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ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE

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ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA 
DA CONTABILIDADE
2
Geiciane Macena Lino
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2021
 ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA 
CONTABILIDADE
1ª edição
3
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Diretor Presidente Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Revisor
Miriane de Almeida Fernandes
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________ 
Lino, Geiciane Macena
L758e Estrutura conceitual básica da contabilidade / Geiciane 
 Macena Lino. – São Paulo: Platos Soluções Educacionais 
 S.A., 2021.
 47 p.
 ISBN 978-65-5356-049-9
 1. Padrão internacional IFRS. 2. Teoria da 
 contabilidade. 3. International Accounting Standards Board 
 (IASB). I.Título.
 
CDD 657
____________________________________________________________________________________________
Evelyn Moraes – CRB-8 010289
© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
Objetivo do Relatório Financeiro para fins Gerais ____________ 05
Características qualitativas de informações financeiras úteis _18
Demonstrações contábeis e a entidade que reporta _________ 32
Elementos das Demonstrações Contábeis ___________________ 54
ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE
5
Objetivo do Relatório Financeiro 
para fins Gerais
Autoria: Geiciane Macena Lino
Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes
Objetivos
• Apresentar a finalidade da Estrutura Conceitual 
para Relatório Financeiro, de acordo com o 
Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2).
• Esclarecer o objetivo do relatório financeiro para fins 
gerais.
• Demonstrar o pressuposto básico das 
demonstrações contábeis.
6
1. Introdução
A internacionalização das normas contábeis não é recente: teve início 
em 1973, quando um grupo de dez países se uniu com o objetivo de 
adotar um padrão de contabilidade único e aceito por todos. Dessa 
união nasceu o IASC – International Accounting Standards Committee 
(Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade), que emitia as 
normas IAS – International Accounting Standards (Normas Internacionais 
de Contabilidade).
Anos mais tarde, em 2001, o IASC foi extinto e um novo órgão 
internacional foi fundado para ser o responsável pela emissão de 
normas contábeis que pudessem ser aplicadas a nível global: o IASB – 
International Accounting Standards Board (Conselho de Padrões Contábeis 
Internacionais, em tradução livre). A partir de então, as Normas 
Internacionais de Contabilidade foram nomeadas IFRS – International 
Financial Reporting Standards (Padrões Internacionais de Relatórios 
Financeiros), nomenclatura que continua em utilização atualmente.
Em razão da necessidade de harmonização das normas contábeis 
brasileiras com as normas internacionais, foi criado o Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão formado por representantes 
de diversas entidades contábeis, entre elas, o CFC – Conselho Federal de 
Contabilidade. O CPC foi criado em 2005 por intermédio da Resolução 
CFC n. 1.055/05, e é responsável pela elaboração de pronunciamentos 
técnicos com base naqueles emitidos internacionalmente pelo IASB.
O Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) – Estrutura Conceitual para 
Relatório Financeiro – foi preparado com base no Conceptual Framework 
for Financial Reporting. Este documento institui as diretrizes que as 
empresas devem seguir na elaboração das demonstrações contábeis, 
para que elas estejam em concordância com o padrão internacional.
7
A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro é dividida em oito 
capítulos, dos quais quatro serão abordados nesta disciplina. O primeiro 
a ser apresentado é o Objetivo do Relatório Financeiro para Fins 
Gerais, que estabelece:
1. Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro para fins 
gerais.
2. Informações sobre recursos econômicos da entidade que reporta.
3. Informações sobre o uso de recursos econômicos da entidade.
O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações 
financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para 
investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes 
e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à 
entidade. Essas decisões envolvem decisões sobre:
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida;
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da 
administração que afetam o uso dos recursos econômicos da entidade. 
(CPC, 2019, p. 5)
Os investidores e os credores de que tratam o CPC 00 (R2) são os 
principais usuários das informações contábeis e financeiras geradas 
pelas empresas (entidade que reporta), ou seja, das demonstrações 
contábeis. As demonstrações elaboradas em conformidade com o CPC 
00 têm por finalidade fornecer informações que sejam úteis para a 
tomada de decisões financeiras e econômicas por parte dos usuários.
8
1.1 IFRS – International Financial Reporting Standards
Figura 1 – International Financial Reporting Standards 
Fonte: Luizela/iStock.com. 
As Normas Internacionais de Contabilidade, International Financial 
Reporting Standards (IFRS), ou Padrões Internacionais de Relatórios 
Financeiros, em português, são pronunciamentos técnicos baseados 
nos princípios contábeis, emitidos pelo International Accounting 
Standards Board (IASB), entidade internacional criada com o objetivo de 
desenvolver normas de contabilidade aplicáveis mundialmente.
O IASB surgiu em 2001 em sucessão ao IASC – International Accounting 
Standards Committee, que foi o comitê responsável pela padronização 
das normas contábeis a nível global entre 1973 e 2001. Inicialmente, 
apenas dez países aderiram ao padrão de contabilidade internacional: 
Estados Unidos, Canadá, Irlanda, Austrália, Reino Unido, França, 
Holanda, Alemanha, México e Japão; mais países tornaram-se adeptos 
nos anos seguintes. Nesse período, as Normas Internacionais de 
9
Contabilidade eram denominadas IAS – International Accounting 
Standards.
Figura 2 – Normas Contábeis Internacionais
Fonte: adaptada de Padoveze (2014).
Atualmente, mais de 120 países – entre eles o Brasil – adotam as 
normas internacionais (IFRS) como padrão contábil. No país, o processo 
de harmonização com as Normas de Contabilidade Internacionais 
se iniciou em 2005, quando foi criado o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis – CPC – com a finalidade de uniformizar e centralizar a 
emissão das normas contábeis de acordo com o padrão internacional. 
Posteriormente, em 2007, foi promulgada a Lei n. 11.638/07, que alterou 
e revogou dispositivos da Lei n. 6.404/76 e estendeu às sociedades 
de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de 
demonstrações financeiras. Em 2009, foi sancionada a Lei n. 11.941/09, 
que também alterou a Lei n. 6.404/76, em razão da convergência ao 
padrãointernacional de contabilidade.
10
Figura 3 – Processo de internacionalização das normas contábeis e 
convergência do Brasil às normas internacionais
Fonte: elaborado pela autora.
11
1.2 CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
No Brasil, o órgão responsável pela emissão das normas 
correspondentes às Normas Internacionais de Contabilidade publicadas 
pelo IASB é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. A criação 
do CPC ocorreu por meio da Resolução CFC n. 1055 de 7 de outubro 
de 2005, em razão da convergência das Normas Brasileiras de 
Contabilidade ao padrão internacional, com a função de ser o órgão 
centralizador da emissão das normas contábeis no país.
Conforme traz o texto da Resolução do Conselho Federal de 
Contabilidade, que criou o CPC:
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC) tem por objetivo 
o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa 
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora 
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de 
produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade 
Brasileira aos padrões internacionais. (Conselho Federal de Contabilidade, 
Resolução CFC n. 1.055/05, p. 3)
Para cumprir o seu objetivo o CPC possui 14 integrantes, das seguintes 
entidades contábeis:
• ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas);
• APIMEC NACIONAL (Associação dos Analistas e Profissionais de 
Investimento do Mercado de Capitais);
• B3 (Brasil Bolsa Balcão);
• CFC (Conselho Federal de Contabilidade);
• IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil);
12
• FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e 
Financeiras); e
• Entidades representativas de investidores do mercado de capitais.
Desde a sua fundação, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis já 
emitiu mais de cinquenta Pronunciamentos Técnicos, todos correlativos 
às Normas Internacionais de Contabilidade. O Pronunciamento Técnico 
CPC 00 foi emitido em 2008, sob o título Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Passou 
pela primeira revisão (R1) em 2011 e pela segunda revisão (R2) em 
2019, quando foi alterado para Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro.
Além dos Pronunciamentos Técnicos, o CPC é responsável também pela 
emissão de orientações e interpretações. Após a emissão das normas 
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, é preciso a aprovação dos 
órgãos reguladores em seus domínios.
Figura 4 – Emissão das Normas de Contabilidade no Brasil
 
Fonte: Adriano (2018, p. 4).
13
Os órgãos reguladores dos Pronunciamentos Técnicos, orientações e 
interpretações emitidos pelo CPC são:
• CVM – Comissão de Valores Mobiliários;
• CFC – Conselho Federal de Contabilidade;
• BACEN – Banco Central do Brasil;
• CMN – Conselho Monetário Nacional;
• SUSEP – Superintendência de Seguros Privados.
1.3 Normas Contábeis no Brasil
A adoção inicial das Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil 
ocorreu com a publicação da Lei n. 11.638 em 28 de dezembro de 
2007, que entrou em vigor no dia 01/01/2008, tornando obrigatória 
para as companhias de capital aberto abrangidas na Lei n. 6.404/76, a 
elaboração das demonstrações contábeis no novo formato e estendeu a 
obrigatoriedade para as empresas de grande porte. Em 2008, foi editada 
a MP n. 449/08, convertida na Lei n. 11.941/2009, trazendo dispositivos 
complementares à Lei n. 11.638/2007, sobre a apresentação das 
demonstrações contábeis.
