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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO - 03 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
2 
 
 
CQA - COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
Tomo 5 
 
 
Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial 
não pode ser reproduzido ou utilizado sem autorização expressa, 
por escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação 
da UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
3 
Questão 1 
Questão 1.1 
Pedro, com 45 anos de idade, pedreiro e hipertenso, nunca procurou tratamento clínico. Deu 
entrada na unidade de pronto atendimento em crise hipertensiva, com pressão arterial (PA) 
de 220 x 150 mmHg. Apresentava tontura, hemiplegia direita, agnosia, apraxia e afasia, 
sinais e sintomas característicos de acidente vascular cerebral (AVC). 
Após os procedimentos para a estabilidade do quadro clínico, os acadêmicos de enfermagem 
resolveram investigar o que está ocorrendo. Seria correto eles constatarem que 
A. a agnosia é ocasionada pela hiperfunção cerebral em virtude do AVC. 
B. a tontura é o resultado do fluxo excessivo de sangue associado à hipoventilação cerebral. 
C. a apraxia é a capacidade de executar movimentos propositais em áreas do corpo não 
afetadas, sendo de natureza transitória. 
D. a hemiplegia direita foi gerada em razão do comprometimento do lado direito do cérebro, 
isso porque fibras nervosas cruzam o trato piramidal quando elas passam do cérebro 
para a medula espinhal. 
E. a hipertensão arterial é um fator de risco para o AVC e que, associado às alterações 
degenerativas do sistema vascular de natureza aterosclerótica, ocasiona a isquemia ou a 
hemorragia cerebral. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Hipertensão arterial sistêmica 
 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública no mundo 
(BRASIL, 2006). Em 2001, houve cerca de 7,6 milhões de mortes em função dessa doença, 
sendo que 54% delas ocorreram por acidente vascular encefálico (AVE) e 47%, por doença 
cardíaca isquêmica. No Brasil, somente no ano de 2007, aconteceram 308.466 mortes por 
doenças do aparelho circulatório relacionadas à hipertensão arterial (SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 
Existem cerca de 17 milhões de pessoas com HAS. Dessas, 35% têm idade igual ou 
superior a 40 anos. A prevalência da doença na população urbana brasileira oscila de 22,3% 
 
1Questão 31 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
4 
a 43,9%, de acordo com a cidade onde o estudo é conduzido (BRASIL, 2006; SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 
A hipertensão arterial sistêmica é definida como uma pressão arterial sistólica igual ou 
superior a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica igual ou superior a 90 mmHg 
(BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010; SMELTZER et al., 2011). 
Para o diagnóstico da doença, recomenda-se fazer a aferição repetida da pressão 
arterial no consultório e fora dele, sempre que possível, para diminuir a probabilidade da 
ocorrência da “hipertensão do avental branco”, que consiste na elevação da pressão arterial 
em função da presença do profissional de saúde durante a aferição (BRASIL, 2006; 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). 
A classificação dos valores da pressão arterial para adultos maiores de 18 anos, 
segundo o Ministério da Saúde do Brasil, está apresentada no quadro 1. 
 
Quadro 1. Classificação da pressão arterial em adultos. 
Classificação Pressão arterial sistólica 
(mmHg) 
Pressão arterial diastólica 
(mmHg) 
Normal <120 <80 
Pré-hipertensão 120 – 139 80 – 89 
Hipertensão 
Estágio 1 140 – 159 90 – 99 
Estágio 2 ≥160 ≥100 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2006. 
 
A hipertensão arterial sistêmica pode ser classificada em hipertensão primária ou 
essencial, que é responsável por 90 a 95% dos casos de óbito e ocorre quando a etiologia 
da doença não é identificada; e hipertensão secundária, que é responsável por 5 a 10% dos 
casos e ocorre quando as causas da doença são conhecidas. O estreitamento das artérias 
renais, a doença parenquimatosa renal, os distúrbios endócrinos, a hipertensão gestacional, 
o uso de determinados medicamentos e a coartação da aorta são as doenças identificadas 
na hipertensão secundária (BRASIL, 2006; SMELTZER et al., 2011). 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), a idade avançada, o 
excesso de peso, a ingestão excessiva de sódio (sal), a ingestão de álcool por períodos 
prolongados de tempo, o sedentarismo e a predisposição genética, entre outros, são 
considerados fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica. 
A HAS desencadeia diversas alterações nas paredes dos vasos sanguíneos, incluindo a 
aceleração da aterogênese, a aterosclerose acelerada nas artérias maiores, a arteriosclerose 
hialina nos vasos menores e, nos casos graves, alterações proliferativas e necrose das 
arteríolas. O comprometimento das paredes arteriolares resulta no enfraquecimento dos 
vasos sanguíneos, tornando-os mais vulneráveis às rupturas. Assim, as doenças 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
5 
degenerativas vasculares de natureza aterosclerótica são aceleradas e agravadas pela HAS 
(FROSCH et al., 2005). 
Em função de sua fisiopatologia, a hipertensão arterial é um dos principais fatores de 
risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, renais e cérebro-vasculares. A 
HAS é responsável por, no mínimo, 40% das mortes por acidente vascular encefálico (AVE), 
25% de óbitos por doença arterial coronariana e, quando associada ao diabetes mellitus, é 
responsável por 50% dos casos de insuficiência renal terminal (BRASIL, 2006). 
Para o Ministério da Saúde do Brasil (2006), a identificação e o controle da HAS são 
muito importantes para a redução de suas complicações, tais como a doença cérebro-
vascular, a doença arterial coronariana, a insuficiência cardíaca, a doença renal crônica e a 
doença arterial periférica. 
Modificações no estilo de vida são essenciais para a prevenção da HAS e para o 
processo terapêutico da hipertensão. Por isso, é necessário o desenvolvimento de 
estratégias de saúde pública, individuais e coletivas, para a prevenção da hipertensão 
arterial e a redução da carga de doenças e complicações. 
 
1.2. Acidente vascular cerebral 
 
As doenças cérebro-vasculares constituem quaisquer anormalidades do cérebro 
causadas por processos patológicos dos vasos sanguíneos, como a hipertensão arterial. O 
termo “acidente vascular” é a designação clínica que se aplica às doenças cérebro-
vasculares (FROSCH et al., 2005). 
O acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico (AVE) é definido como a interrupção 
do fluxo sanguíneo cerebral e pode ser dividido em isquêmico (AVCI), que ocorre em 85% 
dos casos, e hemorrágico (AVCH), responsável por 15% dos casos da doença (DICCINI e 
SILVEIRA, 2007; CARPENITO-MOYET, 2011). 
O AVCI é resultante do comprometimento do suprimento sanguíneo e da oxigenação 
do tecido do sistema nervoso central, que pode ser causado pela aterosclerose de grandes 
artérias, pela embolia cardíaca, pelos infartos lacunares, por doenças de pequenas artérias, 
por etiologias menos frequentes e por causas desconhecidas (FROSCH et al., 2005; DICCINI 
e SILVEIRA, 2007). 
 O AVC hemorrágico é resultante da ruptura de vasos sanguíneos no sistema nervoso 
central e a hipertensão arterial é a causa subjacente mais comum de hemorragia cerebral 
(AVCH) (FROSCH et al., 2005). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
6 
As características clínicas do AVC dependem da região cerebral comprometida durante 
o episódio isquêmico ou hemorrágico. Na avaliação do paciente, quando detectado déficit 
neurológico, sobretudo focal, de início súbito oude rápida progressão, no período de 
minutos a horas, deve-se suspeitar imediatamente de AVC (DICCINI e SILVEIRA, 2007). 
Segundo Frosch et al. (2005), a área comprometida do cérebro em função do AVCI 
determina se o cliente vai permanecer assintomático ou vai desenvolver hemiplegia, 
deficiência sensitiva, anopsia (cegueira), afasia (perda da capacidade de comunicação verbal 
e escrita) ou alguma outra deficiência. 
O quadro clínico do AVCH depende da localização da área comprometida e 
caracteriza-se pelo déficit neurológico, acompanhado de cefaleia, náuseas, vômitos, 
rebaixamento do nível de consciência e déficit motor e sensitivo, podendo ocorrer crises 
convulsivas e até coma (DICCINI e SILVEIRA, 2007). 
A assistência de enfermagem a indivíduos com AVC requer conhecimento científico 
para a avaliação e a compreensão dos sinais e sintomas decorrentes do AVC. A equipe de 
saúde, sobretudo a de enfermagem, deve estar preparada e capacitada para realizar 
adequada assistência (rápida e ágil) ao paciente e, assim, reduzir o índice de mortalidade 
relacionado à doença (DICCINI e SILVEIRA, 2007). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A agnosia, ou seja, a incapacidade de reconhecer a recepção de impressões 
sensoriais, é ocasionada pela redução ou interrupção do fluxo sanguíneo cerebral e não pela 
hiperfunção cerebral. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A tontura é resultado da redução da oxigenação no sistema nervoso central 
e não do excessivo fluxo de sangue cerebral. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A apraxia é definida como a perda da capacidade de realizar movimentos 
propositais familiares, como a escrita e a marcha, na ausência de prejuízo sensorial ou 
motor, ao contrário da definição apresentada na alternativa. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
7 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A hemiplegia direita foi gerada em razão do comprometimento do lado 
esquerdo do cérebro, e não do lado direito como apresenta a alternativa. Isso porque as 
fibras nervosas cruzam o trato piramidal quando passam do cérebro para a medula espinhal. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A hipertensão arterial é um fator de risco para o AVC e, associada às 
alterações degenerativas do sistema vascular de natureza aterosclerótica, pode ocasionar a 
isquemia ou a hemorragia cerebral. 
 
