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Faculdades Metropolitanas Unidas Departamento de Engenharia e de Tecnologia ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS – INTOXICAÇÃO OCUPACIONAL Guglielmi Facincani. Janaina, Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, FMU Resumo: A preocupação principal deste estudo é analisar sobre os reflexos intoxicação ocupacional proveniente dos organofosforados e carbamatos que são inseticidas utilizados na área de fertilizantes. A ampla procura e utilização de inseticidas dos grupos organofosforados e carbamatos se devem à sua eficiência no controle de insetos praga e também ao fato de serem compostos que não se acumulam na natureza e possuem degradação relativamente rápida após a aplicação. Esses inseticidas associam-se a intoxicações casuais ou propositais em animais e seres humanos e a toxicidade desses produtos decorre, sobretudo, de insuficiência cardiorrespiratória por comprometimento do sistema nervoso autônomo. Palavras-chave: organofosforados, carbamatos, intoxicação 1 Introdução Organofosforados e carbamatos são compostos químicos amplamente utilizados em agropecuária como inseticidas, no controle de pragas em plantações e de parasitas em animais. O Brasil é um dos maiores consumidores desses produtos no mundo, tendo participado com 7% no consumo mundial em 19956. Ambos compostos são tóxicos para o ser humano e apresentam mecanismo comum de ação baseado na inibição da acetilcolinesterase, causando um acúmulo de acetilcolina nas sinapses nervosas. Esses compostos são potencialmente tóxicos ao homem, podendo causar efeitos adversos ao sistema nervoso central e periférico, ter ação imunodepressora ou ser cancerígeno, entre outros. Especificamente esses pesticidas não se acumulam no organismo, porém seus efeitos são acumulativos. Os organofosforados e carbamatos são responsáveis pelo maior número de intoxicações no meio rural. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 300.000 casos de intoxicação por defensivos agrícolas foram reportados no Brasil em 19936. O processo de trabalho agrícola possui riscos e danos potenciais esses riscos, fatores de risco e danos à saúde dos trabalhadores devem ser compreendidos como expressão das tecnologias utilizadas, da organização e da divisão do trabalho, da intervenção dos trabalhadores nos locais de trabalho, da ação de técnicos e instituições relacionados à questão e do arcabouço jurídico vigente. Assim, é possível afirmar que no processo de avaliação de riscos, fatores de risco e danos à saúde dos trabalhadores, além das análises das condições materiais de trabalho, é importante que se atenha aos homens responsáveis pela execução das tarefas, avaliando tanto suas condições fisiológicas, afetivas, como a experiência acumulada em relação à tarefa e às situações concretas de trabalho nas quais estão inseridos. Ou seja, a condução de tal avaliação deve ser centrada num processo de internalidade em relação ao trabalho. Tendo esta concepção como norte, é possível relacionar os principais riscos e danos que acometem os agricultores. São eles: Acidentes com ferramentas manuais, com máquinas e implementos agrícolas ou provocados por animais, ocasionando lesões traumáticas de diferentes graus de intensidade. Entre os agricultores estes são os acidentes mais comumente notificados, seja por meio dos sistemas oficiais de informação em saúde, seja pela empresa; Acidentes com animais peçonhentos cuja relação com o trabalho quase nunca é estabelecida, embora sejam bastante comuns. Ofidismo, aracneísmo, escorpionismo, são os mais comuns. Acontecem ainda com taturanas, abelhas, vespas, marimbondos etc.; Exposição a agentes infecciosos e parasitários endêmicos que provocam doenças como a esquistossomose, a malária. Exposição às radiações solares por longos períodos, sem observar pausas e as reposições calórica e hídrica necessárias, desencadeia uma série de problemas de saúde, tais como cãibras, síncopes, exaustão por calor, envelhecimento precoce e câncer de pele; Exposição a ruído e à vibração que estão presentes pelo uso das motosserras, colhedeiras, tratores etc. O ruído provoca perda lenta e progressiva da audição, fatiga, irritabilidade, aumento da pressão arterial, distúrbios do sono etc. Já a exposição à vibração ocasiona desconforto geral, dor lombar, degeneração dos discos intervertebrais e a "doença dos dedos brancos" Exposição a partículas de grãos armazenados, ácaros, pólen, detritos de origem animal, componentes de células de bactérias e fungos provocam um problema de saúde muito comum em trabalhadores rurais, e pouco reconhecido e registrado como tal. São as doenças respiratórias, com destaque para a asma ocupacional e as pneumonites por hipersensibilização; A divisão e o ritmo intenso de trabalho com cobrança de produtividade, jornada de trabalho prolongada, ausência de pausas, entre outros aspectos da organização do trabalho, condição particularmente observada em trabalhadores rurais assalariados (como, por exemplo, colheita de cana, flores, café etc.) tem ocasionado o surgimento de uma patologia típica dos trabalhadores urbanos assalariados: as LER/ DORT Lesões por Esforços Repetitivos/Doenças Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho; Exposição a fertilizantes, que podem causar intoxicações graves e mortais. As intoxicações registradas têm sido consideradas acidentais, envolvendo produtos do grupo dos fosfatos, sais de potássio e nitratos. As intoxicações por fosfatos se caracterizam por hipocalcemia, enquanto as causadas por sais de potássio provocam ulceração da mucosa gástrica, hemorragia e perfuração intestinal. Os nitratos, uma vez no organismo, se transformam por meio de uma série de reações metabólicas em nitrosaminas, que são substâncias cancerígenas; A estas situações de risco para a saúde do trabalhador se somam condições que afetam o conjunto dos trabalhadores brasileiros como: baixos salários, condições sanitárias inadequadas, carência alimentar, deficiência dos serviços de saúde, entre outras. 