Em 2009, o Conselho Federal de Contabilidade publicou a Resolução 
n. 1.159, buscando abordar as novas práticas contábeis no Brasil 
em consonância com a Lei n. 11.638/2007 e pela Medida Provisória 
n. 449/2008 (Lei n. 11.941/2009). Além disso, a Resolução teve por 
objetivo validar o Comitê de Pronunciamentos Contábeis como único 
órgão emissor dos Pronunciamentos Técnicos em convergência com a 
contabilidade internacional no Brasil.
Um significativo Pronunciamento Técnico emitido pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis é o CPC PME (R1) – Contabilidade para 
14
Pequenas e Médias Empresas, que teve sua divulgação em 16/12/2009, 
correspondente à norma internacional IFRS for SMEs (The International 
Financial Reporting Standard for Small and Medium-sized Entities).
A estrutura conceitual contábil brasileira também é conhecida pela 
sigla BR GAAP, que é bastante aplicada principalmente para se referir 
às normas de contabilidade nas empresas multinacionais. O termo 
deriva da sigla US GAAP: Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos 
Estados Unidos (US – United States e GAAP – Generally Accepted Accounting 
Principles). Logo, BR GAAP são os Princípios Contábeis Geralmente 
Aceitos no Brasil: BR se refere ao Brasil e GAAP, à sigla em inglês para 
Princípios Contábeis Geralmente Aceitos.
1.4 Objetivo da Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro
A Conceptual Framework for Financial Reporting (Estrutura Conceitual 
para Relatório Financeiro), publicada pelo IASB e traduzida pelo Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis, não consiste em uma norma de 
contabilidade; ela é o modelo para o desenvolvimento das Normas 
Internacionais de Contabilidade. Seu objetivo é contribuir para a 
elaboração das IFRS. As normas emitidas com base na Estrutura 
Conceitual têm como finalidade satisfazer três premissas:
1. Fornecer transparência para as demonstrações contábeis, 
melhorando a comparabilidade das informações financeiras 
internacionalmente;
2. Corroborar com a prestação de contas (accountability), ao fornecer 
informações que poderão ser utilizadas para responsabilizar a 
administração;
3. Colaborar com a eficiência econômica, ao utilizar uma linguagem 
contábil universal, que trará diminuição do custo de capital e 
redução de custos dos relatórios internacionais.
15
 Segundo Padoveze (2014), estão entre os objetivos da Estrutura 
Conceitual Básica da Contabilidade Internacional: a) estabelecer 
os conceitos que sustentam a elaboração e apresentação das 
demonstrações contábeis; b) possibilitar ao IASB o desenvolvimento 
das Normas Internacionais de Contabilidade; c) ajudar as entidades 
reguladoras de cada país na elaboração das normas contábeis 
locais; d) auxiliar os auditores externos a emitirem uma opinião 
em relação às demonstrações contábeis em conformidade com as 
Normas Internacionais de Contabilidade e, e) ajudar os usuários das 
demonstrações contábeis a interpretar as informações divulgadas pelas 
empresas em conformidade com as IFRS.
As demonstrações contábeis produzidas com base na Estrutura 
Conceitual contribuem com a tomada de decisões dos usuários 
internos e externos da contabilidade, pois facilitam a interpretação das 
informações financeiras e econômicas, permitindo analisar os bens, 
direitos, obrigações, receitas, despesas, custos, investimentos, liquidez, 
endividamento, rentabilidade e o patrimônio da entidade de forma 
geral.
O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis – especifica o conjunto completo de 
demonstrações contábeis:
a. Balanço Patrimonial (BP);
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração 
do Resultado Abrangente (DRA);
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
e. Notas Explicativas (NE);
f. Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
16
O principal pressuposto das demonstrações contábeis é conceder 
informações de natureza financeira e econômica que sejam úteis para a 
tomada de decisão de seus usuários.
Figura 5 – Pressuposto das demonstrações contábeis
Demonstração 
Contábil
 Objetivo
BP Evidenciar os bens, direitos e obrigações 
da empresa (patrimônio).
DRE Apurar o resultado econômico (lucro/
prejuízo) de um exercício.
DRA Demonstrar o resultado do exercício e resultados futuros 
ainda não realizados, de transações em andamento.
DMPL Apresentar as mutações (variações) ocorridas no 
patrimônio líquido dacompanhia entre dois períodos.
DFC Mostrar o resultado financeiro das atividades 
operacionais, de investimentos e financiamentos.
NE Detalhar informações sobre contas relevantes 
das demonstrações contábeis.
DVA Divulgar o valor agregado gerado pela empresa.
Fonte: adaptada de Padoveze (2014, p. 6).
A internacionalização das normas contábeis está em constante evolução: 
regularmente, o IASB realiza a emissão de novos Pronunciamentos 
Técnicos ou revisões dos pronunciamentos já existentes. Assim também, 
no Brasil, o CPC realiza a tradução e a emissão dos pronunciamentos e 
revisões em correlação às Normas Internacionais de Contabilidade.
17
Referências 
 
ADRIANO, S. Manual dos Pronunciamentos Contábeis Comentados. São Paulo: 
Atlas, 2018. 
ALMEIDA, M. C. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC–Facilitada e 
Sistematizada. Rio de Janeiro: Atlas, 2021. 
BRASIL. Lei n. 11.638/07 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos 
da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 
1976 e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e 
divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 28 dez. 2007. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso 
em: 2 set. 2021. 
BRASIL. Lei n. 11.941/2009 de 27 de maio de 2009. Conversão da Medida Provisória 
nº 449 de 2008. Brasília, 27 maio 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 2 set. 2021. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 00 
(R2) – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. CPC, 2019. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 1 set. 
2021. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 26 
(R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis. CPC, 2011. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf. Acesso 
em: 1 set. 2021. 
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Internacional: IFRS – US GAAP e BR 
GAAP. Teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
18
Características qualitativas de 
informações financeiras úteis
Autoria: Geiciane Macena Lino
Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes
Objetivos
• Apresentar as características qualitativas de 
informações financeiras úteis, conforme o 
Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2).
• Discorrer sobre as características qualitativas 
fundamentais e características qualitativas de 
melhoria.
• Evidenciar a aplicação das características qualitativas 
fundamentais e de melhoria e as restrições de custo 
na apresentação das demonstrações contábeis.
19
Introdução
O Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) (2019, p. 9) define as 
características qualitativas de informações financeiras úteis como 
os tipos de informações que apresentam maior utilidade para os 
usuários das informações contábeis.
Para classificar os tipos de informações financeiras com maior utilidade, 
as características qualitativas são divididas em fundamentais e de 
melhoria. As características fundamentais, como o nome diz, são 
aquelas indispensáveis para tornar uma informação financeira útil 
a um investidor ou credor. Para ser considerada fundamental, uma 
informação precisa ser relevante e representada fidedignamente.
As características qualitativas de melhoria são inerentes à melhora 
da utilidade das informações financeiras fornecidas pelas empresas 
nas demonstrações contábeis. Uma informação financeira é 
qualitativamente melhor quando pode ser comparável, verificável, 
quando é tempestiva, ou seja, disponibilizada no momento oportuno e 
compreensível.
As características qualitativas da informação representam os atributos 
que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários, sendo a 
sua compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade os 
atributos mais importantes. (PADOVEZE, 2014, p. 8)
A seguir estudaremos cada uma das características qualitativas das 
informações financeiras de forma detalhada.
20
1. Objetivos das características qualitativas 
das informações contábeis
As demonstrações contábeis são um conjunto de informações 
financeiras e econômicas a respeito da empresa que as divulga. Cada 
uma das demonstrações tem uma finalidade específica: evidenciar 
o patrimônio da empresa (Balanço Patrimonial), apurar o resultado 
econômico (Demonstração do Resultado do Exercício), mostrar o 
resultado financeiro das atividades (Demonstração dos Fluxos de 
Caixa). Estes são alguns exemplos de informações apresentadas nas 
demonstrações contábeis.
No entanto, não basta apenas que a empresa divulgue suas informações 
econômico-financeiras para torná-las públicas ao mercado: é preciso 
que essas informações tenham utilidade para os seus usuários. Uma 
informação financeira útil deve apresentar um alto nível de qualidade 
para simplificar a sua interpretação e propiciar a tomada de decisões 
por parte dos stakeholders (usuários).
Em muitos casos, a análise das informações envolve situações passadas, 
presentes e futuras, pertinentes à instituição. Para um investidor, por 
exemplo, que quer se tornar acionista de determinada empresa, ou 
mesmo já possuindo capital investido na empresa, e deseja adquirir 
mais ações, como forma de auferir lucros futuros (dividendos), a análise 
de informações passadas e presentes como liquidez, endividamento, 
lucratividade, rentabilidade e tempo de retorno do investimento são 
imprescindíveis para avaliar se no futuro a instituição trará o retorno 
esperado e viabilizar a tomada de decisão do investidor em aplicar ou 
não aplicar o seu capital naquela empresa.
