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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO - 01 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
2 
 
 
CQA - COMISSÃO DE QUALIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO 
 
 
 
ENFERMAGEM 
 
 
 
MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO 
 
 
 
 
 
 
Tomo 1 
 
 
Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial 
não pode ser reproduzido ou utilizado sem autorização expressa, 
por escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação 
da UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA. 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
3 
Questão 1 
Questão 1.1 
Considere o gráfico, a tabela e as afirmativas. 
 
No período, o percentual da população com acesso a rede geral de abastecimento de água 
I. melhorou em todas as regiões do país. O acesso da população a esse serviço traduz-se 
na redução da incidência de doenças de transmissão hídrica e, consequentemente, em 
menor número de óbitos no componente tardio do CMI, que diminuiu de uma maneira 
geral em todo o país. 
II. aumentou 7% e 18%, respectivamente, nas regiões Norte e Sudeste. Na região Sudeste, 
o CMI passou de 57,7 para 22,2. Os dados sugerem que o acesso da população a esse 
serviço é um dos fatores que pode ser associado à queda do Coeficiente de Mortalidade 
Infantil. 
III. foi semelhante nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, porém a queda da mortalidade 
infantil foi mais acentuada na região Nordeste. Os dados indicam que o acesso da 
população a esse serviço não interfere na mortalidade infantil. 
IV. foi menor na região Sul e maior nas regiões Norte e Nordeste, comparado com as outras 
regiões. Os dados revelam que o CMI está diretamente relacionado com o acesso da 
população a esse serviço, porque o Coeficiente decresceu nas três regiões. 
 
1Questão 11 – Enade 2007. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
4 
Com relação aos dados apresentados, está correto apenas o que se afirma em 
A. IV. B. III e IV. C. II. D. I e II. E. I. 
 
1. Introdução teórica 
 
Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) 
 
O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) é epidemiologicamente conceituado como 
o número de óbitos de crianças menores de um ano de idade por mil nascidos vivos, na 
população residente em uma área geográfica específica, em determinado ano. O CMI 
permite diversas interpretações, dentre elas, a estimativa do risco de morte dos nascidos 
vivos durante o seu primeiro ano de vida, conforme definição, como também evidencia um 
conjunto de causas de óbito nessa faixa etária (PEREIRA, 1995). 
O CMI pode ser subdividido em três categorias, de acordo com a idade em que 
ocorreu o óbito da criança: mortalidade neonatal precoce, quando o óbito ocorre ao nascer 
até seis dias de vida; mortalidade neonatal tardia, quando a criança falece na faixa etária 
entre sete e 27 dias; e mortalidade pós-natal, considerada a morte da criança com 28 a 364 
dias de vida. Esse coeficiente é calculado pela seguinte fórmula: 
 
residentes mães de vivosnascidos de Número 
1.000 x idade de ano um de menos com residentes de óbitos de Número
=CMI 
 
De modo geral, o CMI é importante por refletir as condições de desenvolvimento 
socioeconômico e de infraestrutura ambiental, assim como o acesso e a qualidade dos 
recursos disponíveis para atenção à saúde materna e infantil de um determinado país 
(PEREIRA, 1995). 
Segundo o Ministério da Saúde (2009), o CMI do Brasil apresentou tendência de 
queda de 1990 a 2007, passando de 47,1/1000 nascidos vivos, em 1990, para 19,3/1000, 
em 2007. Diversos fatores contribuíram para essa redução, como o aumento do acesso ao 
saneamento básico, a queda da taxa de fecundidade, a melhoria das condições de vida da 
população, o maior acesso aos serviços de saúde, a ampliação da cobertura da Estratégia de 
Saúde da Família, os avanços tecnológicos da medicina e, principalmente, o aumento da 
prevalência do aleitamento materno, do número de crianças imunizadas e da utilização da 
terapia de reidratação oral. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
5 
 Conforme apresentado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 
2008), existe uma grande e preocupante diferença entre as taxas de mortalidade infantil nos 
diferentes grupos populacionais. As crianças pobres, quando comparadas às crianças ricas, 
têm maior probabilidade de morrer no primeiro ano de vida, como também as crianças 
negras e indígenas, quando comparadas às crianças da população branca. 
 No Brasil, as principais causas de óbitos em crianças menores de um ano, entre os 
anos de 1996 e 2007, foram as afecções perinatais, seguidas pelas anormalidades 
congênitas, pelas doenças infecciosas e parasitárias e pelas afecções do sistema respiratório 
(BRASIL, 2009). Nota-se que a mortalidade infantil está vinculada a causas que podem ser 
prevenidas, relacionadas ao acesso aos serviços de saúde, à qualidade da assistência pré-
natal, ao parto e ao recém-nascido e ao acesso aos serviços de saneamento básico. 
A mortalidade infantil é considerada um grande problema de saúde pública, cuja 
redução é um desafio para os serviços de saúde e para a sociedade como um todo. 
 
3. Análise das afirmativas 
 
Antes de analisarmos cada afirmativa, é importante frisar que, apesar de a questão solicitar 
a análise comparativa entre o gráfico e a tabela, ela está fundamentada no acesso à rede 
geral de abastecimento de água por região no Brasil. 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Analisando o gráfico, pode-se perceber que, no período considerado, o 
acesso à rede geral de abastecimento de água melhorou em todas as regiões do país: 
Sudeste (18%), Sul (30%), Centro-oeste (33%), Nordeste (33%) e Norte (7%). Por meio da 
comparação com a tabela, que apresentou redução no coeficiente de mortalidade infantil em 
todas as regiões do país, pode-se inferir que o abastecimento de água nessas regiões foi 
importante para a redução de doenças transmitidas por meio hídrico. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O acesso à rede geral de abastecimento de água aumentou nas regiões 
Norte e Sudeste. Considerando que na região Norte, em 1980, 40% da população tinham 
rede de abastecimento de água e, em 2000, esse valor subiu para 47%, observa-se um 
aumento de 7% do abastecimento nessa região. Na região Sudeste, 70% da população 
tinham abastecimento de água no ano de 1980, saltando para 88% em 2000, evidenciando 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
6 
um aumento de 18%. Verifica-se, na tabela, que o CMI da região Sudeste realmente reduziu 
de 57,7 para 22,2. Como houve uma relação inversamente proporcional entre o 
abastecimento de água e o CMI, pode-se inferir que o aumento no abastecimento de água 
para a população dessas regiões está diretamente relacionado com a redução da 
mortalidade infantil. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Observa-se que, no período considerado, o aumento ao acesso à rede geral 
de abastecimento de água nas regiões Centro-oeste e Nordeste foi semelhante (aumento de 
33% em ambas). A queda do coeficiente de mortalidade infantil na região Centro-oeste foi 
de 24,6, enquanto na região Nordeste, de 51,9, demonstrando uma queda mais acentuada 
na região Nordeste, conforme aponta a afirmativa III. Entretanto, os dados indicam que o 
acesso da população a esse serviço interfere diretamente na mortalidade infantil, ao 
contrário do apresentado na afirmativa. 
 
IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Analisando o acesso ao abastecimento de água no período de 1980 a 2000, 
observa-se que na região Sul houve um aumento de 30% no serviço, enquanto nas regiões 
Norte e Nordeste houve elevação de 7% e de 33%, respectivamente. Evidencia-se, assim, 
que o acesso a tal recurso foi inferior na região Norte, e superior nas regiões Sul e Nordeste, 
ao contrário do afirmado na assertiva IV. 
 
Alternativa correta:D. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito 
Infantil e Fetal. 2. ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2009. Disponível em 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_infantil_fetal03_fim2_1.pdf>. 
Acesso em 05/04/2010. 
• PEREIRA, M. G. Mortalidade. In: ____________. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. p. 126. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
7 
Questão 2 
Questão 2.2 
O gráfico apresenta a relação da variação do volume do parênquima pulmonar, segundo a 
variação da pressão transpulmonar, em dois grupos de pacientes, conforme descrito na 
legenda. 
 
 
 
Considerando o gráfico e a atual Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, é correto 
afirmar que a alteração funcional e a porta de entrada da atenção à saúde do grupo de 
idosos são, respectivamente, 
A. elasticidade pulmonar diminuída e serviços especializados de média complexidade. 
B. fragilidade e serviços especializados de alta complexidade. 
C. fibrose pulmonar e atenção básica/Saúde da Família. 
D. atelectasia pulmonar e serviços especializados de alta complexidade. 
E. complacência pulmonar aumentada e atenção básica/Saúde da Família. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Respiração 
 
 A respiração é um processo fisiológico que consiste na inalação de oxigênio e 
liberação de dióxido de carbono pelo organismo. No ser humano, a troca de substâncias 
gasosas entre o ar e a corrente sanguínea é feita pelo sistema respiratório, composto pelo 
trato respiratório superior e inferior (GUYTON, 2008). 
 