3. Texto complementar 
 
Processo de enfermagem 
 
Ao elaborar o processo de enfermagem direcionado aos indivíduos com diagnóstico 
médico de acidente vascular cerebral/encefálico, o enfermeiro deve considerar os principais 
diagnósticos de enfermagem monitorados em 75% a 100% dos casos da doença 
(CARPENITO-MOYET, 2011), descritos a seguir. 
a. Comunicação prejudicada, relacionada a efeitos de danos ao hemisfério (esquerdo ou 
direito) sobre a linguagem e a fala. 
b. Mobilidade física prejudicada, relacionada à função motora reduzida, secundária a danos 
aos neurônios motores superiores. 
c. Incontinência funcional, relacionada à incapacidade ou à dificuldade para chegar ao vaso 
sanitário, secundária à mobilidade ou à motivação diminuída. 
d. Deglutição prejudicada, relacionada à paralisia ou à paresia muscular, secundária a danos 
aos neurônios motores superiores. 
e. Déficit no autocuidado, relacionado à mobilidade física prejudicada ou à confusão. 
f. Alto risco de lesão, relacionado a déficits nos campos visual, motor e perceptivo. 
Compete ao enfermeiro proceder à avaliação individual dos clientes para a 
determinação dos diagnósticos de enfermagem e do plano de cuidados específicos, 
conforme as necessidades de cada paciente. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
8 
4. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde: cadernos de 
atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
• CARPENITO-MOYET, L. J. Planos de cuidados de enfermagem e documentação: 
diagnósticos de enfermagem e problemas colaborativos. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2011. 
• DICCINI, S.; SILVEIRA, D. A. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e Hemorrágico. In: 
CALIL, A. M.; PARANHOS, W. Y. O enfermeiro e as situações de emergência. São Paulo: 
Atheneu, 2007. 
• FROSH, M. P.; ANTHONY, D. C.; GIROLAMI, U. O sistema nervoso central. In: KUMAR, 
V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran: Patologia - bases patológicas das 
doenças. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
• SMELTZER, S. C.; HINKLE, J. L.; BARE, B. G.; CHEEVER K. H. Brunner e Suddarth: 
Tratado de enfermagem médico-cirúrgico. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011. 
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Sociedade Brasileira de Hipertensão. 
Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq. Bras. 
Cardiol. 2010. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
9 
Questão 2 
Questão 2.2 
Maria, enfermeira de hospital de grande porte, apoiada pela administração, entrou em 
contato com a coordenadora do curso de graduação em enfermagem e propôs que 
incentivassem os alunos a realizarem os trabalhos de conclusão de curso envolvendo o 
centro cirúrgico do hospital referido, uma vez que os índices de infecção hospitalar eram 
crescentes. Diante desse caso, avalie as asserções a seguir. 
A pesquisa pode ser um instrumento de gestão efetivo para subsidiar o planejamento, o 
monitoramento e a avaliação de processos e resultados de trabalho. 
PORQUE 
A pesquisa permite ao gestor o acesso a indicadores quantitativos suficientes à gestão do 
processo de trabalho dos profissionais. 
Analisando a relação proposta entre as duas asserções, assinale a opção correta. 
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta 
da primeira. 
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa 
correta da primeira. 
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. 
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 
E. As duas asserções são proposições falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Pesquisa em enfermagem 
 
A pesquisa científica é uma investigação sistemática que utiliza métodos para 
responder a questões ou resolver problemas. A pesquisa em enfermagem é importante para 
a construção do conhecimento sobre temas relevantes para a saúde (POLIT et al., 2011). 
A investigação científica tem subsidiado importantes transformações na enfermagem, 
que impactam na prática, nos aspectos de ensino-aprendizagem e no gerenciamento da 
assistência e dos serviços de enfermagem (KURCGANT e CIAMPONE, 2005). 
 
2Questão 32 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
10 
Para Polit et al. (2011), os profissionais da enfermagem devem embasar suas 
condutas e decisões nas evidências científicas que demonstram que suas ações são 
clinicamente apropriadas e trazem resultados positivos tanto para os clientes quanto para a 
instituição de saúde (POLIT et al., 2011). 
A pesquisa em enfermagem pode ser conduzida dentro de dois amplos paradigmas: o 
positivista e o naturalista. No positivista, presume-se que exista uma realidade objetiva e 
que os fenômenos naturais sejam regulares e ordenados. Esse paradigma está associado à 
abordagem científica tradicional e à pesquisa com abordagem quantitativa, que consiste em 
um processo sistemático e controlado que envolve fundamentalmente as análises 
estatísticas (LOBIONDO-WOOD e HABER, 2001; POLIT et al., 2011). 
O paradigma naturalista relaciona-se à pesquisa com abordagem qualitativa, em que 
a realidade não é uma entidade fixa, mas uma construção da mente humana, enfatizando-se 
a compreensão da experiência e da vivência humana (LOBIONDO-WOOD e HABER, 2001; 
POLIT et al.,2011). 
Diferentemente da abordagem quantitativa, a análise qualitativa envolve a 
interpretação e a compreensão de materiais narrativos, ou seja, o pesquisador analisa os 
dados subjetivos, provenientes das descrições narrativas do paciente/participante sobre 
determinado evento ou situação (POLIT et al., 2011). 
As duas perspectivas sobre a natureza da realidade têm implicações importantes para 
a prática da enfermagem e para o gerenciamento do serviço, pois apresentam as mesmas 
finalidades, como identificação, descrição, exploração, explicação, previsão e controle. 
Muitas questões podem ser elaboradas de forma apropriada à abordagem da pesquisa 
qualitativa ou quantitativa (POLIT et al., 2011). 
As pesquisas em gerenciamento, de cunho qualitativo ou quantitativo, permitem 
visualizar as práticas gerenciais e influenciam as transformações nos processos de trabalho, 
pois incitam a reflexão sobre os motivos que orientam o pensar, o sentir e o agir de uma 
equipe ou instituição de saúde em uma determinada direção (KURCGANT e CIAMPONE, 
2005). 
A pesquisa em gerenciamento fornece dados relativos aos ambientes externo e 
interno do local de trabalho, permitindo analisar suas evidências relativas a oportunidades, 
ameaças, fraquezas e pontos fortes, que devem ser gerenciados e planejados a fim de 
promover a manutenção e melhorias dos processos de saúde. Desse modo, a pesquisa em 
enfermagem permite o aprimoramento da atenção à saúde e da qualidade da assistência. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
11 
2. Análise das asserções 
 
A pesquisa científica é importante para subsidiar a prática da enfermagem, incluindo 
os aspectos de ensino-aprendizagem e o gerenciamento da assistência e dos serviços de 
enfermagem. Assim, a pesquisa pode configurar-se como instrumento de gestão efetivo 
para subsidiar o planejamento, o monitoramento e a avaliação de processos e de resultados 
de trabalho. A pesquisa permite aos profissionais e gestores o acesso aos indicadores 
quantitativos de saúde por meio de análises estatísticas, além de permitir o conhecimento 
de informações relativas aos aspectos qualitativos da assistência à saúde, como a 
experiência ou a vivência dos usuários, que são informações igualmente relevantes para a 
gestão e o gerenciamento da saúde. 
Desse modo, a primeira asserção é verdadeira, mas a segunda é falsa. 
 
Alternativa correta: C. 
 
3. Texto complementar 
 
Enfermagem baseada em evidências 
 
Para exercer o ofício com competência e qualidade, os profissionais da saúde devem 
atualizar-se constantemente por meio do acompanhamento dos resultados das pesquisas 
científicas. Ao aplicarem esses resultados na prática clínica, os profissionais promovem a 
redução no distanciamento entre os avanços científicos e a prática assistencial (DOMENICO 
e IDE, 2003). 
Com o intuito de estabelecer um elo entre a pesquisa e a prática assistencial, surgiu a 
prática baseada em evidências (PBE), descrita primeiramente na medicina e, 
posteriormente, nas demais áreas, como na enfermagem. 
A Prática Baseada em Evidências (PBE) compreende “o uso consciente, explícito e 
judicioso da melhor evidência atual para a tomada de decisão sobre o cuidar individual do 
paciente” (ATALLAH E CASTRO, 1998, apud DOMENICO e IDE, 2003). Constitui um processo 
que integra a competência clínica individual com os achados clínicos gerados pelas pesquisas 
sistemáticas publicadas e os princípios da epidemiologia clínica (DOMENICO e IDE, 2003). 
Sua utilização na prestação de cuidados na enfermagem é primordial para o atendimento 
seguro e com qualidade. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
12 
A Enfermagem Baseada em Evidências é definida como a aplicação de informações 
válidas e relevantes, fundamentadas em pesquisas científicas, na tomada de decisão do 
enfermeiro. As evidências científicas estão associadas ao conhecimento sobre o cliente 
(sinais, sintomas, diagnóstico e tratamento) e ao contexto em que a decisão está ocorrendo 
(ambiente do cuidado e recursos disponíveis). Por isso, segundo Cullum et al. (2010), para a 
tomada de decisão com base na evidência científica, o enfermeiro deve integrar os 
elementos descritos na figura 1. 
 
