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apostila de arte teoria

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Prévia do material em texto

APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
COLÉGIO ROGACIONISTA 
OBJETO DE CONHECIMENTO 01 
O ser humano como ser que pergunta e quer saber 
 
QUEM SOMOS? DE ONDE VIEMOS? PARA ONDE 
VAMOS? 
 
Em tempos de ameaças nucleares e ataques 
terroristas apocalípticos as pessoas estão buscando 
conforto cada vez mais no desconhecido. Previsão, 
premonição, profecia e regressão são as palavras de 
ordem no vocabulário dos que acreditam realmente que 
existe algo mais do que simplesmente a matéria, o corpo 
físico que embrulha a alma como um pacote. O conteúdo 
continuaria através dos tempos vivendo muitas vidas e 
aprendendo lições em cada uma delas para evoluir 
espiritualmente. 
 
Fragmento do texto de Leila Cordeiro - 
www.diretodaredacao.com 
 
De Onde viemos? O que somos? Para onde 
vamos? De Paul Gauguin 
Uma tela de 4 metros, pintada em apenas um mês. 
 
Pintada em 1897, a obra é uma despedida. 
Deprimido pela morte de sua filha Aline, aos 20 anos, ele 
decidiu cometer suicídio, mas, antes, quis "pintar uma tela 
imensa e nela colocar toda a minha energia". Resultado: a 
obra de 1,39 m por 3,75 m. Ao terminar o quadro, 
envenenou-se com arsênico. Mas não morreu. Escreveu 
sobre o quadro a um amigo. 
Sobre a pergunta "de onde viemos", escreveu 
Gauguin: "À direita, no canto, vê-se um bebê que dorme 
cercado por três nativas sentadas no chão. Duas figuras, 
vestidas de vermelho, trocam idéias. Uma mulher de 
dimensões propositadamente maiores, a despeito da 
perspectiva, ergue um braço e observa atônita essas duas 
figuras que se atrevem a conjecturar sobre seus destinos". 
A mulher que apanha uma fruta reproduz Eva, 
mas, em vez da maçã, segura uma manga. 
"A figura central apanha uma fruta. (...) O ídolo, 
com braços erguidos misteriosamente, aponta para o além. 
O apanhar da fruta simboliza os prazeres da vida; a figura 
em plenitude simbolizaria a eterna felicidade, caso o ídolo 
não estivesse lá para nos lembrar das verdades eternas --
uma constante ameaça à humanidade." Essa é descrição 
que o pintor fez para a questão "quem somos?". 
O canto esquerdo representa "para onde vamos". 
"Uma figura sentada parece ouvir o ídolo. Uma velha, já 
bem próxima da morte, parece aceitar com resignação a 
sua própria sorte, fechando a história. Uma estranha ave 
branca, prendendo um lagarto com os pés, representa a 
futilidade das palavras vazias." 
 
Modesto Brocos y Gomes 
 
 
A Redenção de Can de Modesto Broccos y Gomes 
 
Afinal, a que “redenção” se refere Brocos? Can, 
um dos três filhos de Noé, fora castigado pelo pai que 
impôs uma maldição a seu filho, Canaã, condenando-o a 
ser escravo dos tios e dos irmãos. Transposto para o 
contexto brasileiro, um país em que, até muito pouco 
tempo atrás, ser negro significava ser escravo, a 
“redenção” pintada por Brocos se personifica no 
nascimento de uma criança branca e, portanto, não mais 
escrava. Ocupando o centro da composição, ela está 
sentada ao colo da mãe, uma mulata, e é observada pelo 
olhar um tanto maroto do pai, ele também mestiço, com 
traços de caboclo. Em pé, a avó negra ergue as mãos aos 
céus em sinal de agradecimento. Modesto Brocos toma 
emprestado um tema bíblico para nos apresentar o próprio 
mito do branqueamento da raça. A cena familiar, cuja 
composição obedece às normas acadêmicas da pintura 
religiosa, é ambientada à porta de uma habitação simples, 
permanecendo visíveis as roupas no varal e a falta de 
reboco nas paredes. As próprias vestimentas dos 
personagens reafirmam essa condição. A mensagem é 
evidente: nas classes baixas, exatamente onde a 
miscigenação acontece sem controle, o sangue branco 
prevalecerá no espaço máximo de três gerações. 
http://forumpermanente.incubadora.fapesp.br/portal/.rede/
numero/rev-NumeroOito/oitovaleria 
 
Nelson Screnci 
 
Nelson Screnci, artista fascinado pelo universo 
das imagens deixadas pelos grandes pintores, aceitou 
tentar uma fusão entre as duas telas. Ele já havia 
trabalhado a partir de ambas, juntado-as com tipos 
populares ou com princesas de Velazquez. Aqui, elas se 
metamorfoseiam uma na outra; os tipos "icônicos" do 
caipira e da negra misturam-se com elementos populares. 
Ele associa também a exuberância que colore a tela de 
Tarsila do Amaral aos tons mais vizinhos que emprega 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
2 
Almeida Júnior. Cada uma de suas pequenas imagens 
vibra numa luminosidade mais forte. 
Sua obra oferece pontos de convergência entre as 
duas telas e mostra como a visão mais fecunda é aquela 
que escapa aos estereótipos de conceitos como 
"moderno", "acadêmico" ou outros. Mais convergências 
são possíveis: esta mini-exposição é o convite para 
descobri-las. 
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq003/arq003_02.asp 
 
Caipira Picando Fumo de Almeida Junior 
 
A Negra de Tarsila do Amaral 
 
Metamorfose dos Excluídos de Nelson Scrensi 
 
Parede da Memória de Rosana Paulino 
 
Missa Móvel de Nelson Leiner 
 
Em Missa Móvel, o trabalho tridimensional foi 
feito com objetos distintos dos normalmente usados nas 
esculturas e que ironizam aspectos da cultura brasileira ao 
reunir miniaturas de santos, figuras do candomblé e 
bichinhos da Disney, caso de Missamóvel (2000) e 
Procissão (2000). 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
3 
 
Adereço Cerimonial da Tribo Kayabi 
 
Kayabi 
 
Nomes alternativos: Kajabí, Caiabi, Parua, Maquiri 
Classificação lingüística: Tupi, Tupi-Guarani, Kayabi-
Arawete (V) 
População: 800 (1994 SIL) 
Local: Norte de Mato Grosso, Parque Xingu, e sul do 
Pará; Rio Teles Pires e Tatui, muitas aldeias 
 
 
Eros e Psique de Antonio Canova 
 
Eros e Psique" é a escultura em mármore que 
popularizou o mito dos amantes mitológicos Eros e 
Psique. No mito clássico, Eros é o deus romano do amor e 
desejo. Psyche (o nome, incidentalmente, significa "alma" 
em grego), uma mulher mortal, bela. O momento em que 
Psique é reanimada pelo beijo apaixonado de Eros foi 
capturado para a eternidade neste trabalho lírico do 
escultor italiano Antonio Canova (1757-1822) 
De asas ainda entreabertas, Eros desce à terra para 
trazer de volta à vida, com um terno abraço, a sua 
agonizante amante, Psique. O centro da atenção desta 
escultura é criado pelos braços que se entrelaçam pela 
forma amorosa como as figuras se olham. Os seus corpos 
macios e membros delicados criam uma sensação de 
paixão jovem em toda sua pureza inocente; toda a cena é 
uma graciosidade natural, mas envolvente. Esta obra é um 
belo exemplo do ideal neoclássico de perfeição e formas e 
acabamentos. 
 