Os credores de uma entidade também precisam analisar as informações 
do passado e do presente, a fim de verificar se essa empresa terá 
capacidade de pagamento no futuro. Instituições financeiras são um 
21
exemplo de credores: antes de realizar um empréstimo a uma empresa, 
é preciso saber qual a capacidade da entidade em realizar o pagamento 
da obrigação.
Nesse sentido, quanto maior o nível de qualidade e de utilidade das 
informações divulgadas pelas empresas, maiores são as chances de 
atrair investidores (no caso das sociedades de capital aberto) e de 
se obter crédito com o mercado. Esse é um dos motivos pelo qual 
grande parte dos países fazem a adoção das Normas Internacionais 
de Contabilidade: a qualidade das informações que são produzidas, 
gerando maior transparência às demonstrações contábeis e permitindo 
que as informações sejam comparadas, aumentando, assim, a 
confiabilidade de investidores e credores.
Em um cenário como o que vivemos atualmente, no qual há um 
mercado que é global e não existem fronteiras econômicas, a 
convergência internacional da contabilidade demonstra mais um 
dos seus objetivos: estabelecer um padrão único de elaboração e 
apresentação das demonstrações contábeis para que as informações 
tenham qualidade e sejam compreensíveis em qualquer parte do 
mundo.
2. Características qualitativas fundamentais 
das informações contábeis
A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro – Pronunciamento 
Técnico CPC 00 (R2) – define duas características qualitativas 
fundamentais para as informações financeiras: relevância e 
representação fidedigna.
Uma informação contábil (econômica ou financeira) relevante é a que 
tem capacidade de fazer diferença em uma tomada de decisão de seus 
22
usuários. Para isso, o CPC 00 (R2) indica que as informações precisam ter 
valor preditivo – ajudar a prever resultados futuros – ou confirmatório – 
fornecer feedback de avaliações anteriores, ou, ainda, ambos.
Os valores preditivo e confirmatório das informações financeiras 
estão inter-relacionados. Informações que possuem valor preditivo 
frequentemente possuem também valor confirmatório. Por exemplo, 
informações sobre receitas para o ano corrente, que podem ser utilizadas 
como base para prever receitas em anos futuros, também podem ser 
comparadas a previsões de receitaspara o ano corrente que tenham sido 
feitas em anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem 
ajudar o usuário a corrigir e a melhorar os processos que foram utilizados 
para fazer essas previsões anteriores. (CPC, 2019, p. 10)
Figura 1 – Relevância das informações contábeis
Fonte: adaptada de Almeida (2021, p. 20).
23
Ainda a respeito da relevância das informações financeiras, há um 
outro ponto a ser observado, porém, não se trata da informação 
apresentada, mas, sim, da omissão de informações. Quando a omissão 
ou a distorção de uma informação contábil tem a capacidade de 
influenciar incorretamente uma decisão de um ou mais usuários, essa 
informação é considerada material. A materialidade tem relação com a 
influência que a sua omissão ou distorção pode ocasionar no julgamento 
de um stakeholder que tenha um bom nível de conhecimento das 
demonstrações contábeis e que confie nas informações apresentadas 
nelas. Portanto, a materialidade é uma característica de relevância 
própria da empresa que elabora e divulga suas informações contábeis.
A segunda característica qualitativa fundamental das informações 
contábeis é a representação fidedigna. Isto significa que além de ser útil 
e possuir relevância, o conjunto das informações econômico-financeiras 
apresentadas nas demonstrações contábeis deve representar 
veridicamente a natureza das informações. Para ser fidedignamente 
apresentada, a informação financeira precisa ter três características:
1. Deve ser completa, isto é, precisa conter detalhes, explicações, 
descrições, para que o usuário compreenda facilmente o conteúdo 
que está sendo apresentado;
2. Precisa apresentar neutralidade: significa que foi aplicado o 
princípio da prudência na seleção e apresentação da informação 
– prudência é a cautela assumida em condições de incerteza. 
Trata-se de uma informação não tendenciosa, imparcial e não 
manipulada.
3. Não pode conter erros. Os erros a que se refere a Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro são do processo de 
elaboração das demonstrações contábeis e não das informações 
apresentadas propriamente. A descrição do acontecimento e o 
processo de produção das informações devem ser livres de erros.
24
O objetivo das características qualitativas das informações contábeis não 
é produzir informações perfeitas, mas potencializar as qualidades ao 
máximo possível para que as informações tenham muita excelência para 
os seus usuários.
Figura 2 – Representação fidedigna das informações contábeis
Fonte: elaborada pela autora.
3. Características qualitativas de melhoria das 
informações contábeis
Além da relevância e representação fidedigna, que são as características 
qualitativas fundamentais das informações financeiras divulgadas 
25
pelas empresas, há outras quatro características que podem contribuir 
com a melhora na qualidade das informações apresentadas. São as 
características qualitativas de melhoria.
Conforme o Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) (2019, p. 12), 
comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e 
compreensibilidade ajudam a melhorar a utilidade das informações 
contábeis para os seus usuários. Não são características obrigatórias, 
porém, exercem uma grande importância na análise das demonstrações 
contábeis.
Outra finalidade das características qualitativas de melhoria é ajudar 
na escolha de qual forma a empresa deve utilizar para apresentar as 
informações nas demonstrações contábeis, uma vez que se verifique 
a existência de duas formas igualmente relevantes e que forneçam 
representação fidedigna.
 a. Comparabilidade
A comparabilidade permite aos usuários fazer escolhas entre 
alternativas, pois permite a comparação de informações análogas 
de duas ou mais empresas e de informações compatíveis da mesma 
empresa entre períodos distintos. Portanto, a comparação exige pelo 
menos dois elementos e que esses elementos sejam similares entre si.
A comparabilidade pode ser aplicada para confrontar os dados de 
uma empresa com outras empresas do mesmo ramo de atividade, por 
exemplo:
• Índices de liquidez, endividamento e rentabilidade;
• Alavancagem financeira e operacional;
• Fluxos de caixa;
26
• Utilização de capital próprio e de terceiros;
• Aumento do patrimônio nos últimos anos, entre outras 
possibilidades de aplicação.
Todos os dados podem sem comparados também entre períodos 
diferentes de uma mesma empresa, como:
• Aumento ou redução dos índices de um ano para outro;
• Crescimento ou queda de vendas e faturamento;
• Diminuição ou aumento de custos e despesas;
• Aquisição de bens; e
• Quaisquer outros elementos das demonstrações contábeis que o 
usuário desejar comparar.
 b. Capacidade de verificação
Esta é uma característica esperada das informações contábeis, 
pois possibilita que as informações divulgadas pelas empresas 
sejam confirmadas, aumentando a confiabilidade dos usuários nas 
demonstrações contábeis.
A capacidade de verificação visa validar uma das características 
qualitativas fundamentais: a de representação fidedigna. Quando 
uma informação econômico-financeira pode ser verificada, é possível 
confirmar se ela foi representada fidedignamente na demonstração 
contábil em que está inserida e afirmar com segurança que aquela 
informação está correta.
Há duas maneiras de se realizar a verificação das informações contábeis: 
direta ou indiretamente. A verificação direta requer que a informação 
seja examinada na sua origem, como a verificação da existência de 
27
ativos. A conta caixa, disposta no Balanço Patrimonial (ativo circulante), 
pode ter seus valores confirmados fazendo-se a contagem do dinheiro. 
Assim também pode-se verificar a conta estoque (ativo circulante), 
realizando a contagem física dos produtos, a fim de confirmar se a 
quantidade de mercadorias é verídica.
Já a verificação indireta envolve a análise de dados ou a realização de 
testes para confirmação das informações. O método indireto também 
pode ser utilizado para verificação da existência de ativos, por exemplo, 
ao analisar dados das contas relativas a bancos – valores disponíveis 
para movimentação – ou aplicações financeiras ou ambos. Essas contas 
podem ter suas informações verificadas por meio da comprovação do 
saldo com as instituições financeiras.
Um exemplo da verificação indireta envolvendo a realização de testes 
é na confirmação dos valores contábeis e de custos dos estoques. 
Primeiro, realiza-se a checagem das informações no sistema e após 
efetua-se o recálculo do estoque final, utilizando-se o mesmo método de 
controle de estoque aplicado na entrada das mercadorias, como custo 
médio ou PEPS – primeiro que entra primeiro que sai.
O Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) lembra que algumas 
informações financeiras poderão ser verificadas apenas no futuro ou 
não poderão ser verificadas. A respeito deste ponto, Almeida (2021, p. 