 
Figura 1. Elementos para a decisão clínica na enfermagem. 
 
Cullum et al. (2010) e Domenico e Ide (2003) referem que a assistência de 
enfermagem com base nas evidências científicas deve nortear todo o processo de graduação 
em enfermagem possibilitando ao aluno a oportunidade de questionar e investigar as ações 
que permeiam a prática clínica, estimulando-o a exercer a profissão sob um novo paradigma 
assistencial, que promove o pensamento crítico e o raciocínio lógico e garante a segurança e 
a qualidade da atenção à saúde da população. 
 
4. Indicações bibliográficas 
 
• CULLUM, N.; CILISKA, D.; MARKS, S.; HAYNES, R. B. Enfermagem baseada em 
evidências: uma introdução. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
• DOMENICO, E. B. L. D.; IDE, C. A. C. Enfermagem baseada em evidências: princípios e 
aplicabilidades. Rev Latino-Am Enfermagem. 2003. 
• ERDMANN, A. L.; MELLO, A. L. F.; ANDRADE, S. R.; KLOCK, P. Funcionalidade dos 
grupos de pesquisa de administração/gestão/gerência de enfermagem. Rev. Rene. 
Fortaleza, 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
13 
• KURCGANT, P.; CIAMPONE, M. H. T. A pesquisa na área de gerenciamento em 
enfermagem no Brasil. Rev. Bras. Enferm. 2005. 
• LOBIONDO-WOOD, G.; HABER, J. Pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação crítica 
e utilização. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2001. 
• POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de Pesquisa em enfermagem: 
avaliação de evidências para a prática de enfermagem. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 
2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
14 
Questão 3 
Questão 3.3 
O gráfico a seguir apresenta evolução anual do número de centros de atenção psicossocial 
(CAPS) no Brasil. 
 
 
 
Considerando a expansão da rede de serviços substitutivos no Brasil, conclui-se que 
A. a expansão do número de CAPS foi importante para a reforma psiquiátrica, mas ainda há 
dificuldades nos fluxos de usuários entre atenção básica e atenção especializada. 
B. o aumento do número de CAPS é importante para que as famílias sem condições de 
cuidar dos usuários com transtornos mentais possam ter uma instituição responsável por 
eles. 
C. os CAPS, como porta de entrada dos usuários com transtornos mentais para o sistema de 
saúde, devem atuar na lógica de reinserção social e no cuidado interdisciplinar. 
D. o aumento do número de CAPS no país é incoerente em relação aos princípios da 
reforma psiquiátrica, que visa a diminuir o número de instituições que cuidam das 
pessoas com transtornos mentais. 
E. a inserção social dos usuários dos CAPS se dá no interior do próprio sistema de saúde, 
por meio de atividades educativas e lúdicas. 
 
 
 
 
3Questão 33 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
15 
1. Introdução teórica 
 
Reforma psiquiátrica no Brasil e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) 
 
No final da década de 1970, iniciou-se a Reforma Psiquiátrica no Brasil, 
concomitantemente ao movimento sanitário. Esse processo objetivou a transição de um 
modelo de assistência psiquiátrica centrado no hospital para um modelo de atenção com 
base territorial comunitária, contribuindo para o progressivo deslocamento do centro de 
cuidado para fora do ambiente hospitalar, em direção à comunidade (BRASIL, 2004). 
A reforma psiquiátrica propôs a mudança no modelo assistencial pautada na 
construção de uma rede de atenção psicossocial, com base comunitária, capaz de garantir a 
resolutividade e a promoção de autonomia e cidadania aos indivíduos com transtornos 
mentais (FACUNDES et al., 2010). 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm valor para a ReformaPsiquiátrica 
Brasileira e constituem um importante dispositivo estratégico desse movimento, pois 
possibilitam a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país 
(BRASIL, 2005). 
O primeiro CAPS surgiu no Brasil em 1987, na cidade de São Paulo. Esse centro 
demonstrou efetivamente a possibilidade da construção de uma rede de cuidados 
substitutiva ao hospital psiquiátrico, com repercussão nacional (BRASIL, 2005). A 
proclamação da Constituição, em 1988, criou o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem 
como diretrizes os princípios da reforma psiquiátrica, incorporando o processo de 
desinstitucionalização e a garantia dos direitos dos doentes mentais (BRASIL, 2009; 
FACUNDES et al., 2010). 
Em 2001, foi sancionada no Brasil a Lei Federal Nº 10.216, que dispõe sobre a 
proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e o redirecionamento 
da assistência em saúde mental para serviços comunitários (BRASIL, 2005). 
É a partir desse período que a Reforma Psiquiátrica no país se consolida como política 
oficial do governo federal, nomeada de Política Nacional de Saúde Mental no Brasil. 
Amparada na Lei Nº 10.216 (2001), essa política visa a consolidar um modelo de atenção à 
saúde mental, com base comunitária, que propõe a criação de redes de serviços locais, 
extra-hospitalares, como os CAPS, os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros 
de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (BRASIL, 2009; FACUNDES et al., 
2010). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
16 
Como consequência, houve o estímulo à expansão e à implantação do CAPS no país, 
que, por meio da Portaria Nº 336/GM, de 2002 (BRASIL, 2002), passou a receber 
direcionamento financeiro específico do Ministério da Saúde. A Portaria estabeleceu algumas 
regras básicas de funcionamento dos CAPS, delineando as modalidades de serviços: CAPS I, 
II e III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional 
(BRASIL, 2002). 
De acordo com o Ministério da Saúde (2002), os CAPS constituem-se de serviço 
ambulatorial de atenção diária, com objetivo de realizar o acompanhamento clínico e a 
reinserção social dos seus usuários, priorizando o atendimento de pessoas com transtornos 
mentais graves e persistentes em sua área territorial. São considerados também como 
serviços estratégicos na organização da entrada dos indivíduos com transtornos mentais no 
SUS. 
Conforme disposto na Portaria Nº 336/GM, os CAPS são unidades que devem dar 
suporte, discutir e intervir conjuntamente, supervisionar e capacitar as unidades de atenção 
básica e da Estratégia da Saúde da Família no atendimento às suas necessidades e propiciar 
a corresponsabilização dos casos existentes, aumentando a capacidade resolutiva de 
problemas de saúde mental pelas equipes locais (BRASIL, 2002). 
São funções dos CAPS (BRASIL, 2005): 
• prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações 
hospitalares; 
• promover a inserção social dos indivíduos com transtornos mentais por meio de ações 
intersetoriais; 
• regular a porta de entrada da rede de assistência à saúde mental na sua área de atuação 
(território) e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica de saúde. 
Chamma et al. (2008) acrescentam que, nos CAPS, são desenvolvidas atividades de 
promoção do trabalho e do lazer, e de fortalecimento de laços familiares e sociais, além do 
estímulo à prática dos direitos civis dos indivíduos com transtornos mentais. 
De acordo com o Ministério da Saúde (2005), a expansão da rede CAPS foi 
fundamental para as mudanças na assistência às pessoas com transtorno mental. Nos 
últimos anos, constatou-se importante ampliação da rede CAPS (visualizado no gráfico 
apresentado na questão), contribuindo substancialmente para a desinstitucionalização do 
atendimento psiquiátrico no país. 
No entanto, muitos desafios dessa política ainda serão enfrentados, como a 
acessibilidade, a qualidade de atendimento e a formação de recursos humanos capazes de 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
17 
superar o paradigma tutelar da loucura e do louco e o estigma social dos indivíduos com 
transtornos mentais, baseado no preconceito/rejeição em relação à loucura, à inclusão social 
e à superação do modelo hospitalocêntrico. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Conforme referenciado pelo Ministério da Saúde (2005), a expansão da 
rede CAPS foi fundamental para as mudanças na assistência às pessoas com transtorno 
mental, ou seja, para a reforma psiquiátrica. No entanto, é necessário estar atento ao fato 
de que a atenção básica é um nível de atenção complexo e que requer atuação marcante 
quanto à responsabilidade sanitária no território e deve estar apta a dar resolubilidade às 
questões que lhe são apresentadas, encaminhando usuários para atenção especializada, se 
necessário. Contudo, no Brasil, ainda existem dificuldades nos fluxos de usuários entre a 
atenção básica e a atenção especializada. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Os CAPS constituem uma rede de cuidados em saúde mental, estruturados 
a partir da atenção básica de saúde, que visa ao estabelecimento de vínculos e ao 
acolhimento do indivíduo com transtornos mentais, por meio do acompanhamento clínico e 
da reinserção social dos seus usuários. Para alcançar esses objetivos, a participação da 
família e sua corresponsabilização pelos casos são fundamentais. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O Ministério da Saúde do Brasil apresenta que 
a rede de saúde mental pode ser constituída por vários dispositivos assistenciais que 
possibilitem a atenção psicossocial aos pacientes com transtornos mentais, (...) que 
contam com ações de saúde mental na atenção básica, nos Centros de Atenção 
Psicossocial (CAPS), nos serviços residenciais terapêuticos (SRT), nos leitos em 
hospitais gerais, nos ambulatórios, bem como no Programa de Volta para Casa. Essa 
rede deve funcionar de forma articulada, tendo os CAPS como serviços estratégicos na 
organização de sua porta de entrada e de sua regulação. 
 Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?idtxt=24355&ja
nela=1>. Acesso em 21 ago. 2011. 
 
