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VALUATION https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.cefis.cefisapp&hl=pt_BR https://apps.apple.com/br/app/cefis/id1353968500 VALUATION Aprenda os diferentes tipos de contratação, regulamentação, como funcionam investimentos e valuation para startups, básicos em planejamento fiscal e gestão financeira, como funciona a proteção intelectual, entre outros temas importantes para dar o próximo passo no seu negócio. Assista este conteúdo com o instrutor Tiago de Vasconcelos, 20 anos de vivencia nas áreas Financeira, Contábil e de Controladoria de empresas multinacionais. Aponte a câmera para o código QR ou acesse: www.cefis.com.br Você aprenderá: • O que significa avaliar ................................. 3 • Métodos de avaliação de empresa ............ 6 • Múltiplos de transações ............................. 14 • Custo do capital próprio APT...................... 32 • Avaliação de empresas cíclicas ................. 54 https://cefis.com.br/curso/valuation/1427 Valuation • O que significa avaliar • No campo econômico, valor pode ser entendido como a relação entre duas coisas num determinado tempo e lugar, sendo essa relação expressa, geralmente, como preço monetário. Assim, o valor é uma relação e não uma mensuração. • Dessa forma, uma avaliação econômica, ao contrário do que possa parecer, não é a fixação concreta de um preço ou valor específico para um bem, mas é uma estimativa de base, uma tentativa de estabelecer, dentro de uma faixa, um valor referencial de tendência • A avaliação de empresas e negócios é o processo estruturado em que todos os fatores externos ou não controláveis, em sua realidade atual e projetada futura, bem como todos os fatores internos ou controláveis, de forma sistêmica e sinérgica, são analisados e avaliados quanto aos possíveis resultados a serem apresentados. 3 Valuation • Equívocos sobre a valiação Mito 1: A avaliação é uma busca objetiva pelo valor "verdadeiro" • Verdade 1.1: Todas as avaliações são tendenciosos. As únicas questões são quanto e em que direção. • Verdade 1.2: A direção e a magnitude do viés na sua avaliação é diretamente proporcional ao que você paga e quanto você é pago. Mito 2:. Uma boa avaliação fornece uma estimativa precisa do valor • Verdade 2.1: Não há avaliações precisas Mito 3:. Quanto mais quantitativo for o modelo, melhor a avaliação • Verdade 3.1: A compreensão de um modelo de avaliação é inversamente proporcional ao número de entradas necessárias para o modelo. • Verdade 3.2: Modelos de avaliação mais simples são melhores do que os complexos Valuation • Motivos para avaliar No curso dos negócios, ocorrem algumas circunstâncias especiais em que se faz necessária a estimativa, total ou parcial, do valor de um empreendimento, entre elas, destacam-se: • Compra ou venda de ações e de participações minoritárias • Compra ou venda de carteiras de clientes e linhas de negócio • Partilha de herdeiros • Fusão, cisão e incorporação de empresas • Liquidação judicial ou não de empreendimentos • Abertura (IPO) e fechamento (OPA) de capital • Management buyout1 e leveraged buyout2 • Processos de privatização, concessões e parcerias público- privadas (PPP) • Gestão de carteiras de investimento e de fundos de private equity e venture capital • Avaliação da habilidade dos gestores de gerar riqueza para os acionistas Valuation • Métodos de avaliação de empresa Existem vários métodos de avaliação de empresas, devendo sua escolha considerar o propósito da avaliação e as características próprias do empreendimento. Eles podem ser classificados nas seguintes principais técnicas: • Baseadas em ativos e passivos contábeis e de mercado • Comparativas ou múltiplos de mercado • Baseadas no desconto de fluxos de caixa futuros (fair value) • Baseadas na cotação de mercado • Baseada em opções Valuation • Instrução normativa 436/06 De acordo com a Instrução CVM nº 4361, de 05/07/2006, em seu inciso XII, o laudo de avaliação deverá indicar o valor da companhia segundo os seguintes critérios: a) preço médio ponderado de cotação das ações da companhia objeto na bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado, discriminando os preços das ações por espécie e classe: 1) dos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à publicação até a data do fato relevante 2; e 2) entre a data de publicação do fato relevante e a data do laudo de avaliação. b) valor do patrimônio líquido por ação da companhia objeto apurado nas últimas informações periódicas (anuais ou trimestrais) enviadas à CVM Valuation • Instrução normativa 436/06 c) valor econômico da companhia avaliada, com indicação, inclusive, do valor por ação, calculado por, pelo menos, uma das seguintes metodologias: 1) fluxo de caixa descontado; 2) múltiplos de mercado; ou 3) múltiplos de transações comparáveis, conforme se entender fundamentadamente mais adequado ao caso da companhia, de modo a avaliá-la corretamente. d) outro critério de avaliação escolhido pelo avaliador geralmente aceito no ramo de atividade da companhia avaliada, previsto em lei ou aceito pela CVM, para a definição do preço justo ou intervalo de valor, se for o caso, e não abrangido nas alíneas anteriores. Valuation • Introdução Consiste em determinar o valor da empresa comparando seu desempenho com o de outras empresas