2Questão 12 – Enade 2007. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
8 
No movimento respiratório, o ar flui de uma região de maior pressão para outra de 
menor pressão. Na inspiração, o movimento do diafragma e de outros músculos alarga a 
cavidade torácica, diminuindo a pressão dentro do tórax até um nível abaixo da pressão 
atmosférica. Dessa forma, o ar é puxado para os pulmões. Durante a expiração, o diafragma 
relaxa e os pulmões retraem-se, resultando na redução do tamanho da cavidade torácica e, 
assim, no aumento da pressão intratorácica acima da pressão atmosférica, fazendo com que 
o ar flua dos pulmões para a atmosfera. Dessa forma, o gradiente de pressão entre a caixa 
torácica e a atmosfera faz o ar fluir para dentro e para fora dos pulmões, resultando na 
respiração (BRUNNER e SUDDARTH, 2005). 
Complacência pulmonar é a medida da elasticidade, expansibilidade e da 
distensibilidade dos pulmões e das estruturas torácicas. A complacência é determinada pela 
relação entre volume e pressão pulmonar e torácica. Na complacência normal, os pulmões e 
o tórax alongam-se e estendem-se facilmente quando a pressão é aplicada; os pulmões 
perdem sua elasticidade e o tórax fica superdistendido (como no enfisema pulmonar) 
quando a complacência está aumentada; enquanto na complacência diminuída os pulmões e 
o tórax estão “enrijecidos”. Os pulmões com complacência reduzida requerem maior gasto 
de energia do que o normal para atingir níveis adequados de ventilação (BRUNNER e 
SUDDARTH, 2005). 
As alterações fisiológicas no sistema respiratório associadas à idade afetam a 
capacidade e a função pulmonares e incluem a eficiência diminuída dos músculos 
respiratórios. Além disso, ocorrem também o aumento na rigidez pulmonar e a diminuição 
da área de superfície alveolar, resultando na redução da troca gasosa e da capacidade de 
difusão e, por sua vez, alterando a complacência pulmonar (BRUNNER e SUDDARTH, 2005; 
GUYTON, 2008). 
 
1.2. Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa 
 
 Fundamentado nos movimentos sociais ocorridos no Brasil e no mundo em prol da 
garantia dos direitos sociais e de saúde da pessoa idosa, o Ministério da Saúde do Brasil 
aprovou a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), por meio da Portaria N° 
2.528, de 19 de outubro de 2006. 
Segundo o Ministério da Saúde (2006), a finalidade do PNSPI é recuperar, manter e 
promover a autonomia e a independência dos indivíduos com idade superior a 65 anos. Para 
tanto, direcionam-se medidas coletivas e individuais de saúde, em consonância com os 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
9 
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), que garantem o acesso universal e 
equânime aos serviços de saúde e à integralidade da atenção. Essas medidas preveem as 
diferentes realidades e necessidades de saúde da população e dos indivíduos. 
As diretrizes do PNSPI são (BRASIL, 2006): 
• promoção do envelhecimento ativo e saudável; 
• atenção integral à saúde da pessoa idosa; 
• estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; 
• provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade da atenção à saúde da pessoa 
idosa; 
• estímulo à participação e fortalecimento do controle social; 
• formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área da saúde 
da pessoa idosa; 
• divulgação e informação sobre a PNSPI para profissionais de saúde, gestores e usuários 
do SUS; 
• promoção e cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da 
pessoa idosa e apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas envolvendo essa 
população. 
O PNSPI define que a assistência à saúde da população idosa terá como porta de 
entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo como referência a rede de serviços 
especializada de média e de alta complexidade. O modelo de assistência à saúde 
preconizado pelo programa recomenda a incorporação, na atenção básica, de mecanismos 
que visem à melhoria da qualidade e ao aumento da resolutividade no atendimento à pessoa 
idosa, envolvendo os profissionais de saúde da atenção básica e das equipes de Saúde da 
Família, e incluindo a assistência no domicílio e no ambulatório (BRASIL, 2007). 
No atendimento especializado, o PNSPI recomenda a reestruturação dos serviços de 
saúde, para que promovam a integração efetiva da atenção básica com os demais níveis de 
assistência, por meio do estabelecimento de fluxo de referência e contrarreferência mais 
efetivo, com abordagem multiprofissional e interdisciplinar. 
O envelhecimento ativo e saudável e a preservação da autonomia das pessoas idosas 
são os principais objetivos do PNSPI. Estes devem ser de conhecimento dos profissionais de 
saúde, principalmente na rede básica de saúde, para que possam estimular a pessoa idosa a 
buscar sua qualidade de vida por meio da alimentação adequada, da prática regular de 
exercícios físicos, da convivência social, da realização de atividades prazerosas e/ou que 
atenuem o estresse e da diminuição significativa da automedicação (BRASIL, 2007). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
10 
Cabe, portanto, aos profissionais de saúde e às equipes de Saúde da Família e de 
Atenção Básica, a organização para o desenvolvimento de ações que objetivem a construção 
de uma atenção integral à saúde da pessoa idosa. 
 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A elasticidade pulmonar é a capacidade de distensão da parede pulmonar, 
que não é medida pela relação volume-pressão nos pulmões e no tórax, como apresentado 
no gráfico. A porta de entrada do PNSPI é a Atenção Básica/Saúde da Família e não os 
serviços de média complexidade. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Fragilidade pulmonar refere-se à suscetibilidade dos pulmões de sofrer 
qualquer tipo de dano, frequentemente provocado por doenças pulmonares. A porta de 
entrada do PNSPI é a Atenção Básica/Saúde da Família e não os serviços de alta 
complexidade. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Fibrose pulmonar é a cicatrização do pulmão, uma condição patológica em 
que, gradualmente, os alvéolos pulmonaressão substituídos por tecido fibrótico. Quando a 
cicatriz se forma, os alvéolos são perdidos, levando a uma perda irreversível na capacidade 
dos pulmões em transferir oxigênio para a corrente sanguínea. 
 
D – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Atelectasia pulmonar refere-se a uma condição patológica, caracterizada 
pelo fechamento ou colapso dos alvéolos pulmonares provocado por hipoventilação, por 
obstrução ou por compressão das vias aéreas. A porta de entrada do PNSPI é a Atenção 
Básica/Saúde da Família e não os serviços de alta complexidade. 
 
E – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A complacência pulmonar é uma condição fisiológica determinada pela 
relação volume-pressão pulmonar e torácica que se encontra alterada durante a 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
11 
senescência. O PNSPI define que a atenção à saúde da população idosa terá como porta de 
entrada a Atenção Básica/Saúde da Família. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria N° 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2006. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 
2007. 
• GUYTON, A. C. Fisiologia Humana. 6. ed. [reimpr]. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2008. 
• SMELTZER, S. C.; BARE, B. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
12 
Questão 3 
Questão 3.3 
Foi prescrita para uma criança 320 miligramas de Vancomicina®, via intravenosa, de 12/12 
horas. Cada frasco-ampola contém 0,5 grama. Quais são os cuidados de enfermagem que 
devem ser considerados para garantir a administração segura dessa droga? 
A. Reconstituir o medicamento em 5mL de SF a 0,9%, aspirar 3,2mL, rediluí-lo em 50mL de 
SG a 5%, infundi-lo a 50 mL/h. Não o associar com aminoglicosídeo. 
B. Reconstituir o medicamento em 5mL de água destilada, aspirar 3,2mL, rediluí-lo em 
80mL de SF a 0,9%, infundi-lo a 40mL/h. Associá-lo com anti-histamínico. 
C. Reconstituir o medicamento em 9mL de SF a 0,9%, aspirar 6,4 mL, rediluí-lo em 50mL 
de SF a 0,9%, infundi-lo a 25mL/h. Associá-lo com penicilina. 
D. Reconstituir o medicamento em 10mL de água destilada, aspirar 6,4mL, rediluí-lo em 
100ml de SG a 5%, infundi-lo a 100mL/h. Não o associar com aminoglicosídeo. 
E. Reconstituir o medicamento em 10mL de água destilada, aspirar 3,2mL, rediluí-lo em 100 
mL de SG a 5%, infundi-lo a 150mL/h. Não o associar com Anfotericina B®. 
 
1. Introdução teórica 
 
Medicamentos: Vancomicina 
 
Segundo o dicionário de administração de medicamentos na enfermagem (AME, 
2009/2010), a Vancomicina pode ser conhecida comercialmente como Celovan, Cloridrato de 
Vancomicina, Vancocid ou Vancoson. Trata-se de um antibiótico, glicopeptídeo, com ação 
bactericida, que possui espectro ativo contra patógenos Gram-positivos, como estafilococos 
(incluindo cepas meticilino-resistentes de Staphylococcus aureus), estreptococos beta-
hemolíticos do grupo A, Streptococcus pneumonae, Corynebacterium, Clostridium, 
Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. 
O antibiótico é indicado nas infecções estafilocócicas, como endocardite, osteomielite, 
pneumonia e septicemia, no tratamento de infecções dos tecidos moles em pacientes 
alérgicos à penicilina ou aos seus derivados ou quando o teste de sensibilidade demonstra 
resistência à meticilina (AME, 2009/2010). 
A via de administração da Vancomicina é endovenosa (EV) ou intravenosa (IV), com 
início da ação logo após o início da infusão, com duração de 12 a 24 horas e meia-vida de 
 