Observação relativa à alternativa C. Segundo o Ministério da Saúde, os CAPS são 
unidades que devem dar suporte, discutir e intervir conjuntamente. Também devem 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
18 
supervisionar e capacitar as unidades de atenção básica e da Estratégia Saúde da Família no 
atendimento às necessidades em saúde mental, propiciando o acompanhamento clínico e a 
reinserção social dos seus usuários, com corresponsabilização dos casos existentes, e 
aumentando a capacidade resolutiva de problemas de saúde mental. Desse modo, entende-
se que os CAPS são a porta de entrada dos usuários com transtornos mentais para o sistema 
de saúde, devendo agir de forma articulada com outras unidades de saúde e atuar na 
reinserção social e no cuidado interdisciplinar. 
Assim, apesar de a alternativa ser considerada incorreta pelo gabarito do ENADE (2010), 
acredita-se que essa assertiva esteja correta. 
 
D - Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O aumento do número de CAPS no país está em consonância com os 
princípios da reforma psiquiátrica e não é incoerente com essa reforma, conforme descrito 
na alternativa. Ademais, o CAPS não visa a reduzir o número de instituições que cuidam das 
pessoas com transtornos mentais e, sim, a ampliar o número de centros que atendem a 
essa população. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A inserção social dos usuários dos CAPS ocorre por meio de Programas de 
Inclusão Social pelo Trabalho das pessoas com transtornos mentais e transtornos 
decorrentes do uso de álcool e de outras drogas, reinserindo-os na sociedade civil e não 
acontece no interiordo próprio sistema de saúde. 
 
3. Texto complementar 
 
Leitura complementar 
 
Para melhor esclarecimento sobre os aspectos legais que envolvem os Centros de 
Atenção Psicossocial (CAPS), sugere-se a leitura da Portaria Nº 336/GM, de 2002. O texto 
está disponível na íntegra em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria%20GM%20336-002.pdf>. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
19 
4. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de 
Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento 
apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos 
depois de Caracas. OPAS. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2005. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_15_anos_caracas.pdf>. Acesso 
em 13 jun. 2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Mental. Brasília (DF): Ministério 
da Saúde, 2009. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=925>. Acesso em 31 ago. 
2011. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2004. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf>. Acesso em 13 jun. 
2011. 
• CHAMMA, R. C.; STEFANELLI, M. C.; ARANTES, E. C.; FUKUDA, I. M. K. Serviços de 
atendimento em saúde mental e psiquiatria. In: STEFANELLI, M. C.; FUKUDA, I. M. K.; 
ARANTES, E. C. (org.) Enfermagem psiquiátrica: em suas dimensões assistenciais. Barueri 
(SP): Manole, 2008. 
• FACUNDES, V. L. D.; BASTOS, O.; VASCONCELOS, M. G. L.; LIMA FILHO, I. A. Atenção à 
saúde mental em Pernambuco: perspectiva histórica e atual. Neurobiologia, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://portal.saude.gov.br/portal/
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
20 
Questão 4 
Questão 4.4 
A Sra. AMB tem 72 anos de idade, é viúva e aposentada e reside com o filho, a nora e dois 
netos adolescentes. Deambula com dificuldade devido à artrose nos joelhos e recusa uso de 
meio compensatório (bengala). Ela comparece sozinha ao Centro de Saúde da Família (CSF) 
para as consultas e outros procedimentos necessários à manutenção de sua saúde. Tem 
limitação cognitiva e visual para entender as condutas terapêuticas prescritas. A estrutura 
física da residência potencializa o risco de quedas e outros acidentes. Considerando que o 
Art 3º, inciso I, da Lei Nº 8.842/1994, determina que “a família, a sociedade e o Estado têm 
o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na 
comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida”, avalie as afirmativas 
abaixo. 
I. A Sra. AMB apresenta risco potencial de quedas em decorrência da limitação física e 
visual, agravado pelas barreiras arquitetônicas e por se deslocar sem acompanhante e 
sem bengala. 
II. Para a promoção da saúde e do bem-estar da Sra. AMB, o enfermeiro deve orientar a 
família acerca da aquisição de cadeiras de rodas e de dispositivos auditivos, além de 
evitar deslocamentos fora de sua residência. 
III. A Equipe de Saúde da Família do CSF deve solicitar o acompanhamento de familiares 
para a Sra. AMB quando há o deslocamento do domicílio, principalmente durante seu 
tratamento do CSF. 
IV. Na visita domiciliária, o enfermeiro deve capacitar a família da Sra. AMB para a 
promoção da segurança no domicílio, tendo em vista os fatores ambientais favoráveis 
à ocorrência de quedas e de outros acidentes. 
V. Para a promoção da segurança ambiental e atendimento adequado e seguro, a Sra. 
AMB deve residir em instituição asilar. 
É correto apenas o que se afirma em 
A. I, II e V. 
B. I, III e IV. 
C. I, III e V. 
D. II, III e IV. 
E. II, IV e V. 
 
4Questão 34 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
21 
1. Introdução teórica 
 
Envelhecimento e risco de quedas 
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas com 
idade igual ou superior a 60 anos cresce com mais rapidez do que qualquer outro grupo 
etário no mundo. Em 2006, o número estimado de pessoas nesse grupo etário foi de 688 
milhões; em 2050, esse número será de quase 2 bilhões (OMS, 2007; BRASIL, 2010). 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos dias atuais, 
existem no Brasil cerca de 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, 
representando 10% da população brasileira (BRASIL, 2010). O aumento na expectativa de 
vida, associado à relativa melhoria no acesso da população aos serviços de saúde, às 
campanhas nacionais de vacinação, aos avanços tecnológicos da medicina, ao aumento do 
nível de escolaridade, aos investimentos na infraestrutura de saneamento básico e à 
percepção dos indivíduos com relação às doenças, contribuiu substancialmente para o 
envelhecimento populacional no Brasil (BRASIL, 2010). 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o aumento no número de pessoas 
idosas está diretamente relacionado ao aumento no número de quedas. Aproximadamente 
28% a 35% das pessoas com idade superior a 65 anos sofrem quedas a cada ano, 
aumentando para 32% a 42% para os indivíduos com mais de 70 anos (OMS, 2007). 
Para o Ministério da Saúde do Brasil e para a OMS, as quedas e os ferimentos 
subsequentes em pessoas idosas são importantes problemas de saúde pública (OMS, 2007; 
BRASIL, 2010). As quedas correspondem a mais de 50% das hospitalizações relacionadas a 
ferimentos ocorridas entre pessoas com mais de 65 anos; são as causas de 10% a 15% de 
todas as consultas aos serviços de emergência e respondem por 40% de todas as mortes 
relacionadas a ferimentos. Por isso, a prevenção das quedas é um desafio ao 
envelhecimento populacional (OMS, 2007). 
A OMS (2007) refere que as quedas ocorrem como resultado de complexa interação 
de fatores de risco, os quais afetam o bem-estar do indivíduo. Esses fatores podem ser 
categorizados em quatro dimensões: biológica, comportamental, ambiental e 
socioeconômica. A figura 1 apresenta os fatores de risco para quedas e suas interações. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
22 
 
Figura 1. Modelos de fatores de risco para quedas na velhice. OMS, 2007. 
Fonte. Secretaria do Estado de São Paulo, 2010. 
 