semelhantes. Seu uso tem por objetivo avaliar um ativo observando como certos ativos similares são normalmente precificados pelo mercado. Logo, a avaliação relativa procura precificar um ativo comparando- o com similares no mercado. Os dois componentes fundamentais na avaliação relativa: • Identificar empresas (ativos) comparáveis no mercado com a empresa que está sendo avaliada • Transformar o preço de mercado da empresa em relação a uma determinada variável (lucros, vendas, patrimônio líquido etc.), criando o múltiplo. Ou seja os múltiplos são indicadores padronizados dos valores das empresas. Podem ser calculados com base em duas fontes: • Preços vigentes no mercado acionário • Preços praticados na compra e venda de empresas (transações) Valuation • Valor de mercado (vm) A comparação pura e simples dos preços de ações de diferentes empresas não tem lógica, pois o que interessa não é o preço da ação individual, que depende da quantidade de ações negociáveis, mas sim o valor de bolsa ou de mercado da empresa, o qual calcula-se da seguinte forma: Valor de mercado (VM) = (cotação das ações ordinárias x quantidade de ações ordinárias emitidas) + (cotação das ações preferenciais x quantidade de ações preferenciais emitidas) Em um mercado eficiente, o preço de mercado reflete os lucros potenciais da empresa e seus dividendos, os riscos de negócio, os riscos financeiros decorrentes da estrutura de capital da empresa e o valor dos ativos. Ou seja, reflete o VP do fluxo de caixa para os sócios Valuation • Valor da empresa (ve) O valor total de uma empresa E o valor empresarial (VE) leva em consideração: Valor da empresa (VE) antes dívidas 200 (-) Dívidas subtração do efeito (15 0) (+) Disponível 50 (=) Valor de mercado (VM) após dívidas 100 Valor de mercado (VM) 100 (+) Dívidas soma do efeito 150 (-) Disponível (50) (=) Valor da empresa (VE) 200 A inclusão (soma) das dívidas financeiras, líquidas do disponível, no valor da empresa tem como objetivo permitir a comparação de valores entre empresas com graus de endividamento diferentes Duas empresas com valores de mercado iguais podem ter valores empresariais diferentes, dependendo do montante de dívidas financeiras de cada uma E Duas empresas com valores empresariais iguais podem ter valores de mercado diferentes, dependendo do montante de dívidas financeiras de cada uma Valuation • Múltiplos de valor da empresa – ve/faturamento Vantagens • Vendas são mais difíceis de manipular do que os outros dados contábeis• Menos volatilidade, sendo menos afetados pelos efeitos da sazonalidade, e são os preferidos de muitos investidores na avaliação de pequenas empresas Desvantagens • Não levar em conta os custos, que podem ser crescentes, e gerar um resultado negativo para a empresa, podendo apresentar avaliações enganosas 12 Valuation • Múltiplos de valor de mercado – preço/pl Preço/patrimônio líquido (P/PL ou P/book value) É um dos mais usados no mercado acionário. É uma forma de medir quanto os investimentos feitos pelos acionistas ao longo do tempo, a preço de custo de aquisição, estão valorizados, o que auxilia nas comparações de super ou subvalorização de ações de empresas de setores iguais ou diferentes As empresas que têm P/PL menor do que 1, ou menor que a média do setor, são comumente consideradas subvalorizadas e sérias candidatas a apresentar boa valorização. Podem ser utilizados em empresas que tenham prejuízo, contanto que os prejuízos acumulados não tenham tornado o PL negativo • Setor serviço: pouco representativos para setores de serviços não muito intensivos em termos de capital, que tendem a possuir PL baixo • Instituições financeiras: em virtude da natureza dos ativos e da determinação de um nível máximo de alavancagem – índice da Basiléia, esses múltiplos tendem a ser mais precisos 13 Valuation • Múltiplos de transações As transações de fusões e aquisições são a base para a criação de múltiplos de transações. A formação desses múltiplos depende basicamente da obtenção das seguintes informações: • valores pagos pela empresa adquirida, • valores de dívidas assumidas e • informações de DFs Não se deve misturar múltiplos oriundos do mercado acionário (preço das ações) com múltiplos de transações, devido à existência do prêmio de controle. Logo, os múltiplos de transações podem ser maior que os de mercado acionário. Nos USA, esse prêmio normalmente fica em torno de 15% a 20%, sobre o valor de mercado (preço das ações) em aquisições amigáveis, e em 35% em aquisições hostis (takeovers) Os múltiplos de transações contemplam perspectivas de valor no momento da venda/compra que podem apresentar discrepâncias com as perspectivas atuais, gerando grandes diferenças de valor 14 Valuation • Como selecionar empresas comparáveis A seleção de empresas comparáveis à que se deseja avaliar deve considerar os seguintes itens: • Empresas da mesma indústria e área de atuação • Empresas do mesmo porte e tamanho • Empresas com características e fundamentos semelhantes. Logo, elas devem: • Ser transacionadas em bolsa • Realizar a mesma atividade • Ter o mesmo mix de negócios e/ou produtos • Ter tamanho similar • Ter as mesmas perspectivas de crescimento dos lucros e rentabilidade • Ter equipe executiva de qualidade semelhante • Ter posição competitiva equivalente • Ter mesmos tipos de ativo e atuação • Estrutura e