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GISELE ROBINI-TCCFINAL

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Prévia do material em texto

Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protocolo de higienização bucal em 
pacientes da UTI 
Revisão de literatura e proposta de protocolo padrão 
para o HU/UFSC 
 
Gisele Midori Robini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal de Santa Catarina 
Curso de Graduação em Odontologia 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
Gisele Midori Robini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Protocolo de higienização bucal em pacientes da UTI: 
Revisão de Literatura e proposta de protocolo padrão para o 
HU/UFSC 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade 
Federal de Santa Catarina, como requisito 
para a conclusão do Curso de Graduação 
em Odontologia 
Orientadora: Profa. Maria Inês Meurer 
Co-orientadora: MSc Mariah Luz Lisboa 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dedico este trabalho aos meus avós 
Anselmo e Takashi, „‟In Memorian‟‟, as 
minhas avós Darci e Tosico, aos meus pais 
Carlos e Erica que nunca mediram 
esforços para me auxiliar e que são as 
pessoas em que eu me espelho, a minha 
irmã Thaisa e meu namorado João Paulo, 
que nunca me deixaram faltar carinho e 
apoio para buscar e realizar meus sonhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Aos meus pais, Carlos e Erica que sempre me incentivaram a 
estudar e buscar o melhor para a minha vida. Que me deram a 
oportunidade de com apenas quinze anos de idade sair de casa e 
aprender a voar sozinha, mas mesmo distante nunca me deixaram 
desamparada e fizeram de tudo para que eu fosse sempre feliz. Que me 
ajudaram a aguentar a saudade de casa com as ligações semanais e 
chamadas de vídeo. Obrigada por serem exatamente como vocês são e 
por batalharem por mim e colocar a nossa família em primeiro lugar. 
Vocês são meus exemplos, meu porto seguro! 
 A minha irmã Thaisa que sempre me apoiou, me deu colo nos 
dias corridos e estressantes da faculdade, que me escutava quando eu 
precisava desabafar e me cuidava tão bem com os almoços feitos com 
muito amor. Agradeço até pelos puxões de orelha. Você me faz querer 
ser uma pessoa melhor e me ajuda a ver a vida com outros olhos, com 
mais positividade. Obrigada por me ajudar no início dos semestres com 
as caixas e caixas de materiais, com as ideias e a confecção da 
decoração para o box de Odontopediatria, por me auxiliar diretamente 
na confecção desse TCC utilizando do seu talento de desenho para 
produzir meu banner, por estar ao meu lado durante todo esse processo 
de aprendizado e amadurecimento. Obrigada por sonhar comigo e estar 
do meu lado em todas as situações. 
 Ao meu namorado João Paulo, pela dedicação em todos esses 
anos de namoro a distância, pela compreensão nos dias corridos que não 
dava para conversar muito. Pelo apoio e incentivo na faculdade e na 
minha futura carreira. Pelos kms rodados para vir passar um final de 
semana comigo. Pelas horas de Facetime que passamos conversando e 
tentando matar um pouco da saudade. Por ser companhia mesmo que 
distantes fisicamente. Obrigada por me escolher e querer seguir nessa 
caminhada comigo. 
 A minha batian Tosico, a quem expliquei várias vezes o que era 
o dito TCC que eu precisava fazer. Por todas as ligações semanais que 
fizemos, pelos conselhos de vida. Mesmo sem saber você me dava 
forças para aguentar a saudade, mas eu confesso que eu ainda não 
aprendi a finalizar a ligação sem no final falar baixinho „‟batian, eu te 
amo muito‟‟. Obrigada por ser do jeitinho que você é! Obrigada por não 
medir esforços para me dar amor e carinho. 
 A minha dupla de faculdade Débora Taucheck que 
aprendemos e crescemos tanto juntas nesses cinco anos de faculdade. 
 
 
 
Obrigada pela parceria de estudar bio cel e embrio na BU, pela 
companhia dos horários de almoço corridos que tínhamos, pelos 
materiais emprestados na clínica, pela ajuda na hora de embalar tudo na 
esterilização, pelas caronas de caminhadas todos os dias até a UFSC, 
pelos cri-cris e comidas deliciosas que você faz e por estar ao meu lado 
em toda a faculdade. Com certeza ter você comigo fez tudo ser mais 
especial. 
 A minha grande amiga Tayná E. Bortoluzzi que a faculdade 
me presenteou. Por esses cinco anos que foram capazes de formar laços 
para uma vida inteira. Pelas longas conversas, pela companhia para os 
almoços de domingo, pizza de sábado, caminhadas matinais e claro 
aquele chopp merecido. Por me ensinar tantas coisas e me relembrar que 
no mundo ainda há muitas pessoas com o coração bom. Por me 
impulsionar a crescer e buscar o melhor de mim. Por ser fiel a amizade e 
ser essa pessoa de caráter. Gratidão por ter sua amizade. 
 Aos meus amigos Murilo e João por estarem comigo 
nesses longos anos de faculdade, pela parceria, por serem minha família 
de Florianópolis, pelos almoços de domingo, dogão da esquina e 
companheiros para boas conversas. Vocês fizeram dos semestres mais 
fáceis, leves e divertidos. Vocês têm um espaço guardado no meu 
coração. 
 A minha orientadora Maria Inês Meurer, que desde o inicio 
me acolheu tão bem. Por me receber todos os dias com abraços e muito 
carinho. Pela paciência em ensinar e por toda a ajuda no 
desenvolvimento desse TCC. Sem você nada disso seria possível. Você 
além de uma grande mestra me demonstrou ser uma profissional 
excepcional, me fez ver a importância de olhar ao próximo com carinho 
e do atendimento acolhedor. Te admiro muito pela pessoa que és. Terei 
boas lembranças sempre de você. Gratidão. 
 A minha co-orientadora Mariah Luz Lisboa por todo o suporte 
desde início mesmo quando eu estava meio perdida em qual tema fazer 
o TCC. Por me estender a mão e me ajudar principalmente com o meu 
vínculo do HU. Você é uma excelente profissional e fantástica gestora. 
Obrigada por tudo. 
 Ao Dr. Marcus Setally, cirurgião dentista do HU por toda 
ajuda na confecção do TCC e por me apresentar a UTI do HU/UFSC e 
permitir que eu o acompanhasse no serviço. Pelas oportunidades que 
me deu no ambulatório nas aulas do ESI. Pela oportunidade de auxiliar 
na capacitação dos técnicos e enfermeiros do hospital. Por me ensinar 
muito a respeito desse novo campo de atuação do CD e auxiliar com as 
minhas dúvidas. 
 
 
 
 A professora Liliane J. Grando, que foi sempre paciente 
enquanto estávamos discutindo sobre o TCC, que me recebia com muito 
carinho e que disponibilizou de um livro seu para me auxiliar no estudo 
do protocolo de higiene bucal na UTI. Um grande exemplo de 
professora e cirurgiã dentista. Obrigada por tudo. 
 A professora Daniela Alba de Interação Comunitária IV por 
me receber tão bem como monitora da matéria, por me orientar nas 
tarefas e também na profissão. Obrigada pelo carinho. 
 A professora Alessandra Camargo Rodrigues por me 
apresentar esse mundo tão lindo de pacientes com distúrbios 
neuropsicomotores, por toda luz que ela transmite, amor pela profissão e 
dedicação pelos alunos. Você é uma professora e pessoa que eu admiro 
muito e me inspiro. 
A professora Thais Mageste de Endodontia. Que se tornou um 
grande exemplo de profissional e ser humano para mim. Pelo caráter e 
pela paixão por ensinar. Você é incrível! 
 A minha colega Mariana Lonzetti que realizou alguns 
desenhos do banner para o TCC, sem medir esforços para me ajudar 
mesmo com a correria do semestre. Você tem um talento maravilhoso. 
Muito obrigada por permitir desfruta-lo no meu trabalho de conclusão 
de curso. 
A minha grande amiga de infância Jaiana Pivetta por todo apoio 
e amizade desde pequenas até hoje. Minha irmã de coração. Agradeço 
também pela super ajuda nas traduções para o TCC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Everyone has inside of him a piece ofgood 
news. The good news is that you don´t know 
how great you can be! How much you can 
love! What you can accomplish. And what 
your potential is!" 
 
