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77 DIREITO DAS SUCESSÕES – PROFª JULIANA GONTIJO Rua Guajajaras, n. 1944, Barro Preto, CEP 30180-101 – Belo Horizonte – MG - Tel. (31) 2112.4114 - Fax 2112.4108 site: www.direitodefamilia.adv.br – e-mail: jugontijo@direitodefamilia.adv.br – jfgontijo@direitodefamilia.adv.br UNIDADE VI - ACEITAÇÃO, RENÚNCIA E CESSÃO DA HERANÇA 1. ACEITAÇÃO DA HERANÇA � CARLOS ROBERTO GONÇALVES - Aceitação ou adição da herança é o ato pelo qual o herdeiro anui à transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da sucessão, confirmando-a. � SÍLVIO DE SALVO VENOSA – Pela aceitação o herdeiro mostra sua vontade de adir a herança, recebê-la. O ato não depende de ser comunicado a quem quer que seja. Insere-se na categoria de ato não receptício. Produz efeitos independentemente do conhecimento de terceiros. A aceitação retroage à data da morte, é uma confirmação. � CRISTIANO PEREIRA MORAES GARCIA – Aceitação da herança é o ato unilateral pelo qual o herdeiro, de forma expressa, tácita ou presumida, manifesta vontade de confirmar o recebimento da herança. � SALOMÃO DE ARAÚJO CATEB - A aceitação ou adição é o ato jurídico no qual o herdeiro declara que quer receber a herança a que tem direito. Segundo CLÓVIS, “é o ato pelo qual o herdeiro manifesta a sua vontade de receber a herança, que lhe é devolvida”. Pelo sistema adotado no Código Civil Brasileiro, não há necessidade de manifestação expressa e, mesmo que o herdeiro retarde em seu consentimento, a lei lhe dá o prazo de 10 anos para exercer esse direito. A aceitação, no Direito moderno, tomou uma feição de plena manifestação de vontade, um exercício de liberdade quase absoluta, limitada somente quando há prejuízos para terceiros. EDUARDO DE OLIVEIRA LEITE60- Aceitação da herança é o ato voluntário pelo qual o chamado responde afirmativamente à vocação sucessória, ao chamamento à sucessão feito pela lei ou pelo de cujus. É como quer ENDEMANN, o ato jurídico pelo qual a pessoa chamada a suceder declara que quer ser herdeiro. Como a herança se transmite ao herdeiro, independentemente de qualquer ato seu, a aceitação da herança funciona como a confirmação da transferência dos direitos operada em virtude da lei. “Por outro lado”, já advertia BEVILACQUA, “como ninguém pode ser forçado a assumir a posição de herdeiro de outrem, como acontecia no direito romano, com os herdeiros necessários, a aceitação da herança é a afirmação de que a pessoa manifesta a sua vontade de adir à herança”. Hoje, com a disposição expressa do artigo 1.792 (O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança...) decresceu a importância da aceitação, mas, como o herdeiro assume diversos ônus (pagamento de legados, cumprimento de encargos, etc.) a questão ainda se reveste de interesse. A aceitação e o repúdio apresentam, na sua estrutura e regime, semelhanças suficientes que justificam seu estudo em conjunto; o que legitima o tratamento dado pelo legislador em capítulo único (Capítulo IV- da aceitação e renúncia da herança). À luz brasileira a aquisição se dá pela aceitação, é o que expressamente estabelece o artigo 1.804 (“Aceita a herança...”) e de forma automática, desde abertura da sucessão (“... torna-se definitiva a sua transmissão, desde a abertura da sucessão”). É um sistema híbrido (ou eclético) o escolhido pela nova fórmula do artigo 1.804, uma vez que a aceitação é o momento de fato da aquisição que, desde a abertura da sucessão (momento jurídico) já ocorreu automaticamente com a vocação. A vontade manifestada pelo herdeiro – via aceitação- está apenas a confirmar uma “vontade” legal implícita, desde a morte do de cujus e conseqüente abertura da sucessão. A aceitação, em verdade, teria o sentido de uma confirmação da aquisição já existente desde o momento da abertura da sucessão. É esta a ordem natural das coisas. Ou, como bem asseverou ASCENSÃO, é o sistema da aquisição automática que corresponde “à normalidade da vida, pois é muito mais natural que uma herança seja aceita do que repudiada. A aceitação teria, então, o sentido duma confirmação da aquisição já realizada, eliminando a pendência que sobre ela recairia; e o repúdio implicaria a resolução da aquisição, considerando-se que o repudiante nunca fora herdeiro”. GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA61- É necessária a aceitação para que se confirme a transferência da herança, retroagindo a aceitação ao momento da abertura da sucessão, conforme dispõe o caput do art. 1.804 , A aceitação da herança consiste no negócio jurídico unilateral e necessário pelo qual o herdeiro, legítimo ou testamentário, adquire concretamente a herança transmitida em razão da morte do antigo titular do patrimônio, confirmando a transmissão ocorrida ex vi desde a abertura da sucessão. Daí a observação de que a aceitação vem a confirmar a transmissão já efetuada em virtude de lei,