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O TRABALHO COMO NATUREZA DA EDUCAÇÃO EM DERMEVAL SAVIANI (2021). CONCEITOS: NATUREZA HUMANA TRABALHO; TRABALHO: O QUE É E QUAIS SÃO SO SEUS TIPOS? 1. MATERIAL X 2. IMATERIAL (INTELECTUAL); RELAÇÃO PRODUTOR X PRODUTO; A CONSTRUÇÃO DE UMA NATUREZA E O HABITUS (P. BOURDIEU); A RELAÇÃO ESCOLA NOVA X TRADICIONAL: MECANIZAR E AUTOMATIZAR: EXEMPLOS: LER E ESCREVER E A DIREÇÃO. O TRABALHO EM K. MARX E AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS. 1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Século XVIII Pioneirismo Inglês: Acúmulo de riquezas, matéria-prima, cercamentos, urbanização (Georg Simmel, 2010 – indicação de leitura), industrialização, monarquia parlamentar e ascensão da burguesia. Energia hidráulica + carvão mineral; Máquinas: vapor + tear mecânico; Longas jornadas de trabalho + Sem sindicalismo + Trabalho feminino e infantil. 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Século XIX Inglaterra e novos polos (Alemanha, França, Itália e Estados Unidos). Petróleo + Motor à combustão interna; Dínamo: Energia elétrica e o novo sentido da vida humana (Noite). O Mundo Capitalista Práticas Monopolistas (Cartel e Truste); Modelos Produtivos: Fordismo + Taylorismo + Toyotismo + Volvismo. Globalização: Anterior ao capitalismo e necessária ao seu desenvolvimento. Nova estrutura social/cultural; Nova relação com o meio ambiente; Cultura do fazer X Monopólio Industrial: Exemplos como a França de Napoleão, os artistas no renascimento e o mecenato. Obsolescência Programada e o Conceito de Indústria Cultural (T. Adorno e F. Horkheimer). 3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Século XX Expansão Mundial; Robotização + Novas formas de energia (solar, nuclear, eólica e biomassa); Tecnopolos e a mão de obra barata + leis flexíveis + ataques aos trabalhadores. Materialismo Histórico: Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. “A história de toda sociedade passada é a história da luta de classes”. Burguesia (Meios de Produção) X Proletariado (Força de Trabalho). Salário e Fetiche de Mercadoria. A produção da mais valia absoluta gira exclusivamente em torno da duração da jornada de trabalho; a produção da mais-valia relativa revoluciona totalmente os processos técnicos de trabalho e as combinações sociais. (MARX, 2006, p. 578) Alienação: “Todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador”. Dialética: Sua análise parte da história como um movimento perpétuo e contínuo. (Heráclito). Marx explica que somente a dialética consegue apreender os movimentos do real. Práxis: Teoria e Prática em Marx. Superestrutura, Infraestrutura e Ideologia. O TRABALHO AO LONGO DA HISTÓRIA + MOVIMENTOS TRABALHISTAS: LUDISMO, CARTISMO, MOVIMENTO SOCIAL DA IGREJA, SOCIALISMO UTÓPICO E CIENTÍFICO E ANARQUISMO. O conceito de Tecnologia: Uma visão futurística. Tecnologia na verdade não é algo atual, a palavra possui origem grega, podendo ser traduzida para: estudo da técnica, da arte ou do ofício. É algo que faz parte da existência humana, desde os primeiros seres da nossa espécie no planeta. Tanto a internet quanto as pedras lascadas são formas de tecnologias. Entendendo através da série American Gods (2017): A Tecnologia como um deus; Novo X Antigo. 1. Chegamos até aqui: - O trabalho, o fazer e a tecnologia sempre fizeram parte da existência humana, chegando ao ponto de natureza humana; - Com o advento da revolução industrial e da sociedade capitalista, tivemos um novo estilo de vida: Produção em massa e consumo excessivo. Exemplo: Crise de 29 e o American Way of Life! - Produtos com pouca duração e monopólios de produção. Filme Tempos Modernos (1936), Charlie Chaplin. Uma solução? O movimento Maker e os Makers ou Fazedores. O Makerspace: Espaço de criação. Basicamente: Movimento sociocultural com o objetivo principal de estimular a criação, construção, conserto de objetos físicos e/ou digitais. Histórico: DIY: Do It Yourself: Década de 1912, anos 40 nos Estados Unidos, ganhando mais popularidade nos anos 50; Contexto: Pós Crise de 29 e dentro da Segunda Guerra Mundial (1939 – 45); Ideais Anticapitalistas e Anticonsumistas. 1. Em um primeiro momento , o DIY estava atrelado a técnicas para reformas de casas e elaboração de objetos pequenos; 2. Com o tempo o conceito foi sendo ampliado chegando até a marcenaria, consertos, customização de objetos e outros campos como robótica, eletrônica e tecnologia. O Movimento Maker é fruto da influência de diversos campos, dentre eles, podemos citar também campos musicais, como o Punk Rock, que também bebeu do Do It Yourself. Com notoriedade nos anos 70, o Movimento Punk falava sobre a individualidade e a independência. Aqui os músicos e fãs não dependeriam mais das grandes corporações. Neste contexto surgiram novos fenômenos, como as gravadoras independentes e também os fanzines: revistas que eram feitas pelos próprios fãs. Algumas bandas passaram a produzir os seus flyers, encartes, roupas e pôsteres. Mesmo com a pluralidade de influências, foi apenas no final da década de 80 e início da década de 90 que o Movimento Maker começou a ganhar força e destaque. Nesse período temos uma série de transformações como a criação dos computadores individuais, internet, impressoras 3D, cortadoras a laser e fresadoras digitais. “Um outro marco relevante na história do Movimento Maker foi a criação da Make Magazine. Criada nos Estados Unidos em 2005 por Dale Dougherty, a revista serviu como um meio de popularização dos ideais da Cultura Maker. Além disso, aponta-se o surgimento da Maker Faire no ano de 2006 uma feira criada para celebrar as artes, os trabalhos manuais, a engenharia, a ciência projetual e o pensamento Do It Yourself – como uma importante contribuição para que os indivíduos se organizassem e articulassem suas ideias de tal forma a gerar ambientes de troca de experiências e conhecimentos”. (MEC) “A Cia Teatral Morrinho CTM. estará na Maker Faire com o Projeto Morrinho, que vai oferecer oficinas de pintura em tijolos e também estimular a criatividade através do teatro como ferramenta de interação, intervenção e abraço coletivo”. (Texto autoral no Facebook). Dado o sucesso da Maker Faire, grandes marcas passaram a investir nos “fazedores”, criando