desenvolvimento para meninos, segundo a OMS, 2006. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2011. 
 
 
Figura 2. Novas curvas de avaliação do crescimento e desenvolvimento para meninas, segundo a OMS, 2006. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2011. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
27 
O preenchimento dos novos gráficos é idêntico ao anterior. No entanto, a leitura e a 
avaliação do peso da criança devem seguir os parâmetros abaixo (BRASIL, 2013). 
• Escore Z > +2: peso elevado para a idade. 
• Escore Z ≥ -2 e ≤ +2: peso adequado para a idade. 
• Escore Z ≥ -3 e < -2: peso baixo para a idade. 
• Escore Z < -3: peso muito baixo para a idade. 
Segundo o Ministério da Saúde (2011), o conjunto das novas curvas da OMS é um 
instrumento robusto e representa a melhor descrição do crescimento físico para crianças 
menores de 5 anos de idade. No entanto, o referido órgão ainda não alterou o manual para 
os profissionais de saúde, publicado em 2002, sobre o acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento infantil. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A curva de crescimento de André localiza-se entre os percentuais 10 e 3, classificado 
pelo Ministério da Saúde como risco nutricional. Nesse caso, a enfermeira deve realizar os 
seguintes procedimentos. 
• Investigar possíveis causas da desaceleração no crescimento com atenção especial para 
o desmame, alimentação, intercorrências infecciosas, cuidados com a criança, afeto, 
higiene e informar a mãe. 
• Orientar a mãe sobre alimentação especial, visando ao ganho de peso. 
• Realizar nova consulta em intervalo máximo de 15 dias. 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A criança está em risco nutricional e, em função disso, o retorno da criança 
deve ser agendado em 15 dias. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A criança está em risco nutricional, por isso, a enfermeira deve investigar 
possíveis causas da desaceleração no crescimento e corrigir os pais da criança; orientá-los 
sobre a alimentação especial para o ganho de peso e agendar retorno em 15 dias para 
melhor avaliação da criança. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
28 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A criança está em risco nutricional. Os pais devem ser orientados a respeito 
da alimentação especial para ganho de peso. O aleitamento materno pode ser 
complementar. O retorno deve ser agendado em 15 dias para melhor acompanhamento da 
criança. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Não se pode confirmar que a desaceleração no crescimento está 
relacionada à adaptação da criança à creche antes de se investigarem as possíveis causas 
dessa desaceleração. Em função da desaceleração no crescimento, o retorno deve ser 
agendado em 15 dias para melhor acompanhamento da criança. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Como a criança está apenas em risco nutricional, não é necessário realizar 
consulta médica. Tal avaliação é necessária na presença de sinais clínicos de desnutrição. O 
retorno deve ser agendado em 15 dias para melhor acompanhamento da criança. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação 
complementar. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2009. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN). 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2011. Disponível em 
<http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php>. Acesso em 30 mai. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Editora. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2013. Disponível 
em 
 <http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/genero/livros.htm#c>. Acesso em 
24 abr. 2013. 
• MARCONDES, E. Pediatria básica. 9. ed. São Paulo: Savier, 2002. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
29 
• WONG, D. L. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 
 
4. Texto complementar – Questão 4 
 
Caderneta de Saúde da Criança 
 
O instrumento utilizado pelos profissionais de saúde para o acompanhamento da 
saúde e do crescimento e desenvolvimento da criança do nascimento até os 10 anos de 
idade é a Caderneta de Saúde da Criança. A caderneta, lançada pelo Ministério da Saúde do 
Brasil em 2006, é distribuída gratuitamente para todas as crianças nascidas a partir dessa 
data em todo o país. Atualmente, a caderneta está na sua 8ª edição (2013) e já contém as 
curvas de crescimento atualizadas segundo a OMS. 
Trata-se de um documento único para cada criança, de acordo com o sexo, que 
contém orientações para ajudar os pais a cuidarem melhor do filho e informações sobre os 
espaços destinados ao profissional de saúde para o registro de informações relativas à 
saúde da criança. 
Essa caderneta auxilia na vigilância do crescimento infantil, apresentando gráficos 
para a avaliação do perímetro cefálico, do peso, do comprimento/altura e do índice de 
massa corporal (IMC) de acordo com a idade. 
A figura 3 representa a nova curva de avaliação do peso da criança do sexo 
masculino com idades entre zero e dois anos, de acordo com sua inserção na Caderneta de 
Saúde da Criança. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
30 
 
Figura 3. Curvas de peso por idade para meninos, segundo a OMS, 2006. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2013. 
 
As novas Cadernetas de Saúde da Criança, menino e menina, estão disponíveis, 
respectivamente, em 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menino.pdf> e 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_menina.pdf>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
31 
Questão 5 
Questão 5.5 
O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS na implantação do Programa de 
Agentes Comunitários deSaúde (PACS) e da Estratégia Saúde da Família (ESF), elementos 
essenciais para a reorientação do modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de 
um conjunto de questões relativas às bases conceituais e operacionais do que se denomina 
atenção básica à saúde no Brasil e de suas relações com os demais níveis do sistema. Essa 
discussão fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade, da integralidade e da 
equidade, em um contexto de descentralização e controle social da gestão, princípios 
assistenciais e organizativos do SUS, consignados na legislação constitucional e 
infraconstitucional. 
Considerando o texto como referência inicial, assinale a opção correta acerca da atenção 
básica em saúde. 
A. O Programa Saúde da Família é a estratégia prioritária para a reorganização da 
atenção básica, por ser um atendimento prestado por equipe de especialistas que se 
responsabilizam pelas famílias cadastradas em sua área. 
B. A equipe mínima para a ESF é composta por um médico de família, um enfermeiro, 
um auxiliar de Enfermagem, um dentista, agentes comunitários de saúde, um auxiliar e um 
técnico em higiene dental. 
C. A atenção básica em saúde é considerada a porta de entrada para o SUS por cuidar 
apenas da promoção da saúde e da prevenção primária. 
D. Cada equipe da ESF é responsável pelo acompanhamento de 3 mil pessoas ou 500 
famílias de determinada área. 
E. O PACS substitui a ESF em municípios com menos de 50 mil habitantes. 
 
1. Introdução teórica 
 
Atenção básica em saúde: Estratégia Saúde da Família (ESF) e Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) 
 
A atenção básica em saúde caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, 
coletivas e individuais, que abrangem: 
 