3Questão 13 – Enade 2007. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
13 
seis horas. Em crianças com idade superior a um mês, a dose recomendada é 10 mg/kg a 
cada seis horas ou 20 mg/kg de 12 em 12 horas. 
A medicação possui diversas reações adversas como: hipotensão, rash cutâneo, 
náusea, vômito, flebite no local da aplicação, dor nas costas e pescoço, ototoxicidade, 
eosinofilia, leucopenia e nefrotoxicidade. Se houver interação medicamentosa com ácido 
acetilsalicílico, aminoglicosídeos, ciclosporinas, cisplatina e diuréticos de alça, poderão 
ocorrer ototoxicidade e nefrotoxicidade aditivas. 
Segundo AME (2009/2010) e Brunner e Suddarth (2005), os cuidados de enfermagem 
na administração da Vancomicina são os indicados a seguir. 
• Medicar exatamente conforme prescrito pelo médico. 
• Não interromper o tratamento sem indicação médica. 
• Recomendar ao paciente que evite o uso de qualquer outra droga ou medicação, sem o 
conhecimento do seu médico, durante a terapia. 
• Monitorar diariamente o balanço hídrico e o peso do paciente, pois urina turva ou rosa 
pode ser indicativa de nefrotoxicidade. 
• Observar rigorosamente o local de infusão (o extravasamento da droga pode provocar 
irritação, dor e necrose tecidual). 
• Alternar os locais da infusão EV. 
• Monitorar a pressão arterial do paciente durante a infusão. 
• Se o uso for intermitente, a Vancomicina em 500 mg deve ser diluída em 10 ml de água 
estéril para injeção. Posteriormente, diluir essa solução em 100 a 200 ml de soro 
fisiológico a 0,9%, ou glicosado a 5% ou solução de ringer lactato. 
• Não infundir rapidamente ou em bolus, infundir a solução em, pelo menos, 60 minutos 
para minimizar o risco de tromboflebite, hipotensão e síndrome do ‘pescoço vermelho’ 
(hipotensão súbita e grave, rubor e/ou rash maculo-papular). 
• Infusão contínua deve ser usada somente quando a infusão intermitente não for 
possível. 
• Não deve ser administrada com ácido acetilsalicílico, aminoglicosídeos, ciclosporinas, 
cisplatina e diuréticos de alça, pela ação nefrotóxica e ototóxica aditiva. 
É importante que o profissional de enfermagem, ao administrar quaisquer 
medicamentos, considere os efeitos desejados, as interações medicamentosas e as reações 
adversas de cada fármaco para que possa atuar de modo efetivo na resolução dos 
problemas de saúde apresentados por cada indivíduo. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
14 
2. Análise das alternativas 
 
O frasco-ampola da Vancomicina® contém 0,5 grama, o equivalente a 500 
miligramas. Foi prescrito para a criança 320 miligramas de Vancomicina, via intravenosa, de 
12 em 12 horas. 
Os procedimentos de enfermagem a serem adotados estão descritos a seguir. 
Primeiramente, o enfermeiro deve proceder à reconstituição da medicação em 10ml 
de água estéril (água destilada). Para aspirar 320mg da medicação, o profissional deve 
proceder ao seguinte cálculo (regra de três): 
 
Assim, após a reconstituição, o enfermeiro deve aspirar 6,4ml da solução para obter 
320mg de Vancomicina. 
Posteriormente, o profissional deve proceder à rediluição da medicação com 100ml de 
soro fisiológico a 0,9% ou glicosado a 5%. Após tal procedimento, deve-se infundir a 
solução lentamente por, pelo menos, 60 minutos, conforme recomendação da AME 
(2009/2010) para evitar as reações adversas, principalmente a tromboflebite e a hipotensão. 
A velocidade de infusão é resultado do volume total da solução a ser infundida, em 
mililitros, dividido pelo tempo, em horas. Desse modo, o volume total da solução (100ml, 
aproximadamente) deve ser administrado em uma hora. Para tal, a medicação deve ser 
infundida em 100ml/hora. 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A Vancomicina deve ser reconstituída em 10ml de água destilada, e não em 
5 ml de soro fisiológico. Deve ser rediluída em 100ml de solução fisiológica a 0,9% ou 
glicosada a 5%, e não somente em 50ml. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A Vancomicina deve ser reconstituída em 10ml de água destilada, e não em 
5ml de águaestéril. Deve ser rediluída em 100ml de solução fisiológica a 0,9% ou glicosada 
a 5%, e não somente em 80ml. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
15 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A Vancomicina deve ser reconstituída em 10ml de água destilada, e não em 
9ml de soro fisiológico. Se fosse diluída em 9ml, o conteúdo aspirado seria 5,8ml. Deve ser 
rediluída em 100ml de solução fisiológica a 0,9% ou glicosada a 5%, e não somente em 
50ml. O antibiótico é utilizado em pacientes alérgicos à penicilina, para substituição da 
medicação, por isso não deve ser associado com a penicilina. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. A Vancomicina deve ser reconstituída em 10ml de água destilada, sendo 
necessário aspirar 6,4ml da solução para obter 320mg da medicação, conforme prescrição 
médica. Posteriormente, a solução deve ser rediluída em 100ml de solução fisiológica a 
0,9% ou glicosada a 5%. Como o medicamento deve ser administrado em, no mínimo, uma 
hora, deve ser infundido o volume total da medicação (100ml, aproximadamente) em uma 
hora, ou seja, 100ml/h. O antibiótico não deve ser associado com aminoglicosídeo pela ação 
nefrotóxica e ototóxica aditiva provocada por tal interação medicamentosa. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A Vancomicina deve ser reconstituída em 10ml de água destilada, sendo 
necessário aspirar 6,4ml da solução, e não 3,2ml. Posteriormente, a solução deve ser 
rediluída em 100ml de solução fisiológica a 0,9% ou glicosada a 5%. Entretanto, a infusão 
deve ser o volume total da medicação dividida pelo tempo, ou seja, 100ml por hora, e não 
150ml. A anfotericina B é um antibiótico antifúngico indicado para tratamento de infecções 
fúngicas sistêmicas, também é nefrotóxica, e por isso, não deve ser associada à 
Vancomicina, pois pode potencializar a nefrotoxicidade. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• AME. Dicionário de administração de medicamentos na enfermagem: 2009/2010. Rio de 
Janeiro: EPUB, 2009. 
• SMELTZER, S. C.; BARE, Brenda. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3tico
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
16 
Questão 4 
Questão 4.4 
Avalie as asserções e a relação proposta entre elas. 
I. A enfermeira Tulipa orienta os auxiliares de enfermagem que prestam assistência às 
gestantes de alto risco a verificar a pressão sanguínea braquial em posição sentada, 
considerando que a pressão é mais baixa quando a gestante está deitada. 
PORQUE 
II. Na posição supina, ocorre aumento do débito cardíaco, do fluxo sanguíneo útero-
placentário, do fluxo sanguíneo renal e da excreção de água e sódio pela urina. 
Assinale a alternativa correta. 
A. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção justifica a primeira. 
B. As duas asserções são verdadeiras, e a segunda asserção não justifica a primeira. 
C. A primeira asserção é verdadeira, e a segunda é falsa. 
D. A primeira asserção é falsa, e a segunda é verdadeira. 
E. As duas asserções são falsas. 
 
1. Introdução teórica 
 
Gestação 
 
A gravidez induz o organismo materno a uma série de adaptações fisiológicas, 
atribuídas aos hormônios gestacionais e à pressão mecânica decorrente do aumento do 
útero e de outros tecidos. Durante 42 semanas de gestação, o organismo feminino passa 
por profundas alterações anatômicas, fisiológicas e bioquímicas em quase todos os sistemas 
e órgãos, com a finalidade de permitir a adaptação, a manutenção e o desenvolvimento 
harmônico da gravidez (GOMES e MAMEDE, 2006). 
No sistema cardiovascular acontece um aumento de 30 a 50% no volume sanguíneo 
circulante e, consequentemente, ocorre aumento do volume sistólico, da capacidade, do 
débito, do ritmo e da frequência cardíaca, sendo que esta última se eleva cerca de 10 a 16 
batimentos por minuto (ZUGAIB, 1994). O débito cardíaco, definido como o volume de 
sangue bombeado pelo coração em um minuto (produto da frequência cardíaca multiplicada 
 
4Questão 22 – Enade 2007. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
17 
pelo volume sistólico), aumenta entre 30 a 50%, com o objetivo de garantir um incremento 
no fluxo uteroplacentário (ZUGAIB, 1994; GOMES e MAMEDE, 2006). 
No período gestacional também pode ocorrer uma elevação da pressão venosa dos 
membros inferiores, em parte pela compressão parcial da veia cava, causada pelo útero 
aumentado de volume e pela elevação da resistência que o fluxo sanguíneo encontra nas 
extremidades inferiores ao juntar-se ao fluxo proveniente do útero. Para evitar a 
compressão da veia cava inferior e facilitar o retorno venoso, a gestante deve ser orientada 
a deitar em decúbito lateral esquerdo (ZIEGEL, 1985; ZUGAIB, 1994). 
Em razão do aumento uterino, quando a gestante permanece em decúbito dorsal ou 
em posição supina, a veia cava inferior é comprimida pelo útero gravídico, desencadeando a 
redução do retorno venoso e a diminuição da capacidade cardíaca. Em consequência da 
redução do volume sistólico e da redução na resistência vascular periférica, a pressão 
arterial (produto do débito cardíaco pela resistência periférica), diminui em média 30 mmHg, 
induzindo a uma leitura da pressão arterial inferior à apresentada pela mulher (GOMES e 
MAMEDE, 2006). 
 Em função dessa alteração, o Ministério da Saúde (2006) recomenda que o 
profissional de saúde proceda à aferição da pressão arterial com a gestante em posição 
sentada, após um período de repouso de, no mínimo, cinco minutos ou em decúbito lateral 
esquerdo, no braço direito, mas nunca em posição supina. 
 
2. Análise das asserções 
 
I – Asserção verdadeira. 
JUSTIFICATIVA. Quando a gestante permanece em decúbito dorsal (deitada), a veia cava 
inferior é comprimida pelo útero gravídico, gerando redução do retorno venoso, do débito 
cardíaco e da capacidade cardíaca, diminuindo, assim, a pressão arterial. 
 
II – Asserção falsa. 
JUSTIFICATIVA. Quando a gestante é colocada na posição supina, ocorre redução do débito 
cardíaco, do fluxo sanguíneo útero-placentário e do fluxo sanguíneo renal, e não aumento 
desses parâmetros, conforme indicado na justificativa. 
 
