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Acad. Pedro Paulo Brito 19.1 Pneumonia adquirida na comunidade brain storm Principais agentes: pneumococo, H. influenzae, Moraxella e atípicos (Mycoplasma e chlamydia pneumoniae) além dos vírus (rinovírus, influenza vírus). Aumento da probabilidade diagnóstica: Fr> 25, expectoração, FC > 100, estertores,MV reduzido, mialgia, sudorese Suspeita de PAC = Raio-x PSI e CURB-65 auxiliam o diagnóstico Terapia ambulatorial geralmente é amoxicilina ou macrolídeo (menos eficaz) Terapia de internamento geralmente dupla (B-lactâmico + macrolídeo) Considerar glicocorticoide em caso de choque refratário introdução definição Sintomatologia aguda do trato respiratório inferior sem outra causa óbvia, associado à infiltrado pulmonar. Fatores de risco Principais: DPOC, asma, IC, DM, demência e AVC Outros: Idade, sexo masculino, etilismo e tabagismo Fisiopatologia e predisposição Bronquiectasias, usuários de corticoesteroides e DPOC avançados estão propensos à infecções por pseudomonas Quadro clínico e diagnóstico Quadro agudo de febre, dor torácica, expectoração sanguino-purulenta, sinais de sepse. Expectoração amarelada em 50% dos casos OBS: · Quadro típico: broncopneumonia ou lobar. Agudo, febre alta, tosse · Quadro atípico: Intersticial Quadro subagudo, síndrome gripal (febre, tosse, mialgia) Aumento da probabilidade Febre persistente, FR > 25, estertores, MV reduzidos FC >100, mialgia e sudorese noturna Dispneia complementares Leucocitose em exame + raio-X sugestivo Laboratório · Hemograma, creatinina, ureia, sódio, potássio, glicemia · Raio-X (indicado para todos os pacientes) · Consolidação, broncograma aéreo · Pode causar grande confusão · Pode-se lançar mão da TC de tórax ou USG principalmente par agraves, complicados e imunossuprimidos · LEMBRAR: infiltrado bilateral sem consolidação ou sepse considerar COVID-19 Atenção Idosos: tosse atípica, sem leucocitose, afebril. Pode apresentar declínio cognitivo, fraqueza, perda da funcionalidade, RNC. · Atenção para achados de infiltrado pulmonar que possam ser antigos (afastar outras etiologias) Viral: pode acompanhar coriza, dor de garganta, febre alta, infiltrado bilateral. Busca etiológica Não é recomendada para pacientes ambulatoriais, mas pode ser feita em pacientes que serão internados (gram, cultura do escarro, hemocultura, ensaio – legionella, antígeno urinário, PCR paramycoplasma chlamyidia e vírus respiratórios). GRAM E CULTURA DO ESCARRO · Positivos em +80% em pneumonia pneumocócica. · Se obtida dentro de 6 a 12 horas após início do ATB é possível adequar terapia · Pode ser estimulado por nebulização com solução hipertônica · Quando realizar antes do tratamento: pneumonia grave e intubado, casos de tratamento empírico para MRSA ou P. aeruginosa; infecção prévia por estes; hospitalização ou atb nos últimos 90 dias HEMOCULTURAS · Não é muito recomendada, salvo situações: pneumonia grave, se considerado tratamento empírico para MRSA ou P. aeruginosa; infecção previa por estes; hospitalização + atb em 90 dias PROCALCITONINA · <0,1 associado à infecção viral; >0,25 forte relação com bacteriana · Mas ela não deve influenciar na decisão terapêutica, então não é muito realizado (ATS/IDSA 2019) PESQUISA PARA INFLUENZA E OUTRAS VIRAIS · Swab nasofaríngeo. PCR é mais sensível e específico. EXTRA · Se cavitação ou quadro clínico sugestivo, pesquisa de BK deve ser feita · Derrame pleural + processo pneumônico = punção torácica diagnóstica para exclusão de derrame complicado e pesquisa com cultura Estratificação de risco Ferramentas para avaliação da gravidade são de extrema importância. Evita internações desnecessárias. CURB-65; Pneumonia Severity Index (PSI/PORT) Psi/port Feito a partir de um estudo publicado no JAMA, multicêntrico em 1999 Curb-65 Estudo publicado na revista Thorax em 2003. Muito útil na detecção de casos graves 0-1: condução ambulatorial =2: em regime de internação >=3: candidato à leito de UTI O CRB-65 é otimizado para emergência: 0 = ambulatorial; 