volume de investimentos em marketing similares • Tamanho da amostra das empresas comparáveis 15 Valuation • Estrutura de capital conceito Composição das fontes de financiamento a longo prazo da empresa que visa atender a demanda por recursos de natureza permanente 16 Valuation • Custo de capital próprio introdução Tanto o capital próprio, quanto o de terceiros, possuem um custo para a empresa. Todavia, do ponto de vista do investidor, esse custo de oportunidade é um retorno que deve ser considerado em suas decisões de investimento, ao compará-lo com seu nível de risco. Entre os modelos para cálculo do custo de capital próprio, destacam-se: • Modelo de desconto de dividendos • Modelo de Gordon • Capital asset pricing model - CAPM • Arbitrage pricing theory - APT • Modelo 3 fatores 17 Valuation • Método de fluxo de caixa descontado - conceito Entre os métodos de avaliação, o Fluxo de Caixa Descontado a valor presente (FCD) é tido como aquele que melhor revela a efetiva capacidade de geração de riqueza de determinado empreendimento Ele resume as entradas e saídas efetivas de dinheiro ao longo do tempo, representando a renda econômica gerada pelo projeto ao longo de sua vida útil. Em verdade uma empresa é avaliada por sua riqueza econômica expressa a valor presente, dimensionada pelos benefícios de caixa esperados no futuro descontados por uma taxa de atratividade que reflete o custo de oportunidade dos vários provedores de capital 18 0 1 2 3 n I0 FC1 FC2 FC3 FCn Tempo Valuation • Método de fluxo de caixa descontado – fluxo de caixa livre para a empresa x para os acionistas Há dois caminhos para avaliar uma empresa pelo método do FCD. Embora as duas abordagens descontem fluxos de caixa esperados, os fluxos de caixa e as taxas de desconto são diferentes: 19 Valuation • Método de fluxo de caixa descontado fcle x lucro líquido O fluxo de caixa livre para a empresa (FCLE) ou fluxo de caixa livre operacional é o montante de recursos que pode ser extraído dela sem que seu valor seja reduzido. Ou seja, é o rendimento mensal ou anual que a empresa pode fornecer continuada e naturalmente aos provedores de seu capital O FCLE é um conceito semelhante ao do lucro, só que em regime de caixa, e não de competência. O lucro NÃO pode ser trazido a valor presente, pois é formado de receitas e despesas que podem ter origens financeiras muito anteriores ou posteriores ao seu lançamento contábil. Somente o caixa pode ser aplicado a juros; portanto, somente o seu fluxo pode ser trazido a valor presente. Além disso, um fluxo de lucro projetado poderia esconder um déficit de caixa provocado pela necessidade de um reinvestimento e de um investimento em capital de giro. 20 Valuation • Método do fluxo de caixa descontado – fluxo de caixa Estabelecido com base nas informações conjunturais, no desempenho esperado do mercado e na empresa em avaliação. Os valores relevantes para a avaliação são os provenientes da atividade operacional da empresa e disponíveis a todos os provedores de capital: próprios ou de terceiros • O comportamento crescente esperado do valor da empresa revela um otimismo com relação ao desempenho futuro • A evolução projetada dos custos foi menos que proporcional à das receitas de vendas, motivadas por uma expectativa de queda dos preços das matérias-primas 21 Valuation • Método do fluxo de caixa descontado – fluxo de caixa • As despesas operacionais foram previstas com base nos valores médios apresentados em anos precedentes. Não se prevê que esses valores sofram alterações relevantes no período de previsão • Os valores projetados dos impostos sobre o lucro operacional consideram as isenções fiscais previstas em áreas incentivadas de atuação da companhia • As variações no investimento total referem-se às necessidades previstas de aplicações em bens permanentes e capital de giro nos anos considerados 22 Valuation • Custo do capital próprio CAPM - conceito • O CAPM (Capital Asset Pricing Model ou Modelo de Precificação de Ativos de capital) estabelece uma relação linear entre o retorno de um ativo e o retorno do mercado. Para o modelo, um ativo deve promover uma promessa de retorno que compense o risco assumido. • O risco de um ativo é mensurado no CAPM pelo beta, determinado pela inclinação da reta de regressão linear entre o retorno do ativo e a taxa de retorno da carteira de mercado. • Para o CAPM, a taxa de retorno requerida pelo investidor deve incluir a taxa livre de risco da economia, mais um prêmio que remunere o risco sistemático apresentado pelo ativo em avaliação, representado pelo beta. • A taxa de retorno requerida de um investimento pelo CAPM é obtida pela linha de mercado de títulos (SML – Security Market Line) 23 Valuation • Custo do capital próprio CAPM – taxa livre de risco (Rf) É considerado um ativo sem risco aquele que possui risco mínimo de default, ou seja, quase não há risco de a instituição emissoranão honrar o compromisso. Ou seja, é o retorno sobre título ou uma carteira de títulos livre de risco de inadimplência e totalmente desligada dos retornos de qualquer outro item encontrado na economia. Na teoria, a melhor estimativa da taxa livre de risco seria o retorno sobre uma carteira de beta igual a zero, construída a partir de posições compradas e vendidas de maneira a produzir uma carteira beta-zero de variância mínima No Brasil