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Cultura Maker - AULAS

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O TRABALHO COMO NATUREZA DA EDUCAÇÃO EM DERMEVAL SAVIANI 
(2021).
CONCEITOS: NATUREZA HUMANA TRABALHO;
TRABALHO: O QUE É E QUAIS SÃO SO SEUS TIPOS? 1. MATERIAL X 2. 
IMATERIAL (INTELECTUAL);
RELAÇÃO PRODUTOR X PRODUTO;
A CONSTRUÇÃO DE UMA NATUREZA E O HABITUS (P. BOURDIEU);
A RELAÇÃO ESCOLA NOVA X TRADICIONAL: MECANIZAR E AUTOMATIZAR:
EXEMPLOS: LER E ESCREVER E A DIREÇÃO.
O TRABALHO EM K. MARX E AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS.
1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Século XVIII Pioneirismo Inglês: Acúmulo de riquezas, matéria-prima, 
cercamentos, urbanização (Georg Simmel, 2010 – indicação de leitura), 
industrialização, monarquia parlamentar e ascensão da burguesia.
Energia hidráulica + carvão mineral; Máquinas: vapor + tear mecânico;
Longas jornadas de trabalho + Sem sindicalismo + Trabalho feminino e infantil.
2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Século XIX Inglaterra e novos polos (Alemanha, França, Itália e Estados 
Unidos).
Petróleo + Motor à combustão interna; Dínamo: Energia elétrica e o novo sentido da 
vida humana (Noite).
O Mundo Capitalista
Práticas Monopolistas (Cartel e Truste); Modelos Produtivos: Fordismo + Taylorismo 
+ Toyotismo + Volvismo.
Globalização: Anterior ao capitalismo e necessária ao seu desenvolvimento.
Nova estrutura social/cultural; Nova relação com o meio ambiente;
Cultura do fazer X Monopólio Industrial: Exemplos como a França de Napoleão, os 
artistas no renascimento e o mecenato.
Obsolescência Programada e o Conceito de Indústria Cultural (T. Adorno e F. 
Horkheimer).
3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Século XX Expansão Mundial; Robotização + Novas formas de energia 
(solar, nuclear, eólica e biomassa);
Tecnopolos e a mão de obra barata + leis flexíveis + ataques aos trabalhadores.
Materialismo Histórico: Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a 
explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos 
fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.
“A história de toda sociedade passada é a história da luta de classes”.
Burguesia (Meios de Produção) X Proletariado (Força de Trabalho).
Salário e Fetiche de Mercadoria.
A produção da mais valia absoluta gira exclusivamente em torno da duração da 
jornada de trabalho; a produção da mais-valia relativa revoluciona totalmente os 
processos técnicos de trabalho e as combinações sociais. (MARX, 2006, p. 578)
Alienação: “Todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como 
produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador”.
Dialética: Sua análise parte da história como um movimento perpétuo e contínuo. 
(Heráclito). Marx explica que somente a dialética consegue apreender os 
movimentos do real. 
Práxis: Teoria e Prática em Marx.
Superestrutura, Infraestrutura e Ideologia.
O TRABALHO AO LONGO DA HISTÓRIA + MOVIMENTOS TRABALHISTAS: 
LUDISMO, CARTISMO, MOVIMENTO SOCIAL DA IGREJA, SOCIALISMO 
UTÓPICO E CIENTÍFICO E ANARQUISMO.
O conceito de Tecnologia: Uma visão futurística.
Tecnologia na verdade não é algo atual,
a palavra possui origem grega, podendo
ser traduzida para: estudo da técnica, da
arte ou do ofício.
É algo que faz parte da existência
humana, desde os primeiros seres da
nossa espécie no planeta.
Tanto a internet quanto as pedras lascadas são formas de tecnologias.
Entendendo através da série American Gods (2017):
A Tecnologia como um deus;
Novo X Antigo.
1. Chegamos até aqui:
- O trabalho, o fazer e a tecnologia sempre fizeram parte da existência humana,
chegando ao ponto de natureza humana;
- Com o advento da revolução industrial e da sociedade capitalista, tivemos um novo
estilo de vida: Produção em massa e consumo excessivo. Exemplo: Crise de 29 e o
American Way of Life!
- Produtos com pouca duração e monopólios de produção. Filme Tempos Modernos
(1936), Charlie Chaplin.
Uma solução? O movimento Maker e os Makers ou Fazedores.
O Makerspace: Espaço de criação.
Basicamente: Movimento sociocultural com o objetivo principal de estimular a 
criação, construção, conserto de objetos físicos e/ou digitais.
Histórico: DIY: Do It Yourself: Década de 1912, anos 40 nos Estados Unidos, 
ganhando mais popularidade nos anos 50;
Contexto: Pós Crise de 29 e
dentro da Segunda Guerra Mundial (1939 – 45);
Ideais Anticapitalistas e Anticonsumistas.
1. Em um primeiro momento , o DIY estava atrelado a técnicas para reformas de 
casas e elaboração de objetos pequenos;
2. Com o tempo o conceito foi sendo ampliado chegando até a marcenaria, 
consertos, customização de objetos e outros campos como robótica, eletrônica e 
tecnologia.
O Movimento Maker é fruto da influência de diversos campos, dentre eles, podemos 
citar também campos musicais, como o Punk Rock, que também bebeu do Do It 
Yourself.
Com notoriedade nos anos 70, o Movimento Punk falava sobre a individualidade e a 
independência. Aqui os músicos e fãs não dependeriam mais das grandes 
corporações.
Neste contexto surgiram novos fenômenos,
como as gravadoras independentes e também
os fanzines: revistas que eram feitas pelos
próprios fãs.
Algumas bandas passaram a produzir os seus
flyers, encartes, roupas e pôsteres.
Mesmo com a pluralidade de influências, foi apenas no final da década de 80 e início 
da década de 90 que o Movimento Maker começou a ganhar força e destaque.
Nesse período temos uma série de transformações como a criação dos 
computadores individuais, internet, impressoras 3D, cortadoras a laser e fresadoras 
digitais.
“Um outro marco relevante na história do Movimento Maker foi a criação da
Make Magazine. Criada nos Estados Unidos em 2005 por Dale Dougherty, a revista
serviu como um meio de popularização dos ideais da Cultura Maker. Além disso,
aponta-se o surgimento da Maker Faire no ano de 2006 uma feira criada para celebrar
as artes, os trabalhos manuais, a engenharia, a ciência projetual e o pensamento
Do It Yourself – como uma importante contribuição para que os indivíduos se
organizassem e articulassem suas ideias de tal forma a gerar ambientes de troca de
experiências e conhecimentos”. (MEC)
“A Cia Teatral Morrinho CTM. estará na Maker Faire
com o Projeto Morrinho, que vai oferecer oficinas de
pintura em tijolos e também estimular a criatividade
através do teatro como ferramenta de interação,
intervenção e abraço coletivo”. (Texto autoral no
Facebook).