Alternativa correta: C. 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
18 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BARROS, S. M. O. (org.). Enfermagem no ciclo gravídico-puerperal. Barueri (SP): Manole, 
2006. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: 
atenção qualificada e humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
• BARROS, S. M. O.; MARIN, H. F.; ABRÃO, A. C. F. V. Enfermagem obstétrica e 
ginecológica: guia para prática assistencial. São Paulo: Roca, 2002. 
• ZIEGEL, E. E.; CRANLEY, M. S. Enfermagem obstétrica. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 1985. 
• ZUGAIB, M.; SANCOVSKI, M. O pré-natal. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
19 
Questão 5 
Questão 5.5 
Alice tem 28 anos e chegou ao Pronto Socorro com seu filho Mateus de um ano e três 
meses, com história de duas internações hospitalares por pneumonia. A criança frequenta 
uma creche municipal e há dois dias apresenta diarreia, febre intermitente, bradipneia, 
vômito e perda de peso. Foi encaminhada pela Unidade Básica de Saúde com tratamento do 
Plano C para desidratação, já tendo recebido uma dose de antitérmico e recebendo soro de 
re-hidratação oral 15 mL/kg/hora por sonda nasogástrica. Após alguns exames clínicos e 
laboratoriais, Alice foi informada de que Mateus está com tuberculose pulmonar. Ao ser 
esclarecida de que o diagnóstico havia sido confirmado pela identificação do Bacilo de Kock 
no lavado gástrico, Alice mostrou-se convencidade que Mateus contraiu tuberculose há uma 
semana, através do leite materno de uma conhecida que o amamentou uma única vez. Alice 
foi orientada sobre a fisiopatologia, o tratamento e a prevenção da doença de Mateus. 
Considere as ações a serem recomendadas pelas enfermeiras que atenderam Mateus no PS 
e na UBS mostradas abaixo. 
I. Puncionar veia periférica em Mateus para instalar a hidratação na fase de expansão, 
colocar coletor de urina, iniciar balanço hídrico e inserir a mãe como uma unidade de 
cuidado. 
II. Instalar cateter de oxigênio nasal FiO2 2 Litros/minuto, fazer controle da saturação de 
oxigênio, manter Mateus em quarto com pressão negativa e promover atividades para 
fortalecer vínculo mãe e criança. 
III. Notificar o caso à Vigilância Epidemiológica do município, identificar sintomáticos 
respiratórios entre os comunicantes adultos e verificar a situação vacinal das crianças da 
creche e da família de Mateus. 
IV. Realizar desinfecção da creche, manter o ambiente ventilado, restringir o uso dos 
brinquedos de pano e de pelúcia e realizar visita domiciliar supervisionando as condições 
de higiene e iluminação natural da casa de Mateus. 
São corretas apenas as ações apresentadas em 
A. I e III. B. I e II. C. II e III. D. II e IV. E. III e IV. 
 
 
 
 
 
5Questão 25 – Enade 2007. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
20 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Tuberculose 
 
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium 
tuberculosis, denominado de bacilo de Koch (BK), que se propaga através do ar, por meio 
de gotículas contendo os bacilos, expelidos por um doente com tuberculose pulmonar ao 
tossir, espirrar ou falar em voz alta. Quando essas gotículas são inaladas por pessoas sadias, 
os bacilos se multiplicam nos alvéolos pulmonares, entrando em quantidade reduzida na 
corrente sanguínea e disseminando para todo o corpo. Entretanto, dentro de duas a três 
semanas, o sistema imune do indivíduo contaminado, controla a proliferação dos bacilos, 
impedindo o surgimento da doença (BRASIL, 2002). 
Uma vez infectado, o indivíduo pode desenvolver a tuberculose em qualquer fase da 
vida. Os principais sintomas da tuberculose são a tosse com expectoração por três semanas 
ou mais, a falta de apetite e o emagrecimento, a dispneia, a astenia, a dor torácica, a 
sudorese noturna e a febre. A sintomatologia que mais chama a atenção, na maioria dos 
casos, é a febre, habitualmente moderada, persistente por mais de 15 dias e vespertina. 
O histórico de contato, intradomiciliar ou não, com uma pessoa com tuberculose e a 
apresentação dos sinais e sintomas sugestivos da doença são os principais indícios para a 
investigação da tuberculose. O diagnóstico da doença é feito por meio da baciloscopia direta 
do escarro ou da cultura do Bacilo de Koch. O exame radiológico é um exame auxiliar. 
Segundo o Ministério da Saúde (2002), a história de contágio com adulto tuberculoso, 
bacilífero ou não, deve ser valorizada, principalmente nas crianças até a idade escolar. Em 
crianças internadas para investigação de tuberculose, pode ser realizada a cultura para a 
detecção do M. tuberculosis em espécime de lavado gástrico, não sendo um procedimento 
recomendado em unidades ambulatoriais. Dependendo do quadro clínico-radiológico 
apresentado pela criança, podem ser necessários outros métodos de diagnóstico, como a 
broncoscopia e as punções. 
A partir da confirmação do diagnóstico da tuberculose, os profissionais de saúde 
devem notificar o caso à Vigilância Epidemiológica do município, por se tratar de uma 
doença de notificação compulsória. A prevenção da disseminação da doença deve ser 
realizada por meio da investigação e do acompanhamento dos contatos dos doentes, 
especialmente os intradomiciliares, com a identificação dos sintomáticos respiratórios. A 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
21 
investigação da vacinação contra tuberculose, com a vacina BCG, também é uma importante 
estratégia para evitar a disseminação da doença (BRASIL, 2002). 
Para as mulheres com tuberculose que ainda não iniciaram o tratamento, ou as que 
começaram a se tratar em menos de duas semanas, denominadas bacilíferas, e que 
praticam o aleitamento materno, são recomendadas a utilização de máscaras protetoras 
faciais durante a amamentação e a restrição do contato próximo à criança, pelo potencial 
risco de transmissão por meio de gotículas do trato respiratório. 
A educação em saúde também é um forte recurso para a prevenção da disseminação 
da tuberculose, que deve ser amplamente empregada pelos profissionais de saúde e, 
especialmente, pelo enfermeiro. No entanto, programas mais efetivos para o controle da 
tuberculose ainda são necessários, assim como a melhoria nas condições de vida e de 
saneamento básico, medidas simples que poderiam auxiliar na redução dos casos da doença 
no Brasil e no mundo. 
 
1.2. Desidratação 
 
 Desidratação é a redução do líquido extracelular por perdas hidroeletrolíticas ou baixo 
aporte de líquidos. Vômito e diarreia são as causas mais comuns de desidratação. Os 
distúrbios renais e o aumento das perdas insensíveis, como queimaduras, exposição ao calor 
e fibrose cística também podem desencadear desidratação (PICCOLO, ROSSATO e 
KOMESSU, 2008). 
 De acordo com o nível sérico de sódio resultante das perdas, a desidratação pode ser 
classificada conforme segue (PICCOLO, ROSSATO e KOMESSU, 2008; WONG, 1999). 
• Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica: quando a perda de água é 
proporcionalmente maior que a de sódio. A hipertonicidade intravascular movimenta a 
água da célula, preservando a volemia e causando desidratação celular. 
• Desidratação isotônica ou isonatrêmica: quando ocorrem perdas proporcionais de sódio e 
água. É a forma mais comum. O choque constitui a principal ameaça à vida, e a criança 
apresenta sintomas característicos de choque hipovolêmico. 
• Desidratação hipotônica ou hiponatrêmica: quando há perda proporcionalmente maior de 
sódio em relação à água. Acontece o movimento de água para o compartimento 
intracelular e a evolução dos sinais e sintomas de desidratação. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
22 
 A desidratação também pode ser classificada em leve, moderada ou grave, em função 
da perda de peso corporal e dos sinais clínicos apresentados pelo paciente, conforme 
apresentado no quadro 1. 
 
Quadro 1. Classificação clínica do grau de desidratação em crianças. 
 Leve Moderada Grave 
Estado geral Irritada, com sede, sono 
ruim e leve 
Agitada, muita 
sede, raramente 
dorme 
Deprimida, comatosa, 
não chora mais 
Boca Seca, língua seca e 
saburrosa 
Muito seca, lábios 
cianóticos 
(frequente) 
Lábios cianóticos 
Olhos Normais Fundos Muito fundos 
Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes 
Fontanela Normal Deprimida Muito deprimida 
Pele Quente, seca, 
elasticidade normal 
Extremidades 
frias, elasticidade 
diminuída 
Pele fria, acinzentada, 
elasticidade muito 
diminuída 
Pulso Normal Finos Muito finos 
Enchimento 
capilar 
Normal (até 3s) Lentificado (de 3 a 
10s) 
Muito lentificado (mais 
de 10 s) 
Perda de peso 2,5 a 5% 5 a 10% Acima de 10% 
Déficit 
estimado 
25 a 50mL/kg 50 a 100mL/kg > 100mL/Kg 
Fonte. Piccolo, Rossato e Komessu, 2008. p. 289. 
 