Eros e Psique 
 
Psique era a mais nova de três filhas de um rei de 
Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que 
pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, 
rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria 
Afrodite. 
Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite 
enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo 
homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua 
beleza, Eros apaixonou-se profundamente. 
O pai de Psique, suspeitando que, 
inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu 
consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas 
encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia 
sozinha. Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao 
rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária 
montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. 
A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e 
abandonada por seu pesarosos parentes e amigos. 
Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um 
profundo sono, sendo, então,conduzida pela brisa gentil 
de Zéfiro a um lindo vale. 
Quando acordou, caminhou por entre as flores, 
até chegar a um castelo magnífico. Notou que lá deveria 
ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em 
cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no 
deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram 
satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia 
ouvir a voz. 
Chegando a escuridão, foi conduzida pelos 
criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria 
finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer 
quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, 
uma voz maravilhosa a acalmou. Logo em seguida, sentiu 
mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante 
misterioso, ela se entregou.. Quando acordou, já havia 
chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém 
essa mesma cena se repetiu por diversas noites. 
Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua 
procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não 
responder aos seus chamados. Psique sentindo-se solitária 
em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
4 
deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas 
impôs a condição que, não importando o que suas irmãs 
dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira 
identidade. 
Quando suas irmãs entraram no castelo e viram 
aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas 
de inveja. Notando que o esposo de Psique nunca 
aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua 
identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique viu a 
dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, 
aguçadas pelos comentários de suas irmãs. 
Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam 
tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se 
assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. 
Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela 
conseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se 
ela falhasse, ele seria mortal. 
Ao receber novamente suas irmãs, Psique contou-
lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem 
divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com 
sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a 
esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a 
jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava 
escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com 
ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não 
um deus maravilhoso. 
Assustada com o que suas irmãs disseram, 
escondeu uma faca e uma lâmpada próximo a sua cama, 
decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele 
fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia 
esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a 
suas irmãs. 
A noite, quando Eros descansava ao seu lado, 
Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto 
de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para 
sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um 
jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha 
quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida 
por haver dele duvidado. 
Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se 
admirando o deus alado. Não percebeu que havia 
inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo 
quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o. 
Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do 
quarto, dizendo: 
- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? 
Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e 
te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e 
estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para 
junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos 
meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te 
para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita." 
Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a 
sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima 
da casa de seus pais. Psique ficou inconsolável. Tentou 
suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas 
águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi 
então alertada por Pan para esquecer o que se passou e 
procurar novamente ganhar o amor de Eros. 
Por sua vez, quando suas irmãs souberam do 
acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o 
topo da montanha, pensando em conquistar o amor de 
Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as 
sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta 
vez não as ergueram no céu, e elas caíram no 
despenhadeiro, morrendo. 
Psique, resolvida a reconquistar a confiança de 
Eros, saiu a sua procura por todos os lugares da terra, dia 
e noite, até que chegou a um templo no alto de uma 
montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, 
entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de 
trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o 
recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a 
nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, 
colocando cada coisa em seu lugar. Deméter, para quem 
aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e 
disse-lhe: 
- "Ó Psique, embora não possa livrá-la da ira de 
Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias 
forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que 
ela, como deusa, merece." 
Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não 
esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu 
filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se 
encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela 
causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs 
uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão 
difíceis que poderiam causar sua morte. 
Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, 
separar uma grande quantidade de grãos misturados de 
trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou 
assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga 
que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da 
jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das 
qualidades de grão. 
Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as 
margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e 
trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava 
disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que 
não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se 
pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela 
poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria 
atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique 
esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o 
rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã 
dourada. 
Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta 
montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um 
pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os 
perigos que Psique enfrentou, estava um dragão que 
guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma 
grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a 
jarra com a negra água. 
Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou 
uma última, porém fatal, tarefa. Psique deveria descer ao 
mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um 
pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma 
caixa. Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
5 
quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo 
subterrâneo. A torre, porém murmurou instruções de 
como entrar em uma particular caverna para alcançar o 
reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os 
diversos perigos da jornada, como passar pelo cão 
Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela 
travessia do rio Estige, advertindo-a: 
- "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua 
beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, 
de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não 
cabe a olhosmortais." 
Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até 
Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e 
recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada 
porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para 
espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível 
que dela se apossou. 
Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de 
Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, 
salvando-a. 
Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade 
havia novamente sido sua grande falta, mas que agora 
podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa. 
Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e 
implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e 
ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo seu 
pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes 
conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi 
oferecida uma taça de ambrosia. Então com toda a 
cerimônia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo 
nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer). 
 
Danaide de Rodin 
 
Santuário do Bom Jesus do Matosinhos 
 
Erguido ao alto de uma colina, o Santuário do 
Bom Jesus do Matosinhos é, sem dúvida, uma imagem de 
destaque na paisagem cênica de Congonhas. No adro 
desse belo Santuário estão dispostos o magnífico conjunto 
estatuário produzido por Aleijadinho com a ajuda de seu 
Atelier, que, sem sombra de dúvida, destacou-se como 
uma das grandes obras do mestre. 
A história desse templo está intimamente ligada à 
mineração. Foi Feliciano Mendes minerador, que ao 
alcançar uma graça rogada de um pedido ao Bom Jesus 
prometeu construir uma Igreja em seu nome. Assim, 
depois de fixar uma Cruz no Alto do morro Maranhão, 
passou a angariar esmolas para construir o Santuário. 
Feliciano Mendes morreu oito anos após o inicio das 
obras em 1765, tendo ainda em vida a felicidade de ver o 
seu sonho ser realizado. A conclusão dessa construção se 
deu no final do século 18, quando Aleijadinho, já bastante 
debilitado, concluía seus trabalhos, esculpindo os Passos 
da Paixão e os doze profetas. 
O santuário foi tombado pelo Instituto de 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 
1939, visando sua proteção. Todo o conjunto histórico foi 
tombado pela Unesco como Monumento Cultural da 
Humanidade, hoje Patrimônio Cultural da Humanidade e 
constitui o maior conjunto de arte colonial do país. 
Segundo o Iphan, o Santuário de Bom Jesus do 
Matozinhos foi inspirado em dois importantes Santuários 
localizados ao norte de Portugal, o Bom Jesus de 
Matozinhos, nos subúrbios da cidade do Porto, e Bom 
Jesus de Braga, próximo à cidade do mesmo nome. 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
6 
 
Os Profetas de Aleijadinho 
 
Quem suspeitaria que o Aleijadinho fora um 
inconfidente, e dos mais atuantes, em sua modéstia? 
Maçon que era (de quando a doença ainda não se 
manifestara, fazendo-o quase fugir ao convívio das 
pessoas) contatava, mesmo enfermo, com os líderes da 
conspiração, a todos orientando com seu firme 
discernimento e com sua aguda inteligência. 
Quando o movimento foi denunciado, resultando 
nas tristes conseqüências que conhecemos, o gênio do 
Aleijadinho passou a homenagear os principais vultos da 
rebelião, esculpindo-lhes as estátuas na forma dos profetas 
bíblicos. 
É assim que Isaías, à frente de todos, é 
Tiradentes; Jeremias é Cláudio Manoel; Baruc é Tomás 
Antônio Gonzaga, etc. 
Já nas esculturas que representam a Santa Ceia, 
Judas tem as feições de Silvério dos Reis. 
 Última ceia de Cristo. Conjunto de esculturas em 
madeira policromada da autoria do Aleijadinho, existentes 
no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em 
Congonhas, Minas Gerais (Brasil). 
 
A Liberdade Guiando o Povo de Delacroix 
 
“Com essa obra Delacroix subverte as convenções 
que estabeleciam as alegorias, a história antiga, a religião 
e os feitos heróicos de personagens ilustres como temas 
dignos de serem representados através da pintura, 
dedicando-se a retratar uma sublevação popular da qual 
foi testemunha ocular ocorrida entre os dias 26 e 28 de 
julho de 1830 e que culminou na deposição do rei Carlos 
X. O motivo: a suspensão, pelo monarca deposto, de 
várias disposições democráticas, entre elas a liberdade de 
imprensa. 
Delacroix se reporta a tais acontecimentos, 
condensando-os em uma cena de batalha através da qual 
não só exalta a bravura dos combatentes mas também 
caracteriza, através de detalhes significativos, a origem de 
cada personagem, como um ilustrador atento que captasse 
os aspectos mais relevantes do fato presenciado. É certo 
que na figura feminina, representando a Liberdade e que 
domina a composição, ainda há vestígios dos modelos 
gregos tão caros à arte praticada na França, como também 
é inequívoco o seu caráter alegórico. Entretanto, com 
igual ênfase, há traços que revelam sua condição de 
mulher do povo, como os seios sujos de pólvora e a 
indiscreta pelosidade das axilas. 
Sua mão direita, resolutamente erguida, empunha 
a bandeira tricolor transformada em símbolo de 
sublevação na Revolução Francesa (1789). Na mão 
esquerda segura um fuzil com baioneta no cano, o que 
significa estar preparada para a batalha corpo a corpo. A 
cabeça é coberta por um gorro frígio, chapéu originário da 
antiga Pérsia e usado em Roma por escravos sublevados 
que, ao ser adotado durante a Revolução Francesa, 
converteu-se em um dos símbolos da República...” 
http://www.faac.unesp.br/eventos/jornad
a2005/trabalhos/08_jose_romao.htm 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
7 
 
Tiradentes de Pedro Américo 
 
O quadro não foi concebido por Pedro Américo 
como uma pintura isolada, mas como parte de uma 
narrativa sobre a precariedade da Conjuração Mineira. 
Inacabada, a série se constituiria de outras telas: Tomás 
Antônio Gonzaga representado como um anti-herói a 
bordar, e não como líder intelectual do movimento, pois 
na prisão o poeta teria negado seu envolvimento com a 
conjura, dizendo-se ocupado em bordar a fio de ouro o 
vestido nupcial de sua Marília; a mais importante das 
reuniões dos conjurados, onde estes, reticentes, ouvem 
Tiradentes; a cena da constatação da morte de Cláudio 
Manuel da Costa, em que o pintor não se decide pelo 
suicídio ou pelo assassinato do poeta, e evidencia a 
fragilidade do inconfidente morto por ter denunciado os 
amigos; a prisão de Tiradentes numa casa antiga à rua dos 
Latoeiros, preâmbulo à cena do esquartejamento; e, por 
fim, um Tiradentes supliciado. 
• o artista dispôs o corpo do herói, representado 
praticamente em tamanho natural, desmembrado em 
quatro partes, adornado por grilhões, corda e 
crucifixo. Posicionado aos pés do mártir, o observador 
vê a alva que destaca o corpo do cadafalso, a túnica 
azul que o reintegra ao fundo celeste, ao mesmo 
tempo que o distancia da perna direita espetada em 
uma haste de madeira, em primeiríssimo plano. 
• Para conferir maior dramaticidade à cena, Pedro 
Américo coloriu áreas precisas com sangue, que 
atraem o olhar tanto para a cabeça e a perna espetada 
quanto para as linhas delicadas do tronco e da perna 
sobreposta. 
 