5Questão 25 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
32 
• a promoção e a proteção da saúde; 
• a prevenção de agravos; 
• o diagnóstico e o tratamento de doenças; 
• a reabilitação e a manutenção da saúde. 
Essas ações são norteadas pelos princípios e pelas diretrizes do Sistema Único de 
Saúde (SUS), que abarcam a universalidade, a equidade, a integralidade, a descentralização, 
o controle e a participação social, a responsabilização, a acessibilidade, a humanização, o 
vínculo e a continuidade do cuidado (BRASIL, 2007). 
A atenção básica em saúde é desenvolvida por uma equipe multidisciplinar 
direcionada a populações de territórios bem delimitados, empregando tecnologias de 
elevada complexidade e baixa densidade, para resolução dos problemas de saúde de maior 
frequência e relevância em seu território (BRASIL, 2007). 
Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil, o nível básico de 
atendimento à população deve ser o contato preferencial dos usuários do SUS, que devem 
ser assistidos em sua integralidade, considerando sua singularidade e sua inserção 
sociocultural (BRASIL, 2007). 
Com o objetivo de operacionalizar a atenção básica em saúde, o Ministério da Saúde 
definiu áreas estratégicas para atuação da equipe de saúde e reorganizou os modelos de 
atenção à saúde. A institucionalização do Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS), em 1991, e do Programa de Saúde da Família (PSF), em 1994, ambos com foco na 
família inserida em uma base territorial definida, foram essenciais para a reorientação do 
modelo de atenção à saúde nos municípios brasileiros (BRASIL, 1997). 
O PACS representou uma inovação na assistência à saúde no Brasil por focalizar as 
ações de saúde à família, por trabalhar com o conceito de território e por atuar ativamente 
na identificação de problemas de saúde de um determinado grupo populacional (MOURA, 
2009). 
As ações do PACS são desenvolvidas pelos agentes comunitários de saúde (ACS), 
considerados um elo entre a equipe de saúde e a população. Cada equipe do PACS pode ser 
constituída de, no máximo, 30 ACS escolhidos pela própria comunidade e recrutados por 
meio de processo seletivo desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Município, com 
assessoria da Secretaria Estadual de Saúde (BRASIL, 1997). 
No PACS, o ACS deve trabalhar com famílias em determinada área geográfica 
(microárea), podendo assistir entre 400 e 750 indivíduos, sob a supervisão de um 
enfermeiro instrutor-supervisor, e deve ter seu horário de atendimento preenchido na 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
33 
Unidade Básica de Saúde da sua referência. Ele é responsável pelas atividades de prevenção 
de doenças e promoção de saúde, por meio de atividades educativas coletivas e individuais, 
desempenhadas na comunidade ou nos domicílios (BRASIL, 1997). 
A partir dos resultados obtidos com a expansão do PACS, o Ministério da Saúde 
identificou o seu potencial de modificar a atenção à saúde no Brasil, abrindo caminho para a 
elaboração e implantação do Programa de Saúde da Família, posteriormente denominado 
Estratégia Saúde da Família (MOURA, 2009). 
O Programa Saúde da Família (PSF) foi criado em 1994 para a reorganização do 
modelo assistencial da atenção básica à saúde do SUS, substituindo o modelo tradicional de 
assistência. O programa prioriza as ações de prevenção de doenças e agravos e as ações de 
promoção e recuperação da saúde das pessoas, de forma integral e contínua, 
operacionalizadas mediante a implantação de equipes multiprofissionais que prestam 
atendimento à comunidade nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou nos domicílios 
(BRASIL, 2007). 
O propósito do PSF é que os profissionais de saúde e a população acompanhada pela 
equipe criem vínculos de corresponsabilidade, facilitando a identificação e o atendimento aos 
problemas de saúde de determinada comunidade, propiciando o enfrentamento e a 
resolução dos problemas identificados (BRASIL, 2006). 
De acordo com a Portaria Nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997, que estabeleceu as 
normas e as diretrizes para a organização do Programa de Saúde da Família e do Programa 
de Agentes Comunitários de Saúde, a equipe multiprofissional do PSF deve ser composta 
por, no mínimo, um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de Enfermagem e 
agentes comunitários de saúde, que devem ser responsáveis por, no máximo, mil famílias ou 
4.500 habitantes, na proporção de um agente comunitário para, no máximo, 150 famílias ou 
750 pessoas (BRASIL, 1997). 
A Portaria N° 648, de 28 de março de 2006, aprovou a Política Nacional de Atenção 
Básica e estabeleceu a revisão das normas e diretrizes para a organização da Atenção Básica 
do PSF, de 1997. O Ministério da Saúde refere que a equipe multiprofissional do PSF deve 
ser responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, com média de 3.000 habitantes, de 
delimitada região geográfica, mantendo uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. 
Estabelece, ainda, que cada equipe de Saúde da Família deve ter, no máximo, 750 pessoas 
por ACS e 12 ACS por equipe (BRASIL, 2006). 
De acordo com a Portaria N° 648/2006, as características do processo de trabalho da 
Saúde da Família são as descritas a seguir (BRASIL, 2006). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
34 
• A manutenção de um cadastramento atualizado das famílias e dos indivíduos e a 
utilização, de forma sistemática, dos dados para a análise da situação de saúde, 
considerando-se as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e 
epidemiológicas do território. 
• A definição precisa do território de atuação - mapeamento e reconhecimento da área 
adstrita - que compreenda o segmento populacional determinado, com atualização 
contínua. 
• O diagnóstico, a programação e a implementação das atividades segundo critérios de 
risco à saúde, priorizando solução dos problemas de saúde mais frequentes. 
• A prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio do conhecimento da 
estrutura e da funcionalidade das famílias, que visa a propor intervenções que 
influenciem os processos de saúde, desde a identificação de doenças de um único 
indivíduo até dedoenças presentes em sua própria comunidade. 
• O trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de 
diferentes formações. 
• A promoção e o desenvolvimento de ações intersetoriais, buscando parcerias e 
integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde, de 
acordo com prioridades e sob a coordenação da gestão municipal. 
• A valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem integral 
e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança com ética, compromisso e 
respeito. 
• A promoção e o estímulo à participação da comunidade no controle social, no 
planejamento, na execução e na avaliação das ações. 
• O acompanhamento e a avaliação sistemática das ações implementadas, visando à 
readequação do processo de trabalho. 
Atualmente, os dois Programas de Atenção Básica à Saúde no Brasil com ênfase na 
família – Estratégia Saúde da Família (ESF) e PACS - persistem como importantes estratégias 
no aprimoramento e na consolidação do SUS. No entanto, para o Ministério da Saúde, o 
PACS é uma estratégia transitória para a ESF, e, por isso, prioriza a ampliação da cobertura 
assistencial da ESF para melhorar as condições de saúde e a qualidade de vida da população 
(BRASIL, 2006). 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
35 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Programa Saúde da Família é considerado uma estratégia prioritária para 
a reorganização da atenção básica. No entanto, o atendimento à saúde da família deve ser 
prestado por equipe multiprofissional, sobretudo generalista. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A equipe mínima para a ESF é composta por um médico, um enfermeiro, 
um auxiliar de Enfermagem e agentes comunitários de saúde. O dentista, o auxiliar e o 
técnico em higiene dental podem ser incluídos como equipe complementar, por isso não são 
considerados membros da equipe básica da ESF. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A atenção básica em saúde é considerada a porta de entrada para o SUS, 
mas caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde que abrangem: 
• a promoção e a proteção da saúde; 
• a prevenção de agravos; 
• o diagnóstico e o tratamento de doenças; 
• a reabilitação e a manutenção da saúde. 
Não se trata apenas da promoção de saúde e da prevenção de doenças, como mencionado 
na afirmativa. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com a Portaria Nº 1886/1997, uma equipe da ESF deve ser 
responsável pelo acompanhamento de, no máximo, 4.000 habitantes de delimitada região 
geográfica. A proporção recomendada é de 150 famílias ou 750 pessoas para cada ACS. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com o gabarito do Enade (2010), essa afirmativa está correta. 
Entretanto, na literatura e na legislação pesquisada, não foi encontrada a assertiva que 
menciona que o PACS substitui a ESF em municípios com menos de 50 mil habitantes. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
36 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde 
da Comunidade. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo 
assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997. Disponível em 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd09_16. 
 pdf>. Acesso em 15 ago. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1886, de 18 dez. 1997. DO 247, de 22/12/97. 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família: PACS/PSF. Disponível 
em <http://sna.saude.gov.br/legisla/legisla/prog_pacs_psf/>. Acesso em 15 ago. 2011. 
• BRASIL. Portaria Nº 648, de 28 mar. 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica 
para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de 
Saúde (PACS). Disponível em 
<http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/legislacao/portaria_648_28_03_2006.pdf>. 
Acesso em 15 ago. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Política Nacional de Atenção Básica. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. 
Disponível em <http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/pactos/pactos_vol4.pdf>. 
Acesso em 15 ago. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da família no Brasil: uma análise de indicadores selecionados: 1998-
2005/2006. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2008. 
• BRASIL. Portaria Nº 2.488, de 21 out. 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção 
Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção 
Básica para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários 
de Saúde (PACS). Disponível em 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html>. Acesso em 
26 out. 2012. 
• MOURA, R. C. S. O Programa de Agentes Comunitários de Saúde adaptado à cidade do 
Rio de Janeiro: uma análise das suas concepções. [dissertação]. Rio de Janeiro: 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social, 2009. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
37 
4. Texto complementar – Questão 5 
 
4.1. Funções do enfermeiro na Saúde da Família 
 
 Ao atuar na Atenção Básica à Saúde, o enfermeiro deve estar preparado e 
capacitado a exercer uma diversidade de funções em programas estabelecidos pelo 
Ministério da Saúde. 
De acordo com a Portaria N° 648/2006, compete ao enfermeiro do Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) as tarefas elencadas abaixo (BRASIL, 2006). 
• Planejamento, gerenciamento, coordenação e avaliação das atividades desenvolvidas 
pelos ACS. 
• Supervisão, coordenação e realização de ações de qualificação e educação 
permanente dos ACS. 
• Facilitação da relação entre os profissionais da UBS e ACS, contribuindo para a 
organização da demanda referenciada. 
• Realização de consultas e procedimentos de enfermagem na UBS e, quando 
necessário, no domicílio e na comunidade. 
• Solicitação de exames complementares e prescrição de medicações, conforme 
protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou 
federal, observadas as disposições legais da profissão. 
• Organização e coordenação de grupos específicos de indivíduos e famílias em 
situação de risco da área adstrita. 
• Participação no gerenciamento dos insumos necessários para o adequado 
funcionamento da UBS. 
 Segundo a mesma portaria, o enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família (ESF) 
deve praticar as atividades que seguem (BRASIL, 2006). 
• Realização de assistência integral às pessoas e às famílias na Unidade Saúde da 
Família (USF) e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais 
espaços comunitários. 
• Realização de consultas de enfermagem, solicitação de exames complementares e 
prescrição de medicamentos, observadas as disposições legais da profissão e 
conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Ministério da 
Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do Distrito Federal. 
• Supervisão, coordenação e avaliação das atividades desenvolvidas pelos ACS. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
38 
• Supervisão, coordenação e realização de educação permanente dos ACS e da equipe 
de enfermagem. 
• Contribuição e participação nas atividades de Educação Permanente do Auxiliar de 
Enfermagem e do auxiliar de consultório dentário (ACD). 
• Participação no gerenciamento dos insumos necessários para o adequado 
funcionamento da USF. 
 
4.2. Atualização 
 
Em 2011, o Ministério da Saúde do Brasil aprovou nova legislação sobre a Política 
Nacional de Atenção Básica em Saúde, em que revisou as normas e as diretrizes para a 
organização da Atenção Básica paraa ESF e o PACS, publicadas em 2006. Essa revisão 
encontra-se na Portaria Nº 2.488, de 21 de outubro de 2011 (BRASIL, 2011). 
Recomenda-se a leitura e discussão dessa Portaria, disponível no endereço 
eletrônico 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
39 
Questão 6 
Questão 6.6 
O território de Laranjeiras, situado em um município de pequeno porte, tem apresentado 
nos últimos anos alta incidência e prevalência de casos de violência. Estudos realizados pelo 
Núcleo de Prevenção às Violências e de Promoção da Saúde de uma instituição local revelam 
que 78% dos casos são registrados na faixa etária de 10 a 17 anos. A gestão municipal, em 
uma reunião colegiada, elaborou um plano de gestão integrada para enfrentamento da 
situação. A educação em saúde foi uma das estratégias apontadas para que a equipe de 
saúde da família enfrentasse o problema. 
Nessa situação, é incorreto a equipe de saúde da família considerar que a educação em 
saúde: 
A. é uma estratégia de promoção de saúde. 
B. relaciona-se à história, à cultura e aos costumes da comunidade. 
C. busca apoderar a comunidade para o processo de mudança. 
D. visa à participação ativa dos sujeitos, acontecendo em diversos espaços. 
E. objetiva transmitir conhecimentos universalmente aceitos por meio de palestras, vídeos, 
panfletos, entre outros meios. 
 
1. Introdução teórica 
 
Educação em saúde 
 
Educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas direcionados à 
promoção de saúde e à prevenção de doenças (ALVES, 2005; BRASIL, 2007). Trata-se de 
um recurso pelo qual o conhecimento científico, intermediado pelos profissionais de saúde, 
atinge a vida cotidiana dos indivíduos, das famílias e das comunidades, fornecendo subsídios 
para a adoção de diferentes hábitos e condutas de saúde (ALVES, 2005). 
O Ministério da Saúde e a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) afirmam que a 
educação em saúde 
 
é um processo sistemático, contínuo e permanente que objetiva a formação e 
o desenvolvimento da consciência crítica do cidadão, estimulando a busca de 
soluções coletivas para os problemas vivenciados e a sua participação real no 
exercício do controle social (BRASIL, 2007, p. 21). 
 