O tratamento a ser instituído deve considerar a gravidade ou o grau de perda de 
água, o nível de sódio e a correção dos déficits eletrolíticos e metabólicos associados. A 
desidratação leve pode ser tratada com a terapia de reposição oral (TRO) e, nos casos de 
comprometimento intravascular, é necessária a reposição volêmica via parenteral (WONG, 
1999; PICCOLO, 2008). 
O Ministério da Saúde (1993) descreve, no manual técnico para assistência e controle 
das doenças diarreicas, que a diarreia deve ser tratada de acordo com o protocolo que 
segue. 
Plano A: crianças com diarreia, mas sem sinal de desidratação. Aconduta terapêutica 
envolve a orientação dos familiares sobre a evolução natural da doença e o risco de 
complicações. A conduta a ser utilizada no domicílio é a recomendação do aumento da 
ingestão hídrica (soro caseiro, água, chás, sopas e sucos). 
Plano B: crianças com diarreia e sinais de desidratação. A conduta terapêutica envolve a 
reidratação com soro de reidratação oral (SRO), a amamentação dos lactentes e a 
orientação à família sobre como reconhecer os sinais de desidratação e piora do quadro 
clínico. A terapia intravenosa pode ser utilizada quando a criança não ganha ou perde peso 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
23 
após as primeiras horas de hidratação, quando a criança tem vômitos persistentes mesmo 
após o início do tratamento e em casos de crise convulsiva com alteração no nível de 
consciência. 
Plano C: crianças com diarreia e desidratação grave. Deve-se tratar rapidamente a 
desidratação grave, com a terapia de reidratação oral e a terapia parenteral. 
A hidratação venosa compreende as fases: de expansão (rápida), de manutenção e 
de reposição. A fase de expansão deve ser realizada com a administração de soro glicosado 
a 5% e soro fisiológico a 0,9%, administrado no volume de 100 ml/Kg, para infusão em 
duas horas. O objetivo dessa fase do tratamento é a rápida reversão da evolução do 
choque. Deve-se assegurar um acesso venoso adequado, utilizando agulhas calibrosas e 
dois acessos venosos simultâneos, realizando a reavaliação da criança a cada hora (BRASIL, 
1993). 
A fase de manutenção é feita para cobrir as perdas normais. A reposição objetiva 
compensar as perdas decorrentes da diarreia e dos vômitos. O volume a ser administrado 
nessa fase é resultante da soma dos volumes da manutenção e da reposição, devendo ser 
infundido no período de 24 horas. A criança deve ser alimentada normalmente e tomar o 
SRO, testando a aceitação e a tolerância de reposição oral. A quantidade de solução 
administrada por via venosa deve ser reduzida progressivamente, conforme ocorre o 
aumento da ingestão de alimento e SRO (BRASIL, 1993). Deve-se reavaliar constantemente 
o estado de hidratação da criança. 
Os profissionais de saúde devem utilizar soluções criativas para estimular a ingestão 
de líquidos. O controle hidroeletrolítico é fundamental para redução da mortalidade infantil 
em função da diarreia/desidratação. Devido ao potencial risco de ruptura da integridade da 
pele, medidas de prevenção e tratamento de lesões devem ser contempladas no plano de 
cuidados de enfermagem. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O quadro clínico apresentado por Mateus é característico de desidratação 
grave (plano C de tratamento), provocada pela diarreia há dois dias e pelos vômitos. O 
tratamento da desidratação grave requer a reposição imediata de líquidos, por via 
endovenosa, na fase de expansão (rápida reposição – 100 ml/Kg em duas horas), controle 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
24 
rigoroso do balanço hídrico e reavaliação constante da criança a cada hora. É importante a 
orientação da mãe para que ela possa auxiliar no tratamento da desidratação. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O quadro clínico de Mateus não caracteriza insuficiência respiratória e, 
também, não evidencia fraco vínculo entre mãe e filho. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Por se tratar de uma doença de notificação compulsória obrigatória 
(tuberculose), a enfermeira deve notificar imediatamente o serviço de Vigilância 
Epidemiológica do município. Para a prevenção da disseminação da tuberculose, é 
importante que o profissional identifique os sintomáticos respiratórios, principalmente 
intradomiciliares, realizando uma avaliação dos comunicantes. Como a vacinação com BCG é 
determinante para prevenção da doença, a enfermeira deve promover um levantamento da 
situação vacinal das pessoas que poderiam entrar em contato com a criança, na creche e 
entre os familiares, para verificar a necessidade de vacinação nessa população. 
 
IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Não é necessária realizar a desinfecção na creche e isso também não é 
responsabilidade do enfermeiro do Pronto Socorro ou da UBS. Sua função nesse caso é, 
principalmente, investigar os comunicantes para identificação dos sintomáticos respiratórios. 
Também não existe necessidade de supervisionar as condições de higiene e de iluminação 
natural da casa de Mateus, a enfermeira poderia realizar somente a avaliação das condições 
de higiene no domicílio. 
 
Alternativa correta: A. 
 
3. Indicações bibliográficas 
 
• ALMEIDA, F. A.; SABATÉS, A. L. (org). Enfermagem pediátrica: a criança, o adolescente 
e sua família no hospital. Barueri (SP): Manole, 2008. p. 284-302. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Manual técnico para o controle da tuberculose: cadernos de atenção básica. 6. 
ed. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2002. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
25 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde 
Materno-Infantil. Assistência e controle das doenças diarréicas. Brasília (DF): Ministério 
da Saúde, 1993. 
• WONG, D. L. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção efetiva. 5. ed. 
Guanabara Koogan, 1999. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
26 
Questão 6 
Questão 6.6 
Senhora Josefina, 46 anos, operadora de telemarketing (renda familiar de R$1.500,00), 2º 
grau completo, mãe de dois filhos (Joana de 06 anos e Marcelo de 04 anos), menarca aos 
13 anos, ciclo menstrual regular, faz uso de contraceptivo injetável. Ela retornou à consulta 
de enfermagem de seguimento com a enfermeira Gláucia, de uma unidade de saúde, e 
relatou dificuldades na vida sexual com interferência no casamento e presença de um caroço 
na mama direita ao realizar o autoexame. 
Diante do caso, são possíveis fatores que aumentam o risco do câncer de mama e devem 
ser ampliados no histórico de enfermagem: 
I. primeira gestação tardia, menarca precoce, menopausa precoce, vida familiar; 
II. história familiar e saúde pregressa, tabagismo, doença mamária benigna e vida sexual; 
III. exposição à radiação, menopausa tardia, menarca precoce e vida social; 
IV. dieta rica em gorduras, etilismo, uso prolongado de anticoncepcionais, relação conjugal. 
São corretos apenas os fatores 
A. I e II. B. I e III. C. I e IV. D. II e III. E. II e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Câncer de mama 
 
 O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, em função de sua 
alta frequência e pelos efeitos psicológicos que influenciam na percepção da sexualidade e 
da autoimagem das mulheres (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 
Segundo Rocha (2005), é o tumor maligno mais frequente entre as mulheres e uma 
das principais causas de óbito feminino no Brasil. A incidência por câncer de mama feminino 
apresentou um crescimento contínuo na última década, que pode ser atribuído às mudanças 
sociodemográficas e de acessibilidade aos serviços de saúde (BERGAMASCO e TSUNECHIRO, 
2007). Somente no Brasil, a estimativa para o ano de 2004 foi de 50 mil novos casos 
(ROCHA, 2005) e para o ano de 2010 é de 49.240 mil novos casos, com um risco estimado 
de 49 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2009). Na região Sudeste, o câncer de mama é 
o mais incidente entre as mulheres (65/100.000), assim como nas regiões Sul (64/100.000), 
Centro-Oeste (38/100.000) e Nordeste (30/100.000) (INCA, 2009). Trata-se do segundo 
 
6Questão – Enade 2007 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
27 
mais frequente no Norte do país (17/100.000) (INCA, 2009). Tais dados permitem 
considerar que a doença representa um grave problema de saúde pública no Brasil.Fatores como o aumento da expectativa de vida, a industrialização, a urbanização, a 
mudança nos hábitos de vida e os avanços tecnológicos na área da saúde estão relacionados 
com o aumento no risco do desenvolvimento do câncer de mama (BERGAMASCO e 
TSUNECHIRO, 2007). Embora existam várias investigações científicas abordando a temática, 
sua etiologia ainda é incerta. 
De acordo com o Ministério da Saúde (2006) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 
os fatores de risco para o desenvolvimento da doença relacionado à vida reprodutiva da 
mulher já são bem conhecidos, como a menarca precoce, a nuliparidade, a idade da 
primeira gestação a termo acima dos 30 anos, a menopausa tardia (após os 50 anos de 
idade) e a terapia de reposição hormonal já estão bem estabelecidos. 
Os fatores genéticos são considerados um dos principais fatores de risco para o 
desenvolvimento do câncer de mama. Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão 
mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ, ou ainda câncer de mama 
prévio, são definidas como grupo de risco elevado. O histórico familiar, especialmente se um 
ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de 
idade, aumenta o risco em 2,5 vezes. O fato de ter parentes de segundo e terceiro graus 
com a doença eleva o risco em 1,5 a duas vezes (ROCHA, 2005; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 
2006; INCA, 2009). 
A idade também constitui um importante fator de risco para o câncer de mama, 
havendo elevação rápida da incidência com o aumento da idade. A exposição à radiação 
ionizante e o consumo de bebida alcoólica igual ou superior a 1,5 por dia eleva o risco em 
1,5 vezes (ROCHA, 2005). 
A associação do uso de contraceptivos orais e das dietas ricas em gorduras com o 
aumento do risco para o desenvolvimento do câncer de mama ainda é controvertida. 
Contudo, a doença é mais comum nas mulheres obesas, nas que usaram contraceptivos 
orais de dosagem elevada, nas que fizeram uso da medicação por um longo período e nas 
que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez (ROCHA, 2005; 
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 
Como a incidência da doença e a sua taxa de mortalidade são elevadas, as Unidades 
Básicas de Saúde (UBS) e os profissionais de saúde devem estar preparados e organizados 
para receber a mulher e realizar o atendimento direcionado para o rastreamento e o 
diagnóstico precoce do câncer de mama, por meio da investigação detalhada dos fatores de 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
28 
risco, do exame clínico das mamas, da solicitação de mamografias nas mulheres em situação 
de risco e do encaminhamento daquelas cujo resultado mamográfico ou exame clínico 
indiquem necessidade de maior investigação clínica. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A primeira gestação tardia e a menarca precoce são consideradas fatores 
de risco reprodutivo para o câncer de mama, entretanto a menopausa precoce e a vida 
familiar não são fatores de risco. Seria correto afirmar que a menopausa tardia é um fator 
de risco e não a precoce. 
 
II – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Os fatores genéticos, como o histórico familiar, o histórico de saúde da 
mulher e a presença de doença mamária benigna são considerados importantes fatores de 
risco para o desenvolvimento do câncer de mama. O estilo e os hábitos de vida como o 
tabagismo e a vida sexual promíscua são apontados, em algumas pesquisas, como fatores 
de risco, embora ainda não sejam comprovados. 
 
III – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A exposição à radiação ionizante, a menopausa tardia e a menarca precoce 
são fatores de risco, contudo, a vida social não se relaciona à doença. 
 
IV – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Apesar de ainda serem controversas, a dieta rica em gorduras e o uso 
prolongado de anticoncepcionais são considerados fatores de risco para o desenvolvimento 
do câncer de mama, assim como o etilismo. 
 
Alternativa correta: E. 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
29 
3. Indicações bibliográficas 
 
• BERGAMASCO, R. B.; TSUNECHIRO, M. A. Câncer de mama e auto-exame. In: 
FERNANDES, R. A. Q.; NARCHI, N. Z. (orgs). Enfermagem e saúde da mulher. Barueri 
(SP): Manole, 2007. p. 116-26. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília (DF): Ministério da 
Saúde, 2006. 
• BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: incidência 
de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer, 2009. 
• ROCHA, A. C. P. Câncer de mama. In: CONCEIÇÃO, J. C. J. Ginecologia fundamental. São 
Paulo: Atheneu, 2005. p. 233-42. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
30 
Questão 7 
Questão 7. 7 
Noel, 17 anos, tem diabetes mellitus, asma brônquica com quadro de tosse, chiado no peito, 
taquicardia e taquipneia. Após consulta médica no ambulatório de adolescentes de um 
Hospital Universitário, é encaminhado, com seus pais, à sala de procedimentos de 
enfermagem com a seguinte prescrição médica: 
 
 
 
Metilprednisolona 250mg IV 8/8 horas. 
O que o enfermeiro Pedro, preocupado com os diagnósticos associados de Noel e com os 
efeitos dos medicamentos, deve incluir na prescrição de enfermagem? 
A. Controle da frequência respiratória, da cardíaca e da diurese. 
B. Aferição da pressão arterial, da frequência respiratória e da cardíaca. 
C. Investigação das condições nutricionais, sociais e econômicas. 
D. Avaliação da glicemia e do nível de conhecimento dos pais sobre a diabetes e a asma. 
E. Avaliação do nível de consciência, das condições econômicas e da escolaridade dos pais. 
 
1. Introdução teórica 
 
Medicamentos: fenoterol e metilprednisolona 
 
O fenoterol, conhecido comercialmente como Berotec, é um fármaco amplamente 
utilizado pela medicina para tratamento da asma brônquica, devido ao seu efeito 
broncodilatador. A ação da droga por inalação inicia-se poucos minutos após a 
administração e perdura durante oito horas (BOEHRINGER INGELHEIM, 2007). 
O fármaco é um agente simpaticomimético de ação direta, estimulando seletivamente 
os receptores beta-2 adrenérgicos. O fenoterol relaxa a musculatura lisa bronquial e vascular 
e previne os estímulos broncoconstritores, atuando como antiasmático. Os efeitos beta-
adrenérgicos no coração, tais como o aumento do ritmo cardíaco e da contratilidade, são 
causados pelos efeitos vasculares da droga, pela estimulação do receptor beta-2 cardíaco e, 
em doses elevadas, pelo estímulo do receptor beta-1 (BOEHRINGER INGELHEIM, 2007). 
 
7Questão 10 – Enade 2004. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
31 
A medicação é indicada para o tratamento sintomático de crises asmáticas agudas, 
para profilaxia da asma induzida por exercício e para tratamento sintomático da asma 
brônquica e de outras doenças broncoconstritoras, como bronquite obstrutiva crônica. É 
contraindicado em indivíduos com hipersensibilidade à droga ou sensibilidade aos 
simpaticomiméticos, como cardiomiopatia obstrutiva hipertrófica e taquiarritmia (AME, 
2009/2010; BOEHRINGER INGELHEIM, 2007). 
 Os efeitos indesejáveis frequentemente atribuídos ao fenoterol são leves tremores da 
musculatura esquelética, nervosismo, tontura, cefaleia, taquicardia e palpitações. Podem 
ocorrer também náusea, vômito, sensação de “boca seca”, fadiga, sudorese, cãibras 
musculares e mialgia (AME, 2009/2010; BOEHRINGER INGELHEIM, 2007). 
De acordo com o Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem 
(2009/2010), alguns cuidados de enfermagem importantes na administração do fenoterol 
são os indicados a seguir. 
• Medicar exatamente conforme recomendação médica, verificar a via de administração, a 
posologia e o horáriocorreto da medicação. 
• Informar o paciente sobre as reações adversas mais frequentes relacionadas ao uso da 
medicação e na ocorrência de qualquer uma, comunicar ao profissional de saúde. 
• Recomendar ao paciente o aumento na ingestão de líquidos, para auxiliar na fluidificação 
das secreções broncopulmonares. 
• Orientar umidificação oral para aliviar a sensação de boca seca. 
• Se adulto, orientar que o paciente não deve dirigir ou realizar atividades que requerem 
estado de alerta durante a terapia, pelo fato de provocar frequente tontura. 
• Monitorar a pressão arterial e a frequência cardíaca durante a terapia. 
 A metilprednisolona é um corticosteroide com propriedade antiinflamatória 
(glicocorticoide) e retentora de sódio (mineralocorticoide). A medicação é indicada em uma 
ampla variedade de doenças - inflamatórias, alérgicas, hematológicas, neoplásicas e 
autoimunes. Pode ser utilizada para o tratamento de infecções, esclerose múltipla, 
pneumonia (terapia adjuntiva), insuficiência adrenocortical, doenças do colágeno (artrite 
reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico), em manifestações dermatológicas agudas e 
crônicas (dermatite de contato e dermatite seborreica) e manifestações alérgicas (asma, 
rinite, reações a medicamentos), entre outras (AME, 2009/2010). 
 A posologia da metilprednisolona é variável e deve ser individualizada de acordo com 
a doença sob tratamento e a resposta do paciente. As reações adversas da droga são 
inúmeras, dentre elas, é importante citar a dificuldade na cicatrização de feridas, a retenção 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
32 
de sódio e de fluidos, a perda de potássio, a hipertensão, a redução da tolerância aos 
carboidratos, a manifestação do diabetes mellitus latente, o aumento nas exigências de 
insulina ou de hipoglicemiantes orais, podendo acontecer possível aumento da glicose 
urinária e do colesterol sérico, a úlcera péptica, a pancreatite, a fraqueza muscular, a perda 
de massa muscular, a osteoporose, o aumento da pressão intracraniana, a convulsão e a 
cefaleia. E, em pacientes diabéticos, o uso prolongado da medicação pode causar 
hiperglicemia (AME, 2009/2010). 
 Alguns cuidados de enfermagem importantes na administração da metilprednisolona, 
segundo a AME (2009/2010), são os indicados a seguir. 
• A medicação deve ser administrada exatamente conforme prescrição médica e o 
tratamento não deve ser interrompido. 
• O uso da medicação não deve ser suspenso subitamente ou sem o conhecimento do 
médico. As doses devem ser reduzidas lenta e gradualmente durante a terapia. 
• Não deve ser administrada durante a gestação. 
• O medicamento pode causar imunossupressão e pode mascarar os sintomas de infecção. 
• Durante o tratamento com corticoides por tempo prolongado, o paciente não deverá 
receber imunobiológicos. 
• Avaliar a mudança no nível de consciência e presença de cefaleia. 
• Pelo risco de reações anafiláticas, convulsões ou arritmias durante a administração da 
droga, é recomendável a monitorização da frequência cardíaca e eletrocardiográfica. 
• Manter disponíveis os equipamentos para reanimação cardiorrespiratória. 
• Monitorar diariamente o balanço hídrico e o peso, a presença de edema periférico e a 
presença de estertores ou dispneia durante a terapia. 
• Monitorar o nível de eletrólitos e de glicose no sangue, a função hematológica, a função 
imunológica e os níveis séricos de colesterol e lipídeos. 
É importante que o enfermeiro tenha conhecimento sobre as ações farmacológicas e 
os efeitos colaterais dessas medicações para a elaboração de uma prescrição adequada para 
cada caso clínico. 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
33 
2. Análise das alternativas 
 
A – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. O controle da diurese deve ser realizado primordialmente quando o 
indivíduo fizer uso da metilprednisolona por tempo prolongado ou estiver com a diabetes 
mellitus descompensada. 
 
B – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com o gabarito do Enade 2004, a alternativa é incorreta. 
Entretanto, por se tratar de uma situação na qual o paciente apresenta quadro clínico de 
taquicardia, taquipneia, tosse e chiado no peito (alteração cardiorrespiratória), e observando 
que as medicações administradas, principalmente o fenoterol, podem desencadear um 
aumento no ritmo e na contratilidade cardíaca, como também alteração pressórica, 
considera-se prioritária a avaliação das frequências cardíaca e respiratória e da pressão 
arterial durante a administração das medicações, para o quadro do paciente evoluir 
adequadamente. O enfermeiro deve priorizar a avaliação dos sinais vitais. 
 
C – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A investigação desses parâmetros não é relevante para a reversão do 
quadro clínico apresentado por Noel nesse momento. 
 
D – Alternativa correta. 
JUSTIFICATIVA. De acordo com o gabarito do Enade 2004, a alternativa é correta. A 
avaliação da glicemia e do nível de conhecimento dos pais é relevante, a partir do momento 
em que houver a estabilização do quadro clínico de Noel (da respiração e da circulação), ou 
seja, o enfermeiro deve prescrever essas condutas somente após a estabilização das 
condições vitais de Noel. Merece mencionar que o quadro clínico do paciente não é 
sugestivo de descompensação glicêmica, por isso essas condutas não são prioritárias. 
 
E – Alternativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A avaliação das condições econômicas e do nível de escolaridade dos pais 
não é importante para a reversão do atual quadro clínico de Noel nesse momento. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
34 
3. Indicações bibliográficas 
 
• AME. Dicionário de administração de medicamentos na enfermagem: 2009/2010. Rio de 
Janeiro: EPUB, 2009. 
• Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda. Berotec®: bromidrato de 
fenoterol. Bula do medicamento. Itapecerica da Serra (SP): Boehringer Ingelheim, 2007. 
Disponível em <http://www.boehringer-
ingelheim.com.br/arquivos/Berotec_Sol_Xpe_medico.pdf>. Acesso em 15 de abril de 
2010. 
• SMELTZER, S. C.; BARE, B. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
35 
Questão 8 
Questão 8.8 
O Senhor Mário, 40 anos, solteiro, sem familiares próximos, trabalhador da construção civil, 
sofreu um acidente de trabalho que o levou a um quadro hemorrágico. Está internado em 
uma unidade de cuidados intermediários, com diagnóstico de choque hipovolêmico. Na 
prescrição de medicamento consta infusão contínua de noradrenalina. 
Diante do caso, devem ser consideradas as seguintes intervenções: 
I. controlar a infusão da droga, avaliar o acesso venoso e contatar o serviço social; 
II. monitorizar o padrão respiratório e o débito urinário e notificar o acidente de trabalho; 
III. monitorizar a frequência cardíaca e a pressão arterial e desenvolver a escuta 
terapêutica; 
IV. avaliar o nível de consciência e o padrão respiratório e solicitar reavaliação periódica. 
São corretas somente as intervenções 
A. I e II. B. I e III. C. I e IV. D. II e III. E. III e IV. 
 
1. Introdução teórica 
 
Choque hipovolêmico 
 
O choque é definido como a perfusão tissular inadequada, secundária ao desequilíbrio 
entre a oferta e a demanda de oxigênio (O2), ou a incapacidade de a célula utilizar o 
oxigênio, ocasionando o predomínio do metabolismo anaeróbio (BERNARDINA, 2007). 
 O estado de choque hipovolêmico é um distúrbio agudo da circulação, caracterizado 
pela queda de volume sanguíneo circulante, como a que resulta de um traumatismo com 
hemorragia ou de uma úlcera gástrica hemorrágica, ocasionando o desequilíbrio entre a 
oferta e o consumo de oxigênio para os tecidos (GUYTON, 2008). 
 A evolução do choqueé classificada em três estágios: compensatório, progressivo e 
irreversível. A fase compensatória é caracterizada pela estimulação do sistema nervoso 
simpático e pela liberação de catecolaminas (epinefrina e norepinefrina), da aldosterona e 
do hormônio antidiurético (ADH), resultando na vasoconstrição periférica, no aumento da 
frequência cardíaca e na contratilidade miocárdica, com a finalidade da manutenção do 
débito cardíaco. Na tentativa do organismo de adequar o aporte sanguíneo para os órgãos 
 
8Questão 11 – Enade 2004. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
36 
vitais, principalmente o coração e o cérebro, acontece o desvio da circulação sanguínea de 
órgãos como a pele, os rins e o trato gastrointestinal. Tal desvio é responsável pelas 
características de pele fria, úmida e pegajosa e oligúria (BERNARDINA, 2007). 
No estágio progressivo, o mecanismo empregado pelo organismo para compensar a 
circulação para órgãos vitais ocasiona a sobrecarga cardíaca e a falha na função 
autorreguladora da microcirculação, ocasionando o aumento na permeabilidade dos 
capilares que, por sua vez, gera o extravasamento de líquido para o interstício (edema 
intersticial), contribuindo para a redução do retorno venoso, resultando na hipotensão 
arterial, principal característica do choque hipovolêmico (CALIL, 2007). 
À medida que persiste a perfusão tissular inadequada, os sistemas começam a 
descompensar devido à falta de suprimento sanguíneo e oxigenação. O terceiro estágio 
(irreversível) é caracterizado pela disfunção orgânica progressiva, metabolismo anaeróbio, 
reserva de adenosina trifosfato diminuída (ATP – molécula que armazena energia 
proveniente da respiração celular para posterior consumo), liberação de toxinas dos tecidos 
necrosados, contribuindo para piora da acidose metabólica. Nessa fase, existe 
impossibilidade de sobrevivência do organismo (GUYTON, 2008; CALIL, 2007). 
As características clínicas do choque hipovolêmico são: palidez cutâneo-mucosa, 
extremidades frias, enchimento capilar lentificado, sudorese, taquicardia, hipotensão arterial, 
alteração no nível de consciência e oligúria. Os achados clínicos do choque variam de acordo 
com o nível de sangue perdido, conforme apresentado no quadro 1. 
 
Quadro 1. Classificação clínica do choque hipovolêmico secundário à hemorragia. 
Perda Sanguínea Classe I Classe II Classe III Classe IV 
Em ml < 750 750 a 1.500 >1.500 a 
2.000 
> 2.000 
Em % < 15 15 a 30 > 30 a 40 > 40 
Frequência cardíaca (bpm) < 100 > 100 > 120 > 140 
PA sistólica Normal Normal Diminuída Diminuída 
Pressão de pulso Normal Diminuída Diminuída Diminuída 
Reenchimento capilar Demorado Demorado Demorado Demorado 
Frequência respiratória (rpm) 14 a 20 20 a 30 30 a 40 > 35 
Débito urinário > 30ml/h 20 a 30ml/h 5 a 15ml/h Mínimo 
Estado mental Ansiedade leve Ansiedade Confusão Confusão e letargia 
Fonte. Calil e Paranhos, 2007. 
 
O tratamento do choque hipovolêmico é o restabelecimento do volume intravascular, 
elevando o débito cardíaco e a melhora na perfusão tissular. A reposição volêmica pode ser 
realizada por meio da infusão de cristaloides, coloides ou hemocomponentes/hemoderivados 
que devem ser infundidos na quantidade e na velocidade suficientes para a correção rápida 
dos sinais e sintomas. A utilização de fármacos vasoativos após a adequada reposição 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
37 
volêmica é indicada para estimular os receptores adequados para o tratamento do choque e 
a manutenção dos parâmetros vitais (BRUNNER e SUDDARTH, 2005; CALIL, 2007). 
A noradrenalina é um agente simpaticomimético frequentemente utilizado em 
situações de emergência, sendo um potente vasoconstritor visceral e renal, com ação 
vasoconstritora sobre a rede vascular sistêmica e pulmonar. A medicação provoca 
essencialmente um aumento no volume sistólico, uma redução reflexa da frequência 
cardíaca e uma vasoconstrição periférica, resultando na elevação da pressão arterial. É 
indicada para elevação da pressão arterial em pacientes sépticos, hipotensos e que não 
respondem à administração de volume e pode ser utilizada em pacientes hipovolêmicos 
somente após a reposição de volume (FERREIRA e CALIL, 2007). 
Por ser uma droga vasoativa, a noradrenalina requer cuidados primordiais para sua 
administração, como os que seguem. 
• Não fazer diluição em solução alcalina (bicarbonato de sódio). 
• Deve ser utilizada somente para uso endovenoso, preferencialmente em via central, de 
grosso calibre. 
• Caso seja instalada em via periférica, atentar para que não haja extravasamento tissular, 
pois pode provocar necrose tecidual. 
• Diminuir lentamente o gotejamento até a suspensão do fármaco. 
• Infundir a medicação sempre em bomba de infusão. 
• Pode ser utilizada em pacientes hipovolêmicos, porém somente após a reposição de 
volume. 
• Controlar rigorosamente os parâmetros hemodinâmicos e circulatórios. 
• Evitar a administração da medicação em mulheres grávidas, devido ao efeito contrátil da 
musculatura uterina. 
O enfermeiro deve estar integrado e ter conhecimento da etiologia, da fisiopatologia e 
do tratamento das doenças para uma atuação eficiente, garantindo assim a qualidade da 
assistência ao paciente em estado de choque. 
 
2. Análise das afirmativas 
 
I – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. O enfermeiro deve controlar rigorosamente a infusão da noradrenalina, pois 
se trata de uma medicação vasoativa, que deve ser administrada sob bomba de infusão para 
melhor controle do gotejamento. O extravasamento da noradrenalina pode provocar intensa 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
38 
vasoconstrição local, ocorrendo necrose tecidual, por isso é necessária a avaliação frequente 
e rigorosa do local de infusão da medicação. O serviço social é responsável pela intervenção 
direta na questão social, formulando e implementando propostas para o enfrentamento de 
problemas sociais e individuais. Por se tratar de um indivíduo solteiro, que sofreu um 
acidente de trabalho e que não possui familiares próximos, o enfermeiro deve contatar o 
serviço social para planejamento e implantação de ações direcionadas à saúde social do 
senhor Mário. 
 
II – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. A monitorização do padrão respiratório e do débito urinário é uma conduta 
essencialmente importante durante o quadro emergencial do choque hipovolêmico, 
entretanto, como o senhor Mário encontra-se internado em uma unidade de cuidados 
intermediários, já com o quadro hemorrágico estabilizado, o controle desses parâmetros não 
é prioritário. 
 
III – Afirmativa correta. 
JUSTIFICATIVA. Como está sendo administrada uma medicação vasoativa com potente ação 
vasoconstritora, o enfermeiro deve controlar rigorosamente os parâmetros hemodinâmicos e 
circulatórios e, consequentemente, avaliar criteriosamente a frequência cardíaca e a pressão 
arterial. A escuta terapêutica deve ser estimulada porque, por meio da comunicação, o 
indivíduo pode escutar a si mesmo e assim ser capaz de identificar seus problemas e se 
preparar melhor para enfrentá-los. Também é benéfica para o profissional de saúde, pois 
permite a identificação das emoções, das necessidades e dos problemas da pessoa, 
valorizando o paciente e criando um impacto positivo na assistência que lhe é prestada. 
 
IV – Afirmativa incorreta. 
JUSTIFICATIVA. Se o enfermeiro realizar o controle rigoroso da administração da 
noradrenalina, não será necessária a solicitação de reavaliação médica periódica. Somente 
deve ser solicitada a avaliação médica caso haja intercorrência ou complicações relacionadas 
à medicação. 
 
Alternativa correta: B. 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
39 
3. Indicações bibliográficas 
 
• CALIL, A. M.; PARANHOS, W. Y. O enfermeiro e as situações de emergência. São Paulo: 
Atheneu, 2007. 
• HUDAK, C. M.; GALLO, B. M. Cuidadosintensivos de enfermagem: uma abordagem 
holística. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 
• SANTOS, N. C. M. Urgência e emergência para enfermagem: do atendimento pré-
hospitalar (APH) à sala de emergência. 4. ed. São Paulo: Iátria, 2007. 
• SMELTZER, S. C.; BARE, B. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
40 
Questão 9 
Questão 9.9 
Um rapaz de 28 anos, com HIV/AIDS, vítima de acidente automobilístico, encontra-se sob 
observação na unidade de emergência após avaliação e intervenção médica para fratura de 
fêmur direito (aparelho gessado), acompanhado de sua esposa. No registro de enfermagem 
consta: “10:00 – Pressão arterial 150x100mmHg, frequência respiratória 36ipm, frequência 
cardíaca 90bpm; apresenta-se lúcido, orientado no tempo e no espaço; suor profuso; rigidez 
corporal; pupilas dilatadas e esforço respiratório. Foi administrada a medicação prescrita 
(analgésico do tipo antiinflamatório não esteroidal e opióide). Relata dor persistente”. 
Diante do caso, devem ser consideradas as seguintes intervenções: 
I. solicitar reavaliação médica, pois apresenta midríase e aumento da tensão muscular, um 
sinal de dor aguda; 
II. reposicionar o paciente no leito em Posição de Fowler modificada, pois apresenta 
dispnéia, um sintoma de descompensação cardiorrespiratória; 
III. investigar a temperatura e coloração da extremidade do membro inferior direito, pois 
sinaliza compressão nervosa pelo aparelho gessado. 
A sequência correta das intervenções a serem adotadas é: 
A. I, II e III. 
B. I, III e II. 
C. II, I e III. 
D. II, III e I. 
E. III, I e II. 
 
1. Introdução teórica 
 
1.1. Assistência ao politraumatizado 
 
Por se tratar de uma vítima de acidente automobilístico, é pertinente apresentar uma 
introdução teórica a respeito da assistência ao politraumatizado. O politrauma é uma 
síndrome decorrente de múltiplas lesões, com reações sistêmicas sequênciais que podem 
levar à falha ou à disfunção de órgãos ou sistemas vitais não diretamente afetados pelo 
trauma (CAMARGO et al, 2004). 
 
9Questão 12 - Enade 2004. 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
41 
 O trauma representa, atualmente, uma das principais causas de óbito no mundo, 
acometendo sobretudo pessoas mais jovens e previamente sadias, resultando em perda 
potencial de trabalho e de produtividade (GONÇALVES, 2007). 
 O atendimento inicial aos pacientes politraumatizados em uma sala de emergência, 
preconizado pelo Colégio Americano de Cirurgiões e apresentado no curso Advanced Trauma 
Life Support (ATLS), envolve as etapas que seguem. 
1. Planejamento: aquisição e manutenção de materiais e equipamentos para o atendimento 
às vítimas de trauma. 
2. Triagem. 
3. Avaliação primária: exame sucinto e sistematizado da vítima e tratamento imediato dos 
problemas que coloquem o indivíduo em risco iminente de morte. Deve seguir a ordem 
de prioridades. 
4. Restabelecimento dos sinais vitais. 
5. Avaliação secundária (exame minucioso). 
6. Tratamento definitivo. 
A avaliação primária do trauma deve ser de conhecimento de todos os profissionais 
de saúde que trabalham em unidades de emergência. Deve seguir a ordem de prioridades 
de atendimento, conhecida como ABCDE (CALIL, 2007) e mostrada a seguir. 
A) Avaliação da permeabilidade das vias aéreas e controle da coluna cervical. A via aérea 
deve ser avaliada quanto à sua permeabilidade, devendo ser retirados corpos estranhos e 
secreções para permitir a ventilação da vítima. É a primeira prioridade no atendimento ao 
traumatizado. Deve-se manter a estabilidade da coluna cervical para evitar complicações. 
B) Respiração e Ventilação (Breathing). Todos os pacientes devem receber aporte de 
oxigênio. O enfermeiro deve ficar atento à presença ou ausência de movimentos 
respiratórios, à frequência respiratória, ao padrão respiratório (dispneia e assimetria), à 
presença de cianose nas extremidades, à presença de ruídos adventícios e instalar 
oximetria de pulso. 
C) Circulação. Avaliação do estado hemodinâmico por meio da frequência cardíaca, da 
pressão arterial, do tempo de enchimento capilar, entre outros. Deve haver o controle de 
hemorragia. 
D) Avaliação neurológica (Disability). Realizada após a estabilização da ventilação e 
circulação. Devem-se avaliar o nível de consciência da vítima, o tamanho e a reação 
pupilar. Pode ser obtida por meio do método mneumônico AVPU (A - alerta; V – resposta 
verbal; P (pain) – resposta aos estímulos dolorosos; U (unresponsive) – sem resposta). 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
42 
E) Exposição do paciente com prevenção de hipotermia. Exame global do politraumatizado. 
A avaliação secundária consiste no exame físico minucioso do traumatizado, que deve 
ser iniciado somente após a estabilização cardiorrespiratória do indivíduo e com tratamento 
das condições que colocam em risco a vida do paciente. 
O atendimento ao politraumatizado visa à diminuição ou abolição das sequelas do 
trauma e para evitar as complicações que podem levar ao óbito. Para isso, todos os 
profissionais atuantes em unidades de urgência e emergência (enfermeiro, auxiliares e 
técnicos de enfermagem, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros) devem estar 
motivados e envolvidos no atendimento, bem como atualizados cientificamente para que 
seus conhecimentos favoreçam o resultado do tratamento (JACINTO, 2006). 
 
1.2. Disfunções musculoesqueléticas – fraturas 
 
Fratura é uma condição frequente em indivíduos politraumatizados, sendo definida 
como a ruptura na continuidade do osso. As fraturas podem ser causadas por um impacto 
direto, força de esmagamento, movimento súbito de torção e, até mesmo, contração 
muscular extrema. Quando o osso é quebrado, as estruturas adjacentes também são 
afetadas, resultando em edema de tecidos moles, hemorragia nos músculos e articulações, 
luxações articulares, ruptura de tendões, laceração de nervos e lesão de vasos sanguíneos 
(BRUNNER e SUDDARTH, 2005). 
As manifestações clínicas das fraturas são dor, perda da função, deformidade, 
encurtamento do membro, crepitação, edema e mudança de coloração no local do trauma. 
Choque hipovolêmico, síndrome da embolia gasosa e síndrome compartimental são 
complicações decorrentes das fraturas (BRUNNER e SUDDARTH, 2005; SANTOS, 2007). 
Os princípios do tratamento de fratura incluem redução, imobilização e recuperação 
da função e força normais do local afetado. A redução das fraturas consiste na restauração 
dos fragmentos da fratura, no alinhamento e rotação anatômicos. Depois dessa conduta, os 
fragmentos ósseos devem ser imobilizados ou mantidos na posição e alinhamento corretos 
até que ocorra a união óssea. Os métodos para imobilização externa incluem a bandagem, 
os aparelhos gessados, as talas, a tração contínua e os fixadores externos. 
O aparelho gessado é utilizado especificamente para imobilizar uma fratura reduzida, 
corrigir uma deformidade, aplicar pressão uniforme ao tecido mole subjacente ou apoiar e 
estabilizar articulações enfraquecidas. Após a instalação do gesso, o estado neurovascular 
Material Específico – Enfermagem – Tomo 1 – CQA/UNIP 
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(circulação, movimento, sensibilidade) deve ser sempre monitorado pelo profissional de 
saúde. 
Os achados normais da fratura com aplicação de aparelho gessado são: edema 
mínimo, desconforto mínimo, coloração rósea, calor ao toque, resposta rápida de 
enchimento capilar, sensações normais e capacidade de exercitar artelhos. Para detecção 
das complicações decorrentes do aparelho gessado, o enfermeiro deve observar a coloração, 
a temperatura, o enchimento capilar dos artelhos expostos, a capacidade de movimentação 
dos artelhos, a presença de dormência, o formigamento e a queimação no membro

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