 
O Mortlake Terrace é um bairro da moda no 
subúrbio de Londres. Fica próximo ao Royal Botanic 
Gardens em Kew, visto daqui numa das voltas do Rio 
Tamisa. Esta é uma de duas vistas ao encargo do dono de 
uma casa na cidade, The Limes, cujo nome deriva dos 
magníficos limoeiros delineando o terraço. Ambas as 
cenas corajosamente mostram o disco do próprio sol, que 
aqui reflete no parapeito de pedra. 
A peça que o acompanha, hoje no Frick 
Collection em Nova Iorque, ilustra a casa ao nascer do 
sol. Olhando pelo ângulo reverso, a figura mostra o Oestepor cima do jardim ao pôr do sol depois das crianças 
terem deixado os brinquedos. Um cão negro late à barcaça 
enfeitada com bandeiras de Lord Mayor. O tom sombrio 
que reveste o final da tarde de verão foi adicionado por 
último. Antes da amostra da Academia Real abrir em 
1827, Turner recortou o cão de papel, colou no verniz 
ainda fresco, e retocou com destaques e uma coleira. 
http://www.nga.gov/collection/gallery/gg57
/gg57-119.0-none.html. Texto traduzido. 
 
 
Consagração do Imperador Napoleão I e Coroação da 
Imperatriz Josefina na Catedral de Notre-Dame de Paris, 
em 2 de Dezembro de 1804. 
• A perfeição do Neoclassicismo pode ser vista no 
quadro “Coroação de Napoleão” onde David, 
representou dezenas de pessoas, onde cada um dos 
retratados o era com o seu rosto verdadeiro, como a 
verdade máxima, como uma fotografia. Como uma 
fotografia... 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
8 
1806 e 1807, óleo sobre tela, 621 x 979 cm 
 
Com Napoleão, ele visita Paris, sugerindo-lhe 
planos para embelezar a cidade. Retrata o primeiro cônsul 
e, em 1804, é nomeado primatius pictor, "primeiro pintor" 
do imperador, cuja coroação capta numa tela de largas 
dimensões. Napoleão, inebriado com a glória cada vez 
mais faminto de conquistas territoriais e ainda às vésperas 
da grande derrota que o inverno russo lhe infligirá, 
cumula-o de tributos, todos honoríficos, como sua 
inclusão entre os membros da Légion d'Honneur. Museu 
do Louvre, Paris, França 
 
 
Sagração de D. Perdo I de Debret 
 
Em quaisquer cerimônias, o lugar e o papel das 
respectivas personagens é sobremaneira importante. Na 
cerimônia de coroação e sagração as principais 
personagens são o Imperador, os bispos, o corpo 
diplomático e o senado. 
Os papéis mais importantes foram os do 
imperador, dos bispos, e de alguns membros da corte. O 
Senado, o restante da corte e o corpo diplomático apenas 
ocuparam papéis secundários, cujo objetivo era 
testemunhar a continuidade dinástica e a legitimidade do 
Império recém criado. 
Já no cortejo que parte do paço em direção à 
capela observa-se o papel que cabe a cada personagem 
Observa-se também que as personagens da 
sagração e coroação já estiveram presentes no cortejo de 
aclamação. Os arqueiros, timboleiros, o rei de armas etc, 
reaparecem; não obstante, ao contrário de Portugal, no 
Brasil tais cargos foram nomeados apenas para a 
cerimônia, as funções não foram mantidas. 
O Imperador localizava-se no centro do cortejo, 
caminhando entre a Corte, a qual segurava as insígnias 
imperiais e o pálio, logo atrás da Corte ia o Senado, que, 
ao contrário do ocorrido na cerimônia de aclamação, 
desempenhou papel secundário na sagração e coroação. 
O príncipe, no decorrer da cerimônia, submeteu-
se a um poder superior ao seu, um poder que advém de 
Deus, não dos homens; esse poder foi recebido através da 
intermediação do bispo, o qual representa Cristo. Durante 
o desenrolar da cerimônias, os outros, espectadores e 
testemunhas (família real, membros da Corte, Senado e 
corpo diplomático), assistiam, cada um postado em seu 
devido lugar. O Senado encontrava-se à direita, na fila 
mais próxima do centro; os ministros e personagens da 
corte à esquerda; logo atrás, os procuradores-gerais das 
províncias e as pessoas que compareceram ao cortejo. O 
lado direito das tribunas foi ocupado pelas damas da 
Corte; o esquerdo, pelas damas de altos dignitários e 
outros convidados. O corpo diplomático e os oficiais que 
serviam junto à imperatriz, cuja tribuna localizava-se de 
frente para o trono, ocuparam as tribunas do coro. 
A disposição espacial de tais personagens traduz-
se em interessante simbologia judaico-cristã, que atribui 
ao centro um simbolismo extremamente poderoso. 
http://www.klepsidra.net/klepsidra12/nacaoinexistente.html 
 
Série de Gravuras “Desastres de Guerra” de Goya 
 
 
 
 
Triste Pronunciamento do Que Virá 
 
O Mesmo 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
9 
 
Aqui Tão Pouco 
 
 
Isso é Pior 
 
Na série de gravuras “Desastres da Guerra” 
(1810-1815), Goya faz comprovações, aparentemente sem 
tomar partido. A repulsa contra a demência da guerra está 
patente nos desenhos e gravuras. 
Não documenta atos heróicos, não desenha 
exércitos se enfrentando, não idealiza, não compõe 
música para vencedores, nem cenas de batalhas 
convenientemente belas. Só o sofrimento do povo lhe 
interessa, além de constatar que em situações limites 
somos todos bárbaros. 
 
O QUE É ARTE? 
Maria de Fátima Seehagen 
 
"ARTE s.f. Atividade que supõe a criação de 
sensações ou de estados de espírito de caráter estético 
carregados de vivência pessoal e profunda 
(...) A capacidade criadora do artista de expressar 
ou transmitir tais sensações ou sentimentos." 
Novo dicionário da língua portuguesa. De 
Aurélio Buarque de Holanda 
 