Dado o sucesso da Maker Faire, grandes marcas passaram a investir nos “fazedores”, 
criando tecnologias exclusivas para o grupos e divulgando a ideia do “você pode 
criar”.
Surgem assim os FabLabs, espaços laboratoriais feitos para criação, 
desenvolvimento, experimentos e mentoria de projetos.
Além do investimento em cursos de nível superior, tanto no público quanto no privado.
“Os Fablabs são locais que oferecem os materiais e a tecnologia, permitindo que
qualquer indivíduo consiga fabricar praticamente qualquer coisa. O
primeiro FabLab foi criado no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) em 2001,
formado por alunos de diversas áreas. O objetivo era criar um espaço colaborativo,
participativo e de troca de ideias para fabricação de artefatos. No ano seguinte a ideia
foi replicada em Pabau, na Índia, dando origem ao primeiro FabLab fora dos Estados
Unidos. Na atualidade existem FabLabs distribuídos em mais de 40 países,
conformando uma rede global”. (MEC)
“Na concepção do físico Chris Anderson, autor do best seller ‘The Long Tail ‘– A
Calda Longa, em tradução para o português – a Cultura Maker é a nova revolução
industrial. Ele explica que em um contexto socioeconômico contemporâneo, onde as
pessoas se aproximam do que é pregado pela filosofia do Movimento Maker, é correto
dizer que o poder das grandes indústrias é transferido para as mãos do consumidor.
Anderson defende a ideia de que qualquer um que tenha acesso a ferramentas como
cortadoras a laser e impressoras 3D, será capaz de criar praticamente qualquer coisa.
Vale clarificar que osideais de Chris Anderson partem da premissa de que ao invés
de comprar um produto de uma grande marca, os indivíduos façam download de um
arquivo e o imprima na sua própria casa ou em um Maker Space”. (MEC).
- O Movimento Maker é estruturado por quatro pilares básicos:
1. Criatividade: Usar as próprias mãos + soluções simples para problemas complexos.
2. Cooperar com outros makers; Trabalho em rede e soma de saberes.
3. Uso sustentável; Evitar desperdícios, ressignificar usos e funções sempre que
possível.
4. Soluções com produção em escalas e com custo acessível.
A colaboração é fundamental! O uso do trabalho em rede, mesmo que em espaços
diferentes.
Exemplo: Download de uma ideia pronta aplicando como foi desenvolvida ou podendo
recriá-la com novos conceitos, disponibilizando novamente para novos usuários
interessados seguirem também este ciclo. Chamamos de Open Source ou Código
Aberto.
Criatividade Colaboratividade
Sustentabilidade Escalabilidade
“Por meio destes pilares, o Movimento Maker consegue impactar positivamente tanto
a cultura quanto a economia de uma sociedade. Além disso, os quatro pilares
remetem a um estilo de vida que influencia na forma em que as pessoas aprendem
sobre determinados assuntos, uma vez que promove uma aproximação entre teoria e
prática. Neste sentido, nota-se que muitos profissionais da educação utilizam diversos
aspectos da Cultura Maker como uma vertente pedagógica”. (MEC)
A Cultura Maker pelo mundo!
Arts & Crafts (Artes e Ofícios) – Inglaterra; Segunda metade do século XIX
Falava sobre a importância do artesanal e produção de artefatos pautados na
criatividade, gerando uma oposição a produção em massa e a industrialização das
artes.
Aqui podemos destacar mais uma vez o movimento Do It Yourself;
Na década de 1940, o movimento propunha uma maior conexão entre as pessoas e
os objetos por elas utilizados. Havia a proposta de construção dos próprios móveis e
vestimentas, conserto de objetos estragados e até mesmo melhorias no interior de
suas casas.
Ambos os movimentos se opunham a produção em massa e a obsolescência
programada.
Precisamos trazer novamente a importância dos computadores e a sua popularização
no que diz respeito ao uso pessoal, além do avanço tecnológico e novas práticas
desenvolvidas, o que facilitou a execução de vários projetos, processos e também
gerou custos menores.
“Na concepção de Lemos (2014), o Movimento Maker nasce neste cenário de
intersecção entre práticas relacionadas à tecnologia e o Faça Você Mesmo.
Entretanto, o Movimento Maker não se baseia apenas no uso de ferramentas
tecnológicas, mas sim no ato de fazer em si, dissociado de quaisquer outros
preceitos”. (Apud MEC).
As áreas de atuação para o movimento maker são quase que infinitos, passando por
carros, drones, casas, roupas, praticamente tudo que envolve a produção humana.
“Destaca-se a colaboratividade como um dos grandes motivadores da Cultura Maker.
Este pilar incentiva os Makers a aprenderem uns com os outros, trabalhando em rede
nas diversas etapas de um projeto – desde a concepção até a execução. De um modo
ampliado a internet é um grande facilitador para elaboração e efetivação de projetos
colaborativos, além de ser um potencializador na difusão de conhecimento, facilitando
o arranjo de eventos que disseminam inovação, criatividade e diversos tipos de
saberes”. (MEC)
Além da Maker Faire, já citada, temos a World Maker Faire, em Nova Iorque.
As Mini Maker Faire acontecem de forma sazonal em diversos países.
Também podemos lembrar dos FabLabs, Makerspaces e Hackerspaces, todos
voltados para trocas de experiências, concepção e execução de projetos.
“Em entrevista à revista Observatório Itaú Cultural, Manoel Lemos (2014) define esse
conjunto de espaços como sendo:
[...] laboratórios abertos que oferecem a infraestrutura necessária para que seus
frequentadores trabalhem em seus projetos. Embora cada tipo de espaço tenha suas
características próprias, a ideia é quase sempre a mesma: um espaço onde
conhecimentos são compartilhados e projetos são construídos. Esses espaços
crescem de maneira absurda nos Estados Unidos, na Europa e na China e também
começam a aparecer aqui no Brasil”. (LEMOS, 2014. p.31). (Apud MEC)
“A grande maioria desses espaços (FabLabs, Makerspaces e Hackerspaces) permite
a organização de reuniões de trabalho a qualquer hora do dia ou da noite, com grupos
de trabalho plurais, o que fomenta projetos multidisciplinares e colaborativos, além de
promover uma variedade de eventos em paralelo, como aulas e workshops”. (MEC)
“Em um panorama global, destaca-se um espaço chamado NoiseBridge em San
Francisco, Califórnia. Aponta-se o acesso a equipamentos compartilhados - os quais
muitos têm um custo alto para serem adquiridos para o uso individual - como um outro
ponto positivo ao se circular por markespaces, hackerspaces e FabLabs”. (MEC)
NoiseBridge - San Francisco, California, Estados 
Unidos.
