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Capítulo 3: Enriquecimento curricular: estratégias de Suplementação Um dos objetivos de se identificar indicadores de altas habilidades/superdotação (AH/SD) é encaminhar e ou oferecer atendimento adequado ao aluno, com o objetivo de desenvolver as habilidades identificadas e ampliar seu potencial segundo seu interesse. Nossos alunos são do Ensino Regular da Educação Básica que pertencem às escolas da rede pública e particular que apresentam indicadores de AH/SD. Passam por avaliações seguindo protocolos de identificação conforme foi apresentado anteriormente. Durante sua permanência no NAAH/S continuam em constante avaliação junto aos professores e toda a equipe. Dentro das atividades pedagógicas oferecidas temos o programa de enriquecimento extracurricular de Joseph Renzulli, que apresenta o Modelo Triádico com atividades do Tipo I, II, III e do Tipo IV proposto por Freitas e Pérez (2005) para o Modelo de Enriquecimento Escolar de Joseph Renzulli (1986). Os alunos participam em diferentes estágios conforme seu ritmo e desempenho em diversos assuntos, modalidades ou técnicas dentro das diversas áreas do conhecimento. Segundo Renzulli (1986 apud), o enriquecimento curricular visa desenvolver o conhecimento e as habilidades de pensamento adquiridos por meio da instrução formal, com aplicação de conhecimentos e habilidades decorrentes da própria investigação feita pelo aluno, que resultem no desenvolvimento de um produto criativo. Modelo Triádico de Enriquecimento - Joseph Renzulli Antes de exemplificarmos e identificarmos as atividades em cada tipo proposto faremos uma breve recapitulação. Atividades Tipo I Experiências e atividades exploratórias ou introdutórias destinadas a colocar o aluno em contato com uma ampla variedade de tópicos ou áreas de conhecimento, que geralmente não são contempladas no currículo regular. Ofertar para que possam inicialmente conhecer, perceber, explorar, entender, saber, aprender, informar-se... É o CONHECER, EXPERIMENTAR. Ex.: Introdução a diferentes assuntos, temas, técnicas, para conhecimento, utilizando diferentes recursos tecnológicos que existam no local do atendimento ou em locais parceiros como universidades, laboratórios, empresas, ateliês. Grupos de enriquecimento organizados especificamente para atender a curiosidade de alunos, por áreas específicas do conhecimento, desenvolvendo atividades planejadas e organizadas como produções experimentais de textos, robótica, cálculo, microscopia e outros. Podemos citar algumas atividades do Tipo I: • Apresentação de filmes variados, temas inquiridores que despertem o interesse na discussão e pesquisa; • Discussão de temas de noticiários do dia através de várias abordagens; Palestras com profissionais de várias áreas do conhecimento como bombeiros, professores, astrônomos, músicos, artistas, atletas, biólogos, veterinários, professores, escritores, jornalistas, técnicos, tecnólogos... Técnicas e métodos utilizados e ou áreas de atuação; • Visitas a museus físicos ou virtuais; • Peças de teatro, apresentação de danças, contação de histórias, grupos de leitura; • Exposições em Shoppings, feiras de diversos temas; • Visitação ao Jardim Botânico ou Horto da Cidade; • Hangares...(local de produção e ou montagem de aviões, helicópteros). Atividades Tipo II Oferta de atividades que desenvolvem habilidades de “como fazer” e características pessoais, como autonomia, para desenvolver com produtividade atividades de interesse. É o APRENDER A APRENDER. Ex.: Treinamento voltado ao tema ou assunto que despertou interesse ao aluno durante o conhecimento e experimento das proposições feitas no Tipo I. Treinamento em técnicas de observação, seleção, classificação, organização, análise e registro de dados; Treinamento em técnicas de desenvolvimento de apresentações orais, escritas e práticas: comunicação oral, painéis, cartazes, apresentações em mídia eletrônica e demonstrações práticas; Treinamento com jogos de lógica; Treinamento das técnicas variadas em modalidades de Artes e do Desporto, por exemplo. Buscar apoio trabalhando em parceria, mediando e acompanhando o desenvolvimento do aluno. Treinamento no manuseio de recursos audiovisuais e tecnológicos para o desenvolvimento de vídeos, programação em Robótica. Oficina de ideias com materiais alternativos ou reciclagem de sucata. Atividades Tipo III Visam a investigação de problemas reais, por meio da utilização de métodos adequados de investigação, a produção de conhecimento novo, a solução de problemas ou a apresentação de um produto, serviço ou performance. Muitas vezes visam à auto- satisfação, pôr em prática suas ideias que nem sempre servirão para sanar problemas. É o FAZER MAIS. Ex.: Investigação de problemas reais; desenvolvimento de projetos coletivos e individuais. Grupos de pesquisa em áreas de estudos específicos; desenvolvimento de produtos criativos e originais (como por exemplo, roteiro de peça, revista, maquete, poesia, relatório de pesquisa, livro ilustrado, desenho em quadrinhos, teatro de fantoches, coreografias, murais, etc.); Desenvolver estudos e apresentar aos demais colegas ou de outras turmas, por exemplo. Desenvolver a partir de princípios acadêmicos projetos em Robótica como construções de polias, catapultas, elevadores ou construções de maquetes com a Lego, por exemplo. Lembrando que vencedores ou finalistas (medalhistas) de concursos e olimpíadas, que foram indicados ao programa de enriquecimento por sua brilhante atuação, podem apresentar indicadores de AH/SD. Portanto promover Concursos ou apoiar, mediar para que o aluno