38) complementa:
Muitas estimativas prospectivas de grande importância no fornecimento 
de informações contábeis relevantes não podem ser verificadas 
diretamente, por exemplo: fluxos de caixa esperados (utilizados na 
precificação do valor em uso a fim de verificar se o ativo está com 
impairment – CPC 01); vidas úteis e valores residuais (empregados com 
o objetivo de depreciar bens do ativo imobilizado – CPC 27). No entanto, 
excluir informações contábeis sobre essas estimativas tornaria as DCs 
menos úteis.
28
 c. Tempestividade
Quando uma informação financeira que é relevante e está representada 
com veracidade nos relatórios contábeis é colocada à disposição dos 
usuários em momento oportuno, essa informação é tempestiva.
Tempestividade significa que a informação econômico-financeira 
relevante e fidedignamente representada foi registrada nas 
demonstrações contábeis no momento de ocorrência ou de 
competência.
A tempestividade está relacionada à oportunidade que a informação 
contábil oferece para a tomada de decisão de seus usuários, quando são 
divulgadas a tempo e são capazes de influenciar asdecisões. Por isso, na 
maior parte dos casos, quanto mais antiga for a informação, menor é a 
sua utilidade.
 d. Compreensibilidade
Por fim, a última característica qualitativa de melhoria das informações 
contábeis, de acordo com a Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro: a compreensibilidade.
Informações financeiras compreensíveis são apresentadas de forma 
clara e objetiva. Ou seja, este atributo requer que as informações 
complexas sejam disponibilizadas da forma mais simples e transparente 
possível. No entanto, a exclusão de informações complexas das 
demonstrações contábeis, embora possa facilitar a compreensão dos 
usuários, torna os relatórios contábeis incompletos, por conter dados 
distorcidos.
A elaboração e a apresentação das demonstrações contábeis são feitas 
com base no pressuposto de que os usuários das informações possuem 
um bom nível de conhecimento contábil, financeiro, econômico e de 
negócios, e são cuidadosos ao analisar as informações. Nesse sentido, o 
29
Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2) (2019, p.13) preconiza que mesmo 
estes usuários não devem dispensar o auxílio de um consultor para 
compreender informações contábeis complexas.
4. Aplicação das características qualitativas 
fundamentais e de melhoria
Com relação às características qualitativas fundamentais, a Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro orienta que é necessário observar 
três pontos para que as informações contábeis sejam tanto relevantes 
quanto forneçam representação fidedigna do fenômeno econômico-
financeiro:
1. Identificar o fenômeno econômico, ou seja, a informação que será 
útil para os usuários das demonstrações contábeis;
2. Estabelecer o tipo de informação sobre esse fenômeno que tem 
mais relevância;
3. Determinar se essas informações fornecem representação 
fidedigna do fenômeno econômico.
Nesse ponto, o processo para satisfazer às características qualitativas 
fundamentais é finalizado.
Acerca das características qualitativas de melhoria – comparabilidade, 
capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade –, 
para que possam ser aplicadas às informações contábeis, é necessário 
primeiramente que as informações preencham as duas características 
qualitativas fundamentais. Não há como melhorar a utilidade da 
informação se ela não for relevante e não estiver representada 
fidedignamente.
Quanto maior for a maximização dos atributos de melhoria para as 
informações financeiras divulgadas pelas empresas, melhor será a 
30
utilidade dessas informações para os usuários das demonstrações 
contábeis.
5. Restrição de custo na apresentação das 
informações contábeis
A preparação e a divulgação das demonstrações contábeis pelas 
empresas geram custos, pois é preciso haver a coleta, o processamento, 
a verificação e a divulgação das informações. Porém, esses custos 
precisam ser compensados pelos benefícios que são obtidos ao 
apresentar as informações.
Os custos podem ocorrer também para os usuários das demonstrações 
contábeis, quer seja pelo retorno reduzido – assumindo os custos da 
empresa na geração das informações – ou para obter informações 
que não são fornecidas nos relatórios financeiros, considerando que 
não é possível apresentar todas as informações específicas que sejam 
relevantes para cada usuário.
Esse é um importante motivo pelo qual a divulgação de informações que 
sejam, ao mesmo tempo, relevantes e verídicas, torna-se indispensável, 
pois a correta apresentação não só permite aos usuários tomar decisões 
mais embasadas quanto faz com que o mercado de capitais tenha 
mais eficiência, resultando em um menor custo de capital para toda a 
economia.
Na avaliação de custos e benefícios para divulgação das informações 
contábeis, busca-se considerar essa relação, de forma geral, ao relatório 
financeiro, devido aos usuários poderem possuir diferentes avaliações 
em relação ao assunto. Na aplicação da restrição de custos, a maior 
parte das avaliações tem por base a conciliação entre informações 
quantitativas e qualitativas.
31
6. Conclusão
Relembrando os principais pontos abordados neste tema:
1. Características qualitativas das informações contábeis são os 
atributos que aumentam a utilidade da informação;
2. As características qualitativas são divididas em fundamentais e de 
melhoria;
3. Relevância e representação fidedigna são características 
qualitativas fundamentais;
4. Para ser relevante, a informação econômico-financeira deve ter 
valor preditivo e confirmatório;
5. A representação fidedigna é completa, neutra e isenta de erros;
6. Comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e 
compreensibilidade são características qualitativas de melhoria;
7. Na elaboração e divulgação das demonstrações contábeis deve-
se prezar pela restrição de custo, ou seja, analisar os custos e 
benefícios envolvidos na geração, preparação e apresentação das 
informações financeiras.
Referências
ALMEIDA, M. C. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC–Facilitada e 
Sistematizada. Rio de Janeiro: Atlas, 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 00 
(R2) – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. CPC, 2019. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 15 set. 
2021.
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Internacional: IFRS – US GAAP e BR 
GAAP. Teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
32
Demonstrações contábeis e a 
entidade que reporta
Autoria: Geiciane Macena Lino
Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes
Objetivos
• Apresentar o conjunto completo das demonstrações 
contábeis.
• Facilitar a compreensão acerca da elaboração das 
demonstrações contábeis.
• Elucidar a obrigatoriedade de apresentação das 
demonstrações contábeis no ambiente brasileiro, 
de acordo com as Leis n. 6.404/76, 11.638/07 e 
11.941/09 e os Pronunciamentos Técnicos emitidos 
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
33
1. Introdução
O conjunto completo das demonstrações contábeis, de acordo 
com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis – compreende:
a. Balanço Patrimonial (BP);
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Demonstração 
do Resultado Abrangente (DRA);
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
e. Notas Explicativas (NE);
f. Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
Vamos estudar cada uma das demonstrações contábeis na sua forma, 
verificar como são elaboradas, explicar quais são os itens que as 
compõem e quais empresas são obrigadas a apresentá-las, de acordo 
com a legislação e as normas em vigência no Brasil.
1.1 Demonstrações Contábeis
As Demonstrações Contábeis são definidas pelo Pronunciamento 
Técnico CPC 26 (2011) como uma representação estruturada da posição 
patrimonial e financeira do desempenho da entidade.
O objetivo das demonstrações contábeis, segundo a Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro, é:
Fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio 
líquido, receitas e despesas da entidade que reporta que sejam úteis aos 
usuários das demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas para 
futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade que reporta 
e na avaliação da gestão de recursos da administração sobre os recursos 
econômicos da entidade. (CPC, 2019, p. 15)
34
A legislação brasileira (Lei n. 11.638/07) define a obrigatoriedade de 
divulgação das demonstrações contábeis apenas para as sociedades 
por ações – capital aberto e fechado – e as empresas de grande porte, 
mesmo que não constituídas sob a forma de sociedade por ações.
Segundo o parágrafo único do artigo 3º da Lei, são consideradas de 
grande porte as sociedades que tiveram no exercício social anterior ativo 
total superior a R$ 240.000.000 (duzentos e quarenta milhões de reais) 
ou receitabruta anual superior a R$ 300.000.000 (trezentos milhões de 
reais).
Para estas empresas, devem ser publicadas anualmente as seguintes 
demonstrações:
a. Balanço Patrimonial;
b. Demonstração do Resultado do Exercício;
c. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
d. Demonstração dos Fluxos de Caixa (as companhias de capital 
fechado com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000 são 
desobrigadas a elaborar e apresentar a DFC);
e. Demonstração do Valor Adicionado (apenas para sociedades de 
capital aberto).
f. Notas Explicativas (previsto no § 4º do art. 176).
Ressalva: a Demonstração do Resultado Abrangente, embora não seja 
obrigatória pela Lei n. 11.638/07, é exigida pelas Normas Internacionais 
de Contabilidade. Por isso, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
prevê, pelo Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1), a adoção da DRA no 
Brasil.
No entanto, há uma diferença entre os modelos internacional e 
brasileiro de elaboração da DRA: o padrão internacional adotado pelas 
IFRS estabelece que a DRA deve ser apresentada como um complemento 
35
da DRE. No Brasil, o CPC orienta a elaboração da Demonstração do 
Resultado Abrangente separadamente ou conjuntamente a DMPL.