2 Métodos e Procedimentos Os inseticidas são substâncias químicas ou biológicas que controlam as pragas que prejudicam as lavouras. Eles representam um dos tipos de defensivos agrícolas que são utilizados para controle de doenças e plantas daninhas que afetam as culturas. Contudo, a utilização de inseticidas precisa seguir as Boas Práticas Agronômicas, principalmente o manejo integrado de pragas, que, por meio do monitoramento de pragas, indica qual o momento certo para a utilização dos insumos. Cada cultura tem sua lista de inseticidas registrados e autorizados para aplicação na lavoura. Mas isso não impede que um mesmo produto seja registrado para diferentes culturas, especialmente na produção de grãos, onde os insetos-praga, muitas vezes, atacam mais de um alimento. Além disso, um mesmo inseticida é capaz de controlar diferentes espécies de insetos-praga, como lagartas, percevejos e besouros. O conhecimento de detalhes sobre o inseticida é de suma importância na escolha do produto que será utilizado. Alternar a aplicação de insumos com diferentes modos de ação é essencial para que não haja o surgimento de insetos-praga resistentes, ocasionando perda de eficiência do produto. Modo de Ação: é como o ingrediente ativo que compõe o inseticida irá atuar no organismo do inseto-praga. Ou seja, como ele irá controlar o alvo. Ingrediente ativo (i.a.): é a principal molécula do inseticida. É o i.a. que causa o efeito de controle do inseto- praga. Existem diferentes tipos de modos de ação de inseticidas, que variam de acordo com a morfologia e o hábito alimentar dos insetos-praga. Entretanto, cabe pontuar que um mesmo modode ação pode atingir diferentes espécies. Os insetos-praga tais como pulgões, moscas brancas, cigarrinhas, https://boaspraticasagronomicas.com.br/boas-praticas/boas-praticas-agronomicas/ https://boaspraticasagronomicas.com.br/boas-praticas/boas-praticas-agronomicas/ https://boaspraticasagronomicas.com.br/boas-praticas/monitoramento-de-pragas/ lepdópteras e ácaros atacam nervos e músculos, crescimento e desenvolvimento celular, respiração celular e apena lepdópteras atacam o intestino médio. Os diferentes tipos de ação afetam a quantidade, a eficiência e a velocidade de transferência da dose para o alvo, conforme figura abaixo: Figura 1– Modos de ação dos inseticidas Fonte:https://boaspraticasagronomicas .com.br/artigos/inseticidas/ Devemos levar em conta que os diferentes modos de transferência do inseticida para o inseto podem ter sua eficiência de controle prejudicada quando eles não forem escolhidos de maneira correta. Um produto de contato direto em spray, por exemplo, pode ter menor eficiência quando comparado a um inseticida de ingestão ou contato residual. Isso ocorre porque o tempo em que o inseto fica exposto ao inseticida é maior no segundo e terceiro casos, resultando em um controle mais eficiente. 2.1 Toxicidade dos agrotóxicos Há um novo marco regulatório de agrotóxicos. A Anvisa alterou forma de classificação e os rótulos das embalagens dos produtos vendidos no Brasil Classe I – Extremamente Tóxico: Fatal se ingerido, sem contato com a pele ou inalado. Altamente Tóxico: Idem. A diferença para o pior grau está na quantidade de exposição ao produto. Classe II – Moderadamente Tóxico: Causa Intoxicação se ingerida, em contato com a pele ou inalado. Classe III – Pouco Tóxico: Nocivo se ingerido, em contato com a pele ou inalado. Improvável de Causar Dano agudo: Pode ser perigoso se ingerido, em contato com a pele ou inalado. Classe IV – Sem Advertência: Não Classificado – Sem Riscos ou Recomendações https://boaspraticasagronomicas.com.br/artigos/inseticidas/ https://boaspraticasagronomicas.com.br/artigos/inseticidas/ Figura 2 – Classes Toxicológicas dos agrotóxicos com base na DL50 Fonte:https://www.agencia.cnptia.embr apa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fo hgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html 2.2 Carbamatos Provenientes do ácido carbâmico, eles são compostos orgânicos e podem ser divididos em carbamatos inseticidas, herbicidas e fungicidas. O seu modo de ação é a paralisação de nervos e músculos dos insetos-praga, por meio da inibição da enzima acetilcolinesterase. Os carbamatos possuem baixa ação residual devido à instabilidade química da molécula. No entanto, sua atividade inseticida é considerada alta e com baixa toxicidade a longo prazo. 2.3 Organofosforados São compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico e seus homólogos. São muito utilizados no controle de insetos sugadores e que causam desfolha e danos às raízes. Os organofosforados também são inibidores da enzima acetilcolinesterase, atuando também nos tecidos nervoso e muscular dos insetos. São biodegradáveis e com baixa persistência no solo (variando de um a três meses). 3 Doenças Ocupacionais A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20, I da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991 como a enfermidade produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social e/ou a doença de trabalho tem previsão legal no inciso II do artigo 20 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991, que a define como enfermidade adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. 