Disponível: https://www.library.ucsf.edu/news/ucs
f-makers-lab-visits-noisebridge/
https://www.library.ucsf.edu/news/ucsf-makers-lab-visits-noisebridge/
No Brasil existe um espaço semelhante, sem fins lucrativos chamado Garoa Hacker
Club, em São Paulo.
“É importante ressaltar que nem todos os FabLabs, Hackerspaces e Makerspaces são
instituições sem fins lucrativos. Existem espaços pagos, como por exemplo a rede de
oficinas americana TechShop. Fundada por Jim Newton e Ridge Mcghee em 2006, a
TechShop se tornou uma marca licenciada presente em mais de oito cidades
americanas, com planos de expansão para diversos locais e até mesmo para fora dos
Estados Unidos. Nas palavras de Lemos (2014), a TechShop é uma rede onde:
[...] você encontra de tudo para transformar seu projeto em realidade. Equipamentos
pesados para trabalhar com metais, impressoras 3D industriais, máquinas de corte a
laser e uma equipe de consultores para ajudar em seu projeto. Tudo disponível para
os membros que pagam uma mensalidade para a utilização dos equipamentos e que
arcam com os custos de materiais”. (LEMOS, 2014. p.31). (Apud MEC)
“Em consonância com o que é praticado pela rede TechShop nos Estados Unidos, o
Garagem FabLab também é um espaço pago, porém em São Paulo. Localizado na
Barra Funda, o espaço tem como filosofia:
[...] possibilitar a troca de conhecimentos sob a forma de cursos, oficinas e palestras
relacionadas ao universo da Cultura Maker, além de reunir pessoas, empresas e
organizações para resolver problemas e inovar proporcionando experiências mão na
massa”. (Garagem FabLab. Disponível em: http://www.garagemfablab.com.br/)
Garagem FabLab - São Paulo,Brasil. Disponível 
em: https://www.facebook.com/GaragemFabLab
https://www.facebook.com/GaragemFabLab
“Por falar em FabLabs, é interessante destacar que existem espaços de diferentes
categorias. Os FabLabs acadêmicos, por exemplo, têm como propósito atender a
comunidade acadêmica e costumam estar associados a escolas e universidades. Já
os FabLabs públicos são aqueles que são mantidos pelo governo ou por comunidades
locais, sendo que o propósito principal do espaço é servir a comunidade. Existem
também os FabLabs independentes, que são aqueles que oferecem serviços para
manter o equilíbrio financeiro do espaço”. (MEC)
O avanço tecnológico trouxe uma série de transformações para além das já citadas
até aqui, uma delas foi a desmaterialização de objetos. Itens que durante décadas nos
acostumamos a manusear fisicamente foram transformados em dados, arquivos
digitais online, off-line e em nuvens: Enciclopédias, revistas, jornais, listas telefônicas,
livros...
Tudo isso passa a ser acessado em ferramentas como o Google, em tablets e
celulares. Cds e DVDs foram transformados em programas de streaming como Netflix
e Spotify. Entramos no E-commerce.
“Essa mudança aconteceu de forma abrupta e impactante. O processo de
digitalização de produtos e serviços abriu para que novos modelos de negócio
surgissem, inovaçõesque jamais seriam possíveis sem esses avanços”. (MEC)
Possuímos novas relações de produção, de consumo, uma nova capacidade de
democratização da informação e manifestação. Mas quais os impactos disso?
O que podemos ver como algo positivo? E negativo?
Blogs, perfis em redes sociais, podcasts, vídeos!
“Quando utilizamos a Wikipédia hoje não lembramos que há aproximadamente 20
anos ainda dependíamos de grandes enciclopédias que continham diversas edições
e, muitas vezes, era necessário ir a uma biblioteca para ter acesso a elas. O site
atualmente é uma das maiores fontes de referência do mundo, e está em constante
crescimento, pois as informações contidas na Wikipédia são inseridas por pessoas
comuns e instituições. Segundo a Revista Observatório Itaú Cultural (16ª Edição,
2014), o site sobrevive por meio desse sistema colaborativo e também de uma
multidão de editores que doam horas de trabalho na plataforma”. (MEC)
Esse é o contexto do que já está sendo chamado de a nova revolução industrial.
Resultado dessa mistura de processos de digitalização, métodos de criação e
produção dos mais diversos produtos e serviços baseados na filosofia do open
source, compartilhados de forma aberta na web. Esse novo modelo altera o “como” o
“por que” e o “por quem” as coisas são produzidas. A produção, antes restrita às
grandes indústrias, agora é acessível e possível a praticamente qualquer pessoa.
(MEC)
E o Brasil?
“O rápido surgimento do primeiro hackerspace do Brasil é uma prova disso. O Garoa
Hacker Clube, já citado anteriormente, começou a ser desenvolvido no ano de 2009,
pouco tempo depois do surgimento do NoiseBridge, em São Francisco, e o NYC
Resistor, em Nova Iorque, que nasceram entre os anos de 2007 e 2008. O espaço é
comunitário, se localiza na cidade de São Paulo e se mantém por meio do auxílio de
associados e frequentadores. O local possui uma infraestrutura ideal para eventos,
cursos e projetos nas mais variadas áreas como eletrônica, robótica, audiovisual entre
outros”. (MEC)
Não temos a melhor qualidade de internet e também não a mais acessível, mas
possuímos uma população muito atuante no que diz respeito ao acesso as redes.
“Porém, mesmo com esse cenário promissor acompanhando as vanguardas do
movimento, ainda temos muitos desafios para o crescimento da Cultura Maker por
aqui. Apesar da presença brasileira maciça nas redes sociais, uma grande dificuldade
a ser enfrentada no país é a ausência de makers de sucesso, que inspirariam novos
fazedores, o que aumentaria a força do movimento no Brasil. Quando nos voltamos
para o mundo das startups de internet, vemos que são poucos os casos que obtém
sucesso no país, e quando o assunto é hardware, esses exemplos ainda são quase
inexistentes”. (MEC)
“No mundo acadêmico, a relação entre as universidades e a indústria não tem muita
proximidade, e quando tem, acontece de forma tímida. Os incentivos nesse sentido
ainda são insuficientes. Com esse contexto, podemos considerar que um dos desafios
que devem ser encarados é o da educação, assim como a tradução de conteúdos e a
criação de conteúdos próprios em português, para que uma nova geração de makers
brasileiros seja formada. Atualmente grande parte do conteúdo maker está em inglês,
e por isso, fazer parte dessa nova revolução ainda é inviável a muitos possíveis
fazedores”. (MEC)
O Brasil ainda apresenta um cenário de muitas dificuldades para o movimento maker,
mas ao mesmo tempo um terreno muito propício para desenvolvimento e criações:
“Devido a todos esses impasses, podemos considerar que há um grande terreno
disponível para ser explorado em nosso país. O movimento maker pode assumir
proporções gigantescas no Brasil. Podemos exemplificar isso com as escolas de
samba que transformam materiais simples em alegorias sofisticadas, associando-as à
eletrônica e robótica. Além disso, o povo brasileiro em geral possui comunidades que
se organizam criativamente, solucionando problemas complexos através de métodos
e técnicas simples”.