tecnologias exclusivas para o grupos e divulgando a ideia do “você pode criar”. Surgem assim os FabLabs, espaços laboratoriais feitos para criação, desenvolvimento, experimentos e mentoria de projetos. Além do investimento em cursos de nível superior, tanto no público quanto no privado. “Os Fablabs são locais que oferecem os materiais e a tecnologia, permitindo que qualquer indivíduo consiga fabricar praticamente qualquer coisa. O primeiro FabLab foi criado no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) em 2001, formado por alunos de diversas áreas. O objetivo era criar um espaço colaborativo, participativo e de troca de ideias para fabricação de artefatos. No ano seguinte a ideia foi replicada em Pabau, na Índia, dando origem ao primeiro FabLab fora dos Estados Unidos. Na atualidade existem FabLabs distribuídos em mais de 40 países, conformando uma rede global”. (MEC) “Na concepção do físico Chris Anderson, autor do best seller ‘The Long Tail ‘– A Calda Longa, em tradução para o português – a Cultura Maker é a nova revolução industrial. Ele explica que em um contexto socioeconômico contemporâneo, onde as pessoas se aproximam do que é pregado pela filosofia do Movimento Maker, é correto dizer que o poder das grandes indústrias é transferido para as mãos do consumidor. Anderson defende a ideia de que qualquer um que tenha acesso a ferramentas como cortadoras a laser e impressoras 3D, será capaz de criar praticamente qualquer coisa. Vale clarificar que osideais de Chris Anderson partem da premissa de que ao invés de comprar um produto de uma grande marca, os indivíduos façam download de um arquivo e o imprima na sua própria casa ou em um Maker Space”. (MEC). - O Movimento Maker é estruturado por quatro pilares básicos: 1. Criatividade: Usar as próprias mãos + soluções simples para problemas complexos. 2. Cooperar com outros makers; Trabalho em rede e soma de saberes. 3. Uso sustentável; Evitar desperdícios, ressignificar usos e funções sempre que possível. 4. Soluções com produção em escalas e com custo acessível. A colaboração é fundamental! O uso do trabalho em rede, mesmo que em espaços diferentes. Exemplo: Download de uma ideia pronta aplicando como foi desenvolvida ou podendo recriá-la com novos conceitos, disponibilizando novamente para novos usuários interessados seguirem também este ciclo. Chamamos de Open Source ou Código Aberto. Criatividade Colaboratividade Sustentabilidade Escalabilidade “Por meio destes pilares, o Movimento Maker consegue impactar positivamente tanto a cultura quanto a economia de uma sociedade. Além disso, os quatro pilares remetem a um estilo de vida que influencia na forma em que as pessoas aprendem sobre determinados assuntos, uma vez que promove uma aproximação entre teoria e prática. Neste sentido, nota-se que muitos profissionais da educação utilizam diversos aspectos da Cultura Maker como uma vertente pedagógica”. (MEC) A Cultura Maker pelo mundo! Arts & Crafts (Artes e Ofícios) – Inglaterra; Segunda metade do século XIX Falava sobre a importância do artesanal e produção de artefatos pautados na criatividade, gerando uma oposição a produção em massa e a industrialização das artes. Aqui podemos destacar mais uma vez o movimento Do It Yourself; Na década de 1940, o movimento propunha uma maior conexão entre as pessoas e os objetos por elas utilizados. Havia a proposta de construção dos próprios móveis e vestimentas, conserto de objetos estragados e até mesmo melhorias no interior de suas casas. Ambos os movimentos se opunham a produção em massa e a obsolescência programada. Precisamos trazer novamente a importância dos computadores e a sua popularização no que diz respeito ao uso pessoal, além do avanço tecnológico e novas práticas desenvolvidas, o que facilitou a execução de vários projetos, processos e também gerou custos menores. “Na concepção de Lemos (2014), o Movimento Maker nasce neste cenário de intersecção entre práticas relacionadas à tecnologia e o Faça Você Mesmo. Entretanto, o Movimento Maker não se baseia apenas no uso de ferramentas tecnológicas, mas sim no ato de fazer em si, dissociado de quaisquer outros preceitos”. (Apud MEC). As áreas de atuação para o movimento maker são quase que infinitos, passando por carros, drones, casas, roupas, praticamente tudo que envolve a produção humana. “Destaca-se a colaboratividade como um dos grandes motivadores da Cultura Maker. Este pilar incentiva os Makers a aprenderem uns com os outros, trabalhando em rede nas diversas etapas de um projeto – desde a concepção até a execução. De um modo ampliado a internet é um grande facilitador para elaboração e efetivação de projetos colaborativos, além de ser um potencializador na difusão de conhecimento, facilitando o arranjo de eventos que disseminam inovação, criatividade e diversos tipos de saberes”. (MEC) Além da Maker Faire, já citada, temos a World Maker Faire, em Nova Iorque. As Mini Maker Faire acontecem de forma sazonal em diversos países. Também podemos lembrar dos FabLabs, Makerspaces e Hackerspaces, todos voltados para trocas de experiências, concepção e execução de projetos. “Em entrevista à revista Observatório Itaú Cultural, Manoel Lemos (2014) define esse conjunto de espaços como sendo: [...] laboratórios abertos que oferecem a infraestrutura necessária para que seus frequentadores trabalhem em seus projetos. Embora cada tipo de espaço tenha suas características próprias, a ideia é quase sempre a mesma: um espaço onde conhecimentos são compartilhados e projetos são construídos. Esses espaços crescem de maneira absurda nos Estados Unidos, na Europa e na China e também começam a aparecer aqui no Brasil”. (LEMOS, 2014. p.31). (Apud MEC) “A grande maioria desses espaços (FabLabs, Makerspaces e Hackerspaces) permite a organização de reuniões de trabalho a qualquer hora do dia ou da noite, com grupos de trabalho plurais, o que fomenta projetos multidisciplinares e colaborativos, além de promover uma variedade de eventos em paralelo, como aulas e workshops”. (MEC) “Em um panorama global, destaca-se um espaço chamado NoiseBridge em San Francisco, Califórnia. Aponta-se o acesso a equipamentos compartilhados - os quais muitos têm um custo alto para serem adquiridos para o uso individual - como um outro ponto positivo ao se circular por markespaces, hackerspaces e FabLabs”. (MEC) NoiseBridge - San Francisco, California, Estados Unidos. Disponível: https://www.library.ucsf.edu/news/ucs f-makers-lab-visits-noisebridge/ https://www.library.ucsf.edu/news/ucsf-makers-lab-visits-noisebridge/ No Brasil existe um espaço semelhante, sem fins lucrativos chamado Garoa Hacker Club, em São Paulo. “É importante ressaltar que nem todos os FabLabs, Hackerspaces e Makerspaces são instituições sem fins lucrativos. Existem espaços pagos, como por exemplo a rede de oficinas americana TechShop. Fundada por Jim Newton e Ridge Mcghee em 2006, a TechShop se tornou uma marca licenciada presente em mais de oito cidades americanas, com planos de expansão para diversos locais e até mesmo para fora dos Estados Unidos. Nas palavras de Lemos (2014), a TechShop é uma rede onde: [...] você encontra de tudo para transformar seu projeto em realidade. Equipamentos pesados para trabalhar com metais, impressoras 3D industriais, máquinas de corte a laser e uma equipe de consultores para ajudar em seu projeto. Tudo disponível para os membros que pagam uma mensalidade para a utilização dos equipamentos e que arcam com os custos de materiais”. (LEMOS, 2014. p.31). (Apud MEC) “Em consonância com o que é praticado pela rede TechShop nos Estados Unidos, o Garagem FabLab também é um espaço pago, porém em São Paulo. Localizado na Barra Funda, o espaço tem como filosofia: [...] possibilitar a troca de conhecimentos sob a forma de cursos, oficinas e palestras relacionadas ao universo da Cultura Maker, além de reunir pessoas, empresas e organizações para resolver problemas e inovar proporcionando experiências mão na massa”. (Garagem FabLab. Disponível em: http://www.garagemfablab.com.br/) Garagem FabLab - São Paulo,Brasil. Disponível em: https://www.facebook.com/GaragemFabLab https://www.facebook.com/GaragemFabLab “Por falar em FabLabs, é interessante destacar que existem espaços de diferentes categorias. Os FabLabs acadêmicos, por exemplo, têm como propósito atender a comunidade acadêmica e costumam estar associados a escolas e universidades. Já os FabLabs públicos são aqueles que são mantidos pelo governo ou por comunidades locais, sendo que o propósito principal do espaço é servir a comunidade. Existem também os FabLabs independentes, que são aqueles que oferecem serviços para manter o equilíbrio financeiro do espaço”. (MEC) O avanço tecnológico trouxe uma série de transformações para além das já citadas até aqui, uma delas foi a desmaterialização de objetos. Itens que durante décadas nos acostumamos a manusear fisicamente foram transformados em dados, arquivos digitais online, off-line e em nuvens: Enciclopédias, revistas, jornais, listas telefônicas, livros... Tudo isso passa a ser acessado em ferramentas como o Google, em tablets e celulares. Cds e DVDs foram transformados em programas de streaming como Netflix e Spotify. Entramos no E-commerce. “Essa mudança aconteceu de forma abrupta e impactante. O processo de digitalização de produtos e serviços abriu para que novos modelos de negócio surgissem, inovaçõesque jamais seriam possíveis sem esses avanços”. (MEC) Possuímos novas relações de produção, de consumo, uma nova capacidade de democratização da informação e manifestação. Mas quais os impactos disso? O que podemos ver como algo positivo? E negativo? Blogs, perfis em redes sociais, podcasts, vídeos! “Quando utilizamos a Wikipédia hoje não lembramos que há aproximadamente 20 anos ainda dependíamos de grandes enciclopédias que continham diversas edições e, muitas vezes, era necessário ir a uma biblioteca para ter acesso a elas. O site atualmente é uma das maiores fontes de referência do mundo, e está em constante crescimento, pois as informações contidas na Wikipédia são inseridas por pessoas comuns e instituições. Segundo a Revista Observatório Itaú Cultural (16ª Edição, 2014), o site sobrevive por meio desse sistema colaborativo e também de uma multidão de editores que doam horas de trabalho na plataforma”. (MEC) Esse é o contexto do que já está sendo chamado de a nova revolução industrial. Resultado dessa mistura de processos de digitalização, métodos de criação e produção dos mais diversos produtos e serviços baseados na filosofia do open source, compartilhados de forma aberta na web. Esse novo modelo altera o “como” o “por que” e o “por quem” as coisas são produzidas. A produção, antes restrita às grandes indústrias, agora é acessível e possível a praticamente qualquer pessoa. (MEC) E o Brasil? “O rápido surgimento do primeiro hackerspace do Brasil é uma prova disso. O Garoa Hacker Clube, já citado anteriormente, começou a ser desenvolvido no ano de 2009, pouco tempo depois do surgimento do NoiseBridge, em São Francisco, e o NYC Resistor, em Nova Iorque, que nasceram entre os anos de 2007 e 2008. O espaço é comunitário, se localiza na cidade de São Paulo e se mantém por meio do auxílio de associados e frequentadores. O local possui uma infraestrutura ideal para eventos, cursos e projetos nas mais variadas áreas como eletrônica, robótica, audiovisual entre outros”. (MEC) Não temos a melhor qualidade de internet e também não a mais acessível, mas possuímos uma população muito atuante no que diz respeito ao acesso as redes. “Porém, mesmo com esse cenário promissor acompanhando as vanguardas do movimento, ainda temos muitos desafios para o crescimento da Cultura Maker por aqui. Apesar da presença brasileira maciça nas redes sociais, uma grande dificuldade a ser enfrentada no país é a ausência de makers de sucesso, que inspirariam novos fazedores, o que aumentaria a força do movimento no Brasil. Quando nos voltamos para o mundo das startups de internet, vemos que são poucos os casos que obtém sucesso no país, e quando o assunto é hardware, esses exemplos ainda são quase inexistentes”. (MEC) “No mundo acadêmico, a relação entre as universidades e a indústria não tem muita proximidade, e quando tem, acontece de forma tímida. Os incentivos nesse sentido ainda são insuficientes. Com esse contexto, podemos considerar que um dos desafios que devem ser encarados é o da educação, assim como a tradução de conteúdos e a criação de conteúdos próprios em português, para que uma