Tabela 1 – Apresentação das Demonstrações Contábeis
Demonstração 
Contábil
S/A CAPITAL 
ABERTO
S/A CAPITAL 
FECHADO
EMPRESAS DE 
GRANDE PORTE
Balanço 
Patrimonial
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
DRE Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
DMPL Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
DFC Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória 
apenas se o PL 
for superior a 
R$ 2.000.000
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
DVA Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Não 
obrigatória
Não obrigatória
Notas Explicativas Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
Obrigatória
Lei n. 11.638/07
DRA Exigida pelas IFRS 
e CPC 26 (R1)
Exigida pelas 
IFRS e CPC 
26 (R1)
Exigida pelas IFRS 
e CPC 26 (R1)
Fonte: elaborada pela autora.
Já as empresas de pequeno e médio portes não são abrangidas pela 
legislação e, portanto, não são obrigadas a publicar as demonstrações 
contábeis. No entanto, é comum que essas empresas elaborem as 
demonstrações contábeis para uso gerencial, dos proprietários ou para 
fins fiscais. Por isso, em 2009 o Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
divulgou o Pronunciamento Técnico CPC PME – Contabilidade para 
Pequenas e Médias Empresas (correlativo às Normas Internacionais 
de Contabilidade IFRS for SMEs – The International Financial Reporting 
Standard for Small and Medium-sized Entities), como forma de direcionar 
as PMEs na elaboração das suas demonstrações contábeis.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis define Pequenas e Médias 
Empresas como empresas que não têm obrigação pública de prestação 
36
de contas e elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para 
usuários externos, ou seja, todas as empresas não enquadradas na Lei 
n. 11.638/07. O conjunto das demonstrações contábeis elaborado pelas 
PMEs engloba as mesmas demonstrações elaboradas e publicadas pelas 
grandes empresas e sociedades por ações.
1.1.1 Regime de Competência
Legalmente, no Brasil deve-se utilizar o regime de competência para 
elaboração das demonstrações contábeis. A previsão consta na Lei n. 
6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) artigo 177, que estabelece:
A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, 
com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos 
princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos 
ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência. (BRASIL, 1976, [s. p.])
Para fins tributários também é exigida a utilização do regime de 
competência. O Regulamento do Imposto de Renda – RIR/2018 (Decreto 
n. 9580/18) estabelece a competência como regime de apuração e 
recolhimento do imposto.
As Normas Internacionais de Contabilidade, assim como as Normas 
Brasileiras de Contabilidade, corroboram a utilização do regime 
de competência na mensuração das informações contábeis, 
no Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis – correlativo às normas internacionais IAS 1 
(IASB – BV 2011).
O regime de competência prevê que as receitas e despesas sejam 
contabilizadas no mês de ocorrência, independentemente do 
recebimento ou pagamento destas. A confrontação das receitas e 
despesas na entrada e saída do dinheiro em caixa (regime de caixa) é 
37
utilizada apenas para a elaboração da DFC – Demonstração dos Fluxos 
de Caixa.
Um exemplo de contabilização pelo regime de competência é quando 
uma venda é efetuada a prazo ou, ainda, parcelada. Se a venda foi 
realizada no mês de janeiro para recebimento nos meses subsequentes, 
os lançamentos contábeis da receita de vendas e suas respectivas 
deduções – custo da mercadoria vendida e impostos sobre as vendas 
– devem ocorrer no mês de janeiro, quando o fato gerador da receita 
(venda) ocorreu.
Para as despesas, o regime de competência funciona da mesma forma. 
Uma despesa incorrida no mês de junho que será paga em julho terá 
sua contabilização realizada no mês de junho, na ocorrência do fato 
gerador. Imagine, por exemplo, a despesa com salários. Na data do 
pagamento do mês de julho, a empresa deposita os salários relativos ao 
mês de junho (competência 06). Por isso, na contabilidade da empresa 
essa despesa já foi contabilizada relativamente ao mês 06, antes do 
desembolso financeiro.
1.1.2 Premissa de Continuidade Operacional
A elaboração das demonstrações contábeis parte do princípio de que a 
empresa continuará em operação por um futuro previsível. Em outras 
palavras, quer dizer que a empresa não tem a intenção de descontinuar 
as suas atividades por um tempo definido ou provável.
A análise da capacidade da empresa continuar em operação deve 
ser feita pela administração no ato da classificação, mensuração 
e apresentação das informações – quantitativas e qualitativas 
– patrimoniais, financeiras e econômicas, que compõem as 
demonstrações contábeis.
38
Caso a administração da empresa avalie a existência de incertezas que 
possam afetar a capacidade da empresa de continuar em operação no 
futuro, essas incertezas devem ser tornadas públicas.
Quando as demonstrações contábeis não forem elaboradas no 
pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado, juntamente 
com as bases sobre as quais as demonstrações contábeis foram 
elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da 
entidade. (CPC, 2011, p. 11)
Para avaliar o pressuposto de continuidade, o CPC 26 (R1) orienta que 
a administração deve levar em consideração todas as informações 
disponíveis sobre um período mínimo de doze meses – não limitado a 
esse período – a partir da data do balanço.
1.2 Balanço Patrimonial
Como visto, o pressuposto do Balanço Patrimonial é evidenciar o 
patrimônio da empresa, composto pelos bens, direitos e obrigações. 
A Lei n. 6.404/76 estabelece, nos artigos 178 a 184 (alterados pela Lei n. 
11.638/07), a estrutura do Balanço Patrimonial e dos seus respectivos 
grupos de contas. O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) complementa 
a Lei, dispondo as informações que devem ser apresentadas no Balanço 
Patrimonial.
Consoante com o artigo 178 da Lei n. 6.404/76, no Balanço Patrimonial 
as contas serão classificadas de acordo com o elemento do patrimônio 
que registrem, sendo agrupadas para facilitar o conhecimento e a 
análise da situação da companhia.
Desta forma, as contas são agrupadas segundo a sua natureza. De 
acordo com Silva (2019, p. 43), contas do balanço patrimonial devem 
ser incluídas sempre que o tamanho, natureza ou função de um item 
39
ou agregação de itens similares apresentados separadamente seja 
relevante na compreensão da posição financeira da entidade.
Os três grupos de contas chave do Balanço Patrimonialsão o Ativo, o 
Passivo e o Patrimônio Líquido. No Ativo são representados todos 
os bens e direitos da empresa. Já no Passivo são apresentadas todas 
as obrigações. O Patrimônio Líquido (PL) é a representação do capital 
investido pelos sócios (ou acionistas) na empresa, das reservas e dos 
lucros – ou prejuízos – acumulados.
Tabela 2 – Exemplo de Estrutura do Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
Realizável a longo prazo Patrimônio Líquido
Investimento Capital Social
Imobilizado (–) Gastos com emissão de ações
Intangível Reservas de Capital
Opções outorgadas reconhecidas
Reservas de Lucros
(–) Ações em tesouraria
Ajustes de avaliação patrimonial
Ajustes acumulados de conversão
Prejuízos acumulados
Fonte: adaptada de Silva (2019, p. 43).
1.2.1 Ativo
Os bens e direitos são a parte do patrimônio que é representada 
no Ativo. Isto é, tudo o que a empresa possui em seu poder (bens) ou 
em poder de terceiros (direitos), que pode ser liquidado ou gerar um 
benefício econômico-financeiro para a entidade.
As contas patrimoniais do ativo devem ser classificadas em ordem 
decrescente de liquidez, ou seja, iniciando nos elementos que 
40
representam as disponibilidades da empresa (caixa e equivalentes de 
caixa).
O Ativo é dividido em: a) Circulante – todos os elementos que a 
empresa espera realizar ou vender no ciclo operacional normal da 
entidade ou em até 12 meses após a data do balanço – curto prazo. Por 
exemplo, estoque e contas a receber; e b) Não Circulante – elementos 
que têm caráter permanente, em outras palavras, que a empresa não 
tem a intenção de venda. Exemplos de subgrupos de contas do Ativo 
Não Circulante são investimentos, imobilizado e intangível.
1.2.2 Passivo
No Passivo são dispostas as contas patrimoniais que representam todas 
as obrigações da entidade, elementos cuja liquidação resultarão em 
saída de recursos.
Semelhantemente ao Ativo, os elementos do passivo devem ser 
classificados em ordem decrescente de exigibilidade. Igualmente ao 
Ativo, o Passivo é dividido nos subgrupos circulante e não circulante.
a. Passivo Circulante – elementos que a empresa espera liquidar 
no ciclo normal da entidade ou em até 12 meses após a data do 
balanço – curto prazo – como obrigações com funcionários e com 
fornecedores.
b. Passivo Não Circulante – todos os demais passivos que não se 
enquadrem como circulante deverão ser registrados no subgrupo 
não circulante. Exemplo: empréstimos a longo prazo.