3.1 Principais Doenças Ocupacionais Lesão por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbio Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT): como o próprio nome diz, essas lesões são causadas pela repetição excessiva https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357133/inciso-i-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357093/inciso-ii-do-artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11357164/artigo-20-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91 de movimentos ou postura inadequada, causando uma dor crônica que tende a piorar ao longo dos anos. O grande problema da LER é ser confundida com um mal estar passageiro, uma torção ou mau jeito. A diferença básica entre LER e DORT, é que a primeira pode não necessariamente ocorrer em ambiente de trabalho e a segunda refere-se unicamente ao dia a dia profissional. Asma Ocupacional: Ocorre por inalação de partículas, comuns em trabalhadores da construção civil ou que lidam com couro, algodão, madeira ou sílica. Começa com tosse crônica, falta de ar e chiado no peito e pode ter desdobramentos fatais, como paradas respiratórias e câncer de pulmão. Silicose: Doença ocupacional irreversível causada pelo acúmulo de poeira de sílica nos pulmões, revestindo-os de uma forma que impede a respiração gradativamente e aumenta progressivamente com o tempo – mesmo que o trabalhador seja afastado. Pode levar à morte por insuficiência respiratória. Antracose: lesão pulmonar causada pelo acúmulo de partículas de carvão nos pulmões, infelizmente bem comum em mineiros, trabalhadores de grandes centros urbanos, trabalhadores que lidam com carvão ou que residam/trabalhem em áreas muito poluídas. Pode levar a disfunções pulmonares graves, como fibrose pulmonar, por exemplo. Bissinose: comum na indústria algodoeira e têxtil, é causada pelo acúmulo de poeira das fibras de algodão, linho ou cânhamo nos pulmões. Siderose: Causada pelo acúmulo de partículas microscópicas de ferro nos bronquíolos, está entre as doenças ocupacionais que atacam trabalhadores de minas de ferro. Um dos seus sintomas mais comuns é a falta de ar constante. Dermatose Ocupacional: comum entre mecânicos e na indústria como um todo, a dermatose ocupacional é causada pelo contato constante com graxa ou óleo mecânico. Causa reações alérgicas crônicas, criando placas na pele. Câncer de pele: embora seja muito comum no País, essa enfermidade só pode estar entre as doenças ocupacionais – e obter auxílio do INSS – caso tenha sido originada no ambiente de trabalho. Costuma ocorrer em trabalhadores de lavoura ou qualquer outro trabalho que envolva exposição ao sol. Surdez: comum em trabalhadores expostos a ruídos constantes, a surdez pode ser temporária ou definitiva. É uma doença silenciosa, que caracteriza-se pela perda auditiva progressiva, levando o trabalhador lentamente à perda parcial ou total da audição, por desgastar o ouvido de forma irreversível. Comum em operadores de telemarketing, metalúrgicos e trabalhadores da Construção Civil, especialmente se não há uma fiscalização rígida e um compromisso do trabalhador com a utilização de protetores auriculares. Catarata: Responsável por metade dos casos de perda total de visão no mundo, a Catarata é muito comum no Brasil. Mas, assim comoo câncer de pele, só é considerada ocupacional se decorre da atividade profissional do indivíduo. A Catarata é ocasionada pela perda do Cristalino, normalmente em decorrência de exposição a altas temperaturas. Afeta muitos trabalhadores da metalurgia e da siderurgia. Desgaste de Visão: afeta trabalhadores noturnos, como vigias, médicos, enfermeiros ou operadores de serviços 24 horas. O trabalho noturno desregula a produção de hormônios, que aconteceria durante o sono, afetando outras funções corporais, como a visão, por exemplo. Se essa situação ocorre de forma prolongada, o desgaste pode levar à perda parcial ou total da visão. Psicossociais: A pressão excessiva do mundo moderno gera uma série de problemas de ordem emocional, como depressão, estresse, ataques de ansiedade ou síndrome do pânico. Podem ser causadas por isolamento, pressão psicológica, ritmo agressivo de trabalho, dificuldades ou desentendimentos no ambiente de trabalho ou carga horária excessiva. São doenças perigosas por não serem encaradas com a devida seriedade, podendo ser imperceptíveis quando no início ou à primeira vista. Ao contrário do que pensam, podem se tornar irreversíveis, afastando definitivamente o trabalhador. Ocorre com frequência entre policiais, seguranças, bancários, operadores de telemarketing e profissionais de comunicação. Figura 3: Troad Comunicação com informações da Fundacentro Fonte:http://sindiquimicos.org.br/arquiv os/36750 4 Análise e Discussão dos Resultados A saúde humana depende da forma e tempo de exposição e do tipo de produto com sua toxicidade específica. O efeito pode ser agudo por uma exposição de curto prazo, ou seja, algumas horas ou alguns dias, com surgimento rápido e claro de sintomas e sinais de intoxicação típica do produto ou outro efeito adverso, como lesões de pele, irritação das mucosas dos olhos, nariz e garganta, dor de estômago (epigastralgia); ou crônico, por uma exposição de mais de um ano, com efeitos adversos muitas vezes irreversíveis. Esses inseticidas são bem absorvidos pela pele e por ingestão e pouco, por inalação. É importante ressaltar que mais de 90% da absorção se dá pela pele e o restante via digestiva, pois as gotículas das pulverizações não são inaláveis por serem grandes e acabam sendo deglutidas quando estão nas vias aéreas superiores (nariz, garganta, faringe). A ação desses agrotóxicos se dá pela inibição de enzimas no organismo, chamadas de colinesterases, principalmente a acetilcolinesterase. Estas enzimas estão presentes na transmissão de impulsos nervosos em diversos órgãos e músculos. Quando ocorre uma contaminação por organofosforado ou carbamato, há uma ligação entre essas enzimas e o