nova geração de makers brasileiros seja formada. Atualmente grande parte do conteúdo maker está em inglês, e por isso, fazer parte dessa nova revolução ainda é inviável a muitos possíveis fazedores”. (MEC) O Brasil ainda apresenta um cenário de muitas dificuldades para o movimento maker, mas ao mesmo tempo um terreno muito propício para desenvolvimento e criações: “Devido a todos esses impasses, podemos considerar que há um grande terreno disponível para ser explorado em nosso país. O movimento maker pode assumir proporções gigantescas no Brasil. Podemos exemplificar isso com as escolas de samba que transformam materiais simples em alegorias sofisticadas, associando-as à eletrônica e robótica. Além disso, o povo brasileiro em geral possui comunidades que se organizam criativamente, solucionando problemas complexos através de métodos e técnicas simples”. Alguns Makers brasileiros, selecionados pelo MEC: Jefferson Simões: CNC Jefferson Simões cria máquinas úteis para auxiliar em seus projetos. Na Campus Party de 2014, o maker apresentou o projeto de uma fresadeira CNC, que foi desenvolvida em sua garagem e construída com elementos de baixo custo e sucata. A fresadeira CNC é uma máquina que se movimenta em dois eixos. Esses eixos movem um marcador (fresa ou uma caneta, por exemplo). Através desse marcador, serão feitos desenhos ou cortes na superfície escolhida, como placas de mdf. Gabi Agustini: Olabi Makerspace Gabriela Agustini é empreendedora do mundo maker, e durante o ano de 2019 apresentou o programa Conexão Maker, transmitido pelo Canal Futura. No programa, Gabriela abordava temas como empreendedorismo, tecnologias emergentes e impacto social. Claudio Olmedo: One Dollar Board O maker Claudio Olmedo, fundador da One Dollar Board, trabalha com o objetivo de popularizar o acesso ao que chamamos de Internet das Coisas (IoT) e também o ensino de robótica a adultos e crianças de países em desenvolvimento, com a intenção de reduzir os índices de analfabetismo tecnológico. Felipe Juca Sanches: Metamáquina Felipe Sanches é um ativista no mundo da tecnologia. Co-fundador da Metamáquina e do Garoa Hacker Clube, Sanches é um desenvolvedor de software livre e projetista de hardware livre e um grande entusiasta das impressoras 3D de baixo custo. Ele também é atuante no meio acadêmico, sendo um dos fundadores do grupo de estudos de software livre da Escola Politécnica da USP. Mesmo em um espaço de dificuldades, podemos observar o crescimento e luta do movimento maker no Brasil. São poucos investimentos, mas fazedores criativos, trilhando caminhos múltiplos que passam pelo ensino, como o de física, robótica, escolas de samba e muitos outros campos de possibilidades. Alguns aspectos teóricos na educação para se pensar o Maker: 1. Lev Vygotsky (1896 – 1934) - Tornar-se humano; meio social e funções psicológicas superiores. - O papel da cultura no processo de cognição; - Papel do educador no desenvolvimento intelectual; - Mediação e internalização; Experiência social que requer participação e colaboração. A criança Universal X Específica; Datada e Localizada - Zona de desenvolvimento proximal: Real e Potencial; Iminente. - Émile Durkheim: Educação e Sociologia Lev Vygotsky (1896 – 1934) 1 - Tornar-se Humano. 2 – Meio Social. 3 – Funções psicológicas superiores. 1 - Papel da cultura no processo de cognição. 2 - Papel do educador no desenvolvimento intelectual. 3 - Mediação! Experiência social que requer participação e colaboração. 1- Zona de desenvolvimento proximal? Iminente. Real e Potencial. Internalização! Ser Universal X Ser Específico: Datado e Localizado. Formas de conhecimento: 1. Doxa: Senso Comum; 2. Sofia: Experiência de vida; 3. Episteme: Ciência. - Escola Tradicional X Escola Nova - Bobbit e Taylor: O papel da escola; - Paulo Freire e a educação libertadora; Movimento da Educação Popular. Dermeval Saviani 1. Educação própria dos seres humanos. 2. Ser Social : Trabalho. 3. Tradicional X Escola Nova. Paulo Freire (1921 – 1997) Pedagogia da Solidariedade. Escola Nova - Anísio Teixeira - Cecília Meireles - Fernando de Azevedo - Lourenço Filho - J. Dewey: Pragmatismo.Educação e Sociologia Émile Durkheim (1858 – 1917). - Metodologias Ativas. - Modelos Híbridos. - Outro Social: Mediadores. Dermeval Saviani 1. Educação própria dos seres humanos. 2. Ser Social : Trabalho. 3. Tradicional X Escola Nova. Paulo Freire (1921 – 1997) Pedagogia da Solidariedade. Escola Nova - Anísio Teixeira - Cecília Meireles - Fernando de Azevedo - Lourenço Filho - J. Dewey: Pragmatismo.Educação e Sociologia Émile Durkheim (1858 – 1917). - Metodologias Ativas. - Modelos Híbridos. - Outro Social: Mediadores.Manifesto dos pioneiros da Educação Nova– 1932 Refere-se a um documento escrito por 26 educadores, em 1932, com o título “A reconstrução educacional no Brasil: ao povo e ao governo.” Circulou em âmbito nacional com a finalidade de oferecer diretrizes para uma política de educação. Redigido por Fernando de Azevedo, foi assinado entre outros por Anísio Teixeira, M. B. Lourenço Filho, Heitor Lira, Carneiro Leão, Cecília Meireles e A. F. de Almeida Júnior. Objetivo do Manifesto Traçar diretrizes de uma nova política nacional de educação e ensino em todos os níveis, aspectos e modalidades. O manifesto representa uma síntese e uma tentativa de avanço sobre propostas novas de educação. Contexto: Era Vargas. Novos ideais para a educação: Transferir do plano administrativo para o político social, a solução dos problemas escolares. A Educação se realiza pela “ação extensa e intensiva da escola sobre o indivíduo e deste sobre si mesmo”, produzindo-se por uma evolução contínua, favorecida e estimulada por todas as forças organizadas de cultura e de educação. Romper com a velha estrutura do serviço educacional, desprendendo-se dos interesses de classes, deixando de constituir privilégio determinado pela condição econômica e social do sujeito para se organizar para a coletividade. Finalidade alargada para além dos limites das classes, assumindo feição mais humana, assumindo função social – formar a “hierarquia democrática” pela “hierarquia das capacidades” com oportunidades iguais de educação, com objetivo de organizar, desenvolver meios de ações com o fim de dirigir o desenvolvimento