(Anne Frank, 1941) 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) 
apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de pneumonia. Os 
microorganismos geralmente responsáveis pela pneumonia nosocomial 
estão relacionados à cavidade bucal, e situações como redução no nível 
de consciência, ventilação mecânica e incapacidade de executar a auto-
higiene bucal, entre outras, propiciam o crescimento bacteriano, 
aumentando o risco de desenvolvimento de pneumonia. A higiene bucal 
na UTI é um procedimento básico e indispensável, e o estabelecimento 
de um protocolo padrão de higienização bucal facilita a rotina da equipe 
de Enfermagem, que geralmente realiza tal atividade. Considerando este 
cenário, este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de 
literatura sobre protocolos de higiene bucal utilizados em Unidades de 
Terapia Intensiva (UTI). Com base na revisão realizada, foi proposto um 
protocolo padrão para pacientes internados na UTI do Hospital 
Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade 
Federal de Santa Catarina (HU-UFSC). Foi confeccionada, 
adicionalmente, uma proposta de um banner ilustrando a sequência de 
passos do protocolo proposto, o qual propõe que fique exposto na 
própria UTI para consulta rápida dos profissionais de Enfermagem que 
executam essa atividade. Também foi elaborada uma apostila 
detalhando melhor a proposta de higiene bucal, facilitando o acesso à 
informação para os profissionais que desejem ampliar seu conhecimento 
com base em evidências científicas. O protocolo foi apresentado à 
profissionais de Enfermagem da UTI do HU/UFSC em uma atividade de 
capacitação realizada em março de 2019, organizada pelo 
estomatologista do HU/UFSC. 
 
Palavras-chave: Protocolo; Unidade de Terapia Intensiva; Higiene oral. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Patients hospitalized in Intensive Care Units (ICUs) are at increased risk 
for the development of pneumonia. Nosocomial pneumonia is usually 
caused by microorganisms from the oral cavity, and the risk is increased 
by reduced levels of consciousness, mechanical ventilation, and the 
inability to perform oral hygiene.Oral hygiene in the ICU is a basic and 
indispensable procedure, and the establishment of a standard oral 
hygiene protocol facilitates the routine of the Nursing team, which 
usually performs such procedure. Based on these premises, this study 
aimed to review the literature related to oral hygiene protocols used in 
Intensive Care Units (ICUs). Based on the information collected, a 
standard protocol is being proposed for implementation at the ICU of 
the Professor Polydoro Ernani de São Thiago Hospital at the Federal 
University of Santa Catarina (HU-UFSC). A poster illustrating the 
sequence of steps for oral hygiene in the ICU was designed to allow 
rapid consultation by the Nursing team that performs this activity. A 
booklet detailing the proposal was elaborated, and it was used to present 
the protocol to the ICU Nursing professionals during a training that took 
place in March 2019, under the coordination of the Stomatologist who 
works at the HU/UFSC Hospital Dental Service. 
 
 
Keywords: Protocol; Intensive care unit; Oral hygiene 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
HU/UFSC – Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São 
Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
UTI - Unidade de Terapia Intensiva 
 
CD - Cirurgião Dentista 
 
PAVM - Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica 
 
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso 
 
CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
 
HB - Higiene Bucal 
 
CTI - Centro de Tratamento e Terapia Intensiva 
 
AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira 
 
CHX - Digluconato de Clorexidina 
 
POP- Procedimento Operacional Padrão 
 
OH- Odontologia Hospitalar 
 
AGE- Ácidos Graxos Essenciais 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO......................................................................... 13 
1.1 OBJETIVOS............................................................................... 16 
1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................... 16 
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................. 16 
2 METODOLOGIA ...................................................................... 17 
2.1 Levantamento bibliográfico ....................................................... 17 
2.2 Elaboração do protocolo ............................................................ 18 
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................. 21 
3.1 UTI e alterações na cavidade bucal ............................................ 21 
3.2 Complicações ............................................................................... 22 
3.3 Importância do cirurgião dentista na UTI .................................... 23 
3.4 Protocolos e diretrizes .................................................................. 25 
4 DISCUSSÃO .............................................................................. 32 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................... 36 
6 REFERÊNCIAS ......................................................................... 37 
7. APÊNDICE A – Protocolo de higiene bucal instituído 41 
 no HU/UFSC 
8. APÊNDICE B – Banner .................................................... 44 
9. ANEXO................................................................................ 45 
 
13 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A atuação do Cirurgião Dentista (CD) dentro dos hospitais 
vem, nos últimos anos, se estabelecendo como uma necessidade para 
oferecer assistência integral ao paciente. Ao olhar para a totalidade do 
indivíduo, a participação do CD na equipe hospitalar colabora para o 
desenvolvimento de um sistema de saúde mais humanizado e aumenta a 
relação multidisciplinar nos tratamentos. 
 A chamada Odontologia Hospitalar está em amplo crescimento 
pela necessidade da presença de profissionais capacitados em baixa, 
média e alta complexidade e concomitantemente com alto conhecimento 
da cavidade bucal, de modo a melhorar a qualidade de vida dos 
pacientes hospitalizados. Este novo campo de atuação profissional foi 
reconhecido no ano de 2015 pelo Conselho Federal de Odontologia 
representando um grande passo para a atuação de cirurgiões dentistas 
(CD). 
O Projeto de Lei nº 2776/08 da Câmara dos Deputados, que visa à 
obrigatoriedade da prestação de assistência odontológica para pacientes 
em regime de internação hospitalar, tanto em hospitais públicos como 
privados de médio e grande porte, aos pacientes que possuem doenças 
crônicas e, ainda, aos atendidos em regime domiciliar na modalidade 
home care, foi aprovado em 2013 na casa legislativa, e dia 24 de abril 
de 2019 foi aprovado pelo Senado e segue para sanção presidencial. 
Também há outro projeto em tramitação na Câmara dos Deputados (PL 
nº 866/2015), que prevê a instalação de setor destinado a prestação de 
serviços de Odontologia nos hospitais públicos. E o projeto mais recente 
(PL nº 883/2019), que também está na Câmara dos Deputados, visa à 
obrigatoriedade da presença de profissionais de Odontologia nas UTI‟s 
e demais unidades hospitalares de internações prolongadas. Desse 
modo, fica demonstrada a iminente regulamentação da obrigatoriedade 
de participação de CDs em equipes hospitalares. 
 O Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São 
Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) tem o 
histórico de mais de duas décadas de atuação de cirurgiões dentistas em 
suas dependências, inicialmentecomo atividades de extensão de 
professores vinculados aos Departamentos de Patologia e Odontologia e 
atendimento para pacientes com necessidades especiais pela CD Silvia 
Schaefer Tavaeres e mais recentemente com a inclusão, em seu quadro 
funcional, de cirurgiões-dentistas contratados pela Empresa Brasileira 
de Serviços Hospitalares - EBSERH. A primeira inserção de CDs no 
HU/UFSC deu-se em 1996, com a implementação do Núcleo de 
14 
 
 
 
Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e Patologia Bucal do 
HU/UFSC. Inicialmente, o Núcleo contava com apenas um período de 
atividades ambulatoriais, e agregava atividades de pequenas cirurgias e 
cirurgias sob anestesia geral. Diante da crescente demanda livre e 
referenciada por toda a rede SUS de Santa Catarina, o Núcleo se 
expandiu, agregando o Serviço de Residência em Cirurgia e 
Traumatologia Bucomaxilofacial. A capacitação específica de alguns 
dos professores na área de Estomatologia permitiu a ampliação dos 
horários de atendimento ambulatorial no ano de 2001, com a criação do 
Ambulatório de Estomatologia. 
 Em 2009, e considerando a crescente demanda pelos serviços, 
foi encaminhado à Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina 
(SES/SC) um projeto para captação de recursos para a implantação de 
um centro de referência para o diagnóstico e tratamento de doenças da 
boca e atendimento odontológico a pacientes com necessidades 
especiais. O convênio firmado entre a UFSC e a SES/SC permitiu a 
reforma de um espaço físico no HU/UFSC e a aquisição de 
equipamentos e instrumentais odontológicos. Ainda em 2009, a equipe 
do Ambulatório de Estomatologia foi convidada a integrar a comissão 
para elaboração do projeto da Residência Integrada Multiprofissional 
em Saúde (RIMS) do HU/UFSC, envolvendo, além da Odontologia, as 
áreas de Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Serviço Social e Psicologia. 
Em março de 2010 iniciaram-se as atividades da primeira turma da 
RIMS, com uma cirurgiã-dentista como residente. Atualmente, a RIMS 
conta com duas vagas anuais para cirurgiões-dentistas, que atuam por 
dois anos no processo de formação em serviço. 
 Em 2012, foi criada o Núcleo de Odontologia Hospitalar, 
contando com as seções de Estomatologia, Atendimento a Pacientes 
com Necessidades Especiais e Cirurgia e Traumatologia 
Bucomaxilofacial. Também foi iniciado, no mesmo ano, o suporte aos 
pacientes oncohematológicos e transplantados pela equipe do 
Ambulatório de Estomatologia. 
 Em 2013, o HU/UFSC destinou uma vaga em seu quadro de 
cargos técnico-administrativos (Edital 251/DDP/2013) para um 
profissional odontólogo, que foi admitido em 2015. Em 2015, já sob 
administração da EBSERH, foram destinadas outras cinco vagas para 
cirurgiões-dentistas, sendo uma vaga para generalista e quatro vagas 
para especialistas (Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, 
Estomatologia, Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais 
e Radiologia Odontológica e Imaginologia). Com exceção do 
radiologista e do clínico geral, os demais profissionais encontram-se 
15 
 