Desde que se iniciou um estudo sobre a história 
da arte, por volta do séc. V, inúmeros são os conceitos já 
elaborados sobre o que seja ARTE, ainda assim, 
chegamos aos dias de hoje sem uma conclusão que 
evidencie a participação da arte em nossas vidas e 
efetivamente a defina. 
Na antiguidade classificavam-se as artes em duas 
grandes categorias: as servis ou mecânicas e as liberais. 
Nas artes servis encontraremos indistintamente todas 
aquelas que necessitem do uso das mãos e nas artes 
liberais nos depararemos com a gramática, a dialética, a 
retórica, a geometria, a aritmética, a astronomia e a 
música, atividades estas, que necessitam do uso da mente. 
Havia naquela época o conceito de que as 
atividades que exigissem a participação do raciocínio, ou 
seja, fossem guiadas pela razão, deviam estar 
subordinadas à atividade do intelecto, considerado como a 
intuição intelectual, que diria respeito aos princípios 
transcendentes, vindo tudo, na verdade, a dar no mesmo, 
visto que neste período a humanidade já se achava em 
grande parte dominada pelo uso excessivo do raciocínio 
em detrimento da verdadeira intuição que a liga à sua 
origem espiritual. 
Ao final da Idade Antiga, alegando-se que antes 
da operação manual sempre precede a operação mental, 
procurou-se libertar as artes servis do caráter inferior à 
qual era subjugada, pois os trabalhos manuais ocupavam 
então uma posição inferior ao trabalho intelectual, ainda 
que este trabalho resultasse em obras de arte. 
O célebre Leonardo da Vinci, que viria a criar a 
primeira Academia de Arte, em Milão (por volta de 
1507), também desenvolvia o seu pensamento com 
semelhante convicção, acentuando o caráter intelectual da 
atividade artística, de onde a sua declaração: 
-"L'arte é cosa mentale!" 
No entanto, da mesma maneira que hoje 
percebemos não ser este um conceito suficientemente 
claro para definir o que seja ARTE, já naquela época, 
vários estudiosos também não se contentaram apenas com 
o uso do termo artes liberais para pintores, escultores e 
arquitetos. Discutia-se que: se a propriedade da liberalità, 
ou seja, das artes liberais, era libertar a carne do espírito, a 
arte deveria ser obrigatoriamente nobre. Naturalmente 
aqueles que assim se expressaram pensavam nas 
qualidades do ser humano, consideradas como nobres, no 
entanto, uma confusão de conceitos foi instalada: por 
nobreza entendeu-se uma classificação sócio econômica, 
chegando-se ao absurdo de propor a proibição do 
exercício da pintura por plebeus! Diga-se de passagem, 
uma atitude que nada tinha de nobre! 
- Águas passadas. 
Quando observamos um objeto de arte, nosso 
interesse estético se agita e notamos que arte não é apenas 
uma coleção de coisas de museu, e a obra de artenão é 
apenas um objeto histórico e cultural que se pode explicar 
pelas condições em que foi criada, como o propõe a 
crítica de arte. As emoções que vivenciamos ao observar 
obras artísticas, independentemente do período ou forma 
como foram criadas, leva-nos a questionar o motivo que 
provoca tal reação. Esta reação natural e abrangente 
ocorre mesmo sem a participação manipuladora da crítica 
de arte, pois a arte possui autonomia suficiente para, 
enquanto linguagem, ter os seus códigos decifrados pelo 
público ao qual se destina. 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
10 
Deixando os conceitos ditados pelo raciocínio de 
lado, observamos que a arte, em qualquer uma de suas 
manifestações, é uma expressão humana transformada em 
símbolos. Ela aparece nos primórdios das civilizações, 
assim como surge nas primeiras manifestações do homem 
como indivíduo, como podemos perceber facilmente nas 
crianças, que, em nossa volta, desenham, pintam, dançam 
e cantam, sem parar, com total desenvoltura quando livres 
de pressões externas ao seu comportamento natural. 
Assim como não depende da época, a necessidade 
de manifestação artística também não depende da 
geografia, ou seja, a encontramos nos países dos mais 
variados climas, em todas as raças, independentemente do 
progresso técnico, entre pobres ou ricos, cultos ou não. 
Onde então procurar a verdadeira natureza da 
emoção estética? 
Na obra Na Luz da Verdade, do escritor alemão 
Abdruschin, encontramos o seguinte: 
"Até agora, da ação viva do espírito, do 
sentimento intuitivo, só nasceu a arte. Somente ela teve 
uma origem e um desenvolvimento natural, isto é, normal 
e sadio. Mas o espírito não se manifesta no raciocínio, e 
sim nos sentimentos intuitivos, mostrando-se somente 
naquilo que de um modo geral se denomina "coração". 
Exatamente do que os atuais seres humanos de raciocínio, 
desmedidamente orgulhosos de si mesmos, escarnecem e 
ridicularizam prazerosamente. Zombam assim do que há 
de mais valioso no ser humano, sim, exatamente daquilo 
que faz do ser humano um ser humano!" 
 ( Volume I - Dissertação: "Era uma vez...") 
Nascendo da "ação viva do espírito" deve então, 
em sua essência, existir em todas as pessoas, desde que 
esta não seja dominada unicamente pelo raciocínio 
terreno. É preciso aqui não confundir a essência da 
criação artística, absoluta e permanente, com a forma pela 
qual se manifesta, relativa e transitória. 
"Onde quer, porém, que o raciocínio alcance 
supremacia, a arte é logo degradada a ofício, descendo 
imediatamente e de modo incontestável a níveis 
baixíssimos. Trata-se duma conseqüência, que, devido à 
sua simples naturalidade, nem pode ser diferente. 
Nenhuma única exceção pode aí ser provada." ( Volume I 
- Dissertação: "Era uma vez...") 
Podemos então concluir que a ARTE é uma 
manifestação do espírito humano e como tal permanece 
latente em cada um de nós. Caberá a cada um desenvolver 
a sua linguagem no sentido de exprimir os seus anseios 
mais profundos que, de acordo com a nobreza de alma do 
artista em questão, irá elevar tudo a que se refere através 
do enobrecimento ou, caso o artista tenha se limitado à 
análise material dos fatos através de um raciocínio 
torcido, irá mostrar claramente o desperdício da imensa 
dádiva de poder "criar", e o que deveria ser um objeto de 
arte será apenas um objeto de consumo. 
http://www.defatima.com.br/site/conteudo/novidades/artigofatima1.ht
m 
 
 
 
 
 
Estética 
 
Estética (do grego αισθητική ou aisthésis: 
percepção, sensação) é um ramo da filosofia que tem por 
objecto o estudo da natureza do belo e dos fundamentos 
da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é 
considerado belo, a produção das emoções pelos 
fenômenos estéticos, bem como as diferentes formas de 
arte e do trabalho artístico; a idéia de obra de arte e de 
criação; a relação entre matérias e formas nas artes. 
A estética adquiriu autonomia como ciência, 
destacando-se da Metafísica, Lógica e da Ética, com a 
publicação da obra Aesthetica do educador e filósofo 
alemão Alexander Gottlieb Baumgarten, em dois 
volumes, 1750-1758. Baumgarten traz uma nova 
abordagem ao estudo da obra de arte, considerando que os 
artistas deliberadamente alteram a Natureza, adicionando 
elementos de sentimento a realidade percebida. Assim, o 
processo criativo está espelhado na própria atividade 
artística. Compreendendo então, de outra forma, o prévio 
entendimento grego clássico que entendia a arte 
principalmente como mimesis da realidade. 
Na Antiguidade - especialmente com Platão, 
Aristóteles e Plotino - a estética era estudada fundida com 
a lógica e a ética. O belo, o bom e o verdadeiro formavam 
uma unidade com a obra. A essência do belo seria 
alcançado identificando-o com o bom, tendo em conta os 
valores morais. Na Idade Média surgiu a intenção de 
estudar a estética independente de outros ramos 
filosóficos. 
No âmbito do Belo, dois aspectos fundamentais 
podem ser particularmente destacados: 
a estética iniciou-se como teoria que se tornava 
ciência normativa às custas da lógica e da moral - os 
valores humanos fundamentais: o verdadeiro, o bom, o 
belo. Centrava em certo tipo de julgamento de valor que 
enunciaria as normas gerais do belo (ver cânone estético); 
a estética assumiu características também de uma 
metafísica do belo, que se esforçava para desvendar a 
fonte original de todas as belezas sensíveis: reflexo do 
inteligível na matéria (Platão), manifestação sensível da 
idéia (Hegel), o belo natural e o belo arbitrário (humano), 
etc. 
Mas este caráter metafísico e conseqüentemente 
dogmático da estética transformou-se posteriormente em 
uma filosofia da arte, onde se procura descobrir as regras 
da arte na própria ação criadora (Poética) e em sua 
recepção, sob o risco de impor construções a priori sobre 
o que é o belo. Neste caso, a filosofia da arte se tornou 
uma reflexão sobre os procedimentos técnicos elaborados 
pelo homem, e sobre as condições sociais que fazem um 
certo tipo de ação ser considerada artística. 
Para além da obra já referida de Baumgarten - 
infelizmente não editada em português, são importantes as 
obras Hípias Maior, O Banquete e Fedro, de Platão, a 
Poética, de Aristóteles, a Crítica da Faculdade do Juízo, 
de Kant e Cursos de Estética de Hege 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
11 
 
 
Valentina, 1996 de Vick Muniz 
 
 
Sara Bernhardt de Nadar 
 
Na série Crianças de Açúcar, Vick Muniz 
fotografa as crianças que desenhou com açúcar, cujos pais 
e avós trabalham em plantações de cana de açúcar na ilha 
de São Cristóvão. Valentina era a mais rápida na colheita. 
 
A Bailarina de 14 Anos de Edgar Degas 
 
Bailarina de 14 anos = A bailarina representada 
era um dançarina da Ópera que Degas conheceu. A sua 
família era miserável, tendo mesmo uma irmã prostituta. 
Estudou balé até os dezesseis anos, já depois de Degas a 
ter esculpido, até que teve que se prostituir para conseguir 
viver. 
Ao exibí-la, chocados, todos perguntavam o 
porquê de estar ali exposta aquela escultura. Aquilo 
comovia a sociedade, remexia-lhes o peito, fazia-os 
tristes, não queriam olhar. Por outro lado, esta escultura 
foi o primeiro trabalho nesta área da arte que incluiu uma 
roupa real, desta feita uma saia. 
A partir daí, o Mundo começou a refletir sobre 
aquele aristocrata que se atreveu a provocar a sociedade e 
Degas foi, de algum modo, rejeitado e até mesmo 
humilhado. Mas ninguém se pôde esquecer que ele 
mudara a visão conservadora e eclética do mundo, e não 
se esqueceu de publicitar e de tornar públicos os 
problemas deste. Anos mais tarde, afamosa escultura 
tornou-se um ícone desta forma de Arte. 
 
A Pequena Bailarina de 14 anos 
Um dos grandes tesouros do modernismo francês, 
pertencente ao Masp, nem sempre foi reconhecido como 
obra de arte: em 1881, quando a Pequena Bailarina, de 
Degas, foi exibida pela primeira vez, queriam colocá-la 
em um museu de zoologia ou de anomalias humanas em 
Paris. 
 
 
Um Bar no Folies Bergère de Manet, 1882 
 
Suzon, a bela e triste figura desta que foi a última 
obra-prima de Manet, talvez refletisse a tristeza do 
próprio Manet que ao pintar este quadro, um ano antes de 
morrer, já se encontrava bastante enfermo. Manet foi 
acusado de desconhecer as leis da perspectiva por retratar 
o reflexo no espelho de um freguês que parece conversar 
com a atendente mas que não tem presença concreta na 
obra. O que seus críticos não perceberam foi que nós, os 
espectadores, estamos no lugar que caberia ao freguês. 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
12 
 
Quarto em Arles, Vincent Van Gogh, 1888 
 
 
Quanto em Arles, Vincent Van Gogh, 1889 
 
Quarto em Arles é um quadro do expressionista 
holandês Vincent van Gogh, pintado em outubro de 1888. 
A obra é, sem dúvida, uma das mais conhecidas obras do 
artista e até mesmo do mundo. 
O famoso quadro retrata o quarto, que Vincent 
van Gogh alugou numa pensão (hoje bastante conhecida), 
na cidade de Arles, na França, país onde trabalhou durante 
quase toda a sua existência. Pintou a obra mais de duas 
vezes, cerca de um ano depois, enquanto estava internado 
no hospício de Saint Rémy-de-Province. 
Hoje a obra original está exposta no Museu van 
Gogh em Amsterdã, Países Baixos. 
A segunda versão da pintura encontra-se no 
Instituto de Artes de Chicago. O quarto é uma pintura 
pós-impressionista feita por Van Gogh. 
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Quarto_em_Arles" 
 
 
Ensaio de Balé de Edgar Degas 
 
O artista dá ao espectador a oportunidade de 
observar o estúdio de ensaios.Sentados um pouco acima 
do palco, podemos observar o movimento fluido dos 
membros esguios e flexíveis dos corpos graciosos das 
jovens bailarinas. Degas representou as bailarinas a partir 
de ângulos e pontos de vista incomuns. As composições 
com esta temática parecem casuais. O trabalho executado 
com grande mestria, deixa à mostra a grande habilidade 
deste pintor. Os tons moderados e a falta de formalidade 
são reparadores. O interesse real de Degas não estava nas 
bailarinas ou nos balés em si, o que o fascinava era o 
movimento das formas abstratas e na graciosa harmonia 
das cores. 
 