natural e integral do ser humano em cada uma de suas etapas de crescimento. a) A unidade da função educacional – formação integral do ser b) A autonomia da função educacional – a escola necessita de autonomia técnica, administrativa e econômica, construída a partir da responsabilidade dos técnicos e educadores, administradores, pelos órgãos do ensino através de sua direção. c) A descentralização - “A unidade pressupõe multiplicidade” através de uma obra metódica e coordenada, de acordo com um plano comum, eficiência tanto em intensidade como em extensão. A nova doutrina considera a função educacional como uma função complexa de ações e reações em que o espírito cresce de dentro para fora, substitui o mecanismo(do modelo da escola tradicional) pela vida (atividade funcional) e transfere para a criança e para o respeito de sua (individualidade) personalidade o eixo da escola e o centro de gravidade do problema da educação. A escola deve oferecer ao sujeito um meio vivo e natural (contextualização), favorável ao intercâmbio de reações e experiências, em que ela, vivendo a sua própria vida, generosa e bela de criança, seja levada “ao trabalho e à ação por meios naturais que a vida suscita quando o trabalho e a ação convém aos seus interesses e às suas necessidades”. Nova concepção de escola – não mais passiva, intelectualista e verbalista – a atividade está na base de todos os seus trabalhos, tendo como elemento principal o “interesse” (fator psicológico), que é a primeira condição de uma atividade espontânea e o estímulo constante ao educando a buscar todos os recursos ao seu alcance, “graças à força de atração das necessidades profundamente sentidas”. Interesse: fonte de inspiração das atividades escolares. CONCEPÇÃO DE ESCOLA COMO INSTITUIÇÃO SOCIAL, LIMITADA NA SUA AÇÃO EDUCATIVA, PELA PLURALIDADE E DIVERSIDADE DAS FORÇAS QUE CONCORREM AO MOVIMENTO DAS SOCIEDADES. CADA ESCOLA, SEJA QUAL FOR SEU GRAU, DEVE REUNIR EM TORNO DE SI AS FAMÍLIAS DOS ALUNOS, ESTIMULAR SOCIEDADES DE EX-ALUNOS, NUMA COOPERAÇÃO SOCIAL ENTRE PAIS, PROFESSORES, EMPRESAS E TODAS AS DEMAIS INSTITUIÇÕES QUE INTERVÉM DIRETAMENTE NA OBRA DA EDUCAÇÃO. “De todos os deveres que do Estado, o que exige maior dedicação e justifica maior sacrifício é a educação, que, dando ao povo a consciência de si mesmo e de seus destinos e a força para afirmar-se e realizá-los, entretém, cultiva e perpetua a identidade da consciência nacional, na sua comunhão íntima com a consciência humana”. Fernando Azevedo, Afrânio Pusioto, Anísio Teixeira, Júlio de Mesquita Filho, Cecília Meireles e outros. Escola ativa: o aluno como centro do processo de ensino e aprendizagem. Método de projetos; Método de centros de interesse; Trabalho realizado em colaboração (grupos); Aluno experimentador; Atividades de excursão; A Revolução das TIC Quando a internet surgiu, em 1989 era apenas uma ferramenta acadêmica que permitia aos cientistas compartilhar informações. Antes disso, o embrião que lhe deu origem foi um sistema de comunicação militar. Ou seja, estava mais para um segredo e o elitismo de uma comunidade fechada, do que para qualquer outra coisa. Nem se sonhava então com a grande rede que viraria o mundo inteiro de pernas para o ar. A internet se consolidou, os celulares se popularizaram, as redes sociais surgiram e se multiplicaram e todas essas mudanças repercutiram no modo de vida das pessoas. Os alunos de hoje fazem parte de uma geração que já nasceu em plena a era digital. O modelo tradicional de ensino já não satisfaz as exigências do momento que vivemos. Esse novo aluno demanda uma nova educação, como nos métodos pedagógicos e um novo professor. As atividades de treinamento baseadas em computadores tornaram o ambiente de aprendizado muito mais dinâmico. Ambientes Colaborativos on-line Comunicação de grupo a grupo ( e não só de um a um). Cada participante pode se comunicar diretamente com os outros colegas de sala. Essas características definem a mudança do sistema tradicional de ensino-centrado exclusivamente no professor e em suas palestras unilaterais. Os estudantes podem acessar a sala de aula on-line de qualquer hora do dia. Assim, têm o tempo necessário para desenvolver uma análise e a reflexão crítica dos temas publicados na discursão. Comunidades Virtuais; Bibliotecas Virtuais; Ambientes de compartilhamento e discussão de ideias. A partir da base teórica discutida até aqui, podemos traçar uma relação entre a cultura maker e o campo educacional: “Yolanda García Rodríguez e Silvia Carrascal Dominguez (2017), exploram como o espaço na cidade e a Cultura Maker influenciam na educação dos indivíduos. A esse respeito as autoras afirmam que: [...] se faz necessário favorecer espaços de interação, de construção de aprendizagens e o desenvolvimento máximo das capacidades dos alunos, de maneira a lhes preparar para compreender o mundo em suas relações sociais. As novas gerações estão em um sistema cultural que dá muita importância às tecnologias da informação e da comunicação, transmitindo novos valores, conhecimentos e ações, a forma como se desenvolvem e a importância que se dá no contexto familiar e escolar, vão depender fortemente de cada grupo social”. (RODRIGUÉZ, Y. G. & DOMÍNGEZ, S.C. 2016, p.11). Assim sendo, é correto dizer que a associação entre as práticas relacionadas à Cultura Maker aplicadas à educação é capaz de potencializar metodologias de ensino e tornar o aprendizado menos teórico e mais participativo. “O Garoa Hacker Clube em parceria com o Núcleo de Aprendizagem Profissional e Assistência Social (Nurap) desenvolveram o projeto Hackerspace Itinerante, que objetivou levar a aprendizagem a outros públicos além dos muros da escola, incluindo no projeto crianças, mulheres, imigrantes e minorias. O projeto, iniciado em 2017 e com duração de 10 meses, levou atividades típicas dos hackerspaces a essas pessoas que, dificilmente teriam acesso a oficinas e palestras de experimentações tecnológicas de outra forma”. (MEC) O Hackerspace Itinerante se dividiu em duas abordagens, uma com o foco principal em linguagens de programação e criação de circuitos eletrônicos e a outra em projetos mais informais e inclusivos, ensinando técnicas acessíveis de criação de eletrônicos,máquinas e objetos. (BORCATO, 