Os fatores de risco biológicos são características relacionadas à idade, ao gênero e à 
etnia. Estão associados às mudanças ocorridas em função do envelhecimento, como o 
declínio das capacidades físicas, cognitivas e afetivas e a comorbidade associada às doenças 
crônicas (OMS, 2007). 
Os fatores de risco comportamentais são fatores potencialmente modificáveis, que 
abrangem as ações humanas, as emoções e as escolhas diárias. São considerados 
comportamentos de risco o uso de múltiplos medicamentos, o uso excessivo de álcool e o 
estilo de vida sedentário, entre outros (OMS, 2007). 
Os fatores de risco ambientais englobam a interação das condições físicas dos 
indivíduos e o ambiente que os cerca, somados a questões domésticas e aspectos 
problemáticos dos ambientes públicos. Constituem a causa mais comum das quedas em 
pessoas idosas, respondendo por cerca de 30% a 50% desses eventos. Os problemas 
domésticos incluem degraus estreitos, tapetes soltos, superfícies escorregadias e iluminação 
insuficiente, enquanto os pisos escorregadios, calçadas quebradas ou irregulares e 
iluminação insuficiente de locais públicos contribuem para quedas no ambiente público 
(OMS, 2007). 
Para a OMS (2007), a interação entre os fatores de risco biológicos, comportamentais 
e ambientais aumenta substancialmente o risco de quedas. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
23 
Os fatores socioeconômicos estão diretamente relacionadosao risco de quedas. 
Pessoas idosas que moram sozinhas ou em áreas rurais, com renda incerta e insuficiente, 
defrontam-se com maior risco de sofrer quedas, porque essa situação aumenta a 
probabilidade de viverem em um ambiente desfavorável e prejudicial, de manterem uma 
dieta pobre e de apresentarem maior dificuldade em acessar os serviços de saúde (OMS, 
2007). 
Os fatores de proteção de quedas na idade madura estão relacionados à mudança 
comportamental e às modificações ambientais. Não fumar, consumir álcool com moderação, 
manter o peso em níveis normais na meia idade e na velhice e realizar um nível aceitável de 
atividade física são considerados importantes fatores comportamentais que protegem as 
pessoas idosas das quedas. 
No domicílio, as modificações ambientais que reduzem o risco de quedas incluem a 
instalação de artefatos protetores em escadas, como corrimão, barras de apoio e superfícies 
não escorregadias no banheiro, além de iluminação adequada e barras de apoio nos demais 
ambientes (OMS, 2007). 
De acordo com a OMS (2007), a natureza complexa e multifatorial das quedas na 
população idosa exige uma abordagem proativa e sistemática de prevenção, que integre as 
políticas públicas de saúde, oferecendo a infraestrutura e o apoio necessários para uma 
abordagem abrangente e integrada à prevenção de quedas, às medidas preventivas de 
quedas e às práticas de saúde, que devem seguir os padrões e protocolos estabelecidos 
pelas políticas de saúde. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A situação da Sra. AMB é um exemplo típico de potencial de risco para 
quedas em função dos fatores biológicos (limitação física e visual) decorrentes do 
envelhecimento e dos fatores ambientais (ambiente domiciliar inadequado e deambulação 
sem apoio). 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro não deve orientar que a Sra. AMB evite deslocamentos fora 
de sua residência, pois isso estimularia o isolamento social, que pode resultar em depressão. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
24 
O enfermeiro deve estimular o acompanhamento de familiares para a Sra. AMB quando 
houver o deslocamento para fora do domicílio. 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Para evitar quedas, é importante que a Equipe de Saúde da Família do CSF 
solicite o acompanhamento de familiares para a Sra. AMB quando houver o deslocamento 
para fora do domicílio. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O papel do enfermeiro e da equipe de saúde, tanto no domicílio quanto na 
própria instituição de saúde, é estimular a mudança comportamental e ambiental. Por isso, o 
enfermeiro deve capacitar a família da sra. AMB para a promoção de mudanças ambientais 
domiciliares que evitem a queda da paciente. 
 
V – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A recomendação da Organização Mundial de Saúde é que os profissionais 
de saúde promovam ações de treinamento da marcha do indivíduo e aconselhamento para a 
utilização de artefatos de apoio. Esses profissionais também devem estimular a modificação 
do ambiente domiciliar, com estratégias mais efetivas de prevenção de quedas em 
ambientes residenciais. Desse modo, o risco de queda da Sra. AMB será minimizado com a 
mudança do ambiente residencial e não com a sua transferência para uma instituição asilar. 
 
Alternativa correta: B. 
 
3. Texto complementar 
 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) 
 
No Brasil, considera-se pessoa idosa o indivíduo com idade igual ou superior a 60 
anos; em alguns países, pessoa idosa é aquele indivíduo com, no mínimo, 65 anos de idade 
(BRASIL, 2010). 
Em função do contínuo e intenso processo de envelhecimento populacional brasileiro, 
o Ministério da Saúde do Brasil implantou a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
(PNSPI) por meio da Portaria Nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. O principal objetivo 
dessa política é a recuperação, a manutenção e a promoção da autonomia e da 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
25 
independência da pessoa idosa, direcionando ações individuais e coletivas de saúde para 
esse fim, em consonância com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde 
(BRASIL, 2010). 
De acordo com o Ministério da Saúde (2010), os fundamentos da PNSPI são os 
seguintes: (a) participação ativa das pessoas idosas na sociedade, no desenvolvimento e na 
luta contra a pobreza; (b) fomento à saúde e ao bem-estar na velhice, promoção do 
envelhecimento saudável; (c) criação de um ambiente propício e favorável ao 
envelhecimento; e (d) fomento a recursos socioeducativos e de saúde direcionados ao 
atendimento à pessoa idosa. 
Uma das ferramentas importantes para a efetivação do PNSPI foi a implantação da 
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, distribuída em 2007, que possibilita aos profissionais 
de saúde a identificação de situações de risco potencial para a pessoa idosa. Trata-se de um 
recurso para o planejamento e a organização das atividades de promoção de saúde, 
prevenção de doenças e agravos e recuperação, com vistas à manutenção da capacidade 
funcional das pessoas idosas assistidas pelas equipes de saúde (BRASIL, 2010). Um modelo 
dessa caderneta está disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_pessoa_idosa.pdf>. 
 
4. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa idosa e ao envelhecimento. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2010. 
• WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO Global report on falls prevention in older 
age. Genebra: WHO, 2007. In: SÃO PAULO. Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo. 
Relatório global da Organização Mundial de Saúde sobre prevenção de quedas na 
velhice. [tradução]. São Paulo (SP): Secretaria do Estado da Saúde, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
26 
Questão 5 
Questão 5.5 
O processo de acreditação hospitalar propõe a participação voluntária das instituições 
envolvidas com a saúde, estimulando-as a procurar a melhoria contínua da qualidade da 
assistência prestada. O enfermeiro, ao administrar os serviços de saúde, deve ter a clareza e 
a compreensão do significado das organizações, refletindo acerca da sua prática na busca da 
excelência do atendimento a ser prestado ao cliente. 
PORQUE 
A organização de saúde que detém o status de “Acreditado” demonstra credibilidade perante 
seus usuários e a comunidade em geral, já que a acreditação hospitalar é um método de 
avaliação de todos os recursos disponíveis da organização de saúde. É um processo 
voluntário, periódico e reservado, que tem por objetivo garantir a qualidade da assistência 
por meio de padrões definidos. 
Avalie a relação proposta entre as duas asserções acima e assinale a opção correta. 
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. 
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a 
primeira. 
C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. 
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. 
E. As duas asserções são proposições falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Acreditação hospitalar 
 
No contexto atual, a sobrevivência no mercado de trabalho cada vez mais competitivo 
e globalizado é um dos maiores desafios da saúde. Para adequar às mudanças da sociedade 
contemporânea e atender às demandas de uma clientela cada vez mais exigente, as 
instituições de saúde têm sofrido rápidas e profundas transformações organizacionais com o 
objetivo de melhorar o nível da qualidade da assistência prestada à população (MANZO et 
al., 2011). 
 
5Questão 35 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
27 
A insatisfação do usuário,atrelada à deficiência na qualidade da assistência à saúde, 
impulsionou a criação de um padrão de qualidade do atendimento prestado. Esse processo é 
definido como o conjunto de atributos que engloba o nível de excelência profissional, o 
mínimo de risco à saúde do usuário, o uso eficiente de recursos, o grau de aceitação dos 
clientes e o efeito favorável à saúde (MANZO et al., 2011). 
Na perspectiva de alcançar os mais elevados padrões assistenciais, as instituições de 
saúde adotam iniciativas direcionadas ao processo de acreditação hospitalar (MANZO et al., 
2011). A acreditação hospitalar é um método desenvolvido para a avaliação da qualidade da 
assistência médico-hospitalar em todos os serviços de um hospital (LIMA e ERDMANN, 
2006). 
Desde 1995, o Ministério da Saúde do Brasil está investindo no desenvolvimento do 
Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar (PBAH) para incentivar o aprimoramento da 
assistência hospitalar à população e a melhoria na gestão das instituições de saúde (BRASIL, 
2002). A viabilização do programa ocorre de acordo com o Manual Brasileiro de Acreditação 
Hospitalar (MBAH) e com as normas da Organização Nacional de Acreditação (ONA) (LIMA e 
ERDMANN, 2006). 
O processo de acreditação hospitalar é um procedimento de avaliação periódico dos 
recursos da instituição que ocorre de modo voluntário, reservado, sigiloso, racionalizado e 
ordenado e que engloba fundamentalmente a educação continuada dos profissionais de 
saúde no intuito de garantir a qualidade da assistência por meio de padrões previamente 
definidos. Desse modo, a acreditação hospitalar deve ser entendida em duas dimensões: 
como processo educacional e de avaliação e como certificação da qualidade dos serviços 
(FELDMAN et al., 2005; MANZO et al., 2011). 
LIMA et al. (2012) referem em seu estudo que 
 
o processo de Acreditação Hospitalar propõe a participação voluntária das instituições 
envolvidas com a saúde, estimulando-as a procurar a melhoria contínua da qualidade da 
assistência prestada. O enfermeiro, ao administrar os serviços de saúde, deve ter a 
clareza e a compreensão sobre o significado das organizações, refletindo sobre a sua 
prática, na busca da excelência do atendimento a ser prestado ao cliente. 
 
