Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso de Direito da Faculdade Pitágoras Disciplina: Direito Civil – Pessoas e Bens Tema: Unidade de Ensino II, Seção I Docente: Ricardo Oliveira Rotondano 1 Questão 1 Alberto planeja abrir a sua própria empresa de fabricação e venda de meias. Alberto é portador da Síndrome de Down, mas sempre foi muito pró-ativo. Para auxiliar os preparativos burocráticos, Alberto compra um carro novo. Entretanto, ao se dirigir até a Junta Comercial para registrar a sua empresa, Alberto é informado de que não será possível registrar o seu comércio, pois Alberto não possui capacidade plena, devendo ser representado naquele ato solene. Nesse sentido, questiona-se: a) O funcionário da JUCEB possui razão em negar o registro da empresa para Alberto? b) Qual a modalidade de incapacidade dos portadores de deficiência? Eles precisam de assistência ou representação? c) A compra do carro por Alberto foi um ato jurídico válido? Há possibilidade de anulação do negócio jurídico realizado? Questão 1I Luísa sempre foi uma jovem que adorava ostentar, porém genial. Apesar de entrar sempre em conflito com os seus pais, que são pobres, ela sempre teve muito carinho com a sua avó. Aos seus 16 anos, Luísa conclui o ensino médio e, um ano depois, Luísa é empossada em cargo público federal, após ter sido aprovada em concurso. Ela recebe da sua avó, como prêmio, dez milhões de reais. Em menos de um mês, Luísa gasta todo o dinheiro comemorando, e adquire uma série de dívidas. Após receber as cobranças, Luísa alega nulidade contratual, por ser menor de idade. Dessa forma, responda a seguir: a) Luísa poderia ter celebrado contratos, sendo menor de idade? Como classificar a sua (in)capacidade? b) Há razão na argumentação acerca da nulidade do contrato? Como as empresas devem agir em relação ao ocorrido? c) Como os pais de Luísa podem lidar com ela? É preferível uma surra de vara verde ou de bainha de facão? Das incapacidades Pessoas com capacidade de direito, mas sem capacidade de fato: incapazes Incapacidade: restrição ao exercício dos atos da vida civil Incapacidade absoluta: menor de 16 anos Atos civis praticados por representação legal, sob pena de nulidade Lei 13.146/2005 e as pessoas com deficiência Capacidade plena das PcD Exceção: impossibilidade de exprimir sua vontade Das incapacidades Em casos excepcionais, será atribuído curador (limitado a atos de natureza patrimonial) Incapacidade relativa: maiores de 16 e menores de 18 anos Prática de atos civis com assistência, sob pena de anulabilidade Participação ativa do menor, mas acompanhado Havendo conflito de interesses entre o menor e o genitor, será nomeado curador especial Menor não pode invocar dolosamente idade para eximir-se de obrigação Das incapacidades Incapacidade relativa: ébrios habituais e viciados em tóxicos Incapacidade relativa: incapacidade de exprimir sua vontade, por causa transitória ou perman. Incapacidade relativa: pródigos É preciso sentença de interdição para que se opere a capacidade relativa A interdição somente interfere em atos de disposição e oneração do seu patrimônio Atos referente à administração dos bens depende do aval do curador Das incapacidades Curatela: procedimento para nomeação de curador de relativamente incapaz Procedimento: a) requisição do interessado; b) exame pessoal do interditando em audiência; c) exame por perito médico nomeado, que pode ser feita por equipe multidisciplinar; d) supervisão pelo Ministério Público; e) inscrição no registro de pessoas naturais. Sentença de natureza declaratória e constitutiva com efeitos ex nunc Das incapacidades Declaração de nulidade de atos anteriores deve ser feita em ação autônoma Aproveita-se o laudo da sentença de interdição (prova pré-constituída da incapacidade) Protege-se o adquirente de boa fé com a retenção do bem até a devolução do valor A pessoa com deficiência e a tomada de decisão apoiada (elege duas pessoas idôneas) Possuem alguma deficiência, mas são capazes de exprimir a sua vontade Instituto diferente da tutela e da curatela Das incapacidades Capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial Nulidade de atos praticados por indígena sem o acompanhamento da FUNAI *exceção: consciência do ato praticado, sem que lhe tenha causado prejuízo Protege-se a validade dos atos, caso a nulidade seja alegada de má fé pela parte Desobrigação do registro de nascimento; feito por livro próprio da FUNAI Das incapacidades Requisitos para a capacidade indígena: a) idade mínima de 21 anos; b) conhecimento da língua portuguesa; c) habilitação para atividade útil ao país; d) Compreensão dos usos e costumes do país; e) liberação por ato judicial. Competência para tratamento das questões indígenas: Justiça Federal Classificação: isolados, em vias de integração, integrados Das incapacidades Suprimento da incapacidade: dispositivos legais Representação: acompanhamento dos pais ou tutor ao menor de 16 anos Assistência: acompanhamento dos pais ou tutor ao maior de 16 e menor de 18 anos Representação destinado aos absolutamente incapazes Assistência destinada aos relativamente incapazes Maioridade: cessa a incapacidade *pode ser preciso exame médico Das incapacidades Emancipação: antecipação da aquisição da capacidade de fato para atos da vida civil Hipóteses de emancipação: a) concedida pelos pais em instrumento público; b) oriunda de sentença judicial, ouvido o tutor; c) pelo casamento; d) pelo exercício de emprego público efetivo; e) pela colação de grau em ensino superior; f) pelo estabelecimento comercial ou relação de emprego, desde que tenha economia própria. Referências GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. 1: parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte geral e LINDB, v. 1. 15. ed. Salvador: JusPodium, 2017. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v. I: parte geral. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
Compartilhar