2017). “As gerações mais recentes, que já nascem com celulares e tablets nas mãos, não se contentam com modelos pedagógicos tradicionais baseados em livros, lápis e quadro negro. A relação com tecnologias já se dá na primeira infância, e em uma observação pouco atenta, pode-se perceber que ela se dá de forma natural. Essa interação entre criança e tecnologia demanda das escolas novas formas de ensinar, novas abordagens que incluam nas aulas o mundo contemporâneo”. (MEC) “A educação busca então incorporar a cultura do fazer à questão pedagógica, propondo que o aluno vá além das teorias e consiga criar, prototipar, reformar, ser protagonista em todo esse processo maker, tornando assim, o percurso da aprendizagem mais significativo e orgânico”. (MEC) “Inserindo a cultura maker nas salas de aula, reduzimos a distância entre o aluno e o universo científico e tecnológico, mostrando na prática como funcionam algumas etapas do método científico de observação e testagem de hipóteses, por exemplo”. (MEC) “Essa nova metodologia traz também ao professor uma nova função, assumindo um papel de mentor/orientador, que pode guiar os alunos a desenvolver e prototipar objetos e tecnologias que podem solucionar problemas pontuais da própria comunidade onde estão inseridos”. (MEC) Com as discussões postas, alguns pontos surgem como contribuições importantes possíveis a partir da cultura maker para a educação, vejamos: 1. Combate a questão da evasão escolar; 2. Gerar mais interesse nos estudantes; Ensino de robótica; 3. Acesso às mais diversas tecnologias; 4. Aplicar conceitos básicos de outras áreas de conhecimentos, como física, matemática, química, artes e ciência; 5. O estudante é um agente ativo na produção do conhecimento, participando do início até a execução do projeto! Pontos de contribuição e vantagem da aplicação da Cultura Maker no ambiente educacional (MEC): 1. fomentar o pensamento crítico, permitindo que o aluno possa reconhecer uma dificuldade ou um problema, e busque soluções conforme sua realidade; 2. aproximar a teoria da prática, atraindo o interesse do estudante. Colocando a mão na massa, o aluno pode aplicar na prática conceitos antes explorados apenas na teoria vista nos livros; 3. promover o uso e a familiarização das tecnologias, tendo contato físico com ferramentas e aprendendo a operá-las; 4. levar o aluno a busca de soluções para problemas cotidianos de forma criativa, desenvolvendo nesse jovem a capacidade de agir com autonomia diante de situações que exijam tomada de decisão rápida e efetiva. O espaço maker traz uma vasta gama de possibilidades, desenvolvendo e potencializando características do estudante, fazendo com que o mesmo passe a tomar decisões baseado na razão, com aplicação funcional, estimulando a criatividade e também o trabalho em equipe. Valorizar a criação e estimular a vontade de aprender! “Outro fator importante que não pode ser ignorado é que, em comparação a laboratórios tradicionais, os custos de um projeto para um laboratório maker são menores. É muito positivo que um dos pilares do movimento seja a sustentabilidade. Devido a isso, os laboratórios makers serão construídos principalmente por elementos já existentes. Esses custos, já reduzidos, podem ser ainda mais minimizados se optarmos pela locação dos equipamentos, e não pela compra, como é feito usualmente. Seguindo por esse caminho, é possível manter os materiais alinhados com o que há disponível na comunidade onde será alocado o laboratório, assim como a demanda do aprendizado dos alunos”. (MEC) No Brasil temos alguns exemplos práticos de aplicação da cultura maker no meio educacional, por exemplo a Robótica Sustentável, em Fortaleza – CE e a Wood Robotics, parceira da Convex, em Curitiba: “a empresa curitibana Wood Robotics busca soluções educacionais baseadas no uso de robôs feitos com madeira. Esse método proposto pelo grupo objetiva fornecer um maior desenvolvimento durante a realização de atividades em sala de aula. Os alunos, em contato direto com o desenvolvimento e produção dos robôs, vão se familiarizando com os conceitos de mecânica, programação e eletrônica durante todo o processo”. (MEC) “Os robôs são projetados para atender as necessidades educacionais de acordo com a faixa etária dos estudantes e atendem escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio”. “Pela facilidade em aceitar cortes e furos sem produzir resíduos tóxicos, a madeira também se torna uma alternativa sustentável, indo de acordo com os princípios de sustentabilidade defendidos pelo movimento maker. O material se sobressai como uma opção mais saudável e maleável”. “A principal madeira utilizada como matéria-prima na confecção dos produtos da Wood Robotics é o MDF. Esse material é produzido a partir de fibras de madeira de reflorestamento, o que contribui diretamente na redução dos altos índices de desmatamento. Desta forma, a madeira possibilita que os alunos deem vazão a sua criatividade de forma dinâmica, divertida e, principalmente, segura”. (Wood Robotics) O projeto Robótica Sustentável, em Fortaleza, trabalha com a produção de brinquedos e materiais diversos utilizando materiais sustentáveis, envolvendo madeira, papelão, tampinhas e outras matérias simples do cotidiano. É possível aplicar a cultura maker nas escolas pensando a realidade brasileira? Como ficam as instituições de zonas periféricas? Um dos pilares da cultura maker é a sustentabilidade e é possível produzir tecnologia com materiais diversos! “Podemos encontrar um bom exemplo para esse questionamento com a professora Débora Garofalo. Eleita uma das 10 melhores professoras do mundo pelo Global Teacher Prize em 2019, ela conquistou esse reconhecimento por implementar a cultura maker na sala de aula. Primeira brasileira a ser reconhecida com o título, Débora ganhou notoriedade com o projeto ‘Robótica com Sucata Promovendo a Sustentabilidade’, implantado na periferia da cidade de São Paulo. O projeto, além de ensinar, ainda conseguiu retirar cerca de 1 tonelada de lixo das ruas, que foram reciclados e utilizados nos projetos dos alunos”. (MEC) O professor é figura importante nesse processo! Aspectos da BNCC! “Como temos acompanhado há décadas, o modelo tradicional de ensino tem se mostrado desmotivador