Alguns Makers brasileiros, selecionados pelo MEC:
Jefferson Simões: CNC
Jefferson Simões cria máquinas úteis para auxiliar em 
seus projetos. Na Campus Party de 2014, o maker 
apresentou o projeto de uma fresadeira CNC, que foi 
desenvolvida em sua garagem e construída com 
elementos de baixo custo e sucata.
A fresadeira CNC é uma máquina que se movimenta 
em dois eixos. Esses eixos movem um marcador 
(fresa ou uma caneta, por exemplo). Através desse 
marcador, serão feitos desenhos ou cortes na 
superfície escolhida, como placas de mdf.
Gabi Agustini: Olabi Makerspace
Gabriela Agustini é empreendedora do 
mundo maker, e durante o ano de 2019 
apresentou o programa Conexão Maker, 
transmitido pelo Canal Futura. No 
programa, Gabriela abordava temas como 
empreendedorismo, tecnologias 
emergentes e impacto social.
Claudio Olmedo: One Dollar Board
O maker Claudio Olmedo, fundador da 
One Dollar Board, trabalha com o objetivo 
de popularizar o acesso ao que chamamos 
de Internet das Coisas (IoT) e também o 
ensino de robótica a adultos e crianças de 
países em desenvolvimento, com a 
intenção de reduzir os índices de 
analfabetismo tecnológico.
Felipe Juca Sanches: Metamáquina
Felipe Sanches é um ativista no mundo da 
tecnologia. Co-fundador da Metamáquina
e do Garoa Hacker Clube, Sanches é um 
desenvolvedor de software livre e 
projetista de hardware livre e um grande 
entusiasta das impressoras 3D de baixo 
custo. Ele também é atuante no meio 
acadêmico, sendo um dos fundadores do 
grupo de estudos de software livre da 
Escola Politécnica da USP.
Mesmo em um espaço de dificuldades, podemos observar o crescimento e luta do
movimento maker no Brasil.
São poucos investimentos, mas fazedores criativos, trilhando caminhos múltiplos que
passam pelo ensino, como o de física, robótica, escolas de samba e muitos outros
campos de possibilidades.
Alguns aspectos teóricos na educação para se pensar o Maker:
1. Lev Vygotsky (1896 – 1934)
- Tornar-se humano; meio social e funções psicológicas superiores.
- O papel da cultura no processo de cognição;
- Papel do educador no desenvolvimento intelectual;
- Mediação e internalização;
Experiência social que requer participação e colaboração.
A criança Universal X Específica;
Datada e Localizada
- Zona de desenvolvimento proximal: Real e Potencial; Iminente.
- Émile Durkheim: Educação e Sociologia
Lev Vygotsky 
(1896 – 1934)
1 - Tornar-se Humano.
2 – Meio Social.
3 – Funções 
psicológicas 
superiores.
1 - Papel da cultura no processo de 
cognição.
2 - Papel do educador no 
desenvolvimento intelectual.
3 - Mediação! Experiência social que 
requer participação e colaboração.
1- Zona de desenvolvimento 
proximal? Iminente.
Real e Potencial.
Internalização!
Ser Universal
X
Ser Específico: Datado e 
Localizado.
Formas de conhecimento:
1. Doxa: Senso Comum;
2. Sofia: Experiência de vida;
3. Episteme: Ciência.
- Escola Tradicional X Escola Nova
- Bobbit e Taylor: O papel da escola;
- Paulo Freire e a educação libertadora; Movimento da Educação Popular.
Dermeval Saviani
1. Educação própria dos seres 
humanos.
2. Ser Social : Trabalho.
3. Tradicional X Escola Nova.
Paulo Freire (1921 – 1997)
Pedagogia da 
Solidariedade.
Escola Nova
- Anísio Teixeira
- Cecília Meireles
- Fernando de Azevedo
- Lourenço Filho
- J. Dewey: Pragmatismo.Educação e 
Sociologia
Émile Durkheim 
(1858 – 1917).
- Metodologias Ativas.
- Modelos Híbridos.
- Outro Social: 
Mediadores.
Dermeval Saviani
1. Educação própria dos seres 
humanos.
2. Ser Social : Trabalho.
3. Tradicional X Escola Nova.
Paulo Freire (1921 – 1997)
Pedagogia da 
Solidariedade.
Escola Nova
- Anísio Teixeira
- Cecília Meireles
- Fernando de Azevedo
- Lourenço Filho
- J. Dewey: Pragmatismo.Educação e 
Sociologia
Émile Durkheim 
(1858 – 1917).
- Metodologias Ativas.
- Modelos Híbridos.
- Outro Social: 
Mediadores.Manifesto dos pioneiros da Educação Nova– 1932
Refere-se a um documento escrito por 26
educadores, em 1932, com o título “A
reconstrução educacional no Brasil: ao
povo e ao governo.” Circulou em âmbito
nacional com a finalidade de oferecer
diretrizes para uma política de educação.
Redigido por Fernando de Azevedo, foi
assinado entre outros por Anísio Teixeira,
M. B. Lourenço Filho, Heitor Lira, Carneiro
Leão, Cecília Meireles e A. F. de Almeida
Júnior.
Objetivo do Manifesto
Traçar diretrizes de 
uma nova política 
nacional de educação 
e ensino em todos os 
níveis, aspectos e 
modalidades.
O manifesto 
representa uma síntese 
e uma tentativa de 
avanço sobre 
propostas novas de 
educação.
Contexto: Era Vargas.
Novos ideais 
para a 
educação:
Transferir do plano 
administrativo para 
o político social, a 
solução dos 
problemas 
escolares.
A Educação se realiza pela 
“ação extensa e intensiva da 
escola sobre o indivíduo e 
deste sobre si mesmo”, 
produzindo-se por uma 
evolução contínua, 
favorecida e estimulada por 
todas as forças organizadas 
de cultura e de educação. 