veneno, impedindo que as mesmas realizem sua função, havendo então uma série de sintomas e sinais clínicos, quais sejam: Síndrome colinérgica: suadeira, salivação excessiva, pupilas puntiformes (miose), hipersecreção brônquica, vômitos, cólicas e diarréia. Síndrome nicotínica: tremores, abalos musculares, alterações da pressão arterial. Síndrome neurológica: confusão mental, dificuldade para andar, convulsões, depressão cárdio- respiratória, coma e morte. Alguns grupos de organofosforados podem inibir outras enzimas, chamadas esterases neurotóxicas, que agem por http://sindiquimicos.org.br/arquivos/36750 http://sindiquimicos.org.br/arquivos/36750 mecanismos ainda pouco conhecidos, porém, sabe-se que elas têm uma ação protetora dos nervos longos dos membros inferiores e superiores. Assim, quando ocorre uma inibição destas, a pessoa contaminada pode apresentar uma neuropatia periférica com atrofia dos músculos das pernas e braços, paralisia que pode ser irreversível. Outros efeitos de gravidade e pouco mencionados nas exposições de longo prazo estão relacionados com distúrbios de coagulação sanguínea que alguns organofosforados podem determinar, levando muitas vezes a pessoa contaminada ao óbito. 4.1 Toxicocinética A solubilidade do organofosforados nos tecidos estão diretamente ligadas aos sinais clínicos da intoxicação, estes podem aparecer tardiamente ou de imediato. Se inalado vapores do produto no ambiente, os sintomas aparecem em poucos minutos, se ingerido via oral ou devido à exposição dérmica eles aparecem de forma gradual. Se ocorrer uma exposição cutânea localizada, o efeito tende a se restringir a área exposta, sendo a reação exacerbada se houver lesão cutânea ou dermatite. Para os carbamatos, a exposição dérmica torna-se crítica à elevadas temperaturas. A via dérmica contudo, é a via mais comum de intoxicações ocupacionais, seguida da via respiratória. Expostas em todo o Brasil, assim como adequar as instituições acadêmicas e de assistência do Sistema Único de Saúde, com tecnologias mais modernas para um melhor e mais precoce diagnóstico das doenças causadas pelos agrotóxicos, buscando reduzir o número de intoxicações, doenças e mortes causadas por estes agentes químicos. 5 Atendimento a Intoxicação 5.1 Carbamatos/Organofosforados A ação de inibição da acetilcolinesterase (AChE), que tem ação de degradar o neurotransmissor acetilcolina (ACh). Assim, há acúmulo de ACh nos receptores muscarínicos, nicotínicos e no sistema nervoso central. 5.1.1 Sinais Clínicos Receptores Muscarínicos: sialorréia, sudorese, lacrimejamento, miose, borramento visual, hiperemia conjuntival, náusea, vômito, diarréia, tenesmo, dor abdominal, incontinência fecal, hipersecreção brônquica, rinorréia, sibilos, broncoespasmo, dispnéia, cianose, bradicardia, hipotensão, bloqueio AV, aumento da frequência urinária, incontinência urinária. Receptores Nicotínicos: taquicardia, hipertensão, palidez, midríase, fasciculações musculares, fraqueza muscular, fadiga, cãibras, paralisia, tremores, arreflexia, paralisia flácida, insuficiência ou parada respiratória por fraqueza muscular. Receptores Sistema Nervoso Central: Sonolência, letargia, labilidade emocional, coma, cefaléia, confusão mental, ataxia, tremores, respiração tipo Cheyne-Stokes, dispnéia, fadiga, convulsões, depressão respiratória e cardiovascular. 5.1.2 Diagnóstico Determinação da atividade da colinesterase - Creatinofosfoquinase (CPK) - Eletromiografia (nas intoxicações com déficit neuromotor) - Outros: hemograma, gasometria, uréia, creatinina, ECG, Rx de tórax - Presença de grânulos do “chumbinho” na lavagem gástrica Colinesterase pac 230 = O paciente pode ter exames laboratoriais semelhantes ao encontrado em paciente que sofreram acidente por escorpião: K baixo, CK Mb, TGO, amilase, contagem de leucócitos e glicemia elevados, gasometria com acidose metabólica. A síndrome colinérgica central manifesta sintomas de psicose, agitação, confusão mental, convulsões e coma. A síndrome colinérgica nicotínica é rara, e manifesta hiperatividade simpática e disfunção neuromuscular, taquicardia, hipertensão, fasciculações musculares e até paralisia. A síndrome colinérgica muscarínica é a mais frequente. Apresenta aumento da diurese e da frequência evacuatória, vômitos, lacrimejamento, sudorese, hipersecreção brônquica, miose puntiforme, visão borrada, dispnéia, tosse, dor abdominal. Quando apenas algumas manifestações da intoxicação predominam, deve-se considerar as seguintes condições como diagnóstico diferencial: asma brônquica, gastroenterite, crise miastênica, edema pulmonar, estado epiléptico de outras etiologias Deve ser feito o diagnóstico diferencial com os seguintes problemas: asma, gastroenterite, crise miastênica, edema pulmonar e estado epiléptico de outras etiologias. 5.1.3 Tratamento: A manutenção das funções vitais é a base da primeira abordagem.A prioridade inicial é assegurar vias aéreas, manter ventilação e a oxigenação. Precisa-se manter acesso venoso e evitar desidratação. Abordar a retenção urinária, se for o caso (com cateter). A política de antídotos é regulada pelo Centro de Informações Toxicológicas (CIT). O serviço que está atendendo a emergência deve entrar com contato telefônico imediato com o CIT, passando o caso, discutindo-o e anotando as indicações recebidas. O contato com aquele centro de referência propiciará o uso do antídoto adequado, na forma correta, garantindo a descontaminação apropriada, conforme o agente tóxico e a via de exposição. Casos graves poderão precisar de internação em unidade de terapia intensiva. Os pacientes não devem ser dispensados do serviço até que permaneçam assintomáticos, por pelo menos 24 horas depois da interrupção do tratamento de todos os antídotos. Lavagem