tenha acesso a estas atividades (mediação da professora, pedagoga das salas especializadas) podem promover o conhecimento e a habilidade deste aluno de modo relevante e que evidencie os indicadores AH/SD. Atividades do Tipo IV Foi proposta por Freitas e Pérez (2010, p. 63)1 como um complemento ao modelo de Renzulli (2004). As salas de recursos que utilizavam o programa foram observadas em alguns locais no Brasil. A partir de atividades constituindo o ‘fazer mais’, que se caracterizam como atividades de produção criativa especializada, que geram produtos especializados e de excelência resultantes de pesquisas ou produções das atividades do tipo III que necessitam ser apresentadas, compartilhadas com a comunidade devido ao grau de relevância no impacto que podem causar na sociedade, conforme propõe o Modelo de Atendimento Educacional Especializado para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação, de Renzulli (2004, p. 87). 1 Rev. Educ. Espec., Santa Maria, v. 24, n. 41, p. 483-500, set./dez. 2011. Disponível em: http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial. É o APRESENTAR, EXPOR, COMPARTILHAR. E Este Modelo de Enriquecimento aplica-se a todas as oficinas oferecidas pelo NAAH/S, como veremos a seguir. As atividades do Tipo I têm como objetivo dar a conhecer ao aluno, instigar o interesse. Importante ressaltar aos mediadores que muitas vezes estas atividades não passam do despertar e saciar apenas a curiosidade do aluno. Em outros casos podem se estender ao Tipo II. Em algumas oficinas como a Exploratória isso ocorrerá com freqüência e normalidade, haja vista que seu propósito maior é avaliar e perceber em que área o aluno apresenta maior destaque e interesse enquanto avalia os indicadores de AH/SD. Ou também na Oficina de Matemática e de Leitura e Produção Textual onde o pensamento e a lógica são explorados em debates e jogos de desafios e lógica. Na Robótica Educacional, por exemplo, conceitos de física são observados e estudados e constatados em seus experimentos, em artes alunos conhecem e exploram variadas modalidades e técnicas registradas em portfólios...Tanto nas áreas acadêmicas quanto no desporto e nas artes tais atividades podem chegar aos Tipos I, II e III (Renzulli 2004) e IV (Freitas e Pérez 2010). Geralmente o aluno com AH/SD, que se identifica com um tema, será o aluno que irá chegar aos níveis seguintes. OFICINA DE ARTES PLÁSTICAS/VISUAIS A oficina tem por finalidade o atendimento adequado para identificação de interesses e habilidades dos alunos com indicadores de altas habilidades/superdotação na área de Artes Plásticas/Visuais. Promovendo, estimulando, oportunizando experiências e seus desdobramentos relacionados aos conteúdos e práticas inerentes. Visa ainda à apresentação de tópicos relacionados à História da Arte. Artistas, obras e estilos bem como os Fundamentos da Linguagem Visual – com o intento de ampliar o repertório cultural do aluno para que adquira competência pertinente à utilização de recursos e técnicas e do desenvolvimento de uma linguagem artística. Para que possa conhecer, pesquisar, experimentar, aprender, planejar, executar e expor suas pesquisas e produções. A seguir apresentaremos alguns relatos em que as atividades do Tipo I chegaram ao Tipo III e Tipo IV nesta Oficina. Projeto CAL NA PAREDE Tipo I: Os alunos conheceram variadas técnicas em diferentes modalidades das artes plásticas e conteúdos pertencentes a nossa cultura local. Em visitação a uma das edições da SEPEX - na UFSC. Conheceram exposições de artesanato, arte, manifestações folclóricas e culturais como boi-de-mamão e cantorias, engenho de farinha, pesquisas e projetos científicos, visitaram a Escola de Oleiros Vejamos, no tipo I foi ofertado a todos os alunos do Núcleo, porém nem todos demonstraram interesse em desenvolver algum estudo ou experimento relacionado à visita, apenas os alunos da oficina específica de Artes apresentaram maior interesse. Isso é comum ocorrer. Na seqüência a professora trouxe peças em artesanato e lhes apresentou algumas técnicas incluindo a modelagem em argila, expoente do artesanato da região. Houve contribuições em que alguns alunos puderam comentar sobre algumas apresentações que haviam assistido, a pesca em Governador Celso Ramos onde um deles morava, foi tema de discussão. Experimentaram técnicas. Todas estas experiências foram registradas em portfólio individual que cada aluno possuía. Paralelamente foi apresentado pela pedagoga e professora a todos os alunos do Núcleo o concurso CAW PAREDE em suas edições nos diferentes formatos. Utilizando a exposição oral e recursos como Internet e panfletos. Os alunos da oficina de artes manifestaram interesse e puderam CONHECER como se deu este concurso em diferentes cidades dos Estados Unidos e Europa. Acessaram o edital para o formato proposto para as cidades catarinenses proposto pela empresa LABO – Florianópolis. Experimentaram formas de intervir nos desenhos das vacas que se apresentavam nos modelos, deitada, de pé e pastando. Tipo II: Foi proposto que os alunos se preparassem para participar deste concurso, COW PAREDE. A proposta era que cada um pintasse, acrescentasse objetos, fizessem intervenções como colagens, etc. Os alunos de artes fizeram uma intervenção no modelo de vaquinha que cada um escolheu, sendo os três modelos disponibilizados no site. Ao todo foram seis alunos os que aceitaram o desafio. Para tanto treinaram novas técnicas e aprofundaram seus conhecimentos sobre nossa cultura e folclore. Com a devida mediação se deu início aos croquis e layouts, o encaminhamento e as inscrições in loco efetuadas