 
O Angelus de François Millet 
 
O Ângelus é uma prática religiosa, realizada em 
devoção à Imaculada Conceição, repetida três vezes ao 
dia, de manhã, ao meio dia e ao entardecer. 
“Angelus” de Millet, 1855-57, de religiosidade 
sentimental. Tornou-se muito célebre por muitas das suas 
reproduções passarem a ser afixadas nas paredes das casas 
dos camponeses 
• Reza a lenda, que Millet havia pintado este quadro 
com um caixão no lugar da cesta de palha vermelha. 
• Quando uma oportunidade de participar de um 
concurso de arte surgiu, Millet teria mostrado a 
pintura que inscreveria no concurso a um amigo bem 
próximo. 
• Este, por sua vez, o aconselhou a mudar algo na 
pintura, que ao mesmo tempo em que era 
demasiadamente bela, iria chocar a todos pelo que 
estava retratado nela. 
• Millet teria substituído, então, o caixão pela cesta, 
colocado uns sacos de batata no carrinho e pintado 
umas batatas mais à esquerda, em frente ao ancinho - 
essa mistura de pá com tridente. 
• Algumas fontes também afirmam que Salvador Dalí 
teria sido o primeiro a descobrir que na pintura 
haveria um enterro disfarçado. Ele teria percebido que 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
13 
atrás da mulher, em frente ao carrinho, há um monte 
de ossos por cima da terra. 
• Salvador Dalí fez diversas referências a esta obra de 
Millet, inclusive reproduzindo-a com precisão. 
 
 
 
Reparem na rosa despedaçada no chão, no vaso 
quebrado na mesa. Mais ainda, reparem na plácida 
indiferença do homem, calmamente apreciando o cigarro 
que acabou de enrolar, uma mão enluvada, outra nua, 
pensando: "Odeio mulher histérica!" 
Belmiro de Almeida é meu pintor favorito. Cada 
um de seus quadros conta uma história com começo, meio 
e fim. 
A nova geração de pintores saudou Arrufos como 
se fosse uma revolução. Gonzaga Duque, que serviu de 
modelo para o homem, exclamou que, no Rio, ainda não 
se havia pintado um quadro importante como esse. Talvez 
por isso, causou um pequeno escândalo na sociedade 
carioca, entre patronos do museu e a aristocracia do 
Império. 
Arrufos reside atualmente no Museu Nacional de 
Belas Artes, na Cinelândia, no Rio de Janeiro. Só ele já 
vale a visita. 
http://www.sobresites.com/alexcastro/artigos/belmirodealmeida.htm 
 
 
 
 
 
 
 
ENTERRO DE UMA NEGRA 
 
A única diferença que existe entre o 
acompanhamento de um enterro de uma negra e o de um 
homem da mesma raça reside no fato de o cortejo se 
constituir unicamente de mulheres, à exceção de dois 
carregadores, de um mestre de cerimônias e do tambor. 
Este carrega um caixote de madeira de tamanho médio, 
sobre o qual executa de vez em quando uma espécie de 
rufo lúgubre com as palmas das mãos; como esse caixote 
é carregado debaixo do braço, o tambor vê-se obrigado a 
agachar de quando em quando e colocá-lo sobre os 
joelhos para poder agir. Mas, assim que o cortejo o 
alcança, ele se lança de novo para a frente, a fim de 
ganhar terreno o que explica os intervalos entre os rufos, 
preenchidos aliás, pelas salmodias do cortejo feminino, 
cujos clamores mágicos incitam inúmeras compatriotas a 
se unirem ao enterro. Entre os moçambiques, as palavras 
do canto fúnebre são especialmente notáveis pelo seu 
sentido inteiramente cristão, pois, entre os outros, 
limitam-se a lamentações acerca da escravidão, ainda 
assim grosseiramente expressas. 
Dou aqui o texto moçambique em português: 
"Nós estamos chorando o nosso parente, não 
enxerguemos mais, vai embaixo da terra até dia do juízo, 
hei de século seculorum amém." 
Quando a defunta é de classe indigente, os 
parentes e os amigos aproveitam a manhã para transportar 
o corpo numa rede e depositá-la no chão junto ao muro de 
uma igreja ou perto da porta de uma venda. Aí, uma ou 
duas mulheres conservam acesa uma pequena vela junto à 
rede funerária e recolhem dos passantes caridosos 
módicas esmolas para completar a importância necessária 
às despesas de sepultura na igreja ou mais 
economicamente na Santa Casa de Misericórdia onde esse 
tipo de inumação custa três patacas, ficando o transporte 
por conta da instituição. 
Essa exposição pública atrai infalivelmente os 
curiosos, sobretudo compatriotas da defunta, que também 
contribuem para o enterro. Pobres como ela, dão apenas, o 
mais das vezes, uma moeda de dez réis a menor moeda 
em circulação. Mas o número supre a modicidade do 
óbolo pois não há exemplo de indigente moçambique que 
fique sem sepultura por falta de dinheiro. 
A cena se passa diante da Lampadosa, pequena 
igreja servida por um padre negro a assistida por uma 
confraria de mulatos. 
O mestre de cerimônias negro, com uma vara na 
mão, vestindo uma dupla cota formada por lenços de cor e 
com sua rodilha à cabeça, faz parar o cortejo diante da 
porta, que só é aberta no momento da chegada, a fim de 
evitar a entrada da multidão de curiosos seus 
compatriotas. O tambor aproveita essa parada para fazer 
rufar seu instrumento, enquanto as negras depositam no 
chão os seus diversos fardos, a fim de acompanhar com 
APOSTILA DEARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
14 
palmas os cantos fúnebres em honra da defunta 
transportada na rede e acompanhada por oito parentes ou 
amiga íntimas, cada uma das quais pousa a mão sobre a 
mortalha. 
A essa ruidosa pompa funerária junta-se o som de 
dois pequenos sinos, quase coberto pelo ranger dos 
gonzos enferrujados que os suportam. E a sombra da noite 
cobre todos esses detalhes com um véu fúnebre pois a 
cerimônia de acordo com os costumes brasileiros, só 
começa no fim do dia. 
 
 
Mulher Tapuia de Albert Eckout 
 
*O antropofagismo constitui a temática central desta 
pintura. A mulher Tapuia revela-se, de acordo com seus 
elementos etnográficos, sem alegorias e estereótipos de 
barbárie. 
*As pinturas de Eckhout caminharam para um tratamento 
inverso ao elaborado pela visão européia predominante da 
época, que realçava as diferenças de maneira alegórica a 
tudo que não fosse semelhante aos padrões europeus. 
*Os detalhes salientados por esse pintor não imprimem à 
imagem do nativo o conceito civilizatório. 
*Contraditoriamente ao impacto que a presença dos 
índices de canibalismo suscita, Mulher Tapuia transmite 
uma expressão de tranqüilidade. 
 
“O pintor holandês provavelmente não assistiu a 
nenhuma cena explícita de canibalismo. Mesmo assim, a 
imaginação não faltou para criar preconceitos. Em geral, 
os tapuias não eram praticantes, mas sim vítimas do 
costume dos seus inimigos tupinambás em comer carne 
humana: nunca porém para se alimentar, mas por afincada 
crença religiosa”. 
http://josevarellapereira.vilabol.uol.com.br/Cahier04.html 
 
No Brasil colônia do século 17, sem máquina 
fotográfica, pintores europeus utilizaram sua criatividade 
para retratar um mundo que, para eles, era exótico, 
diferente. 
Observe o quadro ao lado, que exemplifica este 
olhar europeu, e responda: o que a índia está fazendo? O 
que ela traz no cesto? Como está vestida? 
Antropofagia 
Na imagem podemos ter algumas idéias sobre 
como os europeus viam o Brasil e os povos que viviam 
aqui. A antropofagia (consumo de carne humana) se faz 
presente, de forma assustadora. 
É como se para os índios fosse tão comum 
carregar frutas num cesto quanto partes de corpos 
humanos a serem comidos. Hoje, entretanto, sabe-se que 
que a antropofagia não era assim tão corriqueira e, 
geralmente, fazia parte de rituais. Mesmo assim, era uma 
idéia assustadora para o colonizador. 
A nudez dos índios 
Assim como a antropofagia, a nudez era 
embaraçosa para os europeus. A maior parte dos grupos 
indígenas do território brasileiro, andavam nus - o que era 
um problema para o colonizador cristão europeu. 
Daí o motivo de a genitália da índia ter sido 
representada coberta por uma folha, da mesma maneira 
que eram representados Adão e Eva - uma indicação de 
que, para os europeus, o novo mundo era o paraíso. 
http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u24.jhtm 
 
 
Flor do Mangue de Frans Krajeberg 
 
Na escultura Flor do Mangue o artista polonês de 
nascimento e brasileiro naturalizado, retira da floresta e 
do mangue o material já sem vida e o reutiliza, mostrando 
sua indignação e denunciando a violência contra o meio 
ambiente provocada pelas ações devastadoras do homem. 
 