 
 
atuando atualmente no Serviço de Odontologia Hospitalar, que com a 
reestruturação do organograma do HU/UFSC passou a compor a 
Unidade do Sistema Cérvico-Facial. 
Ações preventivas e curativas de competência da Odontologia 
contribuem para a melhoria na qualidade do cuidado oferecido ao 
paciente internado. Um exemplo clássico é a atuação do CD na 
prevenção de processos infecciosos que podem elevar os dados de 
morbidade e mortalidade, como a pneumonia associada à ventilação 
mecânica (PAVM), que pode inclusive acarretar em aumento de tempo 
de internação e maiores custos hospitalares. Ao olhar para a totalidade 
do indivíduo, a atuação do cirurgião dentista nos hospitais colabora para 
o desenvolvimento de um sistema de saúde mais humanizado, 
aumentando a relação multidisciplinar nos tratamentos. 
 Entre as atividades a serem realizadas por cirurgiões-dentistas 
atuando em unidades hospitalares está o estabelecimento de um 
protocolo de higienização bucal para pacientes internados em UTI. Este 
protocolo deve ser instituído quando o paciente inicia a internação, 
considerando o seu perfil (tempo estimado de internação, motivo da 
internação, uso ou não de próteses removíveis, nível de consciência, 
necessidade ou não de intubação ou do uso de sondas). Visando 
estabelecer uma rotina para a equipe de Enfermagem, geralmente 
responsável pelos procedimentos de higienização da cavidade bucal 
desses pacientes, é fundamental o estabelecimento de um protocolo de 
higienização bucal (PINHEIRO; ALMEIDA, 2014). 
 Assim, o objetivo geral desse trabalho foi efetuar uma revisão 
de literatura que permitisse embasar cientificamente a elaboração de um 
protocolo de higiene bucal para a UTI do HU/UFSC. 
 Entre os temas que serão abordados a partir da revisão da literatura 
estão tópicos relacionados às alterações que ocorrem na cavidade oral 
de um paciente internado em UTI, a importância da atuação do cirurgião 
dentista nesse ambiente, as potenciais complicações devido ao descaso 
com a higiene bucal (HB). Finalmente, será apresentado o levantamento 
de variados protocolos de higiene bucal para UTIs, os quais foram 
utilizados para propor o protocolo a ser utilizado na UTI do HU-UFSC. 
 
16 
 
 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
 
Levantar a literatura a respeito de protocolos de higiene bucal 
realizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil e no 
mundo. 
 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
 
- Colaborar com a equipe do Núcleo de Odontologia Hospitalar do 
HU/UFSC na formulação de uma proposta de protocolo de higienização 
bucal para pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva daquela 
instituição. 
 
- Desenvolver, com base na literatura levantada, uma apostila a respeito 
dos métodos de higiene bucal para os pacientes internados na UTI, 
descrevendo a sua execução e listando os materiais e substâncias a 
serem utilizados para sua realização. 
 
- Apresentar a proposta de um banner ilustrando de forma resumida o 
passo a passo da higienização bucal, para ser afixado em um local de 
fácil visualização aos profissionais da equipe de Enfermagem que 
executarão tal atividade. 
 
17 
 
 
 
 
 METODOLOGIA 
 
2.1 Levantamento bibliográfico 
 
A busca por artigos nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa 
foi realizada nas seguintes bases de dados: Pubmed, Scielo e LILACS. 
Delimitou-se a pesquisa a artigos dos últimos 10 anos, com estratégias 
de busca específicas para cada base de dados, conforme Figura 1. 
 
Base de dados Estratégia de busca 
Pubmed 
((protocol) AND intensive care unit) 
AND oral hygiene 
Scielo 
((protocolo) AND 
(unidade de terapia intensiva) AND 
(higiene oral)) OR (higiene bucal) 
Lilacs 
protocol AND intensive AND care AND unit 
AND oral AND hygiene 
Figura 1 – Estratégia de busca nas bases de dados. 
 
Também foram pesquisados protocolos nos sites da Associação 
de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e da ANVISA. 
Após exclusão das duplicatas, os títulos e resumos dos artigos 
foram lidos por dois avaliadores (GMR e MIM) para seleção dos artigos 
para leitura na íntegra. Os seguintes critérios foram utilizados para 
efetuar tal seleção: 
(a) incluídos apenas os artigos que apresentassem protocolos para 
higiene bucal de pacientes adultos internados em UTI (excluídos 
pacientes pediátricos), entubados ou não, incluindo 
traqueostomizados; 
(b) excluídas teses e dissertações; 
(c) excluídos protocolos que não eram implementados em UTI; 
(d) excluídos registros de projetos em fase de implantação. 
A lista de artigos selecionada individualmente pelos avaliadores 
foi comparada, e as divergências dirimidas por consenso. Foi então 
efetuada busca reversa ativa nas referências bibliográficas dos artigos 
selecionados. 
18 
 
 
 
Com a aplicação dessa estratégia,foram selecionados 15 artigos 
para inclusão na revisão bibliográfica. O fluxograma desse processo 
consta da Figura 2. 
 
 
Figura 2 – Fluxograma da seleção dos artigos 
 
 
2.2 Elaboração do protocolo 
 
 A seguir será descrita como se deu a colaboração com a equipe 
do Núcleo de Odontologia Hospitalar do HU/UFSC. Inicialmente, foi 
19 
 
 
 
efetuado contato com a Chefia do Núcleo de Odontologia Hospitalar do 
HU/UFSC, a cirurgiã-dentista responsável Mariah Luz Lisboa, e a 
mesma foi convidada a colaborar enquanto co-orientadora deste 
trabalho. Em reuniões no primeiro semestre de 2018 foram estabelecidos 
os objetivos do TCC e a estratégias para alcançá-los. 
 No início do segundo semestre de 2018, a Chefe do Serviço 
informou sobre a contratação, pela EBSERH, de dois cirurgiões 
dentistas que atuariam também na UTI do HU/UFSC: Luiz Henrique 
Nascimento Neto (mestre e especialista em Odontologia para Pacientes 
Especiais) e Marcus Setally Azevedo Macena (especialista e doutor em 
Estomatologia). Concomitantemente, a Chefia do Serviço recebeu da 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) a solicitação para 
o desenvolvimento de um protocolo de higiene bucal para ser utilizado 
na UTI. 
 Considerando a convergência de objetivos foi então realizada 
uma reunião coordenada, pela Chefe do Serviço, envolvendo os novos 
membros da equipe de Odontologia Hospitalar, a orientadora e a autora 
deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Na reunião, a Chefe do 
Serviço expôs aos novos contratados sobre o TCC em desenvolvimento 
e a solicitação da CCIH/HU/UFSC. Após esclarecimentos, foi decidido 
pela união de esforços na elaboração do protocolo, considerando que os 
novos contratados possuíam formação na área. A elaboração do TCC 
foi, então, agregada às atividades dos profissionais do Serviço, e o 
protocolo desenvolvido em parceria. 
Foi oferecida à autora deste TCC a oportunidade de participar 
de alguns dias da atividade da UTI do HU/UFSC, na companhia dos 
cirurgiões-dentistas. Lá foi possível conhecer melhor a rotina da 
unidade, as dificuldades da prática de higiene bucal, conhecer os 
profissionais ali presentes, entender melhor do estado crítico de cada 
paciente e da importância de um serviço multiprofissional e de 
qualidade, para assim buscar construir um protocolo de higiene bucal 
compatível com a realidade.1 
 
1 Nota da autora: As três visitas à UTI/HU/UFSC, acompanhando o CD Marcus Setally 
Azevedo Macena, resultaram numa experiência de muito aprendizado, pois possibilitaram 
notar todas as dificuldades encontradas na hora de colocar em prática os procedimentos 
relatados nos artigos que estavam sendo lidos para o desenvolvimento do protocolo. Nesses 
momentos foi possível perceber que ”cada paciente é um paciente” (em sua individualidade), 
pois ele(a) pode estar consciente ou não, pode apresentar várias outras alterações bucais e 
dentais as quais nem sempre são apenas causadas pela debilidade do momento, mas sim que já 
acompanhavam o(a) paciente anteriormente. Foi possível identificar na prática as dificuldades 
para higienizar a cavidade bucal devido à presença do tubo orotraqueal, para manter aberta a 
boca do paciente e concomitantemente realizar a limpeza e sugar a saliva e líquidos da 
20 
 
 
 
Alguns tópicos do protocolo não foram encontrados nas 
referências bibliográficas no que se refere ao melhor método de 
execução, como por exemplo: (i) o passo da lavagem da cavidade bucal 
após a escovação e (ii) qual produto utilizar para hidratação perioral, não 
havendo relatos sobre qual a melhor solução. Desse modo, as decisões 
foram embasadas na experiência dos profissionais do HU/UFSC e 
consideraram os materiais que eram já utilizados na Unidade de Terapia 
Intensiva. 
A proposta de protocolo de higiene oral (Apêndice 1) foi 
confeccionada e algumas alterações foram realizadas juntamente com a 
CCIH para melhor adequação e posterior autorização para 
implementação do mesmo na UTI 
Foi elaborado, ainda, o banner (Apêndice 2) construído com 
base nesse protocolo. Registra-se a preciosa colaboração da Mariana 
Lonzetti e Thaisa Sayuri Robini na confecção das ilustrações para o 
banner. 
Para apresentar o resultado do trabalho desenvolvido aos seus 
potenciais usuários, foi realizada a capacitação da equipe de 
Enfermagem em março de 2019, em uma atividade presencial com as 
técnicas de enfermagem da UTI de todos os períodos (matutino, 
vespertino e diurno). Nesses encontros, foi apresentada a proposta de 
protocolo, e prestadas orientações básicas sobre anatomia da cavidade 
bucal, explicação de como realizar as técnicas adequadas para higiene 
oral eficiente, além de demonstração do passo a passo do protocolo de 
higienização oral. Para estas atividades, foi solicitada a colaboração da 
autora deste TCC na elaboração de apostila, que foi revisada e 
aprimorada pelos cirurgiões dentistas com atuação no HU-UFSC. 
 
