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Enfermagem em Centro Cirúrgico Enfermeira Mirian Carvalho O Centro Cirúrgico é um lugar especial dentro do hospital, convenientemente preparado segundo um conjunto de requisitos que o torna apto à prática da cirurgia. - Deste modo de uma forma mais técnica, conceitua-se Centro Cirúrgico um setor do hospital onde se realizam intervenções cirúrgicas visando atender e a resolver intercorrências cirúrgicas, por meio da ação e de uma equipe totalmente integrada. Objetivo do centro cirúrgico • O principal objetivo da Unidade de Centro Cirúrgico é o de atender, da melhor maneira possível, o paciente que será submetido a um procedimento cirúrgico, seja ele: • eletivo • de urgência • ou emergencial proprocionando à equipe cirúrgica todas as condições de atendimento e ao paciente e a certeza de um atendimento seguro. Finalidade do centro cirúrgico • realizar intervenções cirúrgicas e devolver o paciente à sua unidade de origem na melhor condição possível de integridade; • - servir de campo de estágio para o aperfeiçoamento de recursos humanos; • - servir de local de pesquisa e aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas e assépticas (evitar risco de infecção) Área física do centro cirúrgico • Área de recepção do paciente - É a área reservada para recepcionar e transferir pacientes da maca proveniente da Unidade de internação para a do Centro Cirúrgico. • • Sala de cirurgia ou operação • Segundo o Ministério da Saúde, o número de salas de cirúrgicas para a Unidade de Centro Cirúrgico é quantificado com base na capacidade de leitos do hospital. • Deve ter suas dimensões adequadas de acordo com a quantidade de equipamentos necessários aos tipos de intervenção cirúrgica e especialidade cirúrgica. c. O número de pessoas na sala de operação deve ser restrito ao cirurgião e um ou dois auxiliares (de acordo com a complexidade do procedimento do CC). Anestesiologista e o circulante de sala, considerando sempre que, quanto maior o número de pessoas, maior a possibilidade de disseminação de microrganismos no ambiente. Estruturas fisícas • Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA) - Lavabos ou Área de Escovação - Sala de Material Esterilizado - Sala de espera - Rouparia - Expurgo O Centro Cirúrgico deve ter dois vestiários, um feminino e um masculino, com sanitários e chuveiros completos e armários individuais, e duas portas, de modo que o fluxo externo de pessoas independa do fluxo interno. RECURSOS HUMANOS: COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE Equipe de anestesia A equipe de anestesia é formada por médicos anestesiologistas, responsáveis por todo ato anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a avaliação pré-anestésica do paciente ainda em sua unidade de internação e de fazer a prescrição da medicação pré-anestésica. É também da responsabilidade dessa equipe planejar e executar a anestesia, prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e medicamentos necessários, bem como preparar e administrar drogas e controlar as condições clínicas e anestésicas do paciente durante a cirurgia. Ao termino da cirurgia é da responsabilidade dessa equipe o envio do paciente à Unidade de Recuperação Pós- Anestésica e seu controle até o restabelecimento das condições do paciente, para que este possa retornar à unidade de origem em segurança. Equipe de cirurgia • A equipe compõe-se dos seguintes elementos: Médico cirurgião • É o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe-lhe, portanto, planejá-lo e executá-lo, comandando-o e mantendo a ordem no campo operatório. • Médico assistente • É o que auxilia na cirurgia. Dependendo do porte desta, pode ser necessário mais de um. Ao primeiro assistente compete auxiliar diretamente o médico cirurgião e substituí-lo caso haja necessidade. Instrumentação cirúrgico • Parte integrante da equipe de cirurgia, é responsável pelo preparo da mesa de instrumental, devendo prever e solicitar com antecedência todo o material que julgar necessário. É ainda quem fornece os instrumentais ao cirurgião e seus assistentes durante o ato cirúrgico, mantendo a mesa de instrumental em ordem e ficando sempre atento para que nada falte. Este profissional deverá se adequar à resolução do Conselho Federal de Medicina Equipe de enfermagem • A equipe de enfermagem que atua no Centro Cirúrgico é composta por pessoas de vários níveis, com responsabilidades diferentes. A quantidade desse pessoal varia conforme a complexidade e o volume de trabalho existente na Unidade. • Enfermeira (planejamento do ato cirúrgico) • Técnico de enfermagem (responsável pelos materiais) • Circulante de sala- Papel normalmente desempenhado pelo auxiliar de enfermagem, com estas atribuições: atendimento direto das solicitações da equipe médica no decorrer do ato cirúrgico, posicionamento adequado do paciente, verificação e controle de todos os equipamentos exigidos pela cirurgia. Montagem da sala cirúrgica • o técnico de enfermagem deve tomar providencias: • - ler com atenção a marcação de cirurgia, observando a solicitação de materiais, medicamentos, equipamentos e outros