pela professora... Resultando em um classificado entre os 130 finalistas dentre mais de dois mil inscritos. Ficou-se sabendo que para execução do projeto deveria o aluno, artista classificado obter patrocínio que na época exigia uma quantia extremamente alta. Levando o aluno e demais profissionais do Núcleo a certa frustração. Porém houve um desdobramento proposto pela professora que oportunizou seus alunos a execução de seus projetos em vaquinhas que seriam penduradas na parede daí o nome CAL NA PAREDE, uma paródia do concurso CAW PAREDE. Uma alternativa bem humorada que proporcionou a cada um a possibilidade de executar seu projeto. Tipo III: Como a proposta era apenas intervir nas peças os alunos não necessitavam modelar as vaquinhas. A professora modelou formas das três poses das vacas. Tendo Aluno transpondo suas ideias para a peça. Modelagem da vaca. Aluno pintando sua vaquinha. Finalizando a peça (classificada/finalista). Queima em forno à lenha por apoio na modelagem e tiragem apenas uma aluna que se identificou com esta modalidade e participou modelando a sua vaquinha. Prontas as peças foram queimadas em forno de alta temperatura, à lenha, iniciaram as atividades. Cada qual usou o layout que criou em papel e transpôs suas idéias. Foram pinturas e colagens que representaram a cultura do litoral catarinense. O produto destas ações foram seis esculturas para parede nos três modelos de vacas tais quais as poses da CAW PAREDE, porém com muita peculiaridade refletindo a cultura local através da linguagem artística de cada um. Estava finalizado o projeto CAL NA PAREDE. Os produtos são a resultante das atividades do Tipo III. Tipo IV: O resultado foi de excelência e culminou em três exposições, sendo uma na II Mostra do NAAH/S na FCEE, a segunda ocorreu no Espaço Cultural da Livrarias Catarinense em Florianópolis e a Terceira no espaço Cultural do Shopping Itaguaçu. Para tanto, professora e equipe pedagógica trabalharam em conjunto firmando parcerias para que as exposições ocorressem. Projeto ANÕES Tipo I: Foi apresentado pela professora, variados estilos e técnicas de artistas brasileiros que hoje são referência nacional e internacional. Com a utilização de livros imagens, revistas, pôsteres, sites, e imagens na Internet. Visitação a exposições e apreciação de obras em museus e exposições virtuais. Os alunos optaram por pesquisar sobre Romero Brito, artista brasileiro de renome internacional. Neste caso os recursos mais práticos são as visitas a exposições entrevistas com artistas, cursos gratuitos, que o mediador pode apresentar como opção para seus alunos, promovendo parcerias. Após pesquisarem sobre o artista fez-se uma análise de sua técnica e considerações sobre o tema desenvolvido por ele. Constatou-se que sua principal característica era a celebração da alegria. Suas obras são vibrantes e com uma riqueza cromática. Explora Exposição na II Mostra do NAAH/S - FCEE Exposição no Espaço Cultural das Livrarias Catarinense – Florianópolis Exposição CAL NA PAREDE Shopping Itaguaçu – São José Alguns dos alunos participantes e a presidente da FCEE 2012 texturas visuais e seu tema varia de personalidades importantes, no caso do retrato e se estende a representações de cenas do dia a dia. Também como artista POP, explora uma temática popular como personagem de histórias em quadrinhos, figura de objetos de consumo, etc.. Foi proposta pela professora a RELEITURA do estilo de Romero Brito em um conjunto com Branca de Neve e os Sete Anões. Tipo II: Objeto em que poderiam desenvolver releituras da obra de Romero Brito eram peças em cimento que necessitavam serem restauradas antes de qualquer intervenção pictórica. Os alunos tiveram que treinar , o ponto da argamassa de cimento, do gesso e massa corrida, o uso da lixa e a forma como iriam trabalhar nas peças, já que eram tridimensionais. Tipo III: A proposta intitulada Projeto Anões, permaneceu em execução durante o ano letivo. Cada aluno adotou um personagem e trabalhava nele desde o croqui, layout execução e finalização, sempre alternando com outras atividades também desenvolvidas na oficina. O projetofuncionou como plano “B”. Enquanto os materiais específicos não chegavam, ou enquanto um trabalho ficava secando, entre uma atividade e outra para não ficar muito cansativo já que este trabalho também envolveu restauração o que acarretou em bastante tempo até a finalização. Após a conclusão, foram fixados no gramado em frente à entrada do NAAH/S. Neste caso, o produto foi utilizado para compor a decoração do jardim na entrada do Núcleo. Muito fotografado por pessoas que por ali transitavam. Em sua escola com certeza existem objetos que poderiam ser adotados e com apoio e parceria de profissionais poderiam servir de suporte para releituras de obras, uma forma de dar visibilidade a muitos talentos na área artística. Esta atividade não segou ao nível IV. Concluiu-se como atividade do tipo III. Atividades do Tipo I conhecendo e experimentando técnicas, restauração e pintura de fundo nas peças. Atividade do Tipo II Treinamento, croquis em papel. Atividades do tipo III, pintura e acabamento em resina acrílica. Exposição do produto: Releitura do estilo de Romero Brito (no jardim, na entrada do NAAH/S). Projeto LENDO E RELENDO CRUZ E SOUSA Tipo I: Uma visita ao CIC / MASC para assistir uma apresentação sobre Cruz e Sousa repercutiu para alguns alunos da oficina em pesquisa sobre vida e obra do poeta simbolista catarinense que possui por codinome o Cisne Negro. Dois dos alunos pesquisaram sobre seus poemas e se identificaram com alguns. A professora apresentou novas técnicas de