 
 
 
 
cavidade bucal, além da qualidade reduzida de visualização intrabucal para avaliar eventuais 
lesões. Também foi importante ter participado dos rounds realizados pela equipe para 
atualização do estado de cada paciente, e para avaliação dos pacientes novos e higienização de 
todos os pacientes internado naquele período. Estes momentos possibilitaram momentos de 
aprendizagem sobre a evolução da condição dos pacientes tanto nos prontuários médicos como 
da Enfermagem e da Odontologia. Sem dúvidas ter participado das atividades nesses três dias 
na UTI enriqueceu a minha visão a respeito das técnicas propriamente ditas, aguçando ainda 
minha sensibilidade na percepção de que estamos trabalhando com seres humanos, que 
infelizmente naquele momento estão em situações de debilidade. Foi importante para notar 
ainda mais a necessidade da instituição de um protocolo eficiente e diferenciado para 
realização da higiene oral de qualidade, com impacto na qualidade de vida do paciente e 
prevenção de complicações. 
21 
 
 
 
3 REVISÃO 
DE LITERATURA 
3.1 Pacientes internados em UTI e alterações na cavidade bucal 
 
 
 Pacientes internados em UTI estão mais debilitados devido 
alguma alteração sistêmica que os levou até ali, e é inevitável que 
alterações bucais também ocorram durante essa fase. Os patógenos 
normalmente responsáveis pela pneumonia nosocomial2 colonizam o 
biofilme dental e a mucosa bucal dos pacientes e assim, aumentam as 
chances de agravar o quadro clínico dos mesmos. Pacientes ventilados 
mecanicamente, sobretudo os que necessitam de intubação orotraqueal, 
permanecem em situação de imobilidade e esse quadro potencializa o 
desequilíbrio do ecossistema bucal. O crescimento microbiano local e a 
colonização por patógenos do ambiente na cavidade bucal são 
favorecidos por esta situação devido ao rebaixamento do nível de 
consciência, incapacidade de realizar a própria higiene bucal, falta da 
limpeza natural realizada pela mastigação e pela fala, falta de controle 
orolingual e a desidratação das mucosas. Ainda, tais pacientes utilizam 
vários medicamentos capazes de alterar a produção da saliva, e 
apresentam imunidade sistêmica reduzida além de alteração nutricional 
(GOMES; LOURENÇO ESTEVES, 2012; MEDEIROS et al., 2017) 
 A formação do biofilme bucal é um processo natural, mas a HB 
está relacionada com o número e com as espécies de microrganismos 
presentes na cavidade oral. A não realização da HB eleva o potencial 
patogênico, local e sistêmico desse aglomerado de vírus, fungos e 
bactérias que se ligam à película adquirida e formam o biofilme, 
podendo até auxiliar na proteção desses microrganismos contra agentes 
antimicrobianos. Após a fixação inicial destas bactérias à película, 
outras espécies de bactériasse acumulam, fazendo com que ocorra uma 
transição do meio ambiente aeróbio, caracterizado por espécies Gram-
positivas facultativas, para um meio privado de oxigênio com 
predomínio de microrganismos anaeróbios. Boas técnicas de HB são 
capazes de prevenir o avanço da infecção da cavidade bucal para o trato 
respiratório. A camada de placa dentária é detectada clinicamente em 
aproximadamente 24 horas sem higienização da cavidade bucal, e essa 
falta de limpeza está intimamente ligada à quantidade e à espécie de 
microorganismo encontrado na cavidade oral (ARAÚJO et al., 2009; 
LANG; MOMBELLI; ATTSTRÖM, 2005) 
 
2
 Nosocomial: hospitalar; que está relacionado com hospital. 
22 
 
 
 
 Pacientes que necessitam da ventilação orotraqueal aumentam 
as chances de desenvolver pneumonia associada á ventilação mecânica 
(PAVM), pois a cavidade bucal é a primeira fonte de organismos 
causadores dessa condição. A utilização do tubo orotraqueal dificulta a 
HB, que acaba sendo muitas vezes realizada de maneira ineficiente; isto 
ocorre porque o tubo reduz a visibilidade e limita o acesso à cavidade 
bucal aumentando assim a quantidade e a complexidade do biofilme e 
favorecendo a instalação desses microorganismos e a progressão da 
doença. Além do mais, os outros instrumentais para fixação do tubo 
orotraqueal - como fitas, afastadores bucais e tubos - também facilitam a 
colonização da cavidade bucal por microrganismos (GOMES; 
ESTEVES, 2012). 
 Resumindo, e considerando os autores citados, as alterações da 
microbiota oral são evidentes e devem ser controladas para reduzir ou 
até mesmo evitar que microrganismos patológicos se instalem na 
cavidade oral e agravem o problema de saúde do paciente internado na 
UTI. Esse controle deve ocorrer mecanicamente e quimicamente, 
evitando não só a proliferação e a instalação de microrganismos 
patogênicos mas também promovendo conforto ao paciente, mantendo a 
mucosa oral úmida. 
 
3.2 Complicações associadas às alterações bucais 
 
 Pacientes internados em UTI possuem maior probabilidade de 
contrair infecções e elevar o risco de morte, pois a HB é reduzida, há 
menor fluxo salivar (a saliva auxilia a autolimpeza da cavidade oral e 
sua diminuição acarreta na desidratação da mucosa desta região), 
aumentando as chances de desencadear condições patológicas como 
gengivites, periodontites, halitose, herpes, candidoses e PAVM, entre 
outras complicações. Vários pacientes que estão internados na UTI 
estão sedados e não são hábeis para realizar a HB sozinhos, como por 
exemplo os pacientes que necessitam do auxílio da ventilação mecânica 
para respirar. Sem conseguir realizar a HB normalmente e com a 
presença de tubos orotraqueais, aumentam as chances de desenvolver 
PAVM que é definida como pneumonia em um paciente com ventilação 
mecânica por pelo menos 48 horas, que não é pré-existente no momento 
da intubação e até 48 horas após a extubação (MEDEIROS et al., 2017; 
TANTIPONG et al., 2008). É uma doença respiratória que ocorre 
devido a aspiração de secreções da orofaringe colonizadas por 
microrganismos patogênicos e que afeta os pulmões. A PAVM é a 
principal causa de morte nos hospitais. A intubação orotraqueal exige 
23 
 
 
 
que o paciente fique de boca aberta durante o tempo todo e assim 
aumenta a formação de biofilme e reduz o fluxo salivar, além de o tubo 
orotraqueal favorecer a agregação de microrganismos, desse modo 
reduz o sistema de defesa, pois a saliva também é composta de proteínas 
da imunidade inata e adaptativa como, por exemplo, as imunoglobulinas 
que atuam na proteção e homeostase da cavidade bucal, e aumenta o 
risco de PAVM. A permanência de um paciente na UTI aumenta a 
quantidade de biofilme e de saburra lingual e altera a colonização do 
biofilme bucal que deixa de ser colonizado por patógenos gram 
positivos, os quais são comuns à cavidade oral e passa a ser colonizado 
por patógenos gram negativos, que são mais difíceis de serem 
removidos por serem mais resistentes aos antibióticos (TERESA 
MÁRCIA NASCIMENTO DE MORAIS, ANTONIO DA SILVA; 
PATRÍCIA HELENA RODRIGUES DE SOUZA, ELIAS KNOBEL, 
2006). 
 