. 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
15 
 
Lilith, por Anselm Kiefer (1987-89) 
Na obra "Lilith" de 1987/9, a visão terrível do 
caos urbano foi inspirada pela visita de Kiefer à cidade de 
São Paulo, Brasil. A cidade está envolta numa bagunça 
apocalíptica que Kiefer cria espalhando poeira e a terra 
sobre a pintura, fios de cobre e depois queimando parte da 
superfície. De acordo com a mitologia hebraica, Lilith foi 
a primeira esposa de Adão, um espírito aéreo sedutor e 
demoníaco. Na pintura de Kiefer, Lilith parece trazer a 
destruição pelo ar sobre os edifícios modernistas de Oscar 
Niemeyer. 
 
OBJETO DE CONHECIMENTO 2 
Indivíduo, Cultura e Identidade 
 
Identidade cultural é o sentimento de identidade 
de um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida 
em que ele é influenciado pela sua pertença a um grupo 
ou cultura. 
Identidade é a igualdade completa. Cultural é um 
adjetivo de saber. Logo, a junção das duas palavras 
produz o sentido de saber se reconhecer. Todos nós já 
nascemos com uma identidade própria, a identidade de 
gênero, ou seja, masculino e feminino, que possui uma 
característica própria e incontestada. 
Um exemplo da consistência dessa identidade é o 
fato de que quando vemos uma gestante logo ficamos 
curiosos em saber se aquele novo ser é menino ou menina. 
O fato é que biologicamente a criança nascerá com uma 
dessas identidades (masculina ou feminina) e morrerá 
com a mesma. 
Já as demais identidades (cultural, religiosa, etc), 
as chamadas identidades subjetivas, são totalmente 
flexíveis, pois podem ser facilmente influenciadas. 
Retomando o exemplo do bebê, ele poderá nascer com o 
órgão genital masculino e ter atitudes totalmente 
femininas e vice-versa. Isso se dá devido à influências do 
meio em que o ser está inserido. 
Na identidade cultural isso não é muito diferente, 
isto é, a influência do meio modifica totalmente um ser já 
que nosso mundo é repleto de inovações e características 
temporárias, os chamados "modismos". Uma pessoa que 
nasce em um lugar absorve todas as características deste, 
porém se ela for submetida a uma cultura diferente por 
muito tempo ela adquirirá características do local onde 
está agregada. 
No passado as identidades eram mais conservadas 
devido à falta de contato entre culturas diferentes; porém, 
com a globalização, isso mudou fazendo com que as 
pessoas interagissem mais, entre si e com o mundo ao seu 
redor. 
O importante é que devemos respeitar todos os 
tipos de identidade (subjetivas), para que não haja 
conflitos e desavenças entre os povos, pois essas são 
apenas esteriótipos que se modificam com o decorrer do 
tempo. 
"http://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_cultural" 
 
Adereços Cerimoniais, tribo Kayabi 
 
 
Enterro de Mulher Negra de Debret 
 
 
A Rendição de Can de Modesto Broccos 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
16 
 
Parede da Memória de Rosana Paulino 
 
 
 
 
A Leitora de Fragonard 
 
“A obra mostra uma jovem dama francesa 
embrenhada na solitária leitura de um livro de bolso, 
provavelmente um romance, a tela A Leitora (1770-72) de 
Jean-Honoré Fragonard, é uma das inúmeras imagens de 
leitura que povoam a obra de pintores europeus a partir do 
século XVIII, época em que "a febre de ler" está 
instaurada na Europa”. 
 
 
Danaide de Rodin 
 
 
Valentina de Vick Muniz 
 
Revolução Industrial 
 
A substituição das ferramentas pelas máquinas, da 
energia humana pela energia motriz e do modo de 
produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a 
Revolução Industrial; revolução, em função do enorme 
impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de 
transformação acompanhado por notável evolução 
tecnológica. 
A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na 
segunda metade do século XVIII e encerrou a transição 
entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação 
primitiva de capitais e de preponderância do capital 
mercantil sobre a produção. Completou ainda o 
movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra 
no século XVII. 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
17 
 
Artesanato, manufatura e maquinofatura 
 
O artesanato, primeira forma de produção 
industrial, surgiuno fim da Idade Média com o 
renascimento comercial e urbano e definia-se pela 
produção independente; o produtor possuía os meios de 
produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em 
casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas 
as etapas da produção. 
A manufatura resultou da ampliação do consumo, 
que levou o artesão a aumentar a produção e o 
comerciante a dedicar-se à produção industrial. O 
manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão 
trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. 
Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou 
artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e 
tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com 
assalariados, sem controle sobre o produto de seu 
trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão 
social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da 
produção. 
Na maquinofatura, o trabalhador estava sub-
metido ao regime de funcionamento da máquina e à 
gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se 
consolidou a Revolução Industrial. 
http://www.culturabrasil.org/revolucaoindustrial.htm 
 
Arts & Crafts (Artes e Ofícios) 
 
O movimento das arts & crafts (do inglês artes e 
ofícios, embora seja mais comum manter a expressão 
original) foi um Movimento Estético Social surgido na 
Inglaterra, na segunda metade do século XIX, defendia o 
artesanato criativo como alternativa à mecanização e à 
produção em massa. Entre outras idéias, defendia o fim da 
distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços 
da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o 
traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido 
como designer. Foi influenciado pelas idéias do romântico 
John Ruskin e liderado pelo socialista e medievalista 
William Morris. 
Durou relativamente pouco tempo, mas 
influenciou o movimento francês da art nouveau e é 
considerado por diversos historiadores como uma das 
raízes do modernismo no design gráfico, desenho 
industrial e arquitetura. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arts_&_crafts 
 
Art Nouveau (geral) 
 
Estilo artístico desenvolvido na Europa a partir do 
final do século XIX. 
O estilo Art Nouveau é caracterizado pela sua 
ruptura com as tradições que até então persistiam 
excessivamente na arte e na arquitetura. Tratou-se de um 
estilo novo voltado para a originalidade da forma, de 
modo que era destituído de quaisquer preocupações 
ideológicas e independente de quaisquer tradições 
estéticas. 
Pretendendo-se como nova arte, o estilo procura 
ainda rejeitar as formas meramente funcionais envolvidas 
em todos os objetos decorativos provenientes da produção 
em massa e adere às formas sinuosas, curvilíneas. 
Portanto tal estilo teve principal influência sobre a 
arte decorativa do início do século e ainda sobre a arte 
arquitetônica, na qual grandes nomes da arquitetura 
moderna se utilizaram deste estilo, como por exemplo o 
arquiteto espanhol Gaudi. 
Também na pintura, o estilo esteve relativamente 
presente nas obras de personalidades artísticas como 
Vasili Kandinsky e Franz Marc. O estilo teve seu 
período de sucesso entre as duas últimas décadas do 
século XIX e as duas primeiras do século XX, em que é 
substituído paulatinamente pelo estilo Art Deco e 
definitivamente abandonado por ser considerado um estilo 
já ultrapassado. 
 
 
 
 
 
Art Nouveau (arquitetura) 
 
Também conhecido como estilo 1900 ou o estilo 
Liberty, o Art Nouveau se apresenta como tendência 
arquitetônica inovadora do fim do século XIX; um estilo 
floreado, onde se destacam a linha curva e as formas 
orgânicas inspiradas em folhagens, flores, cisnes, 
labaredas e outros elementos. 
O movimento teve início na Inglaterra em 1880 
com William Morris (1834 - 1896) e Arthur Heygate 
Mackmurdo (1852 - 1942), artistas que atuavam na 
produção tipográfica e de têxteis. Nessa época acreditava-
se que o século XIX demonstrava pouca ou nenhuma 
importância estética.Tentando reverter esse panorama, 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
18 
Morris, pintor, poeta e artesão, clamava por uma 
unificação de todas as artes com o propósito de mudar a 
estética vigente que era a simples reprodução dos estilos 
do passado. Os ideais de Morris influenciaram aquela 
geração de artistas e arquitetos a enfatizarem o propósito 
social do desenho, na tentativa de integrar a arte à vida 
cotidiana. 
Dez anos mais tarde, o estilo tem sua estréia na 
Arquitetura, com Victor Horta (1861 - 1947) e seu 
projeto para a residência Tassel (1892 / 93) em Bruxelas; 
apresentando como características, além do uso de 
elementos orgânicos, as aberturas com formas irregulares, 
a exploração de elementos de textura e cor nos 
revestimentos, o uso de ferro fundido e vidro, o 
desenvolvimento de novos materiais e novas formas de 
expressão apropriadas. 
O Art Nouveau pode ser interpretado como um 
movimento burguês de cunho revolucionário, na medida 
que afronta a máquina (Revolução Industrial) e sugere a 
renovação do contato com a natureza, pregando o uso da 
ferramenta de trabalho como prolongamento do corpo do 
artista (A arte contra a técnica). 
Fonte: Enciclopédia Digital Master. 
 