as taxas que mais se aproximam são a da poupança, CDI ou Selic 24 Valuation • Custo do capital próprio CAPM – prêmio pelo risco de mercado A diferença entre a taxa de retorno esperada do portfólio de mercado e a taxa de retorno do ativo sem risco é considerada o prêmio pelo risco do portfólio de mercado O retorno da carteira de ações no Standard & Poor’s 500 Stock Compositte Index (S&P 500) geralmente é usado para medir o retorno do mercado nos Estados Unidos. No Brasil, o índice equivalente a esse é o Ibovespa da BM&FBOVESPA Entretanto, não é muito adequado utilizá-lo, devido aos seguintes fatos: • Não temos uma séria de dados tão longa • Nossa economia não é tão estável no longo prazo • As elevadas taxas de juros e de retorno dos ativos livros de risco chegaram a superar o retorno do mercado, em decorrência das crises enfrentadas pelo país, resultando em um prêmio pelo risco de mercado negativo, o qual não pode representar o prêmio esperado no futuro Valuation • Custo do capital próprio CAPM – componentes do risco Risco diversificável ou NÃO sistemático: Risco específico ou próprio do investimento, sendo possível ser total ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira Risco sistemático ou NÃO diversificável (Beta): Risco trazido por eventos macroeconômicos, sociais e políticos, sendo representado por variáveis não controláveis, externas ao campo de domínio e ação de uma empresa. Assim sendo, este risco está sempre presente na estrutura da carteira. Valuation • Custo do capital próprio CAPM - beta O coeficiente beta exprime o risco sistemático de um ativo, uma vez que o risco não sistemático foi todo eliminado pela diversificação da carteira de mercado No caso específico do mercado de ações, possibilita medir quanto o retorno de uma ação irá variar quando ocorre uma alteração do mercado, que no caso brasileiro é medido pelo índice Bovespa. Risco do ativo = Risco sistemático do mercado Para sua determinação, é identificada no mercado de referência uma amostra de empresas do mesmo setor com características operacionais e financeiras semelhantes às da companhia em avaliação. O coeficiente beta médio dessa amostra é entendido como a medida de risco sistemático da empresa em avaliação. O beta mede a sensibilidade de um ativo em relação às movimentações da carteira de mercado. Valuation • Custo do capital próprio CAPM no Brasil No Brasil, existem algumas limitações que afetam a qualidade do resultado apurado. Entre elas: • Precário disclosure/ transparência das empresas de todas as suas informações relevantes aos investidores • Alto grau de concentração das ações negociadas no mercado • Baixa competitividade do mercado • Inexpressiva representatividade das ações ordinárias nos pregões baixa competitividade do mercado 28 Valuation • Custo do capital próprio CAPM no Brasil Em função disso, surge uma questão sobre uso do CAPM local ou global. • Local: Aplicado utilizando-se dados e informações disponíveis no próprio ambiente de mercado de atuação da empresa (doméstico). Os betas são obtidos na BM&FBOVESPA, cujo índice é o Ibovespa e a taxa livre de risco é a Selic • Global: Considera indicadores de mercados financeiros internacionais que costumam oferecer maior liquidez, menor volatilidade das séries históricas e alta diluição do controle acionário no mercado, como os USA. A taxa livre de risco é a dos T-Bonds, considerados os papéis de menor risco no mundo. A carteira de mercado é a da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), cujo índice é S&P 500 29 Valuation • Custo do capital próprio CAPM – risco país No caso do uso do CAPM global para empresas brasileiras que atuam em mercados internacionais, como os países emergentes apresentam um maior nível de incerteza, é necessário cobrar-se um prêmio pelos investimentos nesses mercados, como forma de remunerar o denominado risco-país. 30 Valuation • Custo do capital próprio CAPM – risco país O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro. O EMBI+ é calculado pelo J.P. Morgan e reflete o movimento dos preços (e os retornos a eles associados) dos títulos de dívida soberana brasileiros (Global Bonds), negociados no mercado financeiro internacional, em relação ao T-Bonds norte-americanos Ele é divulgado sob a forma de pontos-base (basis point ou bp). Por exemplo, para o prazo de cinco anos, conforme demonstrado abaixo, o risco é de 725 pontos-base. = Taxa de rendimento do título brasileiro: 10,00% (-) Taxa de rendimento do título americano: 2,75% = Risco-Brasil 7,25% ou 725 pontos-base (1% equivale a 100 pontos-base) 31 Valuation • Custo do capital próprio APT O modelo CAPM começa com uma análise da forma como os investidores constituem carteiras eficientes. A Teoria de Avaliação por Arbitragem (APT – Arbitrage Pricing Theory) de Stephen Ross não questiona quais carteiras são eficientes. A APT parte do princípio que o retorno de cada ativo (título renda fixa, variável, etc) depende em parte de: • Influências macroeconômicas pouco claras ou fatores que não podem ser eliminados pela diversificação (ex: preço do petróleo, inflação, taxa de juros, câmbio, inflação etc) • Ruídos, que são acontecimentos específicos da empresa, gerando um risco “único” daquela empresa que pode ser eliminado pela diversificação Dessa forma, a APT estabelece que o retorno esperado de uma ação deveria