Romper com a velha estrutura do serviço educacional,
desprendendo-se dos interesses de classes, deixando de constituir
privilégio determinado pela condição econômica e social do sujeito
para se organizar para a coletividade.
Finalidade alargada para além dos limites das classes, assumindo feição mais humana,
assumindo função social – formar a “hierarquia democrática” pela “hierarquia das
capacidades” com oportunidades iguais de educação, com objetivo de organizar,
desenvolver meios de ações com o fim de dirigir o desenvolvimento natural e integral
do ser humano em cada uma de suas etapas de crescimento.
a) A unidade da função educacional –
formação integral do ser
b) A autonomia da função educacional – a 
escola necessita de autonomia técnica, 
administrativa e econômica, construída a partir 
da responsabilidade dos técnicos e educadores, 
administradores, pelos órgãos do ensino através 
de sua direção.
c) A descentralização - “A unidade 
pressupõe multiplicidade” através de uma 
obra metódica e coordenada, de acordo 
com um plano comum, eficiência tanto 
em intensidade como em extensão.
A nova doutrina considera a função educacional como uma função complexa de
ações e reações em que o espírito cresce de dentro para fora, substitui o
mecanismo(do modelo da escola tradicional) pela vida (atividade funcional) e
transfere para a criança e para o respeito de sua (individualidade) personalidade o
eixo da escola e o centro de gravidade do problema da educação.
A escola deve oferecer ao sujeito um meio vivo e natural 
(contextualização), favorável ao intercâmbio de reações e experiências, 
em que ela, vivendo a sua própria vida, generosa e bela de criança, 
seja levada “ao trabalho e à ação por meios naturais que a vida suscita 
quando o trabalho e a ação convém aos seus interesses e às suas 
necessidades”.
Nova concepção de escola – não mais passiva, intelectualista e 
verbalista – a atividade está na base de todos os seus trabalhos, tendo 
como elemento principal o “interesse” (fator psicológico), que é a 
primeira condição de uma atividade espontânea e o estímulo constante 
ao educando a buscar todos os recursos ao seu alcance, “graças à 
força de atração das necessidades profundamente sentidas”.
Interesse: fonte de inspiração das atividades escolares.
CONCEPÇÃO DE ESCOLA COMO 
INSTITUIÇÃO SOCIAL, LIMITADA NA SUA 
AÇÃO EDUCATIVA, PELA PLURALIDADE E 
DIVERSIDADE DAS FORÇAS QUE 
CONCORREM AO MOVIMENTO DAS 
SOCIEDADES.
CADA ESCOLA, SEJA QUAL FOR SEU GRAU, DEVE 
REUNIR EM TORNO DE SI AS FAMÍLIAS DOS 
ALUNOS, ESTIMULAR SOCIEDADES DE EX-ALUNOS, 
NUMA COOPERAÇÃO SOCIAL ENTRE PAIS, 
PROFESSORES, EMPRESAS E TODAS AS DEMAIS 
INSTITUIÇÕES QUE INTERVÉM DIRETAMENTE NA 
OBRA DA EDUCAÇÃO.
“De todos os deveres que do Estado, o
que exige maior dedicação e justifica
maior sacrifício é a educação, que,
dando ao povo a consciência de si
mesmo e de seus destinos e a força
para afirmar-se e realizá-los, entretém,
cultiva e perpetua a identidade da
consciência nacional, na sua comunhão
íntima com a consciência humana”.
Fernando Azevedo, Afrânio Pusioto,
Anísio Teixeira, Júlio de Mesquita
Filho, Cecília Meireles e outros.
Escola ativa: o aluno como centro do 
processo de ensino e aprendizagem.
Método de projetos;
Método de centros de interesse;
Trabalho realizado em colaboração 
(grupos);
Aluno experimentador;
Atividades de excursão;
A Revolução das TIC
Quando a internet surgiu, em 1989 era
apenas uma ferramenta acadêmica que
permitia aos cientistas compartilhar
informações. Antes disso, o embrião
que lhe deu origem foi um sistema de
comunicação militar. Ou seja, estava
mais para um segredo e o elitismo de
uma comunidade fechada, do que para
qualquer outra coisa. Nem se sonhava
então com a grande rede que viraria o
mundo inteiro de pernas para o ar.
A internet se consolidou, os celulares se
popularizaram, as redes sociais surgiram e se
multiplicaram e todas essas mudanças
repercutiram no modo de vida das pessoas.
Os alunos de hoje fazem parte de uma geração
que já nasceu em plena a era digital. O modelo
tradicional de ensino já não satisfaz as
exigências do momento que vivemos.
Esse novo aluno demanda uma nova
educação, como nos métodos pedagógicos e
um novo professor.
As atividades de treinamento baseadas em
computadores tornaram o ambiente de
aprendizado muito mais dinâmico.
Ambientes Colaborativos on-line
Comunicação de grupo a grupo ( e não só de um a
um). Cada participante pode se comunicar
diretamente com os outros colegas de sala.
Essas características definem a mudança do sistema
tradicional de ensino-centrado exclusivamente no
professor e em suas palestras unilaterais.
Os estudantes podem acessar a sala de aula on-line
de qualquer hora do dia. Assim, têm o tempo
necessário para desenvolver uma análise e a reflexão
crítica dos temas publicados na discursão.
Comunidades Virtuais; Bibliotecas Virtuais; Ambientes de compartilhamento e
discussão de ideias.
A partir da base teórica discutida até aqui, podemos traçar uma relação entre a cultura
maker e o campo educacional:
“Yolanda García Rodríguez e Silvia Carrascal Dominguez (2017), exploram como o
espaço na cidade e a Cultura Maker influenciam na educação dos indivíduos. A esse
respeito as autoras afirmam que:
[...] se faz necessário favorecer espaços de interação, de construção de
aprendizagens e o desenvolvimento máximo das capacidades dos alunos, de maneira
a lhes preparar para compreender o mundo em suas relações sociais. As novas
gerações estão em um sistema cultural que dá muita importância às tecnologias da
informação e da comunicação, transmitindo novos valores, conhecimentos e ações, a
forma como se desenvolvem e a importância que se dá no contexto familiar e escolar,
vão depender fortemente de cada grupo social”. (RODRIGUÉZ, Y. G. & DOMÍNGEZ,
S.C. 2016, p.11).
Assim sendo, é correto dizer que a associação entre as práticas relacionadas à
Cultura Maker aplicadas à educação é capaz de potencializar metodologias de ensino
e tornar o aprendizado menos teórico e mais participativo.