Gástrica + Carvão Ativado (pode-se repetir se necessário) 2. Atropina: bloqueia os efeitos muscarínicos Doses: Adultos: 1- 2mg/dose, EV (4 ampolas=1mg) Crianças: 0,01-0,05mg/kg/dose, EV - Pode ser repetida a cada 5 min até que o paciente apresente secura das secreções pulmonares e de mucosas e aumento da frequência cardíaca. Um aumento significativo na frequência cardíaca (mais de 20-25 batimentos por min) sugerem que não há mais envenenamento colinérgico significativo e atropina não é mais necessária 3. Antítodo: PRALIDOXIMA –não há no Brasil: age na reativação enzimática da colinesterase. - Tem maior eficácia quando administrado nas primeiras 24h da exposição - Efeito nas manifestações nicotínicas Intoxicação por organofosforados e carbamatos. Atropina: - Se depois 5 min não houve resposta satisfatóriadobrar a dose em cada aplicação, até resolução dos sintomas colinérgicos - Manutenção e retirada gradual: 10-20% da quantidade total de atropina usada em bolus , em bomba de infusão contínua, por hora. - Usar até sintomas de atropinização . Quando esses surgirem, reduzir atropina gradativamente até suspensão. - Se os sintomas colinérgicos se instalarem novamente: reiniciar atropina em 70- 80% da dose anterior. 5.2 Organosfosforados vs Carbamatos A fisiopatologia da intoxicação por carbamatos é semelhante ao organofosforados mas difere em importantes aspectos: 1. Os carbamatos inativam a acetilcolinesterase temporariamente. 2. A dose tóxica necessária é substancialmente ampla para compostos carbamatos comparados aos organofosforados. 3. Os organofosforados atravessam com facilidade a barreira hematoencefálica, produzindo quadros neurológicos mais graves Figura 4: Atendimento ao intoxicado Fonte:http://www.saude.sc.gov.br/inde x.php/documentos/atencao- basica/saude-mental/protocolos-da- raps/9200-sindrome-colinergica/file Figura 5: Mecanismo clássico de inibição da acetilcolinesterase por inseticidas organofosforados Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?s cript=sci_arttext&pid=S0100- 40422007000100028 Figura 6: Inibidor da acetilcolinesterase Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Inibid or_da_acetilcolinesterase 6 Síndrome Intermediária Dentre as manifestações da intoxicação por organofosforados, a http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100028 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100028 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100028 https://pt.wikipedia.org/wiki/Inibidor_da_acetilcolinesterase https://pt.wikipedia.org/wiki/Inibidor_da_acetilcolinesterase Síndrome Intermediária (SI) é a que determina maiores taxas de morbimortalidade associadas, principalmente com a falência respiratória, de maneira que é considerada problema médico relevante e dispendioso para países em desenvolvimento.24,29 Wadia24 observou, após estudo de 200 casos de intoxicação por organofosforados, que os pacientes apresentavam padrões de paralisia distintos, e propôs a classificação de paralisias: tipo I, para aquelas presentes na admissão ou que se manifestavam nas primeiras horas de internação; e tipo II, para as que apareciam tardiamente, em geral após o tratamento com atropina. O envenenamento agudo por organofosforado constitui-se em emergência médica. O tratamento deve assegurar que as vias aéreas estejam livres, com ventilação e circulação adequadas. A oxigenioterapia deve ser feita rapidamente. Na ausência de disponibilidade de oxigênio, a atropina deveria ser administrada rapidamente para reduzir a quantidade de secreções e melhorar a função ventilatória. O paciente dever ser colocado em posição lateral esquerda, com o pescoço estendido, com atenção para a hidratação e o controle da glicemia.39 A atropina é o único agente antagonista muscarínico usado que não reverte os efeitos nicotínicos. O objetivo da terapia precoce é reverter os efeitos colinérgicos e melhorar as funções cardíaca e ventilatória.39 A dose de atropina é de 1 a 2 mg/dose, de 10/10 ou 15/15 minutos. Pode ser usada, após a estabilização do paciente, a infusão contínua de 20 a 25 mg/kg/h em crianças, e 1,0 mg/h em adultos. Esse procedimento deve ser feito com cautela, uma vez que a dose deve ser reajustada de acordo com a melhora clínica do paciente. A atropinização não está contraindicada diante de taquicardia e de hipertensão arterial sistêmica. O espaçamento das doses de atropina (30/30 min; 60/60 min; 2/2 h) depende da reversão das manifestações de intoxicação atropínica (boca seca, rubor facial, taquicardia, midríase, agitação psicomotora, alucinação). Sua suspensão deve ser feita diante da ausência de manifestações clínicas após a o espaçamento de pelo menos duas horas de sua dose. A monitorização e o espaçamento das doses devem ser graduais, de pelo menos duas horas, e com cautela, uma vez que é possível haver efeito rebote e reaparecerem as manifestações da intoxicação. A observação deve ser feita em terapia intensiva pelo menos por 72 horas sem manifestações clínicas e sob motorização cardíaca.38 A oxima age na reativação enzimática da acetilcolinesterase inibida pelo organofosforado.27 A pralidoxima é a oxima disponível no Brasil.25 Deve ser administrada na dose de 2 g (ou obidoxima 250 mg) IV durante 20-30 minutos, em outra via de infusão, e a seguir 0,5-1 g/h (ou obidoxima 30 mg/h) em NaCl 0,9%.39 A obidoxime parece diminuir significativamente a incidência de falência ventilatória, o período de hospitalização e a mortalidade,24 comparativamente com a pralidoxima Os pacientes intoxicados com organofosforados frequentemente desenvolvem delirium. A causa é complexa, com contribuição do pesticida, da toxicidade da atropina, da hipóxia, da ingestão de álcool com o veneno e de complicações médicas. A principal preocupação é a de prevenir e tratar as causas subjacentes. 