desenho e pintura durante algumas aulas, com os recursos da oficina e também com recursos tecnológicos midiáticos. Tipo II: Até então os alunos, vindos ao Núcleo por intermédio do Concurso de Desenho promovido pelo NAAH/S – FCEE em 2012, haviam explorado apenas desenho em branco e preto.Todos os alunos experimentaram as novas técnicas misturando cores e materiais diversos. Foram elaboradas muitas amostras, nestas atividades propostas os alunos puderam treinar o suficiente para executar pequenos projetos. Tipo III: Foi proposta pela professora a leitura de alguns poemas de Cruz e Sousa e lançou o desafio de executarem um projeto maior intitulado LENDO E RELENDO CRUZ E SOUSA. Consistia em selecionarem quatro poemas e ilustrarem com as novas técnicas das quais já haviam se apropriado. Para tanto havia a necessidade de treinamento das formas, aplicação das técnicas corretamente antes de criar os croquis para as releituras. Algumas produções que antecederam a execução das releituras, nestas atividades os alunos puderam treinar bastante e os resultados apresentaram qualidade suficiente para outra exposição: FACES que ocorreu no espaço das Livrarias Catarinense em Florianópolis. As atividades do Tipo II, seriam treinamento, aprendendo como fazer... Porém apresentaram qualidade suficiente para outra exposição dada a excelência dos resultados, harmonia, estética e emprego adequado das técnicas. De início um dos alunos optou por fazer as releituras em pintura digital, o que lhe rendeu um excelente produto. O outro aluno optou por utilizar as variadas técnicas (Mista). O resultado foi primoroso, digno de exposição. Enquanto a arte final estava sendo encaminhada para a plotagem em painéis medindo 60x80, um dos alunos experimentou uma caneta de água que a professora lhe apresentou, imediatamente quis aprender aquarela e com orientações básicas, iniciou treinamento dando início às releituras novamente. Ficou tão satisfeito com o resultado que de última hora optou por expor as aquarelas em lugar das pinturas digitais. FUNDAÇÃO CATARINENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NÚCLEO DE ATIVIDADES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO OFICINA DE ARTES PLÁSTICAS/VISUAIS O projeto LENDO E RELENDO CRUZ E SOUSA foi uma iniciativa da Oficina de Artes Plásticas/Visuais do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação da Fundação Catarinense de Educação Especial. Desenvolvido pelos alunos Luciane Kroll e Rafael Martins, sob orientação da professora de artes Vânia Pires Franz de Matos, esse projeto buscou discutir a invisibilidade social, fenômeno decorrente da contemporaneidade, mais especificamente do século XX. O termo invisibilidade social é um conceito que foi criado para designar as pessoas que ficam invisíveis socialmente, seja por preconceito ou indiferença. O que poucos percebem é que este fenômeno também ocorre com pessoas ilustres que emprestam seus nomes a prédios e monumentos famosos distribuídos pela cidade. Muitos de nós conhecemos a maior parte de seus nomes, porém não fazemos idéia de quem são essas pessoas. Cruz e Sousa foi escolhido com o intuito de fomentar sua visibilidade através desta exposição. Grande poeta, João da Cruz e Sousa foi um dos precursores do Simbolismo no Brasil. Recebeu a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro. Nasceu em Nossa senhora do Desterro (24 de novembro de 1861) e faleceu em Minas Gerais (19 de março de 1898). Hoje empresta seu nome ao Museu Histórico de Santa Catarina Palácio Cruz e Sousa. http://www.e-biografias.net/cruz_e_sousa/ Ministrada pela professora de artes, Vânia Pires Franz de Matos, a Oficina de Artes Plásticas/Visuais do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação da Fundação Catarinense de Educação Especial vem estimulando a pesquisa, os experimentos, produções e reflexões sobre experiências artísticas e estéticas que levem ao desenvolvimento e ampliação dos talentos de seus participantes. Luciane Kroll e Rafael Martins puderam, assim, ampliar seu repertório cultural e experimentar uma nova forma de expor seus trabalhos artísticos, de acordo com Atividades do Tipo IV (Freitas e Pérez, 2010) que complementam o Modelo de Enriquecimento Escolar de Joseph Renzulli, teórico na área das Altas Habilidades/Superdotação. NAAH/S - FCEE Rua Paulino Pedro Hermes, 2785 - Bairro Nossa Senhora do Rosário - São José | SC E-mail: naahs@fcee.sc.gov.br - Blog: naahssc.blogspot.com.br Telefones: (48) 3381 – 1632Aluna trabalhando também em casa. Aluno trabalhando no ateliê da professora. No caso da mediação ser feita por pedagoga, esta poderia entrar em contato com artistas e artesãos locais e convidá-los a uma apresentação de seu trabalho e técnicas na escola ou outro local de atendimento ou valer-se dos tutoriais de técnicas artísticas disponibilizados na Internet. Firmar parcerias com supermercados, doçarias, floriculturas... Enfim, sensibilizar pessoas da comunidade a contribuir com os eventos. Promover passeios envolvendo toda a escola ou pólo. Buscar junto às empresas ou Exposição no Museu Palácio Cruz e Sousa. Alunos, autoridades da FCEE, Administradora do museu e Presidente da Fundação Catarinense de Cultura – FCC. Durante a exposição também foi oferecido um coquetel, uma parceria que firmamos com a Oficina de Gastronomia do Centro de Educação e Trabalho CENET – FCEE. prefeituras auxílio para deslocamento através de ônibus, e outros meios de transportes. O que não é algo simples, porém possível e necessário. Projeto EXPOSIÇÃO DA OFICINA DE ARTES Este projeto ocorreu na Casa de Cultura Municipal de São José. Consistiu na