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Curso de Direito da Faculdade Pitágoras Disciplina: Direito Civil – Pessoas e Bens Tema: Unidade de Ensino III, Seção II Docente: Ricardo Oliveira Rotondano 1 Da ausência [M] Ausente: pessoa que desaparece do seu domicílio sem indicação de localidade, não deixando procurador para cuidar dos bens O direito estabelece mecanismos para proteger o seu patrimônio legal, evitando perecimento Mais à frente, o direito se volta para a proteção dos interesses dos seus herdeiros legais Qualquer interessado ou o Ministério Público podem requerer a declaração de ausência Declarada a ausência pelo juiz, será nomeado curador para os bens do ausente Da ausência Também será declarada ausência quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer o mandato, ou ainda quando os seus poderes forem insuficientes A curadoria dos bens do ausente será destinada ao seu cônjuge (CC/02, art. 25) Por interpretação doutrinária, a companheira possui legitimidade igual ao cônjuge para ser curadora dos bens do ausente - CF/88, art. 226, §3º - Enunciado 97 da I Jornada de Direito Civil da JF Da ausência Também será declarada ausência quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer o mandato, ou ainda quando os seus poderes forem insuficientes A curadoria dos bens do ausente será destinada ao seu cônjuge (CC/02, art. 25) Por interpretação doutrinária, a companheira possui legitimidade igual ao cônjuge para ser curadora dos bens do ausente *CF/88, art. 226, §3º *Enunciado 97 da I Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal Da ausência Alternativamente, a curadoria caberá aos pais do ausente, ou aos seus filhos (art. 25, §1º) Primeira fase da ausência: Curadoria A curadoria fica restrita ao cuidado ante os bens, não produzindo efeitos de ordem pessoal O cônjuge presente não é considerado viúvo, permanecendo vigente a relação matrimonial [M] Haverá publicação de chamada para o ausente entrar na posse dos bens durante 1 ano por veículos físicos e digitais Da ausência Cessa a curadoria: a) pelo retorno do ausente, do seu procurador ou de quem lhe represente; b) pela certeza de seu falecimento; c) pela abertura da sucessão provisória. Segunda fase da ausência: sucessão provisória Após um ano da declaração de ausência, poderá ser aberta sucessão provisória (CC/02, art. 26) Caso o ausente tenha deixado procurador, o prazo será de três anos (CC/02, art. 26) Da ausência Legitimados para requisição de abertura da sucessão provisória: I. o cônjuge não separado judicialmente; II. os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III. os que tiverem sobre os bens do ausente direito pendente sobre a sua morte; IV. credores de obrigações vencidas e não pagas. A companheira está igualmente legitimada, sendo equiparada a cônjuge nesse sentido A Emenda Constitucional 66/2010 e o instituto da separação judicial Da ausência Sentença que determinar a sucessão provisória só produz efeitos 180 dias após publicação Após tal prazo, procede-se o inventário e a partilha dos bens do ausente Ascendentes, descendentes e cônjuge serão imitidos na posse dos bens do ausente, sem necessidade de prestar garantia Tais herdeiros necessários gozarão dos frutos e rendimentos integrais dos bens Demais herdeiros prestarão garantia do seu quinhão para serem imitidos na posse dos bens Da ausência Caso estes não prestem a garantia, serão excluídos, ficando o bem na posse do curador É possível justificar a falta de meios para prestar garantia, requerendo metade dos frutos relativos ao seu quinhão (CC/02, art. 34) [M] Tais herdeiros devem capitalizar metade dos frutos dos bens, prestando contas ao juiz Bens móveis poderão ser convertidos em imóveis ou títulos, evitando deterioração Os imóveis só podem ser alienados por ordem do juiz, para evitar sua ruína (CC/02, art. 31) Da ausência Havendo retorno do ausente e sendo a sua ausência voluntária e injustificada, perderá sua parte nos frutos e rendimentos para o herdeiro Aparecendo o ausente ou provada a sua existência, cessará de pronto a posse e o gozo dos bens dos herdeiros (CC/02, art. 36) Sucessão provisória de converterá em definitiva: - Quando houver certeza da morte do ausente; - Dez anos após abertura da sucessão provisória; - Quando o ausente contar 80 anos de idade e se passarem cinco anos de suas últimas notícias. Da ausência Terceira fase da ausência: sucessão definitiva A partir da abertura da sucessão definitiva, é possível o levantamento das cauções prestadas Os sucessores passarão a ter mais do que a posse, e sim o domínio dos bens do ausente Caso o ausente apareça nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, haverá os bens no estado em que se acharem (CC/02, art. 39) Aplica-se a mesma regra no caso de ter havido venda ou troca por outros bens e títulos Caso o ausente venha a regressar após dez anos da sucessão definitiva, perderá direito aos bens Da ausência Caso nenhum interessado promova a sucessão definitiva dez anos após a sua abertura, os bens passarão ao domínio do Município ou DF Com a abertura da sucessão definitiva, fica caracterizada legalmente a morte presumida Cônjuge pode pedir a declaração da dissolução da sociedade conjugal (CC/02, art. 1.571, §1º) O que ocorre com o casamento enquanto há sucessão provisória? É possível que o cônjuge se case com outra pessoa? Havendo casamento, o que acontece se o cônjuge retorna? Referências GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. 1: parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte geral e LINDB, v. 1. 15. ed. Salvador: JusPodium, 2017. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, v. I: parte geral. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
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