 
 
 3.3 Importância do cirurgião dentista na UTI 
 
 As UTIs foram criadas diante da necessidade de assistência e 
observação contínua a pacientes em estado crítico, centralizando-os em 
um núcleo especializado e multiprofissional para assim haver as 
melhores tomadas de decisão para o tratamento, baseando-se nas 
condições fisiológicas e psicológicas dos pacientes. É muito importante 
o comprometimento da equipe com a higienização bucal dos pacientes, 
de modo a avaliar o grau de independência dos mesmos e estimular o 
autocuidado, ou até mesmo realizando a HB de modo a reduzir a 
quantidade de microrganismos e aumentar o conforto ao paciente. Desse 
modo, a formação de equipes multidisciplinares vem da necessidade de 
reunir e sintetizar os conhecimentos de diversas áreas para alcançar 
mais efetividade na promoção da saúde (LIMA et al., 2016). 
Os cirurgiões dentistas são os profissionais capacitados para 
realizar a correta avaliação das necessidades bucais de cada paciente e 
de implementar a melhor maneira de higienização de acordo com as 
especificidades da cavidade bucal e das condições sistêmicas. Mesmo 
cientes da importância da presença de um CD na equipe multidisciplinar 
e interdisciplinar da UTI, estudos mostram que estes profissionais ainda 
não estão atuando regularmente nas unidades hospitalares e não há 
padrão nos serviços prestados, principalmente devido à falta de 
regulamentação que obriga aos hospitais contratarem profissionais aptos 
24 
 
 
 
a trabalharem com a Odontologia em ambiente de internação intensiva 
(DAVI FRANCISCO CASA BLUM , JOSÉ AUGUSTO SANTOS DA 
SILVA , FERNANDO MARTINS BAEDER, 2018). Já há alguns 
projetos de lei tramitando nas instâncias legislativas, já citadas 
anteriormente; entretanto, infelizmente enquanto a atuação do CD não é 
obrigatória muitos hospitais fecham os olhos para esta necessidade. 
Outra falha é detectada quando estudos concluem pela falta de 
conhecimento e treinamento, por parte dos profissionais que realizam a 
higiene bucal de pacientes de UTI, a respeito das técnicas e materiais 
necessários para tal e, bem como a ausência de protocolos padronizados 
de HB. Isso demonstra que os cuidados de HB de pacientes internados 
na UTI são precários e inadequados devido à falta de treinamento e 
padronização. Um serviço multidisciplinar deve de maneira harmônica 
abordar distintas áreas de conhecimento e associar suas competências, 
de modo a obter resultados positivos mais rapidamente e humanizando o 
sistema de atenção à Saúde (AMARAL et al., 2013). 
 A Odontologia Hospitalar (OH) é muito abrangente no qual o 
CD atua no ambulatório, enfermaria, centro cirúrgico, UTI e pronto 
atendimento. A Resolução CFO 162/2015 regulamenta o exercício da 
OH. É necessário ao profissional a realização do curso de habilitação 
para os CDs que desejam realizar o atendimento em ambiente 
hospitalar. Os objetivos dessa nova área de atuação são: promoção de 
saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças orofaciais, 
diagnóstico e tratamento de manifestações bucais das doenças de base 
ou dos efeitos colaterais dos seus respectivos tratamentos. 
Um estudo realizado em Belém-PA em 2007 avaliando o 
conhecimento dos profissionais de Enfermagem (enfermeiros, técnicos e 
auxiliares) a respeito de diversos temas da Odontologia evidenciou 
várias negligências que ainda ocorrem no nosso país a respeito de saúde 
bucal na UTI. Apenas 30% dos entrevistados responderam ter 
conhecimento sobre técnicas de escovação dentária, a qual deveria ser 
uma prática de rotina. A respeito de cárie dental, gengivite, periodontite 
e candidíase, doenças mais comuns em pacientes internados na UTI, 
29% dos entrevistadosas desconheciam. Apenas 30% dos entrevistados 
julgaram saber sobre como higienizar as próteses e sobre a necessidade 
de interrupção do uso das mesmas. Da amostra apenas 29% afirmaram 
ter conhecimentos sobre higiene das mucosas, 40% relataram conhecer 
bem sobre a limpeza da língua e afirmaram ser capazes em orientar 
pacientes caso fossem questionados. Sobre a realização de treinamentos 
específicos de HB durante a formação profissional, apenas 42% haviam 
recebido alguma informação sobre este assunto e 74% dessa amostra 
25 
 
 
 
classificou o treinamento como insuficiente. Esses resultados sugerem 
que os cuidados de HB realizados em pacientes de UTI são inadequados 
e escassos, sendo de extrema importância a presença do CD na UTI para 
auxiliar na capacitação desses profissionais, difundindo conhecimentos 
de Odontologia e para realizar procedimentos de sua competência, 
trabalhando não apenas na prevenção, mas também no tratamento de 
doenças bucais que afetam a saúde geral dos pacientes hospitalizados. 
(ARAÚJO et al., 2009). 
 A presença do CD na UTI intervém beneficamente não apenas 
para a saúde bucal do paciente, mas também no auxílio da redução de 
dor e desconforto, diminuindo o custo hospitalar com remédios, tempo 
de internação e ocupação de leitos, muitas vezes reduzindo o tempo que 
os pacientes esperam nas filas para atendimento (MUNRO et al., 2009). 
O CD pode contribuir de maneira substancial para a atenção e o cuidado 
integral dos pacientes nas UTI com uma conduta odontológica adequada 
conjunto a um protocolo de redução do biofilme bucal pode auxiliar não 
só no diagnóstico precoce de doenças bucais como também na redução 
da disseminação de patógenos capazes de alterar a saúde sistêmica 
principalmente em pacientes que apresentam a saúde debilitada com um 
baixo sistema imunológico (OLIVEIRA et al., 2015). 
 
 
3.4 Protocolos e diretrizes 
 
 Os protocolos clínicos são voltados para a clínica e para as 
atividades preventivas. Eles possuem o respaldo científico, pois são 
elaborados com base em pesquisas e estudos promovendo a 
padronização das condutas terapêuticas, auxiliando assim no 
direcionamento da rotina de cuidados e de tratamentos de diversas 
doenças. A existência de protocolos clínicos é uma maneira de garantir 
previsibilidade dos resultados almejados por serem elaborados diante de 
condutas e tecnologias atualizadas e com embasamento científico. Desse 
modo, é de extrema importância a utilização de protocolos de saúde 
visando um tratamento qualificado, atualizado e padronizado 
(WERNECK; FARIA; CAMPOS, 2009). 
A HB na UTI é um procedimento básico e indispensável da 
equipe de Enfermagem, o qual visa manter a cavidade bucal saudável 
com a manutenção da limpeza dos dentes e das mucosas orais, prevenir 
infecções, manter a mucosa bucal úmida e promover conforto ao 
paciente. O atendimento inicial de um paciente na UTI deve ser 
individual, de modo a observar se o paciente utiliza próteses bucais, 
26 
 
 
 
detectar possíveis lesões e/ou doenças da cavidade bucal e outras 
necessidades dos pacientes internados na UTI, para a partir desta 
avaliação estabelecer protocolos de higienização bucal relacionando as 
necessidades primárias bucais e o estado geral de saúde do paciente (por 
exemplo, se necessita de intubação orotraqueal, do tempo estimado na 
UTI, do estado de consciência, habilidade para realizar seus próprios 
hábitos de higiene, capacidade mastigatória, se consegue se alimentar 
sozinho, dentre outros). Pacientes com capacidade de realizar a higiene 
bucal sozinhos devem ser estimulados, incentivados e orientados da 
importância da rotina de higiene e de como realizar da maneira correta. 
Apesar dessas especificidades, é fundamental o estabelecimento de um 
protocolo padrão de higienização bucal, de modo a facilitar a rotina da 
equipe de enfermagem nesta atividade (PINHEIRO; ALMEIDA, 2014). 
 A higiene bucal está presente no chamado bundle (pacote) de 
ações para prevenção da PAVM, assim como a manutenção da cabeceira 
elevada entre 30º e 45º; são medidas simples, com baixo risco de 
complicação, de baixo custo e com potencial benefício para evitar essa 
complicação. Além da adequação diária do nível de sedação e do teste 
de respiração espontânea, a rotina da aspiração subglótica, o uso 
criterioso de bloqueadores neuromusculares que são utilizados para 
evitar a dissincronia ventilatória, a preferência da utilização de 
ventilação mecânica não invasiva, cuidados no circuito do ventilador se 
o mesmo se apresentar sujo ou com mal funcionamento, do 
monitoramento da pressão do cuff3 entre 18 a 22 mmHg ou 25 a 30 
cmH2O, entre outras medidas. 
 Em 2015 foi realizado um trabalho no curso de Odontologia da 
Universidade Severino Sombra (USS) com a proposta de estabelecer um 
protocolo de higienização bucal nos pacientes internados no Centro de 
Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Universitário Sul 
Fluminense (HUSF), em Vassouras-RJ. Neste protocolo os pacientes 
que estavam conscientes realizaram bochechos com digluconato de 
clorexidina (CHX) a 0,12% por 1 minuto, duas vezes ao dia. Já nos 
pacientes que não conseguiam realizar o bochecho os profissionais de 
enfermagem realizaram a descontaminação da cavidade bucal com gaze 
e solução de CHX 0,12%. Os profissionais de enfermagem que são 
responsáveis pelos cuidados de higiene pessoal dos pacientes foram 
orientados e dispuseram de um suporte odontológico durante o período 
da pesquisa. A conclusão deste estudo foi que houve uma redução de 
0,44% do número de infecções por ventilação mecânica com a utilização 
 