para os alunos. E iniciativas como a de Débora auxiliam na promoção de novas metodologias de ensino, disseminando a necessidade de um engajamento mais intenso, e de encarar os principais desafios impostos aos professores e comunidade acadêmica em geral”. (MEC) “Esse processo, oposto ao método tradicional de ensino onde o professor é o ponto central da promoção do aprendizado, faz com que o ambiente educacional seja mais versátil. Colocando o aluno no centro, como protagonista, o ambiente se torna mais colaborativo, e a relação entre aluno e professor se intensifica. Essa relação, antes apenas de transmissor (professor) e receptor (aluno) do conhecimento, se transforma em uma interação baseada em troca, professor e aluno compartilham aprendizados entre si”. (MEC) Desde os primeiros aspectos filosóficos, o que acaba por instigar um novo caminho é a dúvida, o questionamento. Estimular o estudante a fazer por conta própria abre portas para a autonomia, criatividade, trabalho em equipe. Tudo isso tendo no professor a figura de um orientador, dando sempre liberdade criativa e inserindo uma metodologia ativa. “Nessa nova dinâmica, o papel milenar do professor como uma figura autoritária se transforma em um personagem mais colaborativo, quase um companheiro na busca por conhecimento. Agora na condição de tutor, essa importante peça na engrenagem educacional tem a tarefa de instigar o interesse de seus tutelados, auxiliando no diálogo e testagens de incontáveis possibilidades do “fazer”. (MEC) “Com esse método, a Cultura Maker pode ser aplicada desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Com asdevidas adaptações, a escola deixa de ser um espaço rígido e pode se tornar um grande espaço maker, unindo educação e inovação, substituindo o ultrapassado modelo tradicional”. (MEC) Em aulas de robótica, por exemplo, o estudante aborda vários conteúdos de cunho interdisciplinar, aplicabilidade de conteúdos na vida cotidiana e preparação para o mercado de trabalho, todos aspectos exigidos na LDB. Para além de quesitos tecnológicos, a cultura maker também aborda outros aspectos, como o artesanato: “A criação de hortas comunitárias nos fundos da escola, criar e promover exposições permanentes, fazer uma receita de biscoitos com as crianças, todos esses exemplos são atividades maker, e também podem gerar excelentes resultados para o processo de aprendizagem”. (MEC) “Propor aos alunos a criação de uma horta na escola é uma excelente alternativa de atividade maker. Um projeto que demanda acompanhamento constante e que pode se estender durante todo o ano letivo. Além de envolver diversas disciplinas em uma só tarefa, com a horta é possível não só incentivar o aprendizado interdisciplinar de matemática, ciências, geografia, como também repassar conceitos de sustentabilidade, da importância do trabalho, se aprofundar em temas como alimentação saudável, culinária e diversos outros temas”. (MEC) “Do momento do plantio até a colheita, os alunos estarão em constante processo de aprendizagem. E mesmo após a colheita ainda há muito a ser explorado. Quando a criança ou adolescente participa de todo esse processo, a relação dela com o alimento se modifica. Trabalhar, acompanhar e aguardar todo caminho até a colheita aumenta a curiosidade e o interesse do aluno, além de desenvolver habilidades que serão úteis em toda a vida, como aprender na prática que muitos projetos exigem planejamento a longo prazo, já inserindo desde a infância, conceitos de gestão de projeto, que futuramente podem ser aplicados na vida profissional”. (MEC) “Na falta de equipamentos mecânicos ou eletrônicos para a construção de um espaço maker, a simples disposição de materiais comuns ao dia a dia escolar já é um importante estímulo para a ação criadora. Retalhos de tecido, pedaços de madeira, itens recicláveis, papéis de cores e gramaturas diversas, cola, tintas, fita adesiva e o que mais estiver acessível. Com esses materiais básicos e o auxílio do professor, os alunos poderão desenvolver protótipos, criar brinquedos, jogos e até mesmo itens funcionais para serem utilizados em casa. Um exemplo disso é a montagem de uma tela contra mosquitos da dengue para ser encaixada na janela”. (MEC) Vamos observar algumas atividades propostas pelo MEC, todas de baixo custo para produção: Tela contra mosquitos Materiais: - Tiras de papelão (com 5 e 7 cm de largura) - Cola - Tule - Grampeador Instruções 1. Meça a janela onde a tela será instalada. As tiras de papelão devem ter a medida certa para o encaixe na janela. 2. Com o papelão cortado em tiras de 5 cm de largura, faça uma moldura com 4 camadas de papelão, de acordo com a medida da janela. Use cola para unir as camadas. 3. Prenda o tule na moldura com um grampeador 4. Cole mais uma camada de papelão para fixar o tule. Retire o excesso do tecido 5. Para encaixar na janela, faça uma nova camada de papelão com tiras de 7 cm de largura. 6. Confira se a tela se encaixa na janela. 7. Use tintas, tecidos e o que mais sua imaginação permitir para decorar. Sua tela está pronta para ser encaixada. Carrinhos ao vento “Outra proposta de atividade maker simples, de baixíssimo custo, rápida e lúdica que pode trazer ensinamentos para crianças na escola é um carrinho que se move com a força do vento, um “carrinho a vela”. Com essa atividade proposta pelo site Science Buddies, é possível aplicar os conhecimentos teóricos das leis de Newton. Com materiais simples e de fácil acesso como papelão, canudos e tampinhas de garrafa, os alunos ainda aprendem sobre sustentabilidade. Vamos aprender a produzir um “carrinho a vela”? Materiais - Papelão - Papel cartão - 3 palitos de espeto - 2 canudos - 4 tampas de garrafa plástica (do mesmo tamanho) - Fita adesiva - Tesoura - Estilete - Ventilador Instruções 1. Corte o papelão (quadrado ou retangular) para formar a base que será também o corpo do seu carrinho à vela. 2. Com a fita adesiva, prenda um canudo em cada extremidade na parte de baixo do papelão. Estes serão seus eixos. Certifique-se de que os canudos estejam paralelos. 3. Com o estilete faça um corte no formato ‘+’ no centro de cada uma das tampas de garrafa. 4. Empurre o palito de espeto atravessando o furo em uma das tampas. 5. Coloque o palito com a tampa dentro de um dos canudos (eixo). 