 
 
 
 
Uma Estética para o Design 
 
Ao contrário da maioria das correntes associadas 
ao movimento modernista, o Art Nouveau não foi 
dominado pela arquitetura. Mesmo os pintores mais 
estreitamente relacionados com o estilo, Toulouse-
Lautrec, Pierre Bonnard, Gustav Klimt, criaram cartazes e 
objetos de decoração memoráveis. Juntamente com o Arts 
and Crafts, o Art Nouveau foi um dos estilos estéticos que 
preparam o caminho do design moderno. 
Art Nouveau modernizou o design editorial, a 
tipografia e o design de marcas comerciais; além de se 
destacar pelo desenvolvimento dos cartazes modernos. 
Art Nouveau também revolucionou o design de moda, o 
uso dos tecidos e o mobiliário, assim como o design de 
vasos e lamparinas Tiffany, artigos de vidro Lalique e 
estampas Liberty. 
A litografia colorida tornou-se disponível no final 
do século XIX, possibilitando aos designers da época 
trabalhar direto na pedra, sem as restrições da impressão 
tipográfica, possibilitando um desenho mais livre. Esse 
avanço tecnológico foi responsável pelo florescimento e 
difusão dos cartazes impressos. 
 
Influência da pintura japonesa 
 
Talvez a principal influência estética que inspirou 
o uso livre do espaço graficamente foi a popularidade das 
estampas japonesas. A pintura japonesa valorizava muito 
o espaço em branco do papel e a composição precisa dos 
elementos figurativos, além do movimento e textura 
gráfica da pincelada. Podemos perceber essa influência 
direta na composição e desenho, extremamente gráficos e 
econômicos, de Aubrey Beardsley, um dos pioneiros do 
design (e do desenho artístico) moderno. Além disso, a 
expressividade da caligrafia japonesa pode ter 
influênciado também muito da caligrafia expressiva do 
Art Nouveau. 
 
A influência do Art Nouveau 
 
Embora o Art Nouveau seja uma manifestação 
típica do século XIX, podem-se encontrar traços desse 
movimento no design gráfico posterior do século XX. 
Para demonstrar a continuidade da influência do estilo, 
podemos destacar: 
• O estilo psicodélico dos anos de 1960-70 (ver 
Milton Glaser). Especialmente influênciados pelo 
Jugendstil. 
• A família tipográfica Bookman, o arredondado da 
Cooper Black e o redesenho de tipografias antigas 
e ornamentadas, possíveis por avanços 
tecnológicos como a fotoletra, fotocomposição e a 
tipografia digital. 
Embora, por muito tempo, designers educados à 
sombra do Bauhaus e do Estilo internacional tenham 
criticado o Art Nouveau como uma manifestação estética 
excessivamente ornamental,atualmente se valoriza muito 
a importância histórica do Art Nouveau, sem menosprezar 
a sua riqueza ornamental. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Art_nouveau 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
19 
 
 
Liberdade Guindo o Povo de Delacroix 
 
 
A Coroação de Napoleão de David 
 
 
Desastres de Guerra de Goya 
 
 
Eros e Psyque de Antonio Canova 
 
 
O Ângelus 
 
 
Tiradentes 
 
Flôr do Mangue 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
20 
 
Mortalake Terrace 
 
Obra de Anselm Kiefer, série São Paulo 
 
OBJETO DE CONHECIMENTO 3 
Tipos e Gêneros 
 
Na sociologia, identidade de gênero se refere ao 
gênero em que a pessoa se identifica (i.e, se a mesma se 
identifica como sendo um homem, uma mulher ou se a 
mesma ve a si como fora do convencional), mas pode 
também ser usado para referir-se ao gênero que certa 
pessoa atribui ao indivíduo tendo como base o que tal 
pessoa reconhece como indicações de papel social de 
gênero (roupas, corte de cabelo, etc.). 
Do primeiro uso, acredita-se que a identidade de 
gênero se constitui como fixa e como tal não sofrendo 
variações, independente do papel social de gênero que a 
pessoa se apresente. 
Do segundo, acredita-se que a identidade de 
gênero possa ser afetada por uma variedade de estruturas 
sociais, incluindo etnicidade, trabalho, religião ou 
irreligião, e família. 
 
Diferentes visões sobre identidade 
 
Existem diversos fatores que envolve a formação 
de identidades, como a diferença entre os diversos tipos 
de identidade. A primeira das identidades a considerada 
primordial é a identidade de gênero homem ou mulher, 
pois queira ou não as pessoas já rotulam as outras diante 
disso. Portanto diferentes tipos de identidade são produto 
da construção da sociedade e da história onde mantém se 
a relação de poder de acordo com o modelo essencialista, 
onde a identidade vem da biologa, o que você é, é 
resultado da sua genética e a ciência vai de acordo com 
esse modelo. 
Há também o modelo de construtivismo em que a 
identidade é construída, transformada, pois não existem 
identidades que não passaram por mudanças ao longo dos 
anos e quando isso ocorre ela muda de acordo como é 
vista e interpretada pelos outros. Pois as transformações 
sociais são tão alarmantes quanto as tecnológicas, 
políticas e econômicas, então as identidades que 
encontram se em comflito então no interior dessas 
transformações. 
Hoje em dia os conflitos são mais identitários 
(religião, cultura), em vez de ideológicos (comunismo, 
capitalismo), como já foi um dia. 
Portanto, atualmente existem inúmeras formas de 
identidade e essas apesar de serem muitas vezes 
contraditórias elas acabam se cruzando e podem até se 
completarem. 
Gêneros de Pintura 
 
Cor 
 
O elemento fundamental da pintura é a cor. A 
relação formal entre as massas coloridas presentes em 
uma obra constitiu sua estrutura fundamental, guiando o 
olhar do espectador e propondo-lhe sensações de calor, 
frio, profundidade, sombra, entre outros. Estas relações 
estão implícitas na maior parte das obras da Historia da 
Arte e sua explicitação foi uma bandeira dos pintores 
abstratos. 
 
História 
 
A pintura acompanha o ser humano por toda a sua 
história. Ainda que durante o período grego clássico não 
tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, a Pintura 
foi uma das principais formas de representação dos povos 
medievais, do Renascimento até o século XX. 
Mas é a partir do século XIX com o crescimento 
da técnica de reprodução de imagens, graças à Revolução 
Industrial, que a pintura de cavalete perde o espaço que 
tinha no mercado. Até então a gravura era única forma de 
reprodução de imagens, trabalho muitas vezes realizado 
por pintores. Mas com o surgimento da fotografia, a 
função principal da pintura de calavele, a representação de 
imagens, enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa 
maneira, a crise da imagem única e o apogeu de 
reprodução em massa. 
No século XX a pintura de cavalete se mantém 
através da difusão da galeria de arte. Mas a técnica da 
pintura continua a ser valorizada por vários tipos de 
designers (ilustradores, estilistas, etc.), especialmente na 
publicidade. Várias formas de reprodução técnica surgem 
nesse século, como o vídeo e diversos avanços na 
produção gráfica. A longo do século XX vários artistas 
experimentam com a pintura e a fotografia, criando 
colagens e gravuras, artistas como os dadaístas e os 
membros do pop art, só para mencionar alguns. Mas é 
com o advento da computação gráfica que a técnica da 
pintura se une completamente à fotografia. A imagem 
digital, por ser composta por pixels, é um suporte em que 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
21 
se pode misturar as técnicas de pintura, desenho, escultura 
(3d) e fotografia. 
A partir da revolução da arte moderna e das novas 
tecnologias, os pintores adaptaram técnicas tradicionais 
ou abandonaram elas, criando novas formas de 
representação e expressão visual. 
 