 
6Questão 26 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
40 
Candeiras (1997) enfatiza que existem confusões entre os termos promoção e 
educação em saúde. Segundo a autora, o termo educação em saúde refere-se a quaisquer 
combinações de experiências de aprendizagem delineadas com o objetivo de facilitar ações 
voluntárias referentes à saúde. Promoção da saúde é uma combinação de apoios 
educacionais e ambientais que objetivam atingir ações e condições de vida condizentes com 
a saúde. Desse modo, a educação em saúde constitui uma parte das atividades técnicas 
direcionadas à promoção da saúde (CANDEIRAS, 1997). 
A educação em saúde pode ser delineada com base em dois modelos: o modelo 
tradicional e o dialógico. Historicamente hegemônico, o modelo tradicional enfatiza a doença 
e o intervencionismo, com vistas ao curativismo, e está fundamentado no paradigma 
biologicista do processo saúde-doença. Nesse modelo, os usuários do sistema de saúde são 
considerados pessoas carentes de informação em saúde, que necessitam apenas receber 
esse conhecimento (ALVES, 2005). 
O modelo pedagógico tradicional dicotomiza o sujeito narrativo (o educador) e os 
objetos ouvintes (os educandos), refletindo uma relação de verticalidade, completamente 
alheia à experiência existencial dos educandos (FREIRE, 1987; CABRAL, 2005). Desta 
maneira, o modelo tradicional estabelece uma relação assimétrica entre profissionais de 
saúde e usuários do sistema, uma vez que um detém o conhecimento científico, ditando 
comportamentos a serem adotados para a saúde, enquanto o outro necessita ser 
adequadamente informado (ALVES, 2005). 
Nos dias atuais, esse modelo vem sendo duramente criticado, pois retrata a 
concepção positivista da educação, cujas práticas são consideradas reducionistas, 
impositivas, prescritivas de comportamento, desvinculadas da realidade e afastadas dos 
sujeitos sociais, que são vistos como objetos passivos de intervenções (ALVES, 2005; 
BRASIL, 2007). 
Para o Ministério da Saúde, a simples informação ou a transmissão do conhecimento 
relativo à saúde não contribui para a qualidade de vida da população. Por isso, não é 
recomendável a aplicação do modelo educacional tradicional nas atividades educativas em 
saúde (BRASIL, 2007). 
A proposição de práticas educativas em saúde sensíveis às necessidades dos 
usuários insere-se no modelo de educação preconizado por Paulo Freire – o modelo 
dialógico. O conhecimento sistemático da realidade em que vivem os sujeitos, que são 
convidados a compartilhar suas experiências de vida, é considerado elemento primordial 
desse modelo pedagógico. Fundamenta-se no diálogo como uma condição essencial à 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
41 
prática educativa, no qual os sujeitos são reconhecidos como portadores de saber. Assim, 
esse modelo educacional proporciona a democratização do saber científico e, por 
consequência, o desenvolvimento da autonomia dos indivíduos no cuidado à sua própria 
saúde (GÓES e LA CAVA, 2009). 
De acordo com Alves (2005), o modelo dialógico tem como objetivo a construção de 
um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado, que culmina no empoderamento do 
usuário, tornando-o capaz de decidir sobre as estratégias mais adequadas para a prevenção 
de doenças e para a promoção, manutenção e recuperação da saúde. Esse modelo afirma a 
educação na área da saúde como uma prática fundamentada na participação ativa do 
usuário, proporcionando o desenvolvimento de sua autonomia e a responsabilidade no 
cuidado à saúde (ALVES, 2005; BRASIL, 2007). 
O modelo dialógico de educação em saúde promove o desenvolvimento e a 
formação da consciência crítica do usuário, estimulando-o a encontrar soluções individuais 
e/ou coletivas para os problemas vivenciados, conforme o conceito de educação em saúde 
definido pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2007). 
Desse modo, educar para a saúde significa promover a participação dos sujeitos 
sociais, incentivando a reflexão e o diálogo, para que haja mudança de comportamentos 
indispensáveis para a vida. 
Como o modelo dialógico está associado a mudanças duradouras nos hábitos de 
vida e no comportamento para a saúde (ALVES, 2005), esse modelo educacional é o 
preconizado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2007). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A questão solicita a marcação da alternativa incorreta, ou seja, que não corresponde 
ao modelo de educação em saúde recomendado pelo Ministério da Saúde. 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas 
direcionados à promoção de saúde e à prevenção de doenças. 
 
B – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O modelo educacional preconizado pelo Ministério da Saúde considera os 
educandos como portadores de saber e estimula-os a compartilharem suas experiências de 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
42 
vida. Desse modo, a educação em saúde está relacionada à história, à cultura e aos 
costumes da comunidade na qual o sujeito está inserido. 
 
C – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O modelo educacional preconizado pelo Ministério da Saúde enfatiza o 
empoderamento do usuário ou da comunidade, o que significa a promoção da participação 
dos sujeitos sociais no processo de saúde. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Educar para a saúde é promover a participação ativa dos sujeitos sociais. 
As práticas educativas em saúde ocorrem em diversos espaços, mas o importante é valorizar 
o relacionamento interpessoal entre o usuário e o profissionalde saúde e não o local onde a 
atividade acontece. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A educação em saúde deve auxiliar a construção do saber e promover a 
participação dos sujeitos sociais. As palestras, os vídeos e os panfletos não permitem o 
diálogo entre o educador e o educando, refletindo apenas o modelo tradicional de educação, 
o que não é o preconizado pelo Ministério da Saúde. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela 
integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface. 9(16): 39-52, 
2005. 
• BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Ministério da Saúde. Diretrizes de educação em 
saúde visando à promoção de saúde: documento base. Brasília (DF): Funasa, 2007. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. 
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular em saúde. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2007. 
• CABRAL, A. Pedagogia do Oprimido. Rev. Lusófona de Educação. [online]. 2005, Nº 5 
[citado 28 mai. 2010], p.200-204. Disponível em 
<http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-
72502005000100014&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 24 fev. 2012. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
43 
• CANDEIRAS, N. M. F. Conceitos de educação e de promoção de saúde: mudanças 
individuais e mudanças organizacionais. Rev. Saúde Pública, 31(2): 209-213, 1997. 
• FREIRE, P. R. N. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
• GÓES, F. G.; LA CAVA, M. A concepção de educação em saúde do enfermeiro no 
cuidado à criança hospitalizada. Rev. Eletr. Enf. 2009; 11(4): 932-941. Disponível em 
<http://www.fen.ufg.br/revista/v11/n4/v11n4a18.htm>. Acesso em 29 jun. 2010. 
 
4. Texto complementar – Questão 6 
 
Educação popular em saúde 
 
Para o Ministério da Saúde, a Educação em Saúde constitui uma prática inerente a 
todas as atividades desenvolvidas no Sistema Único de Saúde (SUS) e que deve ser 
valorizada e qualificada pelo setor para a afirmação do SUS como uma política pública que 
proporciona inclusão social e promoção da cidadania (BRASIL, 2007). 
A integralidade, um dos princípios doutrinários que regem o SUS, remete à 
concepção da atenção integral em todos os níveis do sistema, mas também à integralidade 
de saberes, práticas, vivências e espaços de cuidado. 
Desse modo, para que haja a integralidade da atenção à saúde no Brasil, é 
necessário o desenvolvimento de ações de educação em saúde em perspectiva dialógica, 
participativa e criativa, que contribua para a autonomia do usuário (BRASIL, 2007). 
Nesse sentido, o Ministério da Saúde recomenda a Educação Popular em Saúde 
como uma das principais estratégias para a promoção da qualidade de vida da população. 
Para melhor entendimento dessa estratégia, sugere-se a leitura do Caderno de Educação 
Popular e Saúde do Ministério da Saúde, publicado em 2007, que expõe as experiências de 
educação vivenciadas por diferentes atores sociais e está disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/caderno_de_educacao_popular_e_saude.pdf>. 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
44 
Questão 7 
Questão 7.7 
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é uma diretriz para orientar 
o empresariado no estabelecimento de um plano de saúde ocupacional para o trabalhador. 
Em muitas atividades, há risco aumentado de aquisição e de transmissão de doenças 
infecciosas no ambiente de trabalho. É importante a educação em relação ao emprego 
correto das técnicas de proteção individual, assim como a indicação correta da vacinação 
adequada, preferencialmente ao ingresso do profissional em sua atividade. 
BALLALAI, I; MIGOWSKI, E. Imunização e Prevenção nas empresas: um guia de orientação para a saúde dos negócios e do 
trabalhador. Rio de Janeiro, 2006. 
São vacinas recomendadas para os profissionais de saúde pelo calendário de vacinação 
ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações: 
A. pneumocócica, meningocócica C conjugada e tríplice viral. 
B. tríplice viral, hepatite A e B e cólera (oral). 
C. febre amarela, meningocócica C conjugada e difteria, coqueluche e tétano. 
D. hepatite A e B, meningocócica C conjugada e tríplice viral. 
E. raiva, meningocócica C conjugada e tríplice viral. 
 