7 Depressão A depressão é uma doença de saúde mental que requer entendimento e tratamento. Ela é capaz de afetar negativamente a forma como você se sente, a maneira como você pensa e como atua, podendo causar sentimento de tristeza e/ou perda de interesse em atividades que já desfrutava. Além disso, a mesma pode acarretar a uma variedade de problemas emocionais e físicos e podem diminuir a capacidade de uma pessoafuncionar no trabalho e em casa. De um ponto de vista cerebral, ela ocorre quando o corpo para de produzir neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina, que são substâncias responsáveis por transmitir os sentimentos de alegria e bem-estar. Esse desequilíbrio bioquímico do cérebro é o que faz você se sentir sempre desanimado e triste, como uma infelicidade crônica, que estimula outras reações fisiológicas. A maioria das pessoas se sente triste ou deprimida às vezes. É uma reação normal à perda ou lutas da vida. Mas, quando a intensa tristeza – incluindo a sensação de desamparo, sem esperança e sem valor – dura muitos dias a semanas e impede de você viver sua vida, pode ser algo mais que tristeza. Você pode ter depressão – uma condição médica tratável. https://zenklub.com.br/tristeza/ Figura 7 – Sentimentos do ciclo de infelicidade Fonte:https://esperanca.com.br/saude/ depressao-e-necessario-ficar-alerta/ Episódio depressivo: são quadros que tendem a ter uma duração de até seis meses, ou seja, mais curta e mais branda que os demais tipos de depressão. Em geral, esses episódios carregam alterações de comportamento e alguns sintomas mais comuns. Depressão maior ou depressão clínica: ocorre quando a presença dos sintomas permanece por pelo menos seis meses, dificultando as atividades e a rotina. Seu nível varia de leve, moderado a grave. Distimia ou transtorno depressivo persistente: é uma forma crônica da depressão e que permanece por um longo prazo – pelo menos dois anos. Transtorno disfórico pré- menstrual: ocorre quando a mulher apresenta problemas de humor graves antes da menstruação, mais intensa que a síndrome pré-menstrual típica. Depressão Bipolar I e II: Doenças Bipolares I e bipolares II incluem alterações de humor que variam desde altas (hipomania ou mania) até baixas (depressão maior). É difícil diferenciar entre transtorno bipolar e depressão, porque a maioria das pessoas não busca ajuda médica diante de variações de humor. Depressão atípica: quando há predomínio de sintomas relacionados ao cansaço, falta de energia, sono excessivo, humor apático e pensamentos de morte. Depressão sazonal: refere-se principalmente a momentos de tristeza ocorridos em dias mais frios, como o inverno, e com baixa exposição à energia solar. Festas de final de ano também podem ser consideradas sazonais, e é importante perceber essa fase. Depressão psicótica: mistura momentos de tristeza a outros sintomas nem tão comuns como alucinações e delírios, que apesar de um tipo grave, é bastante perigosa. https://esperanca.com.br/saude/depressao-e-necessario-ficar-alerta/ https://esperanca.com.br/saude/depressao-e-necessario-ficar-alerta/ https://zenklub.com.br/distimia/ https://zenklub.com.br/transtorno-bipolar/ 7.2 Tristeza x Depressão De um ponto de vista de conceitos, quando pensamos em tristeza ou depressão devemos pensar se é um sentimento ou uma doença. Abaixo você encontrará as diferenças que ajudam a responder se é tristeza ou depressão: 1 – Reação apropriada X reações extremas O sentimento de tristeza decorre de uma reação apropriada a determinado evento e este sentimento não perdura mais do que horas ou dias. Já na depressão as reações aos eventos são extremas, a pessoa tem a sensação de que as coisas não irão melhorar e o mal-estar não irá passar. Essas sensações podem durar meses, anos e permanecerem por um longo tempo, mesmo quando as condições externas se modificam. 2- Prazer X sentimento de vazio Quando triste a pessoa se sente desencorajada, mas seus sentimentos oscilam durante o dia. Por outro lado, uma pessoa depressiva sente-se vazia a maior parte do tempo, com a sensação de que sua vida está perdendo sentido, passa a não dar conta de atividades corriqueiras e deixa de sentir prazer como antes sentia. 3- Vitalidade X exaustão A tristeza não impede que a pessoa continue produtiva e envolvida com os seus afazeres. Ela vai trabalhar, não deixa de se relacionar com amigos e raramente suas funções vitais são afetadas. A depressão leva a pessoa a se afastar lentamente ou até mesmo abruptamente de amigos e familiares. Também impede a realização de suas atividades cotidianas, em quadros mais graves ela se impede quase que totalmente. A sensação é de cansaço a maior parte do tempo, como se sua energia estivesse se esvaindo. É comum ter insônia ou sono excessivo, tensão muscular podendo acordar com dores no corpo e compulsão alimentar, com perda ou ganho de peso. 4 – Pensamentos negativos X distorção da realidade Pensamentos negativos são comuns quando nos sentimos tristes. Mas eles estão relacionados a eventos da realidade concreta e a pessoa consegue se organizar na vida apesar deles. Já durante a depressão, os pensamentos são distorcidos, a pessoa compara-se excessivamente com outras pessoas, acha que nunca irá melhorar. Ela também julga-se como https://zenklub.com.br/compulsao-alimentar-o-que-e-como-tratar/ culpada diante de situações que não justificam tais conclusões e, mesmo quando conquista algo atribui a uma causa exterior a ela. 8 Depressão e Suicídio Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que nos dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quando há algum problema nesses neurotransmissores, a pessoa começa a apresentar sintomas como desânimo, tristeza, autoflagelação, perda