apresentação de portfólios com os treinamentos de técnicas e pesquisas, atividades do Tipo I e II e exposição de trabalhos das atividades do Tipo III como desenhos, modelagens e pinturas em argila, recortes e colagens, dobraduras (Origami), aquarelas, técnica mista dentre outras. Neste caso todos os trabalhos de todos os alunos foram expostos apresentando as atividades dos diferentes tipos. Importante ressaltar a importância do compartilhamento com os demais colegas de outras oficinas ou outras áreas. Durante esta exposição ocorreu avisitação por alunos das demais oficinas e também pessoas da comunidade e também algumas escola particulares e da rede pública de ensino. Projeto DESENHO E CRIAÇÃO DE MODA Apresentada a apenas uma aluna em virtude do seu interesse específico, visitação a uma exposição de croquis de Moda. O que a inspirou para executar um estudo mais aprofundado do desenho e criação de moda. Criou uma coleção infantil e outra inspirada na década de 50. Neste caso a própria professora não só mediou como lhe ensinou os Fundamentos para a pesquisa e produção de moda. Porém poderia ocorrer em parcerias. Projeto PINTURA MURAL Tipo I: Foi executado a partir de convite feito a um artista local, Bruno Barbi, que se prontificou em pintar parte de um muro da FCEE gratuitamente e com a participação da professora e alunos da oficina de artes. Deixando seu trabalho registrado através da pintura mural. Assim os alunos puderam conhecer sua técnica e estilo, o artista também apresentou seus trabalhos expondo suas telas na própria praça onde se situava o muro em questão. Tipo II: Foi proposto que os alunos juntamente com a professora executassem uma pintura alusiva aos 50 Anos d da Fundação Catarinense de Educação Especial. O projeto foi criado pela professora com a participação dos alunos que contribuíram com suas idéias sobre o que seria pintado. Fizeram croquis sugestivos. Houve algumas trocas de idéias em discussões com o grupo. Tipo III: A execução desta atividade se deu em dias alternativos, levando em conta as condições climáticas, haja vista ser ao ar livre e sofrerem interferência de chuva, sol, calor, frio. Tipo IV: Foi finalizada e descerrada por autoridades, alunos, professores e demais profissionais da FCEE. Ficando exposta em local de grande visibilidade. OFICINA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL Na oficina de Leitura e Produção Textual, o foco do trabalho está voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades lingüísticas. Assim, as atividades realizadas procuram capacitar o aluno a usar a Língua Portuguesa como constituinte de sua própria identidade e organizadora do mundo onde vive. Para isso, as atividades envolvem análises textuais, contextuais, interpretação, uso de recursos expressivos das linguagens, de sistemas simbólicos, organização da informação, da comunicação e suas manifestações específicas. Em consonância com a teoria dos Três Anéis, de Renzulli, utiliza-se, também nesta oficina, o modelo de Enriquecimento proposto por ele, segundo o qual as atividades organizam-se em Tipo I, Tipo II e Tipo III. As atividades de Tipo I são realizadas conforme já exposto e servem para ampliar a visão de mundo do aluno, instigar sua curiosidade, favorecer a interação com os colegas e equipe técnica e desenvolver suas relações emocionais/afetivas. Veja a seguir alguns exemplos de atividades do Tipo I. Visita à exposição dos trabalhos dos alunos da Oficina Arte na Casa de Cultura de São José e à SEPEX, na UFSC As atividades de Tipo II procuram enfatizar o como fazer, para que possam se tornar melhores aprendizes, pensadores ou investigadores. Pode-se trabalhar a criatividade, a resolução de problemas, a tomada de decisão, as habilidades de leitura, escrita, de expressão oral, de organização de pensamento, de informação, sua capacidade crítica e por conseqüência, a habilidade de pesquisar e de compartilhar seu conhecimento, usando as mais diversas modalidades de linguagens. Apresentam-se, a seguir, algumas atividades realizadas na oficina. Visita à exposição “Palavra em Movimento” de Arnaldo Antunes, no CIC. Visita à exposição dos alunos da Oficina de Artes no Museu Cruz e Sousa � Ler e resumir uma história. � Contar a história em 20 palavras (ordem). � Antecipar 20 palavras que aparecerão na história. � Escolher 20 palavras que representam a história (ordem aleatória). � Estudo de textos sobre linguagem/textos/comunicação. � Leitura de textos sobre temas que gostam/atualidades. � Modificar partes da história (personagem, fato, lugar, tempo). � Fazer a continuação da história (5 anos depois) ou, criar um início para a história. � Mudar o foco narrativo. � Ilustrar uma passagem marcante. � Fazer uma releitura de textos/imagens. � Elaboração de projetos, por ex. projeto de leitura. � Dicionário (pode-se inclusive pedir que o aluno crie suas próprias definições). � Escrever as regras de um jogo. � Mudar as regras de um jogo e testá-las. � Criar desafios para que os colegas respondam. � Leitura de textos não-verbais. � Produção de textos não-verbais. � Análise e discussão a partir de vídeos. � Produção textual a partir de vídeos/filmes. � Criação de vídeos. � Responder jogos de perguntas do tipo: o que você faria se ... � Fazer atividades com tempo limitado (10 min.). � Produção de texto a partir de vinte palavras aleatórias. � Produção de textos sobre temas escolhidos pelos alunos e debatidos em sala de aula. � Registro individual das atividades realizadas em cada encontro. Para ilustrar, veja alguns exemplos a seguir. 