1. Introdução teórica 
 
Saúde do trabalhador: imunização 
 
No Brasil, as Normas Regulamentadoras (NRs) relativas à Segurança e Medicina do 
Trabalho foram aprovadas pela Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Essa Portaria 
regulamentou e forneceu orientações sobre os procedimentos obrigatórios relacionados à 
segurança e à medicina do trabalho no País (BRASIL, 1978). 
Atualmente, o Ministério do Trabalho e Emprego estabelece 34 Normas 
Regulamentadoras que devem ser de observância obrigatória pelas empresas privadas e 
públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos 
dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT) (BRASIL, 1978). 
A Norma Regulamentadora Nº 07, aprovada pela Portaria GM Nº 3.214, de 08 de 
junho de 1978, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de 
 
7Questão 27 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
45 
todos os empregadores e das instituições que admitam trabalhadores como empregados, do 
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção 
e preservação da saúde dos trabalhadores. 
De acordo com a NR Nº 07, o PCMSO deve estar articulado com o disposto nas 
demais NRs, com o foco assistencial de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos 
agravos à saúde relacionados ao trabalho, incluindo os de natureza subclínica, além da 
constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde 
dos trabalhadores. 
 A presença de agentes biológicos transmissores de doenças nos serviços de saúde 
obriga o empregador a prover os meios de proteção para que o trabalhador não se acidente. 
Caso se acidente, os serviços de saúde devem prover meios para que o trabalhador não 
sofra as consequências de uma possível contaminação por microrganismos que provoquem 
doenças comprovadamente evitáveis pelos imunobiológicos (SBIm e ANAMT, 2011). Por 
isso, um importante recurso para a prevenção de doenças transmissíveis nos serviços de 
saúde é a vacinação ou a imunização dos trabalhadores, pois diminui o risco de 
absenteísmo. Esse recurso constitui um dos principais aliados do Serviço de Saúde 
Ocupacional. 
A Norma Regulamentadora Nº 32, que estabelece as diretrizes básicas para a 
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos 
serviços de saúde, identificou a obrigatoriedade do empregador de disponibilizar todas as 
vacinas registradas no país que possam, segundo os critérios de exposição a riscos, estar 
indicadas para o trabalhador de saúde e estabelecidas no PCMSO, conforme descrito a 
seguir. 
 
32.4.22.6 Sempre que houver vacinas eficazes contra os agentes biológicos a 
que os trabalhadores estão ou podem estar expostos, o empregador deve 
disponibilizá-las gratuitamente aos trabalhadores não imunizados (BRASIL, 
2005; NR 32). 
 
 São considerados trabalhadores da saúde: médicos, enfermeiros e técnicos e 
auxiliares de Enfermagem, patologistas e técnicos de patologia, dentistas, fonoaudiólogos, 
fisioterapeutas, pessoal de apoio, manutenção e limpeza de ambientes hospitalares, 
maqueiros, motoristas de ambulância, técnicos de RX e outros profissionais que frequentam 
assiduamente os serviços de saúde, tais como representantes da indústria farmacêutica 
(SBIm e ANAMT, 2011). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
46 
 A vacinação desses trabalhadores previne certas doençasinfecciosas de possível 
transmissão no serviço de saúde, como hepatite A e B, varicela, sarampo, influenza (gripe), 
caxumba, rubéola, doença pneumocócica e doença meningocócica. 
 O calendário de vacinação ocupacional estipulado pela Sociedade Brasileira de 
Imunizações (SBIm) e pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) 
recomenda que os profissionais da área da saúde sejam vacinados conforme descrito no 
quadro 1. 
 
Quadro 1. Calendário de Vacinação Ocupacional – SBIm. Profissionais de saúde. 
Vacina Esquema 
Tríplice viral (sarampo, caxumba e 
rubéola) 
Dose única 
Hepatite A e B Hepatite A – duas doses, com intervalo de seis meses 
Hepatite B – três doses, com intervalo de um mês entre 
a primeira e a segunda, e de cinco entre a segunda e a 
terceira dose 
Dupla adulto (tétano e difteria) Com esquema vacinal completo – reforço de dupla 
adulto a cada dez anos 
Com esquema vacinal incompleto – completar o 
esquema de três doses e reforço de dupla adulto a cada 
dez anos 
Varicela A partir de 13 anos de idade: duas doses com intervalo 
de dois meses 
Influenza (gripe) Dose única anual 
Antimeningocócica C conjugada Dose única 
 
Fonte. Sociedade Brasileira de Imunizações e Associação Nacional de Medicina do Trabalho. 
 
 A SBIm e a ANAMT recomendam que o médico coordenador do PCMSO deve 
complementar o programa de vacinação do trabalhador de acordo com a avaliação dos 
riscos de contaminação determinados pelo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA). 
 Segundo a NR Nº 32, o empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam 
informados sobre as vantagens e os efeitos colaterais da vacinação e os riscos aos quais os 
trabalhadores ficarão expostos por falta ou recusa de vacinação. A imunização deve ser 
registrada no prontuário clínico individual do profissional de saúde, conforme previsto na NR 
Nº 07, devendo ser fornecido ao trabalhador o comprovante das vacinas recebidas (BRASIL, 
2005). 
 O trabalhador da saúde deve estar sensibilizado, informado, conscientizado e 
convencido de que a vacinação é um importante meio para a prevenção de doenças 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
47 
transmissíveis no ambiente de trabalho, sendo, assim, primordial para a manutenção de sua 
saúde. 
 A responsabilidade pela proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores deve ser 
solidária entre contratantes e contratados, e ambos devem zelar pela qualidade de vida do 
trabalhador e pela qualidade do serviço prestado. 
 
2. Análise das alternativas 
 
 São vacinas recomendadas para os profissionais de saúde pelo calendário de 
vacinação ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações: tríplice viral (sarampo, 
caxumba e rubéola), hepatite A e B, dupla adulto (tétano e difteria), varicela, influenza e 
antimeningocócica C conjugada. 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A vacina pneumocócica não é recomendada pela SBIm para os profissionais 
de saúde. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A vacina contra cólera (oral) não é recomendada pela SBIm para os 
profissionais de saúde. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A vacina contra febre amarela não é recomendada pela SBIm para os 
profissionais de saúde. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Todas as vacinas citadas são recomendadas pela SBIm para os profissionais 
de saúde. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A vacina contra raiva não é recomendada pela SBIm para os profissionais 
de saúde. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
48 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria GM Nº 3.214, de 08 de junho de 
1978 – NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (DOU 06/07/78). 
Disponível em 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>. Acesso em 
18 abr. 2011. 
• BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria GM Nº 485, de 11 de novembro 
de 2005 – NR 32 – Disposições Gerais (DOU 16/11/05). Disponível em 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>. Acesso em 
18 abr. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Vacinação. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1448>. Acesso 
em 03 dez. 2012. 
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES – SBIm. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE 
MEDICINA DO TRABALHO – ANAMT. Atualização em vacinação ocupacional: guia prático. 
Disponível em <http://www.sbim.org.br/sbim_guia_ocupacional.pdf>. Acesso em 19 abr. 
2011. 
 
4. Texto complementar – Questão 7 
 
Programa Nacional de Imunização (PNI) 
 
Em 1973, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Imunização (PNI) com 
o objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças infecto-contagiosas e 
imunopreveníveis no território brasileiro. Desde então, o PNI coordena as atividades 
relacionadas à imunização da população brasileira, preconiza normas específicas de 
vacinação no Brasil e adota quatro calendários básicos de vacinação: para a criança, o 
adolescente, o adulto, a pessoa idosa e da população indígena (BRASIL, 2012). 
As práticas de imunização em adultos e pessoas idosas também são impactantes na 
redução da morbimortalidade por doenças infectocontagiosas, no entanto, são pouco 
discutidas e difundidas entre a população. Por isso, considera-se importante a divulgação do 
calendário vacinal das pessoas com idade igual ou superior a 20 anos para toda a população 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
49 
e, também, o domínio técnico-científico dos profissionais de saúde sobre a imunização nessa 
faixa etária. 
De acordo com o PNI, os adultos e as pessoas idosas devem ser vacinados contra 
hepatite B, tétano, difteria, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, gripe sazonal e 
infecções causadas pelo pneumococo, conforme apresentado no quadro 2 (BRASIL, 2012). 
 
Quadro 2. Calendário de vacinação do adulto e da pessoa idosa. 
IDADE VACINA DOSE DOENÇAS EVITADAS 
 
 
 
20 a 59 anos 
Hepatite B1 3 doses Hepatite B 
Dupla tipo adulto 1 dose a cada 10 anos Difteria e tétano 
Febre amarela2 1 dose a cada 10 anos Febre amarela 
Tríplice viral (SCR)3 Dose única Sarampo, caxumba e rubéola 
 
 
 
 
60 anos ou mais 
Hepatite B1 3 doses Hepatite B 
Febre amarela2 1 dose a cada 10 anos Febre amarela 
Influenza sazonal Dose anual Influenza sazonal ou gripe 
Pneumocócica 23-valente (Pn23)4 Dose única Infecções causadas pelo pneumococo 
Dupla tipo adulto 1 dose a cada 10 anos Difteria e tétano 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde; 2012. 
 
1Vacina hepatite B (recombinante): deve ser oferecida aos grupos vulneráveis não vacinados ou sem 
comprovação de vacinação anterior. Grupos vulneráveis: gestantes, após o primeiro trimestre de gestação; 
trabalhadores de saúde; bombeiros; policiais militares, civis e rodoviários; caminhoneiros; carcereiros de 
delegacia e de penitenciárias; coletores de lixo hospitalar e domiciliar; agentes funerários comunicantes sexuais 
de pessoas portadoras de VHB; doadores de sangue; homens e mulheres que mantêm relações sexuais com 
pessoas do mesmo sexo; lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais; pessoas reclusas (presídios, 
hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, dentre outras); manicures, pedicures e 
podólogos; populações de assentamentos e acampamentos; potenciais receptores de múltiplas transfusões de 
sangue ou politransfundido; profissionais do sexo/prostitutas; usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas 
(aspiradas pelo nariz); portadores de DST (BRASIL, 2012). 
2 Vacina contra Febre amarela (atenuada): indicada aos residentes ou viajantes para as seguintes áreas com 
recomendação da vacina: estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, 
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e alguns municípios dos estados do 
Piauí, Bahia, São Paulo,Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A vacina deve ser administrada 10 (dez) 
dias antes da data da viagem. Administrar dose de reforço, a cada dez anos após a data da última dose. 
Precaução: a vacina é contra-indicada para gestantes e mulheres que estejam amamentando (BRASIL, 2012). 
3 Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR): deve ser administrada uma dose em mulheres de 20 a 49 
anos de idade e em homens de 20 a 39 anos de idade que não apresentarem comprovação vacinal. Precaução: 
a vacina é contraindicada para gestantes (BRASIL, 2012). 
4 Vacina pneumocócica 23-valente (polissacarídica): administrar uma dose durante a Campanha Nacional de 
Vacinação da Pessoa Idosa, nos indivíduos de 60 anos e mais que vivem em instituições fechadas como: casas 
geriátricas, hospitais, asilos, casas de repouso, com apenas 1 (um) reforço cinco anos após a dose inicial. 
 