do interesse sexual, falta de energia para atividades simples. Efeitos comportamentais - considerados como efeitos subagudos resultantes de intoxicação aguda, ou de exposições contínuas a baixos níveis de agrotóxicos organofosforados, que se acumulam através do tempo, ocasionando intoxicações leves e moderadas. Eles se apresentam em muitos casos como efeitos crônicos sobre o Sistema Nervoso Central, especialmente do tipo neuro-comportamental, como insônia ou sono perturbado, ansiedade, retardo de reações, dificuldade de concentração e uma variedade de seqüelas psiquiátricas: apatia, irritabilidade, depressão, esquizofrenia. O grupo prevalente de sintomas compreende perda de concentração, dificuldade de raciocínio e, especialmente, falhas de memória. Os quadros de depressão também são freqüentes, conforme a Organização Mundial de Saúde. Estudos experimentais e relato de casos humanos têm demonstrado que várias funções cerebrais superiores, incluindo a memória, podem ser afetadas, tanto por lesões químicas do cérebro, como pelo bloqueio da transmissão colinérgica. O envelhecimento dos indivíduos também tem importante papel neste processo, pela diminuição da densidade destes mesmos receptores. Os pesquisadores associam o uso de organofosforados ao alto índice de suicídios na cidade de Venâncio Aires (RS). Nesta cidade, em 1995, os índices chegaram a 37,22 (trinta e sete vírgula vinte e dois) suicídios por 100.000 (cem mil) habitantes. No Estado do Rio Grande do Sul, o índice é de 8,01/100.000 (oito vírgula zero um por cem mil) habitantes. Na Dinamarca, um dos maiores índices de suicídio por habitante, a taxa é de 28,6/100.000 (vinte e oito vírgula seis por cem mil) habitantes. Os organofosforados causam também efeitos neurológicos retardados após a exposição aguda e como conseqüência da exposição crônica, incluindo confusão mental e fraqueza muscular . A exposição crônica a estes compostos pode levar ao desenvolvimento de sintomas de depressão um fator importante nos suicídios. O Município de Dourados apresentou a maior prevalência de intoxicações, por 100 mil habitantes, considerando a população rural, e Fátima do Sul a segunda maior prevalência de suicídiosna microrregião. Correlações significativas foram encontradas entre intoxicação e tentativa de suicídio (r = 0,60; p < 0,05), e entre intoxicação e razão entre a área ocupada por culturas temporárias e área total do município (r = 0,68; p < 0,05). As intoxicações ocorreram predominantemente com homens (87,0%), mas a diferença entre tentativas de suicídio em homens e mulheres não foi acentuada (53,0 e 47,0%, respectivamente). Os eventos ocorreram principalmente entre outubro e março, e os inseticidas organofosforados monocrotofós e metamidofós foram os principais agrotóxicos envolvidos. Embora o suicídio seja um fenômeno complexo, a exposição ao veneno não deve ser ignorada na análise do recente crescimento de casos de suicídios no Centro-Oeste. O Datasus registra crescimento de 700% no número de mortes relacionadas à depressão, no Brasil, entre 1996 e 2012, período que coincide com o incremento de 190% no uso de veneno. O Ministério da Saúde contabilizou 11.433 suicídios em 2016, totalizando 106.374 casos de 2007 a 2016, sendo que a taxa anual de suicídios cresceu 16,8%, indo de 4,9 para 5,8 para cada 100 mil habitantes, já sendo a 3ª principal causa de morte de homens dos 15 aos 29 anos. A intoxicação, por veneno e remédios, é o principal meio utilizado nas tentativas de suicídio, e também representa a metade das 470 mil intoxicações notificadas. Todavia, o Ministério da Saúde alerta para a invisibilidade do problema pois, segundo a OMS, apenas 2% dos casos de intoxicação por venenos são registrados. Mesmo no caso do Paraná, Espírito Santo, Tocantins, Minas Gerais, Pernambuco, Goiás e Tocantins, o crescimento dos registros de suicídio provavelmente reflete a atuação mais efetiva da vigilância em saúde dos Estados. A Unicef, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Academia Americana de Pediatria alertam para o aumento das evidências epidemiológicas que ligam os agrotóxicos à diminuição da função cognitiva e a problemas comportamentais. Além da ingestão do veneno com propósitos suicidas, há preocupação com os distúrbios comportamentais que podem levar ao atentado contra a própria vida. Essas evidências levaram a ONU a alertar para a situação de urgência na saúde pública em razão dos riscos dos agrotóxicos e a estabelecer a meta de redução de 10% nos suicídios até 2020, como parte da Agenda Global 2030. 8.1 Meios de Comunicação Telefone: Conversação através de voluntário do CVV ligando para 188 de todo o território nacional, 24 horas todos os dias de forma gratuita, atendimento por um voluntário, com respeito, anonimato, que guardará estrito sigilo sobre tudo que for dito e de forma gratuita.Os voluntários são treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional.Chat: Atendimento por um voluntário, com respeito, anonimato, que guardará estrito sigilo sobre tudo que for escrito de forma gratuita Os voluntários são treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional. Site:https://www.cvv.org.br/chat/ E-mail: Atendimento por um voluntário, com respeito, anonimato, que guardará estrito sigilo sobre tudo que for escrito de forma gratuita Os voluntários são treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional.O atendimento não é online, você deixa a mensagem que será respondida pelo voluntário. Site: https://www.cvv.org.br/e-mail/ Presencialmente/Correio: Envio uma carta ou conversar pessoalmente com um voluntário do CVV em horário comercial. Dessa maneira, como em qualquer outra forma de contato com o CVV, você é atendido por um voluntário, com