“O Garoa Hacker Clube em parceria com o Núcleo de Aprendizagem Profissional e
Assistência Social (Nurap) desenvolveram o projeto Hackerspace Itinerante, que
objetivou levar a aprendizagem a outros públicos além dos muros da escola, incluindo
no projeto crianças, mulheres, imigrantes e minorias. O projeto, iniciado em 2017 e
com duração de 10 meses, levou atividades típicas dos hackerspaces a essas
pessoas que, dificilmente teriam acesso a oficinas e palestras de experimentações
tecnológicas de outra forma”. (MEC)
O Hackerspace Itinerante se dividiu em duas abordagens, uma com o foco principal
em linguagens de programação e criação de circuitos eletrônicos e a outra em
projetos mais informais e inclusivos, ensinando técnicas acessíveis de criação de
eletrônicos,máquinas e objetos. (BORCATO, 2017).
“As gerações mais recentes, que já nascem com celulares e tablets nas mãos, não se
contentam com modelos pedagógicos tradicionais baseados em livros, lápis e quadro
negro. A relação com tecnologias já se dá na primeira infância, e em uma observação
pouco atenta, pode-se perceber que ela se dá de forma natural. Essa interação entre
criança e tecnologia demanda das escolas novas formas de ensinar, novas
abordagens que incluam nas aulas o mundo contemporâneo”. (MEC)
“A educação busca então incorporar a cultura do fazer à questão pedagógica,
propondo que o aluno vá além das teorias e consiga criar, prototipar, reformar, ser
protagonista em todo esse processo maker, tornando assim, o percurso da
aprendizagem mais significativo e orgânico”. (MEC)
“Inserindo a cultura maker nas salas de aula, reduzimos a distância entre o aluno e o
universo científico e tecnológico, mostrando na prática como funcionam algumas
etapas do método científico de observação e testagem de hipóteses, por exemplo”.
(MEC)
“Essa nova metodologia traz também ao professor uma nova função, assumindo um
papel de mentor/orientador, que pode guiar os alunos a desenvolver e prototipar
objetos e tecnologias que podem solucionar problemas pontuais da própria
comunidade onde estão inseridos”. (MEC)
Com as discussões postas, alguns pontos surgem como contribuições importantes 
possíveis a partir da cultura maker para a educação, vejamos:
1. Combate a questão da evasão escolar;
2. Gerar mais interesse nos estudantes; Ensino de robótica;
3. Acesso às mais diversas tecnologias;
4. Aplicar conceitos básicos de outras áreas de conhecimentos, como física, 
matemática, química, artes e ciência;
5. O estudante é um agente ativo na produção do conhecimento, participando do 
início até a execução do projeto!
Pontos de contribuição e vantagem da aplicação da Cultura Maker no ambiente
educacional (MEC):
1. fomentar o pensamento crítico, permitindo que o aluno possa reconhecer uma
dificuldade ou um problema, e busque soluções conforme sua realidade;
2. aproximar a teoria da prática, atraindo o interesse do estudante. Colocando a mão
na massa, o aluno pode aplicar na prática conceitos antes explorados apenas na
teoria vista nos livros;
3. promover o uso e a familiarização das tecnologias, tendo contato físico com
ferramentas e aprendendo a operá-las;
4. levar o aluno a busca de soluções para problemas cotidianos de forma criativa,
desenvolvendo nesse jovem a capacidade de agir com autonomia diante de situações
que exijam tomada de decisão rápida e efetiva.
O espaço maker traz uma vasta gama de possibilidades, desenvolvendo e
potencializando características do estudante, fazendo com que o mesmo passe a
tomar decisões baseado na razão, com aplicação funcional, estimulando a
criatividade e também o trabalho em equipe.
Valorizar a criação e estimular a vontade de aprender!
“Outro fator importante que não pode ser ignorado é que, em comparação a
laboratórios tradicionais, os custos de um projeto para um laboratório maker são
menores. É muito positivo que um dos pilares do movimento seja a sustentabilidade.
Devido a isso, os laboratórios makers serão construídos principalmente por elementos
já existentes. Esses custos, já reduzidos, podem ser ainda mais minimizados se
optarmos pela locação dos equipamentos, e não pela compra, como é feito
usualmente. Seguindo por esse caminho, é possível manter os materiais alinhados
com o que há disponível na comunidade onde será alocado o laboratório, assim como
a demanda do aprendizado dos alunos”. (MEC)
No Brasil temos alguns exemplos práticos de aplicação da cultura maker no meio
educacional, por exemplo a Robótica Sustentável, em Fortaleza – CE e a Wood
Robotics, parceira da Convex, em Curitiba:
“a empresa curitibana Wood Robotics busca soluções educacionais baseadas no uso
de robôs feitos com madeira. Esse método proposto pelo grupo objetiva fornecer um
maior desenvolvimento durante a realização de atividades em sala de aula. Os
alunos, em contato direto com o desenvolvimento e produção dos robôs, vão se
familiarizando com os conceitos de mecânica, programação e eletrônica durante todo
o processo”. (MEC)
“Os robôs são projetados para atender as necessidades educacionais de acordo com
a faixa etária dos estudantes e atendem escolas públicas e particulares do ensino
fundamental e médio”.
“Pela facilidade em aceitar cortes e furos sem produzir resíduos tóxicos, a madeira
também se torna uma alternativa sustentável, indo de acordo com os princípios de
sustentabilidade defendidos pelo movimento maker. O material se sobressai como
uma opção mais saudável e maleável”.
“A principal madeira utilizada como matéria-prima na confecção dos produtos da
Wood Robotics é o MDF. Esse material é produzido a partir de fibras de madeira de
reflorestamento, o que contribui diretamente na redução dos altos índices de
desmatamento. Desta forma, a madeira possibilita que os alunos deem vazão a sua
criatividade de forma dinâmica, divertida e, principalmente, segura”. (Wood Robotics)
O projeto Robótica Sustentável, em Fortaleza, trabalha com a produção de
brinquedos e materiais diversos utilizando materiais sustentáveis, envolvendo
madeira, papelão, tampinhas e outras matérias simples do cotidiano.
É possível aplicar a cultura maker nas escolas pensando a realidade brasileira?
Como ficam as instituições de zonas periféricas?
Um dos pilares da cultura maker é a sustentabilidade e é possível produzir tecnologia
com materiais diversos!
“Podemos encontrar um bom exemplo para esse questionamento com a professora
Débora Garofalo. Eleita uma das 10 melhores professoras do mundo pelo Global
Teacher Prize em 2019, ela conquistou esse reconhecimento por implementar a
cultura maker na sala de aula. Primeira brasileira a ser reconhecida com o título,
Débora ganhou notoriedade com o projeto ‘Robótica com Sucata Promovendo a
Sustentabilidade’, implantado na periferia da cidade de São Paulo. O projeto, além de
ensinar, ainda conseguiu retirar cerca de 1 tonelada de lixo das ruas, que foram
reciclados e utilizados nos projetos dos alunos”. (MEC)
O professor é figura importante nesse processo! Aspectos da BNCC!