O Enfermeiro atuante na atenção primária em saúde deve apresentar adequado 
conhecimento científico acerca das especificidades da imunização no indivíduo adulto e na 
pessoa idosa, a fim de conscientizar e estimular essa população a manter a carteira de 
vacinação sempre atualizada, reduzindo, assim, a morbimortalidade pelas doenças 
infectocontagiosas imunopreveníveis. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
50 
Questão 8 
Questão 8.8 
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, aprovada em 2009, tem como 
objetivo a promoção da melhoria das condições de saúde da população masculina brasileira, 
“contribuindo para a redução das causas de morbidade e mortalidade através do 
enfrentamento racional dos fatores de risco e facilitando o acesso às ações e aos serviços de 
atenção integral à saúde” (BRASIL, 2010). Hoje, no Brasil, duas a cada três mortes de 
adultos são de homens, o que reforça a necessidade de uma política específica de atenção a 
essa parcela da população. O gráfico abaixo apresenta as principais causas de mortalidade 
na população masculina brasileira de 20 a 59 anos de idade. 
 
Com base no gráfico, conclui-se que 
A. há relação inversa entre a mortalidade por causas externas e a mortalidade devido a 
doenças do aparelho circulatório nos extremos de idade: 20-29 anos e 50-59 anos de 
idade. 
B. as curvas de mortalidade por neoplasias, doenças do aparelho digestivo e do aparelho 
respiratório têm pouca variação entre si na vida adulta. 
C. a mortalidade por neoplasias entra em ascensão a partir dos 39 anos de idade e 
estabiliza na faixa etária de 50 a 59 anos de idade. 
 
8Questão 28 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
51 
D. as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por grande parte da mortalidade 
durante toda a vida adulta. 
E. causas externas e doenças do aparelho circulatório assumem curvas semelhantes após 
os 40 anos de idade. 
 
1. Introdução teórica 
 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem 
 
 A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi instituída pelo 
Ministério da Saúde do Brasil, por meio da Portaria GM 1944, de 27 de agosto de 2009. Esta 
política foi implementada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo 
primordial de promover melhores condições de saúde da população masculina no Brasil, 
contribuindo efetivamente para a redução dos altos índices de morbimortalidade dessa 
população (BRASIL, 2009). 
 A iniciativa do Ministério da Saúde surgiu em função da observação e da 
comprovação de que os homens, apesar de serem mais vulneráveis às doenças do que as 
mulheres, sobretudo às enfermidades crônicas e graves, procuram com menor frequência a 
assistência primária à saúde (BRASIL, 2008). 
 Segundo o Ministério da Saúde, a cada três mortes de pessoas em idade adulta, 
duas são do gênero masculino. Os homens vivem, em média, sete anos a menos do que as 
mulheres e desenvolvem com maior frequência doenças cardiovasculares, como a 
hipertensão arterial, a dislipidemia, o diabetes mellitus e o câncer (BRASIL, 2008). 
 Laurenti et al. (2005) acrescentam que os coeficientes de mortalidade por causas 
básicas de morte são maiores entre os homens quando comparados aos das mulheres, 
destacando-se as causas externas como a violência (homicídio e acidentes de transporte), os 
transtornos mentais e comportamentais (uso de álcool e substâncias psicoativas) e as 
doenças do aparelho digestivo (cirrose hepática, associada ao alcoolismo). 
 A literatura aponta que muitas doenças e agravos à saúde e muitos óbitos de 
homens poderiam ser evitados se eles realizassem, com regularidade, os cuidados à sua 
saúde e promovessem medidas de prevenção primária, com foco na atenção primária à 
saúde. Por isso, a necessidade da instituição de uma Política de Saúde direcionada apenas 
para essa população (LAURENTI et al., 2005; GOMES et al., 2007; BRASIL, 2008). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
52 
 De acordo com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde do Homem está fundamentada nos princípios e diretrizes do SUS e apresenta, dentre 
outros, os objetivos citados a seguir (BRASIL, 2009). 
• Promover a mudança de paradigma sobre a percepção da população masculina 
acerca do autocuidado e do cuidado à sua família. 
• Captar precocemente a população masculina nas atividades de prevenção de 
doenças cardiovasculares e cânceres. 
• Organizar, implantar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde do homem 
no Brasil. 
• Fortalecer a assistência básica no cuidado ao homem, promovendo a facilitação e a 
garantia do acesso aos serviços de saúde, e a qualidade da atenção necessária ao 
enfrentamento dos fatores de risco das doenças e agravos à saúde da população 
masculina. 
• Capacitar e qualificar os profissionais da rede básica de saúde para o atendimento 
adequado à saúde do homem. 
• Implantar, implementar, ampliar e qualificar a atenção à saúde sexual e reprodutiva 
dos homens, com inclusão do homem na questão do planejamento reprodutivo. 
• Promover a prevenção e o controle das infecções sexualmente transmissíveis. 
• Ampliar o acesso às informações sobre medidas preventivas contra os agravos e as 
doenças que atingem a população masculina, incluindo o enfoque de gênero nas ações 
educativas. 
 Além de evidenciar os principais fatores de morbidade e mortalidade do homem, a 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem explicita o reconhecimento de 
determinantes sociais que resultam na maior vulnerabilidade da população masculina aos 
agravos à saúde e pretende mobilizar os homens brasileiros pela luta e garantia do direito à 
saúde, já consolidado pela Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 2008). 
 
2. Análise das alternativas 
 
 O gráfico apresentado no enunciado da questão indica as principais causas de 
mortalidade na população masculina, com idade entre 20 e 59 anos, no ano de 2007. Entre 
elas, citam-se as neoplasias, doenças dos aparelhos digestivo, circulatório e respiratório e as 
causas externas. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
53 
 Analisando o gráfico, observa-se que o número de óbitos por neoplasias e por 
doenças dos aparelhos cardiorrespiratório e digestivo aumenta conforme o avanço da idade 
dos homens, havendo uma relação diretamente proporcional entre as mortes por essas 
causas e a idade desses indivíduos. Entretanto, observa-se que existe queda no número de 
óbitos por causas externas conforme o avanço da idade, demonstrando uma relação 
inversamente proporcional entre essas duas variáveis. 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Observa-se no gráfico que o número de óbitos por causas externas na 
idade entre 20 e 29 anos foi quase 35 mil, enquanto o de doenças circulatórias foi menos de 
5 mil óbitos. Na faixa etária entre 50 e 59 anos, nota-se que houve aproximadamente 10 mil 
óbitos por causas externas e cerca de 25 mil óbitos por doenças circulatórias. Assim,observa-se que existe uma relação inversa entre a mortalidade por causas externas e por 
doenças circulatórias nos extremos de idade: as causas externas matam mais jovens, 
enquanto as doenças circulatórias causam mais óbito de pessoas com idade entre 50 e 59 
anos. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As curvas dos aparelhos digestivo e respiratório apresentam menor variação 
na vida adulta. No entanto, nota-se que a curva de mortalidade por neoplasia varia 
consideravelmente entre os 20 e 59 anos de idade, passando de menos de 5 mil para mais 
de 15 mil óbitos no ano de 2007, ou seja, 3 vezes mais. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O número de óbitos por neoplasias entra em ascensão na faixa etária de 30 
a 39 anos de idade e continua em ascensão até a faixa dos 50 aos 59 anos de idade. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As causas externas são as principais causas de óbito entre os homens na 
faixa etária entre 40 e 49 anos. Após essa fase, as doenças do aparelho circulatório são as 
principais responsáveis pelos óbitos na população masculina. Sendo assim, as doenças do 
aparelho circulatório não são responsáveis por grande parte dos óbitos durante toda a vida 
adulta do homem. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
54 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. As curvas do número de óbitos por causas externas e por doenças do 
aparelho digestivo assumem traçados inversos, e não semelhantes, em toda a vida do 
homem adulto. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM Nº 1.944, de 27 de agosto de 2009 – Política 
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Disponível em 
<http://www.saude.rr.gov.br/legislacao/federal/politicanacionalatencaointegralsaudehom
em_0001.PDF>. Acesso em 06 jun. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – 
Princípios e Diretrizes. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2008. 
• FIGUEIREDO, W. Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de 
atenção primária. Ciência e Saúde Coletiva, 10(1): 105-96, 2005. 
• GOMES, R.; NASCIMENTO, E. F.; ARAÚJO, F. C. Por que os homens buscam menos os 
serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa 
escolaridade e homens com ensino superior. Cad. Saúde Pública (RJ): 23(3):565-74, 
2007. 
• LAURENTI, R.; JORGE MELLO, M. H. P.; GOTLIEB, S.L.D. Perfil Epidemiológico da 
morbimortalidade masculina. Ciência e Saúde Coletiva, 10(1): 35-46, 2005. 
 
3. Texto complementar – Questão 8 
 
Desafios para a assistência à saúde dos homens 
 
Pesquisas científicas constatam que os homens morrem mais e sofrem mais por 
doenças crônicas e graves quando comparados à população feminina. No entanto, apesar de 
as taxas masculinas assumirem peso significativo nos perfis de morbimortalidade, a 
presença de homens nos serviços de saúde do Brasil é menor do que a das mulheres 
(GOMES et al., 2007). 
Estudo desenvolvido por Gomes, Nascimento e Araújo (2007) para investigar as 
explicações masculinas a respeito da pouca procura pelo serviço de saúde indicou as 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
55 
seguintes razões: representação do cuidar como uma tarefa feminina, questões relacionadas 
ao trabalho, dificuldade de acesso aos serviços de saúde e falta de unidades direcionadas ao 
cuidado à saúde do homem. 
Ao atuar na atenção primária em saúde, o profissional deve compreender as 
dificuldades dos homens na procura de uma unidade de saúde e a pouca interação entre a 
organização das práticas de saúde e as necessidades de saúde dos homens. 
Para promover a assistência à saúde dos homens, os profissionais de saúde devem 
discutir estratégias que considerem as dificuldades para melhor acolhimento e atendimento 
dessa população nos serviços de saúde (FIGUEIREDO, 2005). 
Sugere-se a leitura e a discussão do artigo de Figueiredo (2005) intitulado 
“Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção primária”, 
publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva e disponível em 
<http://www.scielosp.org/pdf/csc/v10n1/a11v10n1.pdf>. O artigo, cujo resumo encontra-se 
reproduzido a seguir, discute como os serviços de atenção primária em saúde podem 
contribuir para a atenção à saúde dos homens. 
 