respeito, anonimato, e que guardará estrito sigilo. Os voluntários são treinados para conversar com todas as pessoas que procuram ajuda e apoio emocional. Bairros em São Paulo: Bela Vista, Jabaquara, Pinheiros e Vila Carrão. https://www.cvv.org.br/chat/ https://www.cvv.org.br/e-mail/ 9 Setembro amarelo Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquistamos o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das nossas federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental. Como resultado de muito esforço, em 2016, garantiu-se espaços inéditos na imprensa e firmamento de muitas parcerias. Conseguiu-se também iluminar monumentos históricos, pontos turísticos, pela primeira vez o Cristo Redentor, espaços públicos e privados no Brasil inteiro. Centenas de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema. Figura 8: Campanha de Divulgação do Setembro Amarelo Fonte:https://g1.globo.com/mg/zona- da-mata/noticia/2019/09/08/campanha- setembro-amarelo-e-espaco-para- prevencao-ao-suicidio-na-zona-da- mata-e-vertentes.ghtml 10 Considerações Gerais A questão dos suicídios e a correlação com os agrotóxicos precisa ser estudada e debatida. Não se pode ignorar que o Brasil segue tolerando e incentivando o consumo de venenos banidos da União Europeia e dos EUA. Prevenir, saber identificar, tratar e registrar essas ações são de suma importância para que seja possível a diminuição de casos de suicídio decorrentes do manuseio e ingestão de agrotóxicos tais como o carbamato e os organofosforados. https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml Importante salientar que atualmente a campanha do Setembro Amarelo – Mês Oficial de Prevenção ao Suicídio vem ganhando visibilidade devido à grande quantidade de casos no Brasil e divulgar a importância de utilizar métodos alternativos para combate as pragas nas plantações e diminuir a exposição dos trabalhadores de lavoura a estes agentes. O profissional de saúde pode, através de palestras e programas, promover a conscientização sobre o uso de equipamentos de proteção aos possíveis expostos e medidas a serem tomadas em caso de contato com estes agentes tóxicos. Infere-se ainda que não existe um antídoto com máxima eficácia na reversão do sítio ativo da enzima acetilcolinesterase, logo torna- se necessário uma maior aplicação em pesquisas relacionadas à área na busca de um tratamento mais rápido e de maior efetividade, em relação ao tratamento atual. Os órgãos como a EMATER e CEREST, orientem os agricultores e lavradores na utilização de práticas alternativas aos agrotóxicos, como a utilização deprodutos orgânicos na agricultura familiar. Também criar parcerias intersetorial e multiprofissional para oferecer suporte técnico não só para a saúde do trabalhador, mas também no auxilio de técnicas adequadas de plantio, o que muitas vezes não é oferecido ao pequeno produtor. E por fim, oferecer saúde de qualidade ao trabalhador rural. 11 Referências Bibliográficas https://boaspraticasagronomicas.com.b r/artigos/inseticidas/ - 16 de dezembro de 2019 https://www.agencia.cnptia.embrapa.br /gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6c o02wyiv8065610dc2ls9ti.html – 14 de janeiro de 2020 http://sindiquimicos.org.br/arquivos/367 50 – 14 de janeiro de 2020 https://esperanca.com.br/saude/depres sao-e-necessario-ficar-alerta/ - 14 de janeiro de 2020 http://www.saude.sc.gov.br/index.php/ documentos/atencao-basica/saude- mental/protocolos-da-raps/9200- sindrome-colinergica/file – 14 de janeiro de 2020 http://www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S0100- 40422007000100028 – 14 de janeiro de 2020 https://g1.globo.com/mg/zona-da- mata/noticia/2019/09/08/campanha- setembro-amarelo-e-espaco-para- prevencao-ao-suicidio-na-zona-da- https://boaspraticasagronomicas.com.br/artigos/inseticidas/ https://boaspraticasagronomicas.com.br/artigos/inseticidas/ https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html http://sindiquimicos.org.br/arquivos/36750 http://sindiquimicos.org.br/arquivos/36750 https://esperanca.com.br/saude/depressao-e-necessario-ficar-alerta/ https://esperanca.com.br/saude/depressao-e-necessario-ficar-alerta/ http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-da-raps/9200-sindrome-colinergica/file http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100028 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100028 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100028 https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml mata-e-vertentes.ghtml - 14 de janeiro de 2020 https://esperanca.com.br/saude/depres sao-e-necessario-ficar-alerta/ - 14 de janeiro de 2020 Abstract: The main concern of this study is to analyze the occupational poisoning reflexes from the organophosphate and carbamates that are insecticides used in the fertilizer area. The wide demand and use of insecticides from the organophosphate and carbamate groups is due to their efficiency in pest insect control and also to the fact that they are compounds that do not accumulate in nature and have relatively fast degradation after application.These insecticides are associated with casual or purposeful poisoning in animals and humans and the toxicity of these products is mainly due to cardiorespiratory insufficiency due to impairment of the autonomic nervous system. Keywords: organophosphate, carbamates, intoxication https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2019/09/08/campanha-setembro-amarelo-e-espaco-para-prevencao-ao-suicidio-na-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml https://esperanca.com.br/saude/depressao-e-necessario-ficar-alerta/ https://esperanca.com.br/saude/depressao-e-necessario-ficar-alerta/
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