1) Ambiente virtual de aprendizagem criado por um dos alunos da Oficina de Leitura e Produção Textual, especialmente e exclusivamente para uso de nosso grupo. 2) Exemplos de desafios criados por alunos para serem respondidos pelos colegas em nosso ambiente virtual de aprendizagem. Bom, o ano já está quase acabando e acho que já dá para ter uma ideia do que fizemos de grandioso ou não. Tendo isso em mente, gostaria de propor uma lista de feitos, coisas interessantes, novos amigos, artistas, livros, bandas, qualquer coisa que tenha te feito feliz esse ano e depois suas metas pessoais para o ano que vem. Reduza uma frase em uma palavra inventada. 'Mas o quê? explica isso!' Assim: Palavra: Abdiscial (Não existe) Significado: A coisa mais legal do mundo Entendeu? Sim? Então boa sorte! 3) Exemplo de resposta de uma aluna de 13 anos para um jogo de perguntas. PERGUNTA: VOCÊ TEM UMA MUSA QUE O(A) INSPIRE? VOCÊ ACHA ISSO UMA BOBAGEM? E SE NÃO FOR? RESPOSTA: QUANTO A PRIMEIRA PERGUNTA, MINHA RESPOSTA É SIM.TENHO DIVERSAS PESSOAS QUE ME INSPIRAM, E NÃO ACHO ISSO UMA BOBAGEM. A CRIATIVIDADE NÃO SURGE DO NADA, ELA CRESCE COMO UMA PEQUENA SEMENTINHA ALIMENTADA PELA INSPIRAÇÃO. VOCÊ PODE SE SENTIR INSPIRADO AO ASSISTIR UM FILME, OUVIR UMA MÚSICA, FAZER UM DESENHO...O QUE SERIA DA SAGA “HARRY POTTER” SEM A INSPIRAÇÃO DA AUTORA EM “O HOBBIT”? O QUE SERIA DA CANTORA “LANA DEL REY” SEM SUA INSPIRAÇÃO EM “MARILYN MONROE” E “NANCY SINATRA”? POR ESTAS E OUTRAS, NÃO ACREDITO NEM POR UM SEGUNDO QUE SEJA UMA BOBAGEM. :) Após leitura de livro sobre a vida e obra da artista Tomie Ohtake, aluno fez releitura de uma de suas obras, sob orientação da Profa. Vânia Franz, na Oficina de Artes Visuais. Produção de texto não verbal. Elaboração de vídeo sobre uma obra lida. Registro individual das atividades, realizado ao final de cada encontro. Apresenta-se a seguir, um exemplo de atividade de Tipo II na oficina de Leitura e Produção Textual em que o aluno precisou exercitar várias habilidades para concluí- la. Um aluno, que também freqüenta a oficina de Robótica Educacional do Naahs, manifestou muito interesse em pesquisar sobre engenharia aeroespacial. Ele encontrou um jogo de simulação de lançamento de foguetes e a partir disso, estruturou sua pesquisa. Ele elaborou um projeto e, durante muitos meses,pesquisou sobre foguetes: partes, funcionamento/desenvolvimento das peças, combustíveis, aspectos relacionados à temperatura, resistência e durabilidade dos materiais utilizados na construção de foguetes, entre outros aspectos. Foram necessárias muitas leituras, de materiais diversos, registros escritos, organização das informações, preparação de uma apresentação (forma de divulgação que escolheu para seu trabalho) e treino para a apresentação oral. O aluno também elaborou um convite, aberto a toda a comunidade, para assistir a sua apresentação. Ele já tinha algumas habilidades de leitura e escrita bem desenvolvidas que permitiram a realização desse trabalho e durante o processo, foi desenvolvendo/aperfeiçoando outras. Apresentação de trabalho sobre foguetes. Família e comunidade assistindo a apresentação. As atividades do Tipo III possibilitam a oportunidade para o aluno muito motivado de se tornar um especialista em algum tema de seu interesse ou de produzir algum produto criativo. Às vezes é necessário muito tempo para a pesquisa, registro e criação do produto final, daí a importância das atividades do Tipo II, preparatórias para estas. Para finalizar, é importante destacar que o desenvolvimento lingüístico demanda tempo e diversidade de situações, de interação, de propósitos para a comunicação/expressão do sujeito. Assim, as atividades visam a despertar no aluno a percepção de alguns aspectos relacionados aos fatos das línguas que, em se tratando de língua materna, são apreendidos de forma natural e, portanto, automática. Dar ao aluno a oportunidade de usar, de forma um pouco mais consciente, a sua língua, é possibilitar não apenas seu desenvolvimento lingüístico, mas também cognitivo e emocional. O Modelo Triádico de Enriquecimento de Renzulli respeita o ritmo de aprendizagem do aluno e possibilita ao professor um maior acompanhamento de seu processo de aprendizagem e de desenvolvimento como um todo, já que esse processo se torna mais significativo por estar bastante ligado à necessidade do aluno e às possibilidades do contexto em ele que está inserido. OFICINA DE ROBÓTICA EDUCACIONAL A robótica como finalidade educacional tem que ter o objetivo de estimular o desenvolvimento das habilidades dos alunos, despertar a curiosidade na criação de projetos, servindo como suporte para estimular o interesse pelos estudos, desenvolvendo a capacidade de raciocínio lógico, além de estimular e motivar o trabalho em equipe, criatividade e organização. A Robótica Educacional (RE) enquanto recurso pedagógico contempla os preceitos da Educação Inclusiva, possibilitando a formação de estudantes numa perspectiva multidisciplinar e participativa ao promover um ambiente de trabalho escolar agradável para alunos com indicativos em AH/SD. Desenvolve atividades de base científica e transdisciplinar (matemática, física, geografia...) e fomenta o trabalho coletivo nas construções planejadas, onde o aluno tem a oportunidade de programar seu próprio sistema robotizado, através de recursos e softwares (Gomes, 2015). O trabalho desenvolvido na Oficina de Robótica Educacional do NAAH/S SC é direcionado em três etapas que são: atividades tipo I, atividades tipo II e atividades tipo III. Vejamos alguns exemplos: Atividades tipo I: Essas atividades são introdutórias, porque insere o aluno no campo da exploração e da experiência. Pois, a finalidade é