Resumo 
O texto discute como os serviços de atenção primária podem contribuir para uma prática saudável 
por parte da população masculina. Tal objetivo implica a discussão de estratégias que envolvem os 
homens como sujeitos confrontados com as diferentes dimensões da vida; os serviços na maneira 
como eles se organizam para atender os usuários considerando suas particularidades; e os vínculos 
estabelecidos entre os homens e os serviços e vice-versa. Como fundamentação teórica, prevalecem 
os conceitos de gênero e de necessidade em saúde. Esses conceitos são relacionados à experiência 
prática desenvolvida no Centro de Saúde Escola Samuel B. Pessoa, localizado no bairro do Butantã, 
na cidade de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
56 
Questão 9 
Questão 9.9 
Margarida tem 75 anos de idade, mora sozinha, é portadora de hipertensão arterial e, 
diariamente, faz uso de anti-hipertensivo às 22 horas. Relata levantar várias vezes durante a 
noite para urinar, e que, às vezes, ao se levantar da cama, sente tonturas. Nega limitações 
ou dificuldades na marcha. 
Após coletar esses dados durante a consulta de Enfermagem, realizada na visita domiciliar, e 
objetivando minimizar riscos de queda e injúrias, o enfermeiro deve orientar a idosa ao que 
segue. 
I. Contratar um acompanhante/cuidador, usar fraldas durante a noite, diminuir ingesta 
hídrica após as 18 horas, manter uma luz acesa durante a noite, usar uma bengala 
para apoio ao levantar-se, ir ao banheiro antes de dormir e evitar micções durante a 
noite. Se for necessário levantar-se, solicitar ajuda do acompanhante/cuidador. 
II. Manter durante a noite iluminação suficiente para orientar o trajeto ao banheiro e, se 
possível, ter a cama próxima ao interruptor de luz. Restringir o uso de tapetes, 
permanecer sentada por alguns minutos antes de levantar-se da cama, usar calçado 
antiderrapante e não permitir animais domésticos dentro de casa, principalmente 
durante a noite. 
III. Evitar levantar-se durante a noite para urinar, ir ao banheiro antes de se deitar, não 
usar chinelos para caminhar até o banheiro, ingerir líquidos até, no máximo, as 18 
horas, identificar alguém de seu convívio social para dormir em sua casa, restringir o 
uso de medicamentos diuréticos, solicitando ao médico a troca do anti-hipertensivo 
diurético para inibidor da ECA. 
IV. Usar anti-hipertensivo diurético pela manhã, instalar barras de apoio nas paredes 
próximas à cama, no trajeto até o banheiro, próximo ao vaso sanitário e chuveiro, ter 
interruptor de luz próximo à cabeceira da cama, fazer caminhadas diárias para 
fortalecer a musculatura dos membros inferiores, observar sempre as condições das 
calçadas e usar sapatos com solado antiderrapante. 
V. Providenciar bengala e solicitar orientação do seu uso a um fisioterapeuta, adquirir 
sapatos com alça de fixação no calcanhar, iniciar atividade para fortalecimento 
muscular, interromper uso de anti-hipertensivo diurético, providenciar um 
 
9Questão 29 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
57 
acompanhante/cuidador para período noturno, procurar médico e solicitar exame de 
densitometria óssea e providenciar uma campainha no quarto. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I e II. 
B. I e III. 
C. II e IV. 
D. III e V. 
E. IV e V. 
 
1. Introdução teórica 
 
Hipertensão arterial sistêmica e saúde da pessoa idosa 
 
 A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um importante problemade saúde pública 
no Brasil e no mundo (BRASIL, 2006). No Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas são 
diagnosticadas com a doença e, somente no ano de 2007, foram registrados 308.466 óbitos 
por doenças do aparelho circulatório relacionadas à hipertensão arterial no país (BRASIL, 
2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 
 A HAS é definida como uma pressão arterial sistólica igual ou superior a 140 mmHg e 
uma pressão arterial diastólica igual ou superior a 90 mmHg (BRASIL, 2006; SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010; SMELTZER et al., 2011). A idade avançada, o excesso 
de peso, a ingestão excessiva de sódio (sal), a ingestão de álcool por períodos prolongados, 
o sedentarismo e a predisposição genética, entre outros, são considerados fatores de risco 
para o desenvolvimento da HAS, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia 
(2010). 
A HAS é uma doença que acomete de 50% a 70% das pessoas idosas no Brasil 
(BRASIL, 2006). As alterações estruturais e funcionais nos vasos sanguíneos e no coração 
contribuem para o aumento dos níveis pressóricos nas pessoas idosas. Essas modificações 
incluem o acúmulo de placa aterosclerótica, a fragmentação das elastinas arteriais, o 
aumento do depósito de colágeno e o comprometimento da vasodilatação. O desfecho 
dessas alterações é na redução da elasticidade dos principais vasos sanguíneos, que, por 
sua vez, resulta na elevação da pressão arterial (SMELTZER et al., 2011). 
A doença é um fator determinante de morbidade e mortalidade entre as pessoas 
idosas, mas, quando controlada de modo adequado, reduz substancialmente as limitações 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
58 
funcionais e a incapacidade (BRASIL, 2006). A meta do tratamento da hipertensão, 
sobretudo na terceira idade, consiste em evitar as complicações e a morte, por meio da 
manutenção da pressão arterial em valores iguais ou inferiores a 140/90 mmHg (BRASIL, 
2006; SMELTZER et al., 2011). 
O tratamento da doença inclui medidas não farmacológicas isoladas e a associação 
desses métodos com os fármacos anti-hipertensivos. O controle do excesso de peso, a 
adoção de hábitos alimentares saudáveis, a redução do consumo de bebidas alcoólicas, o 
abandono do tabagismo e a realização de uma atividade física regular constituem meios não 
farmacológicos para o tratamento da HAS, que devem ser constantemente estimulados 
pelos profissionais de saúde (BRASIL, 2006; SMELTZER et al., 2011). 
Os diuréticos são os fármacos que mostraram melhores resultados na redução dos 
eventos cardiovasculares, renais e cerebrovasculares e por isso são recomendados como 
primeira opção para o tratamento anti-hipertensivo. Entretanto, essa terapia é eficaz em 
cerca de 40% a 50% dos casos. Quando existe uma resposta inadequada à monoterapia 
medicamentosa (tratamento com um único agente), é necessária a associação do diurético 
com outros medicamentos anti-hipertensivos, como os inibidores da ECA, os 
betabloqueadores e os antagonistas do cálcio para o tratamento da HAS (BRASIL, 2006). 
Para as pessoas idosas, o tratamento deve ser iniciado com as modificações no estilo 
de vida, ou seja, com a terapia não farmacológica. Se a resposta for inadequada, pode 
haver necessidade da inclusão dos medicamentos à terapêutica. Nesses casos, a dose inicial 
do fármaco deve ser mais baixa do que as preconizadas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 
2006; SMELTZER et al., 2011). 
Contudo, os indivíduos com hipertensão, principalmente as pessoas idosas, e seus 
cuidadores devem ser alertados pelos profissionais de saúde de que os medicamentos anti-
hipertensivos podem provocar hipotensão arterial. Como as pessoas idosas apresentam 
reflexos cardiovasculares comprometidos e, portanto, demonstram maior sensibilidade à 
depleção do volume extracelular causado pelos diuréticos e à inibição simpática provocada 
pelos antagonistas adrenérgicos, essa população apresenta maior probabilidade do 
aparecimento do quadro clínico de hipotensão arterial. Em função dessas condições, as 
pessoas idosas e os cuidadores devem relatar imediatamente ao profissional de saúde os 
problemas relacionados aos medicamentos, como a pressão arterial baixa ou a hipotensão 
postural (ortostática), manifestada como tonturas ou vertigem na posição ortostática 
(SMELTZER et al., 2011). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
59 
Para minimizar o risco de hipotensão arterial, o enfermeiro deve orientar os pacientes 
a se moverem lentamente quando passam de uma posição deitada ou sentada para uma 
posição em pé. Também deve aconselhar os indivíduos a utilizarem dispositivos de suporte à 
movimentação quando houver necessidade, como corrimãos e andadores, para evitar 
quedas que poderiam ocorrer em função das tonturas decorrentes do referido quadro clínico 
(SMELTZER et al., 2011). 
O enfermeiro deve promover cuidados especiais às pessoas idosas hipertensas para 
assegurar que eles compreendam o esquema terapêutico, garantindo, assim, a realização de 
um tratamento adequado para a doença. Para isso, o enfermeiro deve apoiar a pessoa idosa 
e ensiná-la a aderir ao esquema de tratamento, implementando as mudanças necessárias 
para a manutenção de um estilo de vida saudável, fazendo com que esse paciente tome os 
medicamentos conforme prescrição médica e agende consultas médicas periódicas para o 
acompanhamento de sua saúde (SMELTZER et al., 2011). 
O enfermeiro também deve incluir a família e os cuidadores da pessoa idosa no 
programa de ensino para o planejamento de cuidados, para que compreendam as 
necessidades do paciente, incentivem a adesão ao plano de tratamento e identifiquem 
possíveis complicações relacionadas à hipertensão (SMELTZER et al., 2011). 
O adequado planejamento dos cuidados à pessoa idosa com hipertensão arterial 
sistêmica, incluindo os familiares e os cuidadores, é primordial para a redução da 
morbimortalidade em função da hipertensão arterial sistêmica nessa população. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve orientar sobre a importância da presença de um 
acompanhante e não solicitar sua contratação. Evitar micções durante o período noturno 
aumenta a possibilidade do desenvolvimento de infecção no trato urinário. Para evitar 
quedas em função da hipotensão postural, o enfermeiro deve orientar os pacientes a 
mudarem vagarosamente de posição quando passam da posição deitada para a posição em 
pé e, se possível, devem chamar o cuidador antes de se levantar. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A iluminação do trajeto ao banheiro ajuda a evitar quedas, assim como a 
restrição de tapetes na residência. A mudança de posição lenta e gradual é uma orientação 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
60 
essencial para evitar quedas, assim como o uso de calçados antiderrapantes. Evitar a 
permanência de animais domésticos dentro de casa minimiza a possibilidade de quedas, 
sobretudo durante a noite. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Se Dona Margarida não urinar durante o período noturno, aumenta a 
possibilidade do desenvolvimento de infecção no trato urinário; caso haja vontade de urinar 
nesse período, ela deve ser orientada a levantar-se calmamente, permanecendo sentada 
algum tempo antes de levantar-se. Para evitar lesões e acidentes, a mulher também deve 
ser orientada a usar calçados antiderrapantes. Além disso, não é necessária a restrição de 
ingestão hídrica após as 18 horas. O diurético anti-hipertensivo é a medicação de primeira 
escolha no tratamento da HAS: só deve ser trocado caso não haja um resultado adequado, 
o que não é o caso. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O medicamento diurético deve ser administrado no horário solicitado pelo 
médico, conforme prescrição. Por isso, o enfermeiro somente deve modificar o horário da 
administração do fármaco se a prescrição permitir,mas essa constitui uma possibilidade que 
o enfermeiro pode considerar para minimizar o risco de quedas durante a noite. Conforme já 
referenciado, a instalação de barras de apoio nas paredes do quarto e do banheiro e a 
presença de interruptor próximo à cama e o uso de calçados antiderrapantes são 
mecanismos que podem evitar quedas. 
 
V – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve orientar o uso de calçados antiderrapantes, não 
havendo necessidade somente de sapatos com alça de fixação no calcanhar. O profissional 
não deve solicitar a interrupção do uso de medicamento sem avaliação médica prévia. 
 
Alternativa correta: C. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
61 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 
2006. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Quedas de idosos. Brasília 
(DF): Ministério da Saúde, 2009. 
• SMELTZER, S. C.; HINKLE, J. L.; BARE, B. G.; CHEEVER K. H. Brunner e Suddarth: 
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Sociedade Brasileira de Hipertensão. 
Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq. Bras. 
Cardiol. 2010; 95(1):1-51. 
• WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO Global report on falls prevention in older 
age. Genebra: WHO, 2007. In: SÃO PAULO. Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. 
Relatório global da Organização Mundial de Saúde sobre prevenção de quedas na 
velhice. [tradução]. São Paulo (SP): Secretaria do Estado da Saúde, 2010. 
 
4. Texto complementar – Questão 9 
 
Quedas e pessoas idosas 
 
A queda é um evento comum entre as pessoas idosas e sua frequência aumenta 
progressivamente com a idade, em ambos os gêneros (BRASIL, 2009). 
Os acidentes por quedas podem provocar fraturas, traumatismos cranianos e morte e 
afetam a qualidade de vida da pessoa idosa em função de consequências psicossociais, 
como o medo e a falta de confiança. Além de problemas médicos, as quedas provocam 
elevados custos sociais e econômicos, aumentando a dependência e a institucionalização das 
pessoas idosas (BRASIL, 2009). 
Cuidados simples e adaptações podem reduzir o risco de quedas das pessoas idosas. 
De acordo com o Ministério da Saúde (2009), o profissional de saúde deve recomendar as 
orientações gerais citadas a seguir para prevenir quedas nessa população. 
• Realizar exames oftalmológicos e físicos anualmente, sobretudo para detectar problemas 
cardíacos e de pressão arterial. 
• Promover a ingestão adequada de cálcio e vitamina D. 
• Realizar banhos de sol diariamente. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
62 
• Praticar atividade física que vise ao desenvolvimento de agilidade, força, equilíbrio e 
coordenação, ao ganho de força do quadríceps e à mobilidade do tornozelo. 
Eliminar, do ambiente domiciliar, objetos que possam provocar escorregões. 
• Instalar suportes, corrimão e outros acessórios de segurança. 
• Utilizar sapatos com sola antiderrapante. 
• Amarrar o cadarço do calçado. 
• Substituir chinelos deformados ou frouxos. 
• Utilizar calçadeira ou sentar-se para colocar o sapato. 
• Evitar sapatos altos e com sola lisa. 
• Evitar a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. 
• Manter lista atualizada de todos os medicamentos em uso e levá-la às consultas médicas 
ou de enfermagem. 
• Conhecer os efeitos colaterais dos remédios em uso. 
• Certificar-se de que todos os medicamentos utilizados estão claramente rotulados e 
guardados em um local adequado, respeitando as instruções de armazenamento. 
• Tomar os medicamentos nos horários corretos e da forma que foi receitada pelo médico. 
• Evitar andar somente de meias. 
 Com relação às adaptações do ambiente físico domiciliar, o Ministério da Saúde 
referencia a necessidade de promover mudanças e cuidados em diferentes locais, como no 
quarto, na sala, no corredor, na cozinha, na escada e no banheiro (BRASIL, 2009). Essas 
orientações estão disponíveis em 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/184queda_idosos.html>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 10 
Questão 10.10 
Uma criança de um ano e meio de idade é levada pela mãe ao Centro de Saúde da Família 
com sintomas de gripe. A mãe relata que a criança vem há dois dias com esse quadro e não 
está aceitando a alimentação. Após avaliação clínica, é levantada uma forte hipótese 
diagnóstica de síndrome respiratória secundária à infecção pelo vírus Influenza A (H1N1). 
Nesse caso, uma conduta imediata seria 
A. iniciar medicação após prescrição, identificar comunicantes e referenciar a criança a uma 
unidade hospitalar. 
B. aguardar confirmação laboratorial da presença do vírus Influenza A e, então, notificar o 
caso. 
C. orientar a mãe a administrar soro oral para que a criança não se desidrate e solicitar que 
retorne em menos de 24 horas para reavaliação do caso. 
D. coletar material já na unidade do primeiro atendimento e encaminhá-lo para o 
laboratório mais próximo para garantir agilidade no diagnóstico. 
E. garantir acompanhamento da criança na atenção básica, responsável por acompanhar 
casos de baixa complexidade, por meio da visita diária do agente comunitário de saúde. 
 
1. Introdução teórica 
 
Infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) 
 
A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória provocada pelo vírus do tipo A, que 
frequentemente provoca surtos de gripe entre os suínos (BRASIL, 2009). A identificação de 
um novo subtipo do vírus de influenza A (H1N1) entre os seres humanos, ocorrida em 24 de 
abril de 2009, no México e nos Estados Unidos da América, deu início à primeira pandemia 
do século 21 (BRASIL, 2009). 
A Organização Mundial de Saúde oficializou o início da pandemia à comunidade 
internacional no dia 25 de abril do mesmo ano, resultando em um processo de trabalho 
 
10Questão 30 - Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
64 
articulado na área da Saúde Pública de vários países para a redução da morbimortalidade 
relacionada à doença (BRASIL, 2009). 
Em 15 de julho de 2009, o Ministério da Saúde do Brasil publicou o Protocolo de 
Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, com os objetivos de monitorar a 
situação epidemiológica da doença, realizar o diagnóstico precoce, promover o 
acompanhamento dos casos leves e moderados e priorizar a assistência aos indivíduos mais 
graves (BRASIL, 2009). 
Em 27 de agosto do mesmo ano, o referido Ministério também elaborou as Diretrizes 
para o Enfrentamento à Pandemia de Influenza A (H1N1) na Atenção Primária à Saúde, 
visando à adaptação e à padronização das principais ações para o enfrentamento da 
pandemia e preparar os profissionais de saúde para o atendimento primário à população 
(BRASIL, 2009). Essas condutas do Governo Federal foram primordiais para o controle da 
pandemia no País. 
De acordo com os protocolos elaborados pelo Ministério da Saúde (2009), o subtipo 
do vírus da influenza A (H1N1) é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio 
da tosse ou do espirro e de secreções respiratórias de pessoas infectadas. Os sintomas 
podem iniciar no período de três a sete dias após o contato com o agente infeccioso e a 
transmissão ocorre, sobretudo, em lugares fechados. 
Em adultos, o período de transmissibilidade da doença é de um dia antes até o sétimo 
dia após o início dos sintomas, enquanto nas crianças menores de 12 anos, esse período 
equivale ao prazo de um dia antes até 14 dias após o início dos sintomas (BRASIL, 2009). 
O quadro clínico inicial da infecção por influenza A (H1N1) é caracterizado como uma 
síndrome gripal (SG), definida pelo Ministério da Saúde como “uma doençaaguda com 
duração máxima de cinco dias, apresentando febre acompanhada de tosse ou dor de 
garganta, na ausência de outros diagnósticos” (BRASIL, 2009, p. 5). 
Para o diagnóstico da síndrome gripal é primordial que haja uma avaliação clínica do 
profissional de saúde, não sendo indicada a confirmação laboratorial da presença do vírus da 
influenza A (H1N1). Conforme referido pelo Ministério da Saúde, o exame laboratorial é 
indicado apenas para acompanhar os casos de doença respiratória aguda grave e, em casos 
de surtos de síndrome gripal em comunidades fechadas, segundo orientação da vigilância 
epidemiológica. As condutas clínicas para o tratamento da síndrome independem do 
resultado do exame laboratorial específico para influenza A (H1N1) (BRASIL, 2009). 
De acordo com as diretrizes para o enfrentamento à pandemia de influenza A (H1N1) 
nas ações da atenção primária à saúde, o indivíduo que entrar em uma Unidade Básica de 
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Saúde referindo sintomas gripais deve ser direcionado ao serviço de acolhimento ou 
atendimento de demanda espontânea. Nesse momento, é recomendado que o profissional 
de saúde e o indivíduo sob suspeita de influenza A utilizem máscara cirúrgica. A equipe de 
saúde deve avaliar os casos suspeitos e confirmar ou afastar o diagnóstico de síndrome 
gripal por meio da avaliação dos fatores de risco e dos sinais de alerta para a doença 
(BRASIL, 2009). 
Ao realizar a avaliação inicial de um indivíduo com quadro gripal, o profissional de 
saúde deve observar fatores de risco que podem contribuir para o agravamento da situação 
clínica do paciente. Devem receber cuidados especiais os pacientes com idades inferiores a 
dois anos e superiores a 60 anos de idade bem como os diabéticos. Deve ser verificado se 
há gestação, obesidade, imunodepressão e doenças crônicas de ordem pulmonar, 
cardiovascular, hepática, hematológica, renal, neurológica, neuromuscular e metabólica 
(BRASIL, 2009). 
Considera-se sinal de alerta para influenza H1N1 a presença de pelo menos um dos 
seguintes itens (BRASIL, 2009): 
• agravamento dos sinais e sintomas iniciais, como febre, mialgia, tosse e dispneia; 
• desidratação; 
• alterações no estado de consciência; 
• crises convulsivas; 
• taquipneia (frequência respiratória superior a 25 rpm); 
• utilização da musculatura acessória da respiração (batimento de asas de nariz, tiragem 
intercostal e cornagem); 
• alterações dos níveis pressóricos (hipotensão arterial – pressão arterial diastólica menor 
do que 60 mmHg ou pressão arterial sistólica maior do que 90 mmHg); 
• alterações da frequência cardíaca (frequência cardíaca maior do que 120 bpm); 
• febre persistente por mais de cinco dias (temperatura corporal superior a 38°C); 
• saturação de oxigênio inferior a 94%. 
Em crianças, a presença de cianose, incapacidade de ingerir líquidos ou a presença de 
qualquer um dos sinais e sintomas citados anteriormente constitui sinal de alerta para a 
doença (BRASIL, 2009). 
A figura 1 apresenta o fluxograma de atendimento de um paciente com suspeita de 
Influenza A (H1N1) na atenção primária à saúde, segundo as diretrizes para o 
enfrentamento à pandemia estabelecida pelo Ministério da Saúde em 2009. 
 