Para os autores, a instituição de saúde que detém o status de acreditado demonstra 
credibilidade perante os seus usuários e a comunidade, visto que a acreditação hospitalar é 
um método de avaliação de todos os recursos disponíveis da organização de saúde (LIMA et 
al., 2012). 
O processo de acreditação hospitalar traduz segurança dos processos técnicos e 
administrativos perante os usuários, os fornecedores e os clientes, permitindo clareza, 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
28 
otimização e resolubilidade dos serviços de modo sistêmico e integrado. Permite também o 
desenvolvimento da instituição de saúde e intensifica sua visibilidade perante usuários e 
concorrentes (MANZO et al., 2011; LIMA et al., 2012). 
Em suma, o sistema brasileiro de acreditação, operacionalizado pela ONA, visa à 
promoção do desenvolvimento e à implantação de um processo permanente de avaliação e 
de certificação da qualidade dos serviços de saúde, de modo a garantir o cuidado 
humanizado e a qualidade da assistência prestada à população (MANZO et al., 2011). 
 
2. Análise das asserções 
 
As asserções foram extraídas na íntegra do estudo desenvolvido por LIMA et al. 
(2012), que discutem a participação voluntária das organizações de saúde como proposta do 
processo de acreditação hospitalar e a importância da atuação do enfermeiro nesse 
processo. Se a instituição e o enfermeiro viabilizarem a acreditação, o hospital demonstra 
credibilidade perante os usuários. Desse modo, a qualidade da assistência prestada estará 
garantida. Por isso, as duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a 
primeira. 
 
Alternativa correta: A. 
 
3. Texto complementar 
 
Atuação do enfermeiro do processo de acreditação hospitalar 
 
A deficiência de qualidade nos serviços de saúde acarreta graves problemas para a 
sociedade e para os sistemas de saúde, manifestando-se de muitas maneiras, como, por 
exemplo, em serviços ineficazes, ineficientes e inacessíveis, e gerando insatisfação dos 
usuários e dos profissionais de saúde. 
Com o intuito de superar esse panorama, a Organização Mundial de Saúde (OMS) 
recomenda a adoção de programas de acreditação, que classificam as instituições em níveis 
de qualidade e promovem a aprendizagem consubstanciada no valor que se dá a uma 
realidade em face de uma referência ou padrão (MANZO et al., 2012). 
Para conhecer a atuação e as influências da enfermagem no processo de acreditação 
hospitalar, Manzo et al. (2012) desenvolveram um estudo científico que demonstrou que a 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
29 
enfermagem está diretamente envolvida nas questões assistenciais, administrativas, 
educacionais e de pesquisa, destacando os aspectos positivos e negativos da participação 
desses profissionais no processo de acreditação hospitalar. 
Sugerem-se a leitura e a discussão do artigo de Manzo et al. (2012), intitulado “A 
Enfermagem no processo de acreditação hospitalar: atuação e implicações no cotidiano de 
trabalho”, publicado na Revista Latino-Americana de Enfermagem. 
O resumo do referido artigo está citado abaixo. 
 
Os objetivos neste estudo foram conhecer a atuação e as influências da 
enfermagem no processo de acreditação hospitalar. Trata-se de pesquisa 
qualitativa, realizada em um hospital privado de Belo Horizonte, MG. Esta 
pesquisa ficou composta por nove enfermeiros e quinze técnicos de 
enfermagem. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com roteiro 
semiestruturado, submetidas à análise de conteúdo. Os resultados mostraram 
que a atuação da enfermagem na acreditação envolve questões assistenciais, 
administrativas, educativas e de pesquisa. Os sujeitos da pesquisa 
apresentaram percepções diversas sobre a influência do processo de 
acreditação no seu trabalho. Foram destacados aspectos positivos como 
crescimento pessoal e valorização do currículo e aspectos negativos como 
estresse e pouca valorização profissional. Assim, é necessário que os 
profissionais entendam a lógica do processo, atuem com vistas à 
interdisciplinaridade e superação da fragmentação da assistência, alcançando 
assim o cuidado integral e a qualidade assistencial desejada. 
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n1/pt_20.pdf>. Acesso em 13 jul. 2013. 
 
4. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual Brasileiro de 
Acreditação Hospitalar. 3. ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. 
• FELDMAN, L. B.; GATO, M. A. F.; CUNHA, I. C. K. O. História da evolução da qualidade 
hospitalar: dos padrões a acreditação. Acta Paul. Enferm. 2005. 
• LIMA, S. B. S.; LIMA, A. C. S.; RODRIGUES JORGE, A. C.; MEDINA JÚNIOR, R. B. O 
processo de acreditação hospitalar e a enfermagem. Associação Brasileira de 
Enfermagem (ABEN) Nacional [online]. Disponível em 
<http://www.abennacional.org.br/2SITEn/Arquivos/N.068.pdf>. Acesso em 03 mai. 
2012. 
• LIMA, S. B. S; ERDMANN, A. L. A enfermagem no processo de acreditação hospitalar em 
um serviço de urgência e emergência. Acta Paul Enferm. 2006. 
• MANZO, B. F.; BRITO, M. J. M.; CORRÊA, A. R. Acreditação hospitalar: aspectos 
dificultadores na perspectiva de profissionais de saúde de um hospital privado. Rev. Min. 
Enferm. 2011. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
30 
• MANZO, B. F.; RIBEIRO, H. C. T. C.; BRITO, M. J. M.; ALVES, M. A Enfermagem no 
processo de acreditação hospitalar: atuação e implicações no cotidiano de trabalho. Rev. 
Latino-Am. Enfermagem. 2012. Disponível em 
<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n1/pt_20.pdf>. Acesso em 10 dez. 2012. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
31Questão 6 
Questão 6.6 
O gráfico a seguir apresenta o histórico da quantidade de leitos psquiátricos/SUS em 
Pernambuco, no período de 1991 a junho de 2009. 
 
 
O período que vai da independência do país ao começo do século XX é conhecido como a primeira etapa da 
psiquiatria asilar do Brasil, marcada, de início, pela ocupação de enfermarias das Santas Casas pelos doentes 
mentais. (...) Assim como aconteceu nos outros hospícios, o Hospital da Tamarineira [em Pernambuco] (...) em 
pouco tempo excedeu sua capacidade de internos numa clara demonstração de falta de eficácia dos métodos 
de tratamento utilizados. Num cenário de mudanças políticas, a partir dos anos 30, foi iniciada a redução do 
número de internos. 
FACUNDES, V. L. D., BASTOS, O., VASCONCELOS, M. G. L e LIMA FILHOS, I. de A. 
Atenção à Saúde Mental em Pernambuco: perspectiva histórica e atual. In: Neurobiologia, 73 (1) jan./mar. 2010 (com adaptações). 
 
Considerando as informações apresentadas e a operacionalização da Política Nacional de 
Saúde Mental, conclui-se que 
A. a redução do número de leitos psiquiátricos ocorreu porque só era possível ofertar uma 
assistência de qualidade ao usuário caso fosse emitida autorização de internamento 
hospitalar (AIH). 
B. a redução do número de leitos psiquiátricos no Brasil é, atualmente, um grande 
problema que dificulta o atendimento aos usuários de acordo com os princípios da 
Reforma Psiquiátrica. 
C. o internamento psiquiátrico involuntário deve ser realizado como forma de assegurar o 
tratamento adequado ao usuário com transtorno mental, já que ele não pode tomar 
decisões. 
D. a criação de uma rede substitutiva de serviços de saúde mental acompanhou a 
desinstitucionalização dos pacientes com transtornos mentais no Brasil. 
E. a redução de leitos psiquiátricos foi considerada positiva pela sociedade, porque foi 
acompanhada da expansão de vagas para pacientes portadores de patologias de maior 
gravidade no Brasil. 
 