depender do prêmio de risco associado a cada fator e da sensibilidade do ativo a cada um dos fatores (b1, b2, b3 etc) Obviamente, o mercado pode ser um desses fatores, mas isso não está, necessariamente, implícito na teoria de avaliação por arbitragem 32 Valuation • Custo do capital próprio 3 fatores Em 1993, Fama e French realizaram um estudo empírico que mostrava que os seguintes fatores tinham oferecido retornos acima da média: Fator mercado (ME1): Excesso de retorno em relação ao mercado (RM-RF) Fator tamanho (SMB2): Os retornos de carteiras de ações de empresas pequenas e grandes Fator relação valor contábil/valor mercado (HML3): Diferença entre os retornos de carteiras de ações de empresas de alta capitalização e baixa capitalização Foi verificado que empresas: • Empresas menores possuem retornos médios mais elevados do que as grandes empresas • Empresas com SMB ou HML baixos estão subavaliadas e tendem a apresentar retornos mais altos no futuro 33 Valuation • Wacc - custo de oportunidade Custo de oportunidade do capital significa o quanto alguém deixou de ganhar por ter adotado uma alternativa em vez de outra, ou seja, é o custo de oportunidade de investir em determinado negócio em detrimento de outro de mesmo risco Tanto credores, quanto acionistas, esperam ser remunerados pelo custo de oportunidade do investimento de seus recursos em uma determinada empresa em vez de outra de risco semelhante O custo de capital da empresa reflete essa remuneração mínima exigida pelos proprietários de suas fontes de recursos. Ou seja, ele é: A taxa de desconto, ou de valor de dinheiro no tempo, usada para converter o valor esperado dos fluxos de caixa em valor presente para todos os investidores 34 Valuation • Wacc – estrutura x custo de capital De acordo com os custos de cada fonte de financiamento (capital próprio e de terceiros) da empresa, é importante que se determineseu custo de capital, sobretudo para melhor orientar suas decisões financeiras 35 Obs (*) : O passivo circulante está relacionado com o capital de giro da empresa, não fazendo parte de sua estrutura de capital Valuation • Wacc – conceito O custo total de capital da empresa representa a taxa de atratividade da empresa, que indica a remuneração mínima que deve ser exigida na alocação de capital, de forma a maximizar seu valor de mercado. O conceito geral para estimativa do WACC (Weighted Average Cost of Capital) ou CMPC (Custo Médio Ponderado de Capital) é: WACC = (Custo capital próprio) x (% capital próprio) + (Custo líquido capital terceiros) x (% capital terceiros) Ou seja, o WACC pode ser definido como a soma do capital próprio (ações) com o capital líquido de terceiros (empréstimos, financiamentos, debêntures e outras dívidas líquidas do imposto de renda) que permanecerão na empresa por um longo prazo Sua fórmula simplificada é: 36 Valuation • Método de fluxo de caixa descontado - conceito Entre os métodos de avaliação, o Fluxo de Caixa Descontado a valor presente (FCD) é tido como aquele que melhor revela a efetiva capacidade de geração de riqueza de determinado empreendimento Ele resume as entradas e saídas efetivas de dinheiro ao longo do tempo, representando a renda econômica gerada pelo projeto ao longo de sua vida útil. Em verdade uma empresa é avaliada por sua riqueza econômica expressa a valor presente, dimensionada pelos benefícios de caixa esperados no futuro descontados por uma taxa de atratividade que reflete o custo de oportunidade dos vários provedores de capital 37 0 1 2 3 n I0 FC1 FC2 FC3 FCn Tempo Valuation • Método do fluxo de caixa descontado - taxa de desconto • Taxa que desconta os benefícios de caixa previstos para o cálculo do valor presente da empresa • Expressa o custo de oportunidade das várias fontes de capital ponderado pela participação relativa de cada uma delas na estrutura de financiamento • É obtida de forma a remunerar adequadamente a expectativa de retorno definida pelos acionistas e credores • Deve haver plena coerência entre essa taxa de atratividade e os fluxos operacionais de caixa esperados do investimento • A avaliação de uma decisão de investimento deve considerar o custo médio ponderado de capital – WACC – com os fluxos de caixa operacionais disponíveis 38 Valuation • Método do fluxo de caixa descontado – horizonte de tempo das projeções Reflete a delimitação do prazo de geração dos fluxos de caixa esperados, separando o horizonte de projeção do investimento: Primeira parte: período previsível (normalmente 10 anos) • Descreve um período previsível dos resultados operacionais, sendo verificado nos primeiros anos do investimento • É geralmente estimado com base no desempenho possível de se prever de mercado e da economia e no potencial de participação da empresa Segunda parte: valor residual (perpetuidade constante ou crescente) • É esperado que o retorno produzido pelo investimento se retraia até o nível aproximadamente de seu custo de capital 39 Valuation • Eva Após breves comentários sobre os indicadores tradicionais, podemos compreender o EVA como uma resposta à necessidade de medidas de desempenho que expressem a adequada criação de riqueza por um empreendimento. Ou seja, o conceito do EVA nada mais é do lucro da empresa após o pagamento dos custos, despesas e tributos necessários à sua operação, mas também após considerado o custo