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Figura 1. Fluxograma de atendimento de um paciente com suspeita de Influenza A (H1N1) na atenção 
primária à saúde. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2009. 
 
A presença de pelo menos um desses sinais deve alertar o médico para o 
encaminhamento do paciente ao hospital. Casos com sintomas graves devem ser 
imediatamente encaminhados para o hospital ou serviço indicado pela Secretaria Estadual 
e/ou Municipal de Saúde. Previamente ao encaminhamento à unidade hospitalar de 
referência, a equipe de saúde deve estabilizar o paciente e identificar os comunicantes para 
promover orientações gerais para os contatos, além de notificar o caso de síndrome 
respiratória aguda grave (BRASIL, 2009). 
Segundo o mesmo protocolo do Ministério da Saúde (2009), a orientação domiciliar 
para as pessoas com suspeita de contaminação (contatos) por influenza A (H1N1) deve 
incluir: 
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• a higienização das mãos com água e sabonete (ou, se possível, álcool em gel 70%) após 
tossir, espirrar, usar o banheiro e antes das refeições; 
• o não compartilhamento de objetos de uso pessoal e de alimentos; 
• a permanência, sempre que possível, em repouso na sua residência; 
• a alimentação balanceada e saudável; 
• o aumento na ingestão de líquidos. 
Para os familiares e os cuidadores, as orientações domiciliares do Ministério da Saúde 
envolvem (2009): 
• evitar aglomerações e ambientes fechados (manter os ambientes ventilados); 
• higienizar as mãos com frequência; 
• evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies potencialmente 
contaminadas. 
Conforme referido anteriormente, as ações implementadas pelo Governo Federal por 
meio do Ministério da Saúde, a partir da Declaração da Emergência de Saúde Pública de 
Importância Internacional (ESPII), ocorrida em 25 de abril de 2009, foram essenciais para o 
controle da doença no país. 
Atualmente, o Brasil conta com uma rede de vigilância para monitorar a circulação 
dos vírus respiratórios, além de um plano para o enfrentamento de uma possível pandemia 
de influenza no país (BRASIL, 2009). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Conforme indicado no fluxograma de atendimento, em indivíduos com 
fatores de risco para o agravamento da doença e com a presença de sinais de alerta 
(síndrome gripal), como é o caso dessa criança, a equipe de saúde deve estabilizar o 
indivíduo, iniciando a administração dos medicamentos, conforme prescrição médica, 
identificar os comunicantes (contatos) e encaminhar a criança a uma unidade hospitalar. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com as Diretrizes do Ministério da Saúde (2009), não é 
necessário aguardar a confirmação laboratorial da presença do vírus Influenza A. As 
condutas clínicas para o tratamento da síndrome gripal independem do resultado do exame 
laboratorial específico para a doença. 
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C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Se existe uma forte suspeita de síndrome respiratória secundária à infecção 
pelo vírus Influenza A (H1N1), a criança deve ser encaminhada a uma unidade hospitalar de 
saúde para atendimento. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Se existe uma forte suspeita de síndrome respiratória secundária à infecção 
pelo vírus Influenza A (H1N1), não é necessário aguardar a confirmação laboratorial da 
presença do vírus. Por isso, não é primordial coletar material na unidade de atendimento e 
encaminhá-lo para o laboratório mais próximo, visto que a conduta independe do teste 
laboratorial. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Se existe uma forte suspeita de síndrome respiratória secundária à infecção 
pelo vírus Influenza A (H1N1), a criança deve ser encaminhada a uma unidade hospitalar de 
saúde para atendimento. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Gabinete Permanente de 
Emergências de Saúde Pública. Protocolo de manejo clínico e vigilância epidemiológica da 
influenza: versão III. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Diretrizes para o enfrentamento à pandemia de influenza A (H1N1): ações da 
atenção primária à saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Programa Nacional de Imunizações. Estratégia nacional de 
vacinação contra o vírus Influenza pandêmico(H1N1) 2009. Informe Técnico 
Operacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Informe Técnico. 
Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2012. Brasília: Ministério da Saúde, 
2012. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 4 – CQA/UNIP 
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4. Texto complementar – Questão 10 
 
Vírus Influenza A (H1N1) e estratégias de enfrentamento da doença 
 
A influenza (ou gripe) é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de alta 
transmissibilidade e com distribuição global (BRASIL, 2010; 2012). Os vírus influenza são 
compostos por RNA de hélice única, da família dos Ortomixovírus, e subdividem-se nos tipos 
A, B e C. Os tipos A e B têm maior poder de causar a doença (morbidade) e a morte 
(mortalidade) se comparados ao tipo C. As epidemias e pandemias da gripe geralmente 
estão associadas ao vírus influenza A (BRASIL, 2010; 2012). 
As principais características do processo de transmissão dos vírus influenza são a 
alta transmissibilidade, sobretudo em relação ao tipo A; a maior gravidade entre as pessoas 
idosas, as crianças, os imunodeprimidos, os cardiopatas e os pneumopatas; a rápida 
variação antigênica do vírus influenza pandêmica, aumentando a suscetibilidade da 
população; e a circulação dos vírus entre aves selvagens e domésticas, suínos, focas e 
equinos, que se tornam reservatórios dos vírus, constituindo-se, assim, em uma zoonose 
(BRASIL, 2010). 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 212 países 
confirmaram casos de influenza (H1N1) em 2009, sendo relatados, no mínimo, 15.921 óbitos 
(BRASIL, 2010). A pandemia de influenza ocorrida no referido ano foi um grande desafio 
para a saúde pública no mundo. 
Com a intenção de preparar as nações para enfrentarem novas pandemias, os 
países membros da OMS e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) acordaram a 
realização da imunização da população. No Brasil, a Estratégia Nacional de Vacinação contra 
o vírus da Influenza Pandêmica (H1N1) foi realizada pelo Ministério da Saúde no período de 
8 de março a 21 de maio de 2010. Essa ação contribuiu para a redução da morbimortalidade 
pelo referido vírus e para a manutenção de infraestrutura dos serviços de saúde para o 
atendimento à população (BRASIL, 2010). 
Atualmente, o Ministério da Saúde mantém o controle do vírus da influenza por meio 
de vigilância qualificada e da manutenção da estratégia de vacinação anual da população, 
sobretudo dos grupos com maior vulnerabilidade, que incluem as pessoas idosas, as 
crianças, os povos indígenas, os trabalhadores de saúde, as gestantes e a população 
presidiária. Apenas na Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe ocorrida em 2012, 
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foram vacinadas 25.636.529 pessoas do público-alvo, o equivalente a 85% dessa população, 
alcançando níveis de cobertura acima da meta nacional estipulada de 80% (BRASIL, 2012). 
A atuação das instituições e dos profissionais de saúde com foco na prevenção da 
doença, por meio da imunização e da realização de atividades educativas, constitui uma das 
principais estratégias para a redução da morbimortalidade pela influenza A (H1N1). Nesse 
sentido, o desempenho da equipe de enfermagem e do enfermeiro é primordial para evitar o 
surgimento de uma nova pandemia da doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÍNDICE REMISSIVO 
 
Questão 1 Saúde do trabalhador. Norma Regulamentadora Nº 32 (NR-32). 
Questão 2 Erro profissional. 
Questão 3 Peso ao nascer. 
Questão 4 Crescimento e desenvolvimento da criança. Atualização: novas curvas 
para avaliação do crescimento da criança. 
Questão 5 Atenção básica em saúde. Estratégia Saúde da Família (ESF) e 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). 
Questão 6 Educação em saúde. 
Questão 7 Saúde do trabalhador. Imunização. 
Questão 8 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. 
Questão 9 Hipertensão arterial sistêmica e saúde das pessoas idosas. 
Questão 10 Infecção pelo vírus Influenza A (H1N1).

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