1-2 avaliar internação; 3-4 hospitalização urgente. C: confusão mental; U: ureia >50 mg/dl; respiração >30; Blood presure <90S ou <60D Sensibilidade 77% e especificidade de 69% A acurácia do CURB-65 é um pouco menor do que a do PSI Indicação de UTI – IDSA/ATS Determinado pela sociedade americana de doenças infecciosas e a sociedade americana torácica. É necessário 1 critério maior ou 2 menores para indicação de cuidado intensivo. Sensibilidade 84% e especificidade de 78% Existe outro critério que determina necessidade de suporte respiratório invasivo ou vasopressor, capaz de predizer em 92% dos pacientes. Sensibilidade de 79% e especificidade de 64%. O SMART-COP. Diagnóstico diferenciais Considerar outras etiologias se persistência do infiltrado após fim do tratamento antibiótico. Apesar disso, a diretriz ATS/IDSA 2019 não recomenda realizar radiografia de rotina de seguimento para pacientes que melhoram em 5-7 dias de ATb. Considerar apenas se persistência dos sintomas. Radiografia anormal IC, síndrome viral, pneumonite aspirativa, infarto por TEP, Exaceração de fibrose/bronquiectasias, pneumonia eosinofílica, hipersensibilidade, vasculite pulmonar, cocaína, pneumonia criptogênica, neoplasias Radiografia normal Exacerbação aguda de DPOC (tosse, piose, dispneia), gripe, bronquite aguda, pertussis, asma+viral Tratamento O manejo da pneumonia se baseia na correta identificação, pesquisa eficaz, atb empírico, medidas adjuvantes, vigilância e epidemiologia OBS: PCR >150 considerar corticoide Variáveis de tratamento ambulatorial IDADE · Se menos de 50 anos, interrogar doenças prévias (IC, hepática, renal, DPOC, sequela neurológica, asplenia, etilismo) SINAIS DE ALARME · Confusão mental · Hipotensão · Temperatura elevada ou baixa · Taquicardia e taquipneia · Hipoxemia · Infiltrado difuso em Rx Se todos negativos, considerar ambulatorial · Amoxicilina ou macrolídeo (azitromicina/claritromicina) por 5-7 dias. · Amoxacilina 1000mg 8/8h · Azitromicina 500mg no primeiro dia e 250mg 1x/dia Quinolona respiratória (levofloxacino ou moxifloxacino não é recomendada nem encorajada, não só pela resistência, mas pelo risco de negativar pesquisa do bacilo M. tuberculosis PACIENTES > 50 anos ou comorbidades aumentam risco de desfecho desfavoráveis (assim como sinais de alarme). Esses necessitam de investigação laboratorial · Se PORT II, conduzido = baixo risco, com tratamento ambulatorial e monoterapia. · PORT III, IV ou V, considerar internação hospitalar · Pacientes ambulatoriais que apresentam fatores modificadores que induzem resistência (doenças prévias acima) é indicado terapia combinada ou monoterapia com quinolona levo 750mg/dia ou moxi 400mg ao dia · Terapia combinada para o paciente ambulatorial com perfil apresentado acima (fatores de risco) - amoxicilina + clavulanato 500mg 8/8 ou 875 12/12 ou cefalosporina de 2ª geração como sefuxocima 500mg 12/12 - macrolídeo como azitromicina 500mg no 1º dia e depois 250mg/dia ou claritromicina 1g/dia Variáveis de tratamento em internamento Pneumonia não grave pode ser feita terapia dupla ou monoterapia Dupla · Ceftriaxona 1-2g/dia, ou ampicilina/sulbactam 1,5 a 3g ev 6/6 COM · Azitromicina 500mg no primeiro dia e depois 250mg/dia podendo ser EV ou ORAL (idealmente) – tem evidência de imunomodulação pulmonar sendo positiva associação Monoterapia · Levofloxacina 750mg ao dia, moxifloxacina 400mg ao dia, idealmente por via oral Pacientes graves terapia combinada é recomendada (se sem fatores de risco para MRSA ou P. aeruginosa · B-lac + macrolídeo · B-lac + quinolona O uso de corticoesteroides em associação ao tratamento tinham estudos mostrando-se eficazes, outros não. A ATS/IDS 2019 não recomenda, salvo para choque refratário. Pode ser recomendado prednisona 40mg/dia por 5 dias ou metilprednisolona 0,5mg/kg de 12/12h Pacientes com PAC + necessidade de terapia intensiva, estudo no New England demonstrou benefício o uso de hidrocortisona 200mg EV por 4/8 dias Internato clínica
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