6Questão 36 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
32 
1. Introdução teórica 
 
Reforma psiquiátrica no Brasil 
 
Em 1978, com o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental no Brasil, iniciaram 
as críticas desse modelo assistencial, que se configurou como um local de exclusão social, 
aniquilando as subjetividades e os direitos humanos e gerando situações de violência 
(BRASIL, 2005; FACUNDES et al., 2010). Esse movimento denunciou a violência dos 
manicômios, a mercantilização da loucura e a hegemonia da assistência privada, iniciando a 
Reforma Psiquiátrica no Brasil (BRASIL, 2005). 
Contemporânea à Reforma Sanitária, a Reforma Psiquiátrica no Brasil objetivou a 
transição de um modelo de assistência psiquiátrica, centrado no hospital, para um modelo 
de atenção com base territorial comunitária, contribuindo para o progressivo deslocamento 
do centro de cuidado para fora do ambiente hospitalar, em direção à comunidade (BRASIL, 
2004). 
A reforma psiquiátrica propôs a mudança no modelo assistencial pautada na 
construção de uma rede de atenção psicossocial, com base comunitária, capaz de garantir a 
resolutividade e a promoção de autonomia e cidadania aos indivíduos com transtornos 
mentais (FACUNDES et al., 2010). 
A proclamação da Constituição, em 1988, criou o Sistema Único de Saúde (SUS), que 
contemplou, em suas diretrizes, os princípios da reforma psiquiátrica, incorporando o 
processo de desinstitucionalização e a garantia dos direitos dos doentes mentais (BRASIL, 
2009; FACUNDES et al., 2010). 
A partir do ano de 1992, os movimentos sociais conseguiram aprovar as primeiras leis 
que determinaram a progressiva substituição dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada 
de atenção à saúde mental. Passaram a vigorar no país as primeiras normas federais que 
regulamentaram a implantação de serviços de atenção diária e que fiscalizaram e 
classificaram os hospitais psiquiátricos (BRASIL, 2005). 
Em 2001, foi sancionada no país a Lei Federal Nº 10.216, que dispõe sobre a 
proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e o redirecionamento 
da assistência em saúde mental, direcionando para serviços comunitários (BRASIL, 2005). É 
a partir desse período que a Reforma Psiquiátrica se consolida como política oficial do 
governo federal, sendo reconhecida como Política Nacional de Saúde Mental no Brasil. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
33 
Amparada na Lei Nº 10.216/2001, a Política Nacional de Saúde Mental visa a 
consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto no território, com base 
comunitária, propondo a criação de redes de serviços locais, extra-hospitalares, como os 
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os 
Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (BRASIL, 2009; FACUNDES 
et al., 2010). 
Linhas específicas de financiamento para os serviços abertos e substitutivos aos 
hospitais psiquiátricos foram criadas pelo Ministério da Saúde, assim como novos meios para 
a fiscalização, gestão e redução dos leitos psiquiátricos no Brasil. 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm valor estratégico para a Reforma 
Psiquiátrica Brasileira, pois possibilitam a organização de uma rede substitutiva ao Hospital 
Psiquiátrico no país. A expansão da rede CAPS foi fundamental para as mudanças na 
assistência às pessoas com transtorno mental, o que contribui para a redução do número de 
leitos psiquiátricos, promovendo a desinstitucionalização do atendimento psiquiátrico no 
Brasil (BRASIL, 2005). 
Os CAPS estão centralizados na atenção integral ao indivíduo com transtorno mental, 
desenvolvendo atividades de promoção do trabalho e do lazer, de fortalecimento de laços 
familiares e sociais, além do estímulo à prática dos direitos civis (CHAMMA et al., 2008). 
Portanto, esses centros visam ao desenvolvimento de projetos de vida, de produção social, e 
à promoção da qualidade de vida dos indivíduos com transtornos mentais (SOUZA, 2006). 
No entanto, muitos desafios dessa política ainda serão enfrentados, como a 
acessibilidade, a qualidade de atendimento e a formação de recursos humanos capazes de 
superar o paradigma tutelar da loucura e do louco, o estigma social dos indivíduos com 
transtornos mentais, baseado no preconceito ou na rejeição em relação à loucura, à inclusão 
social e à superação do modelo hospitalocêntrico de atenção psiquiátrica (BRASIL, 2005; 
BRASIL, 2009). 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A redução do número de leitos psiquiátricos ocorreu pela necessidade de 
minimizar a violência sofrida pelos indivíduos com transtornos mentais internados em 
hospitais psiquiátricos (manicômios) e, assim, promover a qualidade da assistência oferecida 
a essa população. Não existe correlação entre a redução desses leitos com a qualidade da 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
34 
assistência prestada ao usuário caso fosse emitida autorização de internamento hospitalar 
(AIH). 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Ao contrário do que se afirma na alternativa, a redução do número de leitos 
psiquiátricos no Brasil promove o atendimento às pessoas com transtorno mental em 
consonância com os princípios da Reforma Psiquiátrica, pois desloca o centro do cuidado 
para o ambiente extra-hospitalar, em direção à comunidade, promovendo a autonomia, a 
ressocialização e a cidadania dos seus usuários. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Segundo a Lei Nº 10.216/2001, a internação voluntária, involuntária e 
compulsória para tratamento de pessoas com transtornos mentais só será indicada quando 
os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. A internação psiquiátrica será 
realizada somente mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos 
(BRASIL, 2001). Assim, o internamento psiquiátrico involuntário nãodeve ser realizado como 
forma de assegurar o tratamento adequado ao usuário com transtorno mental, já que ele 
não pode tomar decisões. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Conforme referenciado pelo Ministério da Saúde (2005), a criação dos CAPS 
possibilitou a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país, que 
contribuiu para a redução do número de leitos psiquiátricos e promoveu a 
desinstitucionalização do atendimento psiquiátrico no Brasil. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A redução dos leitos psiquiátricos foi considerada positiva pela sociedade 
porque estimulou a assistência à saúde mental em unidades comunitárias extra-hospitalares, 
que visam à atenção integral à saúde e à promoção da qualidade de vida dos indivíduos com 
transtornos mentais, e não porque foi acompanhada da expansão de vagas para pacientes 
portadores de patologias de maior gravidade no Brasil. Não existe relação entre a redução 
no número de leitos psiquiátricos e o aumento da oferta de leitos hospitalares para a 
população com outras comorbidades. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
35 
3. Texto complementar 
 
Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas 
 
O uso abusivo de álcool e de drogas é considerado, pelo Ministério da Saúde do 
Brasil, grave problema de saúde pública. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 
indicam que cerca de 10% das populações dos centros urbanos no mundo consomem 
substâncias psicoativas de modo abusivo, independentemente da idade, do sexo, do nível de 
instrução e do poder aquisitivo (BRASIL, 2004). 
A Reforma Psiquiátrica ratificou a necessidade de garantir aos usuários dos serviços 
de saúde mental, o que inclui os indivíduos que sofrem de transtornos decorrentes do 
consumo abusivo e/ou dependência de álcool e drogas, o direito à assistência à saúde de 
acordo com os princípios e diretrizes do SUS. 
Com a intenção de subsidiar a construção coletiva para o enfrentamento desse 
quadro, o Ministério da Saúde implantou a Política de Atenção Integral ao Uso de Álcool e 
outras Drogas. De acordo com essa política, a assistência à saúde desses usuários deve ser 
oferecida em todos os níveis de atenção, preferencialmente em serviços extra-hospitalares, 
como o CAPS para álcool e drogas (CAPS ad) (BRASIL, 2004). 
O CAPS ad constitui uma estratégia assistencial que contempla, em seus projetos 
terapêuticos, a oferta de atendimento ambulatorial diário e individualizado ao usuário nas 
modalidades intensiva, semi-intensiva e não intensiva (BRASIL, 2004). 
A assistência prestada ao usuário do CAPS ad inclui as seguintes atividades (BRASIL, 
2002): 
• atendimento individual medicamentoso, psicoterápico e de orientação; 
• atendimento em grupos, como psicoterapia, grupo operativo e atividades de suporte 
social; 
• atendimento em oficinas terapêuticas; 
• visitas e atendimentos domiciliares; 
• atendimento à família; 
• atividades comunitárias para integração do dependente químico na comunidade e sua 
inserção familiar e social; 
• alimentação dos usuários que permanecem na instituição; 
• atendimento de desintoxicação. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
36 
De modo geral, o CAPS ad objetiva promover a reabilitação psicossocial e a reinserção 
social dos usuários e a prevenção do uso abusivo de álcool e outras drogas, constituindo 
uma importante estratégia de atenção à saúde das pessoas nessas condições. 
 
4. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. 
Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2004. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf>. Acesso em 13 jun. 
2012. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. SVS/CN-DST/AIDS. A 
Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras 
drogas. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2004. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/politica_de_ad.pdf>. Acesso em 13 jun. 
2012. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral 
de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento 
apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos 
depois de Caracas. OPAS. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2005. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_15_anos_caracas.pdf>. Acesso 
em 13 jun. 2012. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Mental. Brasília (DF): Ministério 
da Saúde, 2009. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=925>. Acesso em 31 ago. 
2012. 
• CHAMMA, R. C.; STEFANELLI, M. C.; ARANTES, E. C.; FUKUDA, I. M. K. Serviços de 
atendimento em saúde mental e psiquiatria. In: STEFANELLI, M. C.; FUKUDA, I. M. K.; 
ARANTES, E. C. (orgs.) Enfermagem Psiquiátrica: em suas dimensões assistenciais. 
Barueri (SP): Manole, 2008. 
• FACUNDES, V. L. D.; BASTOS, O.; VASCONCELOS, M. G. L.; LIMA FILHO, I. A. Atenção à 
Saúde Mental em Pernambuco: perspectiva histórica e atual. Neurobiologia, 2010. 
• SOUZA, A. C. Ampliando o campo da atenção psicossocial: a articulação dos centros de 
atenção psicossocial com a saúde da família. Esc Anna Nery R. Enferm, 2006. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
37 
Questão 7 
Questão 7.7 
Carolina, adolescente de 15 anos de idade, preocupada com atraso menstrual de sete dias, 
buscou atendimento em uma unidade de saúde. Na consulta de enfermagem, relatou 
atividade sexual nos dois últimos meses, com dois parceiros, sem uso de preservativo e de 
anticoncepcional. 
A conduta adequada do enfermeiro frente a essa situação é 
A. orientar Carolina para observar sinais de gravidez, sinais e sintomas de doenças 
sexualmente transmissíveis e agendar consulta pré-natal. 
B. encaminhar Carolina para exame laboratorial de gravidez, orientar acerca dos sinais e 
sintomas de doenças sexualmente transmissíveis e agendar consulta pré-natal. 
C. registrar a queixa de Carolina no prontuário, encaminhar para uma consulta pré-natal e 
para um grupo de gestantes adolescentes na unidade de saúde. 
D. investigar sinais de gravidez no exame físico, encaminhar Carolina para a realização do 
exame laboratorial para gravidez e orientar a respeito dos riscos de contaminação de 
doenças sexualmente transmissíveis. 
E. realizar exame físico em Carolina para investigar os sinais gravídicos, orientar a respeito 
dos riscos de doenças sexualmente transmissíveis e agendar consulta pré-natal. 
 