6. Coloque outra tampa de garrafa na extremidade oposta do palito. Seu primeiro eixo está pronto. Repita os passos 4, 5 e 6 para fazer o outro eixo. 7. Com o estilete, faça um pequeno furo no centro do papelão. 8. Insira o último palito de espeto verticalmente no furo para formar o mastro. Prenda- o na base com fita adesiva. 9. Corte o papel cartão em um formato retangular para fazer sua vela. 10. Com o palito preso na base do seu carrinho, faça um furo em cada extremidade do papel e o posicione preso ao palito formando um ‘C’. Sua vela está pronta. 11. Coloque seu carro em frente a um ventilador, ligue-o e veja seu carro se movimentar com a força do vento. Aspectos teóricos importantes: O mundo da criança, J. J. Rousseau e Inteligências Múltiplas de H. Gardner. “Após finalizar todo o processo, questione aos alunos “O que poderíamos fazer para torná- lo mais rápido?”. A partir daí, elabore juntamente com as crianças maneiras de adaptar o carrinho”. “Uma versão mais simplificada do carro a vela pode ser feita com o uso de um balão. Com o passo a passo desse outro carro movido a vento, podemos ver na prática a facilidade de adaptação dos projetos maker”. Materiais - Balão - Canudo dobrável - Papelão - Conjunto de rodas e eixos (você pode utilizar o mesmo processo da atividade do carro a vela contendo palitos de espeto, canudos e tampas de garrafa) - 4 tampas de garrafa plástica (do mesmo tamanho) - Fita adesiva - Estilete Instruções 1. Prenda eixos e rodas no papelão. 2. Com a fita adesiva, prenda o balão na ponta do canudo dobrável. Se quiser mais velocidade no seu carrinho, use mais desses conjuntos. 3. Fixe o conjunto com o(s) canudo(s) na parte de cima do carro. Deixe a ponta do(s) canudo(s) para fora do papelão. É através dela que encheremos o balão. 4. Dobre a ponta do(s) canudo(s) para cima, de maneira que o balão não toque no chão enquanto o carro se movimenta. “No site sciencebuddies.org podemos encontrar outras propostas de atividades com diferentes níveis de complexidade. Infelizmente o conteúdo disponibilizado no site é apenas em inglês, comprovando um de nossos grandes desafios na disseminação do movimento maker em solo brasileiro. Porém, existem conteúdos sendo produzidos em nossa língua em outras plataformas. No YouTube, o canal brasileiro ‘Manual do Mundo’ é um grande aliado na tarefa de popularizar o conhecimento científico. Nos vídeos do Manual, além dos conceitos serem explicados de forma simples e didática, podemos acompanhar o passo a passo da criação e montagem dos experimentos, desde a montagem de simples origamis até projetos mais complexos como a fabricação de carregadores solares para celular”. (MEC) - “Com a possibilidade de explorar todas essas potencialidades do jovem, é notável considerar que a metodologia maker está alinhada com o que está sendo chamado de ‘competências do século XXI’. - “Nesse mundo pós-industrial que vivemos e a nova revolução que estamos acompanhando, novas habilidades passam a ser essenciais, entre elas a imaginação, a criatividade e a capacidade de inovar”. - “O processo educacional começa, lentamente, a evoluir e acompanhar as necessidades que surgem no mundo contemporâneo, se adequando para suprir a demanda cada vezmaior por saberes científicos e tecnológicos capazes de responder e solucionar problemas, e dando autonomia aos fazedores para que encontrem soluções dentro de suas próprias realidades, podendo impactar mudanças sociais em suas próprias comunidades”. - “O fenômeno maker faz com que as pessoas se tornem mais independentes da indústria e do mercado e desenvolvam mais proatividade, possibilitando a todos que aderem ao movimento adquirir autonomia na escolha e produção de seus objetos de desejo. Agora, imaginemos uma geração inteira de crianças e adolescentes tendo contato com esses preceitos em sua formação escolar? Os reflexos disso só poderão ser vistos no futuro, e esse futuro está cada vez mais próximo”. (MEC) Alguns dos avanços Cortadoras a laser As máquinas de corte a laser deram o pontapé inicial na revolução da prototipação rápida. São utilizadas para modelismo, desenho industrial, prototipagem, diversas aplicações no universo da bricolagem e até mesmo na moda. Com a facilidade de se trabalhar com diversos materiais (papelão, papel, madeira, acrílicos, MDF e até materiais têxteis), a cortadora a laser é uma opção versátil para realizar incontáveis projetos. Impressoras 3D Para que o projeto digital se converta em um objeto concreto, precisamos de algumas tecnologias de fabricação à nossa disposição. A impressora 3D surge como uma importante aliada nessa etapa de produção. Com ela, um modelo tridimensional do objeto trabalhado é construído camada a camada com um material plástico, uma resina ou até mesmo em metal. Esse modelo de construção com camadas sobrepostas é uma técnica conhecida como construção aditiva. A CNC (máquina de controle numérico computadorizado) também é capaz de converter rapidamente modelos digitais em objetos físicos, porém com uma técnica diferente. A CNC pode remover o material, ou esculpi-lo, usando um método contrário ao aplicado na impressora 3D. Arduíno Uma importante plataforma de prototipagem eletrônica open source é o Arduíno. Esse elemento se baseia em hardwares e softweres flexíveis e fáceis de usar. A plataforma é muito utilizada por artistas, designers, engenheiros e pode ser dominada por qualquer pessoa que tenha interesse em criar objetos ou ambientes interativos. “Ao assumir posições de vanguarda nesse processo, que ainda está em desenvolvimento, o ensino caminhará lado a lado com as premissas vividas no mundo atual, e se manterá em constante atualização para lidar com as novas tecnologias e gerações”. (MEC) “O movimento maker, ao lado dos professores, permite que eles tenham em suas mãos ferramentas fundamentais para colocar em prática todas essas etapas necessárias a essa nova demanda educacional. Com esse método é possível instigar as competências do século XXI em seus alunos, e cada vez mais, dar voz aos jovens no processo de ensino. Afinal, o papel do aluno nessa nova geração é de protagonista nessa caminhada pela evolução dos próprios conhecimentos”. (MEC)
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