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Revisão de Neuro II

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Revisão de Neuro II
Lesão Medular Traumática
Lesões na medula espinal são causadas por ruptura neurológica do cordão espinal, com potencial de resultar em paralisia/paresia, perda sensitiva, mudanças na atividade autonômica e mudanças nas respostas reflexas.
Principais causas:
• acidentes automotivos
• quedas 
• ferimentos com arma de fogo.
· Tetraplegia X Paraplegia
A tetraplegia (ou a quadriplegia) é causada por dano à coluna na porção cervical, resultando em rompimento da função motora e/ou sensitiva nas extremidades superiores e inferiores, no tronco e nos órgãos pélvicos. 
A paraplegia é causada por dano ao tecido nervoso no canal medular, nas regiões torácica, lombar ou sacral da coluna. 
Uma paraplegia resulta em transtorno da função motora e/ou sensitiva em extremidades inferiores, tronco e órgãos pélvicos.
· Escala de ASIA
ASIA “A” = Lesão Completa: Sem preservação das funções motora e sensitiva no segmento sacral S4 – S5
ASIA “B” = Lesão Incompleta: Perda da função motora, porém função sensitiva preservada abaixo do nível neurológico e inclui sensibilidade do segmento sacral S4-S5
ASIA “C” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força inferior a 3 (apesar de haver contração muscular, não são capazes de vencer a gravidade)
ASIA “D” = Lesão Incompleta: Função motora preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico possuem grau de força igual ou superior a 3 (vencem a gravidade)
ASIA “E” = Lesão Incompleta: Funções Motora e sensitiva são normais.
· Disfunção Primária e Secundária
Primária: 
Como o diafragma é inervado pelos segmentos C3 a C8 da medula, indivíduos com lesões completas no nível C3 ou acima precisarão de ventilação mecânica para respirar. 
As funções intestinal e vesical costumam estar prejudicadas em pessoas com lesões medulares devido a uma perda da função da medula espinal sacral. As funções intestinal e vesical diferirão, dependendo do tipo e do local do dano à medula ou ao nervo. 
Uma bexiga arreflexa pode resultar de lesões no nível T12 ou abaixo dele; 
Intestinos reflexos resultam em manutenção do tônus de repouso do esfincter anal interno, com relaxamento reflexo quando do enchimento retal. Intestinos arreflexos resultam em tônus reduzido ou flacidez do esfincter anal externo e interno, com consequente incontinência.
Secundária:
· Fissuras na pele
· Complicações respiratórias hipotensão ortostática
· Disreflexia autonômica
· Perda de ADM 
· Desenvolvimento de contraturas
· Oteoporose
· Ossificação heterotópica
· Trombose venosa profunda
· Dor
· infecções vesicais e do trato urinário 
· Doença cardiovascular.
· Avaliação
Testes sensitivos. 
O fisioterapeuta deve ainda investigar a propriocepção.
O tônus muscular deve ser reavaliado com frequência em relação à presença de espasticidade ou flacidez, em especial nos estágios agudos, durante e após choque espinal.
Avaliação do tônus muscular
A espasticidade é um tipo de hipertonicidade que ocorre em resposta ao alongamento passivo rápido de um grupo muscular. Ela pode ser graduada com a Escala de Ashworth Modificada 
Avaliação da ADM passiva .
O teste manual de músculos chave, envolvendo força muscular, é feito como parte do exame da ASIA.
· Tratamento
Agudo: prevenção de complicações secundárias, no aumento da tolerância individual a posições eretas, na mobilidade funcional precoce e na educação do paciente ou da família. A execução diária das ADMs envolvendo toda a excursão de movimentos dos quatro membros deve ser realizada. 
Subaguda: começar o treino de transferência, o ambiente deve ser organizado, para que a pessoa se transfira de uma superfície nivelada à outra, ou para uma superfície mais baixa. 
´Lesão Medular Não Traumática
A compressão pode ser: aguda, subaguda e crônica
· Mielopatia Compressiva
Sempre se realiza RM, se estiver disponível. Se a RM não estiver disponível, fazer mielografia por TC. O tratamento consiste no alívio da compressão.
Indica-se cirurgia em qualquer um dos casos a seguir:
· Se os deficits neurológicos se agravarem apesar do tratamento não cirúrgico.
· 
· Se for necessário biópsia.
· 
· Se a coluna estiver instável.
· 
· Se o tumor reincidir após radioterapia.
· 
· Se houver suspeita de abscesso ou hematoma subdural ou epidural.