3
 Equipamento utilizado para controlar a pressão no tubo orotraqueal. 
27 
 
 
 
do protocolo de higiene bucal, comparando no tempo de cinco meses 
antes da instituição do protocolo e cinco meses após (GUIMARÃES; 
QUEIROZ; FERREIRA, 2017a). 
 O protocolo em vigência desde 2013 e revisado em 2014, 
proposto pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) 
estabelece que devem ser respeitado passos, visando os princípios de 
higiene: lavagem das mãos, utilização de equipamentos de proteção 
individual - EPI (gorro, máscara, óculos de proteção, jaleco de manga 
longa e específico para o ambiente de UTI e as luvas de procedimento), 
separação do material que será utilizado e caso o paciente esteja 
consciente, o mesmo deve ser avisado da atividade a ser realizada e seus 
passos. A aspiração da cavidade oral e da orofaringe deve ser constante, 
o paciente deve estar em posição elevado de 30° a 40 ° (verificar no 
prontuário médico se há contraindicação desta posição) e deve 
assegurar-se da correta fixação do tubo orotraqueal e do posicionamento 
e a pressão do Cuff. Inicia-se pela hidratação dos lábios com soro 
fisiológico ou produtos enzimáticos. Avaliar se há alteração na cavidade 
oral, mucosa, saliva e remover próteses removíveis para posterior 
limpeza e entrega a algum responsável pelo paciente ou deixá-las 
higienizadas dentro de um copo com água e etiquetado, caso isto ainda 
não tenha sido feito. A solução de CHX 0,12% não alcoólica é o padrão 
ouro para limpeza da cavidade oral devido a sua substantividade de 12 
horas e amplo espectro de efetividade na redução do biofilme 
bacteriano; por isso indica-se utilizá-la, embebendo uma gaze que deve 
ser enrolada ao redor dos dedos e limpando a mucosa jugal, palato, 
gengiva, região vestibular, lingual, palatina e oclusal dos dentes no 
sentido póstero-anterior e a língua (se necessário dispor de abridores de 
boca). O correto movimento com a gaze embebida com digluconato de 
clorexidina (CHX) 0,12% é de varredura nas faces vestibular e 
lingual/palatal e de vaivém nas superfícies oclusais dos dentes 
(superfícies mastigatórias); em pacientes edêntulos, higienizar o rebordo 
gengival. O tubo traqueal também deveser higienizado com a solução 
de CHX 0,12%. Sugar novamente, hidratar os lábios com ácidos graxos 
essenciais (AGE) e finalizar a higienização bucal. As próteses podem 
também ser higienizadas com solução de CHX 0,12%. Evoluir o 
paciente no prontuário clínico (ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA 
INTENSIVA BRASILEIRA, 2014). 
 A falta de treinamento e reconhecimento da importância da 
prática diária de HB é notória na maioria da Unidades de Terapia 
Intensiva do Brasil. Estudo realizado por Scalco e colaboradores em 
dois hospitais de Londrina/PR confirmou a necessidade da 
28 
 
 
 
implementação de um protocolo de HB nesse ambiente de modo a 
regularizar este procedimento, pois obteve-se como resultado de mais de 
30% dos profissionais de enfermagem com falta de conhecimento a 
respeito do protocolo de higiene bucal. Assim como também foi 
evidenciado a necessidade de treinamento aos técnicos de enfermagem e 
enfermeiros sobre as técnicas de HB (MELLO et al., 2018). 
 É de fundamental importância a necessidade de protocolos de 
higienização bucal nos pacientes internados em UTI, de modo que a 
higienização seja eficaz e realizada com materiais e métodos adequados 
para a situação de saúde geral e bucal de cada paciente, humanizando o 
sistema de atendimento e contribuindo para o cuidado e atenção 
integral, melhorando as condições de saúde bucal dos pacientes e 
consequentemente reduzir o tempo de internação e os custos para o 
hospital. Sabe-se da importância da introdução de protocolos de HB em 
pacientes internados nas UTIs pela “simplicidade e pelo potencial que 
apresenta na prevenção de alguns quadros sistêmicos” (GUIMARÃES, 
2017, p.7). 
 No quadro a seguir (Figura 3), é apresentada a compilação dos 
protocolos de higiene bucal levantados nos artigos selecionados a partir 
do levantamento sistemático da literatura. Ao final do quadro, consta o 
protocolo que está sendo proposto para implantação na UTI do 
HU/UFSC. 
 
 
29 
 
 
 
AUTORES / 
PAÍS 
ASPIRA-
ÇÃO 
REMOÇÃO DE SUJIDADES 
LAVAGEM 
BUCAL PÓS 
HIGIENE 
HIGIENE 
DO TUBO 
(TRAQUE
OS-
TOMIZAD
O) 
HIDRA-
TAÇÃO 
PERI-
ORAL 
HIGIENE DA 
ESCOVA 
FREQU
ENCIA 
DIÁRIA 
Dentes Mucosas 
Escova 
dental 
Creme 
dental 
Outros Veículo Solução 
(GOMES; 
LOURENÇO 
ESTEVES, 
2012) 
 (Brasil) 
Sim 
(sugador 
descartáv
el) 
Sim Sim - Gaze 
CHX 
0,12% 
Água filtrada 
Não 
informado 
(NI) 
Sim 
(AGE) 
NI 2x 
(MEDEIROS 
et al., 2017) 
(Brasil) 
Sim 
(sugador 
descartáv
el) 
Sim Não 
CHX 
0,12% 
Gaze 
CHX 
0,12% 
Água 
destilada 
Sim 
Sim 
(AGE) 
Escova 
descartável 
1x/dia 
(ASSOCIAÇÃ
O DE 
MEDICINA 
INTENSIVA 
BRASILEIRA, 
2014) 
(Brasil) 
 
Sim 
(sugador 
descartáv
el) 
Sim Não 
CHX 
0,12% 
Gaze 
CHX 
0,12% 
NI Sim 
Sim 
(AGE) 
Água corrente e 
digluconato de 
clorexidina 
0.12%, secar e 
guardar. 
2x/dia 
(YAO et al., 
2011) 
(Taiwan) 
Sim 
(NI) 
Sim NI 
Água 
purifica
da 
Swab 
Água 
purifica
da 
NI NI NI NI 2x/dia 
(DISTRITO 
FEDERAL 
(BRASIL). 
SECRETARIA 
DE ESTADO 
DE SAÚDE, 
2016) 
Sim 
(sonda de 
aspiração) 
NI NI 
Gaze e 
CHX 
0,12% 
Gaze 
CHX 
0,12% 
NI Sim NI - 3x/dia 
30 
 
 
 
(PRENDERGA
ST; KLEIMAN; 
KING, 2013) 
(EUA) 
NI Sim Sim - NI NI NI NI 
Sim 
(Vase-
lina) 
Sim 2x/dia 
(GUIMARÃES; 
QUEIROZ; 
FERREIRA, 
2017a) 
(Brasil) 
NI Não Não 
Gaze e 
CHX 
0,12% 
Gaze 
CHX 
0,12% 
NI NI NI - NI 
(ORY et al., 
2017) 
(França) 
Sim 
(NI) 
Sim Não - Gaze 
CHX 
0,5% 
NI NI NI 
Escova 
descartável 
3x/dia 
(BERRY et al., 
2011) 
(Austrália) 
Sim 
(Catéter 
de sucção 
flexível) 
Sim NI 
CHX 
0,2% 
NI 
Bicarbo
nato de 
sódio 
Água estéril NI NI NI 3x/dia 
(OLIVEIRA et 
al., 2014) 
(Brasil) 
NI Sim NI 
CHX 
0,12% 
Gaze 
CHX 
0,12% 
NI NI NI NI 1x/dia 
(GARCIA et 
al., 2009) 
(EUA) 
Sim 
(Catéter 
de 
sucção) 
Sim NI 
o anti-
séptico 
agente 
cetilpirid
inio 
0.05% 
Cotonet
e 
Peróxid
o de 
hidrogê
nio a 
1,5% 
NI NI 
Sim 
(NI) 
NI 2x/dia 
(PRENDERGA
ST et al., 
2012) 
(EUA) 
Sim 
(NI) 
Sim Sim - NI NI 
Solução 
salina 
Sim Sim (NI) NI NI 
(LACERDA 
VIDAL et al., 
2017) 
Sim 
(Catéter) 
Sim 
 
Sim 
(Gel 
dental a 
- NI 
CHX 
0,12% 
NI NI NI NI 2x/dia 
31 
 
 
 