Retrato 
 
Um retrato é uma pintura, fotografia ou outra 
representação artística de uma pessoa. O mais famoso 
exemplo de um retrato é a La Gioconda (Monalisa) de 
Leonardo da Vinci. 
Os fotógrafos aprenderam com os artistas 
plásticos, a famosa regra dos terços, assim como os 
cineastas e a televisão. 
No retrato clássico, a regra dos terços diz que os 
olhos da pessoa fotografada devem estar a altura de um 
terço superior, assim como a linha do horizonte na 
paisagem. A pessoa não deve ficar de frente e no centro, 
como se faz quando se tira uma foto para documento. A 
pessoa deve estar com perfil parcial, costas próxima a 
uma das margens e frente voltada levemente para o lado 
maior da foto, tendo os olhos direcionados à objetiva da 
câmera. Olhos baixos significam depressão e tristeza, 
olhos altos, indicam altivez e contemplação. 
Referência: 
Enciclopédia Multumídia da Arte Universal 
http://www.nosralla.com.br/portal%20no
sralla/artenosralla/falandopinturacor.ht
m 
 
 
Valentina 
 
 
Parede da Memória 
 
Paisagens 
 
“Na arte de pintar, a paisagem é um gênero 
autônomo, fundamentado nos aspectos visuais da 
natureza. Na Antiguidade, tais aspectos eram apenas um 
elemento de fundo, como demonstram as pinturas nos 
túmulos egípcios e nas construções romanas. E durante 
séculos, a paisagem continuou como cenário de quadros. 
Somente no século XVII, com os pintores holandeses, que 
a paisagem ganhou individualidade como gênero. Mas foi 
penas no século XVIII que ela adquiriu a importância de 
que ainda hoje desfruta”. 
A Arte de Pintar (Com adaptação) 
 
O Ângelus 
 
 
Mortalake Terrace 
 
Histórica 
 
O termo se aplica à pintura que representa fatos 
históricos, cenas mitológicas, literárias e da história 
religiosa. Em acepção mais estrita, refere-se ao registro 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
22 
pictórico de eventos da história política. Batalhas, cenas 
de guerra, personagens célebres, fatos e feitos de homens 
notáveis são descritos em telas de grandes dimensões. 
Realizadas, em geral, sob encomenda, as pinturas 
históricas evidenciam um tipo de produção plástica 
comprometida com a tematização da nação e da política. 
Se os acontecimentos domésticos, o cotidiano e os 
personagens anônimos são registrados pela pintura de 
gênero, os grandes atos e seus heróis são narrados em tom 
elevado e estilo grandioso pela pintura histórica. O 
desafio pictóricocolocado por essas telas reside na 
experimentação simultânea de diferentes gêneros 
artísticos: das paisagens e naturezas-mortas (nos panos de 
fundo e elementos do cenário); dos retratos e cenas de 
gênero (ensaiados na caracterização dos personagens e 
ambiências). A realização de telas com grande número de 
elementos, por sua vez, incita os pintores a procurarem 
soluções inéditas em termos de composição. 
http://itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuse
action=termos_texto&cd_verbete=327 
 
 
 
 
Pintura de Gênero 
 
Durante a Idade Média a vida cotidiana não era 
considerada uma temática digna de ser representada pela 
arte oficial. Esta visão começou a mudar com o 
naturalismo Gótico - através das iluminuras e, 
especificamente, dos Livros das Horas (ver Biblioteca) - 
com a representação de hábitos e costumes cotidianos, 
principalmente cortesãos (cenas de caça, passeios no 
campo) mas também populares (trabalhos agrícolas, que 
tinham uma importância alegóricas dentro do 
cristianismo). Nesse mesmo período ressurgia a classe 
média, que logo se tornaria o personagem mais freqüente 
neste tipo de composição, dando independência às 
temáticas ligadas ao cotidiano doméstico. 
A importância da burguesia no cenário social 
geral foi tão gradual quanto sua aparição nas cenas 
representadas, como parte de um processo mais amplo de 
secularização da cultura (ver Quarto) que foi marcante 
desde o século XV. Nos séculos seguintes, em meio às 
investidas da Igreja na Contra-Reforma, cenas religiosas 
foram representadas em ambientes de cozinhas populares. 
Ainda aqui, a questão religiosa era o centro do conteúdo 
dessas pinturas. Um exemplo disso é Cristo na casa de 
Marta e Maria, de Velázquez, no qual a cena religiosa 
pode até estar representada no segundo plano da imagem, 
mas tudo gira em torno dos preceitos religiosos da cultura 
espanhola, fervorosamente católica - desde o olhar 
sofredor e humilde dos personagens populares, até a 
escolha simbólica dos alimentos representados (como o 
peixe e o ovo). 
A partir do século XVII a opulência da temática 
cotidiana dominou o quadro e a cena religiosa foi 
suprimida, dando origem a dois gêneros que marcaram a 
arte dos século seguintes: a Natureza-Morta e a Pintura 
de Gênero, destacando personagens populares, ou pelo 
posicionamento frente ao cenário ou/e pelas ações que 
realizavam, conferindo-lhes uma relativa sensualidade. 
No início esta foi vista como um subgênero, e suas obras 
como obras "sem tema" - de valor inferior dentro do 
mercado de arte. 
Este gênero desenvolveu-se mais amplamente na 
parte norte dos Países Baixos (atual Holanda), onde não 
havia uma corte (uma vez que a região era organizada em 
províncias), nem um clero sediado (já que eles adotaram o 
recém surgido protestantismo). Sua origem nessa região 
está associada às ricas cenas pintadas por Bruegel, em 
suas cenas de camponeses em atividades cotidianas, que 
se tornaram extremamente influentes entre os artistas da 
época. A Holanda de então, habitada por uma próspera 
população burguesa, vinha refinando seus modos de vida, 
seu gosto e se tornando consumidora fiel de arte. Com 
suas casas singelas, menores que os palácios da nobreza 
do sul dos Países Baixos, que preferiam as grandiosas 
cenas mitológicas, religiosas e históricas, eles adotaram os 
pequenos tamanhos (telas pintadas em cavalete) para suas 
pinturas de temáticas cotidianas e idílicas (ver Salão de 
Baile). 
Outra característica marcante do gênero, 
principalmente na região holandesa, é o extremo 
naturalismo que, muitas vezes, chega ao realismo burguês. 
Ele está completamente voltado para o homem e para a 
natureza, assim como para as cenas e motivos que faziam 
parte da existência diária e pessoal: os aposentos das 
casas, o pátio, a cidade, a paisagem local, a fachada da rua 
e, de forma bastante inovadora e singular, a mulher em 
suas atividades domésticas. Conforme Hauser, este gênero 
"espiritualiza o que é visível e torna visível o que é 
espiritual". Dentre os artistas, destacamos Pieter de 
Hooch, Gerard Dou e Vermeer, este último singular por 
anular o caráter anedótico freqüente neste gênero, 
conferindo mistério e profundidade psicológica aos seus 
personagens. Por essa razão, ele é definido como o "pintor 
do silêncio", da quietude. 
É importante observar que, no geral deste gênero, 
as pessoas são registradas por suas atividades 
profissionais ou classe social, diferente dos retratos, em 
que eram retratados como indivíduos (por exemplo, 
exibindo objetos particulares, medalhas conquistadas e 
brasões de família). Daí a recorrência de cenas da vida 
cotidiana, de trabalho e de festas, além das atividades 
domésticas. 
No século XVIII, principalmente na França, o 
gênero adquiriu uma ênfase moralista, pedagógica de 
virtudes (mulheres costurando e ensinado, filhos lendo, 
maridos junto à família na sala do lar), distanciando-o da 
espiritualidade latente em seu início. No final do século 
XIX, os temas domésticos ganham força novamente, em 
abordagens diversas: no olhar realista de Daumier; no 
compromissi social de Os Comedores de Batata de Van 
Gogh; nas pesquisas de composição, cor e forma de 
Mulher com Cafeteira de Cézanne. 
 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
23 
 
 
AA A Leitora 
A 
 
 
 
Mulher Passando a Ferro de Edgar Degas 
 
 
 
A Bailarina de 14 Anos 
 
 
Árabes de Rua na Rua Malberry de Jacob Riis 
 
OBJETO DE CONHECIMENTO 04 
Estruturas 
 
A linguagem visual se estrutura a partir de cinco 
elementos básicos, que constituem os "vocábulos formais" 
de seu repertório: linha, superfície, volume, luz e cor. 
Com eles, estruturam-se todas as imagens de arte, de 
todas as épocas e culturas. Em si, isoladamente, estes 
elementos nada representam, nada designam ou 
significam. Eles apenas contêm certas potencialidades de 
APOSTILA DE ARTE ROSÂNGELA LISBOA E JOSEFA RODRIGUES DA SILVA 
 
24 
configurar um determinado padrão quando relacionados 
entre si, cujas possibilidades formais são infinitas. 
 
Distribuição de componentes 
 
Em todas as formas visuais, a parte inferior 
significa para nós a base. É como se fosse a terra em que 
pisamos. Daí decorrem várias qualificações: 
imediatamente a margem inferior torna-se a linha de base. 
Em conseqüência disto, toda a área que a acompanha 
torna-se visualmente mais pesada (fig. 3). Assim, 
qualquer indicação visual que entrar na área baixa ficará 
carregada de peso, densidade e proximidade. Em 
contrapartida, a parte superior de uma forma é associada 
com céus, altura, transparência, distância e leveza. Tudo 
aí torna-se menos denso, quase imaterial, como se 
estivesse flutuando no espaço. Portanto, para conferir 
maior leveza à interface, deve-se evitar o agrupamento de 
elementos na base da tela. 
 
Quando for necessário centralizar uma figura 
isolada na tela, o aumento de peso visual na base poderá 
ser compensado com o deslocamento do centro 
geométrico da tela (calculado pelo cruzamento davvs 
diagonais da figura - fig. 4) um pouco mais para cima. 
Esta compensação chama-se centro perceptivo e é 
impossível de ser calculado. Ele existe em termos 
qualitativos, não quantitativos e dependerá da 
sensibilidade do projetista estabelecer este centro 
perceptivo, sempre levando em conta a área concreta das 
configurações e sua escala física real. 
 
Esta assimetria de peso entre a parte inferior e a 
superior também é observada em sentido lateral. Quando 
olhamos para um quadro, não entramos nele, visualmente, 
pelo centro, nem mesmo percebemos a configuração 
desdobrando-se para os dois lados. Ao invés disto, 
intuitivamente,

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