“Como temos acompanhado há décadas, o modelo tradicional de ensino tem se
mostrado desmotivador para os alunos. E iniciativas como a de Débora auxiliam na
promoção de novas metodologias de ensino, disseminando a necessidade de um
engajamento mais intenso, e de encarar os principais desafios impostos aos
professores e comunidade acadêmica em geral”. (MEC)
“Esse processo, oposto ao método tradicional de ensino onde o professor é o ponto
central da promoção do aprendizado, faz com que o ambiente educacional seja mais
versátil. Colocando o aluno no centro, como protagonista, o ambiente se torna mais
colaborativo, e a relação entre aluno e professor se intensifica. Essa relação, antes
apenas de transmissor (professor) e receptor (aluno) do conhecimento, se transforma
em uma interação baseada em troca, professor e aluno compartilham aprendizados
entre si”. (MEC)
Desde os primeiros aspectos filosóficos, o que acaba por instigar um novo caminho é
a dúvida, o questionamento.
Estimular o estudante a fazer por conta própria abre portas para a autonomia,
criatividade, trabalho em equipe. Tudo isso tendo no professor a figura de um
orientador, dando sempre liberdade criativa e inserindo uma metodologia ativa.
“Nessa nova dinâmica, o papel milenar do professor como uma figura autoritária se
transforma em um personagem mais colaborativo, quase um companheiro na busca
por conhecimento. Agora na condição de tutor, essa importante peça na engrenagem
educacional tem a tarefa de instigar o interesse de seus tutelados, auxiliando no
diálogo e testagens de incontáveis possibilidades do “fazer”. (MEC)
“Com esse método, a Cultura Maker pode ser aplicada desde a Educação Infantil até
o Ensino Médio. Com asdevidas adaptações, a escola deixa de ser um espaço rígido
e pode se tornar um grande espaço maker, unindo educação e inovação, substituindo
o ultrapassado modelo tradicional”. (MEC)
Em aulas de robótica, por exemplo, o estudante aborda vários conteúdos de cunho
interdisciplinar, aplicabilidade de conteúdos na vida cotidiana e preparação para o
mercado de trabalho, todos aspectos exigidos na LDB.
Para além de quesitos tecnológicos, a cultura maker também aborda outros aspectos,
como o artesanato:
“A criação de hortas comunitárias nos fundos da escola, criar e promover exposições
permanentes, fazer uma receita de biscoitos com as crianças, todos esses exemplos
são atividades maker, e também podem gerar excelentes resultados para o processo
de aprendizagem”. (MEC)
“Propor aos alunos a criação de uma horta na escola é uma excelente alternativa de
atividade maker. Um projeto que demanda acompanhamento constante e que pode
se estender durante todo o ano letivo. Além de envolver diversas disciplinas em uma
só tarefa, com a horta é possível não só incentivar o aprendizado interdisciplinar de
matemática, ciências, geografia, como também repassar conceitos de
sustentabilidade, da importância do trabalho, se aprofundar em temas como
alimentação saudável, culinária e diversos outros temas”. (MEC)
“Do momento do plantio até a colheita, os alunos estarão em constante processo de
aprendizagem. E mesmo após a colheita ainda há muito a ser explorado. Quando a
criança ou adolescente participa de todo esse processo, a relação dela com o
alimento se modifica. Trabalhar, acompanhar e aguardar todo caminho até a colheita
aumenta a curiosidade e o interesse do aluno, além de desenvolver habilidades que
serão úteis em toda a vida, como aprender na prática que muitos projetos exigem
planejamento a longo prazo, já inserindo desde a infância, conceitos de gestão de
projeto, que futuramente podem ser aplicados na vida profissional”. (MEC)
“Na falta de equipamentos mecânicos ou eletrônicos para a construção de um espaço
maker, a simples disposição de materiais comuns ao dia a dia escolar já é um
importante estímulo para a ação criadora. Retalhos de tecido, pedaços de madeira,
itens recicláveis, papéis de cores e gramaturas diversas, cola, tintas, fita adesiva e o
que mais estiver acessível. Com esses materiais básicos e o auxílio do professor, os
alunos poderão desenvolver protótipos, criar brinquedos, jogos e até mesmo itens
funcionais para serem utilizados em casa. Um exemplo disso é a montagem de uma
tela contra mosquitos da dengue para ser encaixada na janela”. (MEC)
Vamos observar algumas atividades propostas pelo MEC, todas de baixo custo para 
produção:
Tela contra mosquitos
Materiais:
- Tiras de papelão (com 5 e 7 cm de largura)
- Cola
- Tule
- Grampeador
Instruções
1. Meça a janela onde a tela será instalada. As tiras de papelão devem ter a medida 
certa para o encaixe na janela.
2. Com o papelão cortado em tiras de 5 cm de largura, faça uma moldura com 4
camadas de papelão, de acordo com a medida da janela. Use cola para unir as
camadas.
3. Prenda o tule na moldura com um grampeador
4. Cole mais uma camada de papelão para fixar o tule. Retire o excesso do tecido
5. Para encaixar na janela, faça uma nova camada de papelão com tiras de 7 cm de
largura.
6. Confira se a tela se encaixa na janela.
7. Use tintas, tecidos e o que mais sua imaginação permitir para decorar. Sua tela
está pronta para ser encaixada.
Carrinhos ao vento
“Outra proposta de atividade maker simples, de baixíssimo custo, rápida e lúdica que pode trazer 
ensinamentos para crianças na escola é um carrinho que se move com a força do vento, um “carrinho 
a vela”. Com essa atividade proposta pelo site Science Buddies, é possível aplicar os conhecimentos 
teóricos das leis de Newton. Com materiais simples e de fácil acesso como papelão, canudos e 
tampinhas de garrafa, os alunos ainda aprendem sobre sustentabilidade. Vamos aprender a produzir 
um “carrinho a vela”?
Materiais
- Papelão
- Papel cartão
- 3 palitos de espeto
- 2 canudos
- 4 tampas de garrafa plástica (do mesmo tamanho)
- Fita adesiva
- Tesoura
- Estilete
- Ventilador
Instruções
1. Corte o papelão (quadrado ou retangular) para formar a base que será também o corpo
do seu carrinho à vela.
2. Com a fita adesiva, prenda um canudo em cada extremidade na parte de baixo do
papelão. Estes serão seus eixos. Certifique-se de que os canudos estejam paralelos.
3. Com o estilete faça um corte no formato ‘+’ no centro de cada uma das tampas de
garrafa.