1. Introdução teórica 
 
Adolescência e gravidez 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) delimita cronologicamente a adolescência 
como o período dos 10 aos 19 anos de idade, enquanto o Estatuto da Criança e do 
Adolescente do Brasil (Lei Nº 8.069/1990) considera adolescente o indivíduo com a faixa 
etária de 12 a 18 anos (BRASIL, 1990; BRASIL, 2005). 
Na cultura ocidental contemporânea, há o consenso de que a puberdade marca o 
início do período da adolescência (BRASIL, 2005). A puberdade é o fenômeno biológico no 
qual ocorrem mudanças fisiológicas e morfológicas desencadeadas pela reativação de 
mecanismos neuro-hormonais do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. Essas modificações 
incluem o estirão puberal, as mudanças na estrutura corporal e o desenvolvimento das 
 
7Questão 37 – Enade 2010. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
38 
gônadas, dos órgãos reprodutores e das características sexuais secundárias (BRASIL, 2007). 
Com as alterações hormonais e o desenvolvimento do corpo e dos órgãos genitais, 
intensifica-se o interesse do adolescente pelo sexo. 
Há adolescentes que não dispõem de informações em relação à saúde sexual e 
reprodutiva e estão sujeitosa infecções sexualmente transmitidas e a gestações não 
planejadas (RICCI, 2008). 
Caso as adolescentes procurem os serviços de saúde com queixas típicas de gestação 
(náuseas, vômitos, sonolência e atraso menstrual) ou com referências a sintomas 
inespecíficos da gravidez (dor abdominal, irregularidade menstrual, leucorreias, pruridos, 
alterações do humor, dispareunia ou cefaleia), cabe ao profissional da área analisar as 
queixas e não descartar a hipótese de gravidez (BRASIL, 2008). 
O diagnóstico da gravidez está fundamentado no histórico da paciente, constituído 
pela realização da anamnese, do exame físico e dos exames laboratoriais. Na anamnese, é 
importante que o profissional de saúde questione a respeito do ciclo menstrual (intervalo, 
duração e quantidade), da data da última menstruação (DUM) e do histórico de atividade 
sexual. Se houver referência de amenorreia, atraso menstrual ou relação sexual, o 
profissional deve, antes de quaisquer condutas, considerar a possibilidade de gravidez 
(BRASIL, 2006). 
Sequencialmente, o profissional de saúde deve proceder ao exame físico para a 
identificação de sinais sugestivos de gravidez, como alterações anatômicas mamárias, com 
destaque para o aumento do volume mamário e a hiperpigmentação aréolomamilar, e 
modificações vulvovaginais, em especial a coloração violácea da mucosa vulvar, denominada 
sinal de Chadwick ou de Jacquemier (REZENDE, 2008). 
A confirmação do diagnóstico da gravidez deve ser feita na própria Unidade Básica de 
Saúde (UBS), por meio do teste imunológico para gravidez (TIG), conforme apresentado no 
fluxograma da figura 1, elaborado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2006). 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
39 
 
Figura 1. Fluxograma para diagnóstico de gravidez. 
Fonte. BRASIL. Ministério da Saúde, 2006. 
 
O Ministério da Saúde (2006) recomenda a realização do teste laboratorial de urina 
para a confirmação da gravidez. Se o resultado do TIG for positivo, a adolescente deve ser 
encaminhada para a consulta pré-natal e o posterior acompanhamento da gravidez. Se o 
TIG for negativo, deve-se repetir o teste após 15 dias, visto que a identificação do hormônio 
gonadotrófico coriônico (HCG) na urina só é positiva depois de 10 a 14 dias de amenorreia 
ou atraso menstrual. Se o resultado do TIG continuar negativo e persistir a amenorreia, 
deve-se agendar uma consulta médico-ginecológica para melhor avaliação do quadro clínico 
(BRASIL, 2006; BRASIL, 2008). 
Mesmo na ausência de gravidez, o profissional deve agendar uma consulta para o 
planejamento reprodutivo e a promoção de ações educativas direcionadas à melhora do 
conhecimento acerca da anatomia e da fisiologia do corpo humano, sobretudo dos órgãos 
reprodutores feminino e masculino, dos aspectos da reprodução humana, dos métodos 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
40 
contraceptivos e da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2006; 
BRASIL, 2008). 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2008), todos os adolescentes devem receber 
informações a respeito do seu crescimento físico e desenvolvimento psicossocial e sexual, 
enfatizando-se a importância de se tornarem ativamente participantes das decisões 
pertinentes aos cuidados de sua saúde e das ações relacionadas ao seu próprio processo de 
saúde-doença. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve detectar os sinais e os sintomas sugestivos de gravidez 
ainda na consulta de enfermagem. Esse profissional não deve agendar consulta pré-natal 
sem antes fazer o teste imunológico para o diagnóstico da gravidez. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Antes de encaminhar Carolina para o exame laboratorial de gravidez, o 
enfermeiro deve proceder ao exame físico da adolescente para a identificação dos sinais 
sugestivos de gestação. Após o exame físico, deve-se realizar o TIG. Se o teste for positivo, 
Carolina deve ser encaminhada para a consulta pré-natal. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Após o registro da queixa de Carolina no prontuário, o enfermeiro deve 
realizar o exame físico e encaminhá-la para a realização do TIG. Somente após a 
confirmação da gravidez, Carolina deve ser levada para a consulta pré-natal e para o grupo 
de gestantes adolescentes na unidade de saúde. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Após a anamnese, o enfermeiro deve investigar sinais de gravidez durante 
o exame físico de Carolina, encaminhar a adolescente para a realização do exame 
laboratorial para confirmação do diagnóstico de gravidez (TIG) e orientá-la a respeito dos 
riscos de contaminação de infecções sexualmente transmissíveis. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
41 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Após a anamnese, o enfermeiro deve realizar o exame físico em Carolina 
para investigar os sinais gravídicos, orientando-a a respeito dos riscos de infecções 
sexualmente transmissíveis. O agendamento da consulta pré-natal só deve ser realizado 
após a confirmação da gestação por meio do TIG. 
 
3. Texto complementar 
 
Consequências da gravidez na adolescência 
 
A gravidez na adolescência constitui um importante problema de saúde pública no 
Brasil. Há riscos para a mãe (desenvolvimento das síndromes hipertensivas gestacionais, 
trabalho de parto prematuro, anemia e comprometimento nutricional da gestante) e para o 
bebê (prematuridade e deficiências respiratórias). 
Na adolescência, há elevada probabilidade de morte em decorrência de complicações 
na gravidez ou no parto. Esse risco eleva-se cinco vezes quando se trata de adolescentes 
com idades inferiores a 15 anos. Apenas no ano de 2004, no Brasil, ocorreram 274 óbitos de 
adolescentes em consequência de causas relacionadas à gestação, ao parto e ao puerpério, 
o equivalente a 16,4% do total de óbitos por essas causas em todas as idades (CARNIEL et 
al., 2006; BRASIL, 2010). 
A gestação na adolescência, além de comprometer o estado de saúde dos 
adolescentes, interfere na socialização e na educação dessa população, dificulta a inserção 
no mercado de trabalho e perpetua a tendência à baixa renda, com consequentes riscos 
sociais para toda a família. 
Em função dos riscos biopsicossociais associados à gestação na adolescência, o 
profissional de saúde, sobretudo o enfermeiro, deve priorizar a atenção à saúde dessa 
população, com foco na promoção de atividades educativas individuais ou em grupo. 
 
4. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do 
Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília (DF): 
Ministério da Saúde, 2005. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 5 – CQA/UNIP 
42 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: 
atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 
2006. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. A saúde de adolescentes e jovens: uma metodologia de 
autoaprendizagem para equipes de atenção básica à saúde (módulo básico). Brasília 
(DF): Ministério da Saúde, 2007. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Saúde do adolescente: competências e habilidades. Brasília 
(DF): Ministério da Saúde, 2008. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Diretrizes nacionais para a atenção integral à saúde de 
adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. Brasília (DF): 
Ministério da Saúde, 2010. 
• CARNIEL, S. F.; ZANOLLI, M. L.; ALMEIDA, C. A. A.; MORCILLO, A. M. Características

Outros materiais