41
1.2.3 Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido representa a diferença entre os valores do Ativo 
total – Circulante e Não Circulante – após deduzidos os valores do 
Passivo total – Circulante e Não Circulante.
Os subgrupos de contas do PL são compostos pelo capital social, ou seja, 
o valor investido pelos sócios ou acionistas na empresa, pelas reservas 
obrigatórias, como reserva de capital, reserva de reavaliações e reserva 
de lucros e pelos lucros ou prejuízos acumulados.
Há uma situação apenas na qual o Patrimônio Líquido não é 
apresentado no Balanço Patrimonial. Isto ocorre quando o valor do 
Passivo é maior que o valor do Ativo, sendo denominado passivo a 
descoberto. Neste caso, o resultado deverá ser apresentado após o 
Ativo, com a nomenclatura Passivo a Descoberto.
1.3 DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
A finalidade da DRE é apurar o resultado econômico de um exercício. 
Para isso, a DRE é elaborada por meio do método dedutivo, pelo qual 
a partir das receitas são deduzidos todos os custos e despesas até se 
chegar ao resultado, que são os lucros ou prejuízos acumulados.
A Lei das Sociedades por Ações (Lei n. 6404/76) define a estrutura a 
ser seguida para a elaboração da DRE, no artigo 187, que consiste 
na seguinte ordem (considerando as alterações dadas pelas Leis n. 
11.638/07 e 11.941/09):
Tabela 3 – Estrutura da DRE
Receita Bruta de Vendas / Serviços
(–) Deduções sobre a receita (abatimentos e impostos)
Receita Líquida de Vendas ou Serviços
42
(–) CMV/CPV/CSP – Custo da Mercadoria Vendida/Custo do Produto Vendido/Custo 
do Serviço Prestado
Lucro Bruto
(–) Despesas com vendas
(–) Despesas financeiras
(–) Despesas gerais e administrativas
(–) Outras despesas operacionais
Lucro ou prejuízo operacional
Outras receitas
(–) Outras despesas
Resultado antes do Imposto de Renda e Contribuição Social
(–) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
Lucro ou prejuízo líquido do exercício
*Lucro por ação
* (Apenas para empresas de capital aberto)
Fonte: adaptada de Brasil (1976, 2007 e 2009).
1.4 DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
Até o ano de 2007 a Demonstração dos Fluxos de Caixa não era 
obrigatória; passou a ser exigida somente com as alterações trazidas 
pela Lei n. 11.638/07, vigente a partir de 01/01/2008. Antes disso, era 
exigida pela Lei n. 6.404/76, a DOAR – Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos, que foi substituída pela DFC.
No entanto, a DFC não é obrigatória para todos os tipos de empresas 
abrangidas pela Lei n. 11.638/07: há exceção para as sociedades por 
ações de capital fechado que possuírem Patrimônio Líquido inferior a R$ 
2.000.000 (dois milhões de reais) na data do balanço. Neste caso, não é 
exigida a publicação da DFC.
43
Ao contrário das demais Demonstrações Contábeis, que são elaboradas 
com base no regime de competência, a Demonstração dos Fluxos de 
Caixa é elaborada pelo regime de caixa, que leva em consideração 
as entradas e saídas de recursos realizadas (origens e aplicações de 
recursos).
Em 2010, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o 
Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) – correlativo às Normas 
Internacionais de Contabilidade IAS 7 (IASB – BV2010) – que trata 
especificamente da Demonstração dos Fluxos de Caixa, fornecendo as 
orientações para a elaboração da demonstração.
O objetivo da DFC é mostrar o resultado financeiro das atividades 
operacionais, de financiamento e de investimento. Para tal finalidade, 
pode ser elaborada de duas maneiras: pelo método direto ou pelo 
método indireto.
O método direto consiste em um modo sintético (resumido) de 
apresentação das informações, no qual os componentes são 
mensurados apenas pelo valor bruto, facilitando a análise e 
compreensão dos elementos.
Tabela 4 – Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo 
Método Direto
20X2
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes 30.150
Pagamentos a fornecedores e empregados (27.600)
Caixa gerado pelas operações 2.550
Juros pagos (270)
Imposto de renda e contribuição social pagos (800)
Imposto de renda na fonte sobre 
dividendos recebidos
(100)
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais R$ 1.380
44
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X, líquido do 
caixa obtido na aquisição (Nota A)
(550)
Compra de ativo imobilizado (Nota B) (350)
Recebimento pela venda do equipamento 20
Juros recebidos 200
Dividendos recebidos 200
Caixa líquido consumido pelas 
atividades de investimento
R$ (480)
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações 250
Recebimento por empréstimo a longo prazo 250
Pagamento de passivo por arrendamento (90)
Dividendos pagos (1200)
Caixa líquido consumido pelas 
atividades de financiamento
R$ (790)
Aumento líquido de caixa e 
equivalentes de caixa
R$ 110
Caixa e equivalentes de caixa no 
início do período (Nota C)
R$ 120
Caixa e equivalentes de caixa no 
fim do período (Nota C)
R$ 230
Fonte: adaptada de CPC (2010, p. 17).
Por sua vez, o método indireto é o modo analítico, que resulta em 
informações detalhadas, exigindo, portanto, um conhecimento contábil 
aprofundado para análise das informações.
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2), a DFC elaborada pelo 
método indireto leva em consideração o ajuste pelos efeitos de:
1. Transações que não envolvam caixa;
2. Apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou 
pagamentos em caixaoperacionais;
45
3. Itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das 
atividades de investimento ou de financiamento.
Tabela 5 – Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo 
Método Indireto
20X2
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do IR e CSLL 3.350
Ajustes por:
Depreciação 450
Perda cambial 40
Resultado de equivalência patrimonial (500)
Despesas de juros 400
3.740
Aumento nas contas a receber de clientes e outros (500)
Diminuição nos estoques 1.050
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores (1.740)
Caixa gerado pelas operações 2.550
Juros pagos (270)
Imposto de renda e contribuição social pagos (800)
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos (100)
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais R$ 1.380
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X, líquido do 
caixa obtido na aquisição (Nota A)
(550)
Compra de ativo imobilizado (Nota B) (350)
Recebimento pela venda do equipamento 20
Juros recebidos 200
Dividendos recebidos 200
Caixa líquido gerado pelas atividades de investimento R$ (480)
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações 250
Recebimento por empréstimo a longo prazo 250
Pagamento de passivo por arrendamento (90)
Dividendos pagos (1200)
46
Caixa líquido consumido pelas 
atividades de financiamento
R$ (790)
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa R$ 110
Caixa e equivalentes de caixa no 
início do período (Nota C)
R$ 120
Caixa e equivalentes de caixa no 
fim do período (Nota C)
R$ 230
Fonte: adaptada de CPC (2010, p. 18).
1.5 DVA – Demonstração do Valor Adicionado
Igualmente à DFC, a Demonstração do Valor Adicionado passou a ser 
obrigatória somente com a promulgação da Lei n. 11.638/07. Todavia, 
a DVA tem uma característica que a difere das demais demonstrações 
contábeis: esta é a única demonstração exigida especificamente para as 
Sociedades por Ações de capital aberto. Empresas enquadradas na 
lei que sejam constituídas sob outras formas jurídicas (sociedades por 
ações de capital fechado e empresas de grande porte – Ltda) não têm 
obrigatoriedade quanto a elaboração e publicação da DVA.
Apesar de torná-la obrigatória, a Lei não especifica quais elementos 
devem compor a DVA. Desta forma, o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis emitiu, em 2008, o Pronunciamento Técnico CPC 09 – 
Demonstração do Valor Adicionado, com o objetivo de estabelecer os 
critérios para a elaboração e apresentação da DVA.
Silva (2019, p. 62) apresenta a finalidade da Demonstração do Valor 
Adicionado:
A DVA evidencia o quanto de riqueza uma empresa produziu, ou seja, o 
quanto ela adicionou de valor aos seus fatores de produção e o quanto 
dessa riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, 
financiadores de capital) ou retida e de que forma. A sua utilidade é notória 
47
do ponto de vista macroeconômico, pois, conceitualmente, o somatório 
dos valores adicionados de um país representa seu Produto Interno Bruto 
(PIB).
O Pronunciamento Técnico CPC 09 apresenta três modelos para a 
elaboração da DVA: o primeiro para as empresas em geral, o segundo 
para Instituições Financeiras Bancárias e o último para Seguradoras. A 
seguir, é apresentado o modelo utilizado pelas empresas em geral.
Tabela 6 – Estrutura da DVA – Empresas em Geral
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão/(Constituição)
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os 
valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda/Recuperação de valores ativos 
2.4) Outras (especificar)
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S.
8.2) Impostos, taxas e contribuições 
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
48
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras 
8.4) Remuneração de Capitais Próprios 
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio 
8.4.2 – Dividendos 
8.4.3 – Lucros retidos/Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação) 
(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
 
Fonte: adaptada de CPC (2008).