(Brasil) base de 
CHX 
,012%) 
(MARTIN, 
2010) 
NI Sim NI - NI 
CHX 
0,12% 
NI 
CHX 
0,12% 
Sim 
(NI) 
NI 2x/dia 
(BROWNE et 
al., 2011) 
Sim 
(NI) 
Sim NI - 
Cotonet
e 
CHX NI NI NI NI 2x/dia 
HU/UFSC 
Sim 
(Sugador 
descartáv
el) 
Sim Sim - Gaze 
CHX 
0,12% 
Soro 
fisiológico ou 
água mineral 
Sim 
Sim 
(AGE) 
Sim 2x/dia 
 
Figura 3 – Protocolos de higiene bucal para adultos internados em UTI, segundo levantamento da literatura. Adicionado, ao final 
da listagem, o protocolo proposto para o HU/UFSC. 
Legenda: NI: Não informado. AGE: Ácidos graxos essenciais. 
32 
 
 
 
4 DISCUSSÃO 
 
 Considerando a importância da padronização do protocolo de 
higiene bucal nas Unidades de Terapia Intensiva, este trabalho buscou 
revisar a literatura científica a fim de propor um protocolo para 
utilização no HU/UFSC. Para a elaboração deste protocolo algumas 
variáveis foram analisadas, buscando eficácia na redução de 
microrganismos patogênicos na cavidade bucal, melhor saúde bucal e 
conforto ao paciente sem envolver grandes investimentos hospitalares. 
 A seguir serão explicitados os motivos para as decisões 
tomadas na elaboração do protocolo aqui proposto. 
 A pressão do balonete (cuff) é constantemente monitorada pela 
equipe de enfermagem, e também deve ser verificada antes de iniciar a 
aplicação do protocolo de higiene bucal. No caderno da ANVISA, de 
medidas de prevenção e de infecção relacionada à assistência à saúde, é 
reforçada a recomendação da aferição da pressão do cuff, que deverá 
estar entre 18 a 22 mmHg ou 25 a 30 cmH2O antes de iniciar a higiene 
bucal (MEDEIROS et al., 2017). 
 A aspiração deve ser constante durante todo o trabalho de 
higiene bucal para evitar que algum veículo leve bactérias patogênicas 
que estão na cavidade bucal para as porções mais inferiores do trato 
respiratório. A ANVISA recomenda realizar o procedimento de 
aspiração da cavidade bucal durante a higiene com o sugador 
odontológico descartável por ser mais eficiente, menos traumático para 
as mucosas e de menor custo comparado à sonda de aspiração 
orotraqueal (MEDEIROS et al., 2017). 
 A utilização da escova de dentes macia foi escolhida para a 
higienização mecânica visando a desorganização e a remoção da placa 
dental, devido vários estudos demonstrarem melhores resultados na 
higiene bucal quando utilizada a escova dental juntamente com creme 
dental. O estudo realizado por Lacerda Vidal e colaboradores avaliou a 
realização da higiene bucal apenas com a solução de CHX 0,12% e a 
escova dental. Os resultados demonstraram redução no tempo médio de 
ventilação mecânica e de mortalidade, além de apresentar tendência de 
menor tempo de permanência na UTI nos pacientes que utilizaram 
escova dental para realizar a higiene bucal na UTI (LACERDA VIDAL 
et al., 2017). Conley e colaboradores justificam a utilização da escova 
de dentes com creme dental para causar abrasão mecânica e assim 
remover a placa dentária, reduzindo as concentrações de 
microrganismos nocivos (CONLEY et al., 2013). As diretrizes da 
American Association of Critical Care Nurses recomendam para 
33 
 
 
 
pacientes internados e com alto risco de PAVM uma rotina de 
escovação dental de duas vezes ao dia com escova com cerdas macias, 
pediátrica ou de adulto (MARTIN, 2010). O creme dental utilizado no 
HU/UFSC é o convencional, principalmente devido aos custos. Porém, 
segundo o estudo de Prendergast e colaboradores, a utilização de creme 
dental sem espuma, principalmente para casos de xerostomia, é muito 
efetivo em todos os pacientes da UTI (PRENDERGAST; KLEIMAN; 
KING, 2013). 
 Para remoção das sujidades que permaneceram na boca após a 
escovação e também da espuma devidoao creme dental optou-se pela 
utilização de gaze estéril com água destilada ou mineral. O processo 
também é sempre intercalado com o sugador para evitar a aspiração de 
qualquer substância contaminada. Esse processo não deve ser esquecido 
durante a aplicação do protocolo, pois algumas pessoas são mais 
sensíveis para os produtos utilizados na composição de cremes dentais e 
desse modo, devem ser removidos totalmente da cavidade bucal. 
 A fim de realizar a higienização química da cavidade bucal a 
solução de escolha foi o CHX 0,12% devido a sua substantividade de 12 
horas, pois se adsorve nas superfícies orais, possui boa ação antisséptica 
e é mais eficaz na redução e no controle do crescimento do biofilme 
dental (GOMES; ESTEVES, 2012). Seu uso é em conjunto com a gaze, 
que deve ser embebida com a solução aquosa e passada em todas as 
regiões da boca, principalmente nas quais a escova de dente não foi 
utilizada, como a língua, palato, assoalho bucal, mucosas e a superfície 
do tubo orotraqueal. Sempre que forem verificadas sujidades na gaze a 
mesma deve ser trocada por uma gaze limpa. A American Association of 
Critical Care Nurses recomenda a utilização de solução aquosa de CHX 
0,12% para enxague da boca apenas para pacientes que se submetem a 
cirurgia cardíaca, mas não aconselha seu uso para o restante da 
população internada (MARTIN, 2010). Porém, vários estudos de 
protocolos de higiene bucal em pacientes da UTI relatam a utilização da 
solução aquosa de CHX 0,12% como padrão ouro para desinfecção da 
cavidade. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA 
INTENSIVA, 2014; DISTRITO FEDERAL (BRASIL). SECRETARIA 
DE ESTADO DE SAÚDE, 2016; GOMES; LOURENÇO ESTEVES, 
2012; GUIMARÃES; QUEIROZ; FERREIRA, 2017b; MEDEIROS et 
al., 2017) Por exemplo, no estudo de Conley et al eles utilizam dessa 
solução devido sua atividade contra microorganismos Gram-positivos e 
Gram-negativos.(CONLEY et al., 2013). 
 Segundo o Procedimento Operacional Padrão (POP) da AMIB 
podem ser utilizados ácidos graxos essenciais (AGE), glicerina ou 
34 
 
 
 
dexpantenol creme 5% para fins de hidratação labial (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE MEDICINA INTENSIVA, 2014). Devido ao AGE já 
ser utilizados na UTI do HU-UFSC ele foi implementado no protocolo 
com fins de hidratação da mucosa perioral, trazendo maior conforto ao 
paciente e cuidado com a pele que já esta fragilizada. Foi observado que 
em vários protocolos de higiene oral constantes da Figura 3 foi proposta 
a hidratação da mucosa perioral; porém, em alguns deles não foi 
informado o produto indicado para tal. 
 Em relação à higienização e armazenamento da escova quando 
a mesma não for descartável, não foram encontradas nas referências 
bibliográficas evidências científicas que embasassem essa decisão. No 
protocolo proposto nos Estados Unidos por Prendergast e colaboradores, 
os funcionários foram instruídos a limpar a escova de dentes sob água e 
guardar a seco em uma bacia juntamente com os outros materiais de 
higiene oral individual, como o creme dental. Esta bacia deveria ser 
coberta com um pano seco para evitar contaminação de partículas de ar 
do ambiente e guardada no armário de cabeceira do paciente para 
proteger e isolar seu material individual (PRENDERGAST; KLEIMAN; 
KING, 2013). O CD Marcus Setally Azevedo Macena realizou a HB em 
pacientes com bactérias super resistentes, como por exemplo a KPC, e 
encaminhou as escovas para que fossem realizados testes no laboratório 
do HU-UFSC. Com isso, chegou-se ao resultado de que a limpeza da 
escova com solução aquosa de clorexidina 0,12% e 0,2% e também com 
a solução alcoólica de clorexidina 0,5% foram equivalentes, desse modo 
optou-se por realizar a limpeza da escova de dente com a solução de 
CHX 0,12% pois era a solução utilizada durante todo o processo de HB. 
O armazenamento seco, ou seja, quando era limpa a escova, secada e 
posteriormente guardada no balcão, foi encontrado maior crescimento 
de bactérias do que se mantida a mesma em solução. Desse modo, 
optou-se por realizar a lavagem da escova com movimentos oscilatórios 
em solução aquosa de CHX 0,12% e armazenamento da mesma em um 
copo plástico com solução de CHX 0,12% até a próxima escovação. A 
solução deverá ser trocada a cada 24 horas por questões de facilitar 
devido as trocas de turnos da equipe de enfermagem, por isso o copo de 
armazenamento deve ser corretamente etiquetado com a data e hora da 
validade da solução, para que assim haja a correta manutenção da troca 
do líquido. 
 Para finalizar o processo de higiene bucal deve-se aspirar o 
restante do conteúdo da cuba metálica com o sugador, descartar o 
sugador e todos os materiais descartáveis no lixo e em seguida lavar os 
materiais metálicos e encaminhá-los para a esterilização. O prontuário 
35 
 