expandir e desenvolver as suas habilidades com base em seus interesses. Após está etapa o aluno estará se preparando para as atividades do tipo II e III. As atividades desenvolvidas nas fotos foram visitas de enriquecimentos: Visita na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), curso de Engenharia e Automação – sobre Drones. Visita na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), na Engenharia e Automação – como fazer uma impressora 3D. Visita na Empresa Cottonbaby no qual os alunos tiveram a oportunidade de conhecer suas dependências, maquinários e formas de produção. Visita ao horto florestal de São José onde fomos conduzidos por um biólogo. Atividade tipo II: Nas atividades do tipo II, os alunos colocam em prática os conhecimentos adquiridos nas atividades do tipo I. Então, nessa etapa eles irão aplicar o conhecimento com o propósito de elaborar projetos, produtos ou serviços, envolvendo treinamento, sem muito aprofundamento. O principal objetivo das atividades do tipo II é “como fazer”, e estão relacionadas as características de interesse do aluno onde a autonomia é desenvolvida. Aluno em execução de um projeto sendo auxiliado pelos professores do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina). Aluno construindo um protótipo de um triboxete para uma futura apresentação sobre a Revolução Francesa. Aluno na execução de um carro eletromagnético, onde ficou somente nas experiências não conseguindo passar para à atividade tipo III. Alunos com protótipo de um Vaso Autônomo construído por eles. Após algumas experiências e treinamentos, Vaso Autônomo auto sustentável concluído. Atividade tipo III: As atividades do tipo III é a fase final em que se encontra o aluno. Aqui ele fará uso de métodos apropriados que contribuirão para a investigação de problemas, a produção de conhecimento, solução de problemas e a apresentação de um produto ou serviço. Após essas experiências, o aluno estará capacitado a produzir algo do seu interesse como um profissional de uma área do conhecimento especifico. Isso exige um profundo comprometimento do aluno com os projetos que deverão ser de médio a longo prazo. Após algum tempo de treino e dedicação, o educando está finalizando um jogo que ele mesmo produziu e programou. Além das atividades realizadas no âmbito nuclear buscou-se a ampliação da rede de parcerias, entre as quais a estabelecida com o IFSC em 2017, através do Projeto Oficinas Tecnológicas e Orientação voltada aos Alunos com Altas Habilidades atendidos pelo NAAH/S. Este projeto se desenvolveu através da realização de quatro oficinas de cunho tecnológico junto às escolas estaduais de ensino fundamental, e na realização de orientação direcionada aos alunos atendidos pelo NAAHS. A oportunidade de atuar em um projeto que transcende os domínios da técnica adentra nos conceitos de pedagogia e transmissão de conhecimento exigirá uma pluralidade de domínios de conhecimento por parte da equipe envolvida complementando o reforço no domínio das ferramentas, plataformas e linguagens de programação e desenvolvimento de produtos durante as atividades da extensão. Atividades de tipo I A realização de oficinas nas quais foram apresentados aos alunos conteúdos de computação física e programação, oportunizando aos alunos do ensino fundamental conhecimentos acerca do universo acadêmico e um novo olhar para o mundo tecnológico. Atividades de tipo II Utilizando ferramentas como a plataforma Arduino e jogos com técnicas de programação foram desenvolvidos com os alunos atividades nas quais eles utilizaram esses conhecimentos mais aprofundados relacionados com os eixos tecnológicos abordados, promovendo o desenvolvimento das habilidades, despertando interesse pelo estudo destes temas. OFICINA DE ATIVIDADES EXPLORATÓRIAS A Oficina de Atividades Exploratórias tem por objetivo descobrir em que área ou áreas do conhecimento o aluno se destaca. Desenvolver seu potencial,estimulando e oportunizando diversas vivências e experiências através de atividades e passeios enriquecedores, que valorizem a curiosidade e o interesse do educando. A Oficina de Atividades Exploratórias enquanto grupo de enriquecimento é compreendida como uma estratégia de intervenção pedagógica no processo de ensino- aprendizagem. Nessa proposta o professor organiza os grupos a fim de promover um ambiente encorajador, onde cada aluno é motivado a desenvolver o seu potencial. Nessa proposta o professor é um mediador que promove a autonomia dos alunos e estabelece estratégias para que eles consigam acessar os conhecimentos necessários para o desenvolvimento de seus projetos. Os alunos são agrupados de forma heterogênea, tendo idades e interesses distintos, o que contribui para o enriquecimento da suplementação acadêmica, gerando um ambiente de profusão de idéias e pontos de vista. Alguns exemplos de atividades, que nada mais são do que sondagem da área de interesse do aluno: 1. Livro Toc, Toc… Plim, Plim!: Deste livro são extraídas algumas atividades, nas quais o aluno poderá mostrar como se vê (autocrítica), bem como suas preferências, trabalhando sentimentos e emoções através da criatividade; 2. Livro Cabrum!! Chuva de Ideias!: Nele é trabalhada a criatividade através de atividades com o objetivo de expandir ideias, oportunizando a brincadeira; 3. Livro Desafie seu QI: Apresenta atividades para desenvolver o raciocínio lógico; 4. Cilada: É um jogo lógico que possui 50 quebra-cabeças, com letras mostradas na parte inferior de cada peça. O objetivo é escolher uma das combinações de letras e encaixar as peças, de maneira que não sobre nenhuma. Se o aluno não conseguir concluir a combinação, caiu numa cilada e deverá refazer os encaixes até finalizar corretamente. 