itens essenciais ao ato cirúrgico; • - verificar a limpeza dos pisos e paredes; • - prover a sala dos equipamentos solicitados; • efetuar a limpeza e a desinfecção dos equipamentos • - testar o funcionamento de todos os equipamentos elétricos, assim como dos pontos de gás e dos aspiradores; • - verificar se o lavabo está em ordem e lavar as mãos; • • - providenciar as medicações necessárias para o procedimento anestésico- cirúrgico, assim como o material para a anestesia; • - colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e as caixas de instrumentais necessárias ao ato cirúrgico em local acessível; • - conferir os envelopes de fios de sutura necessários ao ato cirúrgico. Papel do enfermeiro C C • O profissional enfermeiro encontra-se a frente desta unidade e é peça fundamental para que a equipe realize um bom trabalho, tornando-se líder e coordenador das atividades Sala de centro cirurgica montada São quatro etapas da limpeza em CC: • Limpeza preparatória: realizada antes do início das cirurgias programadas do dia. Remover as partículas de poeira nas superfícies dos mobiliários, focos cirúrgicos e equipamentos com solução detergente ou desinfetante (álcool 70%) com um pano úmido e branco são seus objetivos; Limpeza operatória: realizada durante o procedimento cirúrgico consistindo apenas na remoção mecânica da sujidade (sangue e secreções) utilizando um pano comum embebido em agente químico de amplo espectro para que não ocorra secagem da superfície e disseminação contaminando o ar; Limpeza concorrente: Executada no término de cada cirurgia. Envolve procedimentos de retirada dos artigos sujos da sala, limpeza das superfícies horizontais dos móveis e equipamentos. • Limpeza terminal: diária e periódica. A limpeza diária é realizada após a última cirurgia programada do dia. Envolve todos os procedimentos da limpeza concorrente, acrescentados à limpeza de todos os equipamentos, acessórios e mobiliários, pisos e paredes da SO. Por enquanto é só até a próxima aula. Enfermeira Mírian Papel do circulante • O circulante de sala é um elemento da equipe de enfermagem, geralmente um técnico de enfermagem, que com treinamento específico assume a assistência ao paciente na realização do ato anestésico-cirúrgico na sala de operações. • Ele é o contato direto do paciente e dos elementos da equipe cirúrgica, viabilizando a realização de cirurgias com o provimento de materiais, equipamentos, atendimento às emergências, solicitações e necessidades no atendimento ao paciente Cuidados a serem tomados • Verificar no mapa cirúrgico a cirurgia que será realizada; Checar o nome do paciente, sua idade, horário agendado da cirurgia, equipe cirúrgica e anestésica responsável e observações importantes sobre o procedimento cirúrgico; • Verificar se osequipamentos e materiais específicos solicitados, bem como os de rotina, necessários para realizar o procedimento cirúrgico; Lavar as mãos; Verificar as condições de limpeza da sala cirúrgica antes de equipá-la com materiais e equipamentos; Testar o funcionamento dos equipamentos da sala cirúrgica; • Verificar se a mesa cirúrgica oferece a possibilidade de manter o paciente na posição cirúrgica apropriada para a realização do procedimento cirúrgico; Verificar a existência de equipamentos acessórios como bancos, suporte de soro, braçadeiras, arco, mesas para instrumentais, hampers e extensões elétricas; Solicitar ou buscar os artigos médicos esterilizados específicos que serão utilizados na cirurgia; • O circulante e também o instrumentador cirúrgico devem verificar a integridade dos pacotes cirúrgicos; Organizar os medicamentos e materiais descartáveis, sempre observando a validade da esterilização e a integridade das embalagens; Prover a sala cirúrgica de diversos artigos para auxiliar a equipe cirúrgica, tais como talas, ataduras, soluções, adesivos e fitas adesivas; Abastecer a sala com impressos utilizados para registrar a cirurgia; Verificar e montar o carro de anestesia; Recomendações importantes • Lavar as mãos; Receber o paciente, apresentar-se e conferir sua identificação com o seu prontuário; Conferir os exames realizados pelo paciente; Realizar a monitoramento do paciente; Auxiliar o médico anestesista na indução anestésica; Auxiliar a equipe cirúrgica a paramentar-se; Ligar os equipamentos cirúrgicos; Posicionar o foco cirúrgico; Aproximar o hamper próximo a equipe cirúrgica; Realizar a contagem do número de compressas utilizadas nos procedimentos cirúrgicos com abertura da cavidade abdominal; Manter a sala cirúrgica em ordem; Estar atento as solicitações da equipe cirúrgica; Encaminhar o paciente para a sala de recuperação pós-anestésica; Reorganizar a sala cirúrgica. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA Tem como finalidade a formação de uma barreira microbiológica contra penetração de microorganismos no sítio cirúrgico do paciente, oriundos dele mesmo, dos profissionais, materiais, equipamentos e ar ambiente. Os componentes da paramentação cirúrgica são: AVENTAIS – Sua utilização tem como finalidade reduzir a dispersão das bactérias no ar e evitar o contato da pele da equipe com sangue e fluidos corporais que possam contaminar a roupa primitiva. É recomendada a troca de avental quando este estiver visivelmente sujo com sangue ou outro fluido corporal potencialmente infectante. LUVAS – São utilizadas pelos membros de equipe cirúrgica com a função de proteger o paciente das mãos desses e proteger a equipe de fluidos potencialmente contaminados. Tem como finalidade reduzir e prevenir o risco de exposição ao sangue. É recomendado o uso do duplo enluvamento do cirurgião e primeiro assistente para qualquer procedimento que durar mais que uma hora. • MÁSCARAS – Seu uso é justificado por dois aspectos: proteger o paciente da contaminação de microorganismos (principalmente quando a incisão cirúrgica está aberta), oriundos do nariz e da boca dos profissionais, liberados no ambiente, quando estes falam tossem e respiram; e protege a mucosa dos profissionais de respingos de secreções provenientes dos pacientes durante o procedimento cirúrgico. • As máscaras devem ser descartadas após cada uso, manipulando-se somente as tiras, serem trocadas quando estiverem molhadas, não devendo ficar penduradas no pescoço e nem dobradas dentro do bolso para serem utilizadas posteriormente. • GORROS – Sua utilização tem o intuito de evitar a contaminação do sítio cirúrgico por cabelo ou microbiota presente nele. O gorro deve ser bem adaptado, permitindo cobrir totalmente o cabelo na cabeça e face. • ÓCULOS OU MÁSCARAS PROTETORAS DOS OLHOS – Sua utilização é devido às doenças transmissíveis por substâncias orgânicas dos pacientes (a hepatite B, por exemplo). • PROPÉS – Seu uso é atualmente uma questão muito polêmica. Esse procedimento consiste em proteger a equipe à exposição de sangue, fluidos corporais e materiais pérfurocortantes. • ESCOVAÇÃO DAS MÃOS • É um processo que visa a retirada de sujeira e detritos, redução substancial ou eliminação da flora transitória e redução parcial da flora residente, uma vez que a eliminação dessa última é virtualmente impossível. É necessário a retirada de jóias e acessórios da região das mãos, punhos e antebraços. A torneira deve ser acionada por pé ou cotovelo e não manualmente, e a escovação deve ser feita com água corrente. Pré- OPeratorio O pré-operatório é o período de tempo que tem início no momento em que se reconhece a necessidade de uma cirurgia, e termina no momento em que o paciente chega à sala de operação. Observa-se pela definição, que se trata de um período bem delimitado, apresentando começo e fim, e que tem duração relativamente longa, dependendo da classificação do tratamento cirúrgico, quanto ao momento operatório. Didaticamente, o período pré-operatório subdivide- se em mediato (desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior a ela) e em imediato (corresponde às 24 horas anteriores à cirurgia). ENFª MIRIAM Ate a Proxima aula Algumas pinças Instrumentos de diérese • Por diérese entendemos serem as manobras cirúrgicas que dividem os tecidos. • Ex:O bisturi clássico, denominado escalpelo (esteril) ou bisturi de lâmina fixa é pouco • usado nos dias de hoje; deu lugar aos cabos de bisturi que utilizam lâminas descartáveis. Os • cabos mais utilizados são: • 1. Cabo nº 3 - Utiliza lâminas menores, que possibilitam incisões mais críticas, • delicadas (nº 10, 11, 12, 15). • 2. Cabo nº 4 - Utiliza lâminas maiores, são mais usados em procedimentos em • grandes animais (nº 20, 21, 22, 23, 24, 25). Tesouras • Tesoura são instrumentos de diérese que separam os tecidos por esmagamento, os • tecidos são esmagados entre as lâminas que as compõem. Isto significa que, quanto mais • crítico for o contato entre as duas bordas, menor será o trauma, o que vale dizer que será • mais afiada. As tesouras podem ser utilizadas para diérese incruenta, quando são • introduzidas fechadas nos tecidos e em seguida retiradas abertas. Neste caso, quem separa • os tecidos é o lado rombo da lâmina, proporcionando uma dissecção também romba. A • despeito de poderem ser denominadas pelo nome de seus idealizadores, Hemostasia • A hemostasia temporária pode ser executada, no decorrer da cirurgia, com instrumentos • prensores, dotados de travas, denominados pinças hemostáticas. Prendem a exremidade do • vaso seccionado até que a hemostasia definitiva seja feita, geralmente por ligadura feita com • fios. Na medida do possível, devem pinçar apenas o vaso, com um mínimo de tecido • adjacente. Também levam os nomes dos seus criadores; sendo muito semelhantes entre si, • diferindo em pequenos detalhes. São diferenciadas, quase sempre, pelo desenho e ranhuras • da parte interna de seus ramos prensores. As pinças hemostáticas mais freqüentemente • utilizadas na nossa rotina são: • Pinça de Crile • Possuem ranhuras transversais em toda a extensão da sua parte prensora. Isto lhe confere • utilidade também no pinçamento de pedículos, quando a pinça é aplicada lateralmente, não • sendo utilizada a extremidade. Por ser totalmente ranhurada, não desliza, fixa-se muito bem • às estruturas que compõem o pedículo. Tamanhos variam entre 14-a6 cm, nas versões reta Pinça de crile/hemostatica
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