 
 
do paciente deve ser preenchido para realizar a evolução do mesmo, 
destacando detalhes como: uso de prótese removível (se sim qual foi seu 
destino, como por exemplo, foi entregue aos familiares, ou foi removida 
para limpeza e posteriormente recolocada em boca; qual foi o horário 
que foi realizada a higiene bucal para que o próximo funcionário esteja 
ciente sobre o horário para realizar novamente a higiene bucal; e se foi 
observada alguma alteração bucal que necessite da avaliação adicional 
do cirurgião dentista. 
 Um estudo feito por Garcia e colaboradores, realizado em Nova 
York durante 48 meses com pacientes adultos internados na UTI, 
demonstrou que o risco e a incidência de PAVM, a mortalidade e o 
tempo de permanência na UTI são significantemente reduzidos quando 
implementado um protocolo multifacetado que inclui procedimentos 
para redução bacteriana da cavidade bucal, do espaço subglótico 
(sucção) e dos dentes (GARCIA et al., 2009). Prendergast e 
colaboradores também concluíram que a instituição do protocolo de 
higiene bucal na UTI reduziu a incidência de PAVM de 18 casos 
presentes em 2011 e 10 casos em 2012, além de destacar melhor 
colaboração da equipe de enfermagem nessa etapa e de satisfação dos 
mesmos (PRENDERGAST; KLEIMAN; KING, 2013). Há evidências 
consistentes de que a aplicação de alguns métodos de higiene bucal 
auxilia na redução da PAVM além de desempenhar um importante 
papel na manutenção de saúde local e prevenção de doenças sistêmicas 
relacionadas com a má higiene bucal. A instituição de protocolos de 
higiene bucal é uma parte crucial e com profundo efeito na saúde geral 
do paciente e necessita da integração da Odontologia com a 
Enfermagem para resultar em melhorias nos indicadores de saúde. 
Desse modo, a padronização dessa atividade apresenta um impacto 
positivo de um modelo de atenção odontológica na UTI demonstrando 
ser uma medida potencial de salvar vidas. 
 
36 
 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A revisão bibliográfica permitiu ter dados baseados em estudos 
e pesquisas, realizados no Brasil e no mundo, para propor o protocolo de 
higiene bucal a ser instituído na UTI do HU/UFSC. 
Foi observado que a literatura não apresenta um consenso sobre 
um protocolo de cuidados bucal mais eficaz, instrumentos necessários, 
soluções químicas para auxiliar na higiene e até mesmo na correta 
limpeza e armazenamento das escovas dentais nesses ambientes. Porém, 
considerando o recente estabelecimento da obrigatoriedade da presença 
do cirurgião dentista na UIT, espera-se que novos estudos venham a 
dirimir eventuais inconsistências, devendo o protocolo padrão ser 
revisado periodicamente, a fim de melhorar a eficiência da higiene bucal 
na UTI. 
Com a capacitação da equipe de Enfermagem e a regularização 
da higiene bucal nos pacientes internados na UTI do HU/UFSC, 
utilizando o protocolo proposto, almeja-se benefícios à saúde geral dos 
mesmos, proporcionando mais conforto e principalmente reduzindo os 
casos de PAVM e mortalidade e, paralelamente, reduzindo os custos 
para o hospital.37 
 
 
 
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41 
 
 
 
APÊNDICE A 
Protocolo de higiene bucal instituído no HU/UFSC 
 
1. Verificar se tem no leito os itens necessários para realizar a higiene 
oral do paciente, sendo eles: 
 01 sugador descartável, 
 01 frasco de solução aquosa 50 ml de digluconato de 
clorexidina 0,12%, 
 01 frasco 200 ml da solução de ácidos graxos essenciais (AGE), 
 01 frasco 500 ml de água destilada ou água mineral, 
 01 cuba metálica ou 02 copos descartáveis, 
 01 escova dental cabeça pequena e macia, 
 pequena porção de creme dental sob gaze, 
 gaze estéril, 
 01 pinça metálica, 
 01 abridor de boca 
2. Comunicar-se verbalmente com o paciente previamente ao início do 
procedimento informando-o; 
3. Assegurar-se da pressão adequada do balonete (Cuff); 
*Caso o paciente esteja entubado; 
4. Observar nível de abertura bucal do paciente e avaliar a necessidade 
de utilização do Propofol (prescrição médica) ou abridor de boca 
para realização adequada do procedimento; 
5. Iniciar com a aspiração da cavidade bucal (sugador descartável 
conectado à bomba a vácuo); 
6. Realizar a inspeção da cavidade oral em busca de necessidades de 
intervenção do cirurgião-dentista; 
7. Observar se o paciente é usuário de próteses removíveis, implantes e 
aparelho ortodôntico, removendo as próteses, higienizado-as com 
pinça metálica e gaze estéril embebida em solução alcoólica de 
digluconatode clorexidina 0,5% ou aquosa 0,12%; armazenando-as 
em recipiente próprio (etiquetado-o). Obs: Caso o paciente esteja 
42 
 
 
 
consciente, deve-se informá-lo da necessidade de higienização da 
prótese e possível armazenagem em recipiente próprio; 
8. Conversar com a equipe de fonoaudiologia, fisioterapia e nutrição 
sobre a necessidade de manutenção das próteses na boca do paciente, 
devendo higienizá-las sempre após as refeições com gaze estéril e 
solução de digluconato de clorexidina alcoólica 0,5% ou aquosa 
0,12%; 
9. Sempre que possível, encaminhar as próteses removíveis para a 
guarda pelos familiares; 
10. Atentar para a necessidade de descrever e destacar na evolução da 
enfermagem o manejo sobre as próteses dentárias; 
11. Caso o paciente possua algum elemento dentário ou protético deve-
se iniciar a higienização mecânica com a utilização da escova dental 
(macia e cabeça pequena) e pequena quantidade de creme dental, 
realizando movimentos firmes de acordo com a técnica de Fones, 
iniciando pelas superfícies vestibulares, oclusais e incisais e linguais 
de todos os elementos dentários, finalizando com a escovação da 
língua; 
12. Remover as sujidades da cavidade bucal com gaze estéril embebida 
na água destilada ou mineral, sempre intercalando com aspiração; 
13.Armazenar a escova dental sob mesa auxiliar para posterior 
higienização e armazenamento adequados; 
14. Proceder à higienização química, comum para pacientes com ou sem 
dentes, utilizando-se da cuba metálica ou copo descartável, pinça 
metálica, gaze embebida em solução aquosa de digluconato de 
clorexidina 0,12% em todas as regiões da boca (dentes, língua, 
palato, superfície do tubo orotraqueal, assoalho bucal e mucosas), 
trocando a gaze frequentemente, sempre que visivelmente suja; 
15. Aspirar a cavidade bucal durante e ao término da higienização 
química; 
16. Proceder à aplicação da solução de ácidos graxos essenciais (AGE) 
em caso de ressecamento labial extra-oral; 
43 
 
 
 
17. Iniciar o processo de higienização da escova dental, utilizando-se da 
cuba metálica ou copo descartável e solução aquosa de clorexidina 
0,12% agitando as cerdas da escova em movimentos oscilatórios 
durante 30 segundos. Após tal, observar se permanecer alguma 
sujidade visivelmente observada, deve-se removê-la com a ponta 
ativa da pinça metálica; 
18. Realizar a lavagem da escova dental com água destilada ou mineral 
sob a cuba metálica; 
19. Armazenar a escova dental na solução aquosa de digluconato de 
clorexidina 0,12% no frasco da própria solução, de modo que a 
cabeça da escova fique submersa. Etiquetar o copo descartável para 
que a troca da solução a cada 24 horas. 
OBS: Nas próximas higienizações químicas, deve-se utilizar solução 
aquosa de digluconato de clorexidina 0,12% de outro frasco; 
20. Aspirar todo o conteúdo da cuba metálica com sugador, 
descartando-o em seguida; 
21. Proceder ao descarte de todos materiais descartáveis; 
22. Lavar e encaminhar para a esterilização todo o instrumental metálico 
utilizado; 
23. Deixar o leito do paciente; 
24. Registrar em ficha específica os procedimentos realizados. 
 Observações: 
 ➢ O sugador deve ser constante na boca para evitar deglutição das 
substâncias utilizadas; 
 
 ➢ Casos de alterações da normalidade comunicar ao cirurgião-dentista; 
 
➢ Deve-se repetir o protocolo de higiene bucal a cada 12 horas; 
 
 
 
44 
 
 
 
 
APÊNDICE B 
 
 
45 
 
 
 
 
9. ANEXO

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