1.6 DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido
Essa demonstração tem como finalidade demonstrar as variações – 
acréscimos e reduções – ocorridas nas contas do grupo Patrimônio 
Líquido: capital social, lucros ou prejuízos acumulados e reservas. 
Desta forma, a DMPL visa complementar as informações contidas no 
Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.
De acordo com Padoveze (2014, p. 139), nas empresas constituídas sob 
a forma de Sociedades por Ações, a conta Lucros Acumulados do PL não 
deve ser publicada com saldo no Balanço Patrimonial. Deve ser utilizada 
apenas como uma conta transitória para movimentação contábil e 
apresentada na DMPL.
Isto quer dizer que apenas no encerramento do exercício a conta de 
Lucros Acumulados não deve apresentar saldo, o que não impede a 
empresa de ter saldo nessa conta durante o exercício. Isto se deve ao 
fato de as Sociedades por Ações realizarem a distribuição de dividendos; 
por isso, os lucros devem ser destinados às reservas obrigatórias e 
distribuídos entre os acionistas, sendo vedada pela Lei das Sociedades 
por Ações a retenção de lucros.
49
Tabela 7 – Contas Patrimoniais da DMPL
Contas devedoras Contas credoras
Capital a integralizar Capital social
Ajustes de avaliação patrimonial Reservas de capital
Ajustes acumulados de conversão Opções outorgadas reconhecidas
Gastos com emissão de ações Reservas de lucros
Dividendos antecipados Ajustes de avaliação patrimonial
Prejuízos acumulados Ajustes acumulados de conversão
Ações em tesouraria Lucros acumulados
 
Fonte: adaptada de Adriano (2018, p. 969).
O Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações 
Contábeis – destaca as informações a serem divulgadas na DMPL:
I. O resultado abrangente do período;
II. Os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação 
retrospectiva, para todos os componentes do PL;
III. A conciliação do saldo no início e no final do período, para todos 
os elementos do PL.
A seguir é demonstrado o modelo de DMPL em concordância com o 
CPC 26 (R1). Observe que este modelo já engloba as informações dos 
resultados abrangentes.
Ressalva: apenas as contas ajustes de avaliação patrimonial e ajustes 
acumulados de conversão podem apresentar saldo devedor ou credor.
50
Tabela 8 – Modelo de DMPL com apresentação dos Resultados 
Abrangentes
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Saldos 
Iniciais
1.000.000 80.000 300.000 0 270.000 1.650.000 158.000 1.808.000
Aumento 
de Capital
500.000 -50.000 -100.000 350.000 32.000 382.000
Gastos com 
emissão 
de ações
-7.000 -7.000 -7.000
Opções 
outorgadas 
reconhecidas
30.000 30.000 30.000
Ações em 
tesouraria 
adquiridas
-20.000 -20.000 -20.000Ações em 
tesouraria 
vendidas
60.000 60.000 60.000
Dividendos -162.000 -162.000 -13.200 -175.200
Transações de capital 
com os sócios
251.000 18.800 269.800
Lucro líquido 
do período
250.000 250.000 22.000 272.000
Ajustes 
instrumentos 
financeiros
-60.000 -60.000 -60.000
Tributos 
s/ ajustes 
instrumentos 
financeiros
20.000 20.000 20.000
Equivalência 
patrimonial 
sobre ganhos 
abrangentes 
de coligadas
24.000 24.000 6.000 30.000
Ajustes de 
conversão 
do período
260.000 260.000 260.000
51
Tributos 
sobre ajustes 
de conversão 
do período
-90.000 -90.000 -90.000
Outros 
resultados 
abrangentes
154.000 6.000 160.000
Reclassific. 
p/ resultado 
– Aj. Instrum. 
Financ.
10.600 10.600 10.600
Resultado 
abrangente 
total
414.600 28.000 442.600
Constituição 
de reservas
140.000 -140.000
Realização 
reserva 
reavaliação
78.800 -78.800
Tributos 
sobre a 
realização da 
reserva de 
reavaliação
-26.800 26.800
Saldos finais 1.500.000 93.000 340.000 0 382.600 2.315.600 204.800 2.520.400
 
Fonte: adaptada de CPC (2011, p. 41).
Neste tema vimos o conjunto completo das demonstrações contábeis; 
relembrando:
a. Balanço Patrimonial (BP);
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
c. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
d. Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
e. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
f. Demonstração do Resultado Abrangente (DRA).
Estudamos também a obrigatoriedade de publicação das demonstrações 
contábeis de acordo com a legislação brasileira e vimos ainda os 
objetivos, os modelos de apresentação e as informações a serem 
divulgadas em cada uma das demonstrações contábeis.
52
Referências
ADRIANO, S. Manual dos Pronunciamentos Contábeis Comentados. São Paulo: 
Atlas, 2018.
BRASIL. Lei n. 6.404/76 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades 
por Ações. Brasília, 15 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l6404compilada.htm Acesso em: 30 set. 2021.
BRASIL. Lei n. 11.638/07 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos 
da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 
1976 e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração 
e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 28 dez. 2007. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso 
em: 30 set. 2021.
BRASIL. Lei n. 11.941/09 de 27 de maio de 2009. Conversão da Medida Provisória 
n. 449 de 2008. Brasília, 27 maio 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 30 set. 2021.
BRASIL. Decreto n. 9580/18 de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a 
tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a 
Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Brasília, 22 nov. 2018. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm. 
Acesso em: 30 set. 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico 00 (R2) – 
Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro.CPC, 2019. Disponível em: http://
static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso em: 1 out. 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico 03 (R2) – 
Demonstração dos Fluxos de Caixa. CPC, 2010. Disponível em: http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/183_CPC_03_R2_rev%2014.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico 09 – 
Demonstração do Valor Adicionado.CPC, 2008. Disponível em: http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09_rev%2014.pdf. Acesso em: 4 out. 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico 26 (R1) – 
Apresentação das Demonstrações Contábeis. CPC, 2011. Disponível em: http://
static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf. Acesso em: 29 
set. 2021.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico PME (R1) 
– Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas. CPC, 2011a. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2014.
pdf. Acesso em: 29 set. 2021.
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2014.pdf
53
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Internacional: IFRS – US GAAP e BR 
GAAP. Teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2014.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
54
Elementos das Demonstrações 
Contábeis
Autoria: Geiciane Macena Lino
Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes
Objetivos
• Apresentar os elementos das Demonstrações 
Contábeis, em concordância com o Pronunciamento 
Técnico CPC 00.
• Explanar as definições de ativo, passivo, patrimônio 
líquido, receitas e despesas.
• Demonstrar os conceitos contábeis que englobam os 
ativos e passivos.
55
1. Introdução
A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro divide os elementos 
das demonstrações contábeis em dois grupos: os que se relacionam 
com a posição financeira da entidade e os correlacionados com o 
desempenho financeiro da entidade.
No grupo referente a posição financeira, estão classificados os ativos, 
passivos e o patrimônio líquido. Já no grupo referente ao desempenho 
financeiro, estão as receitas e as despesas.
Os ativos são recursos econômicos, ou seja, direitos com capacidade 
de gerar benefícios econômicos. Passivos e patrimônio líquido são, para 
a empresa, reivindicações. Os passivos por se tratarem de obrigações, 
que exigem da entidade a transferência de recursos econômicos, e o 
patrimônio líquido por se tratar da participação residual dos sócios nos 
ativos da empresa, depois de deduzidos todos os passivos.
Receitas e despesas são tratados pelo Pronunciamento Técnico CPC 
00 R2 (2019, p. 19) como alterações em recursos econômicos e 
reivindicações que refletem o desempenho financeiro, pois refletem 
diretamente nos ativos, passivos e patrimônio líquido, ocasionando 
aumento ou redução destes grupos de contas. O impacto dessas 
alterações é demonstrado a seguir:
56
Figura 1 – Reflexo das alterações em recursos econômicos nos 
Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido
Fonte: adaptada de CPC (2019, p. 19).
1.1 Ativo
Para Iudícibus (2021, p. 106) ativos são recursos controlados por 
uma entidade capazes de gerar, mediata ou imediatamente, fluxos de 
caixa. Esta definição é análoga à da Estrutura Conceitual para Relatório 
Financeiro, que define ativos como recursos econômicos – direitos com 
capacidade de gerar benefícios econômicos.
Desta forma, podemos entender o ativo como:
• Recursos/recursos econômicos – abrange tanto ativos tangíveis 
quanto ativos intangíveis;
• Controlados por uma entidade – mesmo que a empresa tenha 
feito a aquisição de um ativo (ex.: imobilizado) e este ainda não 
esteja fisicamente na empresa, contabilmente é um ativo;
57
• Capacidade de gerar fluxos de caixa/benefícios econômicos – um 
ativo gera benefícios econômicos imediatos ou futuros. Esses 
benefícios consistem em entradas de caixa ou, ainda, em economia 
de saídas de caixa.