4. Empurre o palito de espeto atravessando o furo em uma das tampas.
5. Coloque o palito com a tampa dentro de um dos canudos (eixo).
6. Coloque outra tampa de garrafa na extremidade oposta do palito. Seu primeiro eixo está
pronto. Repita os passos 4, 5 e 6 para fazer o outro eixo.
7. Com o estilete, faça um pequeno furo no centro do papelão.
8. Insira o último palito de espeto verticalmente no furo para formar o mastro. Prenda-
o na base com fita adesiva.
9. Corte o papel cartão em um formato retangular para fazer sua vela.
10. Com o palito preso na base do seu carrinho, faça um furo em cada extremidade
do papel e o posicione preso ao palito formando um ‘C’. Sua vela está pronta.
11. Coloque seu carro em frente a um ventilador, ligue-o e veja seu carro se
movimentar com a força do vento.
Aspectos teóricos importantes: O mundo da criança, J. J. Rousseau e Inteligências
Múltiplas de H. Gardner.
“Após finalizar todo o processo, questione aos alunos “O que poderíamos fazer para torná-
lo mais rápido?”. A partir daí, elabore juntamente com as crianças maneiras de adaptar o
carrinho”.
“Uma versão mais simplificada do carro a vela pode ser feita com o uso de um balão. Com
o passo a passo desse outro carro movido a vento, podemos ver na prática a facilidade de
adaptação dos projetos maker”.
Materiais
- Balão
- Canudo dobrável
- Papelão
- Conjunto de rodas e eixos (você pode utilizar o mesmo processo da atividade do carro a
vela contendo palitos de espeto, canudos e tampas de garrafa)
- 4 tampas de garrafa plástica (do mesmo tamanho)
- Fita adesiva
- Estilete
Instruções
1. Prenda eixos e rodas no papelão.
2. Com a fita adesiva, prenda o balão na ponta do canudo dobrável. Se quiser mais
velocidade no seu carrinho, use mais desses conjuntos.
3. Fixe o conjunto com o(s) canudo(s) na parte de cima do carro. Deixe a ponta do(s)
canudo(s) para fora do papelão. É através dela que encheremos o balão.
4. Dobre a ponta do(s) canudo(s) para cima, de maneira que o balão não toque no
chão enquanto o carro se movimenta.
“No site sciencebuddies.org podemos encontrar outras propostas de atividades com
diferentes níveis de complexidade. Infelizmente o conteúdo disponibilizado no site é
apenas em inglês, comprovando um de nossos grandes desafios na disseminação do
movimento maker em solo brasileiro. Porém, existem conteúdos sendo produzidos em
nossa língua em outras plataformas. No YouTube, o canal brasileiro ‘Manual do
Mundo’ é um grande aliado na tarefa de popularizar o conhecimento científico. Nos
vídeos do Manual, além dos conceitos serem explicados de forma simples e didática,
podemos acompanhar o passo a passo da criação e montagem dos experimentos,
desde a montagem de simples origamis até projetos mais complexos como a
fabricação de carregadores solares para celular”. (MEC)
- “Com a possibilidade de explorar todas essas potencialidades do jovem, é notável considerar
que a metodologia maker está alinhada com o que está sendo chamado de ‘competências do
século XXI’.
- “Nesse mundo pós-industrial que vivemos e a nova revolução que estamos acompanhando,
novas habilidades passam a ser essenciais, entre elas a imaginação, a criatividade e a
capacidade de inovar”.
- “O processo educacional começa, lentamente, a evoluir e acompanhar as necessidades que
surgem no mundo contemporâneo, se adequando para suprir a demanda cada vezmaior por
saberes científicos e tecnológicos capazes de responder e solucionar problemas, e dando
autonomia aos fazedores para que encontrem soluções dentro de suas próprias realidades,
podendo impactar mudanças sociais em suas próprias comunidades”.
- “O fenômeno maker faz com que as pessoas se tornem mais independentes da indústria e do
mercado e desenvolvam mais proatividade, possibilitando a todos que aderem ao movimento
adquirir autonomia na escolha e produção de seus objetos de desejo. Agora, imaginemos uma
geração inteira de crianças e adolescentes tendo contato com esses preceitos em sua formação
escolar? Os reflexos disso só poderão ser vistos no futuro, e esse futuro está cada vez mais
próximo”. (MEC)
Alguns dos avanços
Cortadoras a laser
As máquinas de corte a laser deram o 
pontapé inicial na revolução da 
prototipação rápida. São utilizadas para 
modelismo, desenho industrial, 
prototipagem, diversas aplicações no 
universo da bricolagem e até mesmo na 
moda. Com a facilidade de se trabalhar 
com diversos materiais (papelão, papel, 
madeira, acrílicos, MDF e até materiais 
têxteis), a cortadora a laser é uma opção 
versátil para realizar incontáveis projetos.
Impressoras 3D
Para que o projeto digital se converta em um 
objeto concreto, precisamos de algumas 
tecnologias de fabricação à nossa disposição. A 
impressora 3D surge como uma importante 
aliada nessa etapa de produção. Com ela, um 
modelo tridimensional do objeto trabalhado é 
construído camada a camada com um material 
plástico, uma resina ou até mesmo em metal. 
Esse modelo de construção com camadas 
sobrepostas é uma técnica conhecida como 
construção aditiva. A CNC (máquina de controle 
numérico computadorizado) também é capaz de 
converter rapidamente modelos digitais em 
objetos físicos, porém com uma técnica 
diferente. A CNC pode remover o material, ou 
esculpi-lo, usando um método contrário ao 
aplicado na impressora 3D.
Arduíno
Uma importante plataforma de 
prototipagem eletrônica open source é o 
Arduíno. Esse elemento se baseia em 
hardwares e softweres flexíveis e fáceis 
de usar. A plataforma é muito utilizada 
por artistas, designers, engenheiros e 
pode ser dominada por qualquer pessoa 
que tenha interesse em criar objetos ou 
ambientes interativos.
“Ao assumir posições de vanguarda nesse processo, que ainda está em
desenvolvimento, o ensino caminhará lado a lado com as premissas vividas no
mundo atual, e se manterá em constante atualização para lidar com as novas
tecnologias e gerações”. (MEC)
“O movimento maker, ao lado dos professores, permite que eles tenham em suas
mãos ferramentas fundamentais para colocar em prática todas essas etapas
necessárias a essa nova demanda educacional. Com esse método é possível instigar
as competências do século XXI em seus alunos, e cada vez mais, dar voz aos jovens
no processo de ensino. Afinal, o papel do aluno nessa nova geração é de
protagonista nessa caminhada pela evolução dos próprios conhecimentos”. (MEC)

Outros materiais