· Espinha Bífida
Ela pode ser classificada como sendo:
· Espinha Bífida Oculta
· Meningocele
· Mielocele
· Mielomeningocele
Complicações
· Hidrocefalia
· Mal-formação de Arnold Chiari
· Bexiga neurogênica
· Intestino neurogênico 
· Paralisia de membros inferiores
· Distúrbios ortopédicos
· Distúrbios renais
Causa: não se sabe
Tratamento: cirúrgico 
· Atrofia Muscular Espinhal.AME
Doença genética que cursa com a morte de neurônios motores devido à redução nos níveis da proteína SMN, que é necessária para a sobrevivência do neurônio.
Diagnóstico: o único exame capaz de confirmar a AME é o teste genético molecular.
Tipos: 
Sintomas:
Tratamento: combinação de remédios
· Esclerose Lateral Amiotrófica.ELA
Doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta paralisia motora irreversível. Pacientes com a doença sofrem paralisia gradual e morte precoce como resultado da perda de capacidades cruciais, como falar, movimentar, engolir e até mesmo respirar.
Por ser um distúrbio progressivo, a ELA envolve a degeneração do sistema motor em vários níveis: bulbar, cervical, torácico, lombar.
Causa: desconhecido, mas 10% é genético
Sintomas:
· perda gradual de força e coordenação muscular;
· incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir
· escadas, andar e levantar;
· dificuldades para respirar e engolir;
· engasgar com facilidade;
· babar;
· gagueira (disfemia);
Diagnóstico: Exames de sangue, Teste respiratório, Tomografia ou ressonância magnética da coluna cervical, Eletromiografia, Teste genético, Estudos de condução nervosa.
Complicações: 
· Aspiração de comida ou líquido.
· Perda da capacidade de cuidar de si mesmo.
· Insuficiência pulmonar.
· Pneumonia.
· Escaras (úlceras de pressão).
· Perda de peso acentuada.
· Incapacidade de respirar sozinho.
Tratamento: Riluzol
Lesões do SNP
· Etiologia
Mononeuropatia: uma estrutura acometida;
Mononeuropatia múltipla ou mononeurite múltipla: um nervo lesionado em várias partes;
Polineuropatia: vários nervos comprometidos;
Plexopatia: lesão no plexo;
 
Radiculopatia: lesão na raíz nervosa.
· Causa das Lesões
Laceração e contusão: A lesão por laceração e contusão é causada por instrumentos penetrantes, por fragmentos ósseos (resultantes de fraturas) e por armas de fogo.
Estiramento-Tração: As lesões de estiramento-tração acontecem geralmente em movimentos exagerados na articulação do ombro, com ou sem luxação articular ou fratura.
Compressão/Isquemia: Pode ocorrer por pressão externa, posturas extremas durante anestesias para cirurgias, durante o sono anormal (induzido por intoxicação exógena) e etc.
As lesões por isquemia podem gerar leves alterações da bainha de mielina ou degeneração walleriana completa.
As lesões por compressão podem ocorrer após traumas e devem ser prevenidas e tratadas o quanto antes.
Choque elétrico:Esse tipo de lesão resulta de um contato de uma extremidade com fios de alta tensão.
Injeção de drogas: Caso um indivíduo injete drogas próximo aos nervos ou até mesmo dentro deles, uma lesão poderá ser causada.
· Sinais e Sintomas
A lesão aguda tem como característica a perda da sua função normal, e isso depende do tipo de nervo lesado (motor ou sensorial) e do local da lesão.
Caso o comprometimento seja muscular os sintomas podem ser fraqueza ou paralisia. Se o comprometimento for sensorial, os sintomas podem ser a parestesia e a dor.
Sinais flogísticos: calor, rubor, edema, dor e limitação funcional
Parestesia: perda de força
Paresia: dormência
Anestesia: ausência de uma ou mais modalidade sensitiva
Plegia:para tudo
· Avaliação Clínica
A história deve enfocar o tipo de sintoma, início, progressão e localização, assim como informações sobre causas potenciais (p. ex., história familiar, exposição a agentes tóxicos, história clínica).
· Exames neurológicos e físicos 
· Sensação 
· Força motora
· Reflexos tendinosos profundos
· Pares cranianos
· Função nervosa central e periférica
· Função autônoma
· Classificação de Seddon
Neuropraxia: compressão da bainha
Axoneotmese: lesão do axônio, porém se mantem a bainha de mielina e tubo neural
Neurotmese: ruptura total
· Tratamento
Lesões abertas aguda com laceração do nervo (reparo imediato)
Laceração acompanhada com algum grau de contusão (reparo após 3 a 4 semanas)
Lesões fechadas por tração devem ser tratadas inicialmente de forma conservadora, pois a recuperação espontânea pode ocorrer dentro de 3-4 meses dependendo do grau da lesão.