Os ativos precisam atender a três aspectos: I) direito; II) potencial de 
produzir benefícios econômicos; III) controle (CPC, 2019, p. 19).
I. Direitos: podem representar – ou não – obrigações de outra 
parte. Representam obrigação de outra parte, por exemplo, 
direitos de receber dinheiro ou bens e serviços. Exemplos de 
direitos que não correspondem a obrigações de outra parte são 
direitos sobre bens, como estoques e imobilizado e direitos sobre 
propriedade intelectual.
II. Potencial de produzir recursos econômicos: a empresa não 
pode possuir benefícios econômicos dela própria. Por isso, contas 
como ações em tesouraria não são consideradas recursos 
econômicos da empresa, pois se referem a instrumentos 
patrimoniais emitidos pela própria empresa e recomprados por 
ela.
III. Controle: é necessário que o recurso econômicoesteja vinculado 
à entidade. O controle sobre o recurso econômico é definido pela 
capacidade presente de destinar o uso desse recurso e obter 
benefícios econômicos futuros.
1.2 Passivo
Conforme visto anteriormente, os passivos são as obrigações da 
empresa que geram saída de recursos. Assim, o Pronunciamento 
Técnico CPC 00 R2 (2019, p. 22) define passivo como uma obrigação 
presente da entidade de transferir um recurso econômico como 
resultado de eventos passados.
58
Assim, o passivo pode ser entendido como uma exigibilidade, que, em 
outras palavras, representa um fato ocorrido no passado ou presente 
que será pago em um momento no futuro, envolvendo a saída de 
recursos/caixa.
O CPC 00 (R2) define ainda três critérios para passivo: I) obrigação; 
II) deve envolver a transferência de um recurso econômico; III) deve 
resultar de eventos passados.
 I. Obrigação: é sempre devida a terceiros (pessoas físicas ou 
pessoas jurídicas). Se a empresa tem uma obrigação de transferir 
um recurso econômico, logo, a outra parte tem um direito de 
recebimento. Pelo princípio de continuidade operacional de 
elaboração das demonstrações contábeis, as obrigações não 
cessam. Somente haveria a interrupção das obrigações caso a 
empresa deixasse de negociar.
 II. Transferência de recurso econômico: a obrigação deve resultar 
em uma transferência de recurso econômico da empresa 
para terceiros. A obrigação pode ser, por exemplo, de pagar 
um determinado valor, de prestar um serviço ou de entregar 
produtos.
 III. Resultado de eventos passados: significa que a entidade já 
obteve benefícios econômicos resultantes da obrigação. Um 
exemplo disso é quando a empresa contrata um funcionário, 
adquirindo uma obrigação (pagamento do salário). No entanto, 
a obrigação somente será devida após a prestação de serviços 
pelo funcionário, sendo assim, a obrigação é um resultado de 
evento passado, pois ela já usufruiu dos benefícios econômicos 
proveniente da obrigação (serviços prestados).
59
Figura 2 – Exemplos de obrigações de transferência de recursos 
econômicos
Fonte: adaptada de Almeida (2021, p. 91).
1.3 Unidade de conta de ativos e passivos
A unidade de conta está relacionada aos critérios de reconhecimento 
e mensuração dos direitos e obrigações. Uma unidade de conta deve 
fornecer informações relevantes dos ativos e passivos e das receitas 
e despesas relacionadas. Exemplificando, pode ser mais relevante 
considerar um grupo de direitos e obrigações agrupados em uma 
unidade de conta única do que tratar cada direito ou obrigação 
isoladamente.
O agrupamento por unidades de conta pode ser realizado com direitos 
e obrigações de diferentes origens, como, também, pode ser relevante 
separar informações de direitos e obrigações de uma mesma origem. 
Contudo, de maneira geral, ao separar direitos e obrigações resultantes 
de uma mesma origem, é preciso que o custo seja menor que o 
benefício de divulgar as informações separadamente.
60
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 00 R2 (2019, p. 26), as 
possíveis unidades de conta incluem:
a. Direito individual ou obrigação individual;
b. Todos os direitos e todas as obrigações decorrentes de uma única 
origem, por exemplo, um contrato;
c. Subgrupo desses direitos e/ou obrigações – por exemplo, 
subgrupo de direitos sobre um item do imobilizado para o qual 
a vida útil e o padrão de consumo diferem daqueles dos outros 
direitos sobre esse item;
d. Grupo de direitos e/ou obrigações decorrentes de carteira de itens 
similares;
e. Grupo de direitos e/ou obrigações decorrentes de carteira de 
itens diferentes – por exemplo, carteira de ativos e passivos a ser 
alienada em uma única transação; e
f. Exposição a risco dentro de carteira de itens – se a carteira 
de itens estiver sujeita a risco comum, alguns aspectos da 
contabilização dessa carteira poderiam focar a exposição agregada 
a esse risco dentro da carteira.
1.4 Patrimônio Líquido (PL)
Os elementos do PL são aqueles resultantes da participação nos ativos 
da empresa após a diminuição de todos os elementos do passivo. Isto é, 
são reivindicações contra a empresa que não se encaixam na definição 
de passivo, como dividendos, que são a remuneração dos acionistas 
pelo capital investido no negócio.
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Figura 3 – Representação do Patrimônio Líquido
Fonte: elaborada pela autora.
Uma outra definição para o Patrimônio Líquido é a de que se trata 
da geração de riqueza de uma entidade, pois é composto pelo valor 
investido pelos sócios na empresa mais a riqueza gerada, após o 
pagamento de todas as obrigações com terceiros (passivos).
Isso significa que, considerando a hipótese de liquidação da empresa 
(descontinuidade operacional), em que ela realize todos os seus ativos e 
liquide todos os seus passivos, o PL será o valor da riqueza gerada que 
será distribuido aos sócios. No exemplo da Figura 3, os sócios/acionistas 
receberiam R$ 200.000, referente ao capital investido mais a riqueza 
gerada.
Poderia ocorrer, ainda, que o valor do ativo fosse igual ao valor do 
passivo, não existindo patrimônio líquido. Em outras palavras, não 
haveria distribuição de riqueza para os sócios, já que o valor dos ativos 
seriam usados para saldar os passivos (obrigações com terceiros).
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Uma última situação que poderia acontecer, ainda considerando a 
hipótese de liquidação da entidade, seria o que chamamos de passivo 
a descoberto. Ocorre quando o valor do ativo é menor que o valor do 
passivo, resultando no PL negativo. Nessa situação, os ativos não seriam 
suficientes para saldar as obrigações.
As principais fontes de capital que compõem o Patrimônio Líquido são:
I. Capital social/investimentos dos sócios ou acionistas;
II. Aportes de capital;
III. Reservas obrigatórias (de capital, de lucros);
IV. Ações em tesouraria;
V. Lucros ou prejuízos acumulados.
1.5 Receitas e despesas
Receitas e despesas são as alterações ocorridas nos elementos das 
demonstrações contábeis (ativos, passivos e patrimônio líquido) que 
refletem no desempenho financeiro da entidade.
As receitas influenciam aumentando os ativos e o patrimônio líquido 
e reduzindo os passivos. Já o impacto das despesas ocorre de forma 
inversa: redução dos ativos e do PL e aumento dos passivos.
Os elementos relacionados às receitas e despesas da entidade são 
classificados e apresentados na Demonstração do Resultado do Exercício 
e na Demonstração do Resultado Abrangente. As demonstrações de 
resultado são as principais fontes de informações com relação ao 
desempenho financeiro da entidade.
Segundo Padoveze (2014, p. 253), a origem das receitas inclui tanto 
a entrada de recursos quanto o aumento de ativos, além dos ganhos 
decorrentes de atividades ordinárias da empresa, como:
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I. Venda de bens: bens fabricados pela empresa com a finalidade 
de venda e bens comprados para revenda (ex.: terrenos e outras 
propriedades);
II. Prestação de serviços (honorários): contrato estabelecido 
durante determinado período acordado entre as partes;
III. Juros: encargos pela utilização de caixa e equivalentes de caixa;
IV. Royalties: encargos pela utilização de ativos de longo prazo da 
empresa (por exemplo, marcas e direitos autorais);
V. Dividendos: distribuição de lucros aos acionistas 
proporcionalmente à sua participação na empresa.
As despesas podem ser entendidas como os bens e serviços consumidos 
com o objetivo de gerar receitas ou o esforço para gerar receitas. Alguns 
exemplos:
a. Custo da Mercadoria Vendida (CMV) ou Custo do Produto 
Vendido (CPV) ou Custo dos Serviços Prestados (CSP);
b. Despesas com vendas (impostos, abatimentos, comissões);
c. Despesas administrativas (salários administrativos, encargos 
sobre os salários, serviços de telefonia/internet);
d. Despesas financeiras (encargos e juros);
e. Despesas tributárias (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias 
e Serviços, Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido).
1.6 Conclusão
Os principais pontos abordados neste tema

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