de capital investido ou custo de oportunidade. Assim, pode-se escrever: Receita de vendas (-) custos, despesas e tributos operacionais (=) lucro operacional líquido do IR/CS (-) despesas financeiras ou custo do capital de terceiros líquido do IR/CS (=) lucro líquido (-) custo do capital próprio (=) lucro econômico agregado (EVA) 40 Valuation • Introdução Para identificar a melhor forma de se estimar um fluxos de caixa futuros, é preciso definir como estimar as taxas de crescimento. Há 3 elementos na previsão dos fluxos de caixa: 1) Duração do período de crescimento extraordinário 2) Fluxos de caixa durante o período de alto crescimento 3) Cálculo do valor terminal Toda empresa atinge uma estabilidade em seu crescimento, uma vez que o alto crescimento torna a empresa maior e o seu porte acaba sendo uma barreira de crescimento maior. O alto crescimento decorre de empresas com um retorno de capital que excede o custo de capital (ROE > CAPM). Num mercado competitivo, esses retornos em excesso atrairão novos concorrentes e depois desaparecerão. 41 Valuation • Duração do período extraordinário Sobre a duração do tempo em que uma empresa é capaz de manter seu crescimento extraordinário, é necessário analisar 3 fatores: 1) Porte da empresa: empresas menores tendem a ter período de crescimento mais longos que as de grande porte porque têm mais oportunidade de crescimento 2) Taxa de crescimento vigente e retornos em excesso: quanto maior o lucro da empresa, maior a chance dela manter esse retorno em excesso pelos próximos anos 3) Magnitude e sustentabilidade de vantagens competitivas: Se houver barreiras significativas à entrada e vantagens competitivas sustentáveis, a empresa conseguirá manter o alto crescimento por períodos mais longos 42 Valuation • Previsões detalhadas do fluxo de caixa As principais formas de estimar lucros futuros são: 1) Olhar para o passado: O crescimento histórico no lucro por ação é geralmente um bom ponto de partida para a estimativa de crescimento 2) Olhar para o que os outros estão estimando: Analistas estimam crescimento do lucro por ação para muitas empresas. É útil saber quais são suas estimativas. 3) Olhar para os fundamentos: Em última análise, todo crescimento de lucro pode ser atribuído a dois fundamentos - o quanto a empresa está investindo em novos projetos e quais são os retornos desses projetos para a empresa. 43 Valuation • Previsões detalhadas do fluxo de caixa – crescimento histórico As taxas de crescimento histórico podem ser estimadas de várias maneiras: • Média aritmética das taxas de crescimento passados ou média geométrica que considera o ocorre de um período para o outro • Taxas de crescimento históricas podem ser sensíveis ao período utilizado na estimativa – ex: início do cálculo com lucros baixos e término com lucros altos implica em crescimento • Ao usar taxas de crescimento histórico, os seguintes fatores devem ser considerados: • como lidar com resultados negativos: ausência de lucro ou prejuízo produz um número insignificante • o efeito de alterar o porte da empresa: empresas de pequeno porte tendem a crescer mais; porém, é mais difícil manter esse mesmo nível 44 Valuation • Previsões detalhadas do fluxo de caixa – estimativas externas de crescimento Motivos para crer que as estimativas dos analistas são melhores que as taxas históricas: • Eles analisam dados históricos da empresa e do mercado • Podem associar suas estimativas às informações reveladas pelos concorrentes da empresa avaliada sobre políticas de preços e crescimento futuro • Podem ter acesso restrito sobre as empresas avaliadas – SEC e CVM combatem insider information • Modelos baseados apenas no crescimento de lucros passados podem ignorar outras variáveis na previsão de lucros futuros – ex: índice de payout, giro do ativo etc 45 Valuation • Previsões detalhadas do fluxo de caixa – estimativas externas de crescimento As proposições do analistas são: • Há muito menos informação privada e mais informação público do que os analistas dizem haver • A principal fonte de informações privadas são as próprias empresas, o que explica porque: há mais recomendação de compra do que de venda, há alta correlação das recomendações dos analistas • Existe valor na previsão dos analistas. Entretanto, há perigo quando todos concordam muito- efeito manada - ou quando todos discordam muito – a informação que ele possuem é tão cheia de ruídos que passa a ser inútil. 46 Valuation • Previsões detalhadas do fluxo de caixa – crescimento em lucro operacional Cenário de retorno negativo sobre capital Quando o lucro operacional é negativo ou espera-se que as margens mudem ao longo do tempo, devem ser considerado um processo de três passos para estimar o crescimento: 1. Estimar as taxas de crescimento da receita ao longo do tempo • Use o crescimento histórico da receita para obter estimativas de crescimento de receita no futuro próximo • Diminua a taxa de crescimento, à medida em que a empresa se torne maior • Mantenha o controle de receitas absolutas para se certificar de que o crescimento é viável 2. Estime as margens operacionais esperadas a cada ano • Defina uma margem alvo que a empresa vá alcançar • Ajuste a margem atual na direção da margem alvo 3. Calcule o capital que precisa ser investido para gerar o crescimento de receita e margens esperadas 47 Valuation • Valor terminal Abordagem dos múltiplos O valor da empresa em um ano futuro é estimado aplicando-se um múltiplo aos lucros ou receitas da empresa naquele ano Receitas esperadas: R$ 6 bilhões Prazo: 10 anos Múltiplo de valor/venda = 2 Valor da empresa = 2 x R$ 6 bilhões = R$ 12 bilhões 48 Valuation • Valor terminal Modelo de crescimento estável r = taxa de desconto (custo de capital próprio ou custo de capital) g = taxa de crescimento esperado Esta taxa de crescimento "constante" é chamada de taxa de crescimento estável e não pode ser maior do que a taxa de crescimento do mercado em que a empresa opera. Quando as empresas puderem manter taxas de crescimento elevadas por longos períodos, todas as empresas daquele setor irão se aproximar do "crescimento estável" em algum momento. 49 Valuation • Valor terminal Limites ao crescimento estável A taxa de crescimento estável não pode exceder a taxa de crescimento do mercado, mas pode ser inferior. • Se assumirmos que a economia é composta por empresas de crescimento alto e estável, a última taxa de crescimento provavelmente será menor que a do mercado • A taxa de crescimento estável pode ser negativa. O valor terminal será menor e você está assumindo que a sua empresa vai desaparecer ao longo do tempo. • Se você usa fluxos de caixa nominais e taxas de desconto, a taxa de crescimento deve ser nominal na moeda em que a avaliação é feita Uma aproximação simples para a taxa de crescimento nominal do mercado é a taxa livre de risco 50 Valuation • Valor terminal Premissas fundamentais sobre o crescimento estável 1) Características de uma empresa de crescimento estável Em geral, espera-se que as empresas com crescimento estável sejam: • Menos arriscadas • Mais alavancadas • Tenham retornos em excesso menores (ou zero) • Reinvistam menos que as de alto crescimento 2) Transição de crescimento alto para estável Há 3 cenários: Modelo de 2 estágios: A empresa manterá a sua alta taxa de crescimento por um período e depois se converterá abruptamente em crescimento estável Modelo de 3 estágios: A empresa manterá a sua alta taxa de crescimento por um período e depois passará por uma fase de transição em que suas características mudarão gradualmente em direção a níveis estáveis de crescimento Modelo de n estágios: As características da empresa mudam a cada ano, desde o período inicial até a fase de crescimento estável 51 Valuation • Abordagem da estimativa A análise requer os seguintes passos: 1. Identificação dos cenários 2. Estimativa de fluxos de caixa e avaliação sob cada cenário 3. Estimativa da probabilidade de cada cenário 4. Apresentação do resultado 52 Valuation • Abordagem da estimativa – construção de cenários No processo de avaliação de uma empresa, há a construção 3 de cenários, ao menos. Ex: pessimista, realista e otimista As premissas para construção desses cenários podem ser: • Alterações em variáveis (linhas) estimadas dos fluxos de caixa • Variações nas taxas de crescimento (g) no cálculo do valor residual (perpetuidade crescente) • Variações nas taxas de desconto (WACC), em decorrência de alterações na estrutura-alvo de capital (P/PL) ou nos custos de cada tipo de capital (próprio e de terceiros) 53 Valuation • Avaliação de empresas cíclicas Empresas cíclicas são aquelas que possuem um padrão repetitivo e significativo de aumento e diminuição no seu lucro, ou seja, existem flutuações consideráveis de seus lucros ao longo de diversos anos. São exemplos de empresas cíclicas: Os métodos mais utilizados para avaliação de empresas são: • Fluxo de caixa futuro descontado a valor presente (FCD) • Múltiplos ou avaliação relativa 54 Valuation • Avaliação de empresas cíclicas – fluxo de caixa futuro descontado a valor presente (ECD) Entretanto, é muito difícil conseguir prever com precisão o ciclo e, respectivamente, o FCLE de um setor ou empresa. Para tanto, uma alternativa seria a construção de possíveis cenários. Supondo a existência de três cenários (pode haver mais), tem-se: • Construção e avaliação de cenário de ciclo normal - não no lucro no topo ou no fundo de um ciclo - a partir de informações a respeito de ciclos anteriores. O valor a ser considerado na perpetuidade deve ser baseado em um nível normalizado de lucro operacional e fluxo de caixa. Esse valor pode ser obtido por meio da média aritmética de um ciclo econômico da própria empresa, que dura cerca de 5 ou 10 anos, ou a partir da média do setor, por exemplo. • Construção e avaliação de dois novos cenários • Atribuição de probabilidades a cada cenário e cálculo do valor ponderado de cada um. 55 Valuation • Avaliação de empresas cíclicas – múltiplos (P/L) Um dos múltiplos mais utilizados pelo mercado, após o efeito das dívidas, é o preço/lucro. Ele representa o número de anos necessários para se obter o valor pago pela ação por intermédio dos lucros distribuídos, desde que atendidas algumas premissas: • todo o lucro seja repassado aos acionistas, • os resultados dos próximos anos sejam iguais aos do ano base e • a cotação não se altere. Em regra, quanto menor o múltiplo, mais atrativa está a ação. Assim um P/L de 5 vezes significa que o acionista obterá o valor despendido pela ação em 5 anos desde que atendidas as premissas acima. 56 Valuation • Avaliação de empresas cíclicas – múltiplos (P/L) Quando a empresa apresenta prejuízo no exercício, o P/L será negativo. Contudo não necessariamente uma ação com múltiplo negativo é um mau investimento. Deve se buscar as causas para o mau resultado da companhia. Se for por despesas pontuais que não ocorrerão no próximo exercício, não há problema. Se for por elevado nível de endividamento, isso é ruim porque as despesas financeiras acabam por consumir o resultado operacional. O múltiplo mais relevante para a tomada de decisão é aquele que leva em conta o lucro projetado. Assim é interessante observarmos os P/Ls de 31/12 desse ano e do próximo, calculados dividindo-se a cotação atual pelos lucros estimados por ação para 31/12 desse ano e do próximo, respectivamente 57 Valuation • Avaliação de empresas de capital fechado O método de fluxo de caixa futuro descontado a valor presente (FCD) é plenamente aplicável na avaliação de empresas de capital fechado. A grande dificuldade na avaliação desse tipo de empresa é a medição do risco e taxa de desconto, em função de que a maioria dos modelos de risco e retorno exige estimativas para os parâmetros de risco a partir de preços históricos do ativo, objeto da análise. Mas, como empresas de capital fechado não negociam seus títulos, há algumas alternativas para cálculo do beta: • Empresas comparáveis • Dados contábeis • Fatores fundamentais (regressão múltipla) Além disso, a avaliação também pode ser feita por meio de múltiplosde valor da empresa ou valor de mercado, tomando como base o mercado acionário ou transações comparáveis 58 Valuation • Avaliação de empresas de capital fechado - beta de empresas comparáveis Consiste na utilização das informações dos betas disponíveis nos mercados que regularmente negociam suas ações em bolsa de valores, que sejam comparáveis com a empresa em análise, em termos de riscos de negócios e alavancagem operacional. Por meio do beta desalavancado1 de cada empresa comparável do setor, pode-se calcular o beta-médio desalavancado e, realavancando-o para a estrutura de capital da empresa que se pretende avaliar. Por sua vez, a estrutura de capital da empresa avaliada pode ser uma estrutura-alvo, definida com base na média do setor, ou a atual da própria empresa 59 Valuation • Avaliação de empresas de capital fechado - múltiplos de mercado acionários e de transações Múltiplos de mercado acionário Os preços do mercado acionário constituem um fator importante para a maior parte das transações de compra, venda e fusões das empresas. Entretanto, como eles costumam variar ao longo do tempo e em diversos graus para diferentes empresas, não é tarefa simples determinar o valor de uma empresa com base somente nesse método. Múltiplos de transações As transações de fusões e aquisições são a base para a criação de múltiplos de transações. A formação desses múltiplos depende basicamente da obtenção das seguintes informações: • valores pagos pela empresa adquirida, • valores de dívidas assumidas e • informações de DFs 60 Valuation • Avaliação de empresas de capital fechado - múltiplos de mercado acionários e de transações Não se deve misturar múltiplos oriundos do mercado acionário (preço das ações) com múltiplos de transações, devido à existência do prêmio de controle. Logo, os múltiplos de transações podem ser maior que os de mercado acionário. Nos USA, esse prêmio normalmente fica em torno de 15% a 20%, sobre o valor de mercado (preço das ações) em aquisições amigáveis, e em 35% em aquisições hostis (takeovers) No caso de empresas de capital fechado, o múltiplo de transações é mais adequado, devido à dificuldade de comparação com empresas avaliadas pelo mercado acionário (empresas de capital aberto) 61 Valuation • Avaliação de empresas de pequeno porte Segundo o BNDES, empresas de pequeno porte são aquelas com receita operacional bruta anual inferior a R$ 16 milhões/ano. À semelhança de empresas de capital fechado, empresas de pequeno porte, podem ser avaliadas pelo método de FCD e pelo método de múltiplos. No caso do método de FCD, a dificuldade permanece sendo o cálculo do beta. Conforme verificado, ele pode ser obtidos por meio de: a) Empresas comparáveis; b) Dados contábeis e c) Fatores fundamentais (regressão múltipla). Entretanto, ainda faz- se necessário outro ajuste... A teoria do CAPM foi desenvolvida em cima de uma hipótese básica: os grandes investidores podem diversificar seu portfólio, eliminando o componente de risco diversificável ou específico da empresa. 62 Valuation • Avaliação de empresas de pequeno porte – múltiplos de valor da empresa/faturamento No caso de empresas de pequeno porte, o valor de referência baseado em transações e de valor da empresa continua sendo o mais adequado. Por sua vez, entre as variáveis passíveis de comparação, a mais indicada é o faturamento da empresa. As principais dificuldades desse método são: a) encontrar empresas de fato comparáveis e b) acesso às informações 63 ATENDIMENTO A CLIENTES • Invista em um time de Customer Success • Mudança do conceito de pós venda • Manter seus clientes por mais tempo e, assim, reter mais receita • Na CEFIS existe um curso completo de CS ( Gravado com o Head de CS do Nubank ) para ensinar como criar um time de CS. https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.cefis.cefisapp&hl=pt_BR https://apps.apple.com/br/app/cefis/id1353968500
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