5. Hora do Rush: É um jogo de estratégia e concentração. O objetivo é livrar o carrinho principal (vermelho), de uma única saída, dentre todos os outros que estão próximos a ele. O jogo possui níveis de dificuldade que são o iniciante, intermediário, avançado e finalizando no expert. 6. Esconde Formas: O desafio consiste em sobrepor as 4 placas com cortes sobre os 4 tabuleiros com as formas geométricas vazadas a fim de deixar aparecendo apenas as formas propostas. Por exemplo, se o desafio propuser 6 quadrados, apenas estes devem aparecer e os demais ocultos sob as placas e assim com os demais, de acordo com o que é proposto. Foram citados alguns exemplos de atividades como afirmado anteriormente. No entanto, os alunos também desenvolvem projetos estabelecidos por eles. Com a mediação da professora, pouco a pouco elaboram seu trabalho contendo o objetivo, desenvolvimento e conclusão, para posteriormente apresentar aos demais alunos. Porém nosso trabalho não se limita apenas à sala de aula. Realizamos também passeios exploratórios em museus, jardins botânicos, universidades (bibliotecas e centros específicos), etc., que têm como objetivo complementar projetos desenvolvidos em sala, bem como a possibilidade de despertar o interesse dos demais alunos em outras áreas. Há também as parcerias que são muito importantes, pois elas nos auxiliam na suplementação dos nossos alunos, uma vez que não possuímos muitas áreas à disposição, passamos a contar com parceiros neste trabalho. Desta forma contamos com a UFSC, IFSC, UNIVALI, Jardim Botânico, dentre outros. Em nosso trabalho também utilizamos os portfólios que nada mais são que uma coletânea das atividades desenvolvidas com os alunos em sala, que consiste em mais uma ferramenta avaliativa. Nele observamos a evolução do educando. A seguir estão fotos de alguns livros utilizados nos atendimentos bem como, de atividades realizadas em sala: OFICINA DE LÓGICA E MATEMÁTICA A Oficina de Lógica e Matemática tem como objetivo principal identificar a área de interesse específico do aluno bem como prestar o atendimento educacional especializado a alunos com indicadores de AH/SD na área da matemática. Também é de objetivo da Oficina desenvolver métodos e atividades que desenvolvam os potenciais dos alunos oportunizando a eles vivências e experiências na área. A seguir segue apenas como exemplo de algumas atividades que os professores do AEE-AH/SD podem utilizar com seus alunos durante seus atendimentos: • Em 2018 foi entregue aos AEE-AH/SD 9 jogos de desafios com uma apostila que continha a aplicação desses jogos. A apostila pode ser solicitada através do e-mail do NAAH/S-SC (naahs@fcee.sc.gov.br). • No site Racha-Cuca (https://rachacuca.com.br/) é possível encontrar uma diversidade de jogos e desafios online para todas as áreas de interesse e todas as idades dos alunos. Destacamos alguns mais utilizados na Oficina: Problemas de lógica; Sudoku; Quase nada; Desafios de lógica; Tangram; 2048; Sete Erros; Batalha Naval; xadrez; 8 Raiznhas; Vitral Quebrado; Palitos; etc. • Desafios que envolvem cálculo e lógica que podem ser encontrados em qualquer site de buscas digitando: Quadrados mágicos; Triângulos mágicos; etc. • Alguns desafios matemáticos podem ser encontrados nos sites: https://www.somatematica.com.br/desafios.php https://rachacuca.com.br/enigmas/desafios-de-matematica/ http://www.oqueeoquee.com/jogos-de-matematica/ http://geniodamatematica.com.br/desafios-de-matematica-resolvidos/ Enfim, inúmeros sites trazem problemas e desafios de lógica e de matemática para os alunos, basta o professor adaptar aqueles que achar mais interessante para atender a demanda de seu grupo. Vale ressaltar que muitos dessas atividades podem ser construídas pelo professor, ou até mesmo pelos alunos em formato de projeto, com materiais alternativos. Para elucidarmos melhor, segue algumas imagens de atividades e aplicações das mesmas com os alunos: ASPIRAL DE ARQUIMEDES EXPERIÊNCIA AO AR LIVRE FRACTAIS DESAFIO DOS PALITOS JOGO DA SENHA JOGO DAS OPERAÇÕES TANGRAN POLIMINÓS JOGO TRAVERSE TORRE DE HANOI T CHINÊS REFERÊNCIAS ALENCAR, E. M. L. S. & FLEITH, D. S. (2001). Superdotação: determinantes, educação e ajustamento. São Paulo: EPU, 2001. ALONSO, J. A differentiated program: Significant curriculum adaptations. Gifted Educational International, 14, 80-85, 1999. BRASIL. (2003). Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais /coordenação geral: SEESP/MEC ; organizaÁ„o: Maria Salete F·bio Aranha. BrasÌlia : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial,. CHAGAS, J. F.; MAIA-PINTO, R. R.; PEREIRA, V. L. P. (2007) Modelo de Enriquecimento Escolar. In: Fleith, Denise de Souza (Org) (2007). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 2: atividades de estimulação de alunos / organização: Denise de Souza Fleith. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. CUPERTINO. C. M. B. (2008). Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos/Secretaria da Educação, CENP/CAPE; organização, Christina Menna Barreto Cupertino. – São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. São Paulo : FDE. CUPERTINO C. M. B.; SABATELLA M. L. (2007). Práticas Educacionais de Atendimento ao Aluno com Altas Habilidades/Superdotação.In. Fleith, D. de S. (org) (2007). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 1: orientação a professores / organização: Denise de Souza Fleith. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial.
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