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Súmulas vinculantes

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Súmulas vinculantes (art.103-a) 
As súmulas vinculantes podem ser criadas apenas pelo STF após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional. O teor das súmulas vinculantes é obrigatório para determinados órgãos 
do Estado. 
OBS: não se pode confundir as súmulas com as súmulas vinculantes. Os principais aspectos que 
diferenciam ambos os conceitos são os seguintes: 
A) Súmulas vinculantes: apenas o STF cria súmulas vinculantes e o conteúdo 
obrigatoriamente versa sobre matéria constitucional. Trata-se de uma orientação 
jurisprudencial do STF decorrente da interpretação da Constituição e cuja observância 
é obrigatória pelos demais órgãos judiciários e pela administração publica. 
B) Súmulas: podem ser criadas por qualquer Tribunal brasileiro (ex: STF, STJ, TJ Estadual, 
Tribunal Regional Eleitoral, etc.) e o conteúdo pode tratar de qualquer matéria jurídica 
(ex: Direito Constitucional, Direito Civil, Direito processual, etc). Trata-se de uma 
consolidação do entendimento jurisprudencial do Tribunal acerca de um tema, porém 
sua observância não é obrigatória. 
A partir da interpretação do art.103-a da CF/88, pôde-se extrair as seguintes observações sobre 
a criação e a amplitude de aplicação das súmulas vinculantes: 
I. Apenas o STF pode criar súmulas vinculantes após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional 
II. A criação, revisão ou cancelamento de súmulas vinculantes, de ofício ou mediante 
provocação, ocorre por decisão de 2/3 dos Ministros do STF (08 dos 11 ministros) 
III. O conteúdo da súmula vinculante é obrigatório para os demais órgãos do Poder 
Judiciário e para a administração pública direta e indireta nas esferas federal, 
estadual e municipal. 
OBS: a súmula vinculante NÃO É OBRIGATÓRIA para: 
A) O próprio STF (exclui-se o STF uma vez que o próprio STF pode rever ou cancelar as 
súmulas vinculantes que criar) 
B) O legislador (admite-se a possibilidade de o legislador criar uma lei ou ato normativo 
contrário às súmulas vinculantes do STF) 
IV. O art.103-A,§3º determina que caberá o ajuizamento de reclamação junto ao STF 
para questionar ato administrativo ou decisão judiciais contrário às súmulas 
vinculantes. A reclamação é uma ação judicial que pode ser ajuizada diretamente 
no STF com o objetivo de assegurar a autoridade do STF que expediu súmulas 
vinculantes. Caso a reclamação seja julgada procedente, o STF anulará o ato 
administrativo ou cassará a decisão judicial incompatível e determinará que o órgão 
competente refaça o ato, agora, aplicando corretamente as súmulas vinculantes.

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