· Patologias
Paralisia de Bell
Causada por uma inflamação do nervo da face, que é o responsável por levar os comandos do cérebro até a região, permitindo os movimentos. Essa inflamação do nervo da face, por sua vez, pode ser ocasionada por infecções virais e também por condições imunológicas, em que o sistema de defesa do organismo acaba por atacar o próprio corpo. Crença de ser por estresse, choque térmico.
Sintomas:
· dor atrás do olho;
· fraqueza nos músculos de um dos lados da face;
· dificuldade em piscar, fechar o olho, sorrir e enrugar a testa;
· dificuldade em sentir o gosto de algumas comidas;
· olho seco;
· salivação excessiva, que escorre dos lábios;
· problemas ao mastigar a comida;
Tratamento: fisioterapia imediatamente após o diagnóstico
Neuropatia Diabética
Causa: tanto alterações nos vasos sanguíneos quanto as alterações no metabolismo podem causar danos aos nervos periféricos.
Sinais e Sintomas: 
· Dor contínua e constante;
· Sensação de queimadura e ardência;
· Formigamento;
· Dor espontânea que surge de repente, sem uma causa aparente;
· Dor excessiva diante de um estímulo pequeno, por exemplo, uma picada de alfinete;
· Dor causada por toques que normalmente não seriam dolorosos, como encostar no braço de alguém.
Prevenção: cuidar dos pés, uso da medicação
Lesões do Plexo
Os nervos podem ser estirados, rompidos ou arrancados da medula espinhal, dependendo da intensidade e do mecanismo do trauma. Lesão por tração do plexo geralmente por acidentes mobilísticos que forçam o estiramento do plexo.
Causa:
Adultos: traumas, acidentes com veículos, lesões por arma de fogo
Crianças: trauma congênito, relacionados ou não ao parto.
Diagnóstico: mielotomografia computodorizada e RM
Tratamento: imprescindível para manter a amplitude de movimento nas articulações e reduzir o nível de atrofia muscular para que não haja um bloqueio do uso funcional do membro quando a regeneração começar. Inicialmente restaurar a flexão do cotovelo e depois estabilidade e abdução do braço.
*Desfiladeiro torácico: Quando o paciente tem uma costela extra(cervical) ou uma fratura antiga de clavícula consolidada em posição inadequada ou com um calo ósseo exuberante, que reduzem o espaço do desfiladeiro.
Um trauma violento( acidente de trânsito que estão usando cinto de segurança, pode romper os músculos escalenos.
Outras lesões
· Compressão do nervo mediano no punho (Síndrome do Túnel do Carpo) 
· Compressão do nervo ulnar no cotovelo (Síndrome do Túnel Cubital)
· Compressão do nervo ulnar no punho (Síndrome do canal de Guyon) 
· Compressão do nervo Tibial no Túnel do Tarso (Síndrome do Túnel do Tarso)
Síndrome do Túnel do Carpo
Neuropatia compressiva do nervo mediano no punho, é uma canal que tem,em média 3cm de largura, formado por pequenos ossos situados no punho,que servem de base, e um ligamento transverso, por esse canal passam o nervo mediano e nove tendões, responsável pela flexão dos dedos.
Um túnel rigído que qualquer aumento de pressão em seu interior comprime o nervo mediano contra o ligamento transverso, gerando a STC.
Causa: Uso repetitivo, LER e DORT, Diabetes, artrite reumatoide e alterações na glândula da tiroide.
Sinais e Sintomas:
· Sensação de calor;
· Formigueiro;
· Dor;
· Debilidade ou dormência da mão e do pulso, especialmente nos dedos médio e indicador;
· Em alguns casos, perda do tato.
Diagnóstico: teste de  túnel, teste de phalen e teste de compressão do punho com nervo mediano.
Tratamento: atua na Síndrome do Túnel do Carpo (STC) buscando reduzir os efeitos da doença, oxigenando e expandindo as áreas atelectasiadas. Sua aplicabilidade é detectada pela depreciação dos efeitos da patologia, com a melhora das funções do túnel do carpo. O fisioterapeuta pode usar